Inov e Criat Versao Final
Inov e Criat Versao Final
Inov e Criat Versao Final
Coaching e
Liderança
Inovação e Criatividade
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INTRODUÇÃO
Antes de começar o conteúdo propriamente dito, solicitamos que faça uma
reflexão no que disse Thomas J. Watson, presidente da IBM, em 1943: “Creio que
no mundo existe mercado para apenas 25 grandes computadores”. Ou ainda Simon
Newcomb, astrônomo que 1902, falou: “Voo com máquinas mais pesadas do que o
ar é inviável e insignificante, se não impossível”.
É bem provável que possa estar pensando que não disseram isso, sim é uma
verdade. E se todas aquelas pessoas criativas e inovadoras tivessem acreditado que
o que foi dito fosse único e verdadeiro? E se ninguém tivesse duvidado dessas
palavras? E se ninguém tivesse desafiado os limites? Aqui está o “poder” gerado
pela criatividade e da inovação.
Criatividade e inovação nas organizações é tão importante quanto as finanças,
gestão de pessoas, marketing, planejamento, enfim. É muito provável que se os
colaboradores de uma organização forem questionados se inovação e criatividade
são importantes para os negócios, sem dúvida todos deverão responder que sim.
Entretanto, ao serem questionadas se estão preparadas para serem
inovadoras e criativas, provavelmente as respostas poderão ser muito negativas.
Portanto as pessoas nas organizações consideram inovação e criatividade como o
sucesso nos negócios, porém ainda não estão preparadas para inovar e serem
criativas.
É importante que se diga que a palavra “inovar” deriva do latim in+novare que
significar alterar, renovar, fazer novo. Portanto inovar tem o significado de fazer
diferente do tradicional, de ter uma nova ideia e colocar na prática essa nova ideia.
Assim, podemos afirmar que o processo de inovação requer a criação de algo
novo, cujo resultado é o que se espera. Neste aspecto, a inovação é uma somatória
de dois fatores: a criatividade e ideias novas. Porém, não basta ter ideias novas, é
necessário que essas ideias sejam implementadas.
Então, o que se faz necessário? Este é o propósito deste material, elucidar as
possíveis respostas a esta questão, entretanto é necessário que haja um ambiente
propício pensar de forma diferenciada, com criatividade e desafiador.
A capacidade de criar e inovar estão presentes em todos nós, basta
observarmos alguns momentos do nosso dia a dia profissional, por exemplo:
Lembre-se de quando você busca maneiras de se destacar e ser reconhecido
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profissionalmente ou quando você faz malabarismos para resolver problemas da
empresa. Não há dúvidas, neste momento estamos inovando e sendo criativos.
O papel das organizações é de criar um ambiente que estimule
permanentemente as pessoas a desenvolverem o pensamento inovador, que ao
contrário do que as pessoas pensam, a inovação não resulta necessariamente em
uma grande invenção. O importante é ter uma ideia nova para solucionar um
problema ou desafio.
Entretanto, o que observa nas organizações é a busca pelos resultados através
do atingimento de metas, melhor desempenho na qualidade nos produtos e serviços,
pagamento de benefícios, participação nos resultados, entre outros, porém a
inovação e a criatividade exigem muito mais, a inovação nasce da observação e do
conhecimento, por isso é preciso manter um espírito de aprendizagem e reflexão
constante.
O presente estudo também se justifica a medida que há necessidade de
entender cada vez mais o mercado, os concorrentes, os clientes, a tecnologia, que
estão em constante mudança, a fim de se planejar e estabelecer as melhores
estratégias de negócio.
De nada adianta as organizações realizarem investimentos nas pesquisas, nas
pessoas, na gestão, nos processos e não serem criativas. Inovar exige os
investimentos, porém com criatividade e riscos necessários.
Logo, é de suma importância o papel que exercem os empreendedores e intra-
empreendedores na sociedade, que procuram buscar novas soluções para o velho
problema, ou mesmo vislumbram oportunidades onde outros não conseguem
enxergar.
Portanto não há uma “fórmula” pronta da inovação e não há melhorias sem que
haja mudanças efetivas, sendo que essas mudanças são provenientes da
combinação dos recursos humanos, financeiros e de conhecimento.
Também não há propósito algum de se esgotar o assunto aqui, se assim o
fizéssemos, estaríamos entrando em contradição com o próprio título desse material.
Afinal, como você já leu, que a única certeza nas nossas vidas ou no mundo
empresarial é que haverá mudança, assim, tudo muda o tempo todo, mude também!
Se assim você o fizer estará inovando e sendo criativo.
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UNIDADE 1 – INOVAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES
O que é preciso para ser inovador? Você já deve estar pensando na resposta.
Para elucidar essa questão, vejamos a
história de Dick Fosbury1, atleta em salto
em altura. Até 1968 esse salto era
realizado com o corpo de frente para a
barra. Fosbory inovou ao saltar virando
as costas para a barra. Esse estilo ficou
mundialmente conhecido como estilo
Fosbury2.
Fonte: http://migre.me/aXMeE
Mais importante do que a idade são ideias! Um erro é pensar que mais
experiência é sinônimo de inovação, será que as pessoas com pouca experiência
não podem ser inovadoras? Tomas Edison3 registrou sua primeira descoberta aos
21 anos e Alexander Graham Bell4, inventor do telefone, se formou as 13 anos e aos
19 era professor de Universidade, portanto os inexperientes também podem inovar.
1
Informações a respeito em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Salto_em_altura>. Acesso em 13 set. 2012
2
Veja o vídeo que elucida esse grande exemplo de inovação. Disponível em
<http://www.youtube.com/watch?v=RY_u-rIh7ME>. Acesso em 13 set. 2012.
3
Thomas Alva Edison ( 1847 - 1931) desenvolveu muitos dispositivos importantes de grande
interesse industrial. Foi um dos primeiros inventores a aplicar os princípios da produção maciça ao
processo da invenção. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Edison>. Acesso em 13
Set. 2012.
4
Alexander Graham Bell (1847 - 1922) foi cientista, inventor e fundador da companhia telefônica Bell.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Graham_Bell>. Acesso em 13 Set. 2012.
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Indiferente se é mais ou menos velho, mais ou menos experiente, o que interessa
são as ideias.
Podemos citar também, como exemplo de empresa inovadora e criativa da
atualidade o Circo de Soleil. Apesar da sua
estrutura complexa em quantidade de artistas
e funcionários, lidando com as diferenças de
culturas e idiomas, a todo o momento procura
criar, inovar. Lidando com riscos e desafios,
produz encantamento ao público. Isso é que
move a empresa5.
Fonte: http://migre.me/aXMrN
A princípio quando se fala de inovação nas organizações é ter boas ideias,
considerando-se o conjunto que as ideias provocam mudanças e resultados
superiores aos que se vem obtendo. Também é comum relacionar a inovação à
melhorias dos processos, serviços, clientes, tecnologia, produtos, entre outros.
No caso específico da tecnologia, é notório que é uma forma de
diferenciação, que um produto ou serviço não possa ser imitado, dando uma
proteção para a organização, uma sustentabilidade. Entretanto, inovação não deve
ser resumida ao uso da tecnologia.
Assim, independentemente do tipo de melhoria gerada, tudo começou com a
geração de uma ideia, sendo que a implementação da mesma poderá ocorrer de
forma instantânea pelo seu criador ou ainda a ideia poderá sofrer tempo de pesquisa
e desenvolvimento até ser colocada em prática. Portanto, é possível afirmar que
existe inovação quando é dada uma “nova vida” para uma “velha ideia”.
Algumas organizações procuram criar programas de inovação, geram um
ambiente favorável, estimulam seus colaboradores a gerarem ideias, estabelecem
regras de avaliação, criam comitês avaliadores, dão retorno aos seus colaboradores
e realizam premiações das melhores ideias6.
Para que haja um ambiente favorável na organização na geração da inovação
faz-se necessário a existência de um líder, que também estimule e seja inovador,
5
Apresentação do Cirque do Soleil – Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=ztXmzMvSXZ0> Acesso em 10 Ago. 2012.
6
Veja o caso da Oi. Disponível em: <http://www.oi.com.br/ArquivosEstaticos/oi/Programa-Oi-
Inovacao/sobre-o-projeto.html>. Acesso em 10 Ago.2012.
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que corra riscos, estabeleça uma boa comunicação entre as áreas e possa promover
as pessoas inovadoras da empresa.
Terra (2007) assim comentou:
[...] é bastante nítido o fato de empresas, reconhecidamente líderes,
terem uma série de processos e atividades sistemáticas voltadas
direta e explicitamente para gerar inovação. Exemplos disso são
programas de ideias, laboratórios de criatividade e ideação,
comunidades de inovação e aprendizagem internas e com clientes e
fornecedores, skunk works (equipes dedicadas à inovação fora do
contexto organizacional), processos formais de P&D e stage-gates,
programas de pesquisa com universidades e institutos e consórcios
de pesquisa, processos sistemáticos de benchmarking interno e
externo, etc.
