Resolução MSC.267
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Resolução MSC.267
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
(adotada em 4 de Dezembro de 2008)
ANEXO
SUMÁRIO
PREÂMBULO
INTRODUÇÃO
1 Propósito
2 Definições
Capítulo 1 - Generalidades
1.1 Aplicação
1.2 Fenômenos relativos à estabilidade dinâmica na presença de ondas
Capítulo 1 – Generalidades
1.1 Propósito
1.2 Aplicação
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PREÂMBULO
1 Este Código foi organizado para fornecer, num único documento, as exigências
obrigatórias na introdução e na Parte A, e as disposições recomendatórias na Parte B, relativas à
estabilidade intacta, com base principalmente nos instrumentos existentes da IMO. Quando as
recomendações feitas neste Código parecerem ser diferentes das apresentadas em outros Códigos
da IMO, os outros Códigos devem ser considerados como sendo o instrumento predominante.
Para tornar este Código completo e para a conveniência do seu utilizador, ele contém também as
disposições pertinentes dos instrumentos obrigatórios da IMO.
2 Os critérios contidos no Código baseiam-se nos melhores conceitos do “estado da arte”
disponíveis no momento em que foram elaborados, levando em consideração princípios corretos
de projeto e de engenharia e a experiência obtida ao operar navios. Além disto, a tecnologia
utilizada no projeto dos navios modernos está evoluindo rapidamente e o Código não deve
permanecer estático, mas deve ser reavaliado e revisto, como for necessário. Com esta
finalidade, a Organização revisará periodicamente o Código, levando em consideração tanto a
experiência como as novas evoluções ocorridas.
3 Várias influências, como a condição de navio morto, o vento sobre os navios com uma
grande superfície vélica, as características do jogo, o mar agitado, etc., foram levadas em
consideração com base no estado da arte da tecnologia e do conhecimento existentes no
momento da elaboração do Código.
4 Reconheceu-se que, tendo em vista uma ampla variedade de tipos e tamanhos de navios, e
das suas condições de operação e ambientais, de um modo geral os problemas de segurança
contra incidentes relacionados com a estabilidade ainda não foram solucionados. Em especial, a
segurança de um navio no mar envolve fenômenos hidrodinâmicos complexos que até agora não
foram totalmente estudados e compreendidos. O movimento dos navios no mar deve ser tratado
como um sistema dinâmico, e as relações entre o navio e as condições ambientais, como as
excitações das ondas e do vento, são consideradas como sendo elementos extremamente
importantes. Com base na análise dos aspectos hidrodinâmicos e da estabilidade de um navio no
mar, a elaboração dos critérios de estabilidade oferece problemas complexos que exigem uma
pesquisa mais profunda.
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INTRODUÇÃO
1 Propósito
1.3 As Administrações podem impor exigências adicionais com relação aos aspectos
relativos a navios com um projeto novo, ou a navios não abrangidos pelo Código.
2 Definições
Para os efeitos deste Código, deverão ser utilizadas as definições fornecidas abaixo. Para termos
utilizados, mas não definidos neste Código, deverão ser utilizadas as definições fornecidas na
Convenção SOLAS de 1974, como emendada.
2.1 Administração significa o Governo do Estado cuja bandeira o navio está autorizado a
arvorar.
2.2 Navio de passageiros é um navio que transporta mais de doze passageiros, como definido
na Regra I/2 da Convenção SOLAS de 1974, como emendada.
2.3 Navio de carga é qualquer navio que não seja um navio de passageiros, um navio de
guerra e um navio-transporte de tropas, um navio que não seja propelido por meios mecânicos,
um navio de madeira de construção primitiva, uma embarcação de pesca ou uma unidade móvel
de perfuração marítima (“offshore”).
2.4 Petroleiro significa um navio construído ou adaptado primordialmente para transportar
óleo a granel em seus compartimentos de carga e abrange navios-transporte mistos e qualquer
navio-tanque para produtos químicos, como definido no Anexo II da Convenção MARPOL,
quando estiver transportando uma carga, ou uma carga parcial, de óleo a granel.
2.4.1 Minero petroleiro significa um navio projetado para transportar óleo ou cargas sólidas a
granel.
2.4.2 Petroleiro para óleo cru significa um petroleiro empregado na atividade de transportar
óleo cru.
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2.4.3 Petroleiro para produtos significa um petroleiro empregado na atividade de transportar
óleo, exceto óleo cru.
2.5 Embarcação de pesca é uma embarcação para capturar peixes, baleias, focas, morsas ou
outros recursos vivos do mar.
2.6 Navio de emprego especial possui a mesma definição que a apresentada no Código de
Segurança para Navios de Emprego Especial, 2008 (Resolução MSC.266(84)).
2.7 Embarcação de apoio marítimo (“offshore”) significa uma embarcação que é empregada
primordialmente no transporte de provisões, materiais e equipamentos para instalações
localizadas ao largo (“offshore”), projetado com acomodações e estruturas do passadiço na sua
parte de vante e com um convés de carga exposto ao tempo na sua parte de ré, para manuseio da
carga no mar.
2.8 Unidade móvel de perfuração marítima (“offshore”) (MODU ou unidade) é um navio
capaz de ser empregado em operações de perfuração para a exploração ou prospecção de
recursos localizados abaixo do leito do fundo do mar, como hidrocarbonetos líquidos ou gasosos,
enxofre ou sal.
2.8.1 Unidade de coluna estabilizada é uma unidade com o convés principal ligado à parte
submersa do casco ou à sua base por colunas ou por caixões flutuantes.
2.8.2 Unidade de superfície é uma unidade com um tipo de casco de um navio ou de uma
barcaça, singelo ou duplo, destinado a operar flutuando.
2.8.3 Unidade auto-eleváveis é uma unidade dotada de pernas móveis, capazes de elevar o seu
casco acima da superfície do mar.
2.8.4 Estado Costeiro significa o Governo do Estado que exerce o controle administrativo
sobre as operações de perfuração da unidade.
2.8.5 Modo de operação significa uma condição ou uma maneira na qual uma unidade pode
operar ou funcionar enquanto estiver em posição ou em trânsito. Os modos de operação de uma
unidade abrangem os seguintes:
.1 condições de operação significa as condições de uma unidade quando em posição
com a finalidade de realizar operações de perfuração, e nas quais os esforços a que
é submetida pelas condições ambientais e operacionais combinadas estão dentro
dos limites de projeto adequados, estabelecidos para aquelas operações. A unidade
pode estar flutuando ou apoiada no fundo do mar, como for aplicável;
.2 condições de forte tempestade significa as condições a que uma unidade pode ser
submetida aos esforços ambientais mais intensos para os quais foi projetada.
Considera-se que as operações de perfuração tenham que ser interrompidas devido
à intensidade dos esforços a que a unidade é submetida pelas condições ambientais,
podendo a unidade estar flutuando ou apoiada no fundo do mar, como for aplicável;
e
.3 condições de trânsito significa as condições nas quais uma unidade está se
deslocando de uma localização geográfica para outra.
2.9 Embarcação de alta velocidade (HSC)1 é uma embarcação capaz de desenvolver uma
velocidade máxima, em metros por segundo (m/s) igual ou superior a:
1
O Código de Segurança para Embarcações de Alta Velocidade, 2000 (Código HSC de 2000) foi elaborado após
uma revisão minuciosa do Código de Segurança para Embarcações de Alta Velocidade, 1994 (Código HSC de
1994) que teve origem no Código de Segurança para Embarcações Apoiadas Dinamicamente anterior (Código
DSC), adotado pela IMO em 1977, reconhecendo que os níveis de segurança podem ser aumentados
significativamente pela infraestrutura relacionada com um serviço regular numa determinada rota, enquanto que
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3,7 * ∇ 0,1667
a filosofia convencional de segurança de navios depende do navio ser auto-suficiente, tendo a bordo todos os
equipamentos de emergência necessários.
2
Para fins da aplicação dos Capítulos I e II do Anexo I da Convenção Internacional sobre Linhas de Carga, 1966,
ou do Protocolo de 1988 como emendado, como for aplicável para navios porta-contêineres que não possuem
tampas de escotilhas (“open-top”), o “convés da borda livre” é o convés da borda livre de acordo com a
Convenção Internacional sobre Linhas de Carga, 1966, ou com o Protocolo de 1988 como emendado, como for
aplicável, como se houvesse tampas de escotilhas instaladas sobre as braçolas das escotilhas de carga.
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2.17 Madeira significa madeira serrada ou tábuas, cunhas, toras, estacas, compensado e todos
os outros tipos de madeira avulsa ou sob a forma de embalagem. O termo não abrange polpa de
madeira ou cargas semelhantes.
2.18 Carga de madeira no convés significa uma carga de madeira transportada numa parte
descoberta de um convés da borda livre ou de um convés da superestrutura. O termo não abrange
polpa de madeira ou cargas semelhantes.3
2.19 Linha de carga para madeira significa uma linha de carga especial atribuída a navios que
atendem a certas condições relacionadas com a sua construção, estabelecidas na Convenção
Internacional sobre Linhas de Carga e utilizadas quando a carga atende às condições de
estivagem e de peiação do Código de Prática Segura para Navios que Transportam Cargas de
Madeira no Convés, 1991 (Resolução A.715(17)).
2.20 Certificação dos pesos de teste de inclinação é a verificação do peso marcado num peso
de teste. Os pesos de teste devem ser certificados utilizando uma balança certificada. A pesagem
deve ser feita no menor intervalo de tempo antes do teste de inclinação, para assegurar que o
peso medido seja preciso.
2.21 Calado é a distância vertical da linha de base moldada até a linha d’água.
2.22 O teste de inclinação envolve uma série de pesos conhecidos, normalmente colocados no
sentido transversal e, em seguida, a medição da alteração do ângulo de banda de equilíbrio do
navio resultante. Utilizando essa informação e aplicando princípios básicos de engenharia naval,
é determinado o centro de gravidade vertical do navio (VCG).
2.23 Condição de navio leve é um navio completo em todos os aspectos, mas sem artigos de
consumo, suprimentos, carga, tripulação e seus pertences, e sem quaisquer líquidos a bordo,
sendo que os fluidos utilizados nas máquinas e existentes nas canalizações, como lubrificantes e
fluidos hidráulicos, estão em seus níveis de funcionamento.
2.24 Uma verificação do peso leve envolve realizar uma verificação de todos os itens que
devem ser acrescentados, deduzidos ou ter a sua localização no navio alterada no momento do
teste de inclinação, de modo que a condição observada do navio possa ser ajustada para a
condição de navio leve. A massa, a localização longitudinal, transversal e vertical de cada item
deve ser determinada com precisão e registrada. Utilizando essas informações, podem ser
obtidos a linha d’água estática do navio no momento do teste de inclinação, como determinado a
partir da medição da borda ou verificação das marcas de calado do navio, os dados hidrostáticos
do navio, a densidade da água do mar, o deslocamento na condição de navio leve e o centro de
gravidade longitudinal (LCG). O centro de gravidade transversal (TCG) também pode ser
determinado para unidades móveis de perfuração marítima (“offshore”) (MODUs) e para outros
navios que sejam assimétricos em relação à linha de centro, ou cujos arranjos internos ou cujo
equipamento seja tal que possa produzir uma banda inerente devido ao peso existente fora da
linha de centro.
2.25 Um teste de inclinação em serviço significa um teste de inclinação que é realizado para
verificar a GMC e centro de gravidade de porte bruto de uma condição de carregamento real
anteriormente calculados.
2.26 Um instrumento de estabilidade é um instrumento instalado a bordo de um determinado
navio, através do qual pode ser verificado se as exigências relativas à estabilidade especificadas
para o navio no Caderno de Estabilidade estão sendo atendidas em qualquer condição de
3
Consultar a Regra 42(1) da Convenção Internacional sobre Linhas de Carga, 1966, ou o Protocolo de 1988 como emendado,
como for aplicável.
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carregamento operacional. Um Instrumento de Estabilidade compreende o “hardware” e o
“software”.
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PARTE A
CRITÉRIOS OBRIGATÓRIOS
CAPÍTULO 1 – GENERALIDADES
1.1 Aplicação
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Para navios porta-contêineres com 100 m de comprimento ou mais, as disposições do Capítulo 2.3 da Parte B podem ser
aplicadas como uma alternativa à aplicação do Capítulo 2.2 desta parte. Não é exigido que as embarcações de apoio marítimo
(“offshore”) e os navios de emprego especial atendam ao disposto no Capítulo 2.3 da Parte A. Para embarcações de apoio
marítimo (“offshore”), o disposto no Capítulo 2.4 da Parte B pode ser aplicado como uma alternativa à aplicação do Capítulo
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CAPÍTULO 2 - CRITÉRIOS GERAIS
2.1 Generalidades
2.1.1 Todos os critérios devem ser aplicados para todas as condições de carregamento, como
estabelecido na Parte B, 3.3 e 3.4.
2.1.2 Os efeitos de superfície livre (Parte B, 3.1) deverão ser levados em consideração em
todas as condições de carregamento, como estabelecido na Parte B, 3.3 e 3.4.
2.1.3 Quando houver dispositivos destinados a atenuar o jogo instalados num navio, a
Administração deverá estar convencida de que os critérios podem ser mantidos quando esses
dispositivos estiverem em funcionamento e que a falta de suprimento de energia, ou uma avaria
no(s) dispositivo(s), não fará com que a embarcação seja incapaz de cumprir as disposições
pertinentes deste Código.
2.1.4 Várias influências, como a formação de gelo nas partes superiores do navio, água retida
no convés, etc., afetam de maneira adversa a estabilidade, e é recomendado que a Administração
as leve em consideração na medida em que for considerado necessário.
2.1.5 Deverão ser tomadas medidas para assegurar uma margem segura de estabilidade em
todas as etapas da viagem, devendo ser dada atenção aos acréscimos de peso, como os devidos à
absorção de água e à formação de gelo (detalhes relacionados com o acúmulo de gelo são
fornecidos na Parte B, Capítulo 6 – Considerações sobre a formação de gelo) e às perdas de peso,
como as devidas ao consumo de combustível e de suprimentos.
2.1.6 Todo navio deverá ser dotado de um caderno de estabilidade, aprovado pela
Administração, que contenha informações suficientes (ver Parte B, 3.6) para permitir que o
comandante opere o navio de acordo com as exigências aplicáveis contidas no Código. Se for
utilizado um instrumento de estabilidade como um suplemento ao caderno de estabilidade com a
finalidade de verificar o atendimento aos critérios de estabilidade pertinentes, esses instrumentos
deverão ser submetidos à aprovação da Administração (ver Parte B, Capítulo 4 – Cálculos de
estabilidade realizados por instrumentos de estabilidade).
2.1.7 Se forem utilizadas curvas ou tabelas da altura metacêntrica operacional mínima (GM),
ou do centro de gravidade máximo (VCG) para verificar o atendimento aos critérios de
estabilidade intacta pertinentes, essas curvas limitadoras deverão se estender ao longo de toda a
faixa de trims operacionais, a menos que a Administração concorde que os efeitos do trim não
sejam significativos. Quando não houver curvas ou tabelas da altura metacêntrica operacional
mínima (GM) ou do centro de gravidade máximo (VCG) versus calado, abrangendo os trims
operacionais, o comandante deve assegurar-se de que as condições operacionais não se afastem
de uma condição de carregamento estudada, ou verificar através de cálculos se os critérios de
estabilidade estão sendo atendidos para aquela condição de carregamento, levando em
consideração os efeitos do trim.
2.2.1 A área abaixo da curva do braço de endireitamento (curva de GZ) não deverá ser inferior
a 0,055 metros-radianos até um ângulo de banda ϕ = 30° e não inferior a 0,09 metros-radianos
até ϕ = 40°, ou até o ângulo de alagamento ϕf5, se esse ângulo for menor que 40°. Além disto, a
área abaixo da curva do braço de endireitamento (curva de GZ) entre os ângulos de banda de 30°
2.2 desta parte. Para navios de emprego especial, o disposto no Capítulo 2.5 da Parte B pode ser aplicado como uma
alternativa à aplicação do Capítulo 2.2 desta parte.
ϕf é um ângulo de banda no qual as aberturas existentes no casco, nas superestruturas ou nas estruturas existentes no convés e
5
que não podem ser fechadas de maneira a ficarem estanques à água ficam submersas. Ao aplicar este critério, as pequenas
aberturas através das quais não pode ocorrer um alagamento gradual não precisam ser consideradas como abertas.
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e 40°, ou entre 30° e até ϕf, se esse ângulo for menor que 40°, não deverá ser inferior a 0,03
metros-radianos.
