Resoluà à o Banco Sem Referencias-14ABR2023

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BANCO DE QUESTÕES

1) Como se determina o número de nêutrons de um átomo quando se conhece seu número


atômico e número de massa?

Sabendo-se que:

O NÚMERO ATÔMICO é constituído pelo número de prótons no núcleo e é representado pela letra
“Z”; e O NÚMERO DE MASSA é constituído pelo número de prótons mais o número de nêutrons no
núcleo e é representado pela letra “A”.

Podemos relacioná-los na seguinte equação:

A = (N+Z)

Dessa forma, para obtermos o número de nêutrons de um átomo (N) pode-se isolar a incógnita na
equação acima, subtraindo-se do número de massa (A) o número atômico (Z) e obtendo o número
de nêutrons. Portanto, N = A – Z.
2) Explique porque os produtos de fissão são (em geral) emissores β-?

Para ser estável, um núcleo pesado deve ter uma grande proporção de nêutrons em relação
aos prótons para que as forças nucleares dos nucleons sejam competitivas com as forças
coulombianas de repulsão entre os prótons de mesma carga. Isto explica o comportamento da
curva de estabilidade dos nuclídeos e a razão porque a relação nêutrons/prótons é igual à unidade
para nuclídeos leves estáveis e maior que a unidade para nuclídeos pesados. Para átomos muito
pesados, esta relação é aproximadamente 1,52.
Na fissão nuclear, um átomo pesado – dentro da relação de equilíbrio nêutrons/prótons – se
divide em dois produtos de fissão, com menor número atômico e com a proporção entre nêutrons e
prótons praticamente mantida. Entretanto, para um menor número atômico, a relação de
equilíbrio nêutrons/prótons é menor do que para um maior número atômico, de forma que ambos
os produtos de fissão terão excesso de nêutrons frente à relação de equilíbrio.
Sabemos que o decaimento mais comum para núcleos com excesso de nêutrons é o β-. Dessa
forma, como os produtos de fissão possuem excesso de nêutrons frente à relação de equilíbrio, eles
são então, em geral, emissores β-.
3) O que é defeito de massa?

Defeito de massa é a diferença entre a massa medida de um núcleo (ligado) e a massa


calculada a partir de seus constituintes. Essa diferença representa quanto de massa foi convertida
em energia de ligação a fim de manter o átomo estável.:
235
4) Explique porque o nêutron térmico (praticamente sem energia cinética) provoca fissão no U
e não no 238U.

A seção de choque para fissão do U-235 é bem maior do que para o U-238 na região de
energia dos nêutrons térmicos.
Tal fato se explica uma vez que, ao absorver um nêutron, a energia de ligação liberada no
núcleo de U-235 (6,8 MeV) é superior à energia crítica de fissão (6,5 MeV), possibilitando a
ocorrência da fissão nuclear mesmo que o nêutron seja térmico, isto é, com energia cinética
praticamente nula.
Por outro lado, ao absorver um nêutron, a energia de ligação liberada no núcleo do U-238 (5,5
MeV) é inferior à energia crítica de fissão (7,0 MeV), inviabilizando a ocorrência de fissão nuclear
caso esse nêutron absorvido seja térmico, isto é, com energia cinética praticamente nula. Para a
fissão ocorrer no núcleo de U-238, é necessário que o nêutron absorvido possua energética cinética
superior a 1,5 MeV, de forma que a energia do núcleo mais a energia cinética do nêutron possam
superar o valor de energia crítica de fissão.
Assim, o nêutron térmico é capaz de provocar fissão no U-235 e não no U-238.
5) Explique porque a razão N/Z cresce para nuclídeos mais pesados?

A razão N/Z cresce para nuclídeos mais pesados devido à existência de maior repulsão
entre os prótons presentes no núcleo, o que necessita de um maior número de nêutrons para
oferecer forças que compensem a repulsão eletrostática e assim consiga manter o núcleo íntegro.
Com a maior proporção de nêutrons para átomos mais pesados, aumenta a razão N/Z.
6) Como se distribui a energia liberada na fissão de um núcleo de U-235?

Tempo Espécie E (MeV)


Fragmentos de fissão 168
Instantâneo Nêutrons da fissão 5
Emissão Gama prontos 7
Decaimento Beta 8
Decaimento Decaimento Gama 7
Neutrinos 12
Total 207
7) Construa o gráfico de % de produção de fissão versus n0 de massa para o 235U.

Aspectos importantes da distribuição (SOMENTE PARA CONSTRUÇÃO DO GRÁFICO):


- O gráfico possui dois picos (“corcovas”) com altura semelhante.
- O valor do pico é cerca de 6-7%.
- O intervalo do primeiro pico é de 90-100 uma sendo a ascensão e decréscimo de 85-90 e
100-105 uma respectivamente.
- O intervalo do segundo pico é de 135-145 uma com ascensão e decréscimo similares.
8) Explique o modelo da gota líquida.

O modelo da gota líquida explica a fissão nuclear analogamente à divisão de uma gota
d’água, a qual é mantida unida graças a forças moleculares que tendem a tornar o seu formato
esférico, resistindo a qualquer deformação.
Da mesma forma, o núcleo é mantido coeso graças à força nuclear atrativa entre seus
núcleons, compensando a força elétrica repulsiva entre os prótons.
A força nuclear possui alcance muito curto e é facilmente saturável, de forma que um
núcleon é capaz de atrair somente alguns outros núcleons que estejam em sua proximidade.
O núcleo em seu estado fundamental possui sua forma esférica não distorcida (A), com as
forças nucleares atrativas superando as forças repulsivas.
Quando uma partícula incidente (por exemplo, um nêutron) é absorvida pelo núcleo, um
núcleo composto temporário em estado excitado é formado, comportando toda a carga e massa
envolvidas. A energia de excitação adicionada ao núcleo é igual à energia de ligação introduzida
pela partícula incidente mais a energia cinética inicialmente contida na partícula. Esse excesso de
energia pode provocar oscilações e distorções do núcleo composto.
Caso essa energia de excitação seja superior a uma energia crítica, as oscilações podem
deformar o núcleo, levando-o ao formato de halteres (B), com formação de um “pescoço” entre
duas porções mais largas.
No formato de halteres, as forças nucleares atrativas na região de menor largura (pescoço)
sofrem forte redução, enquanto que as forças eletrostáticas repulsivas sofrem uma redução menor.
Em um momento, as forças repulsivas superam as forças nucleares atrativas, e ocorre a fissão
nuclear.
9) O que é seção de choque microscópica e macroscópica e quais as suas respectivas unidades?

Seção de choque microscópica (σ) é a medida que representa a probabilidade de ocorrência


de uma interação entre uma partícula/núcleo e um alvo, de acordo com a partícula, o alvo, o tipo
de interação e a energia da partícula, é medida pela unidade Barn, que corresponde a 10 -24 cm²
Já a seção de choque macroscópica (Σ) é o produto da seção de choque microscópica pela
densidade atômica do material, tendo como unidade átomos/cm.
10) O que são nêutrons prontos e nêutrons atrasados?

Nêutrons prontos são aqueles liberados no instante da fissão, enquanto que os nêutrons
atrasados são liberados pelo decaimento radioativo dos produtos de fissão. Como regra, utiliza-se
que os nêutrons prontos são liberados até 10-14 s após a fissão, e os nêutrons atrasados são
liberados após esse período decorrido da fissão.
11) O que são nêutrons térmicos?

São nêutrons que encontram-se em equilíbrio térmico com meio em que estão inseridos. Em
geral, nêutrons térmicos possuem energia inferior a 1 eV. A energia mais provável do nêutron
térmico que encontra-se em um meio a 20°C é de 0,025 eV.
12) Explique o alargamento Doppler e seu efeito na segurança de reatores onde tal efeito ocorre?

O alargamento Doppler ou efeito Doppler trata-se do alargamento dos picos da região de


ressonância da curva de seção de choque de absorção do U-238 provocado pelo aumento de
temperatura do combustível. Este efeito proporciona uma segurança natural intrínseca em
reatores nucleares. Com o alargamento dos picos da região de ressonância, um maior número de
nêutrons serão absorvidos antes de se tornarem térmicos. Quanto maior a temperatura, maior
será a vibração do átomo de U-238, e portanto, maior o efeito provocado pelo alargamento
Doppler. Reatores com esta característica possuem “coeficiente de temperatura do combustível
negativo”, ou seja, o aumento de temperatura do combustível provoca uma redução na potência.
13) Qual a importância da fonte de nêutrons na partida de um reator?

As fontes de nêutrons têm a função de garantir que a população neutrônica seja grande o
suficiente para sensibilizar a instrumentação nuclear durante a partida do reator. Isto permite
verificar a operabilidade da instrumentação e o monitoramento da evolução da população
neutrônica.
O IEA-R1 não utiliza fonte independente de nêutrons durante a partida, e sim os próprios
nêutrons produzidos pelos refletores de Berílio. A taxa mínima de contagem durante a partir deve
ser superior a 5 cps.
14) O Reator IEA-R1 apresenta um Kef=0,85 e uma taxa de contagem no canal de partida igual a 15
cps. Retira-se, então, a BC até que a nova taxa chegue a 58 cps. Determine o novo Kef.

CR 1 1−K EF 2
=
CR 2 1−K EF 1
15 1− K EF 2
=
58 1− 0,85
15 (1− 0,85 )= 58 (1− K EF 2 )
2,25=58−58 K EF 2
55,75
K EF 2 =
58
K EF 2 =0,96

O novo Kef será de 0,96.


15) Seja uma fonte de partida que forneça 10 7 n/s. Qual será a taxa de contagem de nêutrons no
núcleo quando o reator estabilizar com um Kef=0,7?

M = 1/(1 - Keff)
M = 1/(1 - 0,7)
M = 1/0,3
M = 3,33
n = 107*M
n = 3,33*107 nêutrons/s
16) Porque se usa na prática 1/M ao invés de M na previsão de criticalidade?

De acordo com a expressão abaixo, o fator de multiplicação subcrítica (M) é definido como:
M = 1 / (1 – kef)

Analisando a expressão, observa-se que quando o reator se torna crítico kef= 1, M tende ao
“infinito”. Por este motivo, monitorar e plotar a curva “M em função da posição da barra” durante
uma aproximação da criticalidade é impraticável, visto não ser possível definir um valor exato de M
em que o reator claramente se encontre crítico.
Sendo assim, utiliza-se a curva “1/M em função da posição da barra”. Nesta condição, tem-
se que o reator encontra-se crítico quando kef= 1 e 1/M = 0.
17) Qual é a fonte de nêutrons usada no reator IEA-R1?

O reator IEA-R1 atualmente não possui fonte de nêutrons instalada. Durante o processo de
partida do reator, os nêutrons são produzidos pelos refletores de Berílio metálico.
Os refletores de Berílio podem produzir nêutrons principalmente através da reação (γ, n) e,
posteriormente, a depender das condições exigidas, da reação (n,2n).

 Reação Be-9 (n, 2n)


Be-9 + n → Be-8 + 2n

 Reação Be-9 (γ, n)


Be-9 + γ → Be-8 + n
18) Explique os termos abaixo:

- Reatividade: é a medida que nos indica o quanto o reator está afastado da condição de
criticalidade (keff=1 e ρ = 0).

- Excesso de reatividade: É a quantidade de reatividade que existirá no caso em que todas as


barras de controle e segurança estejam totalmente retiradas do núcleo a partir da posição em que
o reator estava crítico à temperatura de 20°C.

- Período: O período do reator é definido como o tempo necessário para a potência do reator
mudar de um fator "e", onde o "e" é a base do logaritmo natural e vale aproximadamente 2,718.

- Tempo de dobramento: Tempo que leva para a potência do reator duplicar.

- Precursores de nêutrons atrasados: São produtos de fissão que irão decair dando origem a
nêutrons atrasados.
19) Qual a porcentagem dos nêutrons atrasados no reator IEA-R1 e qual a sua importância?

A fração efetiva de nêutrons atrasados no reator IEA-R1 (βef), segundo o RAS, é de 0,763%.
Os nêutrons atrasados permitem que a potência do reator possa ser controlada de forma
segura, sem que ocorram excursões de potência (aumento descontrolado da potência). Na
ausência dos nêutrons atrasados, o período do reator seria composto apenas pela parcela
referente aos nêutrons prontos. Nesta condição, o reator poderia atingir o estado chamado de
“pronto crítico”, no qual o período do reator é tão baixo que seria impossível controlar a potência
do reator.
20) Se o período do reator é igual a 50 segundos, determine seu K ef e a potência deste reator após
5 segundos. Considere =0,08 s.

τ = /(Kef-1)
Kef – 1= /τ
Kef = 0,08/50 +1
Kef =1,0016

P=Po.et/T
P=Po.e5/50
P=Po.1,105
P=1,11.Po
21) Na equação de Inhour identifique os termos relativos aos nêutrons prontos
e atrasados e cada um dos parâmetros.
 6
i
 
K ef .T i 1 1  i .T

R:

-> Termo relativo aos nêutrons prontos

-> Termo relativo aos nêutrons atrasados

-> Reatividade (ΔK/K)

-> Tempo de vida média dos nêutrons prontos

-> Fator de multiplicação efetivo

-> Período do reator (segundos)

-> Fração de nêutrons atrasados pertencentes ao grupo i

-> Constante de decaimento representativa dos precursores dos nêutrons atrasados

pertencentes ao grupo i
22) Sendo o Kef=1,03 determine a reatividade introduzida no núcleo?
R:
k −1
ρ= eff
k eff

1,03 − 1 0,03
ρ= =
1,03 1,03

∆k
ρ= 0,02913 =2913 pcm
k
23) Qual o período e potência do reator após 10 segundos quando inserimos uma reatividade de
150 pcm a partir da criticalidade (retirada parcial de uma barra)?

Considerando λ eff =0 ,1 s−1 e βeff = 0,00763 (RAS):

β eff − ρ
T= e P=P0 e t /T
ρ λ eff

Portanto: T =40 ,9 s e P=P0 e 10/ 40,9 =1 ,277 P0


24) Na fórmula dos quatro fatores explique o significado de cada um dos seus
itens.

K∞ = ε.ρ.f.η

ε = fator de fissão rápida, é definido como a razão do número líquido dos nêutrons rápidos
produzidos por todas as fissões pelo número de nêutrons rápidos produzidos por fissões térmicas.

ρ = probabilidade de escape à ressonância, é a probabilidade de que um nêutron não seja


absorvido por um pico de ressonância. A probabilidade de escape à ressonância (ρ) é definida
como a razão do número de nêutrons que alcançam energias térmicas para o número de nêutrons
rápidos que começam a desacelerar.

f = fator de utilização térmica, é definido como a razão do número de nêutrons térmicos absorvidos
pelo combustível para o número de nêutrons térmicos absorvidos por qualquer material do reator.

η = Fator de reprodução, é definido como a razão do número dos nêutrons rápidos produzidos por
fissão térmica pelo número de nêutrons térmicos absorvidos pelo combustível.
25) O reator está crítico a 100 kW com a posição da barra de controle em 700 divisões. Quantas
posições que o operador deverá subir a barra de controle para obter um período de 30
segundos?

Fórmula do período do reator

Substituindo: λef= 0,1 s−1 (para ρ pequena e positiva)


βef = 0,00763 (Cap. 5.4 do RAS (pág. 15))
l* = 10-4 s

ρ = 10-4 + 0,00763_ = 1,9108x10-3 Δk (x 105) = 191,08 PCM


30 1 + 30.0,1 k

Portanto, será necessário inserir + 191,08 PCM de reatividade para que tenhamos um
período de 30 seg.

O gráfico abaixo apresenta a posição da Barra de controle no eixo “X” enquanto que na
questão temos a posição da barra na posição 700 (posição inicial). Precisamos portanto do gráfico
abaixo com o eixo “X” em ´posições da barra´. Uma vez de posse do gráfico citado, acrescenta-se o
Δρ calculado na posição inicial e a obtém-se a nova posição da barra de controle, para atingir o
Período de 30 s que determina a questão.
Para posição inicial 700 divisões temos 2875 PCM. Portanto para 2875 + 191,08 = temos
3066 PCM. Retornando no gráfico, temos a posição de 750 divisões.

R. Posição 750 divisões.


26) O reator “scramou” após um período de operação contínua de 40 horas a 4,5 MW por
problemas de queda de tensão com as barras nas seguintes posições:
BS#1 - 750
BS#2 - 750
BS#3 -750
BC# - 800
Após a volta da tensão, o reator voltou a operar na potência de 4,5 MW, ficando 1h30min
desligado.
Pergunta-se:
a) Qual a nova posição das barras BC# e BS#’s?

Durante o período que o reator ficou desligado (1h30min), ocorrerá inserção de reatividade
negativa devido ao aumento da concentração de Xenônio-135 no reator. O aumento da reatividade
negativa deve ser compensado pela nova posição de barras.
Para calcular a nova posição das barras, é necessário obter informações dos gráficos “Reatividade
Integral da Barra de Controle/Segurança” e “Reatividade do Xenônio após Desligamento”.

Analisando o gráfico “Reatividade do Xenônio após Desligamento” verifica-se que a


reatividade negativa inserida pelo Xenônio após 1h30min é de aproximadamente 600 pcm.
Dividindo 600 pcm entre as quatro barras tem-se 150 pcm para cada barra.
Desta forma, de acordo com as informações dos gráficos “Reatividade Integral da Barra de
Controle/Segurança”, tem-se que a nova posição de barras será aproximadamente:

BS#1: 790
BS#2: 775
BS#3: 810
BC#: 875

5000,00
Potência de 4,5 MW
500
4500,00
Potência de 4,5 MW (CONFIG. 251 - Agosto/2014)
450
4000,00
400
3500,00
REATIVIDADE DO XENÔNIO (pcm)

REATIVIDADE DO XENÔNIO (pcm)

350
3000,00
300
2500,00
250

2000,00
200

1500,00
150

1000,00
100

50
500,00

0,00 DIAS
00 11 22 33 DIAS44 55 6 6 7 7 8 8
b) Qual o comportamento da barra BC# depois que o reator foi colocado em controle
automático? Explique.

