Estudo de Caso SUino

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MANEJO DE SUÍNO NEONATO: ESTUDO DE

CASO

OLIVEIRA, Cássia Galhoti de¹


¹Discente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de
Itapeva – FAIT – Itapeva/SP

SILVA, Ana Carolina Pires de Andrade³


³Médica Veterinária da empresa Agropecuária Ponte Alta
Itararé/SP

BRUNELLI, Sandra Regina²


²Docente do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Sociais e Agrárias de
Itapeva – FAIT – Itapeva/SP

RESUMO

A suinocultura é uma atividade de importância na economia brasileira tendo um grande


destaque no agronegócio. Em uma granja de suínos há diversos setores, a maternidade está
entre as fases de desenvolvimento do suíno e demanda de muito cuidado que se iniciam com
a matriz no final da gestação, na última semana (107 dias de gestação) quando a fêmea é
encaminhada para a maternidade até o desmame. Após o nascimento são realizados manejos
importantes com os leitões que irão garantir sua saúde e bem-estar durante todo o seu tempo
no recinto. O período em que o leitão permanece na maternidade dura em média 21 dias onde
ele passa por diversos tipos de manejo como: limpeza, desinfecção de umbigo, castração,
tatuagem, corte de dente e o desmame, procedimentos estes que podem influenciar no
desempenho nas fases posteriores, como creche, crescimento e terminação. O objetivo desse
estudo consiste em apresentar um comparativo entre teoria (revisão de literatura) e a prática
(trabalho técnico) aplicada a uma granja de ciclo completo, que recebeu o selo de qulidade
Suíno Paulista, no interior de São Paulo.

Palavras chave: agronegócio, leitão, maternidade, suinocultura.


Linha de pesquisa: Zootecnia, produção e reprodução animal.

ABSTRACT
Pig farming is an important activity in the Brazilian economy, having a great prominence in
agribusiness. In a swine farm there are several sectors, motherhood is between the stages of
development of the swine and demands a lot of care that starts with the sow at the end of
pregnancy, in the last week (107 days of gestation) when the female is sent to from motherhood
to weaning. After birth, important handlings are carried out with the piglets that will ensure their
health and well-being during their entire time in the enclosure. The period in which the piglet
remains in the maternity unit lasts an average of 21 days, where it undergoes various types of
management such as: cleaning, navel disinfection, castration, tattooing, tooth cutting and
weaning, procedures that can influence performance in the stages later, such as nursery,
growing and finishing. The objective of this study is to present a comparison between theory
(literature review) and practice (technical work) applied to a full cycle farm, which received the
Quality Pig Quality Seal from São Paulo, in the interior of São Paulo.
Keywords: agribusiness, motherhood, piglet, pig farming.

REVISTA CIENTÍFICA ELETRÔNICA DE CIÊNCIAS APLICADAS DA FAIT. n. 2. Novembro, 2021.


1. INTRODUÇÃO

A suinocultura brasileira representa grande importância social e


econômica para o país e apresenta lugar de destaque no agronegócio com
potencial de expansão. A cadeia produtiva tem se organizado no sentido de
atender a demanda do mercado interno e externo.
De acordo com Machado (2014) o sistema de produção de suínos que
predomina no Brasil é sistema de criação intensivo de suínos confinados
(SISCON), que é normalmente é dividido em quatro modelos: ciclo completo,
esse modelo engloba todas as fases da produção desde a chegada de leitões
destinadas à reprodução até a fase de terminação ou divididos em unidades,
em locais de produção independentes como: UPL (Unidade de Produção de
Leitão), UC (Unidade de Creche) e UT (Unidade de Terminação).
Independentemente do modelo de ciclo de produção, a maternidade
pode ser considerada como o setor de maior importância pois fornece os
leitões para as fases de crescimento e devolve a matriz para o setor de
reprodução, exigindo um manejo bem conduzido pois esse pode influenciar
diretamente no desempenho tanto das matrizes quanto dos leitões no pós-
desmame (FERREIRA et al., 2014).
A suinocultura no estado de São Paulo é formada por produtores
independentes, geralmente por produtores de ciclo completo, esse modelo de
criação faz com que o estado possua 75 granjas com uma representatividade
de 2% das granjas brasileiras (ABCS, 2016)
No interir de São Paulo, na cidade de Itararé, a granja Ponte Alta
trabalha com o ciclo completo, com 1908 matrizes, 965 suínos vendida por
semana Considerada uma granja de bom nível tecnológica porque para
receber o selo é exigido o cumprimento de normas de qualidade do criador e
da propriedade como rastreabilidade, alimentação, bem-estar animal,
tratamento de dejetos, condições de trabalho e preservação ambiental
(SAA/SP, Fazenda qualificada Brasil, 2016).