2.2.2 O braço de endireitamento GZ deverá ser de pelo menos 0,2 m, com um ângulo de banda
igual ou superior a 30°.
2.2.3 O braço de endireitamento máximo deverá ocorrer com um ângulo de banda não inferior
a 25°. Se isto não for possível, podem ser aplicados critérios alternativos, com base num nível de
segurança equivalente6, dependendo da aprovação da Administração.
2.2.4 A altura metacêntrica inicial GM0 não deverá ser inferior a 0,15 m.
2.3 Critério para vento e jogo intensos (critério das condições do tempo)
2.3.1 A capacidade de um navio resistir aos efeitos conjuntos de um vento pelo través e do jogo
será demonstrada, fazendo referência à Figura 2.3.1, como se segue:
.1 o navio está sendo submetido a uma pressão constante do vento, atuando
perpendicularmente à sua linha de centro, o que resulta num braço de adernamento
constante causado pelo vento (lw1);
.2 de acordo com o ângulo de equilíbrio resultante (ϕ0), considera-se que o navio este-
ja jogando devido à ação das ondas até um ângulo de jogo (ϕ1) para barlavento. O
ângulo de banda sob a ação de um vento constante (ϕ0) não deve ultrapassar 16°, ou
80% do ângulo em que a borda do convés submerge, o que for menor;
.3 em seguida, o navio é submetido à pressão de uma rajada de vento, o que resulta
num braço de adernamento causado pela rajada de vento (lw2); e
.4 nestas circunstâncias, a área b deverá ser igual ou maior que a área a, como indica-
do na Figura 2.3.1 abaixo:
6
Consultar as Notas Explicativas do Código Internacional sobre Estabilidade Intacta, de 2008 (MSC.1/Circ.1281).
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onde:
2.3.2 Os braços de adernamento causado pelo vento lw1 e lw2 mencionados em 2.3.1.1 e 2.3.1.3
são valores constantes em todos os ângulos de inclinação, e deverão ser calculados como se
segue:
P ∗ A∗ Z
lw1 = (m) e
1000 ∗ g ∗ ∆
onde:
P = pressão do vento de 504 Pa. O valor de P usado para navios em serviço restrito
pode ser reduzido, dependendo da aprovação da Administração
A = área lateral projetada da parte do navio e do convés de carga acima da linha
d’água (m2)
Z = distância vertical do centro de A até o centro da área lateral submersa, ou
aproximadamente até um ponto localizado na metade do calado médio (m)
∆ = deslocamento (t)
g = aceleração gravitacional de 9,81 m/s2.
2.3.3 Podem ser aceitos meios alternativos para determinar o braço de adernamento causado
pelo vento (lw1), com a aprovação da Administração, como um equivalente do cálculo feito em
2.3.2. Quando esses testes alternativos forem realizados, deverão ser consultadas as Diretrizes
elaboradas pela Organização7. A velocidade do vento usada nos testes deverá ser de 26 m/s em
escala real, com um perfil da velocidade uniforme. O valor da velocidade do vento usada para
navios em serviços restritos pode ser reduzida com a aprovação da Administração.
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Consultar as Diretrizes Provisórias para a avaliação alternativa do critério das condições do tempo (MSC.1/Circ.1200).
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2.3.4 O ângulo de jogo (ϕ1)8 mencionado em 2.3.1.2 deverá ser calculado como se segue:
ϕ1 = 109 * k * X1 * X2 * r ∗ s (graus)
onde:
X1 = fator, como apresentado na Tabela 2.3.4-1
X2 = fator, como apresentado na Tabela 2.3.4-2
k = fator, como se segue:
k = 1,0 para navio com bojo redondo, não possuindo bojo ou quilha de barra.
k = 0,7 para um navio que tenha bojos abruptos
k = como apresentado na Tabela 2.3.4-3 para um navio que tenha bolinas,
uma quilha de barra ou ambas
r = 0,73 + 0,6 OG/d
com:
OG = KG – d
d = calado moldado médio do navio (m)
2∗C ∗ B
Período de jogo T= (s)
GM
onde:
C = 0,373 + 0,023 (B/d) – 0,043(Lw1/100).
8
O ângulo de jogo para navios com dispositivos destinados a atenuar o jogo deve ser determinado sem levar em consideração
o funcionamento desses dispositivos, a menos que a Administração esteja satisfeita com a prova de que os dispositivos são
eficazes, mesmo com uma interrupção súbita da energia que lhes é fornecida.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
Tabela 2.3.4-1 - Valores do fator X1
B/d X1
≤ 2,4 1,0
2,5 0,98
2,6 0,96
2,7 0,95
2,8 0,93
2,9 0,91
3,0 0,90
3,1 0,88
3,2 0,86
3,4 0,82
≥ 3,5 0,80
Ak ×100
LWL × B
0 1,0
1,0 0,98
1,5 0,95
2,0 0,88
2,5 0,79
3,0 0,74
3,5 0,72
≥ 4,0 0,70
(Nestas tabelas, os valores intermediários deverão ser obtidos através de uma interpolação
linear)
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.3.5 As tabelas e fórmulas apresentadas em 2.3.4 baseiam-se em dados de navios que
possuem:
Para navios com parâmetros fora dos limites acima, o ângulo de jogo (ϕ1) pode ser determinado
através de experiências com modelos de um determinado navio, utilizando, como alternativa, o
procedimento descrito na MSC.1/Circ.1200. Além disto, a Administração pode aceitar essas
determinações alternativas para qualquer navio, se for considerado apropriado.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
3.1.1.3 Ao avaliar o atendimento aos critérios fornecidos em 2.2.1 a 2.2.4, os passageiros e a sua
bagagem deverão ser considerados como estando nos compartimentos normalmente à sua
disposição.
3.1.1.4 Ao avaliar o atendimento aos critérios fornecidos em 3.1.1 e 3.1.2, respectivamente, os
passageiros sem bagagem deverão ser considerados como estando distribuídos de modo a
produzir a combinação do momento de adernamento mais desfavorável que possa ser obtida na
prática devido aos passageiros e/ou da altura metacêntrica inicial. Com relação a isto, não é
necessário um valor superior a quatro pessoas por metro quadrado.
3.1.2 Além disto, o ângulo de banda devido a uma guinada não deverá ser superior a 10°,
quando calculado utilizando a seguinte fórmula:
v 02 ⎛ d⎞
M R = 0,200 ∗ ∗ ∆ ∗ ⎜ KG − ⎟
LWL ⎝ 2⎠
onde:
MR = momento de adernamento (kNm)
V0 = velocidade de serviço (m/s)
LWL = comprimento do navio na linha d’água (m)
∆ = deslocamento (t)
d = calado médio (m)
KG = altura do centro de gravidade acima da linha de base (m).
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3.3 Navios de carga transportando cargas de madeira no convés
Navios de carga transportando cargas de madeira no convés deverão cumprir as exigências de
2.2 e 2.3, a menos que a Administração esteja satisfeita com a aplicação da disposição alternativa
apresentada em 3.3.2.
3.3.1 Escopo
As disposições apresentadas abaixo aplicam-se a navios de 24 m de comprimento ou mais,
empregados no transporte de cargas de madeira no convés. Os navios que possuem, e que
utilizam, a sua linha de carga para madeira deverão cumprir também as exigências das Regras 41
a 45 da Convenção sobre Linhas de Carga de 1966.
3.3.2.1 A área abaixo da curva do braço de endireitamento (curva de GZ) não deverá ser
inferior a 0,08 metros-radianos até ϕ = 40° ou até o ângulo de alagamento se esse ângulo for
menor que 40°.
3.3.2.2 O valor máximo do braço de endireitamento (GZ) deverá ser de pelo menos 0,25 m.
3.3.2.3 O tempo todo durante a viagem, a altura metacêntrica GM0 não deverá ser inferior a 0,1
m, levando em conta a absorção de água pela carga no convés e/ou o acúmulo de gelo nas
superfícies expostas (os detalhes relativos ao acúmulo de gelo estão apresentados na Parte B,
Capítulo 6 (Considerações sobre a formação de gelo)).
3.3.2.3 Ao determinar a capacidade do navio resistir aos efeitos conjuntos de um vento pelo
través e do jogo, de acordo com 2.3, deverá ser observado o ângulo de banda limite de 16° sob a
ação de um vento constante, mas o critério adicional de 80% do ângulo de submersão da borda
do convés pode ser ignorado.
9
Consultar a Regra 44(2) da Convenção Internacional sobre Linhas de Carga, 1966, ou o Protocolo de 1988 relativo àquela
convenção, como emendado, como for aplicável.
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Consultar a Parte C do Capítulo VI da Convenção SOLAS de 1974, como emendada através da Resolução MSC.23(59).
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construção, que tenha sofrido reparos, alterações ou modificações de vulto, e uma embarcação de
alta velocidade construída em 1° de Julho de 2002 ou depois, deverá cumprir as exigências
relativas à estabilidade do Código HSC de 2000 (Resolução MSC.97(73)).
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
PARTE B
CAPÍTULO 1 – GENERALIDADES
1.1 Propósito
O propósito desta parte do Código é:
.1 recomendar critérios de estabilidade e outras medidas para assegurar a operação
segura de certos tipos de navios, para minimizar os riscos àqueles navios, às
pessoas a bordo e ao meio ambiente; e
.2 fornecer diretrizes para as informações relativas à estabilidade, medidas
operacionais contra emborcamento, considerações relativas à formação de gelo,
considerações relativas à integridade da estanqueidade à água e a determinação dos
parâmetros da condição de navio leve.
1.2 Aplicação
1.2.1 Esta parte do Código contém os critério de estabilidade intacta recomendados para certos
tipos de navios e outras embarcações marítimas não incluídas na Parte A, ou destinados a
suplementar aqueles apresentados na Parte A em casos específicos relativos ao tamanho ou à
operação.
1.2.3 Os critérios estabelecidos nesta parte devem dar às Administrações uma orientação, se
não forem aplicadas quaisquer exigências nacionais.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.1.1 Escopo
As disposições fornecidas abaixo aplicam-se a embarcações de pesca de alto-mar dotadas de
convés fechado, como definidas na Seção 2 (Definições) da Introdução. Os critérios de
estabilidade fornecidos abaixo em 2.1.3 e 2.1.4 devem ser atendidos em todas as condições de
carregamento, como especificado em 3.4.1.6, a menos que a Administração esteja convencida de
que a experiência operativa justifique um afastamento daqueles critérios.
2.1.4 Critério para vento e jogo intensos (critério das condições do tempo) para embarcações
de pesca
h (m) 1 2 3 4 5 6 ou mais
P (Pa) 316 386 429 460 485 504
onde h é a distância vertical do centro da área vertical projetada da embarcação acima da linha
d’água, até a linha d’água.
⎡ ⎛f⎞ ⎛f ⎞
2
⎛B⎞ ⎛ l ⎞⎤
GM min = 0,53 + 2 B ⎢0,075 − 0,37⎜ ⎟ + 0,82⎜ ⎟ − 0,014⎜ ⎟ − 0,032⎜ s ⎟⎥
⎢⎣ ⎝B⎠ ⎝B⎠ ⎝D⎠ ⎝ L ⎠⎥⎦
onde:
11
Consultar a Regra III/2 do Protocolo de Torremolinos de 1993.
- 23 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
B é a boca máxima da embarcação na linha d’água, na condição de carga
máxima (m)
D é o pontal da embarcação medido verticalmente no costado a meia-nau, da
linha de base até a parte superior do convés mais elevado (m)
f é a menor borda livre medida verticalmente no costado, da parte
superior do convés mais elevado até a linha d’água real (m).
Para navios com parâmetros fora dos limites acima, a fórmula deve ser empregada com um
cuidado especial.
2.1.5.2 Não se pretende que fórmula acima seja uma substituição dos critérios básicos
apresentados em 2.1.3 e 2.1.4, mas só deve ser utilizada se as circunstâncias forem tais que não
haja, e não possa haver, curvas isóclinas de estabilidade, curva de KM e curvas de GZ para
avaliar a estabilidade de um navio específico.
2.1.5.3 O valor calculado de GM deve ser comparado com os verdadeiros valores de GM da
embarcação, em todas as condições de carregamento. Se for utilizado um teste de inclinação com
base no deslocamento estimado, ou outro método aproximado para determinar a GM verdadeira,
deve ser acrescentada uma margem de segurança à GMmin calculada.
2.2 Barcaças
2.1.1 Aplicação
- 25 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.3 Navios porta-contêineres com mais de 100 m
2.3.1 Aplicação12
Estas exigências aplicam-se a navios porta-contêineres com mais de 100 m de comprimento,
como definidos na Seção 2 (Definições) da Introdução. Elas também podem ser aplicadas a
outros navios de carga nesta faixa de comprimentos, com uma curvatura acentuada do costado ou
com grandes áreas no plano de flutuação. A Administração pode aplicar os seguintes critérios,
em vez dos apresentados na Parte A, 2.2.
2.3.2.5 A área total abaixo da curva do braço de endireitamento (curva de GZ) até o ângulo de
alagamento ϕf não deve ser inferior a 0,029 metros-radianos.
2.3.2.6 Nos critérios acima, o fator de forma C deve ser calculado utilizando a fórmula abaixo e
a figura 2.3-1:
onde:
d = calado médio (m)
D’ = pontal moldado do navio, corrigido para partes definidas de volumes
dentro das braçolas das escotilhas, de acordo com a fórmula:
⎛ 2b − BD ⎞⎛ 2∑ l H ⎞
D' = D + h⎜⎜ ⎟⎟⎜ ⎟ , como definido na Figura 2.3-1;
⎜ ⎟
⎝ BD ⎠⎝ L ⎠
D = pontal moldado do navio (m);
BD = boca moldada do navio (m);
KG = altura do centro da massa acima da base, corrigida para o efeito de
superfície livre, não devendo ser considerada como inferior a d (m);
CB = coeficiente de bloco;
12
Como os critérios apresentados nesta seção foram desenvolvidos empiricamente com os dados de navios porta-contêineres
com menos de 200 m de comprimento, em navios além desses limites eles devem ser aplicados com um cuidado especial.
- 26 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
CW = coeficiente do plano de flutuação;
lH = comprimento da braçola de cada escotilha até L/4 a vante e a ré da
meia- nau (m) (ver Figura 2.3-1);
b = largura média das braçolas das escotilhas até L/4 a vante e a ré da
meia-nau (m) (ver Figura 2.3-1);
h = altura média das braçolas das escotilhas até L/4 a vante e a ré da
meia-nau (m) (ver Figura 2.3-1);
L = comprimento do navio (m);
B = boca do navio na linha d’água (m);
Bm = boca do navio na linha d’água na metade do calado médio (m).
Figura 2.3-1
A área sombreada na Figura 2.3-1 representa os volumes parciais dentro das braçolas das
escotilhas que foram consideradas como contribuindo para a resistência contra emborcamento
com grandes ângulos de banda, quando o navio estiver na crista de uma onda.
2.3.2.7 É incentivada a utilização de instrumentos eletrônicos de carregamento e de estabilidade
para determinar o trim e a estabilidade do navio em diferentes condições de operação.
- 27 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.4 Embarcações de apoio marítimo (“offshore”)
2.4.1 Aplicação
2.4.1.1 As disposições apresentadas abaixo aplicam-se a embarcações de apoio marítimo
(“offshore”), como definidas na Seção 2 (Definições) da Introdução, de 24 m de comprimento ou
mais. Os critérios de estabilidade alternativos contidos em 2.4.5 aplicam-se a embarcações de até
100 m de comprimento.
2.4.1.2 Para uma embarcação empregada em viagens costeiras próximas, como definidas na
Seção “Definições”, os princípios apresentados em 2.4.2 devem orientar a Administração na
elaboração das suas normas nacionais. Podem ser permitidos abrandamentos do Código por uma
Administração para embarcações empregadas em viagens costeiras próximas realizadas ao largo
de suas próprias costas, desde que as condições de operação sejam, na opinião da Administração,
tais que o cumprimento do disposto no Código não seja razoável ou seja desnecessário.
2.4.1.3 Quando um navio que não uma embarcação de apoio marítimo (“offshore”), como
definida na seção “Definições”, estiver empregado num serviço semelhante, a Administração
deve determinar até que ponto é necessário o cumprimento do disposto no Código.
- 28 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.4.3.3 A Administração deve dar uma atenção especial a uma drenagem adequada dos locais
destinados a estivar tubos, levando em consideração as características específicas da embarcação.
No entanto, a área existente para a drenagem dos locais destinados a estivar tubos deve ser
superior à área exigida para as aberturas para saída de água existentes nas bordas falsas do
convés de carga, e não devem ser dotados de aletas do tipo veneziana.