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Caso da empresa 3M
Inovação sempre foi um modo de vida na 3M. Em quase um século, a cultura da
3M promoveu a criatividade e deu a seus empregados a liberdade de assumir riscos e
tentar novas ideias. Começando com a
invenção da lixa de papel em 1904, a cultura
especial da empresa produziu marcos da vida
cotidiana tais como fita adesiva, fita celofane,
fita magnética e videoteipe. De seus
laboratórios surgiram as tecnologias de não-
tecidos, que foram usadas para produzir
utilidades domésticas como a toalha de limpeza
Scoth-Brite e materiais de isolamento; tecido
Scothgard para proteção de móveis e Scoth-
Brite para panos de limpeza de chão.
Fonte: http://migre.me/aXNi8
A lista de inovações da 3M é praticamente sem fim – mais de 50.000 produtos que
fazem a vida melhor – servindo a uma gama extremamente diversificada de usuários e de
indústrias, incluindo automotiva, comunicações, construção/manutenção, eletroeletrônica,
saúde, produtos industriais, material de escritório, farmacêuticos, higiene e segurança,
telecomunicações e transportes.
“Inovação guia o crescimento”, diz L.D. de Simone, presidente da 3M. “Desde o
nosso começo em 1902, o sucesso da 3M veio produzir soluções inovadoras para os
problemas de nossos clientes. Isto é ainda mais verdadeiro hoje do que no passado,
porque os clientes são mais exigentes e a competição mais feroz.”
Enquanto as lendas sobre a 3M – como as histórias por trás das invenções da lixa
de papel, do Scotchgard e do Post-it – surgem que a serendipitia é um fator no sucesso da
companhia, a 3M inovou principalmente pelo poder da organização. A inovação é
conseguida pela inserção de suas regras poderosas nos objetivos financeiros da 3M: gastar
acima de 6,5% das vendas em pesquisa e desenvolvimento e gerar acima de 30% das
vendas corporativas com produtos abaixo de quatro anos de existência.
O compartilhamento das melhores práticas é conseguido por meio do Fórum
Técnico da 3M, estabelecido em 1951 para “encorajar a troca livre e ativa de informações e
a fertilização cruzada de ideias”. Todos os cientistas, engenheiros e técnicos da 3M
pertencem ao fórum, que providencia meios formais e informais de comunicação.
Nem toda a inovação na 3M provém de seus laboratórios de pesquisa. Em 1996 a
companhia lançou por toda a empresa três iniciativas para acelerar o crescimento pela
inovação de processos projetados para tornar a companhia mais centrada no mercado,
permitindo às unidades de negócios serem mais ágeis na resposta às demandas do
consumidor.
Umas das iniciativas – chamada Pacing Plus – é destinada a alavancar tecnologias
ou capacidades que sejam exclusivas da 3M para criar novos produtos de rápido
crescimento, lançá-los mais depressa e mudar a base de competição nos seus mercados.
Uma segunda iniciativa – Supply Chain Excellence – é um macroesforço para
aumentar a velocidade e eficiência da cadeia de fornecimento (supply chain) da empresa,
que inclui: o suprimento de matérias-primas, o processamento de ordens dos clientes,
manufatura, distribuição e entrega dos produtos. A Supply Chain Excellence afeta a
performance da companhia em 1,4 milhão de ordens anuais de 45.000 clientes nos Estados
Unidos e em um número similar de ordens internacionais.
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A terceira iniciativa – Ganhar a Lealdade do Cliente – é focada em “manter
promessas” aos clientes, enviando ordens completas, em tempo; desenvolvendo novos
produtos para resolver problemas específicos (customização); mantendo promessas de
qualidade e performance; e fazendo todas as partes de uma unidade de negócios
trabalharem juntas para reforçar e proteger a integridade da marca 3M.
“Todas as três iniciativas são dirigidas para os clientes e irão acelerar o
crescimento nos ajudando a ser a empresa mais inovadora e o fornecedor preferencial”,
disse de Simone. “O objetivo central dessas iniciativas é criar uma força poderosa para um
crescimento lucrativo e para construir uma 3M cada vez mais forte.”
Fonte: MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de
Materiais e Recursos Patrimoniais. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
7
Sonhando com BRICs. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org)/wiki/BRIC#Sonhando_com_os_BRICs:_A_caminho_de_2050>. Acesso em
02/06/2012.
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Brasil, deverão preparar-se para serem também competitivos. E como ser
competitivo? Baixando os custos de produção, reduzindo a carga tributária, tendo
infraestrutura moderna, tecnologia de ponta, alto nível de informatização, com
inovação e criatividade.
Outro fator a ser considerado nos últimos tempos tem sido o Business
Process Outsourcing (BPO), que é a terceirização de um processo de negócio da
organização, assim, as atividades que não são consideradas do negócio essencial
passam a ser executadas por empresas especialistas. Surgem as empresas
terceirizadas, responsáveis pelo atendimento, vendas, reclamações, limpeza,
segurança, montagem, produção, manutenção, instalação, transporte,
telecomunicações, entre outras.
Toda essa mudança tem ocorrido para tornar as empresas mais flexíveis e
enxutas, baixando dessa forma seus custos, tornando-as mais competitivas. A
competitividade sempre deve estar voltada para o crescimento, que sem dúvida está
relacionado a alguma atividade empreendedora.
Barley e Hesterly (2007, p.50) comentam sobre o processo de inovação: “Os
processos de uma empresa são atividades em que ela se envolve para projetar,
produzir e vender seus produtos e serviços. Sendo assim, inovação de processo são
esforços de uma empresa para refinar e aprimorar seus processos atuais”.
A figura a seguir melhor demonstra os estágios de inovação de um processo ou
produto com base na competitividade de mercado.
Barley e Hesterly (2007) afirmaram que nos estágios iniciais de
desenvolvimento de um setor, a inovação de um produto é muito importante, porém
ao longo do tempo a inovação do produto passa a perder um pouco de importância e
inovações que têm por propósito reduzir custos de produção, melhoria da qualidade
dos produtos e aperfeiçoamento dos processos passam a ter maior importância.
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Figura 1 - Processo de Inovação
Fonte: Adaptado de Barney e Hesterly (2007)
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social. Foi o que ocorreu no campo social quando Muhammad Yunus8, através do
Grameen Bank, teve a brilhante ideia de implantar o microcrédito.
8
Em 2006 foi laureado com o Nobel da Paz. É autor do livro Banker to the poor (em português, O
banqueiro dos pobres). A palavra "microcrédito" não existia até 1970. Yunus cunhou-o para designar
um tipo muito específico de crédito, que ele concebera, e cujo objeto principal não são os pequenos
produtores, mas as populações pobres, que não têm, absolutamente, acesso a qualquer outro tipo de
crédito. Yunnus concebeu, e conseguiu implantar, a mais conhecida e bem sucedida experiência de
microcrédito do mundo. Yunus concedendo empréstimos de pequena monta, com seus próprios
recursos, para famílias muito pobres de produtores rurais, focalizando principalmente as mulheres. Os
bons resultados obtidos nessa primeira fase do projeto levaram-no a expandir essas operações com
recursos de terceiros. Fonte: disponível em:
<http://pt.wikiphttp://pt.wikipedia.org/wiki/Muhammad_Yunus>. Acesso em 13 jul. 2012.
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novas fronteiras inexploradas. Porém, conhecimento não é
necessariamente sinônimo de teoria. Novos conhecimentos surgem a
partir de ciclos de prática, experimentação, reflexão e síntese.
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reconhecimento e na valorização da variedade, por sua vez, torna-se muito
mais fácil encontrar talentos. O importante é ter mentes e ouvidos para
detectar talentos não óbvios e descobrir como inseri-los na “mistura
organizacional” (melting pot) buscando a geração de valor para o indivíduo e
para a empresa.
3. Parar a linha de montagem: É indispensável que líderes da Era do
Conhecimento tenham o discernimento que para competir na base do
conhecimento, é preciso “parar a linha de montagem” de tempos em tempos.
Como criar conhecimento se não “der um tempo” para que as pessoas
possam pensar na criação do novo? O essencial é a geração de energia
potencial para a ação, que ocorre a partir da síntese, reconfiguração e
questionamentos.
4. Abrir a organização: Trata-se de fomentar um ecossistema de aprendizado
e abrir espaços para o inesperado, para a criatividade e inovação. Através
dos grupos do seu ambiente externo, é preciso estabelecer parcerias
estratégicas na “criação do novo”, com outras empresas, parceiros, clientes
fornecedores, consultores e universidades. É importante trocar
conhecimentos sobre assuntos diretamente relacionados aos negócios ou a
novos aprendizados.