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O presente trabalho, constituído por um estudo de relato dos principais
manejos realizados com o suíno neonato na maternindade na agropecuária
Ponte Alta em Itararé, no interior de São Paulo.

2. MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização deste estudo comparativo foi observado durante dois
mese consecutivos todas às atividades realizadas na granja Ponte Alta em
Itararé, no interior de São Paulo, para poder entender todo o processo com os
suínos especialmente na maternidade foco principal desse trabalho.
A maternidade da agropecuária Ponte Alta conta com 1.908 matrizes,
alojadas em duas granjas, tendo uma maternidade em cada. A primeira tem um
galpão com 13 salas para alojar 174 porcas e a segunda são 10 salas para
160 porcas, sendo um total de 334 celas parideiras,
A empresa trabalha com matrizes da raça TN-70 da linhagem da
empresa Topigs, sendo sub-divididas entre gestação, reposição e
maternindade. A maternidade de uma granja é composta por seis salas com
10 baias cada alojando 60 porcas, na outra granja são 10 salas com 16 baias
cada totalizando 160 porcas.
As matrizes gestantes, com mais de 112 dias, são conduzidas para a
maternidade e são mantidas em gaiolas, durante todo o periodo de
aleitamento, com comedouro e bebedouro. As salas são bem arejadas, com
escamoteador para os leitões.
Existe uma preocupação com o parto (pré, durante e pós) em função
disso, na granja Ponte Alta. Sempre que possível, o parto é acompanhado e
auxiliado pelo “materneiro”, independente da hora que ocorra. Em partos
ocorridos a noite, o funcionário deixa o leitão recém nascido com a mãe para
que haja a ingestão máxima de colostro. No outro dia cedo, os mesmos são
postos no escamoteador.
O leitão fica na materinidade do nascimento até 21 dias de idade em

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seguida é encaminhado para a creche. Com objetivo de promover maior
conforto térmico ao recém-nascido, é instalado abajur com lâmpada
infravermelha e tapete, além do escamoteador.
Na granja, após a expulsão do feto o materneiro realiza o corte do
cordão umbilical, caso seja preciso é relizado a desobstrução das vias aéreas
superiores utilizando as mãos por ser mais rápido e prático e a secagem do
leitão com pó secante. Segundo Sobestiansky et al. (1998), o leitão nasce com
as membranas fetais obstruindo as vias aéreas superiores comprometendo
sua respiração, é recomendado logo pós o nascimento limpar e desobstruir as
vias áreas com pano limpo ou toalha de papel.
O umbigo é amarrado com fio de barbante, três a cinco centímetros do
abdômen e o corte é realizado logo abaixo e em seguida mergulhado em uma
solução desinfetante como iodo glicerinado a 10%. Esse procedimento é
ralizado conforme as instruções técnicas descritas por Machado (2014) .
A transferência dos leitões depende do número de tetos funcionais que a
matriz possui, como é comum na granja a ocorrência de leitegadas numerosas,
isso é, porcas com mais leitões que o número de tetos, com isso realiza o
manejo para outra porca, sendo conhecidas como mãe de leite.
Na granja, a transfêrencia cruzada é mais utilizada, onde pega-se uma
porca com 21 dias de lactação, a qual irá desmamar seus leitões, para ser mãe
adotiva, ou seja coloca filhotes que as outras mães rejeitaram e realiza esta
transferência para que haja a sobrevivência do leitão. De preferência, usar
fêmeas de um ou dois partos, onde ela amamentará os recém nascidos, esse
procedimento deverá ser realizada até no máximo ao terceiro dia de vida para
a porca adotiva possa aceitar o rescém-nascido sem nenhum tipo de problema.
Pode ocorrer da matriz não aceitar o leitão de imediato, onde ela pode
chegar a matá-lo, as porcas reconhecem o seu filho através do cheiro, caso a
porca continue negando a leitegada se aplica uma dose de Azaperone e
espera de 10 a 20 minutos e se observa se ela irá morder o leitão ou não, caso
não haja esse risco a leitegada é solta, quando é com as mães de leite toda a