2.4.3.4 Uma embarcação empregada em operações de reboque deve ser dotada de meios para a
liberação rápida do cabo de reboque.
ϕmax é o ângulo de banda, em graus, no qual a curva do braço de endireitamento atinge o seu máximo.
13
- 29 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.5 Navios de emprego especial
2.5.1 Aplicação
As disposições apresentadas abaixo aplicam-se a navios de emprego especial, como definidos na
Seção 2 (Definições) da Introdução, com uma arqueação bruta de pelo menos 500 toneladas. A
Administração também pode aplicar essas disposições, na medida do que for razoável e possível,
a navios de emprego especial com uma arqueação bruta inferior a 500.
- 30 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.6.2.2 Quando os equipamentos forem de natureza tal que não possam ser levados para uma
localização mais baixa e estivados, podem ser necessárias curvas adicionais do momento de
adernamento causado pelo vento, e esses dados devem indicar claramente a localização daqueles
equipamentos.
2.6.2.3 As curvas do momento de adernamento causado pelo vento devem ser traçadas para
forças do vento calculadas através da seguinte fórmula:
F = 0,5 * CS * CH * ρ * V2 * A
onde:
- 31 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
Tabela 2.6.2.3-1 - Valores do coeficiente CS
Forma CS
Esférica 0,40
Cilíndrica 0,50
Grande superfície plana (casco, estruturas existentes no convés, áreas lisas abaixo do convés 1,00
Pau de carga para perfuração 1,25
Cabos de aço 1,20
Vaus expostos e longarinas abaixo do convés 1,30
Peças pequenas 1,40
Formas isoladas (guindaste, vau, etc.) 1,50
Estruturas existentes no convés ou estruturas semelhantes agrupadas 1,10
2.6.2.4 Devem ser consideradas forças do vento vindas de qualquer direção em relação à
unidade, e o valor da velocidade do vento deve ser o seguinte:
.1 de um modo geral, para condições normais de operação deve ser usada uma
velocidade mínima do vento de 36 m/s (70 nós) para serviços realizados ao largo
(“offshore”), e para condições de tempestade violenta deve ser usada uma
velocidade mínima do vento de 51,5 m/s (100 nós); e
.2 quando uma unidade estiver restrita a operar em locais abrigados (em águas
interiores protegidas, como lagos, baías, pântanos, rios, etc.), deve-se considerar
uma velocidade do vento reduzida de pelo menos 25,8 m/s (50 nós) para operações
normais de operação.
2.6.2.5 Ao calcular as áreas projetadas para o plano vertical, deve ser incluída a área das
superfícies expostas ao vento devido à banda ou ao trim, como conveses abertos localizados sob
outro convés, etc., utilizando o fator de forma apropriado. Estruturas abertas que utilizam
armações metálicas podem ser aproximadas, considerando 30% da área projetada do bloco, tanto
da seção de vante como da de ré, isto é, 60% da área projetada de um dos bordos.
2.6.2.6 Ao calcular os momentos de adernamento causados pelo vento, o braço de alavanca da
força do vento que provoca o adernamento deve ser medida verticalmente, do centro de pressão
- 32 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
de todas as superfícies expostas ao vento até o centro da resistência lateral das obras vivas da
unidade. A unidade deve ser considerada como estando flutuando, livre de qualquer contenção
por meio de dispositivos de amarração.
2.6.2.7 A curva do momento de adernamento causado pelo vento deve ser calculada para um
número suficiente de ângulos de banda, para definir a curva. Para cascos com a forma de navios,
pode-se considerar que a curva varie em função do co-seno da banda do navio.
2.6.2.8 Os momentos de adernamento causados pelo vento obtidos em testes realizados em
túnel de vento com modelos representativos da unidade podem ser considerados como
alternativas ao método apresentado em 2.6.2.3 a 2.6.2.7. A determinação desses momentos de
adernamento deve incluir os efeitos de elevação e de arrastamento nos vários ângulos de banda
aplicáveis.
2.6.3.2 Toda unidade deve ser capaz de conseguir suportar uma condição tempestade intensa
num período de tempo compatível com as condições meteorológicas. Os procedimentos
recomendados e o período de tempo necessário, considerando tanto as condições de operação
como as condições do trajeto, devem estar contidos no manual de operação, como mencionado
em 3.6.2. Deve ser possível atingir a condição de tempestade intensa sem a retirada ou a
- 33 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
mudança de localização de itens consumíveis ou de outra carga variável. A Administração pode,
entretanto, permitir o carregamento de uma unidade além do ponto em que os itens de
consumíveis tenham que ser retirados ou ter a sua localização alterada para atingir a condição de
tempestade intensa, nas seguintes condições, desde que a exigência do KG permitido não seja
ultrapassada:
.1 numa localização geográfica em que anualmente ou sazonalmente as condições
meteorológicas não tornem-se suficientemente rigorosas para exigir que uma
unidade vá para a condição de tempestade intensa; ou
.2 quando uma unidade tiver que suportar uma carga extra no convés por um curto
período de tempo que esteja bem dentro dos limites de uma previsão do tempo
favorável.
Quando isto for permitido, as localizações geográficas, as condições meteorológicas e as
condições de carregamento devem estar indicadas no manual de operação.
2.6.3.3 Podem ser considerados pela Administração critérios de estabilidade alternativos, desde
que seja mantido um nível de segurança equivalente e se for demonstrado que eles proporcionam
uma estabilidade inicial positiva adequada. Ao determinar a aceitabilidade desses critérios, a
Administração deve considerar pelo menos os seguintes aspectos e levá-los em conta como for
adequado:
- 34 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
onde:
Área ‘A’ é a área abaixo da curva do momento de endireitamento medida de
ϕ1 até (ϕ1 + 1,15 * ϕdyn)
Área ‘B’ é a área abaixo da curva do momento de endireitamento medida de
(ϕ1 + 1,15 * ϕdyn) até ϕ2
ϕ1 é a primeira intercessão com a curva do momento causado por um
vento de 100 nós
ϕ2 é a segunda intercessão com a curva do momento causado por um
vento de 100 nós
ϕdyn é o ângulo de reação dinâmica devido às ondas e a um vento variável
ϕdyn = (10,3 + 17,8 * C)/(1 + GM/(1,46 + 0,28 * BM))
C = (Lptn5/3 * VCPw1 * Aw * Vp * Vc1/3)/(Lwp5/3 * Vt)
Os parâmetros utilizados nas equações acima estão definidos no parágrafo 2.6.4.3.
- 35 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.6.4.2.2 Critérios de alagamento
Esses critérios baseiam-se nas dimensões físicas da unidade e no seu movimento relativo em
torno de uma inclinação estática devida a um vento de 75 nós, medido no calado de
sobrevivência. A distância inicial de alagamento de cima para baixo (DFD0) deve ser maior que
a redução da distância de alagamento de cima para baixo no calado de sobrevivência, como
mostrado na Figura 2.6-4.
DFD0 – RDFD > 0,0
onde:
DFD0 é a distância inicial de alagamento até Dm (m)
RDFD é a redução da distância de alagamento (m), igual a SF (k * QSD1 +
RMW)
SF é igual a 1,1, que é um fator de segurança por conta das incertezas na
análise, tais como efeitos não lineares
k (fator de correlação) é igual a 0,55 + 0,08 * (a – 4) + 0,056 * (1,52 – GM);
(GM não pode ser considerado como sendo maior que 2,44 m)
a é igual a (FBD0/Dm) * (Spm * Lcc)/Awp
(a não pode ser considerado como sendo menos de 4)
QSD1 é igual a DFD0 menos a distância quase estática de alagamento em ϕ1 (m),
mas não pode ser considerada como sendo menos que 3 m
RMW é o movimento relativo devido às ondas em torno de ϕ1 (m), igual a
9,3 + 0,11 * (X – 12,19)
X é igual a Dm * (V1/Vp) * (Awp2/Iwp) * (Lccc/Lptn)
(X não pode ser considerado como sendo menos de 12,19 m)
Dados de entrada
GM ................................................................................... = ................. m
BM ................................................................................... = ................. m
VCPwl ................................................................................... = ................ m
Aw ................................................................................... = ................. m2
Vt ................................................................................... = ................. m3
Vc .................................................................................... = ................ m3
Vp .................................................................................... = ................ m3
Iwp .................................................................................... = ................ m4
- 37 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
Determinar
ϕ1 ....................................................................................... = ............. graus
ϕ2 ....................................................................................... = ............. graus
C = (Lptn5/3 * VCPw1 * Aw * Vp * Vc1/3)/(Lwp5/3 * Vt) .......... = .............. m-1
ϕdyn = (10,3 + 17,8 C)/(1 + GM/(1,46 + 0,28 BM)) ................. = ............ graus
Área ‘A’ ..................................................................................... = ........ m-graus
Área ‘B’ ..................................................................................... = ......... m-graus
Dados de entrada
DFD0 ................................................................................... = ................. m
FBD0 ................................................................................... = ................. m
GM ................................................................................... = ................. m
Dm ................................................................................... = ................. m
Vt ................................................................................... = ................. m3
Vp ................................................................................... = ................. m3
Awp ................................................................................... = ................. m2
Iwp ................................................................................... = ................. m4
Lccc .................................................................................. = ................. m
Lptn ................................................................................... = ................. m
Sptn ................................................................................... = ................. m
SF ................................................................................... = 1,1
Determinar
- 38 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
Resultados Margem de alagamento de cima para baixo:
DFD0 – RDFD = ................................ (mínimo = 0,0 m)
GM = .................... m (KG = ............... m)
Nota: A GM mínima é a que produz uma margem de alagamento = 0,0 m
- 39 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
14
Consultar os critérios de projeto relativo à estabilidade intacta contidos na Regra I/27 da MARPOL, junto com a
Interpretação Unificada 45 relativa a ela.
15
Para atender a esta recomendação, pode ser avaliado um número suficiente de condições de carregamento que representem as
fases inicial, intermediária e final do enchimento, ou a operação de descarga, utilizando a correção devida à superfície livre
no nível de enchimento de cada tanque na fase considerada.
- 40 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
3.1.7 As correções para a altura metacêntrica inicial e para a curva do braço de endireitamento
devem ser feitas separadamente, da seguinte maneira:
3.1.8 Ao determinar a correção para a altura metacêntrica inicial, os momentos de inércia
transversais dos tanques devem ser calculados com um ângulo de banda de 0°, de acordo com as
categorias mencionadas em 3.1.3.
3.1.9 A curva do braço de endireitamento pode ser corrigida por qualquer dos métodos a
seguir, desde que haja a aprovação da Administração:
.1 correção baseada no momento real de transferência de fluidos para cada ângulo de
banda calculado; ou
.2 correção baseada no momento de inércias, calculado com um ângulo de banda de 0°,
modificado a cada ângulo de banda calculado.
3.1.10 As correções podem ser calculadas de acordo com as categorias mencionadas em 3.1.2.
3.1.11 Qualquer que seja o método selecionado para corrigir a curva do braço de endireitamento,
só esse método deve ser apresentado no caderno de estabilidade do navio. No entanto, quando
for apresentado um método alternativo para utilização em condições de carregamento calculadas
manualmente, deve ser incluída uma explicação das diferenças que podem ser encontradas nos
resultados, bem como um exemplo de correção para cada alternativa.
3.1.13 A quantidade de líquido que normalmente permanece em tanques vazios não precisa ser
levada em consideração ao calcular as correções, desde que o total desses líquidos remanescentes
não constitua um efeito significativo de superfície livre.
16
Deve-se ter cuidado na avaliação do atendimento aos critérios de estabilidade, principalmente em situações em que possam
ser esperadas ou previstas operações de transferência de líquidos, para assegurar que os critérios de estabilidade sejam
atendidos em todas as etapas da viagem.
- 41 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
estabilidade utilizando as pressuposições apresentadas neste Código para as condições de
carregamento pretendidas pelo armador com relação às operações do navio.
3.3.2 Se o armador do navio não fornecer informações suficientemente detalhadas com relação
a essas condições de carregamento, os cálculos devem ser feitos para as condições de
carregamento padrão.
- 42 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
convés deve atender ao disposto no Capítulo 3 do Código de Prática Segura para Navios que
Transportam Cargas de Madeira no Convés, 1991 (Resolução A.715(17))17.
3.4.1.5 Para uma embarcação de apoio marítimo (“offshore”), as condições de carregamento
padrão são as seguintes:
.1 embarcação na condição de totalmente carregada na partida, com a carga
distribuída abaixo do convés e com a carga no convés especificada quanto à sua
localização e ao seu peso, com toda a quantidade de suprimentos e de combustível,
correspondendo à pior condição de serviço na qual todos os critérios de
estabilidades são atendidos;
.2 embarcação na condição de totalmente carregada na chegada, com a carga como
especificado em 3.4.1.5.1, mas com 10% de suprimentos e de combustível;
.3 embarcação em lastro na condição de partida, sem carga, mas com toda a
quantidade de suprimentos e de combustível;
.4 embarcação em lastro na condição de chegada, sem carga e com 10% de
suprimentos e de combustível remanescentes; e
.5 embarcação na pior condição de operação que se pode prever.
17
Consultar o Capítulo VI da Convenção SOLAS de 1974 e a Parte C do Capítulo VI da Convenção SOLAS de 1974, como
emendada através da Resolução MSC.22(59).
18
Consultar a Regra III/7 do Protocolo de Torremolinos de 1993.
- 43 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
3.4.2.3 Se em qualquer condição de carregamento for necessário utilizar água de lastro, devem
ser calculados diagramas adicionais levando em conta a água de lastro. A sua quantidade e a sua
localização devem ser informadas.
3.4.2.4 Em todos os casos, deve-se pressupor que a carga estivada no porão seja totalmente
homogênea, a menos que essa condição não seja compatível com a utilização prática do navio.
3.4.2.5 Em todos os casos, quando for transportada carga no convés, deve-se pressupor uma
massa realista da carga estivada, e essa massa deve ser registrada, inclusive a altura da carga.
3.4.2.6 Considerando a carga de madeira no convés, são feitas as seguintes premissas para
calcular as condições de carregamento mencionadas em 3.4.1.4:
.1 a quantidade de carga e de lastro deve corresponder à pior condição de serviço na
qual são atendidos todos os critérios de estabilidade pertinentes apresentados na
Parte A, 2.2, ou todos os critérios opcionais apresentados na Parte A, 3.3.2. Na
condição de chegada, deve-se pressupor que o peso da carga no convés tenha
aumentado em 10% devido à absorção de água.
- 44 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
.3 em todos os casos deve-se considerar que a carga seja homogênea, a menos que isto
não seja compatível com a prática;
.4 nas condições mencionadas em 3.4.1.6.2 e 3.4.1.6.3 deve ser incluída a carga no
convés, se esta prática for prevista;
.5 normalmente a água de lastro só deve ser incluída se for transportada em tanques
que sejam destinados especificamente para essa finalidade.
3.5.2 Superestruturas, estruturas existentes no convés, etc., que possam ser levadas em conta
3.5.2.1 As superestruturas fechadas que atendam ao disposto na Regra 3(10)(b) da Convenção
de Linhas de Carga de 1966 e no Protocolo de 1988 relativo àquela convenção, como emendado,
podem ser levadas em conta.
3.5.2.2 Outras camadas de superestruturas fechadas de maneira semelhante também podem ser
levadas em conta. Como orientação, as janelas (vidro e moldura) localizadas nas camadas
adicionais acima da segunda camada, que forem consideradas sem tampas de aço, se forem
consideradas flutuantes devem ser projetadas com uma resistência suficiente para suportar uma
margem de segurança19 em relação à resistência exigida da estrutura à sua volta20.
3.5.2.3 As estruturas existentes no convés da borda livre podem ser levadas em conta, desde
que atendam às condições para superestruturas fechadas estabelecidas na Regra 3(10)(b) da
Convenção de Linhas de Carga de 1966 e no Protocolo de 1988 relativo àquela convenção, como
emendado.
3.5.2.4 Quando as estruturas existentes no convés atenderem às condições acima, exceto que
não existe qualquer saída adicional para um convés acima, essas estruturas não devem ser
levadas em conta. No entanto, quaisquer aberturas existentes no convés no interior dessa
estruturas devem ser consideradas, mesmo quando não houver meios de fechamento.
