Direito Internacional
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Francisco Rezek
Hidelbrando Accioly - Manual de Direito Internacional Público
Conteúdo Programático
30.06
Noções Introdutórias
Autores importantes
Note. ONU news
- Cançado Trindade
- Celso de Mello
Diagnóstico
…
Importância da disciplina
Liberalismo ou idealismo
criação…
Realismo
Perspectivas críticas
- escolas que refletem a partir da historicidade, mas trazem uma busca por
emancipação (marxismo, teorias feministas, pós coloniais)
Direito Interacional
art. 4o, CF
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.
03.07
1.b
Conferência de Segurança de Munique 2019
Roteiro
Conceitos
- -> conceito clássico - sistema de normas e princípios jurídicos que regulam
as relações entre os Estados;
Terminologia/Denominação
- Jus gentium (direito romano)
- Jus inter gentes (Francisco de Vitória. Séc. XVI): fundador dos direitos
internacionais
- Primeira vez - Direito internacional
International Law - Jeremy Bentham - An intoduction to the principles of moral
and legislation - sec. XVIII
07.07
Roteiro
- Campos do Direito Internacional Público
- Soberania
- Tendências
- Fundamentos
- Direito Internacional - disciplina consolidada
- Extra - desglobalização
Soberania
Tratado de Westfália: sec. XVI - princípio da igualdade formal dos Estados europeus
e a exclusão de qualquer outro poder a eles superior
“Estado Moderno”
Doutrina da soberania
Razão de Estado - sec. XVII - Richelieu e Bismark sec XIX - dá muita força para o
Estado, se as razoes sao em prol do Estado, tudo se justifica (centralidade do
Estado)
Tendências do DIPl
Fundamentos
Posicionamentos teóricos
Fundamentos (por quê) versus fontes (de onde)
- voluntaristas - a criação do direito se dá por vontade do estado soberano
- …
Voluntarismo
Objetivismo
Disciplina consolidada
Desglobalização
características:
- desaceleração economica
- isolacionismo de certos países
- dificuldade de cooperaçao internacional
- tratados bilaterais em detrimento dos multilaterais
- cadeias de abastecimento
- Brexit
10.07
1.c
Relação entre direito interno e internacional
Monismo
- pertencem a uma única ordem jurídica
- nao e necessaria a recepção do direito internacional na ordem interna
- possibilidade de conflitos de leis
Dualismo
- partidários de que são duas ordens distintas. Necessária a transformação,
procedimento para ordem interna
CF de 88
___________________________________________________________________
Colonialismo europeu
Idealismo wilsoniano
14.07
Referências
Para que serve a historia do direito internacional? GALINDO
Slide 2
Modernidade
2 eventos fundamentais que abriram a modernidade:
- reforma protestante - gera o fim da hegemonia da Igreja Católica
- conquista da América - gera o debate sobre a liberdade natural dos povos
indígenas
Transformações:
Conquista da América
Eixos de argumentação
1. era justa com base nas sagradas escrituras e direito canônico, autoridade
civil (temporal) do Papa
2. o problema passaria pela discussão da qualidade humana (ou não) dos
indígenas (uso razão)
Debate entre Sepúlveda (defende que tem que lançar guerra contra os indigenas) e
Bispo de las Casas (reconhece racionalidade)
pode escravizar indíos?
- Papa nao é senhor do universo, nao pode estabelecer jurisdição sobre estes povos
* Ferrajoli entende que Vitoria traz conceitos como soberania, autonomia dos povos,
direito de livre comércio
17.07
Contexto
guerras religiosas e rivalidade mercantil
teoriza para fortalecer nações protestantes
Localização
representante de jusnaturalismo racional, pois busca independência da Igreja,
diferente de Francisco de Vitoria
jusnaturalismo de origem laica
Obras
visões sobre ordem religiosa
influencia o tratado de paz de westfalia
em conclusão, basicamente ele dizia que a Igreja tinha que ser respeitada mas não
tinha que entrar no direito dos Estados
Hipótese impíssima
“mesmo que Deus não existisse, existiria o direito natural”
diz que é uma hipótese suja porque nessa época não podia falar contra a Igreja,
então ele tem que usar eufemismos para dizer que existe um conjunto de princípios
que deus não altera
Estudos de Caso
Escolheram a palestina para tanto, que era ocupada por arabes, sob comando do
Império Otomano, sob mandato britânico
1919 (ou 1917) - antes mesmo do mandato para a Inglaterra, o min das rel. ext.
