Direito Internacional

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Direito Internacional Publico

Prof Adriana Biller


email: [email protected]

biblioteca virtual
Francisco Rezek
Hidelbrando Accioly - Manual de Direito Internacional Público

Valerio Mazzuoli autor contemporâneo, direitos humanos


Flávia Piovesan
Cançado Trindade - Princípios do Direito Internacional Contemporâneo (Funag) +
denso

Conteúdo Programático

01. Evolução histórica do Direito Internacional


02. Noções Gerais: a sociedade internacional, características do DIP, princípios e
bases sociológicas
03. Fontes do Direito Internacional: o rol das fontes no estatuto da corte
internacional de justiça. O costume internacional. O direito dos tratados. Os
atos unilaterais. As decisões das organizações internacionais.
04. O Estado como sujeito do DIP: classificação, formação e extinção
05. …
(...)

30.06

Noções Introdutórias

Autores importantes
Note. ONU news

- Cançado Trindade

Votos importantes de Cançado Trindade na CIJ - caso sobre armas nucleares


(2016) - Ilhas Marshall

- a partir de 1947, EUA tutelava as Ilhas Marshall e faziam testes nucleares lá


- até 1958, 67 ensaios de armas nucleares
- …
- TNP comprometimento moral de que um dia vão acabar com as armas
nucleares
Note: está em construção uma Jurisdição universal (ex. um ditador poderia
ser julgado em qq país em que estivesse)
[...]

Na Corte Interamericana, Cançado Trindade:


- propôs a revisão do regulamento para prever o acesso direto dos indivíduos à
Corte
- Defendia o aumento do conteúdo material das normas de jus cogens (o
princípio básico da igualdade e da não discriminação, o direito de acesso à
justiça)
- Destacava a importância do diálogo judicial internacional horizontal
(cross-fertilization)

- Celso de Mello

Destacou-se pelos posicionamentos críticos em relação ao Direito Internacional e


favoráveis às pautas do terceiro mundo (movimento intelectual - TWAIL, sigla em
inglês)

- crítica da desigualdade internacional (assim como Lula na conferência com


Macron que disse querer cuidar do meio ambiente, mas pediu ajuda para
diminuir a desigualdade no país)
- defendeu as pautas de integração regional latino-americana
- defendeu que os países em desenvolvimento tivessem soberania sobre
recursos naturais

- Ensino do Direito Internacional no Brasil

- 1827 - a grade curricular mínima (currículo único) - Direito das Gentes e


Diplomacia - 1o ano
- 1895 - Direito Internacional Público e Diplomacia (2o ano) e Legislação
Comparada sobre o Direito Privado (5o ano)
- 1961 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB no 4024 de 61)
- Direito Internacional Privado e Direito Internacional Público
- 1972
- 1994 - Portaria Ministerial MEC n 1886 de 94, a disciplina geral Direito
Internacional foi reinserida na grade curricular mínima obrigatória
- 2004 -

Diagnóstico

Importância da disciplina

Possibilidades de análise das relações internacionais

Liberalismo ou idealismo

- Influência da obra de Kant - À paz perpétua (1795). Defendeu que as nações


se comprometessem com um conjunto de regras visando a paz mundial
- Discurso do presidente Thomas Woodrow Wilson (1919) - Defendia a
organização do sistema inetrnacional visando a paz entre nações, diplomacia
aberta, controle de armamentos, liberdade comercial, autonomia dos povos

criação…

Realismo

- condição anárquica da política internacional. Analisa os mecanismos de


poder. Interesses do Estado na preservação da segurança. (Hans
Morgenthau)
- obra A política entre as nações…

Perspectivas críticas
- escolas que refletem a partir da historicidade, mas trazem uma busca por
emancipação (marxismo, teorias feministas, pós coloniais)

Direito Interacional

art. 4o, CF
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais
pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma
comunidade latino-americana de nações.

03.07
1.b
Conferência de Segurança de Munique 2019

Roteiro

- Conceito - sociedade internacional


- Terminologia
- Finalidade do direito internacional público
- Campos do Direito Público
- Diferença entre Direito Internacional Privado e Dipl.
- Discussões sobre o direito internacional público
- Tendências
- Fundamento do Direito Publico

Conceito - sociedade internacional

- É o direito aplicado à sociedade internacional


- Não é um direito apenas interestatal

Sociedade internacional e comunidade internacional

Sociedade internacional: é o conjunto de vínculo entre pessoas e entidades


independentes, que coexistem e estabelecem relações que demandam uma
normatividade

comunidade internacional: vínculo de afinidades, interesses comuns. Sentimentos


comuns de justiça, aspiração à paz. Utilizada quando se quer expressar a
solidariedade internacional - Allain Pellet

Características da sociedade internacional


- universal: abrange todo o globo, mesmo Estados que queiram se isolar
se relacionam
- heterogênea: diferenças culturais, econômicas
- descentralizada: não há um poder central mundial

Conceitos
- -> conceito clássico - sistema de normas e princípios jurídicos que regulam
as relações entre os Estados;

- -> conceito contemporâneo - regulamenta a relação entre Estados e Estados


e outros atores internacionais (organizações internacionais interestatais e
também os indivíduos)

Celso D. A. Mello: “[...] conjunto de normas que regula as relações externas


dos atores que compõe a sociedade internacionais, sendo eles: estado,
organizações internacionais, o homem”.