3.5.2.5 As estruturas existentes no convés cujas portas não atendem às exigências da Regra 12
da Convenção de Linhas de Carga de 1966 e no Protocolo de 1988 relativo àquela convenção,
como emendado, não devem ser levadas em conta. No entanto, quaisquer aberturas no convés no
interior da estrutura existente no convés são consideradas fechadas quando os seus meios de
fechamento atenderem às exigências das Regras 15, 17 ou 18 da Convenção de Linhas de Carga
de 1966 e no Protocolo de 1988 relativo àquela convenção, como emendado.
3.5.2.6 As estruturas existentes em conveses acima do convés da borda livre não devem ser
levadas em conta, mas as aberturas existentes no seu interior podem ser consideradas como
fechadas.
3.5.2.7 As superestruturas e as estruturas existentes no convés que não forem consideradas
fechadas podem, entretanto, ser levadas em conta nos cálculos de estabilidade até o ângulo em
19
Como uma orientação para a Administração, deve ser empregada uma margem de segurança de 30%.
20
Deve ser elaborada pela IMO uma orientação para testar essas janelas.
- 45 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
que as suas aberturas sejam alagadas (nesse ângulo, a curva da estabilidade intacta deve
apresentar um ou mais degraus e, nos cálculos subseqüentes, os compartimentos alagados devem
ser considerados não existentes).
3.5.2.8 Nos casos em que o navio afundaria devido ao alagamento através de quaisquer
aberturas, a curva de estabilidade deve ser interrompida no ângulo de alagamento
correspondente, e o navio deve ser considerado como tendo perdido totalmente a sua
estabilidade.
3.5.2.9 Pequenas aberturas, como as feitas para a passagem de cabos ou correntes, talhas e
âncoras e, também, furos de embornais, redes de descargas e sanitárias não devem ser
consideradas abertas se ficarem submersas num ângulo de inclinação superior a 30°. Se ficarem
submersas num ângulo de 30° ou menos, essas aberturas devem ser consideradas abertas, se a
Administração considerar que elas sejam uma fonte de um alagamento significativo.
3.5.2.10 Os dutos podem ser levados em conta. As escotilhas também podem ser levadas em
conta, considerando a eficácia dos seus dispositivos de fechamento.
3.5.3 Cálculo das curvas de estabilidade para navios que transportam cargas de madeira no
convés
Além das disposições apresentadas acima, a Administração pode permitir que seja levada em
conta a flutuabilidade da carga no convés, considerando que essa carga tenha uma
permeabilidade de 25% do volume ocupado por ela. Podem ser necessárias outras curvas de
estabilidade se a Administração considerar necessário investigar a influência de diferentes
permeabilidades e/ou da altura real da carga no convés considerada.
21
Consultar a Regra II-1/22 da Convenção SOLAS de 1974, como emendada, a Regra 10 da Convenção Internacional sobre
Linhas de Carga, 1966, ou o Protocolo de 1988 , como emendado, como for aplicável, e a Regra III/10 do Protocolo de
Torremolinos de 1993.
22
Consultar a Regra II-1/22 da Convenção SOLAS de 1974, como emendada, e a Regra 10(2) da Convenção Internacional
sobre Linhas de Carga, 1966, ou o Protocolo de 1988 relativo àquela convenção, como emendado, como for aplicável.
- 46 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
.2 a Administração pode considerar necessário fornecer ao comandante informações
especificando as modificações na carga de convés em relação às apresentadas nas
condições de carregamento, quando a permeabilidade daquela carga for
significativamente diferente de 25% (ver 3.5.3); e
.3 as condições devem ser apresentadas indicando a quantidade máxima permitida de
carga no convés, tendo em vista a razão de estivagem mais leve que pode ser
encontrada em serviço.
3.6.4 O formato do caderno de estabilidade e as informações nele contidas variarão
dependendo do tipo e da operação do navio. Ao elaborar o caderno de estabilidade, deve-se ter
atenção para incluir as seguintes informações23:
23
Consultar o Manual Modelo de Carregamento e Estabilidade (MSC/Circ.920).
- 47 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
.14.2 quando os detalhes relativos à condição de navio leve forem
determinados através de outros métodos que não inclinando o navio ou o
navio idêntico a ele, um resumo do método utilizado para determinar aqueles
detalhes;
.15 recomendação para a determinação da estabilidade do navio por meio de um teste de
inclinação com o navio em serviço.
3.6.5 Como alternativa ao caderno de estabilidade mencionado em 3.6.1, pode ser fornecido, a
critério da Administração envolvida, um folheto simplificado, num formato aprovado, contendo
informações suficientes para permitir que o comandante opere o navio de acordo com as
disposições aplicáveis do Código.
3.7 Medidas operacionais para navios que transportam cargas de madeira no convés
3.7.1 A estabilidade do navio deve ser o tempo todo, inclusive durante o processo de
carregamento e de descarregamento da carga de madeira, positiva e com um padrão aceitável
para a Administração. Ela deve ser calculada levando em consideração:
.1 o aumento do peso da madeira no convés, devido a:
.1.1 absorção de água pela madeira seca ou sazonada, e
.1.2 acúmulo de gelo, se for aplicável (Capítulo 6 (Considerações sobre a
formação de gelo));
.2 variação ocorrida nos itens consumíveis;
.3 o efeito da superfície livre nos líquidos contidos em tanques; e
.4 peso da água retida em espaços fragmentados no interior da carga de madeira no
convés e, principalmente em toras.
3.7.3 Os comandantes de navios que tenham menos de 100 m de comprimento devem também:
.1 fazer uma boa avaliação para assegurar que um navio que transporta toras de
madeira estivadas no convés tenha uma flutuabilidade adicional suficiente para
evitar um carregamento excessivo e perda de estabilidade no mar;
.2 estar ciente de que a GM0 calculada na condição de partida pode diminuir
continuamente devido à absorção de água pela carga de toras de madeira no convés,
pelo consumo de combustível, de água e de suprimentos, e assegurar-se de que o
navio tenha uma GM0 adequada durante toda a viagem; e
.3 estar ciente de que lastrar o navio após a partida pode fazer com que o calado
de operação do navio ultrapasse a linha de carga para madeira. O lastramento e o
deslastramento devem ser feitos de acordo com a orientação fornecida no Código
- 48 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
de Prática Segura para Navios que Transportam Cargas de Madeira no Convés,
1991 (Resolução A.715(17)).
3.7.4 Os navios que transportam cargas de madeira no convés devem operar, na medida do
possível, com uma margem de segurança de estabilidade e com uma altura metacêntrica que seja
compatível com as necessidades de segurança, mas não se deve deixar que essa altura
metacêntrica caia abaixo do mínimo recomendado, como especificado na Parte A, 3.3.2.
3.7.5 No entanto, deve ser evitada uma estabilidade inicial excessiva, uma vez que isto
resultará num movimento rápido e violento com mar agitado, o que submeterá o navio a forças
intensas que tendam a fazer com que a carga deslize e seja sacudida, causando grandes esforços
na peiação. A experiência operacional indica que, de preferência, a altura metacêntrica não deve
ser superior a 3% da boca para impedir acelerações excessivas devidas ao jogo, desde que sejam
atendidos os critérios de estabilidade pertinentes fornecidos na Parte A, 3.3.2. Esta
recomendação pode não se aplicar a todos os navios, e o comandante deve levar em consideração
as informações relativas à estabilidade obtidas no caderno de estabilidade do navio.
24
Consultar a Orientação sobre estabilidade intacta de petroleiros existentes durante operações de transferência de líquidos
(MSC/Circ.706-MEPC/Circ.304).
- 49 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
CAPÍTULO 4 - CÁLCULOS DE ESTABILIDADE REALIZADOS ATRAVÉS DE
INSTRUMENTOS DE ESTABILIDADE
25
Consultar as Diretrizes para a aprovação de instrumentos de estabilidade (MSC.1/Circ.1229).
- 50 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
Tipo 1
“Software” que só calcula a estabilidade intacta (para embarcações das quais não é
exigido que atendam a um critério de estabilidade em avaria).
Tipo 2
“Software” que calcula a estabilidade intacta e verifica a estabilidade em avaria na base
de uma curva limite (ex.: para embarcações às quais se aplicam os cálculos de
estabilidade em avaria, etc. apresentados na Parte B-1 da SOLAS,) ou de condições de
carregamento previamente aprovadas.
Tipo 3
“Software” que calcula a estabilidade intacta e a estabilidade em avaria através da
aplicação direta dos casos de avarias pré-programados para cada condição de
carregamento (para alguns navios-tanque, etc.). Os resultados dos cálculos diretos
realizados pelo instrumento de estabilidade podem ser aceitos pela Administração,
mesmo que sejam diferentes da GM mínima exigida ou do VCG máximo informado no
caderno de estabilidade aprovado.
Estas divergências podem ser aceitas com a condição de que todas as exigências pertinentes
relativas à estabilidade sejam atendidas através dos resultados dos cálculos diretos.
4.1.4.2 Se forem realizados cálculos diretos de estabilidade em avaria, devem ser definidos
previamente os casos de avaria pertinentes de acordo com as regras aplicáveis, para permitir uma
verificação automática de uma determinada condição de carregamento.
4.1.4.3 Deve ser dado um aviso claro na tela e na cópia impressa das informações fornecidas
pelo computador, se alguma das limitações não forem atendidas.
4.1.4.4 Os dados devem ser apresentados na tela e na cópia impressa das informações
fornecidas pelo computador de uma maneira clara e inequívoca.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
4.1.4.5 A data e a hora registradas de um calculo devem fazer parte da apresentação na tela e da
cópia impressa das informações fornecidas pelo computador.
4.1.4.6 Cada cópia impressa das informações fornecidas pelo computador deve conter uma
indicação do programa de cálculo, inclusive o número da versão.
4.1.4.7 As unidades de medida devem estar claramente identificadas e devem ser utilizadas de
uma maneira compatível com o cálculo de um carregamento.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
4.1.6.2.1 A precisão dos resultados fornecidos pelo computador e dos dados reais do navio
utilizados pelo programa de cálculo para um determinado navio no qual o programa será
instalado deve ser aprovada pela Administração.
4.1.6.2.2 Ao solicitar a verificação dos dados, devem ser obtidas no caderno de estabilidade
aprovado no mínimo quatro condições de carregamento, que devem ser utilizadas como as
condições de teste. Para navios que transportam líquidos a granel, pelo menos uma das condições
deve abranger tanques parcialmente cheios. Para navios que transportam grãos a granel, uma das
condições de carregamento de grãos deve abranger um compartimento parcialmente cheio de
grãos. Dentro das condições de teste, todo compartimento deve ser carregado pelo menos uma
vez. Normalmente as condições de teste devem abranger toda a faixa de calados de carga, desde
a condição de maior carregamento considerada, até a condição mais leve de navio em lastro, e
deve conter pelo menos uma condição de partida e uma de chegada.
4.1.6.2.3 Os seguintes dados, fornecidos por quem solicitar a aprovação, devem ser compatíveis
com o arranjo e com as características do navio mais recentes aprovadas para a condição de
navio leve, de acordo com os planos atuais e com a documentação arquivada, estando sujeitos a
uma outra possível verificação a bordo:
.1 identificação do programa de cálculo, inclusive o número da versão. As dimensões
principais, os detalhes hidrostáticos e, se for aplicável, o perfil do navio;
.2 a localização das perpendiculares a vante e a ré e, se for adequado, o método de
cálculo para obter os calados a vante e a ré e a verdadeira localização das marcas de
calado do navio;
.3 o peso leve e o centro de gravidade do navio, obtidos na experiência de inclinação,
ou na verificação do peso leve, mais recente aprovada;
.4 planos de linhas, tabelas de excentricidade ou outras apresentações dos dados
relativos à forma do casco, contendo todos os apêndices pertinentes, se forem
necessários para fazer um modelo do navio;
.5 definições dos compartimentos, contendo o espaçamento entre cavernas e os centros
de volume, juntamente com as tabelas de capacidades (tabelas de sondagem/espaço
entre o teto do compartimento e a superfície da carga), correções devidas à
superfície livre, se for adequado; e
.6 distribuição da carga e dos itens consumíveis para cada condição de carregamento.
Além do manual escrito pode ser fornecido um manual do usuário no formato eletrônico.
4.1.10.2 O programa deve monitorar a operação e ativar um alarme quando estiver sendo
utilizado de maneira incorreta ou irregular.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
4.1.10.3 O programa e quaisquer dados armazenados no sistema devem estar protegidos contra
alterações devido à falta de energia.
4.1.10.4 Devem ser incluídas mensagens de erro relacionadas com limitações, como o
enchimento de um compartimento além da sua capacidade, ou enchimento feito mais de uma
vez, ou um carregamento além da linha de carga atribuída ao navio, etc.
4.1.10.5 Se for instalado a bordo qualquer “software” relativo a medições de estabilidade,
como a capacidade da embarcação de enfrentar o mar, avaliação das experiências de inclinação
na condição de navio em atividade e processamento dos resultados para a realização de outros
cálculos, bem como a avaliação das medições relativas ao período de jogo, aquele “software”
deve ser informado à Administração para consideração.
4.1.10.6 As funções do programa devem abranger cálculos da massa e dos momentos, com uma
apresentação numérica e gráfica dos resultados, como valores da estabilidade inicial, curva do
braço de endireitamento, área abaixo da curva do braço de endireitamento e faixa de
estabilidade.
4.1.10.7 Todos os dados de entrada fornecidos por sensores de medição automática, como
dispositivos de medição ou sistemas de leitura de calado, devem ser apresentados ao usuário para
verificação. O usuário deve ter a possibilidade de anular manualmente as leituras incorretas.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
CAPÍTULO 5 - DISPOSIÇÕES OPERACIONAIS CONTRA EMBORCAMENTO
26
Consular a Orientação Revisada ao comandante para evitar situações perigosas em condições adversas de tempo e de mar
(MSC.1/Circ.1228).
27
Consultar as Diretrizes para os preparativos do Manual de Peiação da Carga (MSC/Circ.745).
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
5.2.2 As escotilhas, portas etc. estanques ao tempo e à água devem ser mantidas fechadas
durante a viagem, exceto quando tiverem que ser abertas para o trabalho no navio, e devem estar
sempre prontas para um fechamento imediato e estar claramente marcadas para indicar que
aqueles acessórios devem ser mantidos fechados, exceto para permitir o acesso. Em embarcações
de pesca, as tampas de escotilhas e os escotilhões localizados no nível do convés devem ser
mantidos corretamente fechados quando não estiverem em uso durante as operações de pesca.
Todas as tampas removíveis de vigias devem ser mantidas em boas condições e firmemente
fechadas com mau tempo.
5.2.3 Quaisquer dispositivos de fechamento existentes para tubos de suspiro de tanques de
combustível devem ser fechados com mau tempo.
5.2.4 O pescado nunca deve ser transportado a granel sem que antes se tenha certeza de que as
divisórias portáteis estão corretamente instaladas nos porões.
28
Consular a Orientação Revisada ao comandante para evitar situações perigosas em condições adversas de tempo e de mar
(MSC.1/Circ.1228).
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
- 58 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
6.1 Generalidades
6.1.1 Para qualquer navio que estiver operando em áreas em que seja provável que ocorra um
acúmulo de gelo, afetando de maneira adversa a sua estabilidade, devem ser incluídas correções
devidas à formação de gelo na análise das condições de carregamento.
6.1.2 Recomenda-se às Administrações que levem em conta a formação de gelo, e elas têm
permissão para aplicar normas nacionais quando for considerado que as condições ambientais
justificam uma norma mais rigorosa do que as recomendadas nas próximas seções.
As embarcações destinadas a operar em áreas em que é sabido que ocorre a formação de gelo
devem ser:
.4 projetadas de modo a minimizar o acúmulo de gelo; e
.5 equipadas com os meios que a Administração possa exigir para remover o gelo; por
exemplo, dispositivos elétricos e pneumáticos e/ou ferramentas especial, como
29
Consultar a Regra 44(10) da Convenção de Linhas de Carga de 1966 e a Regra 44(7) do Protocolo de Linhas de Carga de
1988 como emendado.
30
Consultar a Regra III/8 do Protocolo de Torremolinos de 1993.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
machados ou bastões de madeira para retirar o gelo das bordas falsas, balaustradas e
estruturas.
6.3.3 Um breve sumário das causas da formação de gelo e da sua influência sobre a
capacidade da embarcação enfrentar o mar
6.3.3.1 O patrão de uma embarcação de pesca deve ter em mente que a formação de gelo é um
processo complexo que depende das condições meteorológicas, das condições de carregamento e
do comportamento da embarcação numa tempestade, bem como do tamanho e da localização das
superestruturas e do massame da embarcação. A causa mais comum da formação de gelo é o
depósito de gotículas de água sobre a estrutura da embarcação. Essas gotículas vêm do borrifo
arremessado das cristas das ondas e do borrifo produzido pelo navio.
