Tese de Maria Andréa Da Silva
Tese de Maria Andréa Da Silva
Tese de Maria Andréa Da Silva
TESE DE DOUTORADO
Salvador
Junho, 2012
2
Orientadora:
Profa. Dra. Vânia Palmeira Campos
CDD – 363.7394
CDU - 504.4.054:543.393
Salvador
2012
3
4
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
À minha família, em especial aos meus pais José da Silva (in memorian) e Fátima Maria da
Silva, aos meus irmãos Wolney, Adriana, Andreza (in memorian), Alessandra e Amanda e aos
meus sobrinhos Ígor, Benno, Wictória, Melissa e Andreza pela paciência, compreensão e
dedicação. Muito obrigada por tudo família querida!
Á Profa. Dra. Vânia Palmeira Campos, pela orientação acadêmica, sugestão e apoio
proporcionados ao longo do presente trabalho.
A todos da Escola Técnica SENAI - Petrolina pela disponibilização dos dados, materiais e
equipamentos fornecidos para a pesquisa.
Enfim, a todos que de certa maneira vibraram para a realização deste trabalho.
6
RESUMO
Neste trabalho foram usados amostradores passivos POCIS e Chemcatcher com a técnica de
Extração em Fase Sólida SPE e a Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de
Massas, GC/MS. O objetivo geral do trabalho foi desenvolver uma metodologia para os
amostradores passivos POCIS e Chemcatcher para a análise de agrotóxicos em água
superficial e os objetivos específicos: estudar o desempenho dos amostradores passivos
através de desenvolvimento de metodologia SPE e GC/MS, calibrar em laboratório,
determinando as taxas de amostragem e implantar os amostradores na região do Vale do São
Francisco, em Petrolina, Pernambuco. O sorvente usado na SPE foi à base de sílica
modificada (C18) e os solventes foram metanol e diclorometano. A validação do método foi
feita para disco e cartucho, onde, o LD para disco variou de 0,0080 a 0,096 µg L-1 e para
cartucho 0,0070 a 0,43 µg L-1, o LQ de 0,026 a 0,32 µg L-1 e 0,024 a 1,4 µg L-1,
respectivamente. Os percentuais de recuperação para o disco variaram de 70,0 a 119,9 para
disco e 70,2 a 119,7 para cartucho. Os desvios-padrões para o disco variaram de 2,86 a 19,9 e
para cartucho 1,89 a 19,8. A repetitividade com 95% de confiança para disco variou de
0,0070 a 0,089 e 0,0070 a 0,41 para cartucho. As taxas de amostragem para os dispositivos
POCIS e Chemcatcher variaram, respectivamente: para 1 dia: sem membrana, 0,105 a
0,693 L dia-1 e 0,100 a 0,757 L dia-1; com membrana PES < 0,0080 a 0,069 L dia-1 e <0,0080
a 0,050 L dia-1; com malha de nylon 0,103 a 0,333 L dia-1 e 0,093 a 0,33 L dia-1. Para 3 dias
com renovação de água: com membrana PES < 0,011 a 0,083 L dia-1 e < 0,011 a 0,042 Ldia-1;
com malha de nylon 0,077 a 0,80 L dia-1 e 0,074 a 0,95 L dia-1. Durante três dias sem
renovação de água: com malha de nylon 0,067 a 0,28 L dia-1 e 0,064 a 0,31 L dia-1. Taxas de
amostragem teóricas foram calculadas em função dos coeficientes de difusão dos pesticidas
em água e do desenho e configuração dos dois modelos de amostradores passivos. As taxas
de amostragem para o POCIS e Chemcatcher variaram respectivamente de 0,11 a 0,23 L dia-1
e 0,077 a 0,16 L dia-1. Considerando-se um ambiente aquático com baixa contaminação (ao
nível do LQ do método) o tempo de exposição dos amostradores para captar os pesticidas
pode variar, a depender do composto, de 3 a 9 dias para o POCIS e de 4 a 10 dias para o
Chemcatcher. O desempenho dos dois modelos pode ser considerado semelhante e seu uso
com a técnica SPE e GC/MS é uma alternativa para a metodologia de determinação de
pesticidas em água, uma vez que o procedimento é simples, rápido e econômico.
ABSTRACT
In this study we used passive samplers POCIS and Chemcatcher with the technique of Solid
Phase Extraction SPE and Gas Chromatography coupled to Mass Spectrometry GC/MS. The
objective was to develop a methodology for passive samplers POCIS and Chemcatcher for the
analysis of pesticides in surface water. And as specific objectives: to study the performance of
passive samplers through the development of methodology SPE and GC/MS, to calibrate in
the laboratory, determining the sampling rate and to deploy the samplers in the Vale do Sao
Francisco, Petrolina, Pernambuco. The sorbent used was based on modified silica (C 18) and
the solvents, methanol and dichloromethane. The method validation was carried out to disk
and cartridge, where the LD to disk ranged from 0,0080 to 0,096 µg L-1 and 0,0070 to 0,43 µg
L-1 for cartridge, the LQ from 0,026 to 0,32 µg L-1 and 0,024 to 1,4 µg L-1, respectively. The
percentage of recovery for the disk ranged from 70,0 to 119,9 for disk and 70,2 to 119,7 for
cartridge. The standard deviations for the disk ranged from 2,86 to 19,9 and 1,89 to 19,8
cartridge. The repeatability with 95% confidence disk ranged from 0,0070 to 0,089 and from
0,0070 to 0,41 for cartridge. The sampling rates for the device and POCIS Chemcatcher
ranged, respectively, for one day, without membrane 0,105 to 0,693 L day-1 and 0,100 to
0,757 L day-1, PES membrane <0,0080 to 0,069- L day-1 and <0,0080 to 0,050 L day-1, with
nylon mesh from 0,103 to 0,333 L day-1 and 0,093 to 0,33 L day-1. For 3 days with water
renewal PES membrane <0,011 to 0,083- L day-1 and <0,011 to 0,042 L day-1, nylon mesh
0,077 to 0,80 L day-1 and 0,074 to 0,95 L day-1, for three days without replacement of water
with nylon mesh 0,067 to 0,28 L day-1 and from 0,064 to 0,31 L day-1. Sampling rates were
calculated based on theoretical diffusion coefficients of the water and drawing and setting two
types of passive samplers. The sampling rates for POCIS and Chemcatcher ranged from 0,11
to 0,23 L day-1 and 0,077 to 0,16 L day-1, respectively. Considering a low contamination
aquatic environment (at LQ method) the exposure time of sampling to capture the pesticides
may vary, depending on the compound, 3 to 9 days for POCIS and 4 to 10 days the
Chemcatcher. The performance of the two models can be considered similar and use the
technique with SPE and GC/MS is an alternative methodology for the determination of
pesticides in water, since the procedure is simple, fast and economical.
LISTA DE FIGURAS
Figura 5: Exemplos de pesticidas triazinas: (a) atrazina (herbicida) e (b) simazina (herbicida)
24
Figura 16: Tanque de exposição e carrossel com os dispositivos passivos usado na calibração
do Chemcatcher 61
Figura 17: Efeito hidrodinâmico das taxas de amostragem dos analitos em função de
velocidades de rotação do carrossel (0,40 e 70 rpm) 64
Figura 21: Concentração média ao longo do tempo de analitos orgânicos em dois sítios
marinhos 70
Figura 23: Fluxograma que relata as etapas para a realização da técnica SPE 84
Figura 26: Foto da exposição em laboratório dos amostradores passivos (a) Chemcatcher e (b)
POCIS 90
LISTA DE TABELAS
Tabela 3: Limites máximos permitidos para pesticidas em água adotados no Brasil e outros
locais do mundo 36
Tabela 9: Taxas de amostragem (RS) e concentração média dos analitos durante 5 a 21 dias
76
Tabela 10: Taxas de amostragem de analitos no amostrador passivo POCIS em duas
configurações e dois períodos de exposição (18 e 24 dias) 78
Tabela 15: Equações das curvas analíticas e respectivos coeficientes de correlação (r) 93
Tabela 18: Quantidade de cada analito (M) extraída do amostrador passivo POCIS em
diferentes configurações e tempos de exposição 100
Tabela 19: Quantidade de cada analito (M) extraída do amostrador passivo Chemcatcher em
diferentes configurações e tempos de exposição 101
Tabela 20: Taxas de amostragem (Rs) dos analitos usando o amostrador passivo POCIS 102
Tabela 21: Taxas de amostragem (Rs) dos analitos usando o amostrador passivo Chemcatcher
104
Tabela 22: Taxas de amostragem (Rs) teóricas dos analitos usando os amostradores passivos
POCIS e Chemcatcher 106
Tabela 23: Simulação da massa de cada analito captado por dia pelos amostradores passivos
POCIS e Chemcatcher e previsão do tempo de exposição adequado considerando-se um
ambiente aquático contaminado ao nível do LQ do método. 108
12
LISTA DE ABREVIATURAS
a – Coeficiente angular
A – Área transversal do caminho de difusão
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
b – Coeficiente linear
C – Concentração média na água durante a medida;
Cs – Concentração dos analitos na amostra
Ce – Concentração dos analitos na fase receptora/extração
CW – Concentração média ao longo do tempo
Chemcatcher – do inglês Passive Sampler using Empore disk
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
d – Dias
D – Coeficiente de difusão molecular do analito
d.i. – Diâmetro interno
EPA – do inglês Environmental Protection Agency
GC/MS – do inglês Gas Chromatograpy with Mass Spectrometry
GHS – do inglês Globally Harmonized System
HPLC – do inglês High Performance Liquid Chromatography
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis
Ko – Coeficiente global de transferência de massa
Kes - Coeficiente de distribuição dos analitos entre a fase receptora/extração e a amostra
Koc – Coeficiente de adsorção à matéria orgânica do solo
Kow – Coeficiente partição octanol-água
Kdw – Coeficiente de partição entre a água e a fase extratora
L – Comprimento do caminho de difusão
LD – Limite de Detecção
LDPE – do inglês Low Density Polyethylene
LLE – do inglês Liquid Liquid Extraction
LQ – Limite de Quantificação
M – Massa de analito acumulada na membrana
m/z – Razão massa carga
MESCO – do inglês Membrane-enclosed sorptive coating
13
SUMÁRIO
RESUMO 06
ABSTRACT 07
LISTA DE FIGURAS 08
LISTA DE TABELAS 10
LISTA DE ABREVIATURAS 12
1. INTRODUÇÃO 17
2. REVISÃO DA LITERATURA 20
2.1 Os pesticidas: conceito, classificações e histórico 20
2.2 O consumo de pesticidas no Brasil 25
2.3 Vantagens e desvantagens do uso de agrotóxicos 27
2.4 Contaminações dos recursos hídricos pelos pesticidas 31
2.5 Controle dos pesticidas na água 34
2.6 Métodos analíticos para a determinação de pesticidas em água 37
2.6.1 Extração em Fase Sólida (SPE) 38
2.6.2 Técnicas cromatográficas 40
2.6.3 Aplicações das técnicas SPE e cromatográficas para a determinação de pesticidas 41
2.7 Validação de métodos analíticos 44
2.7.1 Curva analítica e linearidade 44
2.7.2 Precisão 46
2.7.3 Exatidão 46
2.7.4 Limite de detecção e de quantificação 47
2.8 Métodos de amostragem 48
2.8.1 Amostragem passiva 48
2.8.2 Tipos de amostradores passivos para pesticidas em água 50
2.8.3 Calibração dos amostradores passivos 56
2.8.3.1 Calibração baseada no equilíbrio de extração 56
2.8.3.2 Calibração baseada na captação linear 57
2.9 Experimentos de calibração com amostradores passivos 60
2.9.1 Calibrações do amostrador passivo Chemcatcher 60
15
3. MATERIAIS E MÉTODO 80
3.1 Solventes e reagentes usados 80
3.2 Materiais usados 81
3.3 Equipamentos usados 81
3.4 Preparo das soluções de trabalho 82
3.5 Programação e condições do cromatógrafo e do espectrômetro 82
3.6 Desenvolvimento do procedimento de SPE 84
3.7 Validação do método SPE utilizando disco e cartucho 85
3.7.1 Seletividade 85
3.7.2 Curva analítica 85
3.7.3 Limite de detecção e de quantificação 86
3.7.4 Precisão 86
3.7.5 Exatidão 86
3.8 Cálculos e expressão dos resultados 86
3.9 Coleta das amostras de água 89
3.10 Construção dos amostradores passivos 89
3.11 Calibração dos amostradores passivos POCIS e Chemcatcher no laboratório 89
3.11.1 Metodologia de extração dos discos C18 90
3.12 Exposição dos amostradores passivos tipo POCIS e Chemcatcher 91
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 92
4.1 Otimização do sistema GC/MS: parâmetros cromatográficos 92
4.2 Curva analítica e linearidade 93
4.3 Limite de detecção e de quantificação, recuperação, desvio-padrão e repetitividade 96
4.4 Análises de pesticidas em amostras reais de água 98
4.5 Taxas de amostragem dos amostradores passivos: experimental e teórica 99
4.5.1 Determinação experimental das taxas de amostragem dos amostradores passivos 99
4.5.2 Cálculo das taxas de amostragem teóricas dos amostradores passivos 105
4.6 Aplicação dos amostradores passivos em ambiente aquático (lagoa de contenção, Vale das
uvas) 109
16
5. CONCLUSÕES 110
1. INTRODUÇÃO
2. REVISÃO DA LITERATURA
Vários termos são utilizados para os agrotóxicos, tais como: defensivos agrícolas,
biocidas, praguicidas, remédios de plantas, venenos, pesticidas, onde este último é bastante
utilizado na literatura internacional em língua inglesa (ALMEIDA, 2010). A denominação
pesticida é atribuída à substância ou mistura de substâncias destinadas a prevenir a ação ou
destruir direta ou indiretamente insetos, ácaros, roedores, ervas daninhas, bactérias e outras
formas de vida animal ou vegetal prejudiciais à lavoura (ARAÚJO, 2011). No Brasil, a Lei
Federal no. 7.802 de 11.07.89, alterada pela Lei no. 9.974, de 06.06.2000, regulamentada pelo
Decreto no. 4.074, de 04.01.2002, atualmente modificado pelos Decretos no. 5.981, de
06.12.2006 e no. 5.549, de 29.09.2005, define agrotóxicos e afins como:
(a) (b)
(a) (b)
(a) (b)
(a) (b)
(a) (b)
Figura 5: Exemplos de pesticidas triazinas: (a) atrazina (herbicida) e (b) simazina (herbicida)
Fonte: ANVISA (2012a).
fins da década de 1930 e no decorrer de 1940, identificaram que as armas químicas eram
letais contra pragas que atacavam as culturas agrícolas (TERRA, 2008).