Mazuolli: “Direito Internacional Público disciplina e rege prioritariamente a


sociedade internacional, formada por Estados e organizações internacionais
interestatais, com reflexos voltados também para a atuação dos indivíduos no
plano internacional”.

Terminologia/Denominação
- Jus gentium (direito romano)
- Jus inter gentes (Francisco de Vitória. Séc. XVI): fundador dos direitos
internacionais
- Primeira vez - Direito internacional
International Law - Jeremy Bentham - An intoduction to the principles of moral
and legislation - sec. XVIII

Finalidade do Direito Internacional Público


- a consecução dos objetivos e proteção dos valores compartilhados pela
sociedade internacional (Liliana Jubilut)
- promover a tutela dos direitos humanos (Valerio Mazuolli)

Boaventura de Souza Santos - Como começar a pensar … (texto)

Campos do Direito Público


- direito constitucional internacional: normas sobre conclusão dos tratados,
relação entre direito interno e internacional e sistema internacional de
proteçao dos direitos humanos
- direito internacional penal: visa reprimir atos que ofendam principio basilares
da convivencia internacional (Portela). Objetiva combater o crimes
internacionais. Crimes internacionais - a principio devem ser combatidos
nacionalmente, posteriormente pelos Tribunais Internacionais (jurisdiçao
cmoplementar)
ex. possiveis crims cometidos na pandemia
- direito penal internacional: relaciona-se com a cooperaçao internacional no
combate ao crime e aos ilícitos transnacionais.
ex.: institutos da extradição, Convenção de Palermo
- direito internacional do trabalho: padroes internacionais mínimos para
dignidade no trabalho, proteçao dos vulneráveis
- direito diplomático: imunidades e privilegios
- direito de integração
- direito internacional dos direitos humanos: divide-se em 3 areas DIDH, direito
humanitario e direito dos refugiados.
- direito internacional do meio ambiente - padroes minimos para cooperaçao
inernacnoal na proteçao ambiental

Diferença entre DIP e Direito Internacional Público

- distinção feita no séc XIX


- objetos próprios e fontes diversas

- Público - relação interestatal, relação de soberanias, fontes em tratados e


convenções

- Privado - relação entre sujeitos privados, vinculados a 2 ou mais


ordenamentos jurídicos, “fatos transnacionais privados”. Regulamenta
conflitos de lei no espaço ?

Note: filme o caso coline

07.07

Roteiro
- Campos do Direito Internacional Público
- Soberania
- Tendências
- Fundamentos
- Direito Internacional - disciplina consolidada
- Extra - desglobalização

Soberania

Tratado de Westfália: sec. XVI - princípio da igualdade formal dos Estados europeus
e a exclusão de qualquer outro poder a eles superior

“Estado Moderno”
Doutrina da soberania

Maquiavel, Bodin (absolutismo - não há nenhuma força superior ao rei no seu


território), Hobbes

Razão de Estado - sec. XVII - Richelieu e Bismark sec XIX - dá muita força para o
Estado, se as razoes sao em prol do Estado, tudo se justifica (centralidade do
Estado)

essa ideia de “protecionismo” gerou a 1 GM

Pós 2a Guerra Mundial: surgimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos -


a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e inúmeros tratados
internacionais de proteção

Globalização dec. 1980-90: perda da centralidade do Estado, limitação da


capacidade de implementação de normas exclusivamente estatais. Além do Estado,
apresenta-se um número crescente de protagonistas no cenário global.
nessa época tem a criação de muitas ONGs

Tendências do DIPl

- relativização do conceito de soberania - humanização do direito internacional


- institucionalização - direito cada vez mais psente nos organismos
internacionais, ONU, agências especializadas
- regionalização - criação de espaços regionais por razões econômicas,
políticas, estrategicas, sociaisi ou culturais, dentro dos quais as varias
comunidades politicas e os varios Estados encontram formas de
solidariedade e de cooperação
(Mazzuoli, Jorge Miranda e outros)
- funcionalização
- Especialização dos núcleos temáticos em direitos humanos - direito
internacional do reconhecimento (mulheres, crianças, pcd)
- jurisdicionalização - surgimento de tribunais em especial de direitos humanos

Recomendação 123 CNJ

Fases da jurisdicionalização do Direito internacional

a. criação de tribunais interncaionais de vencedores contra vencidos pós guerra


b. criação de tribunais internacionais ad hoc pelo Conseho de Segurança da
ONU (por meio de resoluções e não por meio de tratados)
ex.:
c. institucionalizaçao do tribunal internacional penal

Fundamentos

Posicionamentos teóricos
Fundamentos (por quê) versus fontes (de onde)
- voluntaristas - a criação do direito se dá por vontade do estado soberano
- …

Voluntarismo
Objetivismo

Tendência quanto aos fundamentos


- objetivação= a superação definitiva do dogma voluntarista, segundo o qual a
vontade dos atores internacionais í o fundamento unico da existência do
Direito Inetrnacional
- Convenção de Viena sobre os Direitos dos Tratados de 1969 - jus cogens =
normas imperativas de Direito Internacional