6.3.3.3 Algumas vezes a formação de gelo pode ser causada, ou acentuada, pela água que entra
a bordo e que fica retida no convés.
6.3.3.4 Geralmente ocorre uma formação de gelo intensa na roda de proa, na borda-falsa, na
balaustrada, nas anteparas de vante das superestruturas e das estruturas existentes no convés, nos
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
escovéns, nos ferros, nos equipamentos de convés, no convés do castelo de proa e no convés
superior, nas aberturas para saída de água, nas antenas, nos estais, nos brandais, nos mastros e
nas vergas.
6.3.3.5 Deve-se ter em mente que as áreas mais perigosas no que se refere à formação de gelo
são as regiões sub-árticas.
6.3.3.6 A formação de gelo mais intensa ocorre quando o vento e o mar vêm pela proa. Com
ventos pelo través e pela alheta, o gelo se acumula mais rapidamente a barlavento da
embarcação, levando assim a uma banda constante, que é extremamente perigosa.
6.3.3.7 Estão relacionadas abaixo as condições meteorológicas que causam o tipo mais comum
de formação de gelo devida aos borrifos que caem na embarcação. São fornecidos também
exemplos do peso do gelo formado numa embarcação de pesca típica com um deslocamento na
faixa de 100 t a 500 t. Para embarcações maiores, o peso será correspondentemente maior.
6.3.3.8 Ocorrem acúmulos de gelo lentamente:
.1 com temperaturas ambientes de – 1°C a – 3°C, com qualquer força do vento;
.2 com temperaturas ambientes de – 4°C ou menos, com uma força do vento de 0 m/s
a 9 m/s; e;
.3 em condições de precipitação, nevoeiro ou névoa marítima, seguido de uma
queda drástica da temperatura ambiente.
Em todas estas condições, a intensidade do acúmulo de gelo pode não ser superior a 1,5 t/h.
6.3.3.9 Com temperaturas ambientes de – 4°C a – 8°C e com uma força do vento de 10 m/s a
15 m/s, ocorre um acúmulo de gelo rápido. Nessas condições, a intensidade do acúmulo de gelo
pode ficar na faixa de 1,5 t/h a 4 t/h.
6.3.3.10 Ocorrem acúmulos de gelo muito rápidos:
.1 com temperaturas ambientes de – 4°C ou menos e com uma força do vento de 16
m/s ou mais; e
.2 com temperaturas ambientes de – 9°C ou menos e com uma força do vento de 10
m/s a 15 m/s.
Nestas condições a intensidade do acúmulo de gelo pode ser superior a 4 t/h.
6.3.3.11 O comandante deve ter em mente que a formação de gelo afeta de maneira adversa a
capacidade das embarcações enfrentarem o mar, uma vez que leva a:
.1 um aumento do peso da embarcação devido ao acúmulo de gelo nas suas
superfícies, o que causa uma redução da borda livre e da flutuabilidade;
.2 uma elevação do centro de gravidade da embarcação devida à localização elevada
do gelo sobre as suas estruturas, com uma correspondente redução do nível de
estabilidade;
.3 um aumento da área da superfície vélica devido à formação de gelo nas partes
superiores da embarcação e, consequentemente, do momento de adernamento
devido à ação do vento;
.4 uma alteração do trim devida à distribuição desigual do gelo ao longo do
comprimento da embarcação ;
.5 o surgimento de uma banda constante devido a uma distribuição desigual do gelo
ao longo da boca da embarcação; e
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
.6 redução da capacidade de manobra e da velocidade da embarcação.
6.3.4 No anexo 2 (Recomendações para patrões de embarcações de pesca sobre como assegurar
a resistência de uma embarcação em condições de formação de gelo) são apresentados os
procedimentos operacionais destinados a assegurar a resistência de uma embarcação de pesca em
condições de formação de gelo.
Para embarcações que operam em áreas em que é provável que ocorra um acúmulo de gelo:
.1 não devem ser instalados dispositivos de fechamento do tipo veneziana nas
aberturas para saída de água; e
.2 com relação às precauções operacionais contra emborcamento, é feita referência às
recomendações para patrões de embarcações de pesca sobre como assegurar a
resistência de uma embarcação em condições de formação de gelo, apresentadas no
parágrafo 6.3.3 e no anexo 2 (Recomendações para patrões de embarcações de
pesca sobre como assegurar a resistência de uma embarcação em condições de
formação de gelo).
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
7.1 Escotilhas
7.1.1 As escotilhas de carga e outras escotilhas existentes em navios aos quais se aplique a
Convenção Internacional sobre Linhas de Carga, 1966, devem atender ao disposto nas Regras
13, 14, 15, 16 e 26(5) daquela convenção.
7.1.2 As escotilhas existentes em embarcações de pesca às quais se aplique o Protocolo de
Torremolinos de 1993 devem atender ao disposto nas Regras II/5 e II/6 daquele Protocolo.
7.1.3 Em embarcações de pesca dotadas de convés fechado, com 12 m de comprimento ou
mais, mas com menos de 24 m de comprimento, as escotilhas devem atender ao disposto a
seguir:
7.1.3.1 Todas as escotilhas devem ser dotadas de tampas e aquelas que podem ser abertas
durante as operações de pesca normalmente devem estar localizadas perto da linha de centro da
embarcação.
7.1.3.2 Para fins de calcular a resistência, deve-se pressupor que as tampas das escotilhas,
exceto as de madeira, são submetidas a uma carga estática de 10 kN/m2, ou ao peso da carga
destinada a ser transportada, o que for maior.
7.1.3.3 Quando as tampas forem feitas de aço doce, o esforço máximo, de acordo com 7.1.3.2,
multiplicado por 4.25 não deve ultrapassar a carga de ruptura mínima do material. Submetidas a
essas cargas, as deflexões não devem ser superiores a 0,0028 vezes o vão.
7.1.3.4 As tampas feitas de outros materiais que não o aço doce ou a madeira devem ter uma
resistência pelo menos equivalente à das feitas de aço doce, e a sua estrutura deve ter uma
rigidez suficiente para assegurar a estanqueidade ao tempo quando submetidas às cargas
especificadas em 7.1.3.2.
7.1.3.5 As tampas devem ser dotadas de grampos e de juntas, ou de outros dispositivos
equivalentes, suficientes para assegurar a estanqueidade ao tempo.
7.1.3.6 De um modo geral não é recomendada a utilização de escotilhas de madeira, tendo em
vista a dificuldade de serem fechadas rapidamente de modo a ficarem estanques ao tempo. No
entanto, quando instaladas, devem ser capazes de serem fechadas de modo a ficarem estanques
ao tempo.
7.1.3.7 A espessura das tampas de escotilhas de madeira, após o acabamento, deve incluir uma
dedução devida à abrasão causada por um manuseio violento. Em qualquer caso, a espessura
após o acabamento dessas tampas deve ser de pelo menos 4 mm para cada 100 mm de vão sem
apoio, sujeito a um mínimo de 40 mm, e a largura das suas superfícies de apoio deve ser de pelo
menos 65 mm.
7.1.3.8 Nas partes expostas do convés de trabalho, a altura das braçolas das escotilhas acima do
convés deve ser de pelo menos 300 mm para embarcações com 12 m de comprimento, e de pelo
menos 600 mm para embarcações de 24 m de comprimento. Para embarcações com um
comprimento intermediário a altura mínima deve ser obtida através de uma interpolação linear.
Nas partes expostas do convés da superestrutura, a altura das braçolas das escotilhas acima do
convés deve ser de pelo menos 300 mm.
7.1.3.9 Quando a experiência em operações tiver revelado ser justificável e, mediante
aprovação da autoridade competente, a altura das braçolas das escotilhas, exceto aquelas que dão
acesso direto a compartimentos de máquinas, pode ser reduzida em relação àquela especificada
em 7.1.3.8, ou então as braçolas podem ser totalmente eliminadas, desde que sejam instaladas
- 63 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
tampas de escotilhas que sejam eficientes e estanques à água e que não sejam de madeira. Essas
escotilhas devem ser mantidas tão pequenas quanto possível, e as tampas devem estar presas de
maneira permanente por meio de dobradiças, ou de uma forma equivalente, e serem capazes de
ser fechadas ou corridas rapidamente.
7.2.3 Em embarcações de apoio marítimo (“offshore”) o acesso à praça de máquinas deve estar
localizado, se possível, no interior do castelo de proa. Qualquer acesso à praça de máquinas
proveniente do convés de carga exposto deve ser dotado de dois dispositivos de fechamento
estanques ao tempo. O acesso a compartimentos localizados abaixo do convés de carga exposto
deve ser feito, de preferência, de um local dentro ou acima do convés da superestrutura.
7.3 Portas
7.3.1 Em navios de passageiros aos quais se aplique a Convenção Internacional para a
Salvaguarda da Vida Humana no Mar, 1974, as portas devem atender ao disposto nas Regras II-
1/13 e 16 daquela Convenção.
7.3.2 Em navios aos quais se aplique a Convenção Internacional sobre Linhas de Carga, 1966,
ou o Protocolo de 1988 relativo àquela convenção, como emendado, como for aplicável, as
portas devem atender ao disposto na Regra 12 daquela Convenção.
7.3.3 Em embarcações de pesca às quais se aplique o Protocolo de Torremolinos de 1993, as
portas devem atender ao disposto na Regra II/2 e na Regra II/4 daquele Protocolo.
7.3.4 Em embarcações de pesca dotadas de convés fechado, com 12 m de comprimento ou
mais, mas com menos de 24 m de comprimento:
.1 As portas estanques à água podem ser do tipo articulado por meio de dobradiças,
e devem ser capazes de ser operadas no local, de cada lado da porta. Deve ser
fixado um aviso de cada lado da porta, informando que ela deve ser mantida
fechada no mar.
.2 Todas as aberturas de acesso existentes em anteparas de estruturas de conveses
fechados através das quais possa entrar água e colocar a embarcação em perigo
devem ser dotadas de portas, presas de maneira permanente à antepara,
- 64 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
emolduradas e reforçadas de modo a que toda a estrutura tenha uma resistência
equivalente à da estrutura não perfurada, devendo ficar estanques ao tempo quando
estiverem fechadas, devendo haver meios para que possam ser operadas de cada
lado da antepara.
.3 A altura acima do convés das soleiras de portas, gaiútas, estruturas no convés e
coberturas de máquinas localizadas no convés de trabalho e nos conveses da
superestrutura, que dão acesso direto a partes daquele convés expostas ao tempo e
ao mar, deve ser pelo menos igual à altura das braçolas das escotilhas, como
especificado em 7.1.3.8.
.4 Quando a experiência obtida em operações justificar, e com a aprovação da
autoridade competente, a altura acima do convés das soleiras das portas,
especificada em 7.3.4.3, exceto das que dão acesso direto a compartimentos de
máquinas, pode ser reduzida para não menos que 150 mm nos conveses da
superestrutura, ou para não menos que 380 mm no convés de trabalho de
embarcações com 24 m de comprimento, ou para não menos que 150 mm no
convés de trabalho para embarcações com 12 m de comprimento. Para embarcações
com um comprimento intermediário, a redução mínima da altura aceitável para
soleiras de portas localizadas no convés de trabalho deve ser obtida através de uma
interpolação linear.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
7.5.2 Em navios aos quais se aplique a Convenção Internacional de Linhas de Carga, 1966, ou
o Protocolo de 1988 relativo àquela Convenção, como emendado, os embornais, admissões e
descargas devem atender ao disposto na Regra 22 e as vigias devem atender ao disposto na
Regra 23 daquela Convenção.
7.5.3 Em embarcações de pesca às quais se aplique o Protocolo de Torremolinos de 1993, as
vigias e janelas devem atender ao disposto na Regra II/12 e as admissões e descargas devem
atender ao disposto na Regra II/13 daquele Protocolo.
7.5.4 Em embarcações de pesca dotadas de convés fechado, com 12 m de comprimento ou
mais, mas com menos de 24 m de comprimento, as vigias, janelas e outras aberturas, admissões e
descargas devem atender ao seguinte:
.1 as vigias localizadas em compartimentos abaixo do convés de trabalho, e de
compartimentos fechados localizados no convés de trabalho, devem ser dotadas de
tampas articuladas por meio de dobradiças, capazes de serem fechadas de maneira a
ficarem estanques à água;
.2 as vigias devem ser instaladas num local em que a sua parte inferior fique acima de
uma linha traçada no costado, paralelamente ao convés de trabalho, tendo o seu
ponto mais baixo localizado 500 mm acima da linha d’água de trabalho mais
profunda;
.3 as vigias, juntamente com seus vidros e tampas de aço, devem ter uma estrutura
sólida, devendo ser aprovadas pela autoridade competente;
.4 os olhos de boi que dão para compartimentos abaixo do convés de trabalho devem
ter uma estrutura sólida e devem ser capazes de serem fechados e fixados de modo
a ficarem estanques ao tempo, e dispondo de um meio de fechamento adequado em
caso de avaria no seu vidro. Na medida do possível, devem ser evitados os olhos de
boi que dão para compartimentos de máquinas;
.5 em todas as janelas do passadiço que ficarem expostas ao tempo deve ser instalado
um vidro de segurança reforçado, ou um material adequado, permanentemente
transparente, com uma resistência equivalente. Os meios de fechamento das janelas
e a largura das superfícies de vedação devem ser adequados, tendo atenção especial
ao material utilizado na janela. As aberturas que dão para compartimentos abaixo
de um passadiço cujas janelas não sejam dotadas da proteção exigida acima devem
ser dotadas de um dispositivo de fechamento estanque ao tempo;
.6 quando não houver outro método de impedir que a água entre no casco através de
uma janela ou de uma vigia quebrada, deve haver tampas de aço, ou um número
adequado de venezianas para tempestade;
.7 a autoridade competente pode aceitar que as vigias e janelas instaladas nas
anteparas laterais e de ré de estruturas localizadas no convés de trabalho ou acima
dele, não tenham tampas de aço, se estiver convencida de que a segurança da
embarcação não será prejudicada;
.8 o número de aberturas existentes nos costados da embarcação, abaixo do convés de
trabalho, deve ser o mínimo compatível com a finalidade e com o trabalho
adequado da embarcação, e essas aberturas devem ser dotadas de dispositivos de
fechamento com uma resistência adequada para assegurar a estanqueidade à água e
a integridade estrutural da estrutura à sua volta;
.9 as descargas que passam através do costado vindo de compartimentos abaixo do
convés de trabalho, ou de compartimentos localizados no interior de estruturas
existentes no convés, devem ser dotadas de um meio eficiente e acessível de
impedir que a água passe para dentro da embarcação. Normalmente cada descarga
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
deve ter uma válvula de retenção automática com um meio eficaz de fechá-la de um
local facilmente acessível. Essa válvula não é necessária se a autoridade competente
considerar que não é provável que a entrada de água na embarcação, através da
abertura, leve a um alagamento perigoso, e que a espessura da canalização seja
suficiente. O meio de acionar a válvula através de um dispositivo de fechamento
eficaz deve ser dotado de um indicador que mostre se a válvula está aberta ou
fechada. A extremidade aberta de qualquer sistema de descarga, localizada no
interior da embarcação, deve estar acima da linha d’água mais profunda em que a
embarcação opera, com qualquer ângulo de banda que seja satisfatório para a
autoridade competente;
.10 nos compartimentos de máquinas, as admissões de água do mar, principais e
auxiliares, essenciais para o funcionamento das máquinas, devem ser controladas
no local. Os controles devem ser facilmente acessíveis e devem ser dotados de
indicadores que mostrem se as válvulas estão abertas ou fechadas. Deve haver
dispositivos de alarme adequados para indicar a entrada de água no compartimento;
e
.11 os acessórios e as válvulas fixados no casco devem ser de aço, de bronze ou de
outro material maleável. Todas as canalizações entre o casco e as válvulas devem
ser de aço, exceto em embarcações construídas de outro material que não o aço
podem ser utilizados outros materiais adequados.
7.5.5 Em navios de carga aos quais se aplique a Convenção Internacional para a Salvaguarda
da Vida Humana no Mar, 1974, as aberturas externas devem atender ao disposto na Regra II-
1/15-1 daquela Convenção.
31
Consultar a Regra II/8 do Protocolo de Torremolinos de 1993.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
7.7.2 Os ventiladores em embarcações de pesca às quais se aplique o Protocolo de
Torremolinos de 1993 devem atender ao disposto na Regra II/9 e as canalizações de ar devem
atender ao disposto na Regra II/10 daquele Protocolo. Os dispositivos de sondagem devem
atender ao disposto na Regra II/11 daquele Protocolo.