Com o advento da 2ª Guerra Mundial foram enviados esforços de armas químicas
onde surgiram os organofosforados e os carbamatos. Em 1943, o cientista alemão Gerhard
Schrader desenvolveu os organofosforados ou gás dos nervos que foi usado contra as tropas
aliadas. Durante a 2ª Guerra Mundial era muito comum os soldados espalharem DDT pelo
corpo para prevenir epidemias de Tifo, transmitidas por piolhos. Terminada a 2ª Guerra
Mundial em 1945, foram criadas estratégias de crescimento das empresas do ramo químico
procurando a diversificação para novos mercados nos quais pudessem utilizar as moléculas
desenvolvidas para fins bélicos. Foram criadas então, empresas-subsidiárias, oriundas
principalmente de grandes grupos químicos (Bayer, Basf, Hoescht, Dupont), voltadas a
produção de agrotóxicos organossintéticos. Nos tempos atuais, foi usado um organofosforado
conhecido como gás sarin em um atentado terrorista no metro de Tóquio deixando onze
mortos (RANGEL, 2008; TERRA, 2008).
No Brasil, o início da produção de organossintéticos data de 1946, quando a empresa
Eletroquímica Fluminense iniciou a fabricação de HCH (Hexaclorociclohexano). Em 1948, a
Rhodia passou a produzir no país o inseticida paration e, em 1950 uma fábrica de armas
químicas do exército no Rio de Janeiro começou a fabricar o DDT. Foi de fundamental
importância a criação em 1975 do Programa Nacional de Defensivos Agrícolas, no recinto do
II Plano Nacional de Desenvolvimento, que proporcionou recursos financeiros para a criação
de empresas nacionais e a instalação de subsidiárias de empresas tradicionais no país
(PELAEZ et al. 2010; TERRA, 2008; ESPÍNDOLA, 2011).
O Brasil, como um país de ampla área rural e clima favorável, é um dos maiores
produtores e exportadores de produtos agrícolas do mundo, como conseqüência, o país é um
grande consumidor de agrotóxicos (BASTOS et al. 2011).
Dados da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef, 1999) citado em Barbosa
(2004) indicaram que o consumo de pesticidas no Brasil se manteve aproximadamente
constante de 1988 a 1993, com vendas em torno de U$ 1 bilhão e, a partir de 1994 estas vêm
crescendo continuamente, tendo já ultrapassado U$ 2 bilhões.
26
igualaram em importância aos inseticidas, que registraram o mesmo volume de vendas, com
crescimento de 9% sobre o ano anterior (SINDAG, 2011a).
Em 2011, a venda de defensivos agrícolas alcançou US$ 8,5 bilhões, ou seja 16,3% a
mais do que as de 2010. O Brasil distingue-se como um dos países entre os que possui uma
das maiores evoluções no consumo de agrotóxicos. Além de ser um país tropical, onde os
produtores utilizam mais pesticidas, por fazer duas safras por ano, o que não é praticado em
outros países (SINDAG, 2012).
As culturas agrícolas que mais contribuem para as vendas de agrotóxicos são: soja,
milho, algodão, café, cana-de-açúcar, onde essas lavouras foram responsáveis por 80% do
total das vendas em 2011 (SINDAG, 2012).
Ainda segundo SINDAG (2011b) a avaliação anual realizada pela consultoria britânica
Agranova calculou que o mercado mundial de defensivos agrícolas movimentou US$ 40,7
bilhões em 2010, sem muita variação em relação aos valores em termos reais, ajustados pela
inflação, dos últimos dez anos. Entre as empresas líderes do segmento estão a Syngenta,
Bayer, Basf, Dow e Monsanto.
As conseqüências da adoção deste novo modelo agrícola foram percebidas por toda a
população, tanto urbana como rural, ocasionando reflexos sociais, culturais, econômicos e
ambientais. Dentre estas conseqüências, a intensificação no volume e o uso indiscriminado de
agrotóxicos pelos agricultores e profissionais relacionados ao setor agrícola, vem trazendo
preocupações às autoridades públicas e a sustentabilidade dos recursos naturais, em
conseqüência da contaminação ambiental (OLIVEIRA et al, 2009a; ESPÍNDOLA, 2011).
Apesar dos inquestionáveis benefícios obtidos pelo uso dos pesticidas, diversos
problemas associados à aplicação dessas substâncias têm sido constantemente observados
(GRISOLIA, 2005).
No final dos anos de 1950 e início dos anos de 1960 nascem na comunidade técnica
internacional os primeiros processos de reavaliação dos problemas e eficiência dos
agrotóxicos (ALVES FILHO, 2002). A utilização dessas substâncias químicas para o combate
das doenças e pragas que afetam a atividade agropecuária e florestal, a partir do
desenvolvimento dos produtos sintéticos e da ampla propagação dessa tecnologia em todos os
28
países, sempre despertou um caloroso debate sobre os reais prejuízos e benefícios referentes
aos agrotóxicos. Miller Jr. citado em Alves Filho (2002) expõe um quadro geral desse debate,
o qual pode ser resumido em suas principais linhas de argumentação e tópicos:
“(1) Argumentos favoráveis aos agrotóxicos:
a) os agrotóxicos salvam vidas: controle de doenças transmitidas por vetores;
b) agrotóxicos aumentam a disponibilidade de alimentos e diminuem seus custos: estimativas
do Departamento de Agricultura dos EUA apontam que, se os herbicidas a base de triazinas,
largamente utilizados na cultura de milho, fossem banidos, ocorreria uma diminuição na
ordem de 8% da área cultivada a cada ano, aumentado os preços em cerca de 31%;
c) os agrotóxicos aumentam o lucro dos agricultores: nos EUA 42% da produção potencial de
alimentos é destruída pela ação de pragas e doenças que atacam as culturas antes e após a
colheita;
d) os agrotóxicos funcionam melhor e mais rápido que outras alternativas: em comparação
com outras medidas alternativas de controle de pragas, os agrotóxicos controlam a maioria
das pragas de forma mais rápida, a custos mais baixos, com um relativo efeito residual,
apresentando segurança quando aplicados adequadamente;
e) produtos mais seguros e efetivos estão continuamente sendo desenvolvidos: avanços nas
técnicas de engenharia genética e biotecnologia também melhoram a eficiência dos produtos.
(2) Argumentos contra os agrotóxicos:
a) o desenvolvimento da resistência genética: a maioria dos organismos considerados pragas,
especialmente os insetos, pode desenvolver resistência genética a qualquer substância tóxica,
através do processo de seleção natural – entre 1950 e 1989 cerca de 500 principais espécies de
insetos considerados pragas desenvolveram resistência genética a um ou mais inseticidas e
pelo menos 20 espécies de insetos são agora aparentemente imunes a todos os inseticidas;
b) a morte dos inimigos naturais e a conversão de pragas secundárias em pragas primárias: a
maioria dos agrotóxicos atua como substância tóxica de largo espectro de ação, matando não
apenas os organismos considerados alvo, mas também um grande número de predadores
naturais e parasitas que estariam mantendo em níveis razoáveis as populações consideradas
pragas;
c) o círculo vicioso dos agrotóxicos: na medida em que a resistência genética se desenvolve
surgem recomendações de aplicações mais freqüentes, e de doses mais altas, ou ainda são
sugeridas as trocas por novos produtos, a fim de se manter o controle sobre as espécies
resistentes – nos EUA, entre 1940 e 1984, as perdas das culturas por ataques de insetos
aumentaram de 7 para 13%, enquanto o uso de agrotóxicos aumentou em cerca de 12 vezes;
29
d) a mobilidade dos agrotóxicos no ambiente: não mais do que 10% dos agrotóxicos aplicados
às culturas por pulverização aérea ou terrestre atingem o organismo alvo – a EPA, agência
ambiental americana, têm detectado pequenas concentrações de 74 diferentes agrotóxicos em
águas subterrâneas amostradas em vários locais distribuídos por 38 Estados;
e) a amplificação biológica dos agrotóxicos: concentrações de inseticidas organoclorados,
lipossolúveis e de lenta degradação, podem ser amplificadas biologicamente em milhares e
milhões de vezes na cadeia alimentar – magnificação biológica;
f) as ameaças à vida silvestre: a cada ano cerca de 20% das colônias de abelhas nos EUA são
mortas por ação dos agrotóxicos e outra parcela de 15% é danificada, causando perdas anuais
de pelo menos US$ 206 milhões através da redução na polinização de culturas vitais;
g) as ameaças de curto prazo à saúde humana pelo uso e fabricação de agrotóxicos: estima-se
que pelo menos 323.000 dentre os 7 milhões de agricultores americanos sejam a cada ano,
acometidos por graves doenças decorrentes da exposição a agrotóxicos);
h) as ameaças de longo prazo à saúde humana: em 1987 a Academia Nacional de Ciências
reportou que os ingredientes ativos em 90% de todos os fungicidas, 60% dos herbicidas e,
30% dos inseticidas em uso nos EUA poderiam causar câncer em humanos; e a Agência
Ambiental Americana – EPA – posicionou os resíduos de agrotóxicos em alimentos como o
terceiro mais sério problema ambiental nos EUA, em termos de risco de câncer”.
A visão dos problemas conseqüentes do uso generalizado de substâncias químicas para
o combate às pragas, especialmente o DDT, foi em grande parte influenciada pelas denúncias
que aumentaram com a publicação do livro da pesquisadora americana Rachel Carson,
chamado “Primavera Silenciosa”, no ano de 1962. Esta foi a primeira obra a detalhar os
efeitos adversos da utilização indiscriminada de pesticidas, em especial os organoclorados, o
DDT. O livro descreve os desequilíbrios ecológicos em vários ecossistemas, como a extinção
de espécies, devido a bioacumulação seguida da bioamplificação do DDT. Mesmo nas regiões
mais distantes do planeta, sem nenhum tipo de agricultura, como as polares, pode-se detectar
resíduos de inseticidas organoclorados como o DDT e o DDE (dicloro-difenil-etilcloro) em
tecido adiposo de leões marinhos e outros mamíferos aquáticos (GRISOLIA, 2005; ARAÚJO,
2011; TERRA, 2008).
Em 1995, foi feito um estudo nas regiões agrícolas do Estado de Mississipi (EUA),
para avaliação da presença de agrotóxicos e seus derivados em amostras de ar e água de
chuva. O surpreendente foi a presença de DDE, metabólito do DDTA, banido nos Estados
Unidos há mais de vinte anos (GRISOLIA, 2005).
30
freqüentemente utilizado para transportar produtos residuais para longe do local de produção
de descarga. Infelizmente, os produtos residuais transportados são na sua grande maioria
tóxicos e, sua presença pode degradar severamente o ambiente do rio, lago ou riacho receptor
(DORES et al. 2008; SILVA et al. 2008).
A utilização de agrotóxicos e seus possíveis efeitos à saúde humana e ao meio
ambiente tornaram-se uma grande preocupação à comunidade cientifica, principalmente
quando o recurso hídrico potencialmente contaminado for destinado para consumo
humano.Todavia, já foi comprovado através de diversos estudos que a presença de
agrotóxicos nos sistemas hídricos seria mais comum do que se imaginava, principalmente
naqueles próximos de regiões agrícolas que intensificam o uso de agrotóxicos (CABRERA et
al. 2008; GRÜTZMACHER et al. 2008; SOARES e PORTO, 2012).
Uma vez no ambiente, os pesticidas podem se distribuir, degradar ou acumular nos
compartimentos do ambiente (atmosfera, solo, sistemas aquáticos) e nos seres vivos. Os
fatores determinantes da dinâmica dos agrotóxicos no meio ambiente, são as formas de uso
dos pesticidas, características ambientais e propriedades físico-químicas do princípio ativo
(PINHEIRO et al. 2011).
Estudos sobre o destino de pesticidas nos variados compartimentos ambientais são
extremamente importantes, pois uma vez detectados no solo podem ser também encontrados
seus resíduos nos lençóis freáticos, como também nos poços artesianos, águas superficiais, em
áreas agrícolas de vários países, segundo documentado na literatura (GOMES et al. 2008;
PIASAROLO et al. 2008).
Os agrotóxicos podem atingir os ambientes aquáticos através da aplicação intencional
que ocasionam escoamento superficial, volatilização, lixiviação e evaporação a partir de áreas
onde acontecem as aplicações, em que estas substâncias podem ser acumuladas nas águas
(superficiais e subterrâneas), nos organismos aquáticos e alcançar o sedimento conforme pode
ser mostrado na Figura 6 (MARTINI, 2010; NETO, 2010).