Disciplina consolidada

- Negação do DIPl ocorria com base na concepção do direito interno e na


ausencia de orgaos legiferantes e coativos internacionais
- crítica ao carater assistematico

Carta das Nações Unidas


- art.13, parag. 1, alinea a

O DIPl é positivado, sua existencia é comprovada:


- pelos tratados
- previsao nas Constituições
- direito diplimatico
- particiapaçao nas organizaçoes internacionais
- carta da ONU
- Tribunais internacionais

Desglobalização

características:
- desaceleração economica
- isolacionismo de certos países
- dificuldade de cooperaçao internacional
- tratados bilaterais em detrimento dos multilaterais
- cadeias de abastecimento
- Brexit

10.07
1.c
Relação entre direito interno e internacional

- debate estabelecido na dec. de 1920


- clássicas doutrinas “monismo” e “dualismo”
- o mecanismo de recepção da norma internacional está na CF (Celso de
Melo, ministro STF)

Monismo
- pertencem a uma única ordem jurídica
- nao e necessaria a recepção do direito internacional na ordem interna
- possibilidade de conflitos de leis

Hans Kelsen, Alfred Verdross


unidade do conjunto das normas juridicas, internas e internacionais
um só sistema juridico

Dualismo
- partidários de que são duas ordens distintas. Necessária a transformação,
procedimento para ordem interna

- Heinrich Triepel, Alf Ross, Dionisio Anzilotti


- o dto interno de cada Estado e o Direito Internacional sao dois sistemas
indepen…

CF de 88

art. 49, inc. I (copiar)

art. 84, inc. VIII (copiar)

se o presidente quer sair de um tratado que foi anteriormente aprovado pelo


Congresso, é necessária a aprovação do Congresso.

___________________________________________________________________
Colonialismo europeu

Congresso de Viena: rearrajo para que nenhum país se sobressaísse


neutralidade da Suíça

Idealismo wilsoniano

podcast: petit jornal

14.07

Note: Said - livro Orientalismo

Marcos do Direitos Internacional

Tratado de Versalhes (1919)

- configuração do sistema internacional contemporâneo (cooperação)


- Criação da Sociedade das Nações
- estabelecimento da Corte Permanente de Justiça Internacional
- …

Pacto da Liga das Nações - Segurança coletiva


art. 12
art. 22 - estabelecimento de mandatos - conceito de tutela justificava o
gerenciamento de povos colonizados

Tipos de mandatos: A,B e C

classe A: territorios do Oriente Médio. CONsiderados relativamente mais civilizados


que os demais, deveriam se tornar indepedentes logo (protetorados)

classe B: estagio de civilização inferior, região sentral da África. (colonias)

classe C: territórios de população esparsa (conquistados por anexação)

Referências
Para que serve a historia do direito internacional? GALINDO
Slide 2

Direitos indígenas na gênese do Direito Internacional

Modernidade
2 eventos fundamentais que abriram a modernidade:
- reforma protestante - gera o fim da hegemonia da Igreja Católica
- conquista da América - gera o debate sobre a liberdade natural dos povos
indígenas

Transformações:

- economia: da agrária para comércio


- político: consolida Estados nacionais
- social: ascensão da buguesia
- cultural: novos valores individuais
- jurídico: centralização do poder político

Conquista da América

- inaugura o sistema-mundo de dominação (primeira hegemonia global)


- sec. XV ate entao a europa era periférica
- mito da modernidade - justifica a colonização (violência, apropriação de terras,
submissao dos povos) em nome da emancipação dos povos

-> Debate juridico-político


inicia um debate sobre questões jurídicas de dominação

Eixos de argumentação
1. era justa com base nas sagradas escrituras e direito canônico, autoridade
civil (temporal) do Papa
2. o problema passaria pela discussão da qualidade humana (ou não) dos
indígenas (uso razão)

Ponto pacífico para teólogos-juristas: catequese é uma obrigação, os infiéis


não poderiam se opor e nem perseguir cristãos

-> Papado e as relações com a América


demonstram o poder do papa:
- Bula Inter Cetera: concede terras descobertas aos reis
- Tratado de Tordesilhas
- Sublimis Deus bula papal: Papa afirma que indios sao homens capazes de
entender a fé e condenam a escravidão
-> Disputa de Valladolid (1550)

Debate entre Sepúlveda (defende que tem que lançar guerra contra os indigenas) e
Bispo de las Casas (reconhece racionalidade)
pode escravizar indíos?

-> Francisco de Vitória


- Conferência “Sobre los índios”: analisa títulos legitimos e ilegitimos pelos quais
espanhois podriam estar na América
diz-se que assim ele criou o dot internacional

- Guerra justa: pode fazer guerra se os indigenas se recusassema ouvir o


evangelho

- Papa nao é senhor do universo, nao pode estabelecer jurisdição sobre estes povos

- Direito da comunicação natural (exercer trocas, comércio)


os espanhois podem negociar mercadorias com os indígenas, isso nao pod ser
proibido por nenhuma das partes.