7.7.3 Os ventiladores e as canalizações de ar em embarcações de pesca com 12 m de
comprimento ou mais, mas com menos de 24 m de comprimento, devem atender ao seguinte:
.1 os ventiladores devem ter braçolas com uma estrutura sólida e devem poder ser
fechados por dispositivos fixados de maneira permanente a eles ou à estrutura
adjacente de modo a ficarem estanques ao tempo. Os ventiladores devem estar
dispostos o mais perto possível da linha de centro da embarcação e, quando
possível, devem se prolongar através da parte superior de uma estrutura existente
no convés ou de uma gaiúta de escotilha;
.2 as braçolas de ventiladores devem ser tão altas quanto possível. No convés de
trabalho, a altura das braçolas de ventiladores acima do convés, exceto as dos
compartimentos de máquinas, não deve ser inferior a 760 mm e nos conveses da
superestrutura não inferior a 450 mm. Quando a altura desses ventiladores puder
interferir com o trabalho realizado na embarcação, a altura das suas braçolas pode
ser reduzida de um modo que satisfaça a autoridade competente. A altura acima do
convés das aberturas de ventiladores de compartimentos de máquinas deve ser
aprovada pela autoridade competente;
.3 não precisam ser instalados dispositivos de fechamento em ventiladores cujas
braçolas se prolonguem mais de 2.5 m acima do convés de trabalho, ou mais de 1.0
m acima da parte superior de uma estrutura existente no convés ou do convés da
superestrutura;
.4 quando as canalizações de ar que vão para tanques ou para outros compartimentos
localizados abaixo do convés se prolongarem acima do convés de trabalho ou do
convés da superestrutura, as suas partes externas devem ter uma estrutura sólida e
devem estar localizadas, na medida do possível, perto da linha de centro da
embarcação e estar protegidas contra danos causados pelos equipamentos de pesca
ou de içamento. As aberturas dessas canalizações devem estar protegidas por um
meio de fechamento eficaz, fixado de maneira permanente a elas ou à estrutura
adjacente, exceto que quando a autoridade competente estiver convencida de que
elas estão protegidas contra a água retida no convés, esse meio de fechamento pode
ser eliminado; e
.5 quando as canalizações de ar estiverem localizadas perto do costado da
embarcação, a sua altura acima do convés, até o ponto em que pode haver a entrada
de água, deve ser de pelo menos 760 mm no convés de trabalho e de pelo menos
450 mm no convés da superestrutura. A autoridade competente pode aceitar uma
redução da altura de uma canalização de ar para evitar uma interferência com os
trabalhos de pesca.
7.7.4 Em embarcações de apoio marítimo (“offshore”) as canalizações de ar e os ventiladores
devem atender ao seguinte:
.1 as canalizações de ar e os ventiladores devem ser instalados em locais protegidos,
para evitar danos causados pela carga durante as operações e para minimizar a
possibilidade de alagamento. As canalizações de ar localizadas no convés de carga
exposto e no castelo de proa devem ser dotadas de dispositivos de fechamento
automáticos; e
.2 deve-se dar a devida atenção à localização dos ventiladores dos compartimentos de
máquinas. De preferência eles devem ser instalados num local acima do convés da
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
superestrutura, ou acima de um nível equivalente se não houver convés da
superestrutura.
7.8.3.2 A abertura para saída de água calculada de acordo com 7.8.3.1 deve ser aumentada
quando a Administração, ou a autoridade competente, considerar que o tosamento da
embarcação não é suficiente para assegurar um escoamento rápido e eficaz da água existente no
convés.
7.8.3.3 Dependendo da aprovação da Administração, ou da autoridade competente, a área
mínima da abertura para saída de água para cada compartimento para conservar peixes existente
no convés da superestrutura não deve ser inferior à metade da área A mencionada em 7.8.3.1,
exceto que quando o convés da superestrutura formar um convés de trabalho para as operações
de pesca, a área mínima em cada costado não deve ser inferior a 75% da área A .
32
Consultar a Regra 24(5) da Convenção Internacional sobre Linhas de Carga, 1966, ou o Protocolo de 1988, como emendado,
como for adequado, e a Regra 11/14(4) do Protocolo de Torremolinos de 1993.
33
Consultar a Regra II/14 do Protocolo de Torremolinos de 1993.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
7.8.3.4 As aberturas para saída de água devem ficar dispostas ao longo do comprimento das
bordas-falsas, de modo a proporcionar o escoamento mais rápido e eficaz da água existente no
convés. As bordas mais baixas das aberturas para saída de água devem ficar o mais perto
possível do convés.
7.8.3.5 Pranchas ou outros meios de estivagem e de operar os equipamentos de pesca devem ser
dispostos de modo que a eficácia das aberturas para saída de água não seja prejudicada, ou que
fique água retida no convés e impedida de chegar às aberturas para o seu escoamento. As
pranchas devem ser confeccionadas de tal modo que possam ser travadas na posição quando
estiverem sendo utilizadas, e que não dificultem a descarga da água que tiver embarcado.
7.8.3.6 As aberturas para saída de água com mais de 0,3 m de profundidade devem ser dotadas
de barras com um espaçamento não maior que 0,23 m, nem menor que 0,15 m, ou ser dotadas de
outros dispositivos de proteção adequados. As tampas das aberturas para saída de água, se
houver, devem ser de confecção aprovada. Se forem considerados necessários dispositivos para
travamento das tampas das aberturas para saída de água durante as operações de pesca, eles
devem ser aprovados pela autoridade competente e devem ser facilmente acionados de um local
facilmente acessível.
7.8.3.7 Em embarcações destinadas a operar em áreas sujeitas à formação de gelo, as tampas e
os dispositivos de proteção para as aberturas para saída de água devem poder ser facilmente
retiradas para restringir o acúmulo de gelo. O tamanho da abertura e dos meios existentes para a
retirada desses dispositivos de proteção deve ser aprovado pela autoridade competente.
7.8.3.8 Além disto, em embarcações de pesca com 12 m de comprimento ou mais, mas com
menos de 24 m de comprimento, quando houver compartimento para conservar peixes ou
cabines no convés de trabalho ou no convés da superestrutura, com os seus fundos acima da
linha d’água de trabalho mais profunda, deve haver meios eficientes, dotados de válvulas de
retenção, para escoar a água para o mar. Quando os fundos desses compartimentos para
conservar peixes ou cabines estiverem abaixo da linha d’água de trabalho mais profunda, a água
deve ser escoada para os porões.
7.8.4 Em embarcações de apoio de alto-mar (“offshore”), a Administração deve ter uma
atenção especial a um escoamento adequado da água existente nos locais de estivagem de tubos,
levando em consideração as características de cada embarcação. No entanto, a área existente para
o escoamento da água retida nos locais de estivagem de tubos deve ser maior que a área exigida
para a abertura para saída de água localizada na borda-falsa do convés de carga, e não deve ser
dotada de dispositivos de fechamento do tipo veneziana.
7.9 Diversos
7.9.1 Os navios empregados em operações de reboque devem ser dotados de meios para uma
liberação rápida do cabo de reboque.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
8.1 Aplicação
8.1.1 Todo navio de passageiros, independentemente do seu tamanho, e todo navio de carga
que tenha um comprimento, como definido na Convenção Internacional sobre Linhas de Carga,
1966, ou no Protocolo de 1988 relativo àquela Convenção, como emendado, como for aplicável,
de 24 m ou mais, deve ser submetido a um teste de inclinação por ocasião do término da sua
construção, e devem ser determinados os elementos relativos à sua estabilidade34.
8.1.2 A Administração pode permitir que um determinado navio seja dispensado do teste de
inclinação exigido pelo parágrafo 8.1.1, desde que haja dados básicos disponíveis relativos à
estabilidade, obtidos no teste de inclinação de um navio idêntico, e que seja demonstrado, de
modo a satisfazer a Administração, que daqueles dados básicos podem ser obtidas informações
confiáveis para o navio que foi dispensado do teste.
Para ser dispensado de um teste de inclinação, a diferença entre as massas na condição de navio
leve não deve ser superior a,
para L35 < 50 m: 2% da massa do navio de referência na condição de
navio leve, ou como fornecido nas informações sobre
estabilidade;
para L > 160 m: 1% da massa do navio de referência na condição de
navio leve, ou como fornecido nas informações sobre
estabilidade;
para valores intermediários de L: através de interpolação linear,
e a diferença entre o centro de gravidade longitudinal (LCG) na condição de navio leve, em
relação a L não deve ser superior a 0,5% do LCG do navio de referência na condição de navio
leve, ou como fornecido nas informações relativas à estabilidade, independentemente do
comprimento do navio.
8.1.3 A Administração pode permitir que um determinado navio, ou uma classe de navios
projetados especialmente para o transporte de líquidos ou de minério a granel seja dispensado do
teste de inclinação quando uma consulta aos dados existentes para navios semelhantes indicar
claramente que, devido às proporções e ao arranjo do navio, haverá uma altura metacêntrica mais
do que suficiente em todas as prováveis condições de carregamento.
8.1.4 Quando forem feitas quaisquer alterações num navio, de nodo a afetar a estabilidade, o
navio deve ser submetido a um novo teste de inclinação.
8.1.5 A intervalos periódicos, não superiores a cinco anos, deve ser realizada uma verificação
da condição de navio leve em todos os navios de passageiros, para verificar quaisquer alterações
no deslocamento na condição de navio leve e no centro de gravidade. O navio deve ser
submetido a um novo teste de inclinação sempre que, em comparação com as informações
aprovadas sobre estabilidade, for encontrada ou prevista uma diferença em relação ao
deslocamento na condição de navio leve superior a 2%, ou uma diferença em relação ao centro
de gravidade superior a 1% de L.
34
Consultar a Regra II-1/5 da Convenção SOLAS de 1974, como emendada.
35
Para os efeitos dos parágrafos 8.1.2 e 8.1.5, o comprimento (L) significa o comprimento da subdivisão (LS), como definido na
Regra II-1/2.1 da Convenção SOLAS de 1974, como emendada. Para os navios aos quais se aplique a Convenção, e para
outros navios, o comprimento (L) significa o comprimento do navio, como definido no parágrafo 2.1.2 do Propósito e nas
Definições deste Código
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
8.1.6 O teste de inclinação determinado é adaptável para navios com um comprimento inferior
a 24 m, se forem tomadas precauções especiais para assegurar a precisão do procedimento de
teste.
A notificação por escrito deve fornecer as seguintes informações, como a Administração possa
exigir:
.1 identificação do nome do navio e o número do casco atribuído pelo estaleiro, se for
aplicável;
.2 data, hora e local do teste;
.3 dados relativos aos pesos utilizados para obter a inclinação;
.1 tipo;
.2 quantidade (número de unidades e o peso de cada uma);
.3 certificação;
.4 método de manuseio (isto é, trilho de deslizamento ou guindaste);
.5 ângulo de banda máximo previsto para cada bordo;
.4 aparelhos de medição:
.1 pêndulos – local e comprimento aproximados;
.2 tubos em “U” – localização e comprimento aproximados;
.3 clinômetros – localização e detalhes relativos a aprovações e aferições;
.5 trim aproximado;
.6 situação dos tanques;
.7 pesos estimados a deduzir, a acrescentar e a ter a sua localização alterada para
colocar o navio na sua verdadeira condição de navio leve;
.8 descrição detalhada de qualquer “software” de computador a ser utilizado para
ajudar nos cálculos durante o teste de inclinação; e
.9 nome e número do telefone da pessoa responsável por realizar o teste de inclinação.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
8.2.2 Condições gerais do navio
8.2.2.1 Um navio deve estar o mais completo possível no momento do teste de inclinação. O
teste deve ser programado do modo a minimizar os transtornos causados à data de entrega do
navio ou aos seus compromissos operacionais.
8.2.2.2 A quantidade e o tipo do trabalho deixado para ser concluído (peso a ser acrescentado)
afeta a precisão das características de navio leve, de modo que deve ser empregado um critério
adequado. Se a massa ou o centro de gravidade de um item a ser acrescentado não puder ser
determinado com confiança, é melhor realizar o teste de inclinação após o item ter sido
acrescentado.
8.2.2.3 Antes do teste de inclinação, o material temporário, caixas de ferramentas, andaimes,
areia, entulho, etc. existente a bordo deve ser reduzido a um mínimo absoluto. A tripulação ou as
pessoas não diretamente envolvidas no teste de inclinação devem ser retiradas de bordo do navio
antes do teste.
8.2.2.4 Os conveses devem estar livres de água. A água retida no convés pode se deslocar e
ficar empoçada, de maneira semelhante aos líquidos num tanque. Qualquer chuva, neve ou gelo
acumulado no navio deve ser retirado antes do teste.
8.2.2.5 O carregamento de líquidos previsto para o teste deve ser incluído no planejamento do
teste. De preferência, todos os tanques devem estar vazios e limpos, ou completamente cheios. O
número de tanques parcialmente cheios deve ser mantido num mínimo absoluto. A viscosidade e
a profundidade do fluido e a forma do tanque devem ser tais que o efeito de superfície livre
possa ser determinado com precisão.
8.2.2.6 O navio deve estar amarrado num local calmo, abrigado de forças estranhas, como
esteiras formadas pelo hélice de navios que estiverem passando, ou descargas súbitas de bombas
pelos costados voltados para terra. Devem ser consideradas as condições da maré e o trim do
navio durante o teste. Antes do teste, a profundidade da água deve ser medida em tantos locais
quanto for necessário para assegurar que o navio não vá entrar em contato com o fundo, e
registrada. O peso específico da água deve ser registrado com precisão. O navio deve estar
amarrado de uma maneira que permita uma banda sem restrições. As pranchas de acesso devem
ser retiradas. O número de cabos de energia elétrica, de mangueiras, etc. que estiverem ligados à
terra deve ser o mínimo, e mantidos folgados o tempo todo.
8.2.2.7 O navio deve estar o mais aprumado possível. Com os pesos para produzir a inclinação
na localização inicial, uma banda de até meio grau é aceitável. O verdadeiro trim e a verdadeira
deflexão da quilha devem ser considerados, se possível, nos dados hidrostáticos. Para evitar
erros excessivos causados por alterações significativas na área do plano de flutuação durante o
adernamento, os dados hidrostáticos para o trim verdadeiro e para os ângulos de banda máximos
previstos devem ser verificados antecipadamente.
8.2.2.8 O peso total utilizado deve ser suficiente para causar uma inclinação mínima de um grau
e uma banda máxima de quatro graus para cada bordo. A Administração pode, entretanto, aceitar
um ângulo de inclinação menor para navios grandes, desde que sejam atendidas as exigências
relativas à deflexão do pêndulo ou à diferença de altura nos tubos em “U” estabelecidas em
8.2.2.9 . O pesos devem ser compactos e ter uma configuração tal que o seu centro de gravidade
possa ser determinado com precisão. Cada peso deve ser marcado com um número de
identificação e com a sua massa. Antes de ser dada a inclinação deve ser feita uma nova
certificação dos pesos de teste. Durante o teste de inclinação deve estar disponível um guindaste
com uma capacidade e um alcance suficientes, ou algum outro meio para alterar a localização
dos pesos no convés de uma maneira rápida e segura. Quando não for possível inclinar o navio
utilizando pesos sólidos, deve ser feita uma transferência de água de lastro, se isto for aceitável
para a Administração.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
8.2.2.9 É recomendada a utilização de três pêndulos, mas devem ser utilizados no mínimo dois,
para permitir a identificação de indicações incorretas de qualquer pêndulo. Cada um deles deve
estar localizado num local protegido do vento. Um ou mais pêndulos podem ser substituídos por
outros aparelhos de medida (tubos em “U” ou clinômetros), a critério da Administração. Não
devem ser utilizados aparelhos de medida alternativos para reduzir os ângulos de inclinação
mínimos recomendados em 8.2.2.8.
A utilização de um clinômetro ou de tubos em “U” deve ser considerada em cada caso. É
recomendado que os clinômetros, ou outros aparelhos de medida, só sejam utilizados juntamente
com pelo menos um pêndulo.
8.2.2.10 Deve haver comunicações eficientes nos dois sentidos entre o controle central e quem
estiver manobrando com os pesos, e entre o controle central e cada local em que estiver instalado
um pêndulo. Uma pessoa numa estação central de controle deve exercer um controle total sobre
todo o pessoal envolvido no teste.
- 74 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
8.4.2 Uma cópia dos dados relativos ao teste de inclinação deve ser enviada à Administração,
juntamente com os resultados calculados do teste de inclinação, num relatório feito num formato
aceitável, se necessário.