Quando a aplicação ocorre por aspersão, há evaporação e as gotículas permanecem na
atmosfera por longo período, podendo ser transportadas pelas correntes aéreas para locais
distantes, contaminando a água, o solo, além da fauna e da flora (DORES et al. 2008).
33
recursos hídricos. Em relação à água, embora a agricultura seja apenas uma das inúmeras
fontes não-pontuais de poluição, geralmente é indicada como a maior contribuinte de todas as
categorias de poluentes (GOMES et al. 2008; TAVANTI et al. 2009; LOURENÇATO, 2010;
SCORZA JÚNIOR e REGITANO, 2012).
Outro tipo importante de transporte ocorre quando este acontece na superfície do solo
juntamente com a água das enxurradas, sendo chamado de escoamento superficial que
corresponde ao transporte dos pesticidas através da água de enxurrada na superfície do solo,
que poderá ter como destino final os lagos e rios, ocasionando suas contaminações. Chuvas
mais intensas podem causar perdas de pesticidas por escoamento superficial (MARTINI,
2010; SCORZA JÚNIOR e REGITANO, 2012).
Segundo Maritini (2010) os pesticidas, uma vez na água, dependendo das
características físico-químicas, o resíduo dessas substâncias pode tanto se ligar ao material
particulado em suspensão, como se depositar no sedimento ou ser absorvido por organismos,
podendo então ser detoxicados ou acumulados. Eles podem ser transportados através do
sistema aquático por difusão nas correntes de água ou nos corpos dos organismos aquáticos.
Alguns agrotóxicos e/ou metabólitos podem também retornar à atmosfera por volatilização.
Assim, fica claro que há uma interação contínua dos agrotóxicos entre o sedimento e a água,
influenciada pelo movimento da água, turbulência e temperatura. Desta interação, pode
produzir inclusive maior tempo de exposição dos organismos aquáticos aos compostos tóxicos.
Os agrotóxicos presentes em corpos d´água podem penetrar nos organismos aquáticos através
de diversas portas de entrada e seu grau de acumulação depende do tipo de cadeia alimentar,
da disponibilidade e persistência do contaminante na água e especialmente de suas
características físicas e químicas.
Tabela 3: Limites máximos permitidos para pesticidas em água adotados no Brasil e outros
locais do mundo
VMP* VMP*1 VMP* VMP*
Agrotóxicos (μg L-1) (μg L-1) (μg L-1) (μg L-1)
(Portaria (Res. CONAMA OMS USEPA
2.914/11)2 357/05)3
Alaclor 20,0 20,0 20 2
Aldrin + Dieldrin 0,03 0,005 0,03 -
Atrazina 2,0 2,0 2,0 3,0
Bentazona 300,0 - - -
Carbaril - 0,02 - -
Carbofurano 7,0 - 7,0 40,0
Clordano (isômeros) 0,2 0,04 0,2 2,0
Demeton - 0,1 - -
Dodecacloro + Nonacloro - 0,001 - -
2,4 D 30,0 4,0 30,0 70,0
2,4,5 T - 2,0 9,0 -
DDT + DDD + DDE 1,0 0,002
Endossulfan (α β e sais) 20,0 0,056 - -
Endrin 0,6 0,004 0,6 2,0
Gution - 0,005 - -
Glifosato 500,0 65 - 700,0
Heptacloro e Heptacloro epóxido 0,03 0,01 - 0,4/0,2
Hexaclorobenzeno 1,0 0,0065 50,0 1,0
Lindano (-BHC) 2,0 0,02 2,0 0,2
Metolacloro 10,0 10,0 10,0 -
Metoxicloro 20,0 0,03 20,0 40,0
Molinato 6,0 - 6,0 -
Paration - 0,04 - -
Parationa Metílica 9,0 - - -
Pendimetalina 20,0 - 20,0 -
Pentaclorofenol 9,0 0,009 9,0 1,0
Permetrina 20 - 300 -
Propanil 20 - - -
Simazina 2,0 2,0 2,0 4,0
Terbufós 1,2 - - -
Toxafeno - 0,01 - -
Trifluralina 20,0 0,2 20,0 -
*
VMP: Valor máximo permitido; 1, padrão para consumo humano2, padrão ambiental3 Valores para água de
classe 3.
Fonte: (SILVA, 2010a; BRASIL, 2012b e 2012c).
37
É importante salientar que na Tabela 3 encontram-se pesticidas cujo seu uso foi
proibido no país e no mundo, a exemplo dos organoclorados, mas essas substâncias
apresentam grande estabilidade química e acentuada ação residual e devido a elevada
persistência no meio ambiente ainda são determinados (NETO, 2010; PRATES et al. 2011).
A União Européia de acordo com a Diretiva 98/83 CE estabeleceu o valor de
0,1 µg L-1 como concentração máxima permitida para qualquer agrotóxico individualmente e
de 0,5 µg L-1 para o total de agrotóxicos em águas destinadas para consumo humano (GRIZA
et al. 2008).
O monitoramento das concentrações de pesticidas nas águas é um passo necessário para
a avaliação dos riscos destes poluentes no meio ambiente, e, atualmente, é uma exigência dos
mercados nacional e internacional da legislação ambiental. Órgãos internacionais como a
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, EPA (do inglês Environmental
Protection Agency) e a Comunidade Européia (EC) iniciaram um controle, estabelecendo
limites em relação às concentrações de pesticidas encontradas em águas. Além disso, estes
órgãos também organizaram listas de periculosidade de tais compostos (por exemplo a lista
negra) da Diretriz 76/464/EEC sobre poluição causada por substâncias perigosas descarregadas
em ambientes aquáticos (2,4-D, endosulfan, linuron, metamidofós, paration-metílico) (GRIZA,
et al. 2008; ANDRADE et al. 2011).
Segundo Espíndola (2011) como o Brasil é um país de extenso território e possui
muitas pequenas propriedades (82%), os agricultores de um modo geral recebem pouca ou
nenhuma informação sobre a utilização dos agrotóxicos e conseqüentemente sobre sua
periculosidade. Muitas vezes não escolhem o agrotóxico correto, não possuem conhecimento
no preparo, aplicação, transporte, armazenamento e descarte das embalagens e sobras desses
agrotóxicos. Por esse motivo, um programa de monitoramento é indispensável para a
população. Metodologias mais rápidas e precisas de análises de pesticidas vêm sendo
desenvolvidas com o foco de tornar o custo mais baixo, com maior acesso da comunidade de
maneira geral e mais rapidamente.
massas ou outro detector. Suas resoluções são excelentes, sendo possível analisar várias
substâncias em uma mesma amostra (multiresíduos). A sensibilidade da cromatografia é
bastante elevada. Dependendo do tipo de substância analisada e detector empregado, pode-se
obter resultados quantitativos em níveis que variam de picogramas a miligramas (LANÇAS,
2004b; COLLINS et al. 2006; CHIARADIA et al. 2008).
A cromatografia gasosa é aplicável a compostos voláteis e termicamente estáveis nas
temperaturas relativamente elevadas empregadas durante o processo de separação
cromatográfica. E a cromatografia líquida tem sido intensamente aplicada para os compostos
termicamente instáveis e não voláteis, que não são identificados por GC. Ambas as técnicas
são muito utilizadas para a determinação de pesticidas em diferentes matrizes, como água,
alimentos, solo e materiais biológicos (PINHO et al. 2009; ESTRELA, 2010; SILVA et al.
2010b).
para percolar o cartucho foi 250 mL, após adicionado 3 mL de água purificada. A eluição foi
feita com 5 mL (1:1) (v/v) metanol:acetonitrila e o extrato introduzido no LC-MS/MS.
Marchesan et al. (2010) determinaram herbicidas por Cromatografia Gasosa com
Detecção por Captura de Elétrons (GC-ECD), após pré-concentração por SPE com 250 mL de
amostra em cartuchos contendo 500 mg de C18. A eluição dos agrotóxicos foi efetuada com 1
mL de metanol. Para todos os agrotóxicos estudados, valores satisfatórios de recuperação entre
81,3 e 112,3%, com valores de precisão entre 1,8 e 14,2%.
Caldas et al. (2010) validaram o método SPE, HPLC-DAD E LC-MS/MS para a
determinação dos agrotóxicos: carbofurano, clomazona, 2,4-D e tebuconazol em água
subterrânea. Foram utilizados cartucho com C18 contendo 200 mg do sorvente, que foram
condicionados com 3,0 mL de metanol. 3,0 mL de água ultrapura e 3,0 mL de água ultrapura a
pH 3,0. O volume de amostra foi de 250 mL que foi devidamente fortificada. A eluição foi
feita com 1,0 mL de metanol. O eluato foi recolhido e analisado por HPLC-DAD ou LC-
MS/MS. Os LQs do método foram de 0,2 µg L-1 para todos os agrotóxicos por HPLC-DAD e,
por LC-MS/MS, 4,0 ng L-1. As recuperações foram entre 60,3 a 107,7%, com RSD de 0,8 a
20,7% para todos os compostos por HPLC-DAD. Para o LC-MS/MS a precisão em termos de
repetitividade variou entre 0,97 a 20,7%, e as recuperações entre 67,0 e 108,9%.
Lopes et al. (2011) otimizaram e validaram dois métodos para a determinação de sete
pesticidas em águas superficiais e subterrâneas. A pré-concentração foi feita com cartucho C18
(500 mg) e a análise por cromatografia líquida de auta eficiência (CLAE-UV) e cromatografia
a gás com detector termiônico específico (CG-DTE). No primeiro método o cartucho C18 foi
condicionado com 10 mL de acetona, seguido por 10 mL de metanol e 10 mL de água
deionizada. O volume de amostra percolado pelo cartucho foi de 500 mL introduzido logo
após o condicionamento, evitando a secura. Após percolação da amostra o cartucho foi seco
sob vácuo por 30 min. A eluição dos analitos foi feita com 10 mL da mistura de acetato de
etila:diclorometano (1:1, v/v). O eluato foi concentrado até quase secura em evaporador
rotatório, foi retomado em 1,0 mL de acetato de etila e os analitos determinado por CG-DTE.
O segundo método foi validado condicionando o cartucho C18 com 10 mL de metanol e 10 mL
de água deionizada. O volume de amostra de água foi de 200 mL, após o cartucho foi lavado
com 5 mL de água e seco sob vácuo por 30 min. A eluição foi realizada com 3 mL de metanol.
Ajustou-se o volume final do eluato para 3,0 mL , sendo os analitos determinados por
CLAE-UV. Os métodos apresentaram exatidão (76 – 107%), precisão (<12%) e limites de
quantificação (0,22 – 0,48 µg L-1), portanto satisfatórios para os níveis de pesticidas em água.
43
Santos (2010) desenvolveu e validou método utilizando a técnica SPE, com a avalição
da eficiência de diferentes sorventes para a extração de resíduos de pesticidas pirimetanil,
flumetralina e cresoxim-metílico em água e determinação por GC/MS. Foram utilizados
cartuchos C18, florisil, sílica e resina polimérica aminopropil, mas a validação do método foi
realizada com o sorvente C18. O condicionamento do sorvente foi feito com 5 mL de
diclorometo, 5 mL de metanol e 10 mL de água ultrapura. O volume de amostra utilizado foi
de 200 mL com 10 mL de metanol e fortificada com os pesticidas. O sorvente foi seco por 10
min e a eluição feita com 20 mL de diclometano, que foi concentrado a 1 mL. A determinação
foi feita com GC/MS. Os valores da recuperação variaram de 79,0 a 102,3% e a precisão de
6,3 a 9,7%. Na análise de água potável, os resultados indicaram a ausência dos pesticidas.
Cappelini (2008) determinou pesticidas ametrina, atrazina, diuron e fipronil em
amostras de água aplicando a técnica SPE e cromatografia líquida com detector de diodos
HPLC–DAD. Os cartuchos utilizados foram com fase C18 de 500 mg, que foram
condicionados com 10 mL de acetato de etila e 10 mL de água. O volume de amostra de água
foi de 50 mL e fez-se eluição com 20 mL de acetato de etila. Concentrou-se o extrato até
secura e ressuspendeu-se com 1 mL de acetato de etila e analisou-se com HPLC – DAD.
Os limites de detecção e quantificação variaram de 0,02 a 0,05 mg.L- 1 e 0,07 a 0,17 mg L-1,
respectivamente. A precisão apresentou-se na faixa de 0,41 a 2,25% e a recuperação do
método de extração variou de 90 a 95%.
Silva (2010a) desenvolveu metodologia analítica para a determinação de agrotóxicos e
microsistina em águas superficiais utilizando SPE e GC/MS e LC/MS. Foram utilizados
cartuchos C18 contendo 500 mg de sorvente que foram condicionados com 10 mL de metanol e
10 mL de água deionizada. Após o condicionamento 500 mL de amostra de água foi percolada
no cartucho. Com o término da passagem da amostra pelo cartucho deixou-se o vácuo por
20 min para a secagem. A eluição foi realizada com 3 mL de ácido trifluoracético. Os eluatos
foram então secados totalmente e resuspendidos para um volume de 1,0 mL com metanol. Este
eluato foi dividido em duas alíquotas para o uso nos dois cromatógrafos. Uma alíquota de
0,5 mL foi armazenada para análise por LC-MS na determinação de microcistina. A outra
alíquota de 0,5 mL foi levada à completa secura sob fluxo de N2 e resuspendida com acetado
de etila para a análise de 37 agrotóxicos por GC-MS. A recuperação para os agrotóxicos variou
de 90 a 117% e os limites de detecção e quantificação variaram de 0,3 a 19,9 ng L-1 e 0,9 a
66,2 ng L-1, respectivamente.