- sugere a tutela para povos “incapazes”

* Ferrajoli entende que Vitoria traz conceitos como soberania, autonomia dos povos,
direito de livre comércio

17.07

Fundadores do Direito Internacional Público

Hugo Grócio (1583-1645)

Contexto
guerras religiosas e rivalidade mercantil
teoriza para fortalecer nações protestantes

Localização
representante de jusnaturalismo racional, pois busca independência da Igreja,
diferente de Francisco de Vitoria
jusnaturalismo de origem laica

Divisão do direito em Grócio


direito voluntario nasce do consenso (tratados)
direito natural é ditado pela razão

Obras
visões sobre ordem religiosa
influencia o tratado de paz de westfalia

Em “Direito de guerra e paz” constroi a ideia de relação entre Estados soberanos


Em “Mare Liberum”, fala sobre a apreensão de um anvio portugues feita por um
almirante holandês.
Grocio faz um parecer e precisava argumentar contra a Bula papal que concedia
aos portugueses a soberania nas rotas de navegação e justificava com base na lei
natural a liberdade de comércio e de navegação
era agir de forma contrária à lei natural e um comércio ilícito o fato dos portugueses
apropriarem-se do mar, visto que o mar era uma res communis a toda a
humanidade.

Sobre direito diplomático: defende a extraterritorialidade das embaixadas, defende


arbitragem

em conclusão, basicamente ele dizia que a Igreja tinha que ser respeitada mas não
tinha que entrar no direito dos Estados

Hipótese impíssima
“mesmo que Deus não existisse, existiria o direito natural”
diz que é uma hipótese suja porque nessa época não podia falar contra a Igreja,
então ele tem que usar eufemismos para dizer que existe um conjunto de princípios
que deus não altera

Direito natural em Grocio


o homem é um animal racional e social
exemplos de dto natural:
- não tomar o que é do outro é um
- reparar o dano
- restituir o que nao é nosso ou o lucro que disso tiramos

Unidade 2 - Sociedade Internacional, Características do DIP, bases


sociológicas

Estudos de Caso

Conflito entre israelenses e palestinos


Movimento sionista (sec. XIX): criação de um Estado pelos judeus, ja que passaram
por muitas diásporas

Escolheram a palestina para tanto, que era ocupada por arabes, sob comando do
Império Otomano, sob mandato britânico

1919 (ou 1917) - antes mesmo do mandato para a Inglaterra, o min das rel. ext.
ingles, faz a “Declaração de Balfour” prometendo criar um territorio da palestina.
arabes dizem que ele nao tinha legitimidade para declarar isso
após a declaração há um aumento de imigração de judeus para a palestina

após a 2 GM, os judeus ja eram 50% da palestina


ONU plano de partilha - criação de um estado arabe e um judeu, com regime
especial para Jerusalém. foi aprovado, mas nao implementado

1948 a Inglaterra sai e deixa os povos guerreando.

Pós criação - “Nakba”

1948:
a. fim do mandato britanico para Palestina
b. proclamação do Estado de Israel

no dia seguinte inicia a guerra árabe-israelense.


em um ano, Israel consegue a parte ocidental
países vizinhos se posicionam:
- Egito ocupa a faixa de Gaza

Guerras
- Guerra dos 6 dias
- 1973
- 1978: Egito (que é árabe) assina paz com Israel (acordo de Camp-David).
Palestina nao participa

Guerra de 6 dias
Colinas de Golã com Israel

assentamentos israelenses
a partir de 67 nos territorios ocupados na Cisjordania e Jerusalem Oriental

Acordos de Paz de Oslo: Israel e Palestina reconhecem a existência um do outro

Histórico
OLP, antes extremista, vira Estado palestino
anos 2000, Segunda Intifada
2007 - faixa de Gaza é tomada pelo Hamas
2017 - Trump reconhece Jerusalem como capital de Israel

DIP e a construção dos muros


- Conselho de Segurança da ONU - tudo que é contra Israel, os EUA vetam posi sao
aliados
- Assembleia Geral da Onu faz o contrário dos eua, mas nao sao decisões
vinculativas
- Corte Internacional de Justiça (2004): A AG pede um parecer da Corte

Resolução da ONU sobre o assunto


Assembleia geral condena a construção do muro

Assembleia perguntou à Corte qual a posição e pediu para que considerassem a


Convenção de Genebra para responder
-> obs.: Convenção de Genebra fala sobre territórios ocupados, e se aplica a
intangibilidade dos direitos, casos especiais de repatriamento, deportações,
transferências, evacuações
proíbe a potência ocupante de destruir bens
sobre higiene e saúde pública

Parecer da Corte:
- diz que é competente para responder o pedido.
- edificação do muro é contrário ao direito internacional
- Israel tinha a obrigação de reparar os danos

Postura de Israel: não consentiu na jurisdição da Corte, diz que não é uma questão
jurídica, mas sim política

21.07

I. Limitações do direito internacional

-> Características diferenciadoras em relação ao modelo Estatal

- inexistência de órgão central


- inexistência de poder legislativo apto a criar regras supranacionais aplicáveis
a todos os Estados
- inexistência de tribunais com jurisdição absoluta e obrigatória
- baixo nível de codificação: normas abertas à interpretação, como os
costumes internacionais / existem menos tratados do que leis internas
- depende muito da boa-fé: premissa maior do sistema
- estruturação das fontes: dependem do comportamento dos Estados ou de
sua aceitação para que surjam normas que os obriguem, são elas: tratados
internacionais e costumes internacionais