Depois que o reator for colocado em automático, como a concentração de Xe-135 é maior do
que a de equilíbrio à potência de 4,5 MW e o reator encontra-se novamente a essa potência,
devido à queima do Xe-135 pelo fluxo neutrônico ocorrerá uma queda em sua concentração,
implicando numa variação positiva de reatividade no núcleo que resulta numa inserção da BC
(variação negativa de reatividade) pelo controle automático para compensar essa variação
positiva de reatividade.
27) O reator está crítico na potência de 2 kW com as posições das barras em 750. Qual será as
posições das barras na potência de 50 kW?

No acréscimo de potência de 2 a 50 kW, a sua potência continua baixa e o efeito do


coeficiente de temperatura do moderador e do combustível é desprezível, uma vez que tal
diferença de potência provoca pouca variação nas temperaturas do moderador e do combustível.
Dessa forma, como é desprezível a inserção de reatividade negativa devido ao aumento de
potência, a barra continua na mesma posição em 750.
28) O reator está supercrítico com período de 30 segundos. A partir de 20% da potência de 3 MW
nota-se um alongamento no período. Porque ocorre este alongamento?

Como o coeficiente de potência é negativo, a partir de 20 % de potência será percebida


uma inserção de reatividade negativa, parte devido ao aumento da temperatura do moderador e
parte devido ao aumento de temperatura no combustível.
O aquecimento da água promove a redução de sua densidade e, consequentemente da
moderação dos nêutrons, refletindo numa inserção de reatividade negativa.
O aquecimento do combustível alarga os picos de ressonância no U-238, aumentando a
probabilidade de absorção do nêutron, o que insere reatividade negativa (Efeito Doppler).
A redução do valor de reatividade por sua vez, a partir da equação de Inhour, resulta em
aumento do período do reator.
29) Explique o que é reator pronto crítico.

O reator se encontra no estado pronto crítico quando o valor da reatividade inserida for
numericamente igual à fração efetiva de nêutrons atrasados (1 $). Dessa forma, o período do
reator na equação Inhour é definido apenas pelo termo relativo ao tempo de geração dos nêutrons
prontos, adquirindo um valor extremamente baixo, o que torna a operação do reator de difícil
controle (excursão de potência).
30) O que significa dizer que o reator IEA-R1 é inerentemente seguro? Cite 5 exemplos de
características de projeto do reator que favorecem a segurança.

O reator é considerado inerentemente seguro pois possui características de projeto que


atendem às funções de segurança:
• Impedir a liberação descontrolada de material radioativo ao meio ambiente;
• Garantir o resfriamento do núcleo;
• Assegurar o controle da reatividade do núcleo.
Seguem alguns exemplos de características de projeto do reator IEA-R1 que favorecem a
segurança:
a)O núcleo é possui três barras de segurança e uma de controle, as quais são inseridas por
gravidade em caso de alguma anormalidade.
b)O núcleo foi projetado para ter coeficientes de reatividade de temperatura negativos.
c) A alimentação dos magnetos, responsáveis pelo acoplamento das barras de controle e
segurança aos respectivos mecanismos de movimentação, é interrompida
automaticamente caso qualquer das variáveis do sistema atinja um valor pré-definido.
Assim, inicia-se um processo, impossível de ser interrompido, de desligamento inevitável do
reator.
d)A piscina é constituída por paredes de concreto de barita com espessuras superiores a 1100
mm, reforçadas por uma membrana de aço carbono e revestidas por 5 mm de aço
inoxidável.
e)As bombas de resfriamento do circuito primário possuem volante de inércia, capaz de
manter, por tempo necessário, uma vazão de água pelo núcleo, em caso de falha do motor
ou perda da energia elétrica. Esta vazão é suficiente para remover o calor residual até o
início da circulação natural.
f) Há um sistema de resfriamento de emergência, na forma de um aspersor de água sobre o
núcleo, que atua caso haja um esvaziamento da piscina. Desta forma, o resfriamento e a
integridade do núcleo são garantidos.
g)O circuito primário possui quatro válvulas automáticas, duas na saída de água da piscina e
duas no retorno para esta. Estas válvulas atuam, isolando a piscina do restante do circuito,
em caso de ruptura da tubulação.
h)Há um sistema de monitoramento do nível da piscina, o qual fornece um sinal para,
automaticamente, desligar o reator, fechar válvulas da piscina e acionar o SRE em função
do nível da água.
i) O sistema de selagem dos tubos de irradiação garante que não ocorra vazamento de água
da piscina em caso de rompimento destes.
j) Um sistema de monitoramento da vibração das bombas do primário e do seu volante de
inércia fornece informações que permitem ao operador desligar o reator em situações
anormais de operação das bombas.
k) Um sistema de drenagem do prédio do reator garante o escoamento e armazenamento de
qualquer líquido resultante de vazamento no prédio do reator.
l) O acesso ao reator é feito por uma antecâmara. Um sistema de ventilação e exaustão
mantém o prédio em depressão, obrigando que o ar passe por filtros de partículas e
monitores de radiação. Um sistema de exaustão de emergência, dotado de filtros de carvão
ativado, além dos filtros de partículas, minimiza qualquer liberação de material radioativo
em caso de acidentes.
31) Qual é a função da água da piscina na operação do reator?

A água da piscina na operação do reator possui a função de:


• Moderação de nêutrons;
• Blindagem contra radiação direta emitida pelo núcleo para o saguão da piscina; e
• Resfriamento do núcleo.
32) Qual a finalidade do sistema de retratamento de água do reator?

O sistema de retratamento de água do IEA-R1 tem como finalidade a manutenção da


qualidade da água da piscina do reator, visto a mesma estar sujeita a contaminações de diferentes
tipos, tais como:
• Partículas de poeira (através da superfície livre da piscina);
• Elementos radioativos formados por reações nucleares no alumínio estrutural dos elementos
combustíveis. Dentre eles, os mais importantes são o 24 Na e o 27 Mg, formados através
das reações: 27Al (n, α) 24Na, 27Al (n, p) 27Mg;
• Contaminações acidentais, por ruptura de cápsulas, contendo materiais que são irradiados
no reator;
• Contaminações por produtos de fissão, devido a falhas ou contaminação nas placas dos
elementos combustíveis.
33) Quais os elementos que são retidos no filtro de carvão ativado? Caso estes elementos não
fossem retirados da água, o que eles poderiam provocar?

O filtro de carvão ativado é responsável por remover o cloro e impurezas orgânicas. O


motivo desta remoção decorre de que os cloretos podem causar corrosão e as impurezas orgânicas
podem ser ativadas com a radiação presente no núcleo do reator, elevando a dose à qual os IOE
estarão expostos.
34) Qual a finalidade do sistema de tratamento de água?

O Sistema de Tratamento de Água tem como função a produção de água desmineralizada


para abastecer:
• a piscina do reator, complementando o seu nível em função de perdas tais como, evaporação
superficial, gotejamento através das gaxetas das bombas hidráulicas, etc.;
• manutenção/ regeneração do próprio sistema de tratamento de água do reator;
• manutenção/ regeneração do sistema de retratamento da água da piscina;
• o sistema dos “Beam-Holes”; e,
• o laboratório de radioquímica.
35) A que se destina o tratamento com adição de produtos químicos específicos na água do
circuito secundário.

Para evitar que ocorram corrosão, incrustação e slime no Sistema de Resfriamento


Secundário, que podem ser ocasionados pelos sais dissolvidos e sólidos em suspensão existentes na
água.
36) Como é feita a monitoração da condutividade da água da piscina?

A monitoração da condutividade da água da piscina é feita continuamente (on-line) por meio


dos condutivímetros do Sistema de Retratamento de Água, na entrada (saída da piscina) e saída do
sistema (entrada da piscina).
Na saída do Sistema de tratamento para a chegada na piscina também é feita a monitoração
da condutividade da água.
A visualização dos valores de condutividade é feita localmente e na sala de controle.
Por fim, semanalmente, o grupo de Tratamento de Água realiza análises de pH,
condutividade e concentração de Cloretos com uma amostra de 1 L da água da piscina.
37) Quais seriam as consequências de se operar o reator com alta condutividade na água da
piscina?

As principais consequências de se operar o reator com alta condutividade na água da


piscina são:
• Em virtude de uma maior concentração de íons presentes na água da piscina (maior
condutividade), o revestimento dos Elementos Combustíveis, os materiais metálicos do
reator e a tubulação do circuito primário estarão sujeitos a uma maior taxa de corrosão,
aumentando o desgaste desses materiais, e a um maior índice de incrustação nas
tubulações, podendo causar perdas de carga e redução da vazão;
• Com a maior presença de íons e o depósito de produtos de corrosão nos elementos
combustíveis e nas proximidades do núcleo, ocorrerá uma maior ativação dessas espécies,
causando uma maior contaminação na piscina do reator e aumento nos níveis de radiação.
38) Dê os pontos nos quais é monitorada a condutividade da água do reator IEA-R1 e a razão desta
monitoração?

A monitoração da condutividade da água do reator é feita na saída da piscina para o


sistema de retratamento de água e na chegada para a piscina após passar por este sistema, assim
como na saída do sistema de tratamento para a reposição da água da piscina. A razão desse
monitoramento é garantir que a água contida na piscina e recebida dos sistemas de tratamento e
retratamento possua um teor de impurezas dentro das especificações técnicas (≤ 2 μS/cm para
início da operação e ≤ 5 μS/cm durante a operação), garantindo uma operação segura e eficaz,
evitando a ativação de impurezas na água e altas taxas de corrosão e incrustações nos
equipamentos e tubulações.
39) No caso de o sistema de retratamento de água estar inoperante (fora de operação). Quais
seriam:

a) Os sintomas e alarmes indicativos do evento?

Os primeiros sintomas seriam aumento na condutividade da água e aumento do nível de


dose de radiação na superfície da piscina e nos monitores de duto devido à ativação das impurezas
presentes na água da piscina.
Há o alarme do sistema de retratamento, que emite aviso sonoro para condutividade maior
do que 5 µS/cm. Outros alarmes indicativos são o nível de alerta para radiação nos monitores de
duto (105 cpm) e, dependendo do nível de radiação, o scram causado pelos monitores de área do
saguão da piscina (1500 µSv/h).

b) Os procedimentos a serem adotados?

Uma vez que o sistema de retratamento não se encontra em funcionamento, o operador


deverá realizar de outra forma a medida de condutividade da água. Assim, deverá ser monitorada
a condutividade e o pH da água a partir de amostras da água levadas a laboratórios de medida
desses parâmetros, ou acompanhá-los através de equipamentos portáteis na piscina, para que os
parâmetros permaneçam dentro dos limites estabelecidos nas especificações técnicas
(condutividade < 5,0 µS/cm, pH entre 5,0 e 7,0). Uma vez ultrapassados esses limites, o reator
deverá ser desligado.
40) Qual a função do Elemento de Grafite e do Elemento de Berílio no núcleo do reator?

Os elementos de Grafite e de Berílio possuem a função de refletores de nêutrons, isto é,


reduzem a fuga de nêutrons para fora do núcleo, devolvendo-os de volta ao núcleo, aproveitando
melhor o combustível, já que esses nêutrons que seriam perdidos são aproveitados para a indução
de novas fissões ou para a irradiação de amostras.
Os elementos de Berílio são utilizados também como fonte de nêutrons intrínseca do reator,
já que, a partir dos gamas de decaimento dos produtos de fissão, o Be-9 sofre reação gama-
nêutron (9Be + γ → n + 8Be), produzindo nêutrons para a sensibilização da instrumentação e para a
partida do reator. Uma vez que já exista um fluxo relevante de nêutrons no núcleo, a reação ( 9Be +
n → 2n + 8Be) contribui para a reação em cadeia do reator.
41) Explique porque atualmente não se utiliza fonte instalada de nêutrons no reator?

O reator usa como fonte de nêutrons para a sua partida os refletores de berílio que estão
posicionados circundando os elementos combustíveis em três das quatro faces, bem como com o
irradiador central de berílio.
O berílio libera nêutrons através da reação Be-9(γ,n)Be-8 onde os gamas são oriundos do
decaimento radioativo dos produtos de fissão no combustível. Esta reação já provê nêutrons
suficientes para atingir a contagem mínima (5 cps) exigida para a partida do reator e suficiente
para sensibilizar a instrumentação nuclear que monitora a população de nêutrons do núcleo.
42) Qual é o tipo de combustível utilizado hoje no reator IEA-R1? Qual é o seu grau de
enriquecimento.

O combustível utilizado hoje no reator é o siliceto de urânio (U 3Si2) enriquecido a 20%, e


disperso em matriz metálica de alumínio.
43) Qual o material absorvedor utilizado na barra de controle e de segurança?

Em ambos tipos de barras o material utilizado consiste em uma liga de prata, índio e
cádmio (Ag-In-Cd). As concentrações desses elementos são 80%, 15% e 5% respectivamente.
A barra de controle serve para controlar a potência do reator, enquanto que as de
segurança devem desligá-lo.
44) Qual a variação de reatividade no núcleo (positiva ou negativa) quando:

a) Troca-se um combustível queimado por um novo;


Por se tratar de combustível novo, a reatividade inserida é positiva.

b) Insere-se uma amostra para irradiação;


Depende do tipo de amostra, para amostras que tiverem características absorvedoras a
reatividade inserida será negativa, caso forem emissoras ou moderadoras de nêutrons irão
inserir reatividade positiva.

c) Retira-se um elemento refletor;


Sua retirada aumentará a fuga de nêutrons, inserindo reatividade negativa.

d) Insere-se uma barra de segurança;

Inserir uma barra de segurança adiciona reatividade negativa.

e) Retira-se a barra de controle;

Retirar a barra de controle adiciona reatividade positiva.

f) Aumenta-se a temperatura média da água da piscina;

De acordo com o RAS, o reator possui coeficiente de temperatura do moderador negativo e


portanto um aumento de temperatura do moderador insere reatividade negativa.

g) Coloca-se para irradiar uma capsula com ar ou vácuo.

De acordo com o RAS, o reator possui um coeficiente de vazio negativo e portanto uma
capsula com ar ou vácuo inserirá reatividade negativa.
45) Porque o compartimento de estocagem (piscina de armazenamento) de combustível irradiado
possui muito mais combustível que o núcleo e não fica crítico?

Os elementos combustíveis usados são armazenados na própria piscina do reator, em


armações estruturais de estocagem projetadas para esta finalidade, cujo espaçamento e a
geometria do arranjo impedem a possibilidade de acidente de criticalidade.
46) Cite as funções da válvula de convecção (Header).

A válvula de convecção, também conhecida como “header”, é responsável pelo


acoplamento do núcleo do reator (cone de redução) com a tubulação principal do Circuito
Primário. Com a válvula de convecção desacoplada, o caminho de resfriamento do núcleo fica
aberto para a piscina e a transferência do calor do núcleo se dá por circulação/ convecção natural.
47) Porque o circuito primário utiliza água deionizada?

A razão de se utilizar água deionizada é minimizar a ocorrência de corrosão, de formação de


incrustações e posterior surgimento de produtos de ativação sobre os equipamentos e tubulações
utilizados durante a operação do Reator.
48) Qual é função do circuito primário do reator IEA-R1.

A função do Circuito Primário é promover o resfriamento adequado do núcleo do reator,


assegurando que os critérios de projeto do combustível não sejam excedidos durante qualquer
condição normal de operação do reator.
49) Enumere os procedimentos para ligar a bomba do circuito primário (considere o sistema
elétrico já energizado).

São necessários dois operadores.


O OR2 dirige-se ao porão enquanto o OR1 permanece na sala de controle.
O OR2 verifica o alinhamento do primário, abre as válvulas VP-1 (completamente) e VP-9
(parcialmente de acordo com o gabarito) e habilita a partida na chave de comando das bombas do
circuito primário no painel situado próximo a entrada do porão.
O OR1 comanda a abertura das válvulas de isolamento da piscina (HV-15, HV-16, HV-17 e
HV-18).
O OR1 pressiona a botoeira para subir o header, confirma a subida pela bandeirola
vermelha e com ele acoplado realiza a partida da bomba, pressionando o botão correspondente.
Quando a vazão atingir cerca de 1000gpm, pode-se liberar a botoeira de acionamento do
header.
O OR1 comunica ao OR2 caso seja necessário fazer ajuste da vazão pela VP-9 para manter a
vazão dentro do valor nominal (3400 gpm).
50) Porque a vazão do circuito primário é ajustada para 3400 gpm para operações a 4,5MW e qual
o Δt (oC) esperado?

De acordo com as características de projeto do reator IEA-R1, a vazão do circuito primário


deve ser ajustada em 3400 gpm sempre que o reator operar no modo de operação P ≥ 200 kW. Isso
decorre de que, em experiências anteriores, a vazão de 3400 gpm é a que melhor atende as
especificações para o resfriamento do núcleo, atendendo aos limites mecânico-construtivos dos
equipamentos envolvidos.
A variação de temperatura da água entre o medidor de temperatura T3 (antes da passagem
pelo núcleo) e o medidor T4 (após passagem pelo núcleo) quando o primário opera na vazão
nominal deve ser por volta de 4,9 oC para esta potência, tanto para um dia normal quanto para um
dia quente.
51) Qual o valor mínimo limite da vazão do circuito primário para manter válvula de convecção
(Header) acoplada segundo as especificações técnicas?

A vazão mínima limite é de 800 gpm.


52) Quais são os pontos do registrador de temperatura que são utilizados para o cálculo do Δt e
onde estão localizados.

O cálculo do Δt, o qual é indicado por T5, utiliza a diferença entre as temperaturas medidas
nos pontos T4 e T3.
O registrador T3 se localiza na piscina, 60 cm acima do reator, enquanto que o registrador
T4 localiza-se na tubulação do circuito primário, na entrada do tanque de decaimento após a
válvula gaveta VP-01.
53) Em que nível de vazão ocorre o sinal de SCRAM do reator.

