Cartografia

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O que é cartografia?

A cartografia é a ciência que se dedica à representação do espaço geográfico por meio do


estudo, análise e confecção de cartas ou mapas. Os seus produtos, entretanto, não se limitam
aos mapas: plantas, croquis e o globo terrestre são outros resultados diretos da aplicação dos
conhecimentos cartográficos.

Essa ciência utiliza-se de uma série de técnicas para que seja possível a reprodução do espaço,
de parcelas do espaço ou, ainda, de alguns de seus aspectos em uma escala reduzida e da
forma mais acurada possível. A cartografia é associada ainda à arte, emprestando dela
algumas técnicas.

A definição de cartografia que se tem hoje foi estabelecida, no ano de 1996, pela Associação
Cartográfica Internacional (AIC), sendo a mais aceita e amplamente utilizada.

Para que serve a cartografia?

Muitas utilidades podem ser atribuídas à cartografia e aos seus produtos.

A primeira delas é a localização de um determinado referencial na superfície terrestre, desde


áreas das mais extensas, como continentes e países, até pontos específicos de um determinado
lugar, como um bairro ou uma residência. Associado a isso, a cartografia serve ainda para
a orientação no espaço e para auxiliar nos deslocamentos, o que é feito com a utilização de
mapas e bússolas ou GPS.

Por meio das técnicas cartográficas, cria-se uma série de produtos que nos auxiliam no estudo
e compreensão de várias características do espaço físico, como:

 relevo

 hidrografia

 climas

 distribuição dos tipos de solo

 localização e limites dos biomas etc.

A cartografia permite também a espacialização de informações geográficas úteis para tomadas


de decisões na esfera política, gestão e planejamento e para o desenvolvimento de estratégias
de caráter político, social ou econômico. Para tal, são utilizados os mapas:

 políticos

 populacionais

 de redes de transporte

 econômicos

 de uso da terra, e de uma variedade de outros temas

História da cartografia

A necessidade de conhecer, em detalhes, o espaço onde se habita, seja para a exploração e


ocupação da superfície, seja para a proteção, unida da curiosidade inerente ao ser humano, fez
com que tenhamos registros de mapas muito antigos, datando de milênios antes da era atual.
O mapa de Ga-Sur é um dos mais antigos a serem catalogados (entre 4500 a.C. e 2500 a.C.),
produzido pelos babilônios e encontrado onde ficava o território da Mesopotâmia.

Outras representações tão antigas quanto foram encontradas em ilhas do Pacífico e na Ásia.
No entanto, pode-se afirmar que esses não são os únicos e que mapas ainda mais antigos
existam em outras regiões do planeta.

Os conhecimentos desenvolvidos na Grécia Antiga possuem papel fundamental na


estruturação da ciência cartográfica, com nomes como Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.) e
Eratóstenes de Cirene (276-196 a.C.). Atribui-se a maior contribuição a Claudio Ptolomeu (90-
186 d.C.), autor da obra Geografia, dividida em oito volumes, nos quais há a explanação de
conceitos empregados atualmente, como projeções cartográficas, e um dos primeiros atlas de
que se tem conhecimento.

O período das grandes navegações representou significativo avanço para a cartografia, tendo
em vista a necessidade de mapas cada vez mais detalhados e precisos para a navegação.
Destaca-se, no período, a obra de Gerhard Mercator (1512-1594).

O mapa-múndi de Mercator, publicado em 1569, retrata os paralelos e meridianos em linha


reta e formando ângulos de 90º entre si, feitos por uma projeção cilíndrica. Não obstante as
distorções em áreas mais afastadas da Linha do Equador, a projeção de Mercator é hoje uma
das mais utilizadas para a confecção de mapas.

Cartografia contemporânea

A partir do século XX, as técnicas empregadas para a confecção de mapas e outros produtos
cartográficos experimentaram avanço substancial. Isso se deveu principalmente
à aerofotogrametria, que consiste na captura de imagens da superfície terrestre por meio de
uma câmera acoplada a uma aeronave ou balão. Essa técnica de captação surgiu ainda no
início do século e aperfeiçoou-se durante as duas Guerras Mundiais.

Pode-se considerar o advento da aerofotogrametria uma das técnicas iniciais


do sensoriamento remoto. O desenvolvimento de satélites, em meados do século XX, e o
aprimoramento dos seus sensores com o passar do tempo representam outro marco na
cartografia, permitindo não somente a captação cada vez mais detalhada de imagens da
superfície terrestre ou de parte dela como ainda a coleta de informações diversas da localidade
visada, como cobertura vegetal, temperatura da superfície e presença de fumaça ou nuvens.

A modernização do conjunto de técnicas do sensoriamento remoto no decorrer dos anos,


sobretudo a partir do final do século XX, garante maior precisão no estudo e análise de
informações bem como a composição de cartas e de mapas por meio do emprego das
ferramentas de geoprocessamento, que incluem programas de edição, análise e
processamento de dados espaciais, como o ArcGIS.

O geoprocessamento compõe um quadro maior de geotecnologias que chamamos de Sistemas


de Informação Geográfica (SIG). Os SIGs, por sua vez, consistem em uma série de
equipamentos e softwares utilizados para a coleta e processamento de dados e imagens,
podendo ter diversas finalidades de acordo com o usuário, como pesquisadores, estudantes,
gestores e ONGs.
O Sistema de Posicionamento Global, ou GPS, parte dos SIGs, é outro instrumento de extrema
importância para a cartografia contemporânea e tem se tornado cada vez mais parte do nosso
cotidiano.

Acesse também: Qual é a diferença entre cidade e município?

Tipos de cartografia

A cartografia pode ser dividida em duas grandes áreas:

 Cartografia sistemática: ramo da cartografia dedicado à representação das


características físicas da superfície terrestre, e por essa razão é também chamada de
cartografia topográfica. As informações representadas são de caráter genérico e, por
isso, duradouras no tempo, sendo coletadas e replicadas por meio de técnicas
específicas.

 Cartografia temática: ramo da cartografia dedicado à produção de mapas com base


em informações geográficas diversas, não se restringindo às dimensões físicas de uma
área. Seus produtos indicam a ocorrência espacial de fenômenos específicos, como
econômicos, sociais, demográficos e mesmo naturais. Por essa razão, recebe o nome
também de cartografia geográfica.

Conceitos de cartografia

 Coordenadas geográficas: são valores numéricos que indicam a localização de um


objeto ou ponto qualquer na superfície terrestre. São definidas com base nos valores
de latitude e longitude, indicadas, respectivamente, pelos paralelos e meridianos.

 Projeção cartográfica: são representações da Terra em uma superfície plana. Para isso,
baseiam-se em uma rede composta por linhas imaginárias horizontais e verticais
(paralelos e meridianos) perpendiculares entre si. São classificadas quanto à superfície
de projeção (cônica, cilíndrica, plana) e quanto às suas propriedades (conforme,
equidistante, equivalente).

 Escala cartográfica: é uma relação numérica (proporção) entre as dimensões de uma


superfície, conforme são representadas no mapa, e suas dimensões reais, medidas de
forma linear. Uma escala de 1:250.000 expressa em centímetros, por exemplo, indica
que cada centímetro do mapa corresponde a 250.000 cm ou 2,5 km na superfície do
terreno.

 Mapas: são representações gráficas, em escala reduzida, da superfície terrestre ou de


parte dela sobre um plano. Podem ainda representar espacialmente determinadas
informações geográficas, compondo, assim, os mapas temáticos.

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