5. Incentivar contatos diretos com os clientes: sempre foi dito que grande
parte das inovações é originada através das sugestões dos clientes. Isto é
verdadeiro. A lógica é que só se aprende e se desenvolvem novos insights a
partir da socialização efetiva com os clientes. Organizações orientadas para
a produção de novos conhecimentos de valor para o mercado e para seus
clientes investem em práticas e iniciativas que colocam grande parte dos
colaboradores e clientes em situação de socialização, debate e troca efetiva
de aprendizados. Quando os colaboradores da empresa atingem esse
estado emotivo, podem produzir novos conhecimentos e iniciativas
realmente úteis, pois foram capazes de observar analiticamente, de se
colocarem no lugar dos clientes e de se solidarizarem com os desafios
propostos por ela.
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Para melhor entendimento, leia o caso a seguir: o sorvete de baunilha e a
GM. Depois você poderá responder: e se a GM não tivesse dado a atenção para o
seu cliente?
9
Disponível em <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/o-cliente-sempre-tem-razao-o-
conto-do-sorvete-de-baunilha/13265/>. Acesso em 15 Ago. 2012.
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introduziu a alteração em todos os modelos a partir da linha 99.
Mais que isso, o autor da reclamação ganhou carro novo, além da reforma do que
não pegava com sorvete de baunilha.
A GM distribuiu também um memorando interno, exigindo que seus funcionários
levem a sério até as reclamações estapafúrdias, “porque pode ser que uma grande
inovação esteja por trás de um sorvete de baunilha” diz a carta da GM. Isso serve para as
empresas nacionais que não têm o costume de dar atenção a seus clientes, tratando-os até
mal.
Com certeza esse consumidor americano comprará outro produto Pontiac, porque
qualidade não está dentro da empresa, está também no atendimento que despendemos
aos nossos clientes.
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que possuem flexibilidade no ambiente de trabalho possuem horários e
locais de trabalho flexíveis (na empresa ou em casa), flexibilidade na
liberação de cursos e treinamentos, entre outros.
9. Prover experiências: Organizações baseadas nos conhecimentos saem da
rotina, são criativas, possuem pessoas com mentes curiosas que estão
buscando constantemente novos desafios, experiências e testando
hipóteses, reações e suas próprias habilidades em outros contextos.
Portanto é necessário que os líderes organizacionais estimulem, motivem e
influenciem seus liderados para gerar novos conhecimentos, que saiam da
rotina e burocracia das organizações. Como formas de prover experiências
para ampliar o potencial inovador e criador, podem-se realizar nas
organizações processos de job roatation, treinamentos de coaching e
mentoring.
10. Celebrar a inovação: É natural que o “novo” possa trazer “medo” em
função do resultado esperado, porém novas conquistas são celebradas
pelas pessoas, uma vez que a inovação é também uma superação. A
inovação, a iniciativa, a perseverança devem estar incorporadas nas
organizações e devem ser celebradas como forma de melhorar a autoestima
das pessoas que contribuíram para o novo. Esse valores e atitudes devem
ser estimuladas e reconhecidas por aquelas pessoas que fizeram a
diferença.
Logo, as práticas mencionadas devem servir de base para a implantação de
uma gestão organizacional do conhecimento e, se devidamente adotadas, irão
proporcionar retornos maiores às organizações.
Como conclusão dessa discussão, veja outro exemplo de empresa moderna: a
empresa Super Uber10 (http://www.superuber.com.br/), que está inovando,
surpreendendo seus clientes através de projetos com arquitetura e design super
modernos. Baseado em pessoas e com um ambiente que gera inovação e
criatividade, procura ser arrojada naquilo que faz. Convido você a entrar no seu site
e verificar como a empresa tem trabalhado a inovação.
10
Super Uber – Reportagem da Super Uber. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=dErO_p7yfvY>. Acesso 15 Ago. 2012.
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1.4 Tipos de Inovação
O Manual de Oslo, criado pela Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE11) em sua primeira edição de 1992 focou a
inovação Tecnológica de Produtos e de Processo (TPP).
Na segunda edição do Manual de Oslo (1997) ocorreu a expansão dos
conceitos de inovação voltada para os Serviços. A terceira edição do Manual de
Oslo de 2005 passou incorporar dois novos tipos de inovação: de marketing e
organizacional, conceitos testados em vários países. A partir dessas publicações, o
Manual de Oslo se tornou uma das principais referências sobre inovação em nível
mundial.
Portanto, o Manual de Oslo defende a premissa de quatro tipos de inovações:
nos Produtos, Inovações de Processos, de Marketing e Organizacionais,
apresentando assim o conceito de inovação:
Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço)
novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo
método de marketing, ou um novo método organizacional nas
práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas
relações externas. (MANUAL DE OSLO, 2005, p. 55)
11
Os membros da OECD são: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, República Tcheca, Dinamarca,
Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Coréia, Luxemburgo,
México, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, República, Eslovaca, Espanha,
Suécia, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.
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Podemos citar como exemplo os celulares, as câmeras digitais, os
computadores, até mesmo as mudanças sofridas ao longo dos tempos nos
automóveis (sensor de chuva, sensor de distância, GPS, etc.). Exemplos não faltam!
As inovações de produtos no setor de serviços podem ser percebidas na
qualidade, confiabilidade ou velocidade de entrega. É o que a internet tem
proporcionado às empresas e clientes: transações bancárias, compra, vendas de
produtos, relacionamentos sociais e outros mais.
12
CASOS DE SUCESSO: HP – Disponível em: <http://www.rfid-
coe.com.br/_Portugues/CasosDeSucesso.aspx>. Acesso em 10 Ago. 2012
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1.4.3 Inovação de Marketing
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simulação fica registrada e após o uso a pessoa deixa seu e-mail de contato. A
Natura, através da sua loja virtual entra em contato com o cliente oferecendo os
produtos que mais gostou (<http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/natura-cria-
espelho-de-maquiagem-virtual-em-sao-paulo>. Acesso em 11 Ago. 2012).
Para inovar em marketing também foi utilizado o uso de celebridades na
divulgação dos produtos, é o caso de Brad Pitt fazendo a divulgação do Corolla Altis
(<http://www.youtube.com/watch?v=dEsJ0J_gmbk>. Acesso em 11 Ago. 2012).
Outro exemplo de inovação em marketing é o caso que tem ocorrido
fortemente nos clubes de futebol, que explorando a paixão dos seus torcedores
procuram sempre estar lançando camisas novas. Também as promoções do sócio-
torcedor para venda de ingressos. Havia isso no passado?
A Dell (<http://www.dell.com.br/>. Acesso em 10 Ago. 2012) também inovou
ao lançar seus notebooks de maneira muito customizada, onde o cliente é quem
escolhe as configurações, inclusive a cor. Ao comprar o produto o cliente passa a
receber por e-mail todas as informações e fases de produção e entrega.
Também é considerado inovação em marketing quando a empresa implanta
métodos ainda não utilizados.
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Também poderão ser desenvolvidos programas para descentralização das
decisões de responsabilidade, de maneira a valorizar as decisões individuais ou de
equipe, valorizando a geração de novas ideias.
Exemplo de inovação nas organizações é a flexibilização do horário de
trabalho, onde as pessoas podem cumprir suas horas de trabalho de forma
diferenciada uma das outras, ou ainda realizar suas atividades em casa.
No aspecto da colaboração externa, a empresa inova quando mantém novas
relações com entidades do governo ou iniciativa privada, como projetos de pesquisa
e apoio (veja o caso da Oi – Disponível em: <http://www.oifuturo.org.br/>. Acesso em
11 Ago. 2012).
A organização inova quando implanta sistemas de relacionamento com seus
fornecedores ou ainda participa com projetos de parcerias no desenvolvimento de
novos produtos ou na prestação de serviços.
Portanto, toda e qualquer mudança organizacional que visa implantar uma
estratégia organizacional onde são desenvolvidas novas práticas nos métodos de
trabalho, nos negócios ou nas relações externas, são consideradas inovação
organizacional.
Exercício 1
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UNIDADE 2 – CRIATIVIDADE NAS ORGANIZAÇÕES
Fonte: http://migre.me/5XOhQ
Uma pessoa criativa é aquela que tem a mente aberta para o novo, além
disso, possui algumas características como a curiosidade, capacidade de ver as
coisas sob um ângulo diferente, tem perseverança, é autoconfiante, tem humildade
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para perceber os próprios limites e pedir ajuda, além de ter a capacidade de
perceber que uma ideia nova pode ser útil.
Evidentemente que o sucesso organizacional irá ao encontro com o conjunto
dessas características e outras desejáveis. Porém, são características que não estão
presentes em todas as pessoas, entretanto podem ser treinadas.