O SCRAM está programado para ocorrer quando a vazão do circuito primário for inferior a
90% da vazão nominal de operação (3400 gpm), resultando num setpoint de 3060 gpm.
54) Porque o detector N-16 não sofre influência da posição das barras durante a operação?

O canal de detecção de N-16 utiliza um detector sensível à radiação gama. Este detector se
localiza na casa de máquinas, fora do núcleo do reator, entre a saída da piscina e o tanque de
decaimento de N-16. Desta forma, a posição das barras não influencia o detector.
55) Qual é a finalidade do detector N-16?

O N-16 é originário dos átomos de O-16 da água da piscina que sejam submetidos à reação
O-16(n,p) → N-16. Este isótopo do Nitrogênio possui T1/2≈7 s e decai pela liberação de radiação γ
com energia de, aproximadamente, 6,8 MeV. Assim, ao detectar a quantidade de emissões desta
radiação, o canal de N-16 permite uma monitoração adicional indireta do nível de potência do
reator. Este valor serve de referência para calibração dos demais canais nucleares, e permite uma
monitoração precisa, e com atraso muito baixo, da potência atual do reator. Porém, este
parâmetro não é utilizado para o envio de sinais de desligamento do reator.
56) Com que periodicidade deve-se testar o sinal de SCRAM do Δp.

Este sinal de SCRAM segue a Periodicidade de teste dos canais do Sistema de Proteção do
Reator e deve ser testado trimestralmente, ou sempre que qualquer dos eventos abaixo ocorrer:
 Mudança de configuração
 Realinhamento do circuito Primário
 Alteração da vazão nominal
57) Porque é monitorada a variação de pressão no núcleo (Δp) e a que nível esta ajustada o sinal
de scram.

A medida de queda de pressão ao longo do núcleo do reator é monitorada por dois


motivos:
• Trata-se de uma medida indireta de vazão no circuito primário, ou seja, uma
diminuição de ΔP representa uma perda de vazão.
• Trata-se de uma forma de detectar a existência de caminhos preferenciais na
passagem de água pelo núcleo, uma vez que tais caminhos, que reduziriam o ΔP
medido, poderiam deixar partes do núcleo sem resfriamento, de tal forma que essa
medida garante que a água está passando corretamente pelo núcleo.

O nível de ΔP ajustado para o sinal de scram, saída de tensão fornecida em Volts,


corresponde a uma vazão inferior a 90% do valor nominal (3400 gpm) e é ajustado periodicamente
ou a cada nova configuração do núcleo.
58) Quais as variáveis do circuito primário que devem ser acompanhadas com maior cuidado. Por
quê?

As variáveis de maior sensibilidade no circuito primário são o ΔP, a Temperatura de saída da


piscina, o nível da piscina, a vazão do circuito primário e a condutividade da água. Exceto pela
condutividade, a qual possui uma condição de desligamento manual do reator pelo operador, caso
estes parâmetros apresentem valores fora da especificação, promoverão o desligamento
automático do reator, pois consistem em condições de projeto importantes para a operação segura
e manutenção da integridade do reator.
59) Descreva como é feito o acoplamento da válvula de convecção e o que a mantém acoplada
quando o circuito está operando.

A válvula de convecção é, inicialmente, acoplada ao Circuito Primário por meio de um


atuador pneumático. O acionamento deste atuador é feito remotamente da Sala de Controle pelo
operador, o qual deverá observar a elevação da banderola vermelha, comprovando a subida do
header. Após o acoplamento, o atuador deve continuar acionado até que a vazão do circuito
supere os 1060 gpm (aproximadamente 240 m³/h), para que a diferença de pressão, causada pelo
escoamento, seja capaz de manter esta estrutura auto-acoplada durante a operação.
60) Qual o limite de operação (potência) em circulação natural quando o núcleo está na sua
posição normal de operação? E qual a máxima potência na posição da coluna térmica?

Com o núcleo na posição A, isto é, acima da válvula de convecção, o reator pode operar, em
circulação natural, com potência de até 200 kW ou em circulação forçada através dos
equipamentos do circuito primário com potência de até 5 MW. Já com o núcleo na posição B, ou
seja, adjacente à coluna térmica, a potência máxima especificada é de 100 kW.
61) Qual a potência máxima que o reator pode operar na posição da coluna térmica?

Com o núcleo na posição B, isto é, na posição da coluna térmica, a potência máxima


especificada é de 100 kW.
62) O sistema de movimentação do núcleo manda algum sinal para a cadeia de “scram” do reator?
Qual?

Sim, o sinal de plataforma móvel do núcleo do reator destravada (Bridge Lock). Este é um
sinal digital que impede que o reator opere se a plataforma móvel do núcleo do reator não estiver
na posição correta e devidamente travada. A geração deste sinal é feita pelo fechamento de um
contato elétrico situado em cada lado da ponte, e que é acionado quando a trava mecânica
localizada junto ao mesmo é acionada.
63) Qual o objetivo da remoção de três elementos combustíveis do núcleo do reator antes da
movimentação de sua plataforma de sustentação?

Garantir a subcriticalidade do reator durante a movimentação da plataforma.


64) Qual a função do Tanque de Decaimento de 16N?

O tanque tem a função de retardar o retorno da água de resfriamento que passou pelo
núcleo do reator, permitindo tempo para o decaimento radioativo do 16N formado pela reação
nuclear (n,p) com o 16O da água, reduzindo assim as taxas de dose de radiação na sala de
máquinas e no saguão da piscina.
A meia-vida do N-16 é curta (Aproximadamente 7 s), o que permite que, durante o tempo
de permanência no tanque (aproximadamente 120 s), ocorra o decaimento de praticamente todos
os isótopos de N-16 produzidos.
65) Como são descobertos vazamentos de água no circuito primário, e qual o critério de perda de
água máximo por dia de operação considerado normal (operacional).

A monitoração de vazamentos do circuito primário é realizada da seguinte maneira:


• Visualmente na fronteira do circuito primário;
• Por indicadores de nível instalados na piscina e com valores mostrados na sala de controle;
• Informações adicionais de níveis de radiação.
Como critério operacional, considera-se que uma variação de 50 mm/dia no nível da
piscina, ou seja, 1500 litros/dia, é motivo para o início de procedimentos de investigação, inspeção
e manutenção.
66) Quais são os cuidados que devem ser tomados ao colocar e ao retirar um elemento de
irradiação do núcleo do reator?

Seguir as instruções na IT específica do elemento que será manuseado;


Utilização dos EPIs adequados, no caso, luva para manusear os elementos de irradiação;
Ao colocar um elemento certificar-se que está sendo colocado na posição correta do núcleo
de acordo com o mapa de irradiação.
Ao manusear com o reator ligado:
• Ficar atento aos efeitos de sombreamento da instrumentação nuclear e limites de
reatividade indicados na IT;
• Se o primário estiver ligado deverá ficar atento aos efeitos do escoamento;
• Realizar a inserção e retirada do elemento de irradiação de forma lenta, a fim de não se
produzir uma variação significativa de reatividade no núcleo.
67) Qual a finalidade da coluna térmica?

O reator IEA-R1 dispõe de uma Coluna Térmica para realização de experimentos que
necessitem somente de nêutrons térmicos.
68) O que um usuário deve fazer para irradiar uma amostra? Cite os principais documentos a
serem preenchidos.

Os seguintes documentos deverão ser entregues de acordo com a PO específica para


Irradiação no Reator IEA-R1:

1. Ficha de Informação da Irradiação


2. Se solicitante interno, deverá obter a Autorização para Solicitar Produtos Internos e, se
externo, a Requisição para Aquisição de Radioisótopos.
3. Se a irradiação for realizada no núcleo, deverá ser preenchido o Pedido de Irradiação no
Reator IEA-R1 e, se a irradiação for realizada na estação pneumática, o Pedido de Irradiação na
Estação Pneumática.
69) Existe limite de tempo para irradiações em “coelhos” pneumáticos? Por quê?

Sim, o tempo máximo é de 5 minutos, considerando o acumulado da cápsula de polietileno


em diversas irradiações. Este limite é devido à fragilização da cápsula pela radiação que pode
causar falha do coelho e vazamento da amostra na tubulação do sistema.
70) Qual a origem e o destino da água utilizada nos BH’s?

A água utilizada nos Beam-Holes tem origem no Sistema de Tratamento de Água. Já o seu
destino é o tanque Sump e, em seguida, o tanque de retenção para descarte pela equipe de
radioproteção.
71) Pode o reator operar com o BH’s abertos? Justifique a sua resposta.

O reator pode sim operar com Tubos Colimadores (Beam Holes, BH’s) abertos para
determinado experimento e/ou operação.
Para que isto possa ser realizado, é necessário que a Proteção Radiológica esteja ciente e
aprove a operação com o Beam Hole aberto, com as medições necessárias para atestar que as
blindagens utilizadas são suficientes e a taxa de dose no 1º Andar está de acordo com as Normas
pertinentes. Outra exigência necessária será que o Comitê de Segurança Interno (CSI) tenha
ratificado a realização do experimento.
A porta do Beam Hole possui um microswitch que está ligado à cadeia de desligamento
rápido do reator (SCRAM), de tal forma que, se a porta for aberta inadvertidamente durante a
operação, o reator será desligado automaticamente. Dessa forma, para conseguir ligar o reator,
será imprescindível que o mesmo esteja com o respectivo by-pass acionado, localizado na parte
inferior do painel B da Sala de Controle.
72) Quantos BH’s existem atualmente no reator IEA-R1?

Existem 12 Beam Holes. (BH# 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 14).


Os BH # 5 e 13 foram desativados e eliminados.
73) a) Qual a finalidade da “drenagem” dos BH’s?.

A finalidade da drenagem dos BH’s é restabelecer a blindagem e diminuir a dose recebida


pelos operadores e experimentadores no 1º Andar.
O Beam Hole possui um tampão que serve como blindagem da radiação e internamente ele
é constituído por um tubo interno e outro externo. Este espaço entre os tubos está preenchido com
água, e ocorre a formação de bolhas de ar que se acumulam na parte superior do Beam Hole. A
drenagem do Beam Hole possibilita que as bolhas de ar acumuladas na parte superior sejam
arrastadas pela vazão da água da drenagem, e com isso recompletar o “vazio” existente com água.

b) Descreva o procedimento para a drenagem dos Beam Holes.

O procedimento de drenagem está previsto na IT-CRO-0902.02

• Primeiramente deve-se fechar as válvulas de cada um dos Beam Holes localizadas no salão
de experimentos (exceto os BH #5 e 13 que foram desativados);
• Abrir a válvula DR-VGV-01 da Linha de Drenagem na Sala de Máquinas (Porão);
• Ligar a bomba do Sistema de Tratamento de Água no Painel Auxiliar na Sala de Controle;
• Confirmar a saída de água pelo tubo de drenagem dos BH (Beam Holes) no Tanque Sump
ou no mostrador de pressão no 1º Andar;
• Iniciar a drenagem dos BH, exceto dos BH #4 e #12 que devem estar com suas válvulas
fechadas, abrindo as válvulas correspondentes por 2 a 3 minutos e verificar se há bolhas de
ar;
• Repetir o procedimento anterior, abrindo as válvulas dos BH #4 e #12 e fechando as
demais;
• Ao término da drenagem, fechar as válvulas dos BH #4 e #12, abrir as demais e desligar a
bomba do Sistema de Tratamento de Água no Painel Auxiliar;
• Dirigir-se a Sala de Máquinas (Porão) e fechar a válvula DR-VGV-01 da linha de drenagem
dos Beam Holes;
• As válvulas de cada um dos Beam Holes localizadas no salão de experimentos (exceto os
BH #5 e 13 que foram desativados e os BH # 4 e 12 que são realizados separados) devem
estar abertas;
74) O sistema de medição de Temperatura manda algum sinal para a cadeia de “scram” do reator?

Não. O Sistema de medição de temperatura mede a temperatura em vários pontos do reator,


como por exemplo circuito primário, circuito secundário, piscina, blower, torres de resfriamento,
etc. e não envia nenhum sinal de desligamento rápido do reator (SCRAM).

O sinal de temperatura da água de saída da piscina, que causa SCRAM se for maior que 48
°C, é independente do sistema de medição de temperatura.
75) Quais são os tipos de Sistemas de Distribuição Elétrica para as cargas do Reator IEA-R1?

Sistemas de Distribuição Elétrica Vital (SDEV), Sistemas de Distribuição Elétrica Essencial


(SDEE) e Sistemas de Distribuição Elétrica Normal (SDEN).
76) Como é dividido o Sistema de Energia Elétrica e quais são os tipos de cargas que tais sistemas
alimentam?

O Sistema de Energia Elétrica é dividido em 3 Sistemas de Distribuição, sendo que cada


sistema leva em consideração o nível de disponibilidade pretendido no fornecimento de energia
elétrica para as cargas do reator, a fim de manter a continuidade de sua operação.
Os Sistemas de Distribuição são:
Sistema de Distribuição Elétrica Normal (SDEN) - Alimenta as cargas que podem tolerar
interrupções de longa duração no fornecimento de energia elétrica, sem causar riscos que venham
afetar a segurança e continuidade da operação do reator, bem como os outros sistemas de
distribuição. O SDEN é alimentado exclusivamente pela rede da concessionária.
Sistema de Distribuição Elétrica Essencial (SDEE) - Alimenta as cargas que podem tolerar
interrupções de curta duração no fornecimento de energia elétrica, mas que são imprescindíveis
para a segurança e continuidade da operação do reator. O SDEE é alimentado normalmente pela
rede da concessionária via sistema de distribuição elétrica normal. No caso de ocorrer a falha deste
fornecimento, a alimentação do sistema passa para os Grupos Diesel Geradores do próprio sistema
que, originalmente, encontram-se de prontidão.
Sistema de Distribuição Elétrica Vital (SDEV) - Alimenta as cargas que devem funcionar
ininterruptamente para manter a segurança e continuidade da operação do reator. O SDEV dispõe
de conjuntos “no-break” rotativo, estático e módulos de potência ininterrupta, os quais são
alimentados normalmente pela rede da concessionária via sistema de distribuição elétrica normal;
no caso de ocorrer a falha deste fornecimento, os conjuntos “no-break” e os módulos de potência
ininterrupta garantem a continuidade do suprimento de energia elétrica às cargas conectadas por
um período de tempo pré estabelecido, até que passem a ser alimentados pelas fontes locais de
energia do próprio sistema ou do Sistema de Distribuição Elétrica Essencial que, originalmente, se
encontram de prontidão.
77) Cite as principais cargas do Sistema de Distribuição Elétrico Normal do Reator.

As principais cargas do Sistema de Distribuição Elétrica Normal são:

 VG-004: Ventilador de exaustão da Área Fria do Sistema de Ventilação e Ar Condicionado


(SVAC) do Prédio do Reator;
 Bombas de condensado (B-001 e B-002) da Área Quente do SVAC;
 Compressores do Chiller da Área Quente do SVAC;
 SC-001 e SC-002 da Área Fria do SVAC;
 Bombas de drenagem do tanque de retenção pertencentes ao Sistema de Drenagem do
Prédio do Reator; e
 Iluminação externa (postes) do Prédio do Reator.
78) Cite as principais cargas do Sistema de Distribuição Elétrica Essencial.

As principais cargas do Sistema de Distribuição Elétrica Essencial são:

• Motor das válvulas de isolamento da piscina HV-15 e HV-18;


• Bombas do secundário;
• VG-001: ventilador de circulação da área quente do SVAC;
• VG-002: ventilador de exaustão normal da área quente do SVAC;
• VG-005: ventilador de exaustão da área fria do SVAC;
• Ventiladores da torre de resfriamento;
• Iluminação do prédio do reator;
• Bombas do sistema de tratamento;
• Estação pneumática;
• SC-003: ar-condicionado da área fria do SVAC;
79) Cite as principais cargas do Sistema de Distribuição Elétrica Vital.

As principais cargas são:

• Mesa de Controle
• Iluminação da Sala de Controle
• Alarmes de Incêndio
• Ventilador (VG-003) da exaustão de emergência da Área Quente
• Bombas do Circuito Primário
• Instrumentação dos sistemas relacionados à segurança;
80) Esquematize a disposição dos Grupos Geradores e dos seus respectivos painéis de comando do
Prédio de Distribuição e Geração de Energia Elétrica.
81) Na indisponibilidade da rede externa, quais os grupos-geradores que alimentam as seguintes
cargas?

a) Mesa de controle

Alimentada pelo conjunto “No-Break” CNB-V-01 de 220 Volts através do estabilizador. Tal
conjunto é energizado pelo grupo diesel gerador GDG-V-03. Na indisponibilidade do “No-Break”
CNB-V-01, a mesa de controle pode ser alimentada pelo GDG-E-02.

b) Bombas do circuito primário

As bombas B-101A e B-101B podem ser alimentadas pelo conjunto “No-Break” CNB-V-02 de
440 Volts.

c) Bombas do circuito secundário

As bombas B-102A e B-102B podem ser alimentadas pelo conjunto diesel gerador GDG-E-01
de 440 Volts.

d) Iluminação do primeiro andar do prédio do reator

Alimentada pelo grupo diesel gerador GDG-E-02 de 220 Volts.

e) Sistema de ventilação

Cargas Vitais 220 V: Serão alimentadas pelo conjunto “No-Break” CNB-V-02 de 440 Volts
Exaustão de Emergência VG-003
Resistências da Exaustão de Emergência.