Tribunal Penal Internacional - Estatuto de Roma (principais países não assinaram,


ex. China, EUA, Rússia)
Jurisdição universal: faz com que um juiz possa mandar prender alguém que
cometeu crime de guerra (ex. Pinochet antes do TPI)
II. Relação entre direito internacional com a política
- política = disputa, organização, poder e contraposição ou composição de
interesses
- no direito interno é possível recorrer ao direito e suas instituições
- há um espaço maior deixado à política no direito internacional

-> Reflexões acerca do estudo de caso


Estados prezam a sua soberania como um valor inalienável, mas tem necessidade
de construir uma ordem que lhes proporcione, mais segurança, estabilidade e
previsibilidade (Eiiti Sato)

-> Desigualdade entre os Estados


- Os Estados mais fortes, por vezes, desconsideram a juridicidade
Ex. 2003: guerra dos EUA contra o Iraque, justificativa para o início da guerra foi
que o Iraque supostamente tinha armas químicas, por isso a ONU deu aval para a
guerra
a 2 guerra não teve aval da ONU, mas
- Dto internacional não pode tudo, em função de suas características. A política
precisa de legitimidade. (as ações dos Estados precisam ser legitimadas pela
sociedade civil, etc, a população deveria aceitar as ações do Estado)

nem sempre vai ter a sanção aplicada, mas nem por isso o Direito vai deixar de
existir

Fontes do Direito Internacional

Considerações Iniciais
- análise da formação das regras de DIP
- fontes sao diferentes dos fundamentos
fundamentos…
Fonte Material: pertence à política do direito, fatores que influenciam a
criação de normas (sociológicos, econômicos, culturais)
Fonte Formal: maneira pela qual se manifesta o direito
- não há taxatividade das fontes ou ordem jurídica internacional, mecanismo
único

- a partir do Estatuto da CIJ as fontes passam a ser estudadas

Estatuto da CIJ

art. 38:
- A Corte deverá aplicar: convenções internacionais, costume internacional,
principios gerais do Direito, decisões judiciais e a doutrina (meios auxiliares, porque
nao existem precedentes)
- prescreve que a Corte pode decidir conforme a equidade ?, se as partes com isto
concordarem

art. 59: a decisao das cortes não vincula a outros caoss, só vale entre as partes, não
forma precedentes

- O rol das fontes não é exaustivo


- não há hierarquia entre as fontes
- existe divisao entre fontes e meios auxiliares

Primazia da Carta da ONU sobre outros tratados


a carta da ONU no seu art. 103 declara a ela mesmo como prevalente em relação a
outros tratados

Visão contemporânea das fontes


Cançado: as fontes nao são estáticas

Tratados - aspectos gerais


- fonte mais importante
- acordo escrito entre sujeitos de dto internacional, destinado a produzir efeitos
juridicos
- expressam vontade dos Estados, que deriva da soberania
- Convenção de Viena sobre Tratados 1969

Costume Internacional
- mais antiga fonte
- tendencia atual de codificar os costuems
- direito marítimo, direito de guerra, relações diplomáticas exxistiam antes como
direito costumeiro
- costume é uma prática geral aceita como sendo direito
- costume pod ser internacional ou regional
Costume tem o elemento material (prática reiterada) e o subjetivo (vc faz aquilo pelo
convicção de que aquilo é direito)

Caso Haya de la Torre

- Asilo político: Corte entendeu que cabia o asilo político com base no costume
regional latino-americano da concessão de asilo diplomático

Ônus da prova:
A prova do costume cabe a quema elga: notas diplomaticas, minutas de tratados,
troca de conversação entre países

Teoria do objetor persistente


teoria voluntarsita entende que pra formar um costume tem que ter vontade do
Estado
teoria objetivista entende que o direito deriva de uma serie de principios, entao o
Estado nao pod se opor a um costuem existente

Princípios Gerais de Direito


- responsabilidade do Estado emrelação aos dtos humanos,
- princ da nao intervenção
- coisa julgada
- direito adquirido

jurisprudencia: nao tem pq as decisoes sao so entre as aprtes, nao vinculam


Doutrina: Academia de Haia

Analogia e equidade
- formas de suprir a ausência da norma ao caso concreto
- depende da anuência das partes envolvidas

faltam duas aulas

Resumo - Hierarquia dos Tratados

Na Constituição não temos o status de uma norma internacional

Tratados de Direitos Humanos: Emenda diz que quando tratados entram por
emenda, eles tem status constitucional art. 5, parágrafo 3o
o que tornaria mais difícil que os tratados se tornassem constitucionais (tres quintos
dos parlamentares)
Flavia Piovezan: se antes desse art os tratados seguiam o rito normal, entao eles
continuam sendo
internacionalistas entendem que materialmente constitucional, nao importa a forma

no ponto de vista tributário


uma lei ordinária posterior a um tratado, não pode revogá-lo
revoga tratado por meio de denúncia

tratados que não são sobre direitos humanos tem status de lei ordinária - art. 102,
III, b, CF

Convenção de Nova York

Novos Tratados de Direitos Humanos com Hierarquia Constitucional

- ler Rezek ou Mazuolli

Estudo do caso Maria da Penha

Comissão Interamericana de Direitos Humanos

art. 26 Convenção de Viena traz o pacta sunt servanda

uma vez internalizados, os tratados produzem efeitos na ordem doméstica.