8.4.3 Todos os cálculos realizados durante o teste de inclinação e na preparação para aquele
teste só podem ser feitos num programa de computador adequado. Os dados de saída fornecidos
por aquele programa podem ser utilizados para a apresentação de todos os dados e cálculos, ou
de parte deles, contidos no relatório do teste, se forem claros, concisos, bem documentados e de
um modo geral compatíveis quanto à forma e ao conteúdo com as exigências da Administração.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
ANEXO 1
1 INTRODUÇÃO
Este anexo suplementa as normas relativas aos testes de inclinação apresentadas na Parte B,
Capítulo 8 (Determinação dos parâmetros relativos à condição de navio leve) deste Código. Este
anexo contém procedimentos detalhados que são importantes para realizar um teste de
inclinação, de modo a assegurar que sejam obtidos resultados válidos, com a máxima precisão e
com um custo mínimo para os armadores, estaleiros e para a Administração. É essencial que haja
uma perfeita compreensão dos procedimentos corretos utilizados para realizar um teste de
inclinação, para assegurar que o teste seja realizado corretamente e de modo que os resultados
possam ser examinados quanto à sua precisão à medida que o teste de inclinação é realizado.
onde:
l = comprimento do tanque (m)
b = largura do tanque (m)
pt = peso específico do líquido no tanque (t/m3)
∑M
x
fs (1) + M fs (2) + ..... + M fs ( x)
Correção devida à superfície livre = (m)
∆
onde:
Mfs = momento resultante da superfície livre (mt)
∆ = deslocamento (t)
- 76 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
A correção devida à superfície livre independe da altura do tanque no navio, da sua localização e
do sentido da banda. À medida que aumenta a largura do tanque, o valor do momento resultante
da superfície livre aumenta na terceira potência. A distância disponível para o líquido se deslocar
é o fator predominante. É por isto que normalmente até mesmo a menor quantidade de líquido no
fundo de um tanque largo, ou de um porão, é inaceitável e deve ser retirada antes do teste de
inclinação. Quantidades insignificantes de líquidos em tanques ou espaços vazios com a forma
de “V” (ex.: um paiol da amarra na proa), onde o potencial de deslocamento do líquido é
desprezível, podem permanecer se a sua retirada for difícil ou puder causar grandes demoras.
Quando for utilizada água de lastro como peso para produzir a inclinação, devem ser calculados
os momentos transversais e verticais reais produzidos pelo líquido, levando em conta a alteração
da banda do navio. As correções devidas à superfície livre, como definidas neste parágrafo, não
devem ser aplicadas aos tanques utilizados para produzir a inclinação.
Para evitar que os líquidos formem poças, normalmente os tanques parcialmente cheios devem
ter uma seção transversal regular (isto é, retangular, trapezoidal, etc.) e devem ser cheios de 20%
a 80% da sua capacidade se forem tanques profundos, e de 40% a 60%, se forem tanques
localizados no duplo-fundo. Esses níveis asseguram que a velocidade de deslocamento do
líquido permaneça constante com todos os ângulos de banda utilizados no teste de inclinação. Se
o trim se alterar à medida que o navio é inclinado, deve-se levar também em consideração a
formação de poças devido a uma inclinação longitudinal. Devem ser evitados tanques
parcialmente cheios que contenham líquidos de viscosidade suficiente para impedir que esses
líquidos tenham um movimento livre à medida que o navio é inclinado (como o óleo combustível
do tipo “bunker” com uma temperatura baixa), uma vez que a superfície livre não pode ser
calculada com precisão. Não deve ser utilizada uma correção devida à superfície livre para esses
tanques, a menos que eles sejam aquecidos para reduzir a viscosidade. Nunca deve ser permitido
que haja comunicação entre tanques. As interligações, inclusive as feitas através de pianos de
válvulas, devem ser fechadas. Níveis de tanques iguais em pares de tanques parcialmente cheios
pode ser um sinal de alerta de interligações abertas. Ao verificar o fechamento das interligações,
deve ser consultado um plano das redes de esgoto de porão, de lastro ou de óleo combustível.
2.1.3 Tanques totalmente cheios: “totalmente cheios” significa completamente cheio, sem
quaisquer espaços vazios causados pelo trim ou por uma saída de ar inadequada. Qualquer coisa
inferior a um enchimento de 100%, como por exemplo a situação de um tanque cheio com 98%
da sua capacidade, considerado cheio para fins operacionais, não é aceitável. De preferência,
antes de fazer a sondagem final, o navio deve ser submetido a um jogo de um bordo para o outro
para eliminar o ar aprisionado. Deve-se ter um cuidado especial ao pressionar os tanques de
combustível para impedir uma poluição acidental. Um exemplo de tanque que poderia parecer
“pressionado”, mas que na realidade contém ar aprisionado, é mostrado na Figura A1-2.1.3.
- 77 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
Figura A1-2.1.3
2.1.4 Tanques vazios: De um modo geral não é suficiente simplesmente retirar o líquido dos
tanques por meios de uma bomba até que ela perca a aspiração. É preciso entrar no tanque após o
bombeamento para verificar se é necessário fazer um esgoto final com bombas portáteis, ou à
mão. As exceções são os tanques muito estreitos nos quais existe uma inclinação acentuada, uma
vez que a superfície livre seria desprezível. Como todos os tanques vazios devem ser
inspecionados, todas as portas de visita devem ser abertas e os tanques bem ventilados, devendo
ser verificado se estão seguros para a entrada de alguém. Deve haver à mão um aparelho de teste
seguro, para verificar se há oxigênio suficiente e se os níveis de tóxicos são mínimos. Deve estar
disponível, se for necessário, um certificado de um químico marítimo, atestando que todos os
tanques de óleo combustível e de produtos químicos estão seguros para a entrada humana.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.2.2 O navio deve ser amarrado por espias na proa e na popa, passadas em cabeços e/ou em
cunhos no convés. Se não puder ser obtida uma contenção adequada do navio utilizando os
acessórios existentes no convés, deverão ser fixados olhais o mais perto possível da linha de
centro e o mais perto possível da linha d’água, como mais prático. Quando o navio só puder ser
amarrado por um bordo, é uma boa prática suplementar as espias de proa e de popa com dois
espringues para manter um bom controle do navio, como mostrado na Figura A1-2.2.2. O
comprimento dos espringues deve ser o maior possível. Devem ser colocados flutuantes
cilíndricos entre o navio e o cais. Ao serem feitas as leituras, todas as espias devem estar
folgadas, com o navio afastado do píer e dos flutuantes.
Figura A1-2.2.2
2.2.2.1 Se o navio for mantido afastado do píer pelo efeito conjunto do vento e da corrente, um
momento de adernamento sobreposto atuará sobre o navio durante todo o teste. Em condições
estáveis isto não afetará os resultados. Rajadas de vento e um vento, ou uma corrente, que varie
de maneira uniforme farão com que esses momentos de adernamento sobrepostos se alterem, o
que pode exigir pontos de teste adicionais para obter um teste válido. A necessidade de pontos de
teste adicionais pode ser determinada plotando os pontos de teste à medida que forem sendo
obtidos.
2.2.2.2 Se o navio estiver pressionado contra as defensas pelo vento ou pela corrente, todas as
espias devem ser folgadas. Os flutuantes cilíndricos impedirão que ele encoste no cais, mas
haverá um momento de adernamento sobreposto adicional por estar o navio sendo empurrado
contra os flutuantes. Quando possível, esta situação deve ser evitada mas, quando for utilizada,
deve-se considerar a possibilidade de puxar o navio afastando-o do cais e dos flutuantes e deixar
que ele seja empurrado pelo vento ou pela corrente à medida que são feitas as leituras.
2.2.2.3 Um outro dispositivo adequado é quando o efeito conjunto do vento e da corrente for tal
que o navio possa ser controlado por apenas uma espia, seja da proa ou da popa. Neste caso, a
espia de utilizada para fazer o controle deve sair da linha de centro do navio, ou de perto dela,
com todas as espias, menos a de controle, folgadas, ficando o navio livre para alterar a sua proa
sob a ação do vento ou da corrente à medida que são feitas as leituras. Algumas vezes isto pode
ser inconveniente, uma vez que o vento e/ou a corrente variável pode distorcer a plotagem.
2.2.3 Antes do teste, o dispositivo de amarração deve ser submetido à aprovação da autoridade
para que seja examinado.
2.2.4 Se for utilizada uma cábrea flutuante para manobrar os pesos utilizados para produzir a
inclinação, ela não deve estar amarrada ao navio.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
2.4 Pêndulos
2.4.1 Os pêndulos devem ser suficientemente longos para fornecer uma deflexão medida, para
cada lado da vertical, de pelo menos 15 cm. De um modo geral, isto exigirá um pêndulo com um
comprimento de pelo menos 3 m. É recomendado que sejam utilizados pêndulos com 4 a 6 m de
comprimento. Normalmente, quanto mais longo for o pêndulo maior será a precisão do teste. No
entanto, se forem utilizados pêndulos excessivamente longos num navio muito sensível, os
pêndulos podem não se estabilizar e a sua precisão seria questionável. Em navios grandes, com
uma GM elevada, para obter a deflexão mínima pode ser preciso utilizar pêndulos com um
comprimento superior ao recomendado acima. Nestes casos, a cuba, como mostrada na Figura
A1-2.4.6, deve ser cheia com um óleo de alta viscosidade. Se os pêndulos tiverem comprimentos
diferentes, é evitada a possibilidade de divergências entre os registradores de cada estação.
2.4.2 Em navios menores, nos quais a altura livre é insuficiente para pendurar pêndulos longos,
a deflexão de 15 cm pode ser obtida aumentando o peso de teste, de modo a aumentar a banda.
Na maioria dos navios, a inclinação característica está entre um e quatro graus.
2.4.3 O fio do pêndulo deve ser uma corda de piano ou outro material com um único filamento.
A conexão superior do pêndulo deve permitir que ele gire sem restrições em torno do ponto de
giro. Um exemplo é o de uma arruela, com o fio do pêndulo preso a ela e suspenso por um prego.
2.4.4 Deve haver uma cuba cheia com um líquido para amortecer as oscilações do pêndulo
após cada movimento de pesos. Ela deve ser suficientemente profunda para impedir que o peso
do pêndulo toque no fundo. A utilização de uma chumbada de prumo articulada, presa à
extremidade do fio do pêndulo, também pode ajudar a amortecer as oscilações do pêndulo no
líquido.
2.4.5 As tábuas devem ser lisas, feitas de uma madeira com uma cor clara, com uma espessura
de 1 a 2 cm, e devem ser firmemente presas na sua posição, de modo que um contato inadvertido
não faça com que elas saiam do lugar. A tábua deve estar alinhada perto do fio do pêndulo, mas
não em contato com ele.
2.4.6 Um dispositivo satisfatório típico é mostrado na Figura A1-2.4.6. Os pêndulos podem ser
colocados em qualquer local no navio, longitudinal e transversalmente. Os pêndulos devem estar
no lugar antes da hora programada para o teste de inclinação.
2.4.7 É recomendado que clinômetros ou outros instrumentos de medida só sejam utilizados
juntamente com pelo menos um pêndulo. A Administração pode aprovar um dispositivo
alternativo, quando achar que este não é prático.
- 81 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
Figura A1-2.4.6
- 82 -
RESOLUÇÃO MSC.267(85)
.2 se forem esperadas temperaturas abaixo de 0°C, o líquido deve ser uma mistura de
água com um aditivo anti-congelante; e
.3 quando puderem ser esperadas pancadas de chuva intensas, devem ser tomadas
medidas para evitar que entre mais água no tubo em “U”.
2.6 Clinômetros
A utilização de clinômetros deve estar sujeita pelo menos às seguintes recomendações:
3 EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS
Além dos equipamentos físicos necessários, como os pesos para produzir inclinação, pêndulos,
embarcações miúdas, etc., os seguintes itens são necessários e devem ser fornecidos ou tornados
disponíveis às pessoas encarregadas do teste de inclinação:
.1 réguas graduadas para medir as deflexões dos pêndulos (as réguas devem ser
suficientemente subdivididas para obter a precisão desejada);
.2 lápis com pontas finas para marcar as deflexões dos pêndulos;
.3 giz para marcar as diversas posições dos pesos para produzir inclinação;
.4 uma trena com um comprimento suficiente para medir o movimento dos pesos e
para posicionar diversos itens a bordo;
.5 uma fita para sondagem com um comprimento suficiente para sondar tanques e
fazer leituras da borda livre;
.6 um ou mais hidrômetros bem mantidos, para medir o peso específico, com uma
faixa suficiente para abranger medidas de 0,999 a 1,030, para medir o peso
específico da água em que o navio estiver flutuando (em alguns locais pode ser
necessário um hidrômetro para medir uma gravidade específica inferior a 1,000);
.7 outros hidrômetros, como for necessário, para medir o peso específico de quaisquer
líquidos a bordo;
.8 papel quadriculado para plotar os momentos de inclinação versus tangentes;
.9 uma régua de aço para traçar a linha d’água medida nos planos de linhas;
.10 um bloco de papel para registrar dados;
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
.11 um aparelho de teste à prova de explosão para verificar se há oxigênio suficiente e a
ausência de gases letais nos tanques e em outros espaços fechados, como espaços
vazios e cóferdams;
.12 um termômetro; e
.13 tubos de aspiração (se necessário).
4 PROCEDIMENTO DE TESTE
O teste de inclinação, as leituras da borda livre/calado e a inspeção podem ser realizados em
qualquer ordem e, ainda assim, obter os mesmos resultados. Se a pessoa que estiver realizando o
teste de inclinação tiver certeza de que a inspeção irá mostrar que o navio está em condições
aceitáveis e que existe a possibilidade das condições meteorológicas tornarem-se desfavoráveis,
sugere-se que o teste de inclinação seja realizado primeiro e a inspeção por último. Se a pessoa
que estiver realizando o teste tiver dúvida de que o navio esteja suficientemente completo para o
teste, é recomendado que a inspeção seja feita primeiro, uma vez que ela pode invalidar todo o
teste, independentemente das condições meteorológicas. É muito importante que todos os pesos,
o número de pessoas a bordo, etc. permaneçam constantes durante todo o teste.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
procedimento de teste submetido à Administração. Isto é exigido para que o
representante da Administração possa consultar o estaleiro, ou o engenheiro naval,
para saber se na sua opinião o navio não estará suficientemente completo para a
realização do teste de inclinação, e se aquele teste deve ser reprogramado. Se as
condições do navio não estiverem indicadas com precisão no procedimento de teste
e, no momento do teste de inclinação, o representante da Administração considerar
que o navio está numa condição tal que um teste de inclinação preciso não pode ser
realizado, aquele representante pode recusar-se a aceitar o teste e exigir que ele seja
realizado numa data posterior;
.3 entrar em todos os tanques vazios após ter sido verificado que estão bem ventilados
e livres de gás para assegurar-se de que estejam secos e livres de entulho.
Assegurar-se de que quaisquer tanques totalmente cheios estejam na realidade
cheios e livres de bolsões de ar. O carregamento de líquido previsto para o teste de
inclinação deve ser incluído no procedimento exigido para ser submetido à
Administração;
.4 inspecionar todo o navio para identificar todos os itens que precisam ser
acrescentados ao navio, retirados do navio ou ter a sua localização alterada no navio
para levá-lo à condição de navio leve. Cada item deve ser claramente identificado
pelo seu peso e pela sua localização vertical e longitudinal. Se for necessário,
também deve ser registrada a sua localização transversal. Os pesos necessário para
produzir a inclinação, os pêndulos, quaisquer equipamentos e material de estivagem
temporários e as pessoas que estiverem a bordo durante o teste de inclinação estão
entre os pesos a serem retirados para que se obtenha a condição de navio leve. A
pessoa que estiver calculando as características da condição de navio leve a partir
dos dados obtidos durante o teste de inclinação e a inspeção e/ou a pessoa que
estiver supervisionando o teste de inclinação pode não ter estado presente durante o
teste, e deve ser capaz de determinar a localização exata dos itens consultando os
dados registrados e os planos do navio. Quaisquer tanques contendo líquidos devem
ser sondados com precisão e a sondagem deve ser registrada;
.5 sabe-se que o peso de alguns itens a bordo, ou que venham a ser acrescentados,
pode ter que ser estimado. Se isto for necessário, é do melhor interesse da
segurança dar uma margem de segurança ao fazer essa estimativa, de modo que
devem ser seguidas as seguintes regras práticas:
.1 ao estimar os pesos a serem acrescentados:
.1.1 estimar para mais os itens a serem acrescentados em locais elevados do
navio; e
.1.2 estimar para menos os itens a serem acrescentados em locais
baixos do navio;
.2 ao estimar os pesos a serem retirados:
.2.1 estimar para menos os itens a serem retirados de locais elevados do
navio; e
.2.2 estimar para mais os itens a serem retirados de locais baixos do
navio;
.3 ao estimar os pesos a terem a sua localização alterada:
.3.1 estimar para mais os itens a serem reposicionados num local mais
elevado no navio; e
.3.2 estimar para menos os itens a serem reposicionados num local mais
baixo no navio.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
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da quilha), para moldada (parte superior da quilha). Qualquer diferença entre as leituras da borda
livre/calado deve ser solucionada.