Cargas Essenciais 220 V: Serão alimentadas pelo conjunto GDG-E-01 de 440 Volts
Ventilador do Insuflamento (VG-001)
Ventilador da Exaustão Normal (VG-002)
Exaustão da Área Fria VG-005
O Self Contained da Área Fria SC-003

Cargas Normais: Não serão alimentadas por grupos diesel geradores.

f) Sistema de detecção e combate a incêndio

Os alarmes serão alimentados pelo conjunto “No-Break” CNB-V-01 de 220 Volts e na


indisponibilidade desse pelo GDG-E-02 de 220 Volts.
Instrumentação do sistema de proteção contra incêndio (“dampers” corta fogo):
alimentada pelos módulos de potência ininterrupta MPI-V-21 e MPI-V-22.
O MPI-V-21 será alimentado por sua vez pelo GDG-E-01.
O MPI-V-22 será alimentado pelo GDG-E-02.
g)Ventiladores das torres de refrigeração

A alimentação dos ventiladores das torres de refrigeração pode ser feita pelo grupo diesel
gerador GDG-E-01.
82) Se o reator estiver operando em 4,5 MW, com os grupo-geradores convencionais em prontidão
(automático) e os grupo-geradores “no-break” em funcionamento (alimentando as cargas), e
houver queda de energia elétrica da rede, mas no grupo-gerador “no-break” baterias
aconteceu uma falha e o grupo não alimentou as cargas nele ligadas, ocorrerá então
desligamento do reator por queda de tensão. É possível ligar novamente o reator sem energia
elétrica da rede e sem o grupo-gerador “no-break” baterias? Se for possível, qual o
procedimento adotado?

Tecnicamente é possível realizar uma manobra elétrica para alimentar o quadro QDF-V-11
normalmente alimentado pelo conjunto “no-breaks” CNB-V-01. Nesta condição, o quadro QDF-V-11
(que alimenta as cargas vitais 220 Volts) pode ser alimentado pelo grupo diesel gerador GDG-E-02
através do quadro QDF-E-01. O GDG-E-02 possui capacidade de alimentar, além das cargas
essenciais 220 V, as cargas vitais 220 V.
Antes de realizar tal manobra, contudo, seria necessário registrar no Logbook e avisar o
chefe da instalação sobre a falha do no-break e sobre a alimentação alternativa realizada.
83) Quantos pára-raios constituem o sistema de proteção contra descargas atmosféricas e onde
estão localizados?

Prédio do reator: 4 captores dispostos nos cantos da área de cobertura do prédio, mais 1
instalado no topo da chaminé metálica de exaustão;
Torre de resfriamento (concreto): 2 captores dispostos na parte superior das laterais de
cada torre.
84) Qual a finalidade do sistema de iluminação de emergência?

Manter iluminação disponível em áreas específicas do Prédio do Reator em caso de falta da


iluminação de serviço.
A iluminação de emergência é constituída por unidades autônomas providas de projetores
com lâmpadas halógenas e bateria com tempo mínimo de autonomia de duas horas.
85) Quais são os locais de armazenamento de elementos combustíveis no prédio do reator?

Os elementos combustíveis podem ser armazenados na sala de estocagem de material


nuclear seco (cofre), localizada no terceiro andar do prédio do reator, e no compartimento de
estocagem da piscina do reator.
A estocagem de elementos combustíveis frios é feita em um compartimento (cofre). A
disposição dos EC’s garante que não ocorra um acidente com criticalidade e possui capacidade de
60 elementos.
Já os elementos combustíveis irradiados são estocados em cestos de aço inoxidável
localizados no compartimento de estocagem da piscina do reator. Possui capacidade de 84
elementos combustíveis. Para cada local de armazenamento de elemento combustível, existe um
mapa correspondente onde está anotada cada posição de estocagem.
86) Como são manuseados os elementos combustíveis irradiados no reator.

O procedimento para o manuseio dos EC’s irradiados encontra-se na PO-CRO-0909


(Manuseio, transporte e estocagem do combustível).
Os principais itens descritos nesse procedimento são:
o Presença de OSR e equipe de proteção radiológica;
o Utilização de EPI’s pertinentes para o manuseio da HML pelo operador;
o Utilização da haste de manuseio longa (HML) pelo operador para encaixe na
alça do EC e elevação do núcleo até alcance da ponte rolante;
o Acoplamento da HML com o EC à ponte rolante e elevação ao máximo de 2 m
abaixo do nível da água, verificação na lateral do EC do seu número e
deslocamento do conjunto do compartimento de operação até o compartimento
de estocagem;
o Liberação da HML com o EC da ponte rolante e posicionamento do EC pelo
operador no local preestabelecido no cesto de armazenamento;
o Atualização da posição do EC no mapa e informação ao responsável de
contabilidade do material nuclear.
87) Qual é a finalidade do sistema de drenagem do prédio do reator?

O Sistema de Drenagem tem por finalidade recolher todo efluente líquido utilizado no
prédio do reator, que pode estar radioativo.
88) Como é composto o sistema de drenagem do prédio do reator?

Este sistema é composto por:


o Drenos e ralos.
o “Sump” –coletor de água do prédio do reator
o Caixa de dreno;
o Abrigo do tanque de decaimento;
o Tanque de retenção;
89) Quais são as condições para o descarte de líquido do tanque (compartimento principal) de
retenção para o sistema de esgoto?

O bombeamento do tanque de retenção é feito por duas bombas do tipo “sapo” para o
sistema de esgoto da Cidade Universitária, passando pela Estação de Tratamento de Águas e
Esgoto da SABESP. O bombeamento depende de dois parâmetros:
 nível de líquido no tanque de retenção;
 nível de radiação no tanque de retenção.

Uma análise por espectrometria gama dos efluentes no tanque de retenção do sistema de
efluentes líquidos será realizada sempre que houver necessidade de liberação de efluentes líquidos
para a linha de esgoto. A liberação de efluentes será realizada sempre sob a supervisão da
Gerência de Radioproteção, obedecendo as diretrizes especificadas na Norma CNEN NE 6.05
(Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações Radioativas).
90) Faça uma descrição resumida do sistema de ventilação e ar-condicionado do prédio do reator
IEA-R1.

O sistema de ventilação e ar condicionado do reator IEA-R1 é dividido em duas áreas: área


fria e área quente.
A área fria é constituído de uma instalação convencional de ar condicionado composta por
três condicionadores de ar tipo "self-contained" (SC-001, SC-002 e SC-003) com condensadores do
tipo remoto resfriado a ar (CR-001, CR-002 e CR-003). Os condicionadores SC-001 e SC-002 são
responsáveis por manter a qualidade térmica dos ambientes do 2 o e 3o andar. O SC-003 é dedicado
exclusivamente à sala de controle. Em caso de indisponibilidade do SC-003, é possível alimentar a
sala de controle utilizando os SC-001 e SC-002. A depressão da área fria é mantida no intervalo de -
100 Pa a -150 Pa em relação ao meio externo, por meio de um sistema de exaustão. Dois
ventiladores centrífugos, VG-004 e VG-005, que trabalham na condição de um reserva do outro,
descarregando o ar exaurido da área fria direto para o ambiente externo ao prédio. Considerando-
se que a área fria é uma região com baixo risco de liberação de material radioativo, não existe a
necessidade de filtragem do ar exaurido. Nesta área, os filtros existentes são o FG-003 e FG-004,
tipo filtro grosso, instalados nas tomadas de ar externo dos condicionadores SC-001/SC-002 e SC-
003, respectivamente.
A área quente é constituída pelo subsistema de insuflamento e recirculação e pelo
subsistema de exaustão responsável por manter uma depressão mínima de -200 Pa. O subsistema
de insuflamento e recirculação é constituído pelos seguintes filtros:
• Pré-filtro;
• Filtro grosso;
• Filtro fino;
• Filtro absoluto.

O subsistema de exaustão é constituído por dois conjuntos de equipamentos que atendem


às condições de “exaustão normal” e “exaustão de emergência”. O primeiro conjunto (exaustão
normal) que opera na condição em que não se detecta contaminação é constituído pelos seguintes
filtros:
• Filtro fino;
• Filtro absoluto.

O segundo conjunto (exaustão de emergência) que opera na condição de detecção de


contaminação é constituído pela seguinte sequência de filtros:

• Filtro fino;
• Filtro absoluto;
• Filtro de carvão ativado;
• Filtro absoluto.

Figura 2: Área quente (insulflamento, recirculação e exaustão)


91) Dê a função dos seguintes componentes:

a) Registro corta-fogo

O registro corta-fogo é responsável por garantir o isolamento dos dutos de captação e


descarga de ar do sistema de ventilação do prédio do reator, para que não ocorra o alastramento
das chamas em caso de incêndio. Este registro está localizado no trem da exaustão de emergência
da área quente.

b) Filtro de carvão ativado

O filtro de carvão ativado é utilizado para reter radionuclídeos como Iodo-129 e Iodo-131.
Este filtro está localizado no trem da exaustão de emergência da área quente.

c) Pré-filtro

O pré-filtro é responsável pela filtragem inicial do ar que será insuflado na área quente do
reator.

d) Registro de ultra estanqueidade

Permitir o isolamento da área quente, ou parte dela, caso ocorra o vazamento de


produtos radioativos.
O registro de ultra estanqueidade trabalha em conjunto com os instalados nos dutos de
insuflamento e de retorno que permitem o isolamento do mesmo em caso de acidente.
92) Qual a finalidade do Sistema de Ventilação e Ar-Condicionado do prédio do Reator IEA-R1 e em
quantas áreas foi dividido o ambiente interno do reator?

O Sistema de Ventilação e Ar Condicionado do Prédio do Reator IEA-R1 (SVAC) foi projetado


para manter as condições de habitabilidade no interior do prédio e manter o controle da liberação
da radioatividade dentro de margens apropriadas de segurança durante a operação normal e em
condições de acidente (operação de emergência).
Com o intuito de aumentar a segurança do reator, o sistema de ventilação foi separado em
duas áreas internas distintas, denominadas de áreas quente e fria (do ponto de vista de proteção
radiológica).
93) Qual é a depressão de projeto para as áreas quente e fria do prédio do reator?

A exaustão da área fria deverá provocar uma depressão de 100 Pa a 150 Pa em relação ao
exterior do prédio, já a área quente é mantida em uma depressão de no mínimo 200 Pa em relação
ao exterior do prédio.
94) Quais são os monitores de radiação que atuam no sistema de ventilação e o que ocorre
quando esses valores são ultrapassados? Quais são esses valores?

MD-2: Situado no 3o andar, no Saguão da piscina do reator, próximo à parede que separa a
sala de controle.

MD-3: Situado no 4o andar, na Sala de máquinas do Sistema de Exaustão, antes dos filtros
absolutos e de carvão dos Sistemas de Exaustão Normal e de Emergência.

Os monitores atuam no sistema de ventilação se o valor nos dois atingir nível de ALERTA
(10^5 cpm) e fazem a transferência da exaustão normal para a exaustão de emergência, além de
desligar o insuflamento (VG-001).
95) Qual é o procedimento do operador quando alguém avisar que vai fazer uma irradiação na
estação de irradiação pneumática.

Caso o reator esteja em operação e crítico à potência desejada, o operador deverá


perguntar ao solicitante seu nome, o número da amostra e o tempo de irradiação. Em seguida, o
operador deverá localizar a amostra na ficha Pedido de Irradiação na Estação Pneumática, anotar
o nome do executor, o tempo de irradiação, a data/hora da irradiação e rubricar.
Tudo estando em conformidade, o operador deverá verificar se o sistema está em
automático, confirmar se o seletor está direcionado para a estação desejada, e em seguida ligar o
blower apertando o botão vermelho, permitindo a operação do sistema pneumático pelo executor.
O sistema será desligado automaticamente após o uso.
96) O que é o EIBRA e por que não podemos inserir este elemento quando o reator está crítico?

EIBRA significa Elemento de Irradiação de Berílio Refrigerado a Água, o qual se trata de um


elemento de grandes dimensões e que requer cuidado durante o seu manuseio. Ao aproximar este
elemento com a bomba do primário ligada, corre-se o risco de que a turbulência da água
movimente o elemento citado e cause o fechamento inadvertido de algum canal de resfriamento
de um elemento combustível adjacente. Por este motivo, o EIBRA só é inserido no núcleo com o
Reator desligado e, portanto, não podemos inseri-lo com o reator crítico.
97) Qual é o procedimento do operador quando este vai inserir ou retirar um elemento de
irradiação no núcleo do reator?

Considerando que o elemento de irradiação já esteja carregado, durante a inserção, o


operador deverá:
• Utilizar EPI’s (luvas) para a manipulação;
• Retirar o elemento de irradiação da lateral da piscina;
• Levar o elemento de irradiação para o núcleo manobrando pela corda plástica;
• Colocá-lo na posição indicada no mapa, amarrando sua corda junto ao guarda-corpo da
ponte-móvel do núcleo;
• Ao iniciar a operação do reator crítico à potência desejada, preencher a documentação
pertinente ao processo de irradiação da amostra.
Ao retirar o elemento de irradiação, o operador deverá:
• Certificar-se de que o tempo de irradiação foi transcorrido conforme o previsto;
• Utilizar EPI’s (luvas) para a manipulação;
• Retirar o elemento de irradiação do núcleo pela alça, desamarrá-lo do guarda-corpo da
ponte-móvel do núcleo e transferi-lo para a lateral da piscina, amarrando-o no guarda-
corpo lateral;
• Por fim, o operador deverá preencher a documentação pertinente ao processo de irradiação
da amostra.
98) Onde estão localizados a Central do SCDI e os painéis sinóticos do sistema?

A Central do Sistema de Detecção de Combate a Incêndio (SDCI) está localizada na Sala de


Emergência. Os painéis sinóticos do sistema estão localizados um (1) na Sala de Emergência, um
(1) na Sala de Controle e um (1) no quarto andar.
99) Quanto ao SDCI, o que o operador de reator deve fazer em caso de alarme de incêndio?

No caso de alarme de incêndio, os operadores da sala de controle deverão se comunicar e se


dividir em duas frentes de ação.
Um dos operadores (nº1) deverá analisar o quadro sinótico e se deslocar até a zona
alarmada, cuja situação o operador deverá avaliar e comunicar à sala de controle.
Enquanto isso, o outro operador (nº2) deverá comunicar o fato ao supervisor de turno e ao
COLE (Coordenador Local de Emergência). O Supervisor deverá silenciar o alarme na central do
SDCI (Sistema de Detecção e Combate a Incêndio) e se dirigir à Sala de Controle.
Caso seja verificado tratar-se de alarme falso, o supervisor deverá rearmar a central do SDCI
e dar continuação à operação anterior ao disparo do alarme.
Caso seja verificada a existência de fogo, no entanto seja avaliado não se tratar de um
incêndio de grandes proporções, o operador nº1 deverá comunicar o fato à sala de controle e
iniciar o combate ao fogo, ao mesmo tempo que o Supervisor deverá convocar a Brigada de
Incêndio Interna para auxílio no combate.
Caso o incêndio seja liquidado com sucesso, o supervisor deverá rearmar a central do SDCI e
dar continuação à operação anterior ao disparo do alarme.
Caso o incêndio não seja extinguido nessa primeira tentativa ou caso durante a análise do
local pelo operador nº1 seja avaliado um incêndio de grandes proporções, o operador nº1 deverá
relatar o fato ao Supervisor e abandonar o prédio. O Supervisor deverá desligar o reator, ligar 193
para os Bombeiros e solicitar o abandono do Prédio. Por fim, o Supervisor deverá desligar a
eletricidade geral do Prédio e aguardar a ação da brigada Geral e a chegada do Corpo de
bombeiros.
100) Quais são os tipos de extintores usados no prédio do reator e quais são as classes de
incêndio que eles atendem?

Os tipos de extintores usados no prédio do reator e as classes de incêndio que eles atendem
são:
 Pó químico seco: indicado para incêndios das classes B e C;
 Gás carbônico: indicado para incêndios das classes B e C;
 Água pressurizada: indicado para incêndios da classe A.
101) Quanto aos detectores de temperatura localizados no 4o andar junto ao conjunto de filtros
do SVAC, pergunta-se:

a) Em que situação espera-se que eles sejam acionados?

O acionamento ocorre quando a temperatura no filtro de carvão atinge a temperatura de


dessorção (150 ºC), pois este deixa de reter radionuclídeos e passa a liberar material radioativo na
saída do ar. Neste caso, o sistema de exaustão da área quente deve ser desligado. Além disso, há
uma segunda condição de acionamento, caso o aquecimento persista e o filtro se aproxime da
temperatura de auto-ignição do carvão (340 ºC). Nesta situação, deve ser acionado manualmente
o sistema de “spray” pela abertura de válvulas instaladas na tubulação de incêndio.

b) Como funciona e qual é a lógica de atuação desses detectores para o acionamento do


registro corta-fogo do SVAC?

Os registros corta-fogo RCF-033 e RCF-034 são acionados automaticamente no caso de ser


atingida a temperatura de auto-ignição do carvão.
102) Dê a finalidade a que se destinam os seguintes equipamentos do Sistema Primário:

a) Válvula de convecção (header)

A válvula de convecção, também conhecida como “header”, é responsável pelo


acoplamento do núcleo do reator (cone de redução) com a tubulação principal do Circuito
Primário. Com a válvula de convecção desacoplada, o caminho de resfriamento do núcleo fica
aberto para a piscina e a transferência do calor do núcleo se dá por circulação/ convecção natural.

b) Difusor

Permitir uma distribuição homogênea da água do circuito primário que retorna à piscina
após resfriamento, evitando a formação de correntes que conduzam a água diretamente à
superfície, minimizando a turbulência que dificulta a visualização do núcleo, dos experimentos e
dos irradiadores e reduzindo a dose no saguão da piscina.

c) Tanque de decaimento

O tanque tem a função de retardar o retorno da água de resfriamento que passou pelo
núcleo do reator permitindo tempo para o decaimento radioativo do 16N formado pela reação
nuclear (n,p) com o 16O da água, reduzindo assim as taxas de dose de radiação na sala de
máquinas e no saguão da piscina.
A meia-vida do N-16 é curta (Aproximadamente 7 s), o que permite que, durante o tempo
de permanência no tanque (aproximadamente 120 s), ocorra o decaimento de praticamente todos
os isótopos de N-16 produzidos.

d) Volante de inércia

O volante de inércia tem a função de manter o escoamento descendente no núcleo após


falha no motor elétrico ou perda de energia elétrica das bombas de circulação do primário, por um
tempo suficiente para remoção do calor de decaimento até que esse calor possa ser removido por
circulação natural sem causar danos aos elementos combustíveis.
103) Qual a finalidade do sistema de tratamento e retratamento de água do reator?