Kurz et al. (2009) desenvolveram método para determinar herbicida bispiribac de sódio
em água superficial envolvendo SPE e HPLC-DAD. Foram utilizados cartuchos tipo C18 que
44
2.7.2 Precisão
2.7.3 Exatidão
ms
Cw (01)
Rs t
2. Amostrador com extração e concentração in situ PISCES (do inglês Passive in situ
concentration/extraction samplers). Foi primeiramente citado por Litten et al. (1993) é
preenchido com 200 mL de hexano, lacrado e suspenso na coluna d´água com duas
membranas imersas para maximizar as taxas de amostragem. A amostragem ocorre por
difusão molecular de contaminantes orgânicos dentro do solvente coletor, os quais passam
direto da água através das membranas. Em 1995 foi utilizado isooctano ao invés de hexano
para analisar pesticidas clorados em estuários e rios por um período de 3 semanas. Um
exemplo de PISCES é mostrado na Figura 9. Os compostos hidrofílicos apolares são os
analitos que são determinados por este tipo de dispositivo (KOT et al. 2000; NAMIÉSNIK et
al. 2004; SEETHPATHY e GÓRECKI, 2008).
3. Amostrador passivo preenchido com sorvente: Desenvolvido por Di Ginao et al. (1998)
esse amostrador é preenchido com carvão ativado como adsorvente. O dispositivo é
geralmente composto por dois discos de plástico acrílico, cujo caminho de difusão consiste de
72 orifícios, cada um com 1 mm de diâmetro e 1 cm de comprimento, agrupados no centro do
disco superior. O disco inferior contém uma seção que suporta o sorvente (1,5 g de carvão
ativo granular – 30 – 40 mesh). A janela de separação é colocada entre os dois discos para
impedir que o sorvente caia para fora dos orifícios de difusão. Esse tipo de dosímetro é
normalmente exposto por 5 – 50 dias. Depois da exposição o extrato é analisado para
determinação da concentração do analito, como apresentado na Figura 10. Os compostos
orgânicos de uma forma geral podem ser analisados por este tipo de amostrador (KOT et al.
2000; NAMIÉSNIK et al. 2004; SEETHPATHY e GÓRECKI, 2008).
4. Amostrador Integrativo de Compostos Orgânicos Polares POCIS (do inglês Polar Organic
Chemical Integrative). Foi desenvolvido em 1999 e é constituído de dois discos de membrana
hidrofílica que atuam como semipermeáveis, permitindo que os produtos químicos de interesse
atravessem para o absorvente e as partículas em suspensão sejam excluídas. O amostrador é
versátil, composto de uma fase sólida (sorvente ou mistura de sorventes) que pode ser alterado
para analisar produtos químicos específicos. O POCIS foi projetado para simular a exposição
53
respiratória de organismos aquáticos, para que assim não seja necessário utilizar animais em
testes. Ele é um dispositivo abiótico que permite a biodisponibilidade de produtos químicos
hidrofílicos. A configuração do dispositivo consiste de duas anilhas rígidas (3,3 cm D.I., 7,0
cm D.E e 0,3 cm de espessura). Os materiais mais comuns para a construção das anilhas são:
alumínio, teflon e aço inoxidável. Com três parafusos de tamanho 10-32 e 1,9 cm de
comprimento, dimensões estas adequadas para permitir o uso de discos e membranas
comercialmente disponíveis (47 mm). O diâmetro interno das anilhas prevê superfície máxima
de exposição e mantendo ainda sobreposição suficiente para garantir uma boa vedação. Os
parafusos e as porcas foram selecionados para permitir fácil montagem e desmontagem do
dispositivo. Na Figura 11 estão ilustrados os detalhes dos componentes do POCIS, onde
percebe-se grande simplicidade na construção deste tipo de dispositivo. Segundo os autores,
dispositivos maiores podem ser construídos para aumentar a área de amostragem. Aumentando
as anilhas (5,1 cm D.I.; 8,9 cm D.E.) e combinando-se com as membranas de discos maiores
pode-se aumentar a eficácia de amostragem na superfície (em aproximadamente 41 cm2) do
dispositivo. É um dos dispositivos mais utilizados na atualidade, como apresentado na Figura
11. Atualmente, duas configurações de POCIS estão disponíveis: a configuração genérica (ou
pesticidas) na qual contém uma mistura de três sorventes e, a farmacêutica, configuração com
um sorvente único. Os compostos orgânicos polares, tais como pesticidas, produtos
farmacêuticos podem ser analisados por este dispositivo (ALVAREZ et al. 2004; ALVAREZ
et al., 2005; KOT et al. 2007; SEETHPATHY e GÓRECKI, 2008).
5. Chemcatcher (do inglês Passive Sampler using Empore disk). Foi desenvolvido por
Kingston et al. (2000), o sistema Chemcatcher usa uma membrana de difusão limitante, que
podem ser de polietileno de baixa densidade (LDPE) ou então de polietersulfona (PES). A
fase receptora neste amostrador é tipicamente um disco Empore C18, mas que pode ser
substituído por outro tipo de sorvente, a exemplo do estirenodivilbenzeno (SDB). O corpo do
amostrador originalmente foi feito de teflon, mas também já foi fabricado de polipropileno e
policarbonato. A membrana e a fase sólida são colocadas num plástico inerte. O amostrador é
baseado na difusão de compostos alvos através de uma membrana e a subseqüente
acumulação destes poluentes no adsorvente na fase receptora. O número de desenhos do
amostrador está sendo pesquisado com diferentes combinações de fases sólidas e das
membranas de difusão, tornando assim bastante prático seu uso. De uma forma geral os
compostos orgânicos podem ser analisados pelo amostrador passivo. Assim como o POCIS,
esse dispositivo também está sendo muito utilizado, um exemplo encontra-se na Figura 12
(KOT, et al., 2007; VRANA et al., 2007; SEETHPATHY e GÓRECKI, 2008).
como apresentado na Figura 13. Para este amostrador podem ser analisados: HPAs
(hidrocarbonetos poliaromáticos), BPCs (bifenilos policlorados) e pesticidas organoclorados
(KOT et al. 2007; SEETHPATHY e GÓRECKI, 2008).
Ce n
Cs
Kes KesVe (02)
nt
Cs (03)
Rs
Onde Rs é a taxa de amostragem do amostrador para o analito (cm3 min-1), ou seja o volume
de água equivalente extraído por unidade de tempo;
n é a quantidade de analito extraída
t é o tempo de amostragem.
58
Ainda segundo Ouyang e Pawlinszin (2007) para dispositivos com uma geometria
bem definida a temperatura constante, a taxa de amostragem pode ser expressa com a
Equação (04):
D A
Rs (04)
L
Então, a concentração dos analitos pode ser calculada com o valor de D e os valores
conhecidos de A e L. Os coeficientes de difusão dos analitos na água D w podem ser
encontrados na literatura ou calculados com uma Equação (05), que é um modelo empírico:
1,326 10 6
Dw (05)
w1,14 V 0,
589
M
Rs (06)
C t
Rs Ko A Ke KDW VD (07)
Segundo Söderström et al. (2008) a Rs pode também ser expressa em L dia-1 e ser
descrita como o volume de água por dia de exposição que um dispositivo possa separar o
analito, ou seja, mede o volume de água que é isenta de analitos por unidade de tempo. E,
segundo Alvarez et al. (2000) citado em Hernando et al. (2005) é um parâmetro que permite
determinar a concentração natural de água a partir da concentração detectada na membrana
(fase receptora) dos dispositivos. Em outros trabalhos, este parâmetro tem a possibilidade de
determinar a concentração na água natural a partir da concentração detectada na membrana
(fase receptora) (HERNDANDO et al., 2005).
Os principais fatores que influenciam a taxa de amostragem são: a configuração do
amostrador; as propriedades moleculares do analito e as condições ambientais (fluxo da água
ou turbulência, temperatura, pH, luz UV, salinidade e biofilme). A captação pelos dispositivos
é geralmente controlada pela camada limite aquosa na interface membrana-água. Assim, o
parâmetro fluxo da água e turbulência em campo podem mudar a espessura desta camada
reduzindo a captação dos analitos. Em relação à temperatura, com o aumento da mesma há um
aumento na solubilidade, esta variável pode mostrar grandes diferenças sazonais e pode
também variar entre os dias dependendo das condições ambientais. Vários compostos têm um
número de grupos funcionais que podem ser ionizados ou neutralizados a depender do pH,
afetando a captação dos compostos. A salinidade influencia, pois com o aumento desta pode
reduzir a solubilidade de muitos compostos na água, e assim aumentar a eficiência de adsorção
na fase receptora. Biofilme (alga e crescimento microbiano) pode ocorrer na superfície da
membrana e impede a transferência de massa na fase receptora. Outra observação importante
também está relacionada com as propriedades dos pesticidas, tais como: volatilidade,
densidade e pressão de vapor (CAL et al. 2008; SEETHAPATHY e GÓRECKI, 2008;
SÖDERSTRÖM et al. 2009).
Para Cal et al. (2008) a taxa de amostragem é, no entanto, independente da
concentração do analito na água, pois para o experimento, com concentração conhecida em
60
água, a taxa de amostragem de cada analito pode ser calculada para diferentes condições
ambientais (temperatura e turbulência). Segundo Seethapathy e Górecki (2008)
independentemente do fato da aplicação do amostrador ser para poluentes na água, no ar ou
no solo, a função da barreira no amostrador passivo é definir a taxa de absorção de uma
substância para o amostrador passivo. No entanto, a camada limite pode também
desempenhar um papel significativo no âmbito de certas condições, especialmente quando o
fluxo de fluido através do amostrador é baixo. Ter um amostrador sob controle da camada
limite aquosa requer a calibração dos dados a várias condições de turbulência do fluxo ou a
utilização de um de composto de referência de desempenho.
(5 mL h-1). O monitoramento dessas concentrações era feito com 500 mL de água a cada 72
horas (GUNOLD et al. 2007).
Figura 16: Tanque de exposição e carrossel com os dispositivos passivos usado na calibração
do Chemcatcher.
Fonte: Gunold et al. 2007.
Durante a calibração, dois amostradores são removidos a cada dois dias (um de cada
andar do carrossel) e substituídos por corpos vazios de amostrador Chemcatcher para manter
as condições hidrodinâmicas constantes. Antes do início de uma nova experiência, o tanque, o
carrossel e os dispositivos são lavados com etanol para remover o biofilme formado nas
paredes (GUNOLD et al. 2007).
Os amostradores passivos preenchidos com disco SDB-XC Empore (47 mm de
diâmetro; 15,9 cm2 de área superficial) como fase receptora não utilizavam membrana
limitante de difusão, sendo o lado aberto do amostrador selado com uma malha de Cu
(abertura da malha 5 mm), para evitar danos mecânicos e reprimir o biofilme. O disco Empore
é condicionado com 10 mL de acetona, 10 mL de 2-propanol e 10 mL de metanol. Após,
lavado com 20 mL de água utrapura, 100 mL de solução aquosa de compostos de referência
1µg L-1 (pirimicarb-D6 e clorfenvinfos-D10) é passada através do disco. Os discos são
colocados nos amostradores Chemcatcher, os quais são posteriormente preenchidos com água
62
de torneira, fechados e armazenados até exposição no tanque de exposição a 4ºC (< 72 horas).
Após a exposição no tanque, os discos são retirados, secos sob vácuo durante cerca de 15 min
e posteriormente eluídos duas vezes com 10 mL acetonitrila/metanol (1:1). O eluído é
evaporado num frasco de evaporação de 200 mL e dissolvido com 300 µL de acetonitrila.
Antes da análise, 5 µL de trifenil fosfato é adicionado como padrão interno e analisado por
GC/MS (GUNOLD et al. 2007).
Conforme a Tabela 4 as taxas de amostragem obtidas variaram de 0,13 a 0,44 L dia-1 e
0,13 a 0,38 L dia-1, as concentrações médias ao longo do tempo variaram de 55,4 a
147,7 ng L-1 e 63,9 a 167,8 ng.L-1, para V = 0,135 m s-1 e para V = 0,4 m s-1, respectivamente.
(GUNOLD et al. 2007).
analito (100 ng L-1) foi mantida durante todo o experimento. Duplicatas de amostras de água
(500 mL) a partir da saída do tanque foram tomadas para análise. A exposição durou 14 dias,
durante os quais os amostradores foram removidos em intervalos fixos, desmontados e
analisados. A análise instrumental foi feita por GC/MS.
A configuração do Chemcatcher neste segundo experimento foi a seguinte: discos
Empore C18 (47 mm de diâmetro) foram utilizados como fase receptora, condicionados por
imersão em metanol por 20 min até se tornarem translúcidos e, em seguida, armazenados em
metanol. Os dispositivos foram preenchidos com n-octanol (450 µL, adicionado ao espaço
intersticial entre a fase receptora adsorvente e a membrana limitante de difusão), um solvente
com alta permeabilidade (solubilidade x difusividade) para os analitos e preenchido com
membrana de difusão de polietileno de baixa densidade LDPE (40 mm de espessura) que
foram calibrados para a medição da concentração média ao longo do tempo para análise de
pesticidas organoclorados (lindano, endossulfan, pentaclorobenzeno, dieldrin e
hexaclorobenzeno). Os amostradores foram selados por meio de uma tampa para armazenagem
antes da sua utilização (VRANA et al. 2006).