Compare por exemplo, com um jogador de xadrez, que quanto mais treina,
mais terá habilidade nas suas estratégias nas jogadas e encontrará maior facilidade
para derrotar seus adversários.
Um dos pioneiros no estudo da criatividade é o inglês Graham Wallas, que em
1962 elaborou o primeiro modelo do pensamento criativo. Segundo Wallas, a criação
de uma nova ideia é um processo de quatro etapas:
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Para melhor entendimento do assunto, leia a seguir como surgiu a Velcro13:
13
Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Velcro>. Acesso em 02. Jul.2012
14
Alex F. Osborn (1888-1966) foi autor de uma importante técnica de criatividade denominada de
brainstorming.
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produto. Esse produto foi desenvolvido por meio de um processo mental da
pessoa. E como as pessoas não são isoladas, também precisa ser considerado o
ambiente em que vivem.
A partir desse estudo, em 1961 Rhodes, desenvolveu o modelo das “quatro
dimensões da criatividade”: pessoa, produto, processo e ambiente (pressão). A
figura a seguir apresenta essas quatro dimensões inter-relacionadas.
Ambiente (pressão)
Pessoa Processo
Produto
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Flexibilidade: refere-se ao número de categorias em que as respostas se
encaixam. Por exemplo, uma pessoa poderia sugerir pouco uso para o
celular, porém em categorias diferentes, como falar, mandar uma mensagem,
fotografar, utilizar na função GPS, pagar conta, ler e-mail, entre outros.
Originalidade: refere-se à raridade da resposta. Os resultados do participante
são comparados com os de outros, e as respostas mais raras são
consideradas as mais originais.
Elaboração: refere-se ao detalhamento da resposta. Quanto mais
pormenorizada e precisa, mais elaborada ela é.
Além desses indicativos há outras habilidades como características da pessoa
criativa:
Análise: capacidade de decompor um elemento em fragmentos menores.
Está ligada à habilidade de isolar problemas.
Síntese: capacidade de compilar fragmentos e formar um todo. Essa
característica também está relacionada à habilidade de extrair os elementos
mais importantes de diferentes ideias, fazendo um resumo dos “principais
pontos”.
Abertura: capacidade de se desvincular de esquemas mentais rígidos e
preconcebidos.
Comunicação: capacidade de verbalizar seus pensamentos e emoções e de
explicar aos outros suas ideias.
Sensibilidade para problemas: capacidade de perceber pontos que podem
ser melhorados.
Redefinição: capacidade de encontrar novas aplicações para um objeto.
Nível de inventividade: capacidade de criar elementos novos e, ao mesmo
tempo, valiosos, úteis.
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Para Kirton, os adaptadores são aquelas pessoas que preferem resolver
problemas sem mexer na estrutura ou paradigma já existente. Possui dificuldade
para perceber oportunidade fora dessa estrutura. Já os inovadores resolvem
problemas revolucionando paradigmas. Essas pessoas têm dificuldades em
conseguir adesão às suas ideias radicais de mudança.
Puccio (1999), apresenta um resumo das características existentes entre as
pessoas consideradas adaptadores e inovadores. Veja o quadro a seguir.
ADAPTADORES INOVADORES
São preciosos, confiáveis, eficientes, São vistos como pessoas indisciplinadas,
metódicos, prudentes, disciplinados e que pesam tangencialmente e abordam os
conformistas. problemas por ângulos diferentes.
Descobrem tanto problemas quanto
Preocupam-se mais em resolver problemas
soluções. Lidam com os problemas
do que em edificá-los.
questionando os paradigmas preexistentes.
“Ateiam fogo” em equipes mornas; tratam os
Preferem resolver problemas por métodos já
consensos com irreverência; são tidos como
conhecidos e testados.
cáusticos, criadores de dissonância.
Amenizam problemas investindo no
São vistos como insensatos e pouco
aperfeiçoamento da eficiência; tentam
práticos; muitas vezes entram em choque
preservar ao máximo a continuidade e a
com seus opositores.
estabilidade.
São vistos como sensatos, bem ajustados e Ao perseguir seus objetivos, dão pouca
confiáveis. atenção aos meios tradicionais.
Ao perseguir seus, dão pouca atenção aos
Tendem a transformar meio em objetivos.
meios tradicionais.
Suportam uma rotina de trabalho minucioso
Parece que o tédio nunca os atinge. São
(manutenção de sistemas) apenas por
capazes de manter alta precisão mesmo em
períodos curtos; rapidamente delegam
longas jornadas de trabalho minucioso.
tarefas rotineiras.
Assume a liderança dentro de estruturas Em situações não estruturadas, tendem a
predefinidas. assumir o controle.
Desafiam regras raramente, cautelosamente Desafiam regras com frequência; têm pouco
e apenas quando contam com forte apoio. respeito por tradições.
Tendem a ser bastante autocríticos; reagem
Parecem não duvidar de suas novas ideias;
a críticas aderindo ainda mais ao sistema;
não precisam da aprovação alheia para
são vulneráveis à autoridade e à pressão
manter a autoconfiança.
social; tendem a seguir regras
São essenciais ao funcionamento rotineiro
Saem-se muito bem em momentos de crise;
da organização, mas de vez em quando
podem até mesmo evitá-las, caso consigam
precisam ser “arrancados” de seus
canalizar seus esforços para isso.
paradigmas.
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Ao colaborar com inovadores Ao colaborar com adaptadores
São preciosos, confiáveis, eficientes, São vistos como pessoas indisciplinadas,
metódicos, prudentes, disciplinados e que pesam tangencialmente e abordam os
conformistas. problemas por ângulos diferentes.
Estabelecem orientação para tarefas,
São fontes de estabilidade, ordem e
rompendo com as teorias aceitas do
continuidade.
passado.
Muitas vezes ameaçam a coesão e a
Mantêm a coesão e a cooperação da equipe
cooperação da equipe – são insensíveis a
– são sensíveis a questões interpessoais.
questões interpessoais.
Fornecem uma base segura para operações Fornecem a dinâmica para que mudanças
mais arriscadas. radicais periódicas sejam desencadeadas.
Fonte: Puccio (1999)
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Disposição para assumir riscos
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Provavelmente você deve estar se questionando: o que fazer com aqueles
que têm baixa motivação para a inovação e disposição para assumir riscos? Para
esses há que se trabalhar para estimulá-los em ter atitudes mais criativas. Cabe à
liderança e à cultura organizacional fazer com que predomine o estilo mais criativo.
Foi com este propósito que Byrd e Brown propuseram trabalhar quatro fatores
da disposição da criatividade e três fatores da disposição de assumir riscos.
Esses fatores são apresentados no quadro a seguir. Note que na segunda
coluna do quadro estão os opostos a serem evitados.
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Flexibilidade Rigidez
Possuem capacidade de adaptação
2 diante de um problema. Não desistem, São inflexíveis diante de uma mudança,
são determinantes. Veem o problema de uma rejeição ou problema.
como oportunidade.
Autoaceitação Vitimação
São autoconfiantes no seu
3 comportamento. Têm pouco Gente que vive reclamando e acusando
arrependimento e procuram não ser os outros.
perfeitas.
Fonte: adaptado de Academia Pearson (apud Byrd e Brow, 2011)
Portanto, esses fatores precisam ser trabalhados, uma vez que contribuem
para alterar o estilo pouco criativo ou baixa disposição para assumir os riscos.
Fonte: http://migre.me/aXUY4
Todo o estudo realizado até aqui de nada adianta se não houver um ambiente
propício para gerar criatividade. Este item discutirá como gerar um ambiente criativo
nas organizações.
Alencar e Fleith (2003, p.04), assim comentam sobre o ambiente criativo:
Sabe-se que a criatividade não ocorre no vácuo e não pode ser vista
fora deste contexto, especialmente porque tanto a pessoa como o
produto são julgados e avaliados como criativos ou não por pessoas
do seu contexto social. Entretanto, o tipo de ambiente que facilita o
32
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desenvolvimento e realização do potencial criativo depende também
de outros fatores, como, por exemplo, do nível do potencial criativo
da pessoa e da área em que a pessoa criativa se expressa. Desta
forma, o ambiente que facilita a expressão criativa interage com
variáveis pessoais e situacionais de uma forma complexa.
33
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Mais tarde o Scott Isaken15, contribuiu no estudo realizado por Ekvall, e assim
foram criadas as nove dimensões do ambiente organizacional, que também ficou
conhecido como o modelo de Ekvall-Isaken:
15
Do centro de estudos Criativos da Universidade de Buffalo.
34
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O método KEYS apresenta seis práticas que são estímulos da criatividade e
dois que são considerados inibidores à criatividade.
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Portanto toda organização criativa deve desenvolver ações que estimulem os
fatores criativos e, sem dúvida, eliminar os inibidores da criatividade.