O Sistema de Tratamento de Água tem como função a produção de água desmineralizada


para abastecer:
 a piscina do reator, complementando o seu nível em função de perdas tais como, evaporação
superficial, gotejamento através das gaxetas das bombas hidráulicas, etc.;
 manutenção/ regeneração do próprio sistema de tratamento de água do reator;
 manutenção/ regeneração do sistema de retratamento da água da piscina;
 o sistema dos “Beam-Holes”; e,
 o laboratório de radioquímica.

O sistema de retratamento de água do IEA-R1 tem como finalidade a manutenção da


qualidade da água da piscina do reator, visto a mesma estar sujeita a contaminações de diferentes
tipos, tais como:
 Partículas de poeira (através da superfície livre da piscina);
 Elementos radioativos formados por reações nucleares no alumínio estrutural dos elementos
combustíveis. Dentre eles, os mais importantes são o 24 Na e o 27 Mg, formados através
das reações: 27Al (n, α) 24Na, 27Al (n, p) 27Mg;
 Contaminações acidentais, por ruptura de cápsulas, contendo materiais que são irradiados
no reator;
 Contaminações por produtos de fissão, devido a falhas ou contaminação nas placas dos
elementos combustíveis.
104) Faça um esquema do sistema de resfriamento primário e secundário do reator. Dê a vazão de
operação para o circuito primário e secundário A e B.
105) Faça um esquema do sistema de tratamento de água do reator IEA-R1.
106) Segundo especificações técnicas, quais os valores de pH, condutividade e Concentração de
Cloretos exigidos para a água da piscina, antes de entrar em operação e durante uma
operação.

Parâmetro Valor Limite Valor Limite


(antes de entrar em operação) (durante a operação)
Condutividade ≤2,0 µS/cm ≤ 5,0 µS/cm
pH de 5,5 a 6,5 de 5,0 a 7,0
[Cl-] ≤ 0,2 ppm ≤ 0,3 ppm
107) Qual a finalidade do filtro tipo cuno colocado após os tanques de resinas?

Reter eventuais escapes de resinas para o circuito Primário.


108) Existe alguma restrição quanto ao compartimento principal do tanque de retenção? Se sim,
qual?

Sim. O compartimento principal deve estar totalmente vazio para receber a água do
primário em um eventual acidente de perda de refrigerante. Considerando todo o volume da
piscina em um potencial vazamento, o compartimento principal deve estar vazio para que o nível
de água no porão seja de no máximo 15 cm.
109) Qual a finalidade do Sistema de ar-comprimido?

Este sistema tem por finalidade suprir ar comprimido para diversos utilizadores. Dentre os
principais, podemos citar:
• Válvula de convecção (header) do sistema primário de resfriamento do reator;
• “Dampers” de manobra do sistema de exaustão de ar do prédio do reator;
• Válvula do Sistema de Retratamento de Água (VPA-15).
110) Quais os procedimentos adotados para movimentar a ponte de sustentação do núcleo do
reator?

Esta resposta está prevista na IT sobre MOVIMENTAÇÃO DA PONTE DO REATOR IEA-R1.

Como condição inicial temos que o reator deve estar desligado durante a movimentação da
ponte do núcleo.

A preparação preliminar inclui:

 Remover, no mínimo, 3 elementos combustíveis do núcleo do reator, e estocá-los nos cestos


submersos localizados no compartimento de estocagem do reator.
 Desconectar os cabos de alimentação e/ou de sinais ligados à ponte e de experiências que
estejam montadas na placa matriz do reator.
 Remover hastes, ferramentas ou dispositivos apoiados na ponte e obstruções ao longo dos
trilhos de passagem.
 Desconectar quaisquer conexões que restrinjam a movimentação do núcleo.
 Verificar a alimentação elétrica para o sistema de movimentação da ponte.
 Soltar os freios de fixação da ponte, com ferramenta apropriada. Assegurar que a lâmpada
existente no painel de controle acenda após esta operação.

Movimentação da ponte:

 Girar o comando da alimentação elétrica para posição "Liga".


 Colocar o Seletor de modo de operação na posição "Manual" e pressionar a botoeira "Ré"
até a posição final desejada.
 Desligar o comando da alimentação elétrica.

Movimentação da Ponte para a Posição de Operação

 Girar o comando da alimentação elétrica para posição "Liga".


 Colocar o Seletor de modo de operação na posição "Manual" e pressionar a botoeira
"Frente" até a posição de operação.
 Desligar o comando da alimentação elétrica.
 Apertar os freios de fixação da ponte com a ferramenta apropriada.
111) Do que é constituída a coluna térmica?

A coluna térmica é constituída por 3 seções de blocos de grafite empilhados em uma das
laterais da piscina.
As fronteiras entre as seções são construídas em aço carbono, sendo as duas primeiras
revestidas internamente com chapas de cádmio e a terceira com placas de carbeto de boro.
Na parte interna da coluna, existem blocos de chumbo, cuja função é blindar as radiações
provenientes do núcleo do reator quando este estiver posicionado em frente a coluna térmica.
O acesso à coluna térmica é realizado por uma porta de aço revestida com carbeto de boro,
chumbo e aço carbono.
112) O que ocorre com o perfil de fluxo num reator quando é inserida uma barra absorvedora
(barra de controle) no núcleo?

O fluxo de nêutrons diminui. Sua distribuição axial é achatada, enquanto a radial é


deformada na posição da barra, conforme figuras abaixo:

Perfil axial:

Perfil Radial:
113) Explique os coeficientes de reatividade abaixo:

a) Coeficiente de temperatura do moderador

É a variação da reatividade pela variação de temperatura do moderador. O IEA-R1 é


submoderado e, por isso, o aumento da temperatura da água diminui a moderação dos nêutrons,
resultando em inserção de reatividade negativa.
Δρ
αM=
Δ T M ((∆k/(k.ºC))

b) Coeficiente de temperatura do combustível,

É a variação da reatividade pela variação da temperatura do combustível. Conforme o


combustível esquenta ocorre o alargamento Doppler. Tal fenômeno aumenta a chance de um
nêutron ser absorvido na região de ressonância da seção de choque de captura do combustível, o
que resulta em inserção de reatividade negativa.
Δρ
α F=
Δ T F ((∆k/(k.ºC))

c) Coeficiente de vazio.

É a variação da reatividade pela variação da porcentagem de vazios. Vazios podem incluir,


por exemplo, bolhas de vapor ou de ar, que são menos eficientes na moderação.

O coeficiente de vazios é definido como a relação entre a variação da reatividade do núcleo


e a variação da porcentagem de vazios do moderador:
Δρ
αV=
Δ %V
((∆k/(k.%vazio))
114) Explique o que ocorre num reator de coeficiente negativo de temperatura, quando há um
aumento de temperatura no moderador?

O coeficiente de temperatura do moderador descreve as mudanças na reatividade quando


a temperatura do moderador muda. No caso de um reator com um coeficiente negativo, quando a
temperatura do moderador aumenta, ocorre uma diminuição da densidade e uma consequente
diminuição da moderação, resultando na inserção de reatividade negativa com diminuição da
potência do reator. Tal coeficiente é desejável do ponto de vista de segurança, pois ajuda a
prevenir excursões de potência.
115) Como o 135Xe surge no reator?

O 135-Xe surge, majoritariamente, pela cadeia de decaimento do produto de fissão 135-Te.


Correspondendo a 95% do Xenônio formado.

135-Te (t1/2~19 s) → 135-I (t1/2~6,57 h) → 135-Xe

Há também uma parcela deste elemento formada como produto direto de fissão do
combustível. Correspondendo a 5% do Xenônio formado.
116) O que é tempo morto do reator?

Período pelo qual, após um desligamento, não é possível a partida do reator devido à
quantidade de reatividade negativa inserida pelo 135Xe ser maior que o excesso de reatividade
disponível.
117) Explique como se determina a massa crítica de um reator na sua primeira criticalidade.

Primeiramente, é realizada uma modelagem para determinar a massa crítica para um núcleo
novo. Operacionalmente, realiza-se um experimento de aproximação para a criticalidade
utilizando-se o gráfico “1/M em função do carregamento de combustível”. Adota-se a previsão
mais conservativa, usando como critério de aceitação o desvio entre o modelo calculado e o
resultado obtido na prática.
118) Explique o que significa dizer que um elemento combustível tem “queima” de 10%?

Significa que 10% dos átomos de 235U originalmente no combustível já foram fissionados.
119) Porque os EC’s# novos devem ser colocados na periferia do núcleo e permanecer até atingir
a queima de 4% de 235U?

Para validar a qualidade de construção dos novos elementos combustíveis, conforme


recomendação do fabricante. No processo de substituição de EC´s, ocorre um rearranjo de modo
que os EC´s centrais são removidos, os da periferia são remanejados para as posições centrais e
nas suas posições (periferia do núcleo) são inseridos os EC´s novos, os quais são submetidos a um
menor fluxo neutrônico, sendo possível verificar a presença de falhas sem comprometer a
segurança do reator.
120) Quais são os parâmetros neutrônicos fornecidos para o cálculo do ganho de reatividade
entre uma configuração e outra?

Para o cálculo do ganho de reatividade, as seguintes informações são fornecidas aos


diferentes programas da metodologia do cálculo neutrônico: Seção de choque dos componentes do
combustível, materiais do núcleo e moderador, geometria e temperatura dos mesmos materiais,
além da queima estimada dos elementos combustíveis.
121) Como é feita a previsão de barras:

a) Para uma operação com início na Segunda feira?

A previsão para a segunda-feira (quando o núcleo está livre de xenônio-135) é a posição de


criticalidade na última operação com o núcleo livre de xenônio-135. Tipicamente será a da
segunda-feira da semana anterior.

b) Quando ocorre um SCRAM durante uma operação de 64 horas?

Depois de 64 horas de operação, a concentração de xenônio-135 já pode ser considerada


como em equilíbrio. Utiliza-se então a curva de envenenamento por xenônio-135 após scram.
Considerando o intervalo de tempo previsto entre o scram e a nova criticalidade, lê-se no gráfico a
reatividade negativa a ser compensada. Esta reatividade é dividida pelas quatro barras e com a
curva integral das barras calcula-se a nova posição de criticalidade.
122) Quais são os limites de excesso de reatividade do núcleo do reator para:

a) Compensar a reatividade do 135Xe em equilíbrio

R: 3200 pcm

b) Religar o reator após 1 hora

R: 800 pcm

c) Operação num ciclo de 120 horas durante 6 semanas

R: 1800 pcm

d) Defeito de potência

R: 300 pcm

e) Experimentos

R: 1000 pcm

f) Margem de controle da operação

R: 500 pcm

g) Total máximo

R: 7600 pcm
123) Cite cinco itens da lista de verificação inicial para a partida do reator.

 Aprovar o programa de operação (FM-CRO-0901-01) – Supervisor da CRO;


 Aprovar o programa de operação (FM-CRO-0901-01) – Supervisor da ERP;
 Preencher o Formulário de Permanência na Sala de Controle (FM-CRO-0902-05);
 Ligar a chave “CBI”, Hora (________h); e
 Ligar a chave “POWER ON”.
124) Quais são as folhas operacionais que devem ser preenchidas antes do reator entrar em
operação.

Os seguintes documentos são totalmente ou parcialmente preenchidos antes da operação.


• Lista de verificação inicial;
• Logbook;
• Permanência na Sala de Controle;
• Temperatura e outros Parâmetros Operacionais – Reator IEA-R1;
• Dados Operacionais do Reator IEA-R1.
125) As previsões de criticalidade (posicionamento de barras) do reator IEA-R1 para o dia de hoje
é igual as previsões de 3 meses atrás? Por quê? Considere que não houve neste período
mudança de configuração, nem inserção ou retirada de absorvedores do núcleo e que para
efeito de comparação a previsão se refere às posições de barra de segundas-feiras e o efeito de
temperatura seja desprezível?

Não, a posição de criticalidade das barras é mais elevada devido à queima do combustível,
assim para uma mesma condição do núcleo haverá uma variação perceptível da posição após três
meses.
A variação exata dependerá da quantidade de horas de operação e da potência de
operação no período e será maior quanto maior a queima.
126) Considere o reator operando a uma potência de 4,5 MW por 5 horas. Desprezando-se os
efeitos de temperatura e admitindo que nenhum absorvedor de nêutrons foi introduzido ou
retirado do núcleo, explique qualitativamente, no evento de um “scram” do reator as novas
posições das barras em relação às suas posições no instante do “scram” do reator (supondo
que o reator tornou-se novamente crítico uma hora após o instante do “scram”).

Após o “scram” do reator, a concentração de Xenônio-135 aumentará, uma vez que sua
produção continuará ocorrendo pelo decaimento do Iodo-135 anteriormente produzido no núcleo
enquanto que sua remoção reduzirá pois não haverá sua queima com o reator desligado. Desta
forma, o resultado desta maior concentração de Xenônio-135 será a inserção de reatividade
negativa no núcleo. Então, se compararmos qualitativamente a posição de barras antes e após o
evento de “scram”, podemos afirmar que a nova posição de barras estará mais retirada do núcleo.
127) Qual o valor da contagem mínima da fonte? Qual o comportamento da instrumentação se
essa contagem mínima não for atingida? Pode-se ligar o reator?

Todo o processo de partida do reator é monitorado pelo canal nuclear de faixa ampla, que só
permite que as barras de segurança comecem a ser retiradas se o mesmo apresentar uma
contagem mínima de 5 cps. Este sinal tem como objetivo assegurar que a instrumentação (canal de
faixa ampla) tenha condições de acompanhar a taxa de crescimento do fluxo neutrônico na medida
em que as barras de controle/segurança são removidas. Desta forma, se o canal registrar uma
taxa de contagem inferior a 5 cps, os magnetos não são energizados, o que impede a remoção das
barras de controle/segurança.
128) Quais as diferenças fundamentais entre câmara de fissão, câmara de ionização compensada
(CIC) e câmara de ionização não compensada (CINC), utilizadas no controle e monitoração de
potência no reator IEA-R1?

Câmara de fissão:
* Os nêutrons interagem com o revestimento de U-235 da câmara, causando uma fissão;
* Os fragmentos de fissão interagem com o gás causando sua ionização;
* Os elétrons produzidos são coletados, produzindo um pulso no eletrodo.
Utilizada no canal de faixa ampla e no Safety 1.

Câmara de Ionização não Compensada (CINC):


* O nêutron interage com o revestimento de Boro da câmara, causando a emissão de íons.
* Estes íons causam ionização do gás;
* Alguns elétrons possuem energia suficiente para causar ionizações adicionais;
* Os elétrons são atraídos pelo eletrodo através da diferença de potencial que o detector
está alimentado;
* A câmara é não compensada, portanto ionizações do gás produzidas pela radiação gama
se somam ao sinal produzido pela interação com nêutrons.
Utilizada nos canais dos Safeties 2 e 3.

Câmara de ionização compensada (CIC):


* Possui duas câmaras de ionização concêntricas, sendo uma delas com revestimento de
boro e outra com gás transparente para nêutrons;
* Radiação gama e nêutrons interagem com os gases na câmara ou com revestimento de
boro;
* Apenas radiação gama interage com o gás na câmara sem revestimento de Boro;
* A ligação das câmaras é feita de modo que a corrente produzida pela câmara com boro
seja anulada com a corrente proveniente da câmara sem boro;
* O sinal de saída do instrumento é portanto somente pela interação com nêutrons.
Utilizada no Canal Linear.
129) Qual a função dos safeties?

Os canais de segurança, num total de 3, permitem, através de um sinal linear, monitorar a


potência do reator na faixa de 1 a 110% da potência nominal.
Asseguram o desligamento do reator por sobrepotência (105%) através de uma lógica 2 de
3, evitando assim o aumento na temperatura do revestimento das placas combustíveis, acima do
limite de segurança que é de 500°C
130) Por quais câmaras é feito o controle automático do reator?

O controle automático do reator utiliza informações da câmara de ionização compensada


(canal linear) e da câmara de fissão (canal de faixa ampla).
Para executar suas funções, o controlador automático considera as seguintes informações:
potência (do pico amperímetro do canal linear), período (do medidor de período do canal de faixa
ampla), potência de referência (do sinal “% DEMAND”, ajustado pelo operador) e sinal de
velocidade de movimentação de barra (de um tacômetro instalado no mecanismo de
movimentação da barra de controle).
131) A lógica de desligamento (2 de 3) é válida quando um safety está desligado?

Sim, na ocorrência de desligamento ou falha de um dos safeties, a lógica 2 de 3 permanece


válida sem que ocorra o desligamento do reator. Nesta condição, teremos dois safeties operando e
um safety inoperante. Caso ocorra o desligamento ou falha em um segundo safety, o reator será
desligado.
132) Em que valor de período ocorre o sinal de “scram”?

O scram ocorre quando o valor do período for menor ou igual a 12 segundos. Este sinal não
causa scram caso a potência do reator seja superior a 500 kW (10% da potência nominal) em 2 de
3 canais de segurança.
133) Faça um diagrama das faixas de operação comparativas em termos de porcentagem de
potência de todos os canais de segurança e potência utilizados no controle do reator IEA-R1.
134) Liste 6 “SCRAM’s” do reator e dê os limites de atuação de cada um deles.