Três amostradores foram analisados antes da exposição para determinar níveis iniciais
de PRCs (Compostos de referência de desempenho) e analitos no amostrador. Para os PRCs,
os discos foram preparados com 10 mL de metanol que foi passado lentamente, seguido por
20 mL de água destilada ultrapura. Solução aquosa (500 mL) de PRCs, contendo 5 µg L-1 de
cada um dos seguintes produtos: D10-bifenil, D10-acenafteno, D10-fenantreno, D10-pireno e D12-
benzo[a]antraceno foi adicionada no disco. Foi aplicado vácuo durante 30 min para assegurar
que o disco estava completamente seco. O disco Empore foi então colocado no suporte do
dispositivo, onde 1 mL de solução de n-octanol em acetona (45% v/v) foi aplicada. Foi
utilizado exaustor por 10 min para evaporar a acetona. A membrana de LDPE (polietileno de
baixa densidade) condicionada com n-hexano durante 24 h foi posta no amostrador,
removendo as possíveis bolhas de ar formadas. Os compostos foram extraídos dos discos
Empore em banho ultra-som (5 min) usando acetona (5 mL) seguidos de mais 5 min em 50:50
(v/v) de acetato de etila: 2,2,4-trimetilpentano (5 mL) (VRANA et al. 2006).
Na Figura 17 encontram-se as taxas de captação dos analitos obtidas. A relação entre as
taxas de amostragem e a temperatura foram comparadas a 6º C, 11º C e 18º C, onde é
percebido o aumento na captação de todos os analitos estudados com o aumento da
temperatura. O mesmo aconteceu com o aumento da velocidade de fluxo (VRANA et al.
2006).
64
Figura 17: Efeito hidrodinâmico das taxas de amostragem dos analitos em função de
velocidades de rotação do carrossel (0,40 e 70 rpm)
Fonte: Vrana et al. 2006.
Ainda segundo Cal et al. (2008) a configuração geral do Chemcatcher foi da seguinte
forma: membrana de difusão (polietileno de baixa densidade LDPE e polietersulfona PES de
47 mm) e como fase receptora foram utilizados discos (C18 de 47 mm). O condicionamento
dos 10 discos foi o seguinte: todos foram imersos em metanol, até que eles ficassem
translúcidos, passagem de 10 mL de metanol, seguida por 20 mL de água ultrapura. O
tratamento dos discos foi de duas maneiras: Seis discos foram diretamente saturados com
água e quatro foram completamente secos sob vácuo durante 30min e, depois impregnados
com n-octanol. Dois dos seis discos saturados com água foram utilizados sem membrana.
Dois discos saturados com octanol e dois saturados com água foram cobertos com uma
membrana de PES e os discos restantes de cada tipo foram cobertos com membrana LDPE.
Em ambos os casos, a membrana de difusão foi colocada com cuidado em cima do disco C18,
evitando a formação de bolhas e os mesmos foram fixados com o apoio de disco do
amostrador. Após exposição, os amostradores foram desmontados, a membrana de difusão
removida e os discos C18 analisados por GC/MS.
A análise dos compostos acumulados na fase receptora foi feita por extração por
solvente por ultra-som e consistiu de duas extrações de 5 min: primeiro com 10 mL de
acetona e, depois com 10 mL de uma mistura de acetona:hexano (1:1 v/v). Os extratos foram
combinados, passaram diretamente por um cartucho de Na2SO4 e concentrados sob fluxo de
N2 até somente o octanol permanecer no vial. No caso dos discos saturados com água os
extratos foram concentrados até incipiente secura e redissolvidos com 225 µL de isooctano.
Depois de adicionar o padrão interno (25 µL de uma solução em octanol ou isooctano de C-p-
66
p’-DDT em 0,4 ng µL-1). Os extratos foram analisados por GC/MS utilizando coluna capilar
do tipo DB-5 (5% fenil metil siloxano) (30 m x 0,25 mm x 0,25 µm). A captação foi linear, as
taxas de captação para cada composto variaram de 0,001 a 0,005 L dia-1 (medidas no
laboratório) e 0,002 a 0,282 L dia-1 (calculadas segundo modelo teórico desenvolvido por
Vrana et al. 2006) e concentrações de 1063 a 8440 pg L-1 as quais são mostradas na Tabela 5
(CAL et al. 2008).
A calibração feita por Cal et al. (2008) com o dispositivo de amostragem passiva
Chemcatcher, foi avaliada pela primeira vez para poluentes altamente hidrofóbicos como
DDE, DDD, DDT e seus metabólitos. A Figura 19 mostra as curvas de captação (massa
acumulada de analitos em relação ao tempo de exposição) para os pesticidas estudados que
variaram de 0,76 a 0,81, aproximadamente linear. Preliminarmente, as taxas de amostragem
Rs foram estimadas a partir da divisão da inclinação das curvas de concentração de cada
composto na água. As taxas de amostragem calculadas presumem a viabilidade da
configuração avaliada do Chemcatcher para o monitoramento destes compostos em corpos
hídricos ambientais. Esta possibilidade significa uma melhoria sobre a avaliação tradicional
de poluição da água, tanto nas análises e na biomonitorização. Com base nestes resultados
preliminares, experiências futuras que envolvam a calibração do sistema de água a diferentes
temperaturas e turbulências serão necessários para o cálculo da concentração média ao longo
do tempo dos poluentes em água, a partir do quantidade de compostos acumulados no
amostrador. Neste trabalho não foi utilizada turbulência e por isso pode-se esperar taxas Rs
mais elevadas em sistemas como rios.
67
uma série de analitos. Os discos Empore C18 foram condicionados por imersão em metanol
por 10 – 20 min até translúcido e, em seguida, armazenados em metanol até que fossem
utilizados. Antes de serem utilizados eles foram transferidos para uma placa de Petri de vidro
contento água ultrapura por 5 min, fazendo-se em seguida compressão com um tecido limpo e
seco para remover a água. Os discos condicionados foram colocados sobre o suporte de disco
do dispositivo com a membrana limitante de difusão, com o cuidado para não formar bolhas
de ar. Para impedir a secagem dos discos, os dispositivos foram preenchidos com 10 mL de
água e selados, utilizando a tampa rosqueada do amostrador.
Foi construído um tanque de exposição para implantação no laboratório que tinha um
volume fixo de 19,5 L de água destilada, em sistema de escoamento de fluxo em contínua
agitação (com agitador de vidro) tendo sido analisadas três diferentes velocidades de agitação
da água (75, 140 e 250 rpm), à temperatura ambiente. Água destilada e solução de analitos em
100 ng mL-1 em metanol que foram bombeados para o tanque de exposição por duas bombas
peristálticas com taxas controladas cerca de 30 e 0,3 mL min-1, respectivamente. Durante cada
experimento, a taxa de adição da solução de analitos e água para o sistema foi feita através de
fluxo ajustado de escoamento para manter constante a concentração dos analitos do tanque, a
qual era verificada diariamente pela análise das amostras de água (100,0 mL), tomada ao
longo do fluxo, utilizando LLE (KINGSTON et al. 2000).
Os dispositivos foram suspensos no tanque de exposição por períodos fixos dentro de
condições controladas de concentração de analitos, temperatura e velocidade de agitação.
Após exposição, os dispositivos foram removidos e desmontados, e os discos Empore C18
foram levados para extração e após que foram medidas as concentrações dos analitos. Todos
os compostos foram extraídos a partir dos discos em banho ultra-som por 5 min utilizando
acetona (5,0 mL), seguido por mais 5 min em solução de acetato: 2,2,4-trimetilpentano
(10,0 mL). Os extratos foram reduzidos para 1,0 mL sob N2 e transferidos para frascos
(2,0 mL) para análise em GC/MS. Em cada caso, captação linear cinética foi mantida sob
condições constantes, para a implantação dos períodos entre 1 e 9 dias (KINGSTON et al.
2000).
Os dados de acumulação dos analitos estão ilustrados conforme Figura 20, onde o
Chemcatcher foi preenchido com disco Empore C18 como fase receptora, como membranas
polisulfona e polietileno de baixa densidade. As condições de exposição: 72 h e as
concentrações fixa dos analitos a 11º C. Em relação aos efeitos da temperatura e turbulência
da água foi verificado que um aumento em ambas as variáveis levou a um aumento na taxa de
amostragem (KINGSTON et al. 2000).
69
são relativamente polares, os amostradores foram preenchidos com membrana PES, conforme
Figura 21. A temperatura média foi 11,5ºC, dez amostras foram tomadas em local adjacente
onde os dispositivos foram implantados. Os dois biocidas foram encontrados em todas as
amostras coletadas no local durante a amostragem passiva (KINGSTON et al. 2000).
Figura 21: Concentração média ao longo do tempo de analitos orgânicos em dois sítios
marinhos.
Fonte: Kingston et al. (2000).
As massas (ng) de diuron e irgarol 1051 acumuladas na fase receptora dos três
amostradores passivos implantados por uma ou duas semanas nos dois sitos marinhos
variaram de 22,0 a 1336,1 e 4,3 a 216, 8; respectivamente (KINGSTON et al. 2000).
Schäfer et al. (2008) investigaram o desempenho do Chemcatcher utilizado para
monitorar dez pesticidas polares e semi-polares (acetoclor, alaclor, carbofurano,
clorfenvinfós, α-endossulfan, fenpropidin, linuron, oxadiazon, pirimicarb e tebuconazole) em
dezesseis riachos da Europa Central. O dispositivo foi equipado com discos SDB-XC, com
fase receptora (47 mm de diâmetro, 15,9 cm2 de área superficial) contendo poliestireno-
divinilbenzeno (PS-DVB) como sorvente. Antes de serem utilizados os discos SDB-XS foram
condicionados com: 10 mL de acetona, 10 mL de 2-propanol e 10 mL de metanol. Os discos
71
Com membrana
Tebutiuron, hexazinone, (0,10 a 0,14)
SDB-RPS 5 simazina, atrazina, diuron HPLC-MS/MS Shaw et al.
e ametrina Sem membrana (2010)
(0,22 a 0,67)
SDB-XC
SDB-XC Atrazina, carbendazim, (0,08 a 1,12)
diazinon, irgarol,
SDB-RPS 3 a 24 isoprotutron, mecoprop, SDB-RPS HPLC-MS/MS Vermeirssen et
sulfametoxazole, terbutrin (0,09 a 1,01) al. (2009)
RPS-PES e terbutilazina
RPS-PES
(0,03 a 0,13)
*SDB - Estirenodivilbenzeno
**SDB-RPS – Estirenodivilbenzeno-sulfonada
***SDB-RPD – Estirenodinvilbenzeno-sulfonada
Um dispositivo POCIS foi utilizado por Alvarez et al. (2004) para análises de
pesticidas como: atrazina, diazinon e diuron onde foram utilizadas membranas poliméricas
disponíveis comercialmente como: polietileno de baixa densidade (LDPE), polietersulfona
(PES), copolímero acrílico, celulose regenerada, polifluoreto de vinilideno (PVDF),
polipropileno hidrofílico e nylon. A membrana microporosa do POCIS atua como uma
barreira entre o adsorvente e o meio ambiente, permitindo assim a passagem dos analitos,
73
Tabela 9: Taxas de amostragem (RS) e concentração média dos analitos durante 5 a 21 dias
Membrana de PES foi utilizada como limitante de difusão. Foram feitas medidas de controle
de qualidade (CQ) e brancos de campo e de laboratório. Resumidamente os POCISs foram
desmontados e o adsorvente foi transferido para colunas cromatográficas de vidro com fluxo
por gravidade. Metanol foi utilizado para recuperar os analitos da configuração farmacêutica e
para a configuração genérica uma combinação de 1:1:8 (v/v/v) de
metanol:tolueno:diclorometano. Os extratos foram reduzidos em volume por evaporação com
rotaevaporador e sob uma suave corrente de N2, filtrado através de filtro de fibra de vidro. As
amostras de água e a configuração genérica foram analisadas por GC/MS e a para a
configuração farmacêutica LC/MS. O tipo de calibração foi linear, onde foi utilizada a
equação (3) para estimar as concentrações dos analitos na água. As concentrações no sítio
1variaram de 130 a 320 ng / POCIS e no sitio 2 de 65 a 280 ng / POCIS.
A comparação de amostragem tradicional com a amostragem passiva para compostos
químicos orgânicos polares resultou na mais abrangente lista de contaminantes químicos
determinados. Análise dos dados gerados por ambos os métodos de amostragens indicou que
o método de amostragem passiva tem vantagens sobre a amostragem tradicional. Oito
compostos químicos foram isolados a partir dos extratos no POCIS do que nas amostras de
água por amostragem tradicional. Os resíduos químicos encontrados apenas no POCIS foi
devida a permanência do amostrador no local de implantação. Compostos químicos podem
entrar no sistema aquático através de um evento episódico e tem um tempo relativamente
curto de permanência, ou seja, o composto pode sofrer degradação química/biológica, sorção
e dissipação, que pode ser perdida por tomar amostras instantâneas como acontece na
amostragem tradiconal in loco. Assim, a utilização de amostradores passivos elimina a
necessidade de realizar múltiplas amostragens. Eles são tipicamente mais fáceis de manusear,
transportar e preservar as amostras de água do que a amostragem tradiconal, que requer um
ou mais litros. Assim, o POCIS proporciona um aumento na sensibilidade do método,
simplicidade de utilização, e relevância para avaliações de riscos ecológicos que não é
facilmente obtido com os métodos tradicionais de amostragem (ALVAREZ et al. 2005).