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leitegada dentro do escamoteador por um período de duas a três horas onde a
porca irá criar uma necessidade de amamentar ja que cria uma grande pressão
nas glândulas mamárias.
Após a transferência adequada da leitegada é aplicado como preventivo
o Clamoxyl e Kinetomax, ambos na dose de 2 ml via instramuscular (IM),
sendo o primeiro uma solução de amoxilina e o segundo de Enrofloxacino,
uma única administração com objetivo de evitar infecções futuras que causem
diarréias, infecções entéricas ou infecções respiratórias.
Para evitar anemia ferropriva é aplicado 1 mL de ferro dextrano, prática
essa padrão nas granjas de suínos (Pissinin, 2016). Nesse mesmo dia, se
aplica Toltrazuril em uma dose única de 1 ml via oral para combater a
coccidiose.
Quando ocorre nascimento de leitões de baixa viabilidade, abaixo de um
quilograma, estes têm um tratamento especial que consiste em receber o
colostro na mamadeira (10 a 20 ml), até que ele consiga mamar sozinho sem a
ajuda de um parteiro, e aplicação de soro glicosado a 5% injetável, via intra-
peritonial.
No terceiro dia de vida, os manejos corte da cauda, de dente apenas
nas leitoas nascidas e identificação são realizados. A Caudectomia é relizada
dois centimetros abaixo da inserção da cauda com um alicate que tem sua
ponta aquecida, deve ser realizado rapidamente, para evitar sangramentos
Os leitões nascem com oito dentes, quatro caninos e quatro pré-molares
que podem acabar lesionando o teto da porca na hora da mamada (CASTRO;
MURGAS, 2017). O desgaste dos dentes na granja ocorre apenas nas leitoas
ou futuras mães de leite, onde na granja ocorre até o terceiro dia de vida pois
acaba se fazendo a tatuagem na fêmea F1 pois elas serão as futuras leitoas
onde se marca a data do nascimento com mais duas letras distintas.
A castração cirurgica é uma prática comum nas granjas de suínos e é
recomendada sua realização na primeira semana de vida do leitão
(MACHADO, 2014). Na granja Ponte alta, a castração é realizada,

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preferencialmente, no quinto dia de vida juntamente com a introdução a ração
especifica para o animal de maternidade. Cada gaiola contém um comedouro
infantil onde várias vezes ao dia é fornecido a ração específica para o leitão.
O desmame para o leitão é a separação definitiva da porca, onde é um
processo muito estressante pelo falta da mãe, mudança de alimentação
(MACHADO, 2014).
O desmame realizado é do tipo convencional que acontece quando os
leitões atingem 20 dias de idade, procedimento esse citado Bierhals e
Magnabosco (2014) e Ferreira et al. (2014). A partir do quinto de vida, se
oferece ração do tipo “papinha” em comedouro infantil e seu manejo alimentar
passa a ser apenas ração conforme vai perdendo o interesse pelo leite da mãe.
Estes manejos citados acima, são protocolos executados na
agropecuária Ponte Alta, pois a granja visa o melhor para o animal juntando a
prática com a literatura para que haja um melhor desempenho em todas as
fases do suíno especialmente na maternidade.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Uma das estratégias para obter altos índices de produção é a seleção


de matrizes de alta prolificidade, onde as fêmeas são geneticamente
selecionadas pelo número de leitões nascidos por parto e pelos desmamados,
porém observando sempre o peso, pois os menores filhotes acabam entrando
direto na taxa de mortalidade, poucos sobrevivem (PINHEIRO; DALLANORA,
2014).
Segundo Bierhals e Magnabosco (2014) as primeiras 72 horas de vida
dos leitões são as mais críticas, onde a mortalidade nesse período acaba
superior comparado a todo o restante do ciclo de criação do suíno, onde
qualquer manejo tem o objetivo de aumentar o número: leitões/porca/ano.
Segundo Amaral et al. (2006) o parto e a lactação são fases mais

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importantes da produção de suínos, exigindo atenção e cuidados tanto com a
porca quanto ao recém-nascidos, as matrizes são conduzidas para
maternidade uma semana antes do parto até o fim do período de lactação.
Outro fator que interfere diretamente no desenvolvimento do leitão na
fase de maternidade, além da assistência ao parto, os manejos realizados com
o neonatal (GAVA et al., 2010).
Na maternidade matrizes e leitões, possuem diferentes faixas de
conforto térmico, alojados em um mesmo espaço, o que torna um desafio para
o produtor manter uma temperatura ideal. O manejo durante essa fase é
extremamente importante não somente para manter o conforto, mas também
para o sucesso da produção de suínos (COUTINHO et al., 2014). Segundo
Ferreira (2005), a faixa de temperatura varia conforme a idade do suíno,
récem nascido necessita ambiente mais quente (32° a 34°C) em relação aos
animais adultos (12° a 16°C), devido seu deficiente controle termorregulatório.
O leitão nasce com uma temperatura corporal entre 39,2 a 39,4°C e ao
entrar em contato com ambiente adaptada para a matriz, ocorre queda de até
2°C da temperatura corporal. A recuperação da temperatura ocorre pelo uso
das reservas energéticas e pela ingestão de colostro (GAVA et al., 2010)
Segundo CAMPOS e SOUZA (2008) o leitão nasce com o sistema
neurológico bem desenvolvido porém fisiologicamente ele ainda é imaturo,
onde acaba possuindo apenas 1-2% de gordura, a sua principal fonte de
energia é a glicose catabolizada de glicogênio hepático. De acordo com
Sobestianky et al. (1998) o nível de glicogênio hepático é suficiente apenas
para cobrir o requerimento de energia de 15 - 20 horas pós-nascimento. Além
disso, baixa capacidade de reter calor corporal em razão de menor isolamento
térmico corporal, pequena cobertura de tecido adiposo, pele com poucos pelos
e grande área de superfície corporal em relação ao peso (FERREIRA, 2000),
torna o aquecimento do leitão essencial, para que o mesmo não perca calor
para o ambiente e perdas de reserva energética (HERPIN et al., 2002)
O controle da temperatura ambiente da maternidade na suinocultura

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industrial é feito através de escamoteadores e fontes de aquecimento, que são
métodos indispensáveis para que o leitão fique em homeotermia. Segundo
Lima et al. (2004) , na falta de aquecimento artificial, os leitões, principalmente
aqueles que não são amamentados, tornam-se hipoglicêmicos e procuram
aquecimento junto da mãe; isso, não raras vezes, resulta no esmagamento
deles, o tipo de alojamento na maternidade influencia muito.
Pandorfi et al. (2005) realizaram estudo com suínos recém-nascidos
para testar tipos diferentes de aquecimento durante o período de inverno,
concluíram em virtude das baixas temperaturas registradas nesta época do
ano, os sistemas de aquecimento que se mostraram mais adequados do ponto
de vista térmico, foram lâmpada incandescente e resistência elétrica.
A primeira mamada é a mais importante, pois o leitão nasce carente de
proteção contra os agentes patológicos, pelo fato de seu sistema imunológico
ser menos desenvolvido e porque ainda não teve contato com os agentes que
possam estimular a produção dos anticorpos, através do colostro à porca
passa sua própria resistência ao filhote, onde são absorvidas pelo trato
intestinal e transferidas rapidamente para a corrente sanguínea (HEIM et.al,
2011).
De acordo com Machado (2014) a ingestão de colostro é fundamental,
pois o leitão nasce praticamente sem imunidade, já que a placenta da fêmea
suína não permite a transferência de anticorpos para os fetos durante a
gestação. A ingestão deve ocorrer nas primeiras seis horas de vida, período
de maior concentração de anticorpos no colostro e maior absorção pelo
intestino do leitão. Segundo Ventura (2004) o leite materno é a principal fonte
de nutrientes para o filhote, a qualidade e quantidade de colostro influenciam
no desempenho até mesmo na sua sobrevivência dos leitões neste perído.
Bierhals e Magnabosco (2014) citam que as tetas da porca podem ser
agrupadas em peitorais que apresentam algumas vantagens sobre as outras
como sendo mais longas e flácidas facilitando a mamada e acabam sendo mais
disponiveis durante a lactação, abdominais e inguinais pela sua localização,

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leitegada sempre acaba preferindo as peitorais causando uma possível
desigualdade entre eles.
Para uniformizar a leitegada, a transferência cruzada de leitões pode ser
utilizada, que Segundo BIERHALS et al. (2011) vários aspectos interferem nos
resultados desse procedimento, como tamanho e número de leitões, ordem de
parto da mãe adotiva e biológica e principalmente o momento em que este
menejo é realizado, sendo indicado pelos autores , preferencialmente, entre 6 e
24 horas após o parto.
O pó secante é indicado para diminuir a queda brusca de temperatura, a
umidade acelera a troca de calor do leitão com o meio dessa forma, a secagem
os auxilia a manterem ou diminuirem a queda de tempertura corporal, além de
contrubuir com a aceleração da secagem do umbigo e a diminuição do
intervalo entre o nascimento e a primeira mamada (BIERHALS;
MAGNABOSCO, 2014).
Dados esses confirmados por Martins e Pena (2019) que avaliaram
métodos de secagem em leitões recém-nascidos, uso de secagem com pó
secante ou papel toalha, observaram que a utilização do pó secante em leitões
ao nascimento proporcionou redução do tempo para início da primeira mamada
do colostro, com manutenção da temperatura corporal e não alterou o peso ao
desmame, em comparação ao uso do papel toalha.
Gregori e Lawrehal (1995) realizaram um estudo comparativo entre
grupos de leitões tratados com as técnicas de secção, ligadura e antissepsia
umbilical contra leitões não tratados. Este estudo verificou que 52,3% dos
leitões do grupo tratado apresentaram cicatrização incompleta ou onfalite
contra 39,7% dos leitões não tratados, sugerindo não haver necessidade da
realização das técnicas. Apesar da secção, ligadura e antissepsia umbilical
serem indicadas para os leitões recém nascidos há uma escassez de trabalhos
que comprovam a eficácia das técnicas.
Como citado por Widowski e Torrey (2002) muitos produtores acabam
realizando a amputação parcial da cauda do leitão para que seja evitado a

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caudofagia que é um comportamento anormal no crescimento e terminação
com grandes repercussões econômicas e um negativo bem-estar, a caudofagia
pode ocorrer em dois estágios onde um é sem lesões e o segundo com
sangramentos e infecções que podem levar o animal a morte , porém caso ele
sobreviva pode haver grandes prejuízos decorrentes da lesão na hora do abate
sendo percas parciais ou total da carcaça.
Antigamente o corte da cauda era realizado de forma tradicional com
o alicate gerando um corte repentino, atualmente em muitas granjas este
intrumento ainda é utilizado, porém se faz o uso de equipamentos com lâminas
aquecidas que simultaneamente executam o corte da cauda e acabam
cauterizando a ferida o que se da ao ganho e bem- estar pela redução dos
riscos de infecção, porém deve sempre se atentar para o risco que possa ter de
contatos acidentais com a cauda ou outras partes que possam enconstar no
equipamento aquecido podendo chegar a lesionar com queimaduras
superficiais (CASSEL, 2016).
Uma maneira de aliviar a dor após o corte da cauda envolve o uso
tópico de anestésicos diretamente no local, como o spray de lidocaína com
associação de iodo polvedine diminuindo o sangramento e acelerando a
cicatrização, maioria das lesões que não realizam este procedimento acabam
ocorrendo lesões significativas (SILVA; DIAS; MANTECA, 2015).
Santos et al. (2019) realizaram um estudo para estimar a relação entre
o ganho de peso dos leitões com o manejo de desgaste dos dentes e
intensidade de lesão na glândula mamária da matriz como cita Ricci (2015) e
observaram que o desgaste dos dentes dos leitões é relativamente benéfico,
pois em algumas situações pode ocasionar patologias orais, porém mantém a
integridade da glândula mamária das fêmeas, proporcionando um bem-estar e
longevidade dessas.
Segundo Pissinin (2016) a suplementação de ferro para os leitões nos
primeiros dias de vida é uma prática padrão nas granjas de suínos devido a
elevada exigência de ferro dos mesmos que é causada, pela rápida taxa de

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crescimento após o nascimento quando comparado a outras espécies,
confinamento e a baixa transferência placentária e mamária da fêmea para a
sua cria.
Gava et al. (2010) citam que o periodo ideal de lactação e de manejo
lactacional depende do nível tecnológico da produção da granja. A idade
minima, no Brasil, dá-se em média aos 21 dias pós parto.
De acordo com Teixeira e Tocchet (2014) a castração é uma técnica
obrigatória, determinada por uma lei antiga (Lei n. 1.238, de 18 de dezembro
de 1950) determinada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento).
Segundo Lopes e Silva (2014), a castração pode ser realizado de duas
maneiras, através da castração escrotal que seria a retirada dos testículos
sendo feito um corte apenas e realizado os dois ao mesmo tempo e a
castração inguinal onde é feito uma insição no ultimo par de tetas pela linha
média. Na agropecuária Ponte alta é realizada a castração escrotal por ser
mais rápida e menos dolorosa seguindo a técnica descrita por Machado (2014)

4. CONCLUSÃO
Com este tabalho podemos concluir que a maternidade é a fase mais
importante para o desenvolvimento do leitão, pois é o local onde são
realizados todos os manejos necessários para garantir principalmente a sua
sobrevida imediata como também a obtenção de maior número de leitões
nascidos vivos e desmamados e mantença da saúde reprodutiva da fêmea.
Podemos observar que a teoia e a prática caminham lado a lado na
maternidade, porém nem sempre a teoria acaba sendo totalmente seguida,
muitas vezes a granja adota um protocolo próprio com base na eficácia do
procedimento para o leitão.

5. REFERÊNCIAS

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