Sinais que causam desligamento do reator (níveis ajustados)


Variáveis analógica Nível/condição de Nível/condição ajustada
operação normal para desligamento do reator
Vazão no circuito primário 3400 gpm 3060 gpm
Alimentação elétrica das bombas do 440 Volts 400 Volts (subtensão)
circuito primário de resfriamento do reator 480 Volts (sobretensão)
ΔP no núcleo O valor varia conforme É ajustado periodicamente e a cada nova
configuração e vazão nominal configuração para ocorrer quando a vazão
é 90% da vazão nominal

Potência nos canais de segurança 100% da pot. nominal 105% da pot. nominal
Tensão de alimentação dos detectores dos 700 Volts 630 Volts
canis de segurança
Período do reator na condição de Acima de 30 segundos 12 segundos
potência < 500 kW
Taxa de contagem no canal faixa-ampla Acima de 5 cps 5 cps
com reator na condição de
potência < 500 kW
Nível de água na piscina do reator 8,95 metros 8,60 metros
Nível de radiação no saguão da piscina < 150μSv/h 1500 μSv/h
sobre a plataforma móvel do núcleo do
reator
Nível de radiação no monitor de radiação < 100μSv/h 500 μSv/h
no salão de experimentos da Física Nuclear
Temperatura da água na saída da piscina Entre 37 e 42 °C 48 °C
Variáveis digitais Nível/condição de Nível/condição ajustada
operação normal para desligamento do reator
Desligamento manual Contatos fechados Contato aberto
Canal de período em teste Chave na posição - Chave na posição - calibrete
operante
Canais de segurança em teste (vide nota 1) Chave na posição - Chave na posição – trip test
operante ou zero ou calibrete
Qualquer barra de segurança ou de Contato fechado Contato aberto
controle desacoplada de seu respectivo
mecanismo de acionamento
Qualquer BH aberto sem o devido bloqueio Contato fechado Contato aberto
Válvula de convecção não acoplada à base Válvula acoplada Válvula desacoplada
do núcleo (contato fechado) (contato aberto)
Ponte de sustentação do núcleo do reator Ponte travada (contato Ponte destravada (contato
destravada fechado) aberto)
Válvula de isolamento da piscina do reator Válvula aberta: Válvula não aberta:
microswitch “fim de microswitch “fim de curso-
curso-posição aberto”- posição aberta”- aberto
fechado
Nível de água na piscina Contato fechado Contato aberto
SCRAM do experimento CAFÉ Contato fechado Contato aberto
Modo teste ativo (TESTE) Contato fechado Contato aberto

Nota 1: Acionamento em operação da chave “trip test” em 2 dos 3 canais de segurança ou


acionamento em operação da chave “trip test” em 1 dos 3 canais de segurança, com 1 dos outros
e canais em “calibrate” ou “zero”.
135) Dê os pontos nos quais é monitorada a temperatura da água da piscina do reator IEA-R1 e a
razão desta monitoração.

Os pontos de monitoração da temperatura da água da piscina são: MT-01 na superfície da


piscina, MT-02 à meia altura da piscina, MT-03 logo acima do núcleo do reator e MT-04 na
tubulação de saída da piscina. A razão de se medir e registrar as temperaturas nos pontos
considerados é garantir que o núcleo do reator seja corretamente resfriado, impedindo danos nos
elementos combustíveis e outros materiais do reator.
Além disso, os dados coletados durante a medição de temperatura são utilizados nos cálculos
de balanço térmico para determinar a potência do reator.
136) Qual a potência máxima em que o reator pode operar sem a circulação do circuito primário?

Com o núcleo na posição A, isto é, acima da válvula de convecção, o reator pode operar, em
circulação natural, com potência de até 200 kW. Já com o núcleo na posição B, ou seja, adjacente à
coluna térmica, a potência máxima especificada é de 100 kW.
137) Explique a diferença entre variáveis de proteção analógicas e digitais.

A diferença entre as variáveis de proteção analógicas e digitais é que enquanto as


analógicas comparam os valores medidos com um valor numérico específico (ex: vazão do primário
menor do que 3060 gpm, período do reator menor do que 12 segundos), as digitais analisam o
valor medido segundo uma lógica binária (verdadeiro/falso) verificando se determinado contato
ou chave se encontra fechada ou aberta.
138) O que significam os indicadores da botoeira de acionamento das barras de controle:
a) Up
b) Drive Down
c) Rod Seated
d) Cont
e) On

Cont On

Up

Drive Down
Rod Seated

a) UP: sinaliza que o mecanismo está totalmente retirado


b) DRIVE DOWN: sinaliza que o mecanismo está totalmente inserido
c) ROD SEATED: sinaliza que a barra de controle está totalmente inserida no núcleo do reator
d) CONT: sinaliza que o mecanismo está acoplado à respectiva barra
e) ON: sinaliza que o magneto está energizado
139) Cite 5 “SCRAM’s” do reator, de acordo com as especificações técnicas. Qual a proteção
almejada por cada um.

Canal de Segurança Indicando Potência maior que 105% da Potência Nominal - Desligar o
reator por sobrepotência, evitando assim o aumento na temperatura do revestimento das placas
combustíveis acima do limite de segurança.
Obs: Estes canais atuam na coincidência 2 em 3 sempre que a potência do reator ultrapassar 105
% da potência nominal.

Período do Reator menor que 12 s: Antecipar o desligamento do reator em uma excursão ou


subida inadvertida da potência, minimizando a potência liberada, e por consequência, o aumento
da temperatura na placa combustível.
Obs: Este canal atua sempre que o período do Reator for igual ou inferior a 12 s e P < 500 kW, ou
seja, enquanto 2 dos 3 canais safeties indicarem valores inferiores a 10% da potência nominal.

Vazão no circuito primário inferior a 90% da vazão nominal (<3060 gpm)


Falha na alimentação elétrica da Bomba A e da Bomba B do primário
Tensão 10% superior a tensão nominal (440V) das Bombas A ou B do primário
Assegurar o desligamento do reator quando houver a perda de vazão do refrigerante através
do núcleo do reator, evitando assim, o aumento na temperatura nas placas combustíveis acima
dos valores limites.

Valor de Atuação do Canal de Medida de Perda de Carga no Núcleo (Δp)


Assegurar o desligamento do reator quando houver a perda de vazão do refrigerante através
do núcleo do reator, evitando assim, o aumento na temperatura nas placas combustíveis acima
dos valores limites.

Temperatura de saída da água da piscina acima de 48ºC (Outlet temp): Evitar elevadas
temperaturas do fluido refrigerante no núcleo do reator, uma vez que as mesmas favorecem a
ocorrência de corrosão no revestimento das placas combustíveis.

Alto nível de Radiação em um dos dois detectores (MA-1 e MA-2) localizados sobre a ponte
móvel do núcleo do reator (RAD LVL POOL)
Alto nível de radiação no detector de radiação (MA-5) localizado no salão de experimentos
da Física Nuclear (RAD LVL BEAM ROOM)
Assegurar o desligamento do reator, minimizando assim, possíveis danos ao reator, dose de
radiação aos trabalhadores e liberação de produtos radioativos para o meio ambiente.

Nível de água na piscina do reator < 350 mm abaixo do nível do ladrão (detectado por LT-11
ou LS-12): Assegurar a blindagem na parte superior do núcleo do reator, as condições termo-
hidráulicas para o resfriamento do núcleo por convecção natural e, em caso de perda de água da
piscina, manter o núcleo do reator submerso por um intervalo de tempo suficiente para que a
potência residual decaia a valores inferiores à capacidade de remoção deste calor através do
Sistema de Resfriamento de Emergência (SRE).

Intertravamento entre Potência e o Sistema de Resfriamento: Provocar o desligamento do


reator na eventualidade deste passar do Modo de Operação P < 200 kW para o Modo de Operação
P > 200 kW sem que o circuito primário esteja ligado.
Assegurar o desligamento do reator para potências que exijam o resfriamento forçado
através do núcleo do reator, evitando assim, o aumento da temperatura nas placas combustíveis
acima do valor limite de segurança.
O intertravamento atuará sempre que, na ausência de circulação forçada, a potência elevar-
se acima de 200 kW.

Outros sinais de SCRAM não detalhados no capítulo 17 do RAS:

Para operação abaixo de 10% de potência (500 kW):


Canal de período em teste (Period Test): Este sinal promove o desligamento do reator caso o
canal de período seja colocado na condição de teste (chave "Period/Log" na posição "Calibrate").

Taxa de contagem no canal de faixa ampla < 5 cps (Count Rate): Este sinal tem como objetivo
assegurar que o canal de faixa ampla tem condições de acompanhar a taxa de crescimento do
fluxo neutrônico na medida em que as barras de controle/segurança são removidas.

Para operação em geral:


Desligamento manual (MAN SCRAM): O reator pode ser desligado manualmente a partir de
4 locais diferentes, por meio de botões localizados na mesa de controle, no saguão da piscina sobre
a ponte móvel, no salão de experimentos do 1o andar e no Porão (Sala das Máquinas).

Qualquer barra de segurança desacoplada de seu respectivo mecanismo de acionamento


(shim1/2/3, reg - Loss of Contact)

Qualquer tubo colimador aberto sem o conhecimento do operador (Beam Ports):


A abertura dos tubos de irradiação só é permitida mediante prévia autorização do Comitê de
Segurança Interno, com o consentimento da equipe de Proteção Radiológica. Uma vez autorizada a
abertura do tubo de irradiação, é feito um bloqueio na chave que monitora o fechamento do
mesmo.

Válvula de convecção acoplada à base do núcleo (Header)


Manter o núcleo do reator resfriado por tempo suficiente para que o calor residual decaia
para níveis abaixo dos quais o núcleo possa ser resfriado apenas por convecção natural.

Plataforma móvel do núcleo do reator destravada (Bridge Lock): Este é um sinal digital que
impede que o reator opere se a plataforma móvel do núcleo do reator não estiver na posição
correta e devidamente travada.
Válvulas de isolamento da piscina do reator fechadas: Todas as quatro válvulas são
monitoradas, e caso uma delas não esteja na condição “totalmente aberta”, é enviado o sinal de
scram.

Modo de teste ativo (TESTE): Sempre que a unidade de relés, instalada no painel B da Sala de
Controle, for colocada na condição de teste para ajuste do nível de desligamento das variáveis
analógicas (nos comparadores instalados no bastidor dos comparadores e isoladores/Painel B),
será gerado um sinal de desligamento do reator.
140) Descreva o funcionamento do Sistema de Controle do Reator quando operando em
automático. Use um diagrama de blocos para auxiliar na sua resposta.

O controle automático tem como entrada a potência indicada pelo canal linear, o valor
ajustado da demanda e o valor do período enviado pelo canal de faixa ampla.
O controle compara o valor da potência com o valor da demanda, o resultado é um sinal de
erro que passa por um limitador e é somado ao inverso do período.
O limitador visa impedir que diferenças muito grandes entre o valor da demanda e o da
potência gerem períodos muito curtos, assim pode-se ajustar o período mínimo aceitável para
varições de potência pelo controle automático (aproximadamente 20 s).
O controle automático atua então na barra de controle retirando ou inserindo barra de
maneira a manter em zero o erro combinado da potência com inverso do período.
141) Dê o tipo de detector usado nos seguintes indicadores de potência:

a) Log

O canal de faixa ampla, ou Campbell, é formado por uma câmara de fissão (com urânio
enriquecido no isótopo 235 U) conectada a um módulo amplificador (eletrônico).

b) S#1

Módulo eletrônico acoplado à câmara de fissão.

c) S#2

Tipo câmara de ionização não compensada (CINC) com depósito de 10 B em seu interior.

d) S#3

Tipo câmara de ionização não compensada (CINC) com depósito de 10 B em seu interior.

e) Linear

Composto por uma câmara de ionização compensada (CIC), revestida com 10 B


142) Das Especificações Técnicas do reator responda:

a) O scram por período é dado em quantos segundos?

Período do reator abaixo de 12 segundos;

b) Qual a contagem mínima no canal de partida para que o “start-up” do reator se dê


de forma segura?

O valor da contagem é de no mínimo 5 cps.


143) Explique os procedimentos necessários para operar o reator abaixo de 200 kW com as
bombas do primário desligadas.

Os procedimentos são semelhantes aos procedimentos de operação em potência maior que


200kW, diferindo pelo fato de os circuitos primário e secundário estarem desligados. Além disso,
devem ser realizados três by-passes atrás do painel B da Sala de Controle:
 Acionar a chave "OPERAÇÃO ABAIXO DE 200 kW”.
 Acionar o "by-pass' do "DELTA P DO NÚCLEO".
 Acionar o "by-pass' do "HEADER".

A execução de tais procedimentos se justifica para garantir que a não ativação do Circuito
primário não cause SCRAM no Reator quando este se encontra propositalmente nesse modo de
funcionamento.
É necessário abrir totalmente as válvulas de isolamento da piscina (HV-15, HV-16, HV-17 e
HV-18), pois apesar de o primário estar desligado, elas não são by-passadas da cadeia de scram.
144) Em que condição ocorre o scram “Baixa Vazão/P>200 kW”?

Duas condições principais podem levar ao desligamento do reator por “Baixa Vazão/P>200
kW”.

1 – Com o “by pass” de operação abaixo de 200 kW habilitado, no caso de o operador


tente elevar a potência do reator acima de 200 kW com as bombas do primário
desligadas ou vazão < 90 % da nominal;

2 - Com o “by pass” de operação abaixo de 200 kW habilitado e operação normal do


reator (acima de 200 kW) com as bombas do primário ligadas. Nesta condição,
havendo queda de vazão do primário, haverá o “SCRAM” por “Baixa Vazão/P>200 kW”.
145) Quais são as principais funções de um sistema de proteção?

O Sistema de Proteção impede a elevação de potência quando em condições desfavoráveis


à segurança e atua por meio de intertravamentos, desligando automaticamente o reator, ao serem
atingidos os limites de segurança conservativos preestabelecidos, cessando o suprimento elétrico
aos magnetos de sustentação das barras, as quais então caem por gravidade no núcleo do reator.
Dessa forma, o Sistema de Proteção visa assegurar o cumprimento dos 3 principais
fundamentos de segurança de um reator nuclear:
• Desligamento do reator;
• Resfriamento do núcleo, incluindo a remoção do calor residual;
• Confinamento do material radioativo.(RAS)

Ou

São funções que visam atuar automaticamente nos processos que levam o reator a uma
condição segura, garantindo a segurança da planta em operação normal, incluindo a inicialização/
partida, operação em potência, desligamento, troca de combustível, manutenções e condições de
acidente. As principais funções são:
• Iniciar automaticamente o desligamento do reator;
• Garantir o resfriamento de emergência do núcleo, incluindo a remoção do calor residual;
• Assegurar o confinamento do material radioativo.
146) Liste os possíveis eventos que poderiam esvaziar a piscina do reator.

Os eventos postulados que podem provocar o esvaziamento total, ou quase total, da


piscina do reator são os seguintes:
 Falha de um tubo de irradiação;
 Falha da coluna térmica;
 Falha nas tubulações dos drenos da piscina;
 Abertura indevida dos drenos do sistema de retratamento de água;
 Ruptura da fronteira do Circuito Primário.
147) Faça um diagrama do S.R.E.:
148) Qual a finalidade do S.R.E.?

O Sistema de Resfriamento de Emergência do Reator IEA-R1 (SRE) tem por função a


remoção do calor residual de decaimento radioativo do núcleo do reator de modo a evitar a fusão
dos elementos combustíveis, caso ocorra um Acidente de Perda de Refrigerante Primário (APRP)
em que a piscina do reator se esvazie e o núcleo fique total ou parcialmente descoberto.
149) Qual é o teste semanal que deve ser feito no S.R.E. e qual a vazão mínima que deve ser
verificada?

Inspeções e testes periódicos são realizados no S.R.E. para se verificar as suas condições de
operação.
O teste cuja realização é semanal é o Teste de Vazão para Operação do SRE.
Para esse teste, foi previsto um distribuidor para testes no Salão de experimentos do Prédio
do Reator, o qual possui a mesma geometria do distribuidor principal que fica na piscina do reator.
Por meio da válvula de 3 vias do saguão da piscina, a água do SRE é direcionada ao
distribuidor de testes e, a partir da sala de emergência, é verificada a vazão de forma
independente, através do acionamento pelo painel de cada uma das válvulas dos cavaletes A e B.
A vazão mínima deverá ser de 3 m³/h para a válvula manual e de 3,5 m³/h para cada
válvula automática.
150) Qual a finalidade das válvulas motorizadas existentes na tubulação de saída e de entrada do
circuito primário, quando elas atuam e de que tipo elas são?

As válvulas de isolamento da piscina de atuação remota estão instaladas nas tubulações


principais do Circuito Primário sob o fundo da piscina do reator, bem próximas à parede da piscina.
Considerando como referência a interface com a piscina, cada perna do Circuito Primário
possui a seguinte sequência de válvulas de isolamento:
a) uma válvula gaveta com acionamento por motor (HV-15 na entrada e HV-17 na saída),
b) uma válvula esfera com acionamento por motor (HV-16 na entrada e HV-18 na saída) e,
c) uma válvula gaveta de acionamento manual (VP-09 na entrada e VP-01 na saída).
As válvulas de isolamento motorizadas são do tipo “on-off”, não sendo portanto utilizadas
para controle de vazão, cujo ajuste é obtido utilizando as válvulas tipo gaveta de acionamento
manual do circuito.
Na eventualidade de um acidente com ruptura das tubulações do primário, as válvulas de
isolamento possuem a finalidade de isolar a piscina para controlar o vazamento até estancá-lo,
permitindo a retenção da água da própria piscina ou do Sistema de Resfriamento de Emergência,
mantendo o núcleo completamente submerso.
Elas são fechadas automaticamente pelo sistema de proteção se o nível da piscina estiver
400 mm abaixo do nível do ladrão.
151) As válvulas motorizadas de isolamento da piscina são alimentadas por qual Sistema de
Distribuição Elétrica?

Os atuadores motorizados das válvulas são alimentados em 440 V (trifásicos, 60 Hz) por
meio de alimentadores individuais localizados no quadro CCM-E/V-11. Nesse quadro, os motores
das válvulas HV-15 e HV-18 são alimentados pelo Sistema de Distribuição Elétrica Essencial (SDEE)
e os motores das válvulas HV-16 e HV-17 são alimentados pelo Sistema de Distribuição Elétrica
Vital (SDEV).
152) O S.R.E. foi dimensionado para resfriar o núcleo para:

a) Qual tipo de acidente?