O dispositivo POCIS foi utilizado para determinar os pesticidas: carbaril, terbutrin,
diclorvos, malachita verde, deltametrina, permetrina, cipermetrina, simazina, atrazina e irgarol
em água do mar. Foi utilizada membrana de polietersulfona (PES), e os sorventes das
configurações genérica e farmaceutica. O procedimento geral de extração foi desenvolvido
com uma mistura de acetonitrila e metanol (50:50) (v:v). Para a determinação das taxas de
amostragem dos analitos, um experimento foi desenvolvido no laboratório. Os dispositivos
POCIS foram colocados em um recipiente de vidro com capacidade de 20 L de água do mar
78
fortificada com os pesticidas na concentração final de 170 ng L-1. O experimento foi realizado
sob constante turbulência, a uma temperatura de 18ºC durante todo o período de exposição.
As análises instrumentais foram feitas com GC/MS e a obtenção dos dados realizada através
do software Chem-Station do equipamento. Na Tabela 10 encontram-se os valores das taxas
de amostragem dos analitos em dois períodos de exposição (18 e 24 dias), comparando as
duas configurações: genérica e farmacêutica (HERNANDO et al. 2005).
Sem agitação
Clorotalonil, propiconazola a, (0,202 a 0,501)
Oasis HLB 21 propiconazola b, hexazinona e fosmet GC/MS Charlestra et
Com agitação al. (2011)
(0,499 a 0,930)
Oasis HLB 21 DIA, DEA,simazina, DET, atrazina, 0,106 a 0,239 HPLC-ESI- Mazella et al.
isoproturon e metalocloro MS/MS (2010)
80
3. MATERIAIS E MÉTODO
Solventes:
Cartuchos SPE (Bond Elut – contendo 500 mg de C18 de 6mL Varian e Spe-edTM C18
APPLIED SEPARATIONS)
Discos Empore C18, 47 mm
Membrana (Polietersulfona) 47 mm Sartorius Biolab Products
Malha de nylon
Pipetadores Transferpette (R) (10 – 100 µL e 100 – 1000 µL)
Vial (2 mL)
Seringa de 10 µL (Hamilton)
Becker 1000 mL
Bastão de vidro
Funil de vidro
Bomba de vácuo
Sistema de ar comprimido
Amostradores passivos (POCIS e Chemcatcher)
O preparo das soluções foi baseado no método EPA 8270D. A partir das soluções
estoque de 2000 µg mL-1 e 1000 µg mL-1 de pesticidas, de 2000 µg mL-1 de Padrão interno e
de 4000 µg mL-1 de Surrogate preparou-se soluções diluídas de 100 µg mL-1 em diferentes
solventes: metanol, diclorometano e acetona, as quais foram armazenadas em viais âmbar. A
partir da solução 100 µg mL-1 contendo todos os pesticidas preparou-se solução a 10 µg mL-1
para obter as soluções trabalho nas seguintes concentrações, em µg mL-1: 0,2; 0,4; 0,8; 1,6 e
2,0. Ressaltando que em cada nível das soluções trabalho as concentrações de Padrão interno
e Surrogate permaneceram em 2,0 µg mL-1. Todas as soluções foram armazenadas em freezer
a -20º C, mas antes de serem utilizadas esperou-se que atingissem a temperatura ambiente
(EPA, 2008a).
Foi utilizada coluna capilar do tipo DB-5 (5% fenil metil siloxano), com 30 m de
comprimento, 0,25 mm de diâmetro e 0,25 µm de espessura de filme. O gás de arraste
utilizado foi o Hélio, com 15 psi de pressão na entrada da coluna.
84
Eluição
(15 mL de diclorometano)
Após, deixar 1min sob vácuo e passagem em
cartucho contendo lã de vidro e 3g Na2SO4
Figura 23: Fluxograma que relata as etapas para a realização da técnica SPE.
85
Foram feitas três fortificações nos níveis: 0,1 µg L-1; 0,5 µg L-1 e 1,0 µg L-1. A
fortificação foi realizada utilizando-se água purificada MilliQ e pipetando-se diferentes
alíquotas da solução de trabalho contendo os pesticidas estudados na concentração de
10,0 µg mL-1. Alíquotas de 10,0; 50,0 e 100,0 µL foram adicionadas a 1,0 L de água
purificada para as concentrações finais de 0,1; 0,5 e 1,0 µg L-1, respectivamente. As amostras
obtidas foram em seguida submetidas ao processo de extração SPE. Para validação da técnica
SPE (disco e cartucho) foram realizadas sete extrações em cada nível de fortificação para a
obtenção dos seguintes parâmetros: Seletividade, Curva analítica, Limite de Detecção (LD) e
Limite de Quantificação (LQ), Precisão e Exatidão, que foram baseadas no Guia de
Validações da EURACHEM, 1998.
3.7.1 Seletividade
A curva analítica foi feita através do uso da padronização interna. Foram preparadas
soluções de pesticidas em solvente nas concentrações 0,2 µg mL-1; 0,4 µg mL-1, 0,8 µg mL-1,
1,6 µg mL-1 e 2,0 µg mL-1 para a construção da curva analítica. A estas soluções foram
adicionados PI e SRG na concentração 2,0 µg mL-1. Cada solução foi injetada em ordem
crescente de concentração para a obtenção da curva analítica. As curvas foram obtidas
automaticamente através do programa MS Workstation do equipamento GC/MS, o qual
forneceu todos os parâmetros da curva analítica.
86
3.7.4 Precisão
A precisão foi avaliada pela injeção de 7 réplicas por nível de concentração do estudo
de linearidade. Os resultados foram expressos em % RSD.
3.7.5 Exatidão
C1 C 2
R(%) 100 (08)
C3
Onde:
C1 é a concentração determinada na amostra fortificada;
C2 é a concentração determinada na amostra não fortificada;
C3 é a concentração determinada do padrão de fortificação.
Os cálculos para a expressão dos resultados foram baseados no método EPA 8270D. A
quantificação dos compostos foi feita diretamente pelo software MS Workstation do
equipamento GC/MS, através do método do padrão interno (PI). As calibrações foram
87
efetuadas visando obter os fatores de resposta relativa dos analitos com relação ao Padrão
Interno (PI) (EPA, 2008a).
As equações (09) e (10) expressam o cálculo dos resultados do fator de resposta e da
concentração do analito.
A programação do método do padrão interno (PI) foi realizada com Acenafteno d-10 e
Naftaleno d-8 a 2,0 µg L-1 para todas as faixas de calibração. Portanto, os cálculos irão
expressar o resultado do padrão interno sempre como 2,0 µg L-1 e os outros compostos
calculados considerando isto como realidade (EPA, 2008a).
Considerando-se que o zero é forçado, a inclinação da curva representa o inverso do fator
resposta relativa. Essa consideração na construção das curvas analíticas terá apenas a
incerteza do coeficiente b (inclinação). Desta forma é recomendado o uso de zero forçado
sempre que for viável para ter-se uma menor incerteza no método analítico ao final. Na
química analítica o mais comum é que as curvas interceptem o zero, ou seja o coeficiente a
seja zero. Mesmo que em grande parte das vezes o valor de a calculado não seja zero, o
intervalo de confiança de a inclui o zero, sugerindo que trabalhar com equações de
linearização com zero forçado seja mais vantajoso. A vantagem do uso de uma equação do
tipo y = bx é que tem-se apenas a incerteza do coeficiente b, o que geralmente resulta em
menor incerteza total para o ensaio (OLIVEIRA, 2010).
88
Amostragem in loco foi realizada coletando amostras de água em frascos âmbar com
capacidade de 1,0 L. Os frascos foram colocados em caixas de isopor contendo gelo para
conservação das amostras até o transporte para o laboratório. As amostras foram analisadas no
mesmo dia de coleta. Foram coletadas amostras de água nos seguintes pontos: na Ilha do fogo
(localizada entre os Estados de Pernambuco e Bahia); orla de Petrolina; água de torneira do
SENAI – Petrolina e na lagoa de contenção da fazenda Vale das uvas. Estes pontos foram
escolhidos em função de informações recebidas no SENAI – Petrolina, como corpos hídricos
com possível contaminação por pesticidas. As coletas de água ocorreram nos períodos:
novembro de 2010 e março de 2011, onde foram contemplados 24 pontos (ABNT, 1987).
O volume de água utilizado foi 1,0 L e a concentração dos pesticidas foi de 1,0 µg L-1;
Os discos C18 foram condicionados por 15 min antes de serem colocados nos
amostradores;
A membrana PES e a malha de nylon foram condicionadas como sugerem Alvarez et
al. (2004);
Os amostradores foram então recheados e colocados nos béckers para calibração,
conforme Figura 25.
Foram feitos também experimentos sem o uso de membrana PES.
A temperatura do ambiente de exposição dos amostradores variou de 25 a 27º C.
O pH da água em torno de 7.
Os amostradores foram suspensos nos béckeres com auxílio de fio de nylon, suportes e
garras em uma orientação vertical.
Foi utilizada agitação magnética.
Figura 26: Foto da exposição em laboratório dos amostradores passivos (a) Chemcatcher e (b)
POCIS
Os discos C18 colocados nos amostradores passaram pelos seguintes processos para a
completa análise das amostras:
Secagem do disco C18 sob vácuo (10 in Hg) por 20 min;
Eluição em 15,0 mL de DCM, após deixar 1 min sob vácuo;
Concentração sob suave fluxo de ar comprimido ou N2 até 1,0 mL;
Adição de PI;
Injeção de 2,0 µL no GC/MS.
91
De acordo com informações adquiridas na fazenda vale das uvas, a lagoa recebe água
proveniente de drenos (escoamento de excesso de água de irrigação ou chuva das áreas
adjacentes), da chuva e de algumas fossas sépticas.
Os amostradores POCIS e Chemcatcher foram expostos na lagoa de contenção por 3
dias consecutivos suspensos numa haste de madeira, em uma orientação vertical e
profundidade de 50 cm, conforme Figura 27. A configuração dos amostradores foi a seguinte:
utilizou-se malha de nylon e disco C18 em ambos os amostradores, em triplicata. Os mesmos
foram montados e colocados em frasco de vidro contendo água destilada até o momento da
exposição. Após a exposição os amostradores foram colocados num frasco de vidro e
adicionou-se a água da lagoa e o mesmo foi colocado numa caixa de isopor contendo gelo até
o transporte para o laboratório. No laboratório os amostradores foram desmontados e os
discos C18 foram analisados segundo a metodologia do item 3.11.1. A exposição foi baseada
nos experimentos de Kingston et al. (2000).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A otimização foi baseada no método EPA 8270C. Foi preparada solução a 10 µg mL-1
composta por 37 pesticidas, Acenafteno-D10 e Naftaleno-D8 como (PI) e Nitrobenzeno-D5 e
2-Fluorobifenil como (SRG) e injetado um volume de 1,0 µL. A Tabela 14 apresenta os
nomes dos compostos, tempo de retenção (tr em min) e os principais íons monitorados.
Tabela 15: Equações das curvas analíticas e respectivos coeficientes de correlação (r)
Nomes dos compostos Equação r
1. O,O,O Trietilfosforato y = 0,6949x 0,99688
2. Carbofurano y = 0,2889x 0,99706
3. Carbaril y = 0,2815x 0,99788
4. Tionazin y = 0,4841x 0,99109
5. Sulfotep y = 0,4571x 0,99878
6. Forato y = 0,4689x 0,99917
7. 1BHC y = 0,5975x 0,99957
8. 2BHC y = 0,6118x 0,99960
9. 3BHC y = 0,5004x 0,99948
10. Terbufos y = 1,3388x 0,99863
11. Disulfoton y = 0,4432x 0,99942
12. 4BHC y = 0,2811x 0,99869
13. Metil Paration y = 06651x 0,99216
14. Heptachloro y = 0,1709x 0,99780
15. Aldrin y = 0,1286x 0,99955
16. Fenthion y = 06875x 0,99910
17. Paration y = 0,2586x 0,99803
18. Hepcloro epóxido y = 0,1855x 0,99912
19. 1Clordano y = 0,4321x 0,99975
20. 2Clordano y = 0,2745x 0,99939
21. 4,4DDE y = 0,6370x 0,99944
22. Dieldrin y = 0,0781x 0,99944
23.Endrin y = 0,1296x 0,99943
24. Endosulfan y = 0,0737x 0,99990
25. 4,4DDD y = 0,7140x 0,99970
26. Endrin Aldeído y = 0,1485x 0,99949
27. Carbofenotion y = 0,3798x 0,99488
28. Endosulfan Sulfato y = 0,1002x 0,99041
29. 4,4DDT y = 1,1710x 0,99748
30. Endrin Cetona y = 0,0943x 0,99217
31. Metoxicloro y = 1,0841x 0,99121
32. Leptofos y = 0,3961x 0,99218
94
onde 10 pesticidas foram recuperados apenas no nível de concentração 0,5 µg L-1 . Além dos
valores mais baixos de LD e LQ obtidos para disco.