Sistema internacional de proteção aos direitos humanos


- indivíduo como sujeito de direito internacional
- quando o âmbito doméstico não resolve, o sistema internacional entra em
ação
- a pessoa peticiona na Comissão e esta leva o caso para a Corte
- Pacto São José da Costa Rica
- Protocolo Adicional à Convenção Americana em matéria de Direitos
econômicos sociais e culturais - protocolo de san salvador

Efeitos
- todas as autoridades públicas são responsáveis pela execução dos direitos
dos tratados
- arts. 1o e 2o da CADH
- o Estado viola tanto por omissão quanto por comissão (por lei contrária à
Convenção)
- responsabilidade internacional do Estado quando não cumpre
- principio da subsidiariedade para nao passar por cima da soberania

Sistema Regional Interamericano


- o brasil não foi condenado, ele recebeu uma recomendação e aceitou
- Procedimento bifásico:
- 1 Comissão Interamericana de DH - o caso maria da penha parou aqui
- 2 (eventual) perante a Corte (quando o país não acolhe as
recomendações vai para a Corte)

O Brasil tem 11 condenações gera dever de indenização, a OEA pode ser


avisada e tentar colocar alguma sanção

Peticionários art. 44 da Convenção: CEJIL (ONG da america latina), Maria da


Penha, CLADEM (comitê direitos da mulher)

Fatos: 1983 tentativa de homicídio


demora no julgamento no âmbito doméstico

Denúncia perante a Comissão: violação, pelo Estado, dos deveres assumidos em


virtude da ratificação dos artigos … da Convenção Interamericana de Direito
Humanos (CIDH), arts. … da Convenção de Belém do Pará.

Conclusões da Comissa: faltou acesso a justiça a ela e violou o art.7 da Conv do


Belem do Para (especifico de violencia domestica)

Recomendaçoes: para o caso - justiça celere, responsabilidade do atraso, adotar


medidas para reparar os danos. em geral - capacitaçao de funcionarios, delegacias
da mulher, incluir planos pedagógicos unidades curriculares contra a violencia
domestica

Lei Maria da Penha 2006


surge de um consórcio de entidades da sociedade civi

Sobre a vinculação dos tratados …

As recomendações nao foram inteiramente cumpridas, de acordo com o CLADEM


faltou a responsabilização dos servidores do TJCE e a inclusão do tema nos
currículos.

07.08

Jus Cogens

Definição
Conjunto de normas impoem-se objetivamente aos Estados, a exemplo das normas
de ordem publica que em todo sistema de direio to interno limitam a liberdade
contratual das pessoas.
normas cogentes - as partes contratuais nao podem modificar

Roda: é o direito imperativo, caráter etico


proteção do Estado contra suas próprias fraquezas

Salem Nasser: conceito central do direito internacional contemporâneo


as normas de jus cogens são superiores pela sua substncia e nao pela forma

Origem

Conteúdo
é variável, porque é histórico
Comissao de Direio Internacional da ONU colocou o conceito de jus cogens na
convenção de viena

são regras de direito internacional geral instituídas com finalidade humanitárias


normas da carta da ONU referentes ao uso da força

-> Conteúdo na Comissão de Direito Interncaional da ONU


exemplos de normas de jus cogens: tratados tendentes ao genocidio, pirataria,
trafico de escravos etc

-> nulidade: art. 53 e 64 da Convençao de viena regulamentam a hierarquia entre


as normas

Consequências
art. 71 consequencias da nulidade de um tratado em conflito com umanorma
imperatica de direito internacional geral

Jus cogens no sistema interamericano de direitos humanos


a corte interamericana foi a que mais contribuiu para o alargamento do conceito de
jus cogens

Parecer Corte Interamericana 2003


exemplo principio a igualdade perante a lei é uma norma imperativa por ser
aplicável a todos os Estados, sejam eles parte ou nao de algum Tratado, gerando
efeitos

Caso Atala Riffo e filhas vs. Chile 2012


caso lgbt
responsabilidade internacional do Estado pelo tratamento discriminatório e
intromissões arbitrárias na vida privada e familiar da parte, devido a sua orientação
sexual

Caso Goiburú vs. Paraguay

Caso Gomes Lund vs. Brasil

-> Contexto geral


a partir de 70 a ONU passou a se preocupar com paises autoritarios que praticavam
sistematicamente o desaparecimento forçado para acabar com a oposiçao e criar
um panico

o primeiro país denunciado (nao na Corte) é a Guatemala, Chile (Pinochet), El


Salvador, Argentina, Brasil (a partir de Geisel)