O Sistema de Resfriamento de Emergência do Reator IEA-R1 (SRE) foi dimensionado para


um Acidente de Perda de Refrigerante Primário (APRP) em que a piscina do reator se esvazie e o
núcleo fique total ou parcialmente descoberto.

b) Após quanto tempo de operação e a que potência?

O SRE foi dimensionado para resfriar o núcleo do reator IEA-R1 caso ocorra um acidente
com perda de refrigerante após a sua operação contínua por 120 horas a uma potência nominal de
5 MW.

c) Para qual configuração do núcleo?

O núcleo considerado para o dimensionamento do SRE tem a configuração de 20 Elementos


Combustíveis Padrão, 4 Elementos Combustíveis de Controle e um elemento irradiador central de
Berílio que em algumas situações pode ser substituído por um Elemento Combustível Padrão.
153) O SRE foi dimensionado para um núcleo com quantos elementos combustíveis? Por que?

O núcleo considerado para o dimensionamento do SRE tem a configuração de 20 Elementos


Combustíveis Padrão, 4 Elementos Combustíveis de Controle e um elemento irradiador central de
Berílio, que em algumas situações pode ser substituído por um Elemento Combustível Padrão.
Caso o dimensionamento fosse realizado para um núcleo com mais de 25 elementos
combustíveis, o resfriamento seria prejudicado devido à presença da treliça de sustentação.
154) No caso de um Acidente de Perda de Refrigerante, quais são os níveis em que:

a) A instrumentação acusaria alerta de nível baixo na piscina.

O alerta de nível baixo da piscina seria acusado para valores inferiores a 8,75 m acima do
fundo da piscina, ou seja, uma diferença maior que 200 mm abaixo do nível do ladrão.

b) Desligamento do reator

O desligamento do reator ocorre para valores de nível inferiores a 8,60 m acima do fundo
da piscina, ou seja, uma diferença maior que 350 mm abaixo do nível do ladrão.

c) Desligamento da bomba do circuito primário e fechamento das válvulas de isolamento

O desligamento da bomba do primário e fechamento das válvulas de isolamento ocorre


para valores de nível inferiores a 8,55 m acima do fundo da piscina, ou seja, uma diferença maior
que 400 mm abaixo do nível do ladrão.

d) Acionamento do SRE

O acionamento ocorre para valores de nível inferiores a 4,45 m acima do fundo da piscina,
ou seja, uma diferença maior que 4500 mm abaixo do nível do ladrão.
155) Dê a localização das válvulas do Sistema de isolamento da piscina (SIP).

Considerando como referência a interface com a piscina, cada perna do Circuito Primário
possui a seguinte sequência de válvulas de isolamento:
a) uma válvula gaveta com acionamento por motor (HV-15 na entrada e HV-17 na saída),
b) uma válvula esfera com acionamento por motor (HV-16 na entrada e HV-18 na saída) e,
c) uma válvula gaveta de acionamento manual (VP-09 na entrada e VP-01 na saída).
As 4 válvulas motorizadas estão localizadas em posição estratégica, muito próximas à
parede de concreto da piscina, fisicamente bem protegidas contra possíveis impactos,
principalmente do volante de inércia.
156) Quais os monitores de área estão ligados na cadeia de scram do reator? Dê a localização
deles.

São três monitores de radiação: MA-1 e MA-2, que monitoram o nível de radiação na
superfície da piscina do reator(A), e MA-5, no salão de experimentos do primeiro Andar (B).
A) Alto nível de radiação no saguão da piscina, sobre a ponte móvel do núcleo do reator (RAD
LVL POOL): Este sinal de radiação é detectado por 2 detectores do tipo Geiger Müller, os quais
estão associados os monitores MA-1 e MA-2 na Sala de Controle. Os dois sinais de desligamento do
reator, gerados por estes monitores, são combinados numa lógica 1 em 2 (qualquer um desliga o
reator), resultando na variável "RAD LVL POOL".
B) Alto nível de radiação no salão de experimentos da Física Nuclear (Primeiro andar), entre
os tubos de irradiação 3 e 4 (RAD LVL BEAM ROOM): Neste caso, o nível de radiação é detectado
por um detector do tipo Geiger Müller, localizado entre os tubos de irradiação 3 e 4 no Salão de
Experimentos (no 1 o pavimento do prédio) e que está associado ao monitor MA-5, instalado no
Painel D.
O sinal de desligamento é gerado sempre que o nível de radiação superar um valor pré-
estabelecido, no caso 1500 µSv/h nos MA-1 e 2 e 500 µSv/h no MA-5.
157) Cite a localização dos monitores de dutos do prédio do reator.

Nº Localização do detector
MD-1 2º andar - Sala de ar condicionado
MD-2 3º andar - Saguão da piscina do reator, próximo à parede que separa a sala de
controle
MD-3 4º andar - Sala de máquinas do Sistema de Exaustão, antes dos filtros absolutos e
de carvão dos Sistemas de Exaustão Normal e de Emergência
MD-4 4º andar - Sala de máquinas do Sistema de Exaustão, após os filtros absolutos e
de carvão dos Sistemas de Exaustão Normal e de Emergência
158) Qual a taxa de vazamento do volume de ar da área quente por hora com os dampers
fechados e o Sistema de Exaustão de Emergência em funcionamento?

Foi considerado como critério de projeto para o confinamento, uma taxa de vazamento de
4% do volume da área quente por hora com os “dampers” fechados e o Sistemas de Exaustão de
Emergência em funcionamento.
159) Segundo a EspecTec defina:

a) Criticalidade

Estado ou condição de um reator quando ele estiver mantendo processo autossustentado e


controlado da fissão nuclear (kef =1,0).

b) Excesso de reatividade

É a quantidade de reatividade que existirá no caso em que todas as barras de controle e


segurança estejam totalmente retiradas do núcleo a partir da posição em que o reator estava
crítico à temperatura de 20°C.
160) Para o valor de atuação da temperatura de saída do núcleo, pergunta-se qual o modo de
operação do reator, e qual o efeito, valor e finalidade da atuação?

O valor de atuação da temperatura de saída do núcleo aplica-se ao valor limite de atuação


do canal de medida da temperatura do núcleo do reator IEA-R1 para o modo de operação P > 200
kW ou sempre que o sistema de Resfriamento do Núcleo esteja em operação.
O efeito de sua atuação consiste em desligar o reator IEA-R1 por alta temperatura de saída
do fluido refrigerante através do núcleo do reator para valores maiores que 48 ºC.
Sua finalidade consiste em evitar elevadas temperaturas do fluido refrigerante no núcleo do
reator, uma vez que as mesmas favorecem a ocorrência de corrosão nas placas combustíveis.
161) Qual deve ser a atuação do operador/operador sênior quando, ao fazer uma inspeção no
núcleo, este encontra uma mancha?

Ao realizar uma inspeção no núcleo e se encontra uma mancha, o operador deverá,


primeiramente, analisar o tamanho da mancha. Caso a mancha ocupe mais de um canal ou mais
de 1/5 do comprimento deste canal, o operador sênior deverá ordenar o desligamento imediato do
reator para posterior remoção da mancha. Caso contrário, a posição da mancha deverá ser
registrada no Logbook e no quadro da sala de controle. Além disso, a mancha deverá ser retirada
após o desligamento programado do reator.
235
162) Qual o limite de queima especificado para o número de átomos de U no elemento
combustível?

O limite de queima é de 50% dos átomos de 235U.


163) Como é composta a unidade de filtragem do Sistema de Ventilação e Condicionamento de Ar
e qual a função de cada componente?

A unidade de filtragem do insuflamento de ar externo para a área quente é composta por:

pré-filtro (filtro grosso)


filtro grosso
filtro fino
filtro absoluto

A exaustão quando não há contaminação tem os seguintes componentes:

filtro fino
filtro absoluto

Caso ocorra contaminação, a filtragem terá os seguintes componentes:

eliminador de gotas
resistência de aquecimento
filtro fino
filtro absoluto
filtro de carvão ativado
filtro absoluto

Os filtros grosso, fino e absolutos do insuflamento visam retirar particulados e sólidos em


suspensão, garantindo condições adequadas de habitabilidade da instalação e protegendo os
filtros absolutos da exaustão dos contaminantes atmosféricos, aumentando sua vida útil. A
retirada dos particulados visa a redução dos níveis de contaminações por eventuais ativações.

Os filtros finos na exaustão servem para retirar particulados maiores, prolongando a vida útil dos
filtros absolutos e de carvão ativado.
Os filtros absolutos da exaustão servem para reter particulados menores, evitando sua liberação
no meio ambiente.

O eliminador de gotas e a resistência de aquecimento visam reduzir o excesso de umidade do ar


para manter a qualidade do filtro de carvão ativado.

O filtro de carvão ativado serve, principalmente, para reter os radionuclídeos 129I e 131I caso ocorra
liberação de produtos de fissão.
164) A bomba de refrigerante do reator apresenta um vazamento pela gaxeta da ordem de 50
litros por minuto, durante a operação do reator. De que maneira o operador na Sala de
Controle poderia diagnosticar este vazamento? Explique.

O diagnóstico de um vazamento dessa magnitude pode ser realizado através da observação


da variação do nível da piscina para além da variação limite de 50 mm/dia. Uma variação maior
do que essa é um motivo para o início do procedimento de investigação, inspeção e manutenção.
O vazamento de 50 l/min ocasiona um decréscimo de aproximadamente 100 mm/h no nível
da piscina, sendo perceptível pelo indicador de nível presente na sala de controle. O sistema
normal de suprimento é capaz de suprir essa perda, contudo é necessário iniciar um processo de
investigação, inspeção ou manutenção para identificar e resolver o problema. Caso não
encontrada sua causa em até 3 horas, o reator deverá ser desligado.
165) Quais seriam as ações requeridas do operador se o vazamento do item anterior evoluísse
rapidamente para 1000 l/min?

Uma perda de 1000 l/min equivale a uma perda de nível de água da piscina de 2000 mm/h.
Isso significa que dentro de pouco tempo ocorrerá SCRAM por baixo nível da piscina do reator, em
seguida a piscina será isolada e as bombas do primário serão desligadas. Entre as ações que o
operador deve realizar destacam-se: acionar a radioproteção para análise e isolamento do local
onde o vazamento ocorreu; iniciar os procedimentos de investigação, inspeção e manutenção;
somente religar o reator após a correção do defeito identificado.
166) Quanto à documentação de registro da operação normal do reator responda:

a) Quais são e quais os registros da sala de controle?

Os Registros são:
 Dados Operacionais do Reator;
 Temperatura e Outros Parâmetros operacionais do IEA-R1; e
 Logbook;
 Permanência na sala de controle;
 Lista de Verificação Inicial;
 Lista de Verificação Final.

b) O que devem ser anotados nestes registros?

Entre as informações que devem ser anotadas, podem-se destacar: horário de entrada e
saída dos operadores na sala de controle; temperatura em diversos pontos do sistema; posição das
barras de controle e segurança; período do reator; condutividade; indicação dos safeties; indicação
dos canais linear e faixa ampla; nível da piscina; concentração de gases nobres; indicação do
medidor de N-16 e observações sobre a operação.

c) Em qual documentação é registrada a mudança de configuração?

A mudança de Configuração do Núcleo é registrada no formulário “Realização da Mudança


de Configuração”.
167) Ao substituir um operador na sala de controle, quais os procedimentos que um operador
deve ter quanto à instalação?

Registrar a troca no Logbook, registrar a mudança na Folha de Permanência na Sala de


Controle e passar verbalmente as informações relevantes.
168) Qual é o objetivo de se registrar os procedimentos operacionais?

Os registros foram instituídos e são mantidos para prover evidências da conformidade com
requisitos e operação eficaz dos sistemas.
169) Cite três procedimentos que estão documentados como procedimentos operacionais.

Citar três dos procedimentos abaixo:


 Preparação para Ligar e Operar o Reator IEA-R1;
 Irradiação;
 Preparação para o Desligamento;
 Operação de Sistemas Auxiliares;
 Sistema de Alimentação Elétrica;
 Mudança de configuração do núcleo;
 Sistema de Resfriamento;
 Testes e Inspeções segundo as Especificações Técnicas;
 Programa de Manutenção Preventiva;
 Programa de Treinamento e Retreinamento dos OR e OSR;
 Operação do SDCI.
170) Qual é o método usado para determinação de falhas no elemento combustível?

O método empregado é o monitoramento dos parâmetros relativos ao aumento da


radiação no SVAC e análises radiométricas e radioquímicas da água da piscina. Podem ser
utilizados os seguintes recursos:
 Monitores de radiação de área instalados na superfície da piscina, embaixo da
plataforma móvel de sustentação do núcleo;
 Monitores de ar e de gases nobres instalados no saguão da piscina e nos dutos de
ventilação e exaustão;
 Análise de radioisótopos da água da piscina, realizada periodicamente;
 Inspeção visual dos elementos combustíveis com auxílio de equipamentos apropriados
(realizada anualmente); e
 Análise do filtro instalado no duto de exaustão, antes da chaminé do IEA-R1.
171) No evento de ruptura de um elemento combustível do reator IEA-R1, durante a operação de
5 MW, descreva:

a) Os sintomas e alarmes indicativos do evento.

Podem ser observados aumento da radioatividade no refrigerante da piscina, aumento do


nível de radiação na superfície da piscina (MA-1 e MA-2), aumento dos níveis de radiação no
saguão da piscina (MA-3), aumento do nível de radiação nos monitores de dutos de exaustão MD-
2, MD-3 e MD-4.

b) Os procedimentos a serem adotados.

De acordo com os procedimentos estabelecidos, caso o nível de radiação atinja o Nível de


Alerta deve-se proceder:
1. Desligamento automático da exaustão normal e do insuflamento da área quente e entrada
da exaustão de emergência da área quente do Sistema de Ventilação e Ar Condicionado do
Prédio do Reator IEA-R1;
2. Investigação do problema, com acompanhamento e registro de temperatura e níveis de
radiação;
3. Providências para sanar as causas da ocorrência, dentro das possibilidades;
4. Por decisão do supervisor, pode-se efetuar o desligamento normal do reator.

Em alguns casos, pode ser necessário isolar da água da piscina o elemento combustível
danificado, colocando-o dentro de um tubulão especial. São efetuados monitoração e controle da
água do tubulão onde se encontra o elemento, para determinação de possíveis vazamentos. Deste
modo, pode-se avaliar a possibilidade da reutilização do elemento.
Caso o nível de radiação na região da plataforma móvel de sustentação do núcleo
(monitores de área números 1 e 2) atinja o Nível de Perigo, deve-se proceder:
1. Desligamento automático do reator (SCRAM);
2. Desligamento do Sistema de Resfriamento do Reator;
No caso de o nível de radiação nos monitores de duto MD-2, 3 e 4 (lógica 2 de 3) atingir o
nível de perigo (> 106 cpm):
3. Desligamento, por decisão do operador, da exaustão de emergência das áreas quente e fria
do Prédio do Reator IEA-R1 e fechamento, por decisão do operador, de todos os registros de
ultraestanqueidade;
Em ambos os casos:
4. Acionamento do Plano de Emergência.
172) Dê um evento para cada uma das classes de emergências:

a) Evento não usual

CITAR APENAS UM
• Queda de objeto no núcleo do reator;
• Explosões, devido a curto circuito na área do reator, que afetem a sua operação,
• Violação de qualquer especificação técnica para o combustível ou para a instalação,
• Presença de mancha em elemento combustível no núcleo do reator,
• Qualquer evento causador de SCRAM, exceto interrupção no fornecimento de energia
pela empresa responsável,.

b) Alerta

CITAR APENAS UM
• Problemas de proteção física como sabotagem e/ou de intrusão em andamento,
• Queda de um elemento combustível no núcleo,
• Incêndio de pequena proporção no prédio do reator

c) Emergência no IPEN

CITAR APENAS UM
• Incêndio de grande proporção no Prédio do Reator;
• Perda do controle de proteção física do reator, sabotagem completada com sucesso
com possíveis danos no núcleo,
• Explosões na área do prédio do reator que tenha afetado a sua integridade física.
• Eventos que requeiram a atuação dos sistemas de SCRAM e com falha dos mesmos
em desligar o reator, resultando em danos ao núcleo,

d) Emergência Geral

Os eventos que podem levar à fusão do núcleo com perda do refrigerante e parte da
contenção com liberação de material radioativo no meio ambiente.
173) Em uma situação de Alerta quais são os procedimentos a serem adotados?

É uma condição que indica a real ou provável degradação de segurança, onde pode ter
havido ou provavelmente haverá vazamento ou liberação de quantidades não significativas de
material radioativo, porém sem colocar em risco a saúde de pessoas no interior ou no exterior da
instalação. Requer um imediato acionamento do plano de emergência e de ações protetoras
específicas. Não são esperadas ações protetoras ou monitoração de radiação fora da área do
reator, porém, evacuações ou isolamentos de determinadas áreas dentro da área do reator ou nos
prédios anexos podem ser necessárias.
174) Um vazamento ocorreu entre o primário e o secundário no Trocador de Calor do Sistema de
Refrigeração do Reator durante sua operação normal.

a) Quais os sintomas deste vazamento?

Considerando uma operação normal (primário e secundário ligados), ocorrerá o vazamento


do secundário para o primário, uma vez que a pressão de descarga da bomba do secundário é
superior à do primário:
 Aumento da condutividade da água do circuito primário;
 Aumento do nível da piscina.

b) Se este não for debelado quais seriam as consequências finais? Explique.

Um vazamento entre o primário e o secundário causaria aumento da corrosão devido ao


acréscimo de condutividade, aumento da ativação das impurezas presentes na piscina, aumento
do nível de radiação no saguão da piscina, transbordo da água da piscina pelo ladrão.

c) Descreva o procedimento e ser adotado neste evento.

 Desligamento do reator;
 Desligamento das bombas do circuito primário e do secundário;
 Isolamento do trocador de calor que ocorreu o vazamento;
 Realinhamento de válvulas para utilização do outro trocador de calor;
 Circulação da água do circuito primário no sistema de retratamento para remoção das
impurezas.
175) Dê a razão para os seguintes itens da “Lista de Verificação Inicial”:

a) Testar as lâmpadas dos “Beam Holes”, “Lamp Test”.

