TEMA S2 - Filtros - AULA Conversores Analógicos Digitais XG204
TEMA S2 - Filtros - AULA Conversores Analógicos Digitais XG204
TEMA S2 - Filtros - AULA Conversores Analógicos Digitais XG204
Assuntos:
Conversor A/D;
Habilidades e Competências:
Calcular e identificar como dever ser feito as operações da conversão analógica para digital;
Recursos:
Kit XG204 - Banco de ensaios em Eletrônica Geral com cartões analógicos, digitais e sensores;
XG200MB03 - Conversores;
Multı́metro1 .
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Recurso não acompanha o kit
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Conversor A/D
A maioria dos dados obtidos de sensores comuns, tais como sensores de temperatura, intensidade lu-
minosa, posição, tensão, corrente e etc, fornecem sinais analógicos, ou seja, uma tensão que é proporcional
à grandeza medida e que varia de forma contı́nua numa faixa de valores.
No entanto, a maioria dos equipamentos modernos que fazem a aquisição de dados destes sensores,
trabalha com técnicas digitais. Isso significa que o dado analógico, precisa ser convertido para a forma
digital. Para fazer esta conversão são utilizados circuitos denominados conversores analógicos digitais,
ou simplesmente A/D. Como seu próprio nome indica, realiza a conversão de sinais, cuja amplitude varia
continuamente em sinais digitais correspondentes à amplitude do sinal original.
Para converter se faz o uso de um comparador de tensão ou corrente - variando de acordo com a
aplicação - que irá comparar o sinal analógico com o valor de referência.
Desta forma os circuitos A/D devem preencher certos requisitos importantes quanto ao seu desempe-
nho que são: Quantização; Taxa de Amostragem; Linearidade.
Quantização
Entre os dois valores extremos da escala de valores analógicos que devem ser convertidos para a forma
digital existem infinitos valores intermediários, o que justamente caracteriza uma grandeza que varia de
forma análoga ou analógica.
Entretanto, quando passamos um valor qualquer entre os dois valores extremos incluindo-os, não
podemos representar qualquer quantidade, pois precisarı́amos para isso de um número infinito de bits.
Assim, por exemplo, se utilizarmos na conversão 4 bits, teremos a possibilidade de representar apenas
16 valores na escala total de valores analógicos, e se usarmos 8 bits poderemos representar 256 valores,
conforme mostra a figura 1.
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Se tivermos uma escala de 0 a 7,5 [V], por exemplo, e usarmos 4 bits para a conversão, os ”degraus”da
escada de conversão terão 0,5[V] de altura, o que significa que este conversor terá uma resolução de 0,5[V].
Se usarmos um conversor A/D de 8 bits (255 ”degraus”de resolução) para fazer um voltı́metro de 0 a
10[V], por exemplo, a resolução deste voltı́metro será de 10/255 ou pouco menos de 0,04[V]. Diminui-se
1 ,pois entre 0 e 255, há 255 diferenças de nı́veis entre dois valores consecutivos, ou seja, 2N − 1.
Este comportamento ”digital”pode ser observado em muitos instrumentos comuns, tais como os
multı́metros digitais em que, se a grandeza medida estiver num valor intermediário entre dois degraus da
resolução do conversor A/D, o valor apresentado no display oscilará entre eles.
Evidentemente, tanto maior é a precisão na conversão mais bits serão utilizados pelo conversor.
Tipos com 8 a 16 bits são comuns nas aplicações industriais e em medidas, dependendo da quantidade
de ”passos”desejados na conversão ou a resolução.
Taxa de amostragem
Muitos processos de aquisição de dados de sensores, de processos ou de outras aplicações precisam ser
rápidos. Uma placa de aquisição de dados de um instrumento de medida que projete uma forma de onda,
desenhe um gráfico na tela de um PC representando um processo dinâmico ou mesmo um instrumento
digital simples como um multı́metro, deve estar constantemente em andamento.
Um osciloscópio digital, por exemplo, deve medir as tensões instantâneas de um sinal em diversos
pontos ao longo de um ciclo para poder ”desenhar”esta forma de onda com precisão na tela. Se a
frequência do sinal for alta, isso implica a necessidade de se fazer amostragens num tempo extremamente
curto.