-> Desaparecimento forçado - o que é


é um metodo desenvolvido de forma cecntralizada no meio militar, com a presença
de centros clandestinos de tortura, execuçao
ele é multiplo pq ofende diversos bens juridicos e continuado (crime continuado -
sendo assim a Corte poderia se manifestar mt tempo depois)
apesar de ser continuado a Corte julgou fatos posteriores a 1998

começou a ser construída a ideia de jus cogens em relação ao desaparecimento


Convenção Americana sobre desaparecimento forçado 1994

-> Requerentes
dentre eles estavam os familiares da Maria lucia Petit - a Corte nao julgou o caso
dela porque a ossada dela foi identificada (o crime continuado ja se exauriu)

-> Demanda
-> Lei de Anistia (lei 6683 de 79)
lei de autoanistia nao te efeitos
Vladmir Hezorg

-> Reparações

Concluiu que o Estado é responsável e são inadmissíveis leis de anistia

11.08

- Sujeitos de direito internacional


- Estado (elementos, surgimento, classificação)
- Reconhecimento de Estado e de Governo
- Autodeterminação dos povos

Terminologia
atores internacionais…

Personalidade jurídica
Estado: originária e lena pois engloba todas as capacidades
Prerrogativas de sujeitos de direito internacional

Estados podem:
- atos jurídicos internacionais
- responder por ilícitos internacionais…

Sujeitos
São sujeitos, para a doutrina clássica (Rezek), apenas Estados e OI
contemporâneos (Mazzuoli) - ONG’s e indivíduos como sujeitos

Convenção de Montevidéu sobre direitos e deveres do Estado

nação como algo unificado

Território
- sobre seu território o Estado exerce jurisdição - domínio terrestre, aquático e aéreo
- Leon Duguit: espaço no qual o Estado exerce sua jurisdição

Surgimento dos Estados


a partir de eventos históricos, como independências das colônias (sec. XIX,
americas)
esfacelamento dos imperios austro-hungaro
fenomeno da descolonização (termo usado para a Africa)
fim da guerra fria - desmembramento da URSS

Modalidades (Accioly)

Classificações:
- microestados: são independentes, não importa o tamanho para ter essa
classificação
- Estados simples:
- Estado composto
Reconhecimento do Estado
não preciso que outros países reconheçam a minha existência, mas é desejável
Brasil não reconhece a existência de Kosovo, reconhecer ou não é uma
possibilidade do país por ser soberano, ele não vai ser punido por não reconhecer

doutrina construtivista: Estado só existe com reconhecimento internacional


doutrina declarativa: fortalece a autodeterminação dos povos

Reconhecimento de Governo
em função de golpe de estado, guerra civil ou revoluções
princípio da não intervenção - quem determina se o governo é legítimo ou não é a
própria população (soberania interna)

Doutrina Tobar: deve ter legitimidade popular

Doutrina Estrada: independe da legitimidade popular - princípio da não intervenção


é a que vigora (Brasil tenta não intervir)

Princípio da autodeterminação dos povos

Doutrinariamente, entende-se que hoje em dia não existem tantas tentativas de


independência como foi em tempos passados

Direitos e deveres do Estado

Marcos normativos
- Convenção Montevidéu: EUA não quis firmar por causa do princ. da não
intervenção

- Carta a onu: direito a igualdade, autoconservação, legítima defesa (art. 1º e


2º, 51, art. 27)

- OEA: os direitos do Estado não dependem do poder de que dispõem para


assegurar o seu exercício - mesmo que não tenha exército forte ele tem
direito à igualdade
Princípios de solidariedade continental
solução pacífica de controvérsias - não tem mais direito à guerra art. 24
art. 1º

Direitos
- da existência: independe do reconhecimento, só depende da sua
proclamação
- liberdade: tem a ver com a noção de soberania
- igualdade: pelo fato de existir como pessoa do direito internacional
- de defesa e conservação: caso dos EUA x Nicarágua (só podia ter intervido
se a Nicaragua tivesse pedido)
- de jurisdição: exercer a sua jurisdição no território sobre a população, com as
exceções estabelecidas pelo direito internacional (art. 27 da Carta da ONU,
art. 1 da OEA)

Intervenção na contemporaneidade
- Revolução francesa desenvolveu essa ideia para expansão dos ideias
iluministas
- são consideradas intervenções: guerra civil espanhola, URSS na Hungria e
Tchecoslovaquia, Vietnã
- Conferência de Yalta: era aceito intervir quando tratava-se de território da sua
zona de influência (guerra fria)

Quando a intervenção é legal? quando autorizado pelo Conselho de segurança da


ONU

Dec. 90 o Conselho da ONU passou a aceitar “intervenções para proteger”


- surgiu no pós-guerra fria na Ex-Yugoslávia
- não consolidado no direito internacional
- pode mandar ajuda humanitária, mas não pode intervir militarmente em uma
guerra civil, por exemplo
- exemplo de bombardear para proteger a população de um genocídio
(Belgrado ?)