ingles, faz a “Declaração de Balfour” prometendo criar um territorio da palestina.
arabes dizem que ele nao tinha legitimidade para declarar isso
após a declaração há um aumento de imigração de judeus para a palestina
1948:
a. fim do mandato britanico para Palestina
b. proclamação do Estado de Israel
Guerras
- Guerra dos 6 dias
- 1973
- 1978: Egito (que é árabe) assina paz com Israel (acordo de Camp-David).
Palestina nao participa
Guerra de 6 dias
Colinas de Golã com Israel
assentamentos israelenses
a partir de 67 nos territorios ocupados na Cisjordania e Jerusalem Oriental
Histórico
OLP, antes extremista, vira Estado palestino
anos 2000, Segunda Intifada
2007 - faixa de Gaza é tomada pelo Hamas
2017 - Trump reconhece Jerusalem como capital de Israel
Parecer da Corte:
- diz que é competente para responder o pedido.
- edificação do muro é contrário ao direito internacional
- Israel tinha a obrigação de reparar os danos
Postura de Israel: não consentiu na jurisdição da Corte, diz que não é uma questão
jurídica, mas sim política
21.07
nem sempre vai ter a sanção aplicada, mas nem por isso o Direito vai deixar de
existir
Considerações Iniciais
- análise da formação das regras de DIP
- fontes sao diferentes dos fundamentos
fundamentos…
Fonte Material: pertence à política do direito, fatores que influenciam a
criação de normas (sociológicos, econômicos, culturais)
Fonte Formal: maneira pela qual se manifesta o direito
- não há taxatividade das fontes ou ordem jurídica internacional, mecanismo
único
Estatuto da CIJ
art. 38:
- A Corte deverá aplicar: convenções internacionais, costume internacional,
principios gerais do Direito, decisões judiciais e a doutrina (meios auxiliares, porque
nao existem precedentes)
- prescreve que a Corte pode decidir conforme a equidade ?, se as partes com isto
concordarem
art. 59: a decisao das cortes não vincula a outros caoss, só vale entre as partes, não
forma precedentes
Costume Internacional
- mais antiga fonte
- tendencia atual de codificar os costuems
- direito marítimo, direito de guerra, relações diplomáticas exxistiam antes como
direito costumeiro
- costume é uma prática geral aceita como sendo direito
- costume pod ser internacional ou regional
Costume tem o elemento material (prática reiterada) e o subjetivo (vc faz aquilo pelo
convicção de que aquilo é direito)
- Asilo político: Corte entendeu que cabia o asilo político com base no costume
regional latino-americano da concessão de asilo diplomático
Ônus da prova:
A prova do costume cabe a quema elga: notas diplomaticas, minutas de tratados,
troca de conversação entre países
Analogia e equidade
- formas de suprir a ausência da norma ao caso concreto
- depende da anuência das partes envolvidas
Tratados de Direitos Humanos: Emenda diz que quando tratados entram por
emenda, eles tem status constitucional art. 5, parágrafo 3o
o que tornaria mais difícil que os tratados se tornassem constitucionais (tres quintos
dos parlamentares)
Flavia Piovezan: se antes desse art os tratados seguiam o rito normal, entao eles
continuam sendo
internacionalistas entendem que materialmente constitucional, nao importa a forma
tratados que não são sobre direitos humanos tem status de lei ordinária - art. 102,
III, b, CF
Efeitos
- todas as autoridades públicas são responsáveis pela execução dos direitos
dos tratados
- arts. 1o e 2o da CADH
- o Estado viola tanto por omissão quanto por comissão (por lei contrária à
Convenção)
- responsabilidade internacional do Estado quando não cumpre
- principio da subsidiariedade para nao passar por cima da soberania
07.08
Jus Cogens
Definição
Conjunto de normas impoem-se objetivamente aos Estados, a exemplo das normas
de ordem publica que em todo sistema de direio to interno limitam a liberdade
contratual das pessoas.