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Reconhecer os insights
1
deflagradores da criatividade
Gerar
2
alternativas
Escolher as alternativas
3 mais adequadas
Já chegou a Não
4 uma solução?
Sim
Não
Transferir as ideias criativas
5 para o mundo real
Sim O que se
Não aprendeu nesse
6 processo criativo
permite mais
melhorias?
Não
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2ª Etapa: geração de alternativas: neste momento as pessoas são
estimuladas para gerarem múltiplas alternativas na solução de problemas. A técnica
do Brainstorming poderá ser utilizada nesta etapa.
3ª etapa: seleção de alternativas: após a geração das prováveis alternativas
no desenvolvimento de um projeto ou mesmo na resolução de um problema, deve
ser escolhida a(s) alternativa(s) mais indicada(s) para o sucesso ou resolução do
problema.
4ª etapa: repetição das etapas 2 e 3: é comum que diante das diversas
alternativas que o grupo tenha, ainda encontre dificuldades na alternativa mais
assertiva para o desenvolvimento do projeto ou resolução de um problema, quando
ocorrer isso, o ideal é retornar para a etapa de geração de alternativas e seleção da
mesma, para poder visualizar a solução a ser atingida através de uma visão
diferente da inicial.
5ª etapa: transferência das ideias para o mundo real: é nesta etapa que
acontece a materialização da ideia inicial. Aquilo que inicialmente buscava-se, como
a solução para um problema, um novo produto, um novo sistema, “a transformação
do velho no novo”, enfim, é transformado em realidade. A nova ideia é colocada em
prática na organização ou inclusive é oferecida aos clientes.
6ª etapa: aprendizado obtido do processo criativo: o processo da
criatividade é constante e sempre deverá ser repensado, pois o que é materializado
“hoje” pode ser aperfeiçoado “amanhã”. Portanto, aqui está o segredo da vantagem
competitiva de sempre: procurar “reinventar” para poder explorar ainda mais os
pontos fortes dos produtos e/ou serviços, por exemplo.
7ª etapa: finalização do produto / serviço: dentro do processo da
criatividade é uma etapa que não deveria ocorrer, em função de que a criatividade é
um constante “reinventar”, o novo. Portanto é até contraditório afirmarmos que “um
dia tudo pode acabar” quando o assunto é criatividade.
Entretanto, a realidade do mercado é muitas vezes diferente de como deveria
ocorrer o processo criativo. É fácil de observar empresas que fecharam as suas
portas ou marcas que desapareceram. Vejamos o caso do Banco Bamerindus, o
Banco Nacional, o creme dental Kolynos, o Kichute, o Conga, as lojas Arapuã, o
Cremogema, USTop, o Mappin, a Mesbla, a fabricante de carros Gurgel, entre
outros.
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Evidentemente, que cada caso deve ser analisado para identificar que fatos
motivaram a “finalização da empresa e/ou marca”? Que pode ter ocorrido por
quedas nas vendas, má gestão ou ainda por falta de inovação e criatividade no seu
negócio.
Portanto, o modelo do processo criativo proposto por Hiam oferece uma visão
clara de como conduzir um problema para a solução do mesmo, onde as pessoas
devem ficar motivadas e estimuladas a sempre fazerem perguntas certas que levem
a obter as respostas certas. As experiências adquiridas ao longo do tempo, sem
dúvida, levam ao aperfeiçoamento da criatividade humana.
Exercício 2
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UNIDADE 3 – PRÁTICAS PARA ESTIMULAR A CRIATIVIDADE NAS
ORGANIZAÇÕES
Fonte: http://migreme.net/1nsa
Além do que já foi discutido na unidade anterior, esta unidade tem o propósito
de mostrar algumas práticas que as organizações têm utilizado para estimular a
criatividade dentro do seu ambiente e através das pessoas.
As organizações mais inovadoras possuem as pessoas mais criativas? A
resposta para essa pergunta é sim! A criatividade é parte natural do ser humano,
existe em todos nós, em níveis diferentes e de várias formas, porém precisa ser
explorada.
Estabelecer algumas práticas para estimular a criatividade de certa maneira é
simples, como por exemplo:
Escreva tudo aquilo que pode ser mudado ou melhorado: Como eu posso
fazer o meu trabalho melhor? Como eu posso ajudar a minha empresa?
Procure anotar todas as informações possíveis;
Seja bastante observador, crítico e curioso;
Faça sempre perguntas “inteligentes” e não “aceite” a primeira resposta
recebida. Procure sempre questionar: mas por quê?
Envolva-se com a busca de informações, com a pesquisa, procure escutar
mais do que falar: observe o que não foi dito ou o que não está ainda escrito;
Mantenha sua mente sempre aberta com pensamentos positivos e ocupe
sempre seu tempo de forma inteligente. Nunca deixe a ociosidade dominar
você.
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Entretanto, de nada adianta ter uma excelente ideia se não for colocada em
prática. Neste sentido, Shaw16 (1856 - 1950), disse: “as pessoas que vencem neste
mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as
encontram, as criam”.
3.1.1 Brainstorming
Técnica para a geração de ideias desenvolvida nos anos 30 por Alex Osborn,
especialista em publicidade e criatividade. A técnica propõe a realização de
dinâmicas para que os participantes exponham suas ideias e cheguem ao
denominador comum de um objetivo previamente estabelecido.
Poderá ser aplicado, por exemplo, para:
Desenvolvimento de novos produtos;
Melhoria dos serviços;
Gestão de processos;
Gestão de projetos;
Formação de equipes;
Solução de problemas, etc.
O objetivo do brainstrorming é levantar possíveis causas dos problemas e não
as soluções.
O grupo deverá ter um líder, pessoa capaz de manter a calma e manter um
ambiente descontraído, e membros, pessoas que conheçam o problema a ser
discutido e estejam no mesmo nível hierárquico dentro da organização.
Para a realização do brainstorming, o líder deve iniciar a discussão após
contextualizar o problema, sempre incentivando a criatividade e a geração do maior
16
Disponível em: <http://pt.wikiquote.org/wiki/George_Bernard_Shaw> >. Acesso em 17 out. 2012
41
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número possível de ideias. É importante que o líder não censure ideias, deve rejeitar
qualquer crítica às mesmas.
Após esgotar o assunto, devem-se listar todas as ideias, avaliando a relevância
de cada uma para o problema discutido. É importante garantir que não haja ideias
repetidas e que estejam escritas de forma clara e objetiva.
É importante que o líder da equipe relacione todas as ideias em uma folha de
flipchart ou em um quadro, de forma que
sejam expostos os pensamentos. Ao final tem-
se uma lista das ideias mais importantes ou
criativas que devem continuar sendo
analisadas de forma a priorizá-las. As ideias
mais importantes devem ser transformadas
em um plano de ação.
Fonte: http://migre.me/aHCWr
De acordo com VanGundy (apud Pearson Education do Brasil, 2011, p. 54-
55), é possível dar uma “turbinada” no Brainstorming através da técnica de inversão
de pressupostos. Os passos são os seguintes:
1. Listar todos os pressupostos do problema, por mais lógicos que possam
ser;
2. Inverter cada um deles;
3. Usar cada inversão como um estímulo para geração de ideias.
Para melhor entendimento, observe o exemplo a seguir:
42
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Outra forma de turbinar o Brainstorming é através da Intuição Semântica,
que surgiu na Alemanha, no Instituto Battelle. Para aplicá-la, diferentemente do
modo tradicional de inventar primeiro um produto, aqui a ideia é começar inventando
um nome e depois achar um produto que sirva para esse nome.
Para aplicar essa técnica devem-se seguir os seguintes passos:
1. Criar duas listas de palavras relacionadas ao problema.
2. Combine aleatoriamente palavras das duas listas.
3. Use as combinações para estimular novas ideias.
Para colocar na prática VanGundy (s/d) cita o exemplo de um guarda-chuva,
imaginando que a empresa queira novas ideias de produto. Seguindo os passos
tem-se:
43
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Outra técnica desenvolvida por VanGundy (apud Pearson Education do Brasil,
p. 55-56, 2011), é o check list de melhoria de um produto. Trata-se da
composição de um quadro que na coluna da esquerda tem a divisão em quatro
categorias e na direita tem uma lista de palavras (originalmente são 576 palavras)
que demonstram as funcionalidades ou estímulos de um produto.
... esboçar
1. Tente... ... limpar
... ajustar
... macio
2. Torne o produto... ... transparente
... magnético
... escadas rolantes
3. Pense em... ... mingau de aveia
... bombas-relógio
... camadas
4. Retire ou adicione... ... sex-appeal
... atrito
Fonte: Adaptado de VanGundy (apud Pearson Education do Brasil, 2011)
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3.1.3 Analogia
A analogia é uma relação em comum de um ou mais elementos de uma
investigação, pode ser de um produto ou serviço, que poderá não estar explícito,
mas subentendido.