4.2.8 O calado médio (média das leituras feitas a bombordo e a boreste) deve ser calculado
para cada um dos locais em que forem feitas as leituras da borda livre/calado e plotado nos
planos de linhas do navio ou no perfil externo, para assegurar que todas as leituras sejam
coerentes e que juntas definam a linha d’água correta. A plotagem resultante deve fornecer uma
linha reta ou uma linha d’água que seja côncava ou convexa. Se forem obtidas leituras
incoerentes, as bordas livres/calados devem ser medidos novamente.
4.3 A inclinação
4.3.1 Antes de fazer qualquer movimento com os pesos, deve ser verificado o seguinte:
4.3.2 Durante o teste deve ser feita uma plotagem para verificar se estão sendo obtidos dados
aceitáveis. Tipicamente, as abscissas da plotagem serão o momento de adernamento W(x) (peso
vezes distância x) e as ordenadas serão as tangentes do ângulo de banda (deflexão do pêndulo
dividida pelo comprimento do pêndulo). Essa linha plotada não passa necessariamente através do
ponto de origem ou de qualquer outro ponto específico, uma vez que nenhum ponto é mais
importante do que qualquer outro. Muitas vezes é utilizada uma análise de regressão linear para
ajustar a linha reta. Os movimentos de pesos mostrados na Figura A2-4.3.2-1 apresentam uma
boa dispersão de pontos na plotagem do teste.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
Figura A1-4.3.2-1
A plotagem de todas as leituras feitas durante o teste para cada um dos pêndulos ajuda a
encontrar leituras incorretas. Uma vez que W(x)/tan ϕ deve ser constante, a linha plotada deve
ser reta. Diferenças em relação a uma linha reta são uma indicação de que havia outros
momentos atuando sobre o navio durante a inclinação. Esses outros momentos devem ser
identificados, suas causas corrigidas e o movimento dos pesos repetido até ser obtida uma linha
reta. As Figuras A1-4.3.2-2 a A1-4.3.2-5 ilustram exemplos de como detectar alguns desses
outros momentos durante a inclinação, e uma solução recomendada para cada caso. Por uma
questão de simplicidade, nas plotagens da inclinação só é mostrada a média das leituras.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
4.3.3 Uma vez estando tudo e todos em seus lugares, deve ser obtida a posição zero, e o resto
do teste realizado da maneira mais rápida possível mantendo ao mesmo tempo a precisão e os
procedimentos corretos, para minimizar a possibilidade de uma alteração das condições
ambientais durante o teste.
4.3.4 Antes de cada leitura do pêndulo, cada estação de pêndulo deve informar à estação de
controle quando o pêndulo tiver parado de oscilar. Em seguida, a estação de controle dá um
aviso de “atenção” e, em seguida uma ordem de “marque”. Quando for dada a ordem de
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“marque”, a tábua em cada local deve ser marcada na localização em que estiver o fio do
pêndulo. Se o fio estiver oscilando ligeiramente, a marca deve ser feita no centro das oscilações.
Se qualquer pessoa que estiver fazendo as leituras do pêndulo não achar que a leitura foi boa,
deve informar à estação de controle e o ponto deve ser lido novamente em todas as estações de
pêndulos. Do mesmo modo, se a estação de controle suspeitar da precisão de uma leitura, ela
deve ser repetida em todas as estações de pêndulos. Próximo à marca feita na tábua deve ser
escrito o número do movimento de pesos, como zero para a posição inicial e de um a sete para os
movimentos de pesos.
4.3.5 Cada movimento de pesos deve ser feito na mesma direção, normalmente
transversalmente, de modo a não alterar o trim do navio. Após cada movimento de pesos, a
distância percorrida pelo peso (de centro a centro) deve ser medida e o momento de adernamento
calculado, multiplicando a distância pelo valor do peso movido. Para cada pêndulo a tangente é
calculada dividindo a deflexão pelo comprimento do pêndulo. As tangentes resultantes são
plotadas no gráfico. Desde que haja uma boa concordância entre os pêndulos com relação ao
valor de tan ϕ, pode ser plotada no gráfico a média das leituras dos pêndulos, em vez de plotar
cada uma das leituras.
4.3.6 Devem ser utilizadas folhas de dados da inclinação, de modo que nenhum dado seja
esquecido e que os dados sejam claros, concisos e coerentes quanto à forma e ao formato. Antes
de saírem do navio, a pessoa que realizou o teste e o representante da Administração devem
rubricar cada folha de dados, como uma indicação da sua concordância com os dados
registrados.
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ANEXO 2
1 Antes de suspender
1.1 Em primeiro lugar, o patrão deve assegurar-se, como no caso de quaisquer viagens feitas
em qualquer estação, de que a embarcação esteja em condições de navegar, dando toda a atenção
a exigências básicas, como:
.1 carregamento da embarcação dentro dos limites estabelecidos para a estação do ano
(parágrafo 1.2.1 abaixo);
.2 estanqueidade ao tempo e confiabilidade dos dispositivos de fechamento das
escotilhas de carga e dos acessos, das portas externas e de todas as outras aberturas
existentes nos conveses e nas superestruturas da embarcação e a estanqueidade à
água das vigias e de aberturas semelhantes existentes no costado abaixo do convés
da borda livre a serem verificadas;
.3 condições das aberturas para saída de água e dos embornais, bem como a
confiabilidade do funcionamento dos seus dispositivos de fechamento a serem
verificados;
.4 equipamentos de emergência e salva-vidas e a confiabilidade do seu funcionamento;
.5 confiabilidade do funcionamento de todos os equipamentos de comunicações
externas e interiores; e
.6 condições de funcionamento e confiabilidade dos sistemas de esgoto dos porões e
de lastro.
1.2 Além disto, tendo uma atenção especial a um possível acúmulo de gelo, o comandante
deve:
.1 considerar a condição de carregamento mais crítica tendo em vista os documentos
de estabilidade aprovados, dando a devida atenção ao consumo de combutsível e de
água, à distribuição dos suprimentos, das cargas e dos equipamentos de pesca, com
uma tolerância para um possível acúmulo de gelo;
.2 estar ciente do perigo de ter suprimentos e equipamentos de pesca armazenados em
espaços localizados no convés exposto ao tempo, devido à sua grande superfície em
que pode ocorrer um acúmulo de gelo a ao seu centro de gravidade elevado;
.3 assegurar-se de que haja disponível na embarcação um conjunto completo de
roupas para frio para todos os membros da tripulação, bem como um conjunto
completo de ferramentas manuais e outros apetrechos para combater o acúmulo de
gelo. Uma lista característica desses apetrechos é apresentada na Seção 4 deste
anexo;
.4 assegurar-se de que a tripulação esteja familiarizada com a localização dos meios
para combater o acúmulo de gelo, bem como com a utilização desses meios, e que
sejam realizados exercícios, de modo que os membros da tripulação conheçam as
suas respectivas tarefas e tenham o conhecimento prático necessário para assegurar
a resistência da embarcação em condições de acúmulo de gelo;
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
.5 inteirar-se das condições meteorológicas na região das áreas de pesca e no trajeto
para o local de destino; estudar as cartas sinóticas daquela região e as previsões do
tempo; estar ciente das correntes quentes existentes nas proximidades das áreas de
pesca, do relevo da costa mais próxima, da existência de baías abrigadas e da
localização dos campos de gelo e dos seus limites; e
.6 inteirar-se do horário das estações de rádio que transmitem previsões do tempo e
avisos da possibilidade de acúmulo de gelo no local das áreas de pesca pertinentes.
2 No mar
2.1 Durante a viagem, e quando a embarcação estiver nas áreas de pesca, o patrão deve
manter-se informado de todas as previsões do tempo, de longo e de curto prazo, e deve
providenciar para que as seguintes observações meteorológicas sistemáticas sejam
sistematicamente registradas:
.1 temperaturas do ar e da superfície do mar:
.2 direção e intensidade do vento;
.3 direção e altura das ondas e o estado do mar
.4 pressão atmosférica e umidade do ar; e
.5 frequência das batidas do casco da embarcação contra o mar, por minuto, e a
intensidade do acúmulo de gelo em diversas partes da embarcação, por hora.
2.2 Todos os dados observados devem ser registrados no livro de quarto da embarcação. O
patrão deve comparar as previsões do tempo e as cartas que indicam as áreas em que é provável
a formação de gelo com as condições meteorológicas reais, e deve estimar a probabilidade de
formação de gelo e a sua intensidade.
2.3 Quando surgir o perigo de formação de gelo, devem ser tomadas, sem demora, as
seguintes medidas:
.1 todos os meios de combater a formação de gelo devem estar prontos para o uso;
.2 todas as operações de pesca devem ser interrompidas, os equipamentos de pesca
devem ser trazidos para bordo e colocados em compartimentos abaixo do convés.
Se isto não puder ser feito, todos os equipamentos devem ser peiados para
condições de tempestade, nos locais estabelecidos para eles. É especialmente
perigoso deixar os equipamentos de pesca suspensos, uma vez que a sua superfície
para a formação de gelo é grande e, de um modo geral, o ponto em que estão
suspensos é alto;
.3 barris e recipientes contendo peixe, embalagens, todos os equipamentos e
suprimentos localizados no convés, bem como os mecanismos portáteis, devem ser
colocados em compartimentos fechados, localizados o mais baixo possível, e ser
firmemente peiados;
.4 toda a carga existente nos porões e em outros compartimentos deve ser colocada o
mais baixo possível e firmemente peiada;
.5 as lanças dos paus de carga devem ser arriadas e presas;
.6 as máquinas existentes no convés, os sarilhos das espias e as embarcações devem
ser cobertos com capas de lona;
.7 devem ser passados cabos de segurança no convés;
.8 as aberturas para saída de água com tampas devem ser postas em condições de
funcionar, todos os objetos localizados perto de embornais e de aberturas para saída
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
de água e que estejam impedindo o escoamento da água existente no convés devem
ser retirados;
.9 todas as escotilhas de carga e todas as gaiútas, tampas de portas de visita, portas
externas estanques ao tempo localizadas em superestruturas e em estruturas
existentes no convés e portinholas devem ser bem fechadas para assegurar que a
embarcação fique totalmente estanque ao tempo. O acesso ao convés exposto ao
tempo, proveniente de compartimentos internos, só deve ser permitido através do
convés da superestrutura;
.10 deve ser verificado se a quantidade de água de lastro existente a bordo e a sua
localização estão de acordo com o que é recomendado na “Orientação sobre
estabilidade para patrões”. Se existir uma borda livre suficiente, todos os tanques
vazios localizados no fundo, dotados de rede de lastro, devem ser cheios com água
do mar;
.11 todos os equipamentos de combate a incêndio, de emergência e salva-vidas devem
estar prontos para o uso;
.12 todos os sistemas de esgoto devem ser verificados quanto à sua eficácia;
.13 devem ser verificados a iluminação do convés e os holofotes;
.14 deve ser feita uma verificação para assegurar-se de que todos os membros da
tripulação possuem roupas para frio; e
.15 devem ser estabelecidas comunicações confiáveis nos dois sentidos, tanto com
estações de terra como com outras embarcações. Devem ser combinadas chamadas
em horários estabelecidos.
2.4 O patrão deve procurar afastar a embarcação da área perigosa, tendo em mente que as
bordas a sotavento dos campos de gelo, as áreas em que há correntes mornas e as áreas costeiras
abrigadas são um bom refúgio para a embarcação em condições meteorológicas em que ocorre a
formação de gelo.
2.5 As embarcações de pesca pequenas que estiverem na área de pesca devem manter-se
perto umas das outras e de embarcações maiores.
2.6 Deve ser relembrado que a entrada da embarcação num campo de gelo oferece um certo
perigo para o casco, principalmente com um mar de grandes vagas. Portanto, a embarcação deve
entrar no campo de gelo perpendicularmente à sua borda, numa velocidade baixa e sem inércia.
É menos perigoso entrar num campo de gelo com a proa para o vento. Se uma embarcação tiver
que entrar num campo de gelo com o vento pela popa, deve ser levado em consideração o fato de
que a borda do gelo é mais densa a barlavento. É importante entrar no campo de gelo no ponto e
que a quantidade de gelo flutuando é menor.
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RESOLUÇÃO MSC.267(85)
3.3 Quando começar a formação de gelo, o patrão deve levar em conta as recomendações
relacionadas abaixo e assegurar o seu rigoroso cumprimento:
.1 informar imediatamente ao armador a formação de gelo e estabelecer com ele uma
comunicação rádio contínua;
.2 estabelecer comunicação rádio com as embarcações mais próximas e assegurar-se
de que seja mantida;
.3 não permitir que o gelo formado se acumule na embarcação. Tomar medidas
imediatamente para retirar das estruturas da embarcação até mesmo a camada mais
fina de gelo e para retirar do convés superior os fragmentos de gelo recém
formados;
.4 durante a formação de gelo,verificar constantemente a estabilidade da embarcação,
medindo o período do seu jogo. Se o período de jogo aumentar de maneira
perceptível, tomar imediatamente todas as medidas possíveis para aumentar a
estabilidade da embarcação;
.5 assegurar-se de que todos os membros da tripulação que estiverem trabalhando no
convés exposto ao tempo estejam vestindo roupas de frio e usando um cabo de
segurança firmemente preso ao corrimão;
.6 ter em mente que o trabalho da tripulação na retirada do gelo acarreta
necessariamente o perigo de ulceração produzida pelo frio. Por esta razão, é preciso
garantir que os membros da tripulação que estiverem trabalhando no convés sejam
substituídos periodicamente;
.7 manter as seguintes estruturas e equipamentos da embarcação livres de gelo em
primeiro lugar:
.7.1 antenas;
.7.2 luzes de marcha e de navegação;
.7.3 aberturas para saída de água e embornais;
.7.4 embarcações salva-vidas;
.7.5 estais, brandais, mastros e poleame;
.7.6 portas das superestruturas e das estruturas existentes no convés; e
.7.7 máquina de suspender e escovéns;
.8 retirar o gelo de superfícies grandes da embarcação, começando pelas estruturas
mais elevadas (como passadiço, estruturas existentes no convés, etc.), porque até
mesmo uma pequena quantidade de gelo depositado nelas causa uma redução
drástica da estabilidade da embarcação;
.9 quando a distribuição do gelo não for simétrica e ocorrer uma banda, o gelo deve
ser retirado primeiro do bordo mais baixo. Ter em mente que qualquer correção da
banda da embarcação bombeando combustível ou água de um tanque para outro
pode reduzir a estabilidade durante o processo, quando os dois tanques estarão
parcialmente cheios;
.10 quando se formar uma quantidade considerável de gelo na proa e surgir um trim, o
gelo deve ser retirado rapidamente. A água de lastro pode ser redistribuída para
reduzir o trim;
.11 retirar no devido tempo o gelo das aberturas para saída de água e dos embornais
para assegurar um escoamento livre da água do convés;
.12 verificar regularmente se há um acúmulo de água no interior do casco;
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.13 evitar navegar com mar de popa, uma vez que isto pode reduzir drasticamente a
estabilidade da embarcação;
.14 registrar no livro de quarto da embarcação a duração, a natureza e a intensidade da
formação de gelo, a quantidade de gelo na embarcação, as medidas tomadas para
combater a formação de gelo e a sua eficácia; e
.15 se, apesar das medidas tomadas para assegurar a resistência da embarcação em
condições de formação de gelo, a tripulação for obrigada a abandonar a embarcação
e embarcar nas embarcações salva-vidas (botes salva-vidas, balsas), para preservar
as suas vidas, é necessário fazer todo o possível para fornecer à tripulação roupas
para frio ou sacos especiais, bem como ter um número suficiente de cabos e
segurança e de baldes para esgotar rapidamente a água da embarcação salva-vidas.
Deve haver cintos de segurança com gatos com molas para pelo menos 50% dos membros da
tripulação (mas não menos que 5 conjuntos), que podem ser presos aos cabos de segurança.
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