Verificar o funcionamento das lâmpadas dos Beam Holes, evitando uma informação
incorreta sobre o estado das portas dos Beam Holes.
b) Garantir que o canal Log N esteja indicando contagem mínima.

Garantir a sensibilização da instrumentação nuclear e permitir que os magnetos


sejam energizados possibilitando a retirada das barras de controle e segurança.

c) Após elevar as barras de controle e de segurança 50 passos, simular e a seguir


corrigir um tipo qualquer de “SCRAM”.

Garantir que o Sistema de Proteção do Reator esteja funcionando.

d) Inspecionar o núcleo do reator.

Para a verificação de manchas e posicionamento dos elementos combustíveis do núcleo e


dos elementos de irradiação.

e) Drenar os “Beam Holes”.

Diminuir o nível de radiação no salão de experimentos.


176) Dê as grandezas usadas para a medida de dose equivalente nas unidades antiga e nova e o
fator de conversão entre elas.

A unidade antiga de dose equivalente é o rem. A unidade atual é o Sievert (Sv), que
equivale a 100 rem.
177) Qual é o limite de dose equivalente anual para o trabalhador e para o indivíduo do público?
178) O reator IEA-R1 opera normalmente à 3 MW:

a) Quais são as fontes de radiação?

As principais fontes de radiação devido à operação do reator IEA-R1 são:


▪ Núcleo do Reator;
▪ Circuito Primário;
▪ Estrutura metálica;
▪ Água da piscina.

b) Porque é proibida a circulação de pessoal no porão do reator?

A circulação de pessoal no porão do reator, durante operação, é proibida devido às


altas doses de radiação ionizante presentes nesse local devido principalmente ao N-16 e outros
radioisótopos produzidos durante a operação, como por exemplo os radioisótopos retidos nas
resinas iônicas.

c) Qual é a taxa de dose no nível da piscina (superfície da água) acima do núcleo?

Para operações em 3 MW, os detectores MA-1 e MA-2 situados na ponte móvel do núcleo
do reator detectam uma taxa de dose 40 µSv/h.
179) Liste em ordem decrescente quanto a danos biológicos os seguintes tipos de radiações,
assumindo 1 RAD para cada tipo
a) Betas
b) Nêutrons térmicos
c) Alfas
d) Nêutrons rápidos
e) Gamas

Assumindo-se uma mesma dose absorvida como o enunciado determina, a ordem


decrescente de danos biológicos baseados no fator de peso da radiação (WR), temos:

Alfas > nêutrons rápidos > nêutrons térmicos > Gamas = Betas
180) Quais são os órgãos do corpo humano mais sensíveis à radiação?

Os órgãos do corpo humano mais sensíveis à radiação são:


• Medula óssea;
• Gônadas;
• Intestino;
• Estômago.
181) Onde é feita a monitoração de nêutrons durante a operação do reator a 5MW?

O monitoramento é feito em 16 pontos do salão de experimentos no primeiro andar, sendo


6 pontos em frente aos Beam-Holes 4,7,9,10,11 e 14 e outros 10 pontos demarcados de E a N.
182) Durante uma inspeção de rotina foi achado um parafuso no fundo da piscina. Quais os
procedimentos (com relação à proteção radiológica) que você tomaria ao retirar esse parafuso
da piscina.

Após a descoberta do parafuso, primeiramente tal situação deve ser anotada entre as
discrepâncias encontradas na inspeção e o fato deverá ser comunicado ao OSR e ao supervisor da
Proteção Radiológica.
Uma vez que haja a aprovação do supervisor da Proteção Radiológica, deverá ser efetuada
a retirada do parafuso considerando-o inicialmente como objeto contaminado.
O operador que realizará a retirada do parafuso deverá seguir os procedimentos
operacionais, com utilização de pinças e papel absorvente para a retirada do parafuso e portando
jaleco, dosímetro de alerta, luvas, sapatos/sapatilhas.
Após a retirada do parafuso, este deverá ser descontaminado com água corrente e
detergente, sendo em seguida isolado.
Após a descontaminação e isolamento do parafuso, deverá ser detectado se ocorre emissão
de radiação a partir do objeto.
Caso não haja emissão de radiação a partir dele, o parafuso poderá ser reutilizado para
outra finalidade. Por outro lado, caso seja detectada a emissão de radiação, o parafuso deverá ser
tratado como um rejeito, sendo descartado apropriadamente de acordo com os procedimentos da
instalação.
183) Qual o tempo que um trabalhador pode permanecer ao lado de um tambor com rejeito
radioativo contendo 137Cs encapsulado em concreto, sendo que a atividade do material é
A=50mCi e a espessura do concreto de 23 cm, de forma a não ultrapassar o limite de dose
efetiva de um IOE?
Dados:
x1/2=5,33 cm

Γ=0,32 m2 Ci-1 R h-1

FR=2n

AΓ x
Ẋ= n=
d2 x 1/2

Início da Resposta: Dado que o rejeito radioativo encontra-se encapsulado por uma
blindagem, deve-se calcular o fator de atenuação que a mesma oferece:
AΓ x
Ẋ= n=
d2 x 1/2

23
5,33
FR= 2 =19,9

O próximo passo consiste em calcular a taxa de exposição ( Ẋ ) dose na superfície da


blindagem, considerando o fator de atenuação:

50×10−3 Ci×0,32m2 Ci R /h 1 −3
Ẋ = 2 2
× =15,2×10 R/h
0,23 m 19,9

Convertendo-se a taxa de exposição para dose absorvida com o fator conservativo de


f =1 rad/ R obtém-se :

15 ,2×10−3 R/h×1rad /R=15 ,2×10−3 rad /h=1,52×10−4 Gy /h

Considerando 1 Gy = 1 Sv e segundo a norma CNEN 3.01, o limite de dose efetiva para um


IOE é de 20 mSv. Portanto o tempo necessário para se atingir essa dose é:

20×10−3 Sv
T= =131 ,6 horas
1 ,52×10−4 Sv /h
184) Na retirada de uma amostra de 60Co, cuja taxa de exposição a 20 cm é de 5 R/h.

a) Qual seria a taxa de dose a 3 metros?

Como a taxa de exposição é proporcional ao inverso do quadrado da distância à fonte, a 3


m seu valor é de: ER1*d1²=ER2*d2²
ER2 = 5*0,2²/3² = 0,0222 R/h
Convertendo-se a taxa de exposição para taxa de dose com o fator conservativo f = 1 rad/R,
obtém-se :
DR2 = 0,0222 rad/h = = 0,0222 rem/h

b) Ao acondicionar a amostra, nesta distância, o operador gastou 15 minutos. Qual a


dose recebida por ele?

A dose recebida é a taxa de dose multiplicada pelo tempo de exposição.


Considerando a distância como 3 m, temos que a dose recebida é de:
D = 0,0222*15/60 = 0,00555 rem
185) Quantos são e onde estão localizados os monitores de radiação de área e dutos. Descreva
suas funções de segurança ou de desligamento do reator.

São 9 monitores de áreas e 4 monitores de dutos.

Monitores de Área:
MA-1 e MA-2 na ponte móvel do núcleo. Causam scram do reator se a taxa de dose for maior que
1500uSv/h.
MA-3: Situado no saguão da piscina.
MA-4: Primeiro andar em frente ao BH-8.
MA-5: Primeiro andar entre os BH-3 e BH-4. Atua na lógica de segurança causando scram se a taxa
de dose for maior que 500uSv/h.
MA-6: Primeiro andar sobre os tubos de armazenamento.
MA-7 : Porão sobre o SUMP.
MA-8: Porão no Sistema de Retratamento.
MA-9: Porão entre os trocadores de calor.

Monitores de Duto:
MD-1: Plenum do SVAC no 2º andar, monitora a exaustão do 1º andar.
MD-2: Saguão da piscina, junto com o MD-3 atua na lógica da exaustão de emergência.
MD-3: 4º andar exaustão geral antes dos filtros. Junto com o MD-2, atua na lógica da exaustão de
emergência.
MD-4: 4º andar, monitora o ar enviado para a chaminé.

A lógica da exaustão de emergência citada é o acionamento da exaustão de emergência se ambos


MD-2 e MD-3 detectarem nível de alerta (105 cpm).
186) Quais os tipos de contaminações a que esta sujeita a água da piscina do reator IEA-R1?

 Partículas de poeira (através da superfície livre da piscina);


 Elementos radioativos formados por reações nucleares no alumínio estrutural dos
elementos combustíveis. Dentre eles, os mais importantes são o 24 Na e o 27 Mg.
 Contaminações acidentais, por ruptura de cápsulas, contendo materiais que são irradiados
no reator;
 Contaminações por produtos de fissão, devido a falhas ou contaminação nas placas dos
elementos combustíveis.
187) Explique o princípio de otimização ALARA.

O princípio de otimização ALARA (As Low As Reasonably Achieved) reproduz a ideia de se


reduzir a exposição dos IOE, indivíduos públicos e do meio-ambiente aos menores níveis de
radiação razoavelmente exequíveis, levando-se em consideração os critérios técnicos e
econômicos, garantindo o melhor custo-benefício das atividades relacionadas às áreas nuclear e
radioativa.
188) Descreva sucintamente o núcleo do reator IEA-R1.

O núcleo do reator IEA-R1 é constituído pelos seguintes componentes: Os elementos


combustíveis padrão e de controle, os elementos refletores de grafite e de berílio, a placa matriz, a
estrutura de sustentação e as hastes de movimentação das barras de controle.
O núcleo do reator é composto de um arranjo 5 por 5 sendo que 20 posições são ocupadas
por elementos combustíveis padrão (EC), 4 elementos combustíveis de controle (ECC) e 1 elemento
irradiador de berílio localizado na posição central (EIBe), que pode ser substituído por um elemento
combustível padrão.
A placa matriz, feita em liga de alumínio, tem formato retangular e possui 80 posições em
um arranjo 8 por 10, para cada posição existe um furo principal e além destes existem 63 furos
secundários situados entre os principais. Nas posições são fixados os elementos combustíveis,
elementos refletores e elementos de irradiação.
Quando a posição está vazia, o furo principal é normalmente plugado para garantir o
escoamento adequado pelos componentes.
Circundando a parte ativa do núcleo encontram-se os elementos refletores e elementos de
irradiação.
A placa de alumínio é fixada por uma treliça de sustentação que por sua vez está presa à
ponte móvel.
189) Quais os requisitos básicos de proteção radiológica?

Os requisitos básicos são: justificação, otimização e limitação de dose individual.


190) Qual a função do CRS (Comitê de Revisão de Segurança)?

Sua função é analisar qualquer modificação de projeto ou introdução de novos projetos,


além de sugerir alterações que visam aumentar a segurança do reator.
191) Descreva o elemento combustível.

O elemento combustível padrão (EC) do Reator IEA-R1 é constituído por duas placas suporte
laterais onde as 18 placas combustíveis são montadas, pelo bocal situado na extremidade inferior
e pelo pino de sustentação na extremidade superior.
As placas combustíveis possuem um comprimento ativo de 590 mm e largura ativa de 60
mm, com o cerne revestido de liga de alumínio. O combustível consiste de siliceto de urânio (U 3Si2)
enriquecido em 19,75 % (peso), disperso em uma matriz de alumínio com densidade de 3,0
gU/cm³.
Entre as placas combustíveis existem os canais de refrigeração, por onde escoa o refrigerante
do núcleo.
O bocal situado na parte inferior do EC permite o encaixe deste na placa matriz, enquanto o
pino de sustentação permite o manuseio do EC.
O elemento combustível de controle (ECC) é constituído por duas placas suporte laterais, pelo
bocal situado na extremidade inferior, um amortecedor de queda do elemento absorvedor, 12
placas combustíveis e quatro placas guias internas que são fixadas mecanicamente nas placas
suporte laterais.
As placas combustíveis são idênticas às do EC padrão em todos os aspectos, porém no ECC as
três últimas placas de cada extremidade são substituídas por duas placas guias e um vão, por onde
passam as lâminas absorvedoras de nêutrons.
As placas guias formam um canal para movimentação das lâminas absorvedoras protegendo
as placas combustíveis e mantendo a uniformidade dos canais de refrigeração.
As placas suporte laterais são maiores que no EC padrão, pois devem alojar e guiar as
lâminas absorvedoras. As placas laterais possuem um rasgo retangular que permite o escoamento
do refrigerante para dentro do ECC e dois rasgos em cada placa na extremidade superior para
fixação da ferramenta de manuseio do ECC.
192) Qual a função da sala de emergência?

A função da sala de emergência é identificar e controlar o pessoal que acessa o reator,


fornecer dosímetros e jalecos para visitantes e trabalhadores que entram no prédio. Além disso,
possui painéis de emergência que:
• Controlam as válvulas solenóides e a válvula manual do SRE;
• Monitoram o nível da piscina;
• Monitoram o nível dos reservatórios do SRE e a vazão desse sistema;
• Comandam as válvulas motorizadas de isolamento da piscina;
• Alteram a condição de funcionamento dos ventiladores do SVAC e seus registros;
• Permitem a visualização do circuito fechado de TV;
• Permitem a visualização do painel sinótico do SDCI.
193) Onde se encontram os compressores do sistema de ar comprimido?

Os compressores do sistema de ar comprimido se encontram um no prédio dos geradores


(compressor principal) e outro no porão do prédio do reator (compressor reserva).
194) Como deve ser realizado o acesso de visitantes ao reator IEA-R1? Existe alguma restrição?

O acesso de visitantes deve ser realizado por meio de um controle organizado pelos próprios
titulares/colaboradores da instalação, tomando-se as medidas necessárias para que:

• Seja assegurada a proteção radiológica adequada aos visitantes a áreas controladas, com
informações, instruções e EPI’s apropriados;
• Os visitantes sejam acompanhados, em qualquer área controlada, por uma pessoa com
conhecimentos sobre as medidas de Proteção Radiológica para aquela área; e
• Assegurar que visitantes menores de 16 anos não tenham acesso às áreas controladas.

Sim, existe a restrição de que vistantes menores de 16 anos não podem ter acesso às áreas
controladas.
195) Quais as velocidades de movimentação das barras de controle e de segurança?

A velocidade das barras de segurança é de 1,76 mm/s, enquanto que para a barra de
controle a velocidade é de 2,20 mm/s.
196) Qual o critério de aceitação para o teste de queda das barras de controle e segurança do
reator IEA-R1?

O critério de aceitação desse teste é um tempo de queda inferior a 1 segundo.


197) Qual a finalidade da análise termo-hidráulica do reator IEA-R1?

A análise termo-hidráulica tem a finalidade de fornecer valores de temperatura, vazão e


fluxo de calor nos diferentes elementos que compõem o núcleo do reator. E também, verificar se
esses valores estão dentro dos limites estabelecidos em projeto.
198) Quando é necessário realizar o procedimento de calibração das barras absorvedoras?

Sempre que realizada a mudança de configuração do núcleo ou trimestralmente.


199) Com relação aos rejeitos líquidos gerados no reator, quais os aspectos de geração em que
foram divididos?

Foram divididos em gerados em operações normais (rotineiros) e gerados em


acidentes/incidentes (acidentais).
Os rejeitos gerados em operações normais são aqueles provenientes da regeneração das
resinas de troca iônica do sistema de retratamento ou de drenagem dos Beam holes.
Acidentais são aqueles provenientes do esvaziamento total ou parcial da piscina em caso de
acidente.
200) Dentre os locais citados abaixo, classifique como pertencentes à área fria ou área quente.

• SALA DE CONTROLE: Área fria


• SAGUÃO DA PISCINA: Área quente
• SALÃO DE EXPERIMENTOS: Área quente
• PORÃO / CASA DE MÁQUINAS: Área quente
• SALA DOS CHILLERS / RECIRCULAÇÃO: Área quente
• CORREDOR DO TERCEIRO ANDAR: Área fria
• SALA COFRE: Área fria
201) Qual a equipe mínima necessária para dar o início à operação do reator IEA-R1?

A equipe mínima é composta por:


• Dois OR, podendo um deles ser um ORT;
• Um OSR;
• Um supervisor ou técnico de radioproteção.
202) Quais são as atribuições do OSR?

O OSR é responsável pela condução da operação do Reator IEA-R1, incluindo aprovação dos
Programas de Operação elaborados pela Equipe de Irradiação. Está subordinado ao Gerente
adjunto para Operação e Manutenção do Reator IEA-R1, assumindo suas responsabilidades na
ausência deste.
203) Quais são as atribuições do OR?

O OR é responsável pela operação do reator, em condições normais. Em casos excepcionais,


nos quais os operadores seniores estejam impossibilitados de atuarem, o operador de reator
assume imediatamente o controle do reator, avisando esta condição aos seus superiores e
desligando o reator, seguindo os procedimentos normais ou de emergência, de acordo com a
situação.
204) Quais são as atribuições do ORT?

O ORT não possui responsabilidades nem permissão para operar o reator, exceto quando
autorizado. As ações do Operador em Treinamento devem ser acompanhadas por um Operador
licenciado e por um Operador Sênior, caso o reator esteja em operações que exijam variações de
potência. No caso de operação em potência estável, o operador em treinamento poderá estar
acompanhado apenas por um Operador licenciado.
205) Qual o documento oficial que trata sobre o licenciamento de OR e OSR? A licença obtida pelo
operador no licenciamento vale para qualquer reator?

É a Norma CNEN NN 1.01. Não, a licença é intransferível e limitada exclusivamente ao reator


nela especificado.
206) Qual a validade de uma licença de OR e OSR? Quais as condições mínimas para manter esta
licença?

Dois (2) anos. Para manter uma licença ativa, o OR ou OSR deve realizar suas funções, no
mínimo, por 60 horas a cada três meses, em período não inferior a seis horas contínuas, tendo,
efetivamente, uma posição na equipe de turno, sendo responsável por executar a atividade
inerente a esta função. Para reatores de pesquisa, o OSR ou OR deve realizar suas funções, no
mínimo, por seis horas a cada três meses.

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