Para melhor compreensão podemos pegar como exemplo uma geladeira: que
recursos de um portão eletrônico podem ser utilizados em uma geladeira? Como
utilizar-se da transparência dos vidros para fazer a estrutura física da geladeira?
Utilizar-se de botões
para abrir e fechar
Colocar a tampa do
como um portão
congelador na parte
eletrônico
inferior, como um
frigobar.
Fazer uma geladeira
transparente como um
vidro
Fazer uma geladeira
Fazer uma geladeira horizontal, como um
com formato diferente, freezer.
como uma pessoa ou
animal.
Fonte: http://migre.me/aK3Zh
A partir das analogias, a equipe deve buscar novas ideias, como nos
exemplos citados. É o caso de Santos Dumont, que construiu seu modelo de avião
com analogia aos pássaros, ou ainda o desenvolvimento do Velcro com analogia ao
carrapicho.
Pode-se citar também como exemplo Gutenberg17, que inventou a imprensa,
fazendo analogia com a cunhagem de moedas. Também o exemplo de James
17
Gutenberg, por volta de 1439, foi o inventor global da prensa móvel. Entre suas muitas
contribuições para a impressão estão: a invenção de um processo de produção em massa de tipo
móvel, a utilização de tinta a base de óleo e a utilização de uma prensa de madeira similar à prensa
de parafuso agrícola do período. Sua invenção verdadeiramente memorável foi a combinação desses
elementos em um sistema prático que permitiu a produção em massa de livros impressos e que era
economicamente rentável para gráficas e leitores. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Gutenberg>. Acesso em 13 set. 2012
45
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Watt18, que a partir da analogia das panelas com sopa quente que empurravam a
tampa para cima, introduziu melhoramentos no motor a vapor.
18
James Watt (1736 - 1819) destacou-se pelos melhoramentos que introduziu no motor a vapor, que
supôs um passo fundamental para a Revolução Industrial. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/James_Watt>. Acesso em 13 set. 2012.
46
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As etapas 1, 2 e 3, ou seja, a busca dos objetivos, busca de fatos e busca do
problema, caracterizam-se pela “exploração dos desafios”.
A etapa 4, a busca de ideias, é caracterizada pela “geração de novas
ideias”.
Já as etapas 5 e 6, a busca de solução e a busca de aceitação, caracterizam-
se pela “preparação para agir”.
A figura a seguir apresenta as seis etapas da SCP agrupadas nesses três
estágios maiores: Explore o desafio, gere ideias e prepare-se para agir:
Explore
o
desafio
Prepare
-se para Gere
agir ideias
Outro método que ficou muito conhecido como prática para estimular a
criatividade foi desenvolvido por Min Basadur19, é o SIMPLEX, que de maneira
resumida apresenta as seguintes fases:
1. Geração: descoberta dos problemas e dos fatos;
2. Conceitualização: definição dos problemas e descoberta das ideias;
3. Otimização: Planejamento das ações, avaliação e seleção;
4. Implementação: aceitação da ação e ação.
19
Reconhecido mundialmente no campo da criatividade, inovação e resolução de problemas
organizacionais. Fonte:
<http://www.fbcriativo.org.br/fbcriativo/interna.wsp?tmp_page=interna&tmp_secao=39&tmp_codigo=1
013>. Acesso em 13 set. 2012
47
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3.2 Fault Tree Analysis (FTA) - Análise da Árvore dos Problemas
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3.3 Estabelecendo prioridades dos problemas
Problema G U T Total
1 – Descrever o problema 1
2 – Descrever o problema 2
3 - Idem
4
5
6
7
...
Fonte: elaboração própria
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Passos para aplicar a técnica GUT:
1. A equipe inicialmente discute quais são os principais problemas da
organização (aplicar o Brainstorming);
2. Na coluna “Problema”, colocam-se, de forma sucinta, os que a equipe
considera como principais;
3. Para cada problema, a equipe deverá atribuir um peso para o “G, U e T”,
que poderão ser iguais ou não. É a equipe quem decide;
4. Multiplicam-se os pesos das colunas “G, U e T” e coloca-se o resultado
na coluna “Total”;
5. Na segunda planilha, colocam-se em ordem decrescente os valores da
Coluna “Total”;
6. Acrescenta-se mais uma coluna para incluir o percentual que representa
cada problema no conjunto geral.
7. Fazer os devidos gráficos que poderão ser para cada tipo de problema
e/ou geral;
8. Analisar os gráficos sob a ótica dos conceitos da “G, U e T”.
9. Apontar soluções para cada problema;
10. Por fim, utilizar essas informações para montar o plano de ação.
Após esse debate, podemos concluir com um resumo de uma técnica para
gerar mais e melhores ideias:
50
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Apesar de que o assunto não se esgota com a abordagem feita nesta unidade,
acreditamos que, aplicando as práticas aqui apresentadas, é possível estimular a
criatividade nas organizações e nas pessoas.
A unidade a seguir trata-se justamente dessa questão. Como fazer com que as
pessoas sintam motivadas para criar e inovar? Equipes que são mais criativas e
inovadoras são mais eficazes? É o que será discutido na próxima unidade.
Exercício 3
51
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UNIDADE 4 – EQUIPES EFICAZES ORIENTADAS PARA A
INOVAÇÃO E A CRIATIVIDADE
Fonte: http://migreme.net/1nsd
20
Consulte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardinho>. Acesso em 15 Set. 2012.
21
Thomas J. Peters (Tom Peters) gostava de dizer que era capaz de entrar numa empresa e em 15
minutos diagnosticar se os empregados estão satisfeitos ou não. Veja:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom_Peters>. Acesso em 15 Set. 2012.
52
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2. Extirpar os inertes, arrancar os apáticos como se fossem ervas daninhas
para dar lugar aos “destrambelhados”, que levem a produtos e serviços
originais.
3. “Fechar” em tudo que for possível com os jovens, pois eles são
frequentemente irresponsáveis, mas levam as coisas aos extremos.
4. Apoiar feriados e fins de semana generosos que possibilitem a todos
recobrar radicalmente as energias.
5. Estabelecer situações que estimulem a interação entre os colaboradores
da empresa, ou seja, criar um ambiente no qual haja coesão, que encoraje
a expressão da personalidade e facilite a constituição de equipe de projeto.
6. Constituir setores que tenham a responsabilidade de continuamente trazer
gente de fora para fazer desenvolver programas educativos e
principalmente os voltados para tornar cada um mais criativo.
7. Medir ao longo do ano a curiosidade de cada um dos colaboradores da
empresa, registrando a coisa mais estranha que eles fizeram, a ideia mais
louca que experimentaram no trabalho, ou as cinco regras dentro da
organização que eles mais criticam ou acham estúpidas, etc.
8. Procurar sempre pelos extremos ou situações de ponta que permitam
impulsionar o desempenho da empresa para novas alturas.
9. Fazer todo mundo “olhar-se no espelho”, do mais alto executivo ao mais
simples funcionário, para ter o hábito de perceber dia a dia alguma
diferença em si mesmo e assim gerar uma motivação, um entusiasmo
interno.
10. Ensinar a curiosidade, promovendo regularmente pelo menos as
tempestades cerebrais (brainstorming) para arrancar das pessoas as ideias
mais estapafúrdias.
11. Tornar o negócio da sua empresa o mais divertido possível, pois, num lugar
em que predomina o sorriso, é mais fácil recomeçar a trabalhar na
segunda-feira de manhã.
12. Mudar, sempre que for possível, o ritmo do trabalho, promovendo ações
fora da rotina tanto nas tarefas para executar como na permanência no
local de trabalho.
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Percebe-se nessas ideias a necessidade de que nas organizações haja
equipes (teambuilding) de alto desempenho, inovadoras e criativas, equipes de
pessoas que pensam de forma positiva.
4.1 Teambuilding
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Compartilhamento da glória do sucesso com todos os indivíduos que
estiverem envolvidos em um projeto.
É necessário acrescentar aqui, que o essencial nas equipes, muito mais do
que “formar equipe” é o foco nos seus fundamentos e no desempenho.
J. R. Katzenbach e D. K. Smith (apud Fialdini e Mirshawaka, 1996, p. 267),
apresentam um modelo de construção de equipes eficazes.
Esse modelo pressupõe que as equipes gerem produtos pelo trabalho coletivo
e também haja crescimento profissional. Para que isso ocorra é fundamental que
haja nas equipes capacitações, responsabilidades e compromissos. O centro do
triângulo apresenta como deverá ser o trabalho das equipes.
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Comunicador: pessoa voltada para o processo, sendo um ouvinte eficaz e
gerador de consenso.
Desafiador: pessoa que questiona as metas, os métodos e a ética da
equipe e a incentiva a assumir riscos bem concebidos.