normas cogentes - as partes contratuais nao podem modificar
Origem
Conteúdo
é variável, porque é histórico
Comissao de Direio Internacional da ONU colocou o conceito de jus cogens na
convenção de viena
Consequências
art. 71 consequencias da nulidade de um tratado em conflito com umanorma
imperatica de direito internacional geral
-> Requerentes
dentre eles estavam os familiares da Maria lucia Petit - a Corte nao julgou o caso
dela porque a ossada dela foi identificada (o crime continuado ja se exauriu)
-> Demanda
-> Lei de Anistia (lei 6683 de 79)
lei de autoanistia nao te efeitos
Vladmir Hezorg
-> Reparações
11.08
Terminologia
atores internacionais…
Personalidade jurídica
Estado: originária e lena pois engloba todas as capacidades
Prerrogativas de sujeitos de direito internacional
Estados podem:
- atos jurídicos internacionais
- responder por ilícitos internacionais…
Sujeitos
São sujeitos, para a doutrina clássica (Rezek), apenas Estados e OI
contemporâneos (Mazzuoli) - ONG’s e indivíduos como sujeitos
Território
- sobre seu território o Estado exerce jurisdição - domínio terrestre, aquático e aéreo
- Leon Duguit: espaço no qual o Estado exerce sua jurisdição
Modalidades (Accioly)
Classificações:
- microestados: são independentes, não importa o tamanho para ter essa
classificação
- Estados simples:
- Estado composto
Reconhecimento do Estado
não preciso que outros países reconheçam a minha existência, mas é desejável
Brasil não reconhece a existência de Kosovo, reconhecer ou não é uma
possibilidade do país por ser soberano, ele não vai ser punido por não reconhecer
Reconhecimento de Governo
em função de golpe de estado, guerra civil ou revoluções
princípio da não intervenção - quem determina se o governo é legítimo ou não é a
própria população (soberania interna)
Marcos normativos
- Convenção Montevidéu: EUA não quis firmar por causa do princ. da não
intervenção
Direitos
- da existência: independe do reconhecimento, só depende da sua
proclamação
- liberdade: tem a ver com a noção de soberania
- igualdade: pelo fato de existir como pessoa do direito internacional
- de defesa e conservação: caso dos EUA x Nicarágua (só podia ter intervido
se a Nicaragua tivesse pedido)
- de jurisdição: exercer a sua jurisdição no território sobre a população, com as
exceções estabelecidas pelo direito internacional (art. 27 da Carta da ONU,
art. 1 da OEA)
Intervenção na contemporaneidade
- Revolução francesa desenvolveu essa ideia para expansão dos ideias
iluministas
- são consideradas intervenções: guerra civil espanhola, URSS na Hungria e
Tchecoslovaquia, Vietnã
- Conferência de Yalta: era aceito intervir quando tratava-se de território da sua
zona de influência (guerra fria)
18.08
04. Responsabilidade Internacional do Estado
Mazzuoli: instituto jurídico que visa responsabilizar determinado Estado pela prática
de um ato atentatório (ilícito) ao Direito Internacional perpetrado contra a dignidade
de outro Estado.
elementos da responsabilização: dano, ação ou omissão do Estado, ilícito
- Fontes:
- regras costumeiras
- há um draft - texto do primeiro projeto de convenção - a comissao
aprovou e foi enviado à Assembleia-Geral da ONU, mas ainda nao
votaram
- Portela - teorias
- subjetivista: teoria da culpa (Grocio) deve haver dolo ou culpa na ação
ou omissão do Estado
- objetivista: teoria do risco, independe de culpa. basta nexo causal e o
dano.