Tabela 18: Quantidade de cada analito (M) extraída do amostrador passivo POCIS em
diferentes configurações e tempos de exposição
Sem
membrana Com membrana (PES) Com malha de nylon
Nome dos compostos ou malha
3 dias (com 3 dias (sem 3 dias (com
1 dia 1 dia renovação de 1 dia renovação de renovação de
(µg) (µg) água) (µg) (µg) água (µg) água (µg)
1. O,O,O Trietilfosforato 0,173 (0,005) 0,030 (0,004) 0,056 (0,035) 0,140 (0,010) 0,250 (0,010) 0,270 (0,010)
2. Carbofurano 0,230 (0,017) < 0,051 0,080 (0,036) 0,230 (0,043) 0,497 (0,021) 0,560 (0,014)
3. Carbaril 0,206 (0,040) 0,069 (0,016) 0,045 (0,021) 0,128 (0,017) 0,380 (0,026) 0,430 (0,013)
4. Tionazin 0,300 (0,103) < 0,025 0,060 (0,027) 0,217 (0,020) 0,700 (0,030) 0,712 (0,022)
5. Sulfotep 0,417 (0,185) < 0,046 0,051 (0,015) 0,223 (0,025) 0,677 (0,025) 0,755 (0,014)
6. 1BHC 0,337 (0,058) 0,020 (0,008) 0,140 (0,037) 0,260 (0,052) 0,597 (0,005) 0,770 (0,027)
7. 2BHC 0,383 (0,041) < 0,016 0,147 0,012) 0,307 (0,040) 0,627 (0,025) 0,635 (0,013)
8. 3BHC 0,410 (0,085) 0,040 (0,003) 0,250 (0,031) 0,316 (0,021) 0,763 (0,015) 0,840 (0,021)
9. Terbufos 0,203 (0,070) < 0,018 < 0,018 0,117 (0,015) 0,317 (0,015) 0,380 (0,014)
10. Disulfoton 0,128 (0,020) < 0,032 < 0,032 0,112 (0,015) 0,340 (0,010) 0,385 (0,015)
11. 4BHC 0,657 (0,287) < 0,045 0,126 (,004) 0,333 (0,011) 0,843 (0,040) 1,355 (0,016)
12. Metil Paration 0,693 (0,085) < 0,011 < 0,011 0,227 (0,005) 0,750 (0,010) 2,390 (0,011)
13. Heptacloro 0,105 (0,030) < 0,031 < 0,031 0,117 (0,021) 0,202 (0,010) 0,230 (0,010)
14. Fention 0,220 (0,050) < 0,027 < 0,027 0,173 (0,006) 0,527 (0,021) 0,535 (0,014)
15. Paration 0,553 (0,095) < 0,050 < 0,050 0,213 (0,030) 0,807 (0,015) 1,995 (0,015)
16. Hepcloro epóxido 0,223 (0,111) < 0,026 0,063 (0,041) 0,247 (0,011) 0,651 (0,014) 0,680 (0,026)
17. 1Clordano 0,123 (0,032) < 0,033 < 0,033 0,116 (0,010) 0,243 (0,021) 0,265 (0,023)
18. 2Clordano 0,126 (0,038) < 0,023 < 0,023 0,123 (0,032) 0,317 (0,020) 0,345 (0,029)
19. 4,4DDE 0,132 (0,032) < 0,035 < 0,035 0,121 (0,015) 0,267 (0,021) 0,275 (0,011)
20. Dieldrin 0,347 (0,056) < 0,034 0,070 (0,022) 0,277 (0,025) 0,720 (0,020) 0,790 (0,029)
21.Endrin 0,290 (0,075) < 0,021 < 0,021 0,300 (0,030) 0,733 (0,025) 0,895 (0,003)
22. Endosulfan 0,360 (0,050) < 0,018 0,076 (0,015) 0,287 (0,011) 0,773 (0,014) 0,805 (0,005)
23. 4,4DDD 0,133 (0,051) < 0,020 < 0,020 0,170 (0,010) 0,523 (0,026) 0,600 (0,001)
24. Endrin Aldeído 0,283 (0,065) < 0,008 0,154 (0,030) 0,287 (0,011) 0,737 (0,027) 0,815 (0,033)
25. Carbofenotion 0,260 (0,020) < 0,038 < 0,038 0,170 (0,020) 0,510 (0,036) 0,540 (0,012)
26. Endosulfan Sulfato 0,373 (0,188) < 0,096 < 0,096 0,323 (0,025) 0,713 (0,047) 2,140 (0,017)
27. 4,4DDT 0,170 (0,060) < 0,030 < 0,030 0,103 (0,010) 0,326 (0,011) 0,351 (0,023)
28. Endrin Cetona 0,320 (0,056) < 0,042 0,142 (0,026) 0,220 (0,026) 0,740 (0,032) 0,790 (0,014)
29. Metoxicloro 0,370 (0,140) < 0,022 0,058 (0,027) 0,160 (0,026) 0,480 (0,030) 1,545 (0,011)
30. Leptofos 0,193 (0,045) < 0,042 0,080 (0,035) 0,168 (0,021) 0,463 (0,025) 1,490 (0,017)
Valores entre parênteses = desvio padrão
101
Tabela 19: Quantidade de cada analito (M) extraída do amostrador passivo Chemcatcher em
diferentes configurações e tempos de exposição
Sem
membrana Com membrana (PES) Com malha de nylon
Nome dos compostos ou malha
3 dias (com 3 dias (sem 3 dias (com
1 dia 1 dia renovação de 1 dia renovação de renovação de
(µg) (µg) água) (µg) (µg) água (µg) água (µg)
1. O,O,O Trietilfosforato 0,173 (0,006) < 0,030 0,053 (0,030) 0,103 (0,006) 0,260 (0,010) 0,277 (0,006)
2. Carbofurano 0,213 (0,038) < 0,051 0,060 (0,010) 0,173 (0,011) 0,298 (0,015) 0,337 (0,011)
3. Carbaril 0,193 (0,006) 0,050 (0,002) 0,030(0,026) 0,130 (0,010) 0,223 (0,015) 0,250 (0,020)
4. Tionazin 0,347 (0,091) < 0,025 0,043 (0,015) 0,177 (0,006) 0,397 (0,021) 0,593 (0,035)
5. Sulfotep 0,483 (0,083) < 0,046 0,048 (0,015) 0,207 (0,006) 0,650 (0,036) 0,757 (0,057)
6. 1BHC 0,323 (0,055) 0,015 (0,005) 0,123 (0,016) 0,250 (0,010) 0,490 (0,026) 0,513 (0,035)
7. 2BHC 0,307 (0,047) < 0,016 0,073 (0,021) 0,240 (0,035) 0,497 (0,020) 0,550 (0,030)
8. 3BHC 0,383 (0,073) 0,020 (0,000) 0,120 (0,026) 0,247 (0,006) 0,513 (0,025) 0,627 (0,030)
9. Terbufos 0,273 (0,078) < 0,018 < 0,018 0,120 (0,001) 0,308 (0,015) 0,403 (0,032)
10. Disulfoton 0,121 (0,007) < 0,032 < 0,032 0,108 (0,006) 0,237 (0,015) 0,273 (0,015)
11. 4BHC 0,610 (0,303) < 0,045 0,100 (0,020) 0,247 (0,025) 0,627 (0,025) 1,623 (0,629)
12. Metil Paration 0,757 (0,006) < 0,011 < 0,011 0,170 (0,010) 0,707 (0,015) 2,863 (0,064)
13. Heptacloro 0,100 (0,021) < 0,031 < 0,031 0,105 (0,026) 0,193 (0,015) 0,223 (0,053)
14. Fention 0,127 (0,043) < 0,027 < 0,027 0,123 (0,025) 0,213 (0,011) 0,247 (0,025)
15. Paration 0,317 (0,120) < 0,050 < 0,050 0,171 (0,020) 0,397 (0,015) 2,657 (0,025)
16. Hepcloro epóxido 0,237 (0,090) < 0,026 0,077 (0,015) 0,227 (0,021) 0,374 (0,021) 0,395 (0,036)
17. 1Clordano 0,115 (0,032) < 0,033 < 0,033 0,114 (0,006) 0,228 (0,015) 0,287 (0,025)
18. 2Clordano 0,107 (0,038) < 0,023 < 0,023 0,113 (0,011) 0,207 (0,021) 0,240 (0,010)
19. 4,4DDE 0,123 (0,029) < 0,035 < 0,035 0,122 (0,000) 0,248 (0,015) 0,285 (0,035)
20. Dieldrin 0,353 (0,061) < 0,034 0,071 (0,025) 0,203 (0,015) 0,698 (0,021) 0,807 (0,038)
21.Endrin 0,303 (0,015) < 0,021 0,073 (0,015) 0,243 (0,015) 0,560 (0,020) 0,633 (0,025)
22. Endosulfan 0,377 (0,081) < 0,018 < 0,018 0,200 (0,017) 0,664 (0,010) 0,727 (0,038)
23. 4,4DDD 0,183 (0,075) < 0,020 < 0,020 0,123 (0,006) 0,247 (0,015) 0,277 (0,015)
24. Endrin Aldeído 0,227 (0,057) < 0,008 0,127 (0,015) 0,200 (0,0170 0,371 (0,015) 0,413 (0,047)
25. Carbofenotion 0,133 (0,017) < 0,038 < 0,038 0,131 (0,011) 0,567 (0,015) 0,623 (0,049)
26. Endosulfan Sulfato 0,423 (0,146) < 0,096 0,099 (0,010) 0,326 (0,017) 0,921 (0,020) 1,987 (0,025)
27. 4,4DDT 0,200 (0,079) < 0,030 < 0,030 0,101 (0,000) 0,357 (0,021) 0,443 (0,040)
28. Endrin Cetona 0,310 (0,036) < 0,042 0,117 (0,020) 0,147 (0,015) 0,437 (0,032) 0,472 (0,020)
29. Metoxicloro 0,383 (0,522) < 0,022 < 0,022 0,093 (0,006) 0,287 (0,030) 2,710 (0,056)
30. Leptofos 0,237 (0,015) < 0,042 < 0,042 0,154 (0,006) 0,391 (0,020) 1,237 (0,045)
Valores entre parênteses = desvio padrão
A Tabela 20 mostra os valores das taxas de amostragem para o dispositivo POCIS que
variaram de acordo com o tempo de exposição: para 1 dia, sem membrana 0,105 L dia-1 a
0,693 L dia-1, com membrana PES < 0,008 a 0,069 L dia-1, com malha de nylon 0,103 L dia-1
a 0,333 L dia-1, para 3 dias com renovação de água com membrana PES < 0,011 a
0,083 L dia-1, com malha de nylon 0,077 L dia-1 a 0,797 L dia-1 e durante três dias sem
renovação de água com malha de nylon 0,067 L dia-1 a 0,28 L dia-1.
Na Tabela 21 os valores das taxas de amostragem para o dispositvo Chemcatcher
variaram de: para 1 dia, sem membrana 0,100 L dia-1 a 0,757 L dia-1, com membrana PES
< 0,008 a 0,050 L dia-1, com malha de nylon 0,093 L dia-1 a 0,326 L dia-1, para 3 dias com
renovação de água com membrana PES < 0,011 a 0,041 L dia-1, com malha de nylon
102
0,074 L dia-1 a 0,954 L dia-1 e durante três dias sem renovação de água com malha de nylon
0,064 L dia-1 a 0,307 L dia-1.
Tabela 20: Taxas de amostragem (Rs) dos analitos usando o amostrador passivo POCIS
Sem
membrana Com membrana (PES) Com malha de nylon
ou malha
Nome dos compostos 3 dias (com 3 dias (sem 3 dias (com
1 dia 1 dia renovação de 1 dia renovação de renovação de
(L dia-1) (L dia-1) água) (L dia-1) água (L dia-1) água (L dia-1)
(L dia-1)
1. O,O,O Trietilfosforato 0,173 (0,005) 0,030 (0,004) 0,019 (0,035) 0,140 (0,010) 0,083 (0,010) 0,090 (0,010)
2. Carbofurano 0,230 (0,017) < 0,051 0,027 (0,036) 0,230 (0,043) 0,166 (0,021) 0,187 (0,014)
3. Carbaril 0,206 (0,040) 0,069 (0,016) 0,015 (0,021) 0,128 (0,017) 0,127 (0,026) 0,143 (0,013)
4. Tionazin 0,300 (0,103) < 0,025 0,020 (0,027) 0,217 (0,020) 0,233 (0,030) 0,237 (0,022)
5. Sulfotep 0,417 (0,185) < 0,046 0,015 (0,015) 0,223 (0,025) 0,226 (0,025) 0,252 (0,014)
6. 1BHC 0,337 (0,058) 0,020 (0,008) 0,047 (0,037) 0,260 (0,052) 0,199 (0,005) 0,257 (0,027)
7. 2BHC 0,383 (0,041) < 0,016 0,049 0,012) 0,307 (0,040) 0,209 (0,025) 0,212 (0,013)
8. 3BHC 0,410 (0,085) 0,040 (0,003) 0,083 (0,031) 0,316 (0,021) 0,254 (0,015) 0,280 (0,021)
9. Terbufos 0,203 (0,070) < 0,018 < 0,018 0,117 (0,015) 0,106 (0,015) 0,127 (0,014)
10. Disulfoton 0,128 (0,020) < 0,032 < 0,032 0,112 (0,015) 0,113 (0,010) 0,128 (0,015)
11. 4BHC 0,657 (0,287) < 0,045 0,042 (,004) 0,333 (0,011) 0,281 (0,040) 0,452 (0,016)
12. Metil Paration 0,693 (0,085) < 0,011 < 0,011 0,227 (0,005) 0,250 (0,010) 0,797 (0,011)
13. Heptacloro 0,105 (0,030) < 0,031 < 0,031 0,117 (0,021) 0,067 (0,010) 0,077 (0,010)
14. Fenthion 0,220 (0,050) < 0,027 < 0,027 0,173 (0,006) 0,176 (0,021) 0,178 (0,014)
15. Paration 0,553 (0,095) < 0,050 < 0,050 0,213 (0,030) 0,269 (0,015) 0,665 (0,015)
16. Hepcloro epóxido 0,223 (0,111) < 0,026 0,021 (0,041) 0,247 (0,011) 0,217 (0,014) 0,227 (0,026)
17. 1Clordano 0,123 (0,032) < 0,033 < 0,033 0,116 (0,010) 0,081 (0,021) 0,088 (0,023)
18. 2Clordano 0,126 (0,038) < 0,023 < 0,023 0,123 (0,032) 0,106 (0,020) 0,115 (0,029)
19. 4,4DDE 0,132 (0,032) < 0,035 < 0,035 0,121 (0,015) 0,089 (0,021) 0,092 (0,011)
20. Dieldrin 0,347 (0,056) < 0,034 0,023 (0,022) 0,277 (0,025) 0,240 (0,020) 0,263 (0,029)
21.Endrin 0,290 (0,075) < 0,021 < 0,021 0,300 (0,030) 0,244 (0,025) 0,288 (0,003)
22. Endosulfan 0,360 (0,050) < 0,018 0,025 (0,015) 0,287 (0,011) 0,258 (0,014) 0,268 (0,005)
23. 4,4DDD 0,133 (0,051) < 0,020 < 0,020 0,170 (0,010) 0,174 (0,026) 0,200 (0,001)
24. Endrin Aldeído 0,283 (0,065) < 0,008 0,051 (0,030) 0,287 (0,011) 0,246 (0,027) 0,272 (0,033)
25. Carbofenotion 0,260 (0,020) < 0,038 < 0,038 0,170 (0,020) 0,170 (0,036) 0,180 (0,012)
26. Endosulfan Sulfato 0,373 (0,188) < 0,096 < 0,096 0,323 (0,025) 0,238 (0,047) 0,713 (0,017)
27. 4,4DDT 0,170 (0,060) < 0,030 < 0,030 0,103 (0,010) 0,109 (0,011) 0,117 (0,023)
28. Endrin Cetona 0,320 (0,056) < 0,042 0,047 (0,026) 0,220 (0,026) 0,247 (0,032) 0,263 (0,014)
29. Metoxicloro 0,370 (0,140) < 0,022 0,019 (0,027) 0,160 (0,026) 0,160 (0,030) 0,515 (0,011)
30. Leptophos 0,193 (0,045) < 0,042 0,027 (0,035) 0,168 (0,021) 0,154 (0,025) 0,497 (0,017)
Valores entre parênteses = desvio padrão
Tanto com o amostrador POCIS como com o Chemcatcher, os melhores valores (mais
altos) das taxas de amostragem foram obtidos sem uso de membrana PES ou malha de nylon.