Cada um desses estilos contribui na formação de equipes eficazes, tornando-
se interfuncionais, criando uma nova cultura organizacional.
Marco Cesar Goldbarg (apud Fialdini e Mirshawaka, 1996, p. 272), apresentou
também os princípios básicos do trabalho em equipe, devem ter: motivação,
desafios, união, responsabilidade, habilidade e comprometimento.
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Exercício 4
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UNIDADE 5 – APLICANDO OS 8 I’S DO CICLO DA
IMBATIBILIDADE
IDEIAS
INFORMAÇÕES
INOVAÇÕES
CICLO DA
IMBATIBILIDADE
INICIATIVA INSISTÊNCIA
INTROSPECÇÃO INTEGRAÇÃO
IMPLEMENTAÇÃO
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O Ciclo da Imbatibilidade é apoiado nas seguintes premissas: iniciativa,
informações, ideias, inovações, insistência, integração, implementação, e
introspecção.
O Ciclo da Imbatibilidade de Fialdini e Mirshawka é fruto de um conceito inicial
desenvolvido pelo engenheiro Anselmo Nakatani, que serviu de desenvolvimento
criativo para as instituições de ensino (empresas), entretanto seus conceitos são de
extrema valia para o mundo empresarial que procuram ser cada dia mais criativos e
inovadores.
A seguir é realizada uma descrição de cada “I” do Ciclo da Imbatibilidade.
5.1 Iniciativa
Para que uma pessoa tenha iniciativa, os autores comentam que é necessária
a conjunção de três fatores: ter obrigação, autoridade e responsabilidade. Na
ausência de um desses fatores, não haverá iniciativa.
A iniciativa ocorre quando se está motivado,
quando se deseja a mudança, a busca por uma nova
alternativa, enfim. Podemos afirmar que a pessoa
que busca fazer algo por conta própria tem iniciativa.
No mundo corporativo ter iniciativa é estar à frente
dos negócios, e para isso é necessário que se tenha
velocidade para se atingir os objetivos definidos, que
poderá ser no desenvolvimento ou lançamento de um
produto ou serviço.
Fonte: http://migre.me/aY8X1
É evidente que a velocidade não deve ser conseguida em detrimento da baixa
qualidade dos produtos ou serviços. O mercado exige que as empresas tenham
velocidade para tomar decisões e atender as exigências dos clientes.
A iniciativa está voltada para o processo de gerar mudanças, sendo que
algumas empresas têm um processo mais intenso de dar respostas às mudanças
necessárias, outras não. Algumas empresas têm maior sensibilidade ao processo de
mudança que outras.
59
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Fialdini e Mirshawka (1996), apresentam um modelo de como é a reação das
pessoas e/ou empresas diante do processo de mudanças.
O modelo pressupõe que o ideal é que as pessoas devam reagir com alta
sensibilidade e intensidade de resposta à mudança, ou seja, tenham uma reação de
adaptação. São pessoas com perfil criativo e abertas para a inovação, desejam
implementar as novas ideias.
A Inércia é uma reação contrária que é quando as pessoas não consideram
importante o processo de mudança, ou seja, têm uma baixa sensibilidade e
intensidade de resposta à mudança. Aqui está o grupo daqueles que não são
criativos e inovadores, pensam que o seu negócio nunca será afetado.
Sensibilidade
Alta
Indecisão Adaptação
Média
Inércia Rejeição
Baixa
Baixa Média Alta
Aquele que tem rejeição tem baixa sensibilidade, porém alta intensidade é
relativamente mediana. Neste grupo estão aqueles que não conseguem analisar os
fatos por completo e tomam decisões equivocadas, é quando surgem as reações
negativas.
Por último, são aqueles indecisos, que têm a sensibilidade necessária para a
mudança, porém não agem, dificultando qualquer tipo de inovação. São inseguros e
retardam qualquer decisão.
60
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Portanto, uma pessoa com iniciativa é proativa, é dinâmica, tem
responsabilidade, sabe lidar com a urgência com que determinado problema precisa
ser resolvido, ainda mais quando se busca a criatividade e inovação empresarial. E
você é uma pessoa que tem iniciativa?
5.2 Informações
Sem dúvida você já leu e escutou várias vezes que estamos na sociedade do
conhecimento, sendo a informação
extremamente dinâmica, onde o
volume disponível a todo o instante é
infinitamente superior à nossa
capacidade de absorção, tornando-
se a base para a competição. O que
diferencia uma pessoa ou empresa
de outra é o gerenciamento das
informações.
Fonte: http://migre.me/aY9zj
Reproduzir informação de certa forma é fácil, difícil é criar a informação, o
novo, implicando muitas vezes em muito trabalho.
Fialdini e Mirshawka (1996), comentaram que para entender qualquer tipo de
informação (ou uma proposta nova), é necessário estar interessado em receber a
informação, querer descobrir a estrutura segundo a qual ela está organizada,
relacioná-la com conhecimentos já absorvidos e compreendidos e analisá-la sob
diferentes ângulos para de fato poder empregá-la quando for necessário.
Portanto é admissível afirmar que novos conhecimentos estão relacionados à
mudança de paradigma, ver alguma coisa de maneira diferente, que é uma
característica necessária da pessoa criativa e inovadora, aceitar e dar novas
interpretações ao “velho”.
Fialdini e Mirshawka (apud Dan Tapscott; Art Caston,1996), comentaram
sobre os quatro paradigmas que as empresas precisam operar de forma distinta no
domínio da informação:
Nova tecnologia: Crescentes desafios da tecnologia da informação e
com foco no cliente;
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Nova ordem política: mercado global aberto, dinâmico e eliminando as
barreiras;
Nova empresa: trabalho em equipe, empresas abertas, trabalhando em
rede, integrada e com grande uso da informação;
Novo ambiente empresarial: aberto, dinâmico e altamente competitivo.
5.3 Ideias
O objetivo principal de se ter uma “nova ideia” é chegar a uma “nova solução”
que seja eficiente e eficaz quando comparado com o “velho”. As ideias são
essenciais para a criação de um projeto, para mudar uma nova rotina ou atividade,
para se obter uma nova invenção, enfim, são
necessárias para a sobrevivência empresarial.
Para ter ideias é fundamental ter uma
mente visionária e com muita imaginação,
idealização, programação, etc. possível de achar
um novo começo. É através das ideias que se
manifesta a inteligência criativa humana e, como
disse Jack Welch, que transformou a General
Electric, é possível demonstrar a importância de
se ter novas ideias: “mude, antes que seja tarde
demais!”.
Fonte: http://migre.me/aY9TS
Para que as ideias possam manifestar-se nas pessoas é condição que as
empresas proporcionem um ambiente de criação, de curiosidade e inspiração, logo é
importante deixar as pessoas pensarem, dar confiança em tudo e a todos,
autonomia e poder para tomar as decisões. É necessário eliminar as respostas ditas
com o “não” estimulando nas organizações um clima de “sim”.
62
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As organizações deverão incentivar as pessoas para que planejem e
estabeleçam suas próprias metas, estimular para que estabeleçam suas medidas de
avaliação e acompanhar se os resultados alcançados são aqueles definidos22.
Fialdini e Mirshawaka (1996, p. 121), assim comentaram sobre a importância
de geração de ideias nas organizações:
As empresas estão promovendo mudanças e estão mudando;
entretanto, a velocidade na qual elas aceitam as novas ideias e as
diferentes maneiras de fazer melhor as coisas é, no mínimo,
frustrante. A criatividade, a inovação e a melhoria contínua não
deixam de ser ideias e essas comumente têm tudo que ver com a
mudança. Quando alguém tem uma ideia, um novo processo de
pensamento é iniciado e ocorrem mudanças no raciocínio. Já quando
uma ideia é implementada, então alguém está fazendo algo com ela
e as coisas mudam.
22
Em 2008, quando colaborador de uma empresa multinacional de telecomunicações, ao definirmos
a participação de lucros ou resultados anuais, participei de reuniões em que os empregados puderam
estabelecer suas metas individuais e como seriam avaliados.
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benchmarking e entender a razão dos bons resultados de quem se
deseja “copiar”.
6º Nível – Fazer coisas que os outros não têm feito (Diferente):
evidentemente que neste nível o inovador não é simplesmente um
copiador, mas uma pessoa que fará com que o produto ou serviço seja
realizado de maneira diferente.
7º Nível – Fazer coisas que não podem ser feitas (Impossível): você já
deve ter ouvido a frase “não sabendo que era impossível, foi lá e fez". O
nível 7 pressupõe justamente isso, que a ideia possa levar ao que
nunca, jamais foi feito ou alcançado. É a quebra de paradigma, sair do
convencional, é invadir o “campo do desconhecido”.