Os conversores A/D podem ser encontrados possuindo frequências de amostragem numa ampla escala
de valores. Os tipos mais rápidos têm suas velocidades especificadas em MSPS (Mega Samples Per Second
ou Mega Amostragens Por Segundo).
Uma máquina industrial ou um instrumento de uso geral como um multı́metro pode usar conversores
A/D relativamente lentos com taxas ou velocidades de amostragens de até algumas unidades por segundo.
Um multı́metro digital comum, por exemplo, faz de 1 a 10 amostragens por segundo apenas, dependendo
do tipo. Todavia, um osciloscópio digital ou virtual que precise observar uma forma de onda de 10 MHz,
deve, para ter uma definição razoável, realizar pelo menos 100 milhões de amostragens por segundo (10
pontos por ciclo).
Linearidade
A curva de conversão da grandeza analógica para a forma digital deve ser linear para um bom
conversor. Isso significa que não existem desvios na correspondência entre o valor analógico e a saı́da
digital ao longo da escala de valores em que o conversor deve trabalhar. No entanto, na prática podem
ocorrer pequenos desvios, conforme pode ser visto na figura 2.
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Desenvolvimento
Para fazer uma conversão de sinais analógicos para a forma digital existem diversas técnicas que são
empregadas nos circuitos comerciais, muitas delas encontradas em circuitos integrados que são ”embuti-
dos”(embedded ) em aplicações mais complexas, os quais fazem o controle de máquinas e equipamentos.
Analisamos as tecnologias mais empregadas para esta finalidade começando com o bloco comum a todos
os conversores, que é o circuito de amostragem e manutenção (sample and hold ), mostrado na figura 3.
O valor dos sinais analógicos que devem ser convertidos para a forma digital corresponde a um
determinado instante, cuja duração, em alguns casos, não vai além de alguns milionésimos segundos.
Assim, um primeiro bloco importante do conversor é um circuito que lê o valor do sinal a ser convertido
num determinado instante e o armazena de modo que, mesmo que o sinal varie depois, os circuitos que
fazem a conversão têm numa memória seu valor.
O sinal a ser amostrado é amplificado por um buffer de entrada cuja finalidade é não carregar o
circuito externo, e ao mesmo tempo proporcionar isolamento do circuito de conversão.
Na saı́da deste circuito temos uma chave eletrônica ou chaveador, que determina o instante exato em
que a leitura do sinal deve ser feita. A chave fecha então por uma fração de segundo (numa frequência
que depende da velocidade de amostragem) permitindo que o sinal carregue o capacitor C.
Assim, quando a chave abre, esperando a leitura seguinte, o capacitor tem armazenado o valor da
grandeza analógica a ser convertida. Esta tensão no capacitor é mantida no circuito conversor através de
um buffer de saı́da durante o tempo que ele necessita para isso.
Na figura 4 temos um gráfico que indica de que modo à tensão de entrada varia e o circuito de
amostragem e retenção mantém a saı́da constante durante os intervalos de conversão (que correspondem
aos ”degraus”).
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Aplicação
Existem várias formas de se construir conversores A/D, sendo que cada um tem a sua caracterı́stica
de funcionamento que deve ser levada em conta, na hora de se construir e/ou escolher para sua aplicação.
Temos uma relação de possı́veis combinações:
Sigma-Delta.
O Sigma-Delta é uma das importantes técnicas de conversão A/D, utilizada em que se deseja uma
altı́ssima velocidade de conversão, como nos DSPs (Digital Signal Processing).
Portanto, vimos que a conversão do sinal analógico para o digital sempre existe uma perda de in-
formação seja ela de amplitude - caracterı́stica da quantidade de bits utilizados - ou de fase do sinal -
caracterı́stica da taxa de amostragem empregada.
Vimos que o erro máximo que pode ocorrer na quantização é de metade do valor de nı́vel da quan-
tização assim sendo quanto maior for o número de bits do conversor menor será o seu erro.
O erro de sobreposição do espectro ”Aliasing”é facilmente evitado utilizando o teorema da amos-
tragem de Nyquist que ”Para que uma determinada frequência f do sinal analógico seja ou possa ser
completamente reconstituı́da a taxa amostral, no processo de digitalização, deve ser no mı́nimo igual a
2.f ”.