O uso de membrana PES não foi favorável para ambos os amostradores POCIS e
Chemcatcher, pois muitos pesticidas durante 1 dia não foram captados e durante 3 dias, com
renovação de água, apenas 7 pesticidas para o POCIS e 5 para o Chemcatcher. Além disso, os
pesticidas captados mostraram taxas de amostragem bem baixas. Alvarez et al. (2004)
testaram sete tipos de membranas (PES, copolímero acrílico, celulose, PVDF, polipropileno
hidrofílico, nylon e polietileno) com o amostrador passivo POCIS por um período de 1 a 7
103
dias. Três membranas apresentaram bons desempenhos, que foram PES, polipropileno
hidrofílico e nylon. Segundo Cal et al. (2008) o dispositivo Chemcatcher foi testado com duas
membranas diferentes (PES e LDPE) e sem membrana. Os resultados obtidos como esperado
ocorreu nos discos sem revestimento de membrana (2,7 a 56 ng), com a utilização da
membrana LDPE (1,0 a 29 ng) e com a membrana PES (0,3 a 2,7 ng). No entanto, a utilização
da membrana é obrigatória, a fim de evitar deterioração da fase de recepção no ambiente
aquoso, especialmente devido à incrustação.
Quanto a exposição com malha de nylon por 1 dia, os valores das taxas de amostragem
são em geral bem próximos dos da configuração que não usa a membrana, para ambos os
amostradores. Com 3 dias de exposição, sem e com renovação de água, a maioria dos valores
das taxas apresentam baixas variações. Com 3 dias de exposição e com renovação de água, as
taxas de amostragem para os pesticidas 4BHC, metil-paration, paration, endosulfan sulfato,
metoxicloro e leptofós apresentaram significativo aumento para ambos os amostradores
passivos. Essas oscilações nos valores das taxas de amostragem se devem a fatores como:
variação de temperatura, turbulência, umidade relativa do ar (30 a 60%) e a propriedades
moleculares destes compostos, pois houve troca da solução aquosa dos pesticidas (com
renovação de água). Charlestra et al. (2012) também encontraram valores com aumento
significativo nas taxas de amostragem para cinco pesticidas (clorotalonil, propiconazola a,
propiconaloza b e hexazinona e fosmet ) devido a velocidade de fluxo e turbulência. As
variações das taxas de amostragem (L dia-1) para os pesticidas: clorotalonil foi de 0,348 a
0,764, propiconazola a de 0,447 a 0, 579, propiconazola b de 0,202 a 0,747, hexazinoa de
0,361 a 0,530 e fosmet de 0,501 a 0,930.
104
Tabela 21: Taxas de amostragem (Rs) dos analitos usando o amostrador passivo Chemcatcher
Sem
membrana Com membrana (PES) Com malha de nylon
ou malha
Nome dos compostos 3 dias (com 3 dias (sem 3 dias (com
1 dia 1 dia renovação de 1 dia renovação de renovação de
(L dia-1) (L dia-1) água) (L dia-1) água (L dia-1) água (L dia-1)
(L dia-1)
1. O,O,O Trietilfosforato 0,173 (0,006) < 0,030 0,018 (0,030) 0,103 (0,006) 0,086 (0,010) 0,092 (0,006)
2. Carbofurano 0,213 (0,038) < 0,051 0,020 (0,010) 0,173 (0,011) 0,099 (0,015) 0,112 (0,011)
3. Carbaril 0,193 (0,006) 0,050 (0,002) 0,010 (0,026) 0,130 (0,010) 0,074 (0,015) 0,083 (0,020)
4. Tionazin 0,347 (0,091) < 0,025 0,014 (0,015) 0,177 (0,006) 0,132 (0,021) 0,198 (0,035)
5. Sulfotep 0,483 (0,083) < 0,046 0,012 (0,015) 0,207 (0,006) 0,217 (0,036) 0,252 (0,057)
6. 1BHC 0,323 (0,055) 0,015 (0,005) 0,041 (0,016) 0,250 (0,010) 0,163 (0,026) 0,171 (0,035)
7. 2BHC 0,307 (0,047) < 0,016 0,024 (0,021) 0,240 (0,035) 0,166 (0,020) 0,183 (0,030)
8. 3BHC 0,383 (0,073) 0,020 (0,000) 0,040 (0,026) 0,247 (0,006) 0,171 (0,025) 0,209 (0,030)
9. Terbufos 0,273 (0,078) < 0,018 < 0,018 0,120 (0,001) 0,102 (0,015) 0,134 (0,032)
10. Disulfoton 0,121 (0,007) < 0,032 < 0,032 0,108 (0,006) 0,079 (0,015) 0,091 (0,015)
11. 4BHC 0,610 (0,303) < 0,045 0,033 (0,020) 0,247 (0,025) 0,209 (0,025) 0,541 (0,629)
12. Metil Paration 0,757 (0,006) < 0,011 < 0,011 0,170 (0,010) 0,236 (0,015) 0,954 (0,064)
13. Heptacloro 0,100 (0,021) < 0,031 < 0,031 0,105 (0,026) 0,064 (0,015) 0,074 (0,053)
14. Fenthion 0,127 (0,020) < 0,027 < 0,027 0,123 (0,038) 0,071 (0,011) 0,082 (0,025)
15. Paration 0,317 (0,120) < 0,050 < 0,050 0,171 (0,020) 0,132 (0,015) 0,886 (0,025)
16. Hepcloro epóxido 0,237 (0,090) < 0,026 0,024 (0,015) 0,227 (0,021) 0,125 (0,021) 0,132 (0,036)
17. 1Clordano 0,115 (0,032) < 0,033 < 0,033 0,114 (0,006) 0,076 (0,015) 0,096 (0,025)
18. 2Clordano 0,107 (0,038) < 0,023 < 0,023 0,113 (0,011) 0,069 (0,021) 0,080 (0,010)
19. 4,4DDE 0,123 (0,029) < 0,035 < 0,035 0,122 (0,000) 0,083 (0,015) 0,095 (0,035)
20. Dieldrin 0,353 (0,061) < 0,034 0,023 (0,025) 0,203 (0,015) 0,233 (0,021) 0,269 (0,038)
21.Endrin 0,303 (0,015) < 0,021 0,024 (0,015) 0,243 (0,015) 0,187 (0,020) 0,211 (0,025)
22. Endosulfan 0,377 (0,081) < 0,018 < 0,018 0,200 (0,017) 0,221 (0,010) 0,242 (0,038)
23. 4,4DDD 0,183 (0,075) < 0,020 < 0,020 0,123 (0,006) 0,082 (0,015) 0,092 (0,015)
24. Endrin Aldeído 0,227 (0,057) < 0,008 0,042 (0,015) 0,200 (0,017) 0,124 (0,015) 0,138 (0,047)
25. Carbofenotion 0,133 (0,017) < 0,038 < 0,038 0,131 (0,011) 0,189 (0,015) 0,208 (0,049)
26. Endosulfan Sulfato 0,423 (0,146) < 0,096 0,033 (0,010) 0,326 (0,017) 0,307 (0,020) 0,662 (0,025)
27. 4,4DDT 0,200 (0,079) < 0,030 < 0,030 0,101 (0,000) 0,119 (0,021) 0,148 (0,040)
28. Endrin Cetona 0,310 (0,036) < 0,042 0,039 (0,020) 0,147 (0,000) 0,146 (0,021) 0,157 (0,020)
29. Metoxicloro 0,383 (0,522) < 0,022 < 0,022 0,093 (0,006) 0,096 (0,030) 0,903 (0,056)
30. Leptophos 0,237 (0,015) < 0,042 < 0,042 0,154 (0,006) 0,130 (0,020) 0,412 (0,045)
Valores entre parênteses = desvio padrão
Foram feitos os cálculos das taxas de amostragem teóricas (Rs) visando comparar com
os dados obtidos na calibração em laboratório. As taxas de amostragem teóricas (Rs) foram
calculadas segundo a Equação (4) onde D é o coeficiente de difusão molecular do
composto/pesticida na água, A é a área de difusão e L o caminho de difusão, ou seja, a
espessura do disco C18 no amostrador passivo. As áreas transversais para os dois tipos de
amostrador passivo foram calculadas com base na Figura 11 (item 2.8.2) para o amostrador
passivo POCIS e na Figura 24 (item 3.10) para o Chemcatcher. Os valores encontrados foram
respectivamente 10 e 14 cm2. Vale ressaltar que pelo desenho do amostrador passivo POCIS
esta área foi considerada em dobro para o cálculo da taxa de amostragem. A Tabela 22 mostra
os valores encontrados, bem como os dados dos coeficientes de difusão molecular dos
analitos na água a 25º C obtidos em GSI Environmental (2012).
Comparando os dados de Rs obtidos no laboratório neste trabalho e aqueles
encontrados na literatura, na configuração sem membrana, observa-se que eles mostram-se
bastante semalhantes. No entanto, existe a necessidade do uso de membrana ou malha quando
da exposição em um corpo hídrico para funcionar.
Assim, a configuração do amostrador passivo com uso de malha de nylon foi escolhida
para a aplicação do dispositivo no meio ambiente (lagoa), pois as taxas de amostragem (Rs),
determinadas mostram-se adequadas para o uso de amostradores passivos POCIS e
Chemcatcher para a captação dos pesticidas estudados.
Mesmo com as diferenças no desenho dos dois modelos de amostradores passivos
usados, as taxas de amostragem para os diferentes compostos analisados encontradas foram
bem próximas para ambos os modelos. O tipo de amostrador POCIS mostrou uma capacidade
de amostragem apenas 1,4 vezes mais alta do que o Chemcatcher, comparando os dados da
Tabela 22.
106
Tabela 22: Taxas de amostragem (Rs) teóricas dos analitos usando os amostradores passivos
POCIS e Chemcatcher
Tabela 23: Simulação da massa de cada analito captado por dia pelos amostradores passivos POCIS e Chemcatcher e previsão do tempo de
exposição adequado considerando-se um ambiente aquático contaminado ao nível do LQ do método.
Durante a exposição dos amostradores na lagoa de contenção Vale das uvas foram
feitas coletas paralelas de 1,0 L de água para o acompanhamento das concentrações dos
pesticidas durante os três dias de exposição. As análises de água na lagoa confirmaram mais
uma vez que nenhum pesticida foi detectado.
Foram implantados por três dias, três amostradores passivos POCIS e Chemcatcher de
cada tipo totalizando nove. Como membrana protetora da fase sólida (C18) foi utilizada a
membrana de nylon. Nenhum pesticida foi detectado em ambos os amostradores na
implantação dos dispositivos passivos na lagoa de contenção durante os três dias de
exposição.
Os resultados da implantação dos amostradores passivos POCIS e Chemcatcher
confirmaram a não detecção dos pesticidas. Análises de pesticidas em água devida as baixas
concentrações são muito sujeitas a contaminações cruzadas, que podem ocorrem: entre
padrões de calibração e amostras; entre amostras diferentes; durante o preparo das amostras;
ou no aparelho e a falsos detectados devido a espectros semelhantes de interferentes nos
cromatogramas. Desta forma, é comum que se obtenham falsos positivos se não tem os
devidos cuidados como: usar padrões em baixas concentrações e rigor na captura e verificação
dos espectros. Apesar de não ter detectado nenhum pesticida, a calibração no laboratório dos
amostradores passivos serviu para verificar a eficácia do uso destes dispositivos como
alternativa para a análise de pesticidas em água. A implantação dos amostradores confirmou
que os amostradores têm bons desempenhos, portanto, podem ser utilizados como
amostradores passivos para pesticidas em ambientes aquáticos.
110
5. CONCLUSÕES
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