Estudo de Caso da Nicarágua … perdi

18.08
04. Responsabilidade Internacional do Estado

Mazzuoli: instituto jurídico que visa responsabilizar determinado Estado pela prática
de um ato atentatório (ilícito) ao Direito Internacional perpetrado contra a dignidade
de outro Estado.
elementos da responsabilização: dano, ação ou omissão do Estado, ilícito

ilícito: teoria do risco (casos de energia nuclear)

- trata-se de responsabilidade civil


- resp penal é do indivíduo (crimes de guerra)
- a base do dto internacional é a igualdade e um não pode causar dano ao
outro
- finalidade: reparação de danos - resp. entre Estados e entre o Estado e o
indivíduo ou organizações internacionais

- Fontes:
- regras costumeiras
- há um draft - texto do primeiro projeto de convenção - a comissao
aprovou e foi enviado à Assembleia-Geral da ONU, mas ainda nao
votaram

- Elementos da responsabilidade = ato, imputabilidade e dano


- ilicitude do ato (violação a um tratado, costume internacional ou qq
outra fonte do direito das gentes
- imputabilidade do ato - precisa tem o vinculo entre ato e dano e a
vontade de querer causar
- dano

- Portela - teorias
- subjetivista: teoria da culpa (Grocio) deve haver dolo ou culpa na ação
ou omissão do Estado
- objetivista: teoria do risco, independe de culpa. basta nexo causal e o
dano.
- juris internacional - teoria subjetivista que protege mais o Estado

- Ilícito internacional
- mesmo se for uma conduta lícita na ordem interna do Estado, isso não
serve como excludente de ilicitude no âmbito internacional (caso da lei
da anistia)
- art. 27 da Convenção de Viena sobre Tratados - não pode invocar que
seu ordenamento interno não permite aquilo para justificar o não
cumprimento de um Tratado

Lícitos que devem ser indenizados


- responsability - atos ilícitos
- liability - derivada de atos ilícitos (nao entendi mt bem)

teoria do risco integral x teoria do risco administrativo (n entendi)

- Dano nuclear no Brasil


lei 6453 de 1977 (anterior à CF): traz diversas excludentes de
responsabilidade do Estado
CF de 1988: art 21. Compete à União: d) a responsabilidade civil por danos
nucleares independe da existência de culpa
não se sabe qual teoria a CF adotou, depende do doutrinador

A Convenção de Viena foi incorporada no Brasil pelo dec. 911


- traz excludentes, mas o desastre natural que cause um dano nuclear
tem que indenizar também (adota teoria do risco integral)

se entendermos que o Brasil adota a teoria do risco integral, segue a


Convenção, mas se entendermos que a CF recepcionou a lei de 77, o Estado não
responde nos casos de catástrofes naturais

- Lícitos que geram dever de indenizar


Convenção sobre responsabilidade internacional por danos causados por
objetos espaciais
art. 2: Estado lançador será responsável absoluto pelos danos causados pelo
seu lixo

Formas de Responsabilização internacional


- responsabilidade por ação ou omissão (ex. Estado brasileiro deixou de
fiscalizar uma fábrica de fogos de artifício que causou mortes)
- resp direta- quando o judiciário (órgãos, funcionários) deixa de dar
uma justiça apropriada, o Estado responde por esses casos (ex. lei
Maria da Penha)
- resp indireta: falta de cuidado do Estado por não ter responsabilizado
o particular

Mecanismos para responsabilizar: meios diplomáticos ou ..

Exclusões do dever de indenizar:


- legítima defesa
- estado de necessidade: discutível, pois as vezes mesmo quando age
em estado de necessidade pode ter que indenizar
- caso fortuito e força maior

Formas de reparação
- restituição: retorno ao status anterior
- indenização
- satisfação: pedido de desculpas, reconhecimento formal do ilícito

Projeto CDI da ONU


art. 34 formas de reparação
art. 35: restituição
art. 36: indenização
art. 37: satisfação

último dia de conteúdo de prova (prox aula sobre nicaragua nao vai cair)

4.1 Responsabilidade Internacional do Estado -


Estudo de Caso - Damião Ximenes vs Brasil

- primeira condenação do Brasil na Corte Interamericana


- fatos: morto na clínica psiquiátrica por espancamentos
- local: casa de repouso guararapes, vinculada ao SUS em Sobral, CE
- óbito em 1999

- peticionaria: irma da vitima


- demanda: Estado era responsável pela violação dos direitos à vida, integr.
física, proteção judicial, garantias judiciais da Convenção Americana de
Direitos Humanos

- argumentação da defesa: diz que não deve indenizar a família da vítima ou


direito à reparação de danos materiais e morais
e que não houve violação ao acesso à justiça

- pontos relevantes - posicionamento da perícia - exumação constatou que ele


teve uma morte violenta (não teve laudo pericial completo lá no começo, pela
justiça do Ceará)

- sentença:
- direito das pessoas com deficiência mental (presume o livre-arbítrio da
pessoa)
- supervisão por ricochete
- reconhece violação à integridade psíquica dos familiares de Damião

- Estado brasileiro foi condenado a: garantir investigação dos fatos,


publicar decisão no Diário Oficial, indenizações

- Consequências
- símbolo de promoção da Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216 de
2001)
- no âmbito penal: extinção da punibilidade
- Audiência abril 2021: consideraram que o Brasil não cumpriu
totalmente as resoluções da sentença condenatória, visto que não
responsabilizou as pessoas e tambem nao capacitou pessoas
21.08 nao cai na prova
Aula complementar da unidade 4

Princípio da não intervenção

Caso Nicarágua