Conhecidas as imperfeições da conversão podemos então saber quais os fatores que influeciam na
escolha de um conversor A/D e assim prever melhor os ajustes que sistema deverá sofrer, pois as suas
fraquezas já são conhecidas. A figura 5 apresenta o diagrama em blocos geral de um conversor A/D.
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Conversor A/D de rampa digital
Esse tipo de conversor gera uma rampa de tensão na saı́da do D/A e compara essa rampa com a
tensão de entrada. A rampa é gerada por um contador que, partindo de zero, a cada pulso de clock
incrementa o valor em sua saı́da, fazendo a saı́da do D/A gerar um sinal de rampa. Quando a saı́da do
comparador muda de estado identifica-se que o valor do contador corresponde a tensão na entrada do
D/A.
A principal deficiência desse tipo de conversor é que o tempo de conversão (tempo entre o inı́cio da
conversão e momento em que o resultado é apresentado) depende da tensão, de forma que quanto maior a
tensão de entrada maior o tempo de conversão. A figura 6 apresenta o diagrama em bloco da composição
de um conversor A/D de rampa digital.
3. Verifica se o resultado a Vax (gerada pelo conversor D/A) é maior que Va (tensão de entrada):
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Figura 7: Conversor A/D por aproximação sucessiva
A tabela 1 apresenta o resultado da conversão por aproxima sucessiva, considerando-se uma tensão de
entrada de 3,69[V] e um conversor de 4 bits que tem como referências 0 e 5[V] (cada interação corresponde
a um perı́odo do sinal de clock aplicado ao conversor).
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Figura 8: Representação gráfica do conversor A/D Flash
Va C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 A B C
0-1[V] 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0
1-2[V] 0 1 1 1 1 1 1 0 0 1
2-3[V] 0 0 1 1 1 1 1 0 1 0
3-4[V] 0 0 0 1 1 1 1 0 1 1
4-5[V] 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0
5-6[V] 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1
6-7[V] 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0
>7[V] 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1
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Seja um conversor DA com referência superior igual a 5[V] e referência inferior igual a 0[V]. Calcule
Cálculo:
Resolução =
a) 4,95[V]
b) 4,5[V]
c) 3,75[V]
d) 2,25[V]
e) 1,15[V]
f) 0,6[V]
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Resposta:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
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MÓDULO: XG200MB03 - Conversores
O módulo XG200MB03, conforme ilustrado na figura ??, trata-se de vários circuitos conversores:
conversor digital analógico (DAC), conversor analógico digital(ADC), conversor V/F, conversor F/V,
conversor V/I e conversor I/V. Também inclui os filtros anti-aliasing e filtro de reconstrução. É impor-
tante ressaltar que os circuitos são independentes entre si. A placa possui um tipo de circuito integrado
para o conversor ADC: ADC0804LCWM.
Figura 9: Conversores
Como pode-se observar na figura 10, tem-se a entrada analógica CLK por onde o sinal analógico
entra e a entrada FS que é responsável por habilitar o circuito. A conversão A/D feita através do CI
ADC0804LCWM é entregue ao usuário pelas saı́das D0 a D7 . Esse resultado é uma palavra binária de 8
bits.
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Compreensão:
b) Descreva o procedimento para realizar a conversão de um sinal analógico contı́nuo em 3[V] no módulo
XG200MB03 para um sinal digital.
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1) Faça as ligações necessárias do conversor analógico digital, conforme ilustram as figuras
11 e 12, utilizando o módulo XG200MB03-Conversores e o kit XG204 - Banco de ensaios
em Eletrônica Geral com cartões analógicos, digitais e sensores.
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Configuração do módulo XG200MB03 - parte ADC No circuito do conversor analógico
digital, conecte as entradas e saı́das de acordo com a figura 12. A entrada de habilitação deve
ser conectada na chave pulsativa inicialmente na posição ”0”. Nesta aplicação, sempre que FS ter
um pulso, a saı́da é atualizada. A entrada CLK deve ser ligada na saı́da do potenciômetro, como
indicado na figura 11. As saı́das D0 a D7 devem ser conectadas nos LEDs indicadores.
Utilizando o multı́metro, meça o valor da tensão necessária ao conversor A/D na entrada para as
combinações de saı́das a seguir. Anote os resultados encontrados para ambos entradas potenciômetros.
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