- juris internacional - teoria subjetivista que protege mais o Estado
- Ilícito internacional
- mesmo se for uma conduta lícita na ordem interna do Estado, isso não
serve como excludente de ilicitude no âmbito internacional (caso da lei
da anistia)
- art. 27 da Convenção de Viena sobre Tratados - não pode invocar que
seu ordenamento interno não permite aquilo para justificar o não
cumprimento de um Tratado
Formas de reparação
- restituição: retorno ao status anterior
- indenização
- satisfação: pedido de desculpas, reconhecimento formal do ilícito
último dia de conteúdo de prova (prox aula sobre nicaragua nao vai cair)
- sentença:
- direito das pessoas com deficiência mental (presume o livre-arbítrio da
pessoa)
- supervisão por ricochete
- reconhece violação à integridade psíquica dos familiares de Damião
- Consequências
- símbolo de promoção da Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216 de
2001)
- no âmbito penal: extinção da punibilidade
- Audiência abril 2021: consideraram que o Brasil não cumpriu
totalmente as resoluções da sentença condenatória, visto que não
responsabilizou as pessoas e tambem nao capacitou pessoas
21.08 nao cai na prova
Aula complementar da unidade 4
Carta da ONU
art. 2.7 a ONU pode estabelecer medidas de coação em um Estado (bloqueio
econômico), mas isso é feito no Conselho de Segurança e não por um país próprio
art. 2.4 integridade territorial - todos os membros deverão evitar em suas relações
internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial
a Rússia violou esse artigo quando invadiu a Ucrânia
Doutrina Monroe
1823
- temor da reconquista das colônias espanholas
- doutrina libertária
- nao queriam que os europeus interviessem nos negócios de qualquer país
americano
- transformou-se em uma pratca intervencionista dos EUA na America
Doutrina Roosevelt
1904
- EUA deveria exercer o poder de política internacional para a América Latina
- legitima a América para os americanos
Doutrina Truman
1947
- a missão dos eua é defender os povos contra o comunismo
- conjunto de estratégias economicas, diplomaticas, militares
- uma delas - Plano Marshall - dinheiro para reconstrução da Europa
- corrida armamentista
- macarthismo - plano interno de caça nacional aos comunistas
Doutrina Johnson
1965
- não haveria distinção entre guerra civil e guerra internacional no combate ao
comunismo
- OEA deveria intervir
- legitima a intervenção na república dominicana
Caso Nicarágua
1961- formação da Frente Sandinista de Libertação Nacional
1979 - Frente derruba Anastasio Somoza (gov. anterior - era pró EUA - Nicarágua
era ponto estratégico dos EUA)
83 - Reagan passou a prestar auxílio na Nicarágua aos ‘Contras’ - apoia grupos
para derrubar sandinistas
obs.: Contras são ligados ao Irã, que compravam armas do grupo
84 - líder sandinista Daniel Ortega foi eleita
84 - Nicarágua impetrou ação perante a CIJ contra os EUA relativa às atv militares e
paramilitares realizadas
CIJ concedeu medidas provisórias para os EUA pararem com a intervenção,
mas os EUA não cumpriram dizendo que é um assunto político e não de direito
Posiçao dos EUA: Corte é incompetente e argumenta sobre legitima defesa coletiva
(El Salvador e Honduras e Costa Rica - paises vizinhos), que a junta de
reconstruçao nacional nao estava cumprindo eleiçoes livres e respeitos aos direitos
humanos (nao tem previsao de intervençao por causa dos direitos humanos)
Consulta à CIJ
Marrocos pergunta à Corte se o título passado pela Espanha tinha validade
CIJ: haviam chefes tribais que lá habitavam e não era terra nullius (de ninguém) -
corte não aceita a doutrina de descobrimento
existem vínculos com o marrocos, mas não existe soberania deste país
naquele território
Corte entendeu que a população queria uma independência.
Apesar do reconhecimento da ONU de que o Saara é um país independente, os
outros países não reconhecem (para os europeus a independência não é
interessante)
Brasil não reconhece o Estado do Sahara Ocidental, mas mantém diálogo com a
frente polisário
Caso Kosovo
ex-Iugoslávia
2008 Kosovo declarou a independência da Sérvia
EUA e maioria dos países europeus reconhece Kosovo
Consulta CIJ
Servai pergunta se é legal: o tema é político e não há qualquer norma no Direito
Internacional que proíba declarações de independência e que o tema é
eminentemente político