5.4 Inovações
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simples e dirigida a uma aplicação clara e específica; começar por pequenas
inovações que são mais eficazes, ao invés de buscar grandiosidades e por fim busca
alcançar a vantagem competitiva através da inovação bem sucedida.
b) O que não se deve fazer quando se busca a inovação?
Neste quesito Drucker é enfático ao afirmar que não se deve querer que a
inovação seja abrangente, complexa e inteligente aos extremos (A inovação deverá
ser de fácil uso). Não se deve concentrar em uma única inovação e sim em várias ao
mesmo tempo. Não procurar inovar com visão no futuro, mas com visão somente
imediata ou do presente.
c) Que condições são necessárias para chegar à inovação?
Drucker afirma que requer
que haja iniciativa, informações e
ideias. Também é necessário
que os inovadores se centrem
nos seus pontos considerados
fortes e é essencial que toda
inovação tenha o objetivo de
atingir o mercado.
Fonte: http://migre.me/aYb1M
Assim, podemos incluir aqui mais uma questão para reflexão do pensamento
de Drucker: você acredita que todas as organizações atendem a essas respostas?
Pense!
5.5 Insistência
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dos maiores prazeres da vida é fazer o que as pessoas dizem que não pode ser
feito”.
A pessoa criativa e inovadora deve estar preparada para as resistências ou
mesmo obstáculos que surgem no seu caminho, porém, é imprescindível perseverar.
É evidente que para isso deve haver líderes que possam motivar seus liderados,
com boas ideias, munido de informações, e com espírito democrático.
A insistência deve ser utilizada de forma inteligente aos novos serviços, novos
comportamentos, novos métodos, etc. A técnica utilizada para reduzir as resistências
é dar explicações que justifiquem as mudanças que se deseja implantar, fazendo
perguntas ou mesmo dando respostas específicas e com segurança.
A forma de reduzir
as resistências é sempre
procurar responder as
perguntas dos
questionadores ou
duvidosos, não atacar os
questionadores, dar
respostas completas e
confiáveis, além de cumprir
as promessas.
Fonte: http://migre.me/aYaRM
Como exemplo de perseverança, de insistência, assista o filme “O milagre de
Anne Sullivan”23, que retrata a história de insistência de Anne em ensinar Helen
Keller, uma menina de sete anos a comunicar-se, apesar de ser cega e muda.
A capacidade de influenciar também faz parte da insistência, evidente que
não é o caso de exercer uma manipulação, poder ou autoridade. A influência aqui
mencionada é a positiva, como fator para obter sucesso, uma relação do tipo ganha-
ganha, como por exemplo, ganhar a cooperação das pessoas para que um projeto
seja apoiado, ou seja é “vender a ideia”. Em situações contraditórias deve-se
procurar ser um bom negociador.
23
O Milagre de Anne Sullivan (The Miracle Worker - 1962) Legendado. Disponível em
<https://www.youtube.com/watch?v=>. Acesso em 10 set. 2012.
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Fialdini e Mirshawka (1996), apresentam um modelo de análise e escolha dos
argumentos necessários na abordagem da insistência. Os autores comentam a
respeito do que deve ser falado no momento da argumentação, não devendo ser
muito prolixo ou usar argumentos em demasia. É importante fazer uma classificação
e hierarquização dos argumentos mais eficazes.
Para você
Argumentos
fortes Argumentos fortes para DE PREFERÊNCIA
você, porém fracos para ESTAR AQUI
os outros Argumentos fortes para
? você e para os outros
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No mesmo sentido, uma negociação não evolui quando não for interessante
para as partes: você ou para os outros. Portanto quando os argumentos forem fortes
para você e fracos para os outros, haveria um impasse ao se insistir na negociação.
Do mesmo modo, quando os argumentos forem fracos para você e fortes para
os outros, também haveria impasse ao se insistir na negociação.
A insistência, de certa forma é necessária, uma vez que as empresas estão
procurando a cada dia ideias inovadoras que permitam mudanças vantajosas
internamente e crescimento externamente. As empresas precisam de pessoas mais
ativas, criativas, responsáveis, com conhecimento, desenvolvidas, uma vez que é
crescente a demanda por inovação.
5.6 Integração
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dinâmica organizacional que correspondem aos três estágios do ciclo
da vida de uma empresa, ou seja, perpetuidade, expansão e
sobrevivência.
5.7 Implementação
É bem provável que você já tenha se deparado com algum caso de insucesso
empresarial, erros de estratégia que possam até mesmo culminar com o fechamento
da empresa24. Possivelmente tenham ocorrido todas as fases anteriores aqui
24
Kongo Gumi: Isso sim é tradição - Negócio familiar de 1400 anos fecha no Japão. Disponível em:
<http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/kongo-gumi-isso-sim-tradicao-435366.shtml>
Acesso em 07 Set. 2012.
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abordadas, porém será que foram implementadas de forma correta? Ou realmente
foram implementadas?
O objetivo da fase da implementação diz respeito à realização do projeto que
foi estruturado, planejado, pensado, é a consecução das abordagens até aqui
mencionadas. O que se quer de fato é a implementação do novo.
Se pensarmos que a avaliação dos resultados que foram planejados deve ser
constante, a verdade é que a implementação nunca termina, uma vez que se busca
sempre atingir os níveis de excelência ou melhoria contínua, como se faz na Gestão
da Qualidade Total (GQT).
De certa forma a implementação é uma fase de convencimento, sendo preciso
que haja confiança das pessoas e da alta administração. Como já observado na fase
da insistência, podemos acrescentar que existem algumas maneiras de se
conquistar a confiança na implementação, como por exemplo:
Explicando os benefícios que surgem através das mudanças e as
consequências de se permanecer atrelado ao passado;
Explicar os motivos pelos quais é necessário mudar;
Utilizar-se da sinceridade e sem “meias palavras” nas explicações às
pessoas;
Relacionar-se bem com as pessoas gerando confiança, uma vez que
proporcionará maior aceitação.
A implementação requer que as pessoas estejam motivadas, empenhadas,
cooperação, trabalho em equipe, que haja um ambiente favorável ou mesmo um
“empoderamento” para a realização. A implementação também exige um
compromisso de médio e longo prazo. Tomando essas precauções, sem dúvida
haverá maior chance de sucesso.
Hronec (apud Fialdini e Mirshawka, 1996), cita as seis etapas para a
implementação de uma mudança:
Desenvolver e validar a rotina dos relatórios: estruturar como as
medidas de desempenho serão avaliadas;
Obter o endosso da alta administração: ter o apoio da empresa;
Submeter o plano de implementação às pessoas do processo: manter
todos os envolvidos na mudança sempre informados sobre o progresso;
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Começar a medição e emitir os relatórios correspondentes: analisar as
medidas já implementadas;
Avaliar a efetividade das medidas: avaliar o que já foi implementado;
Analisar e melhorar continuamente as medições de desempenho: revisar
a necessidade de buscar novas melhorias de desempenho.
Seguir essas etapas são fundamentais para se determinar o sucesso na
implementação dos projetos nas organizações.
5.8 Introspecção
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RENOVAÇÃO RECONFIGURAÇÃO
Transformação
REVITALIZAÇÃO REESTRUTURAÇÃO
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Concluindo, a globalização tem imposto para as empresas um acirramento
cada vez maior na competitividade, exigindo de todos a iniciativa, informações
constantes, geração de novas ideias, inovar no amplo sentido da palavra, ter
insistência nas mudanças para alcançar a integração. Implementar sempre que
preciso for, sem nunca esquecer de introspectar.
Exercício 5
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REFERÊNCIAS
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PEARSON EDUCATION DO BRASIL. Criatividade e inovação. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2011.
PUCCIO, Gerald J. Two dimensions of creativity: level and style. The international
Center Studies in Creativity, 1999. Disponível em:
<http://www.buffalostate.edu/orgs/cbir/readingroom/html/puccio-99a.html>. Acesso
em 04 jul. 2012.
RICKARD, Tudor. Criativity and management of change. Oxford: Blackwell, 1999.
TERRA, José Cláudio Cyrineu (Org.); Barroso, Antônio C. O. [et al]. Processo de
inovação. São Paulo: Saraiva, 2007.
TERRA, José Cláudio Cyrineu (Org.); Barroso, Antônio C. O. [et al]. Dez práticas
para a produção de novos conhecimentos. São Paulo: Saraiva, 2007.
SAKAR, Soumodip. Inovação: Metamorfose, Empreendedorismo e Resultados. In:
TERRA, José Cláudio Cyrineu. Inovação: quebrando paradigmas para vencer. São
Paulo: Saraiva, 2007.
VANGUNDY, Arthur B. How to creat the ideal brainstorming session. Innovation
Network. Disponível em
<www.innovationnetwork.biz/2/speakers/idealbrainstorming.html>. Acesso em 13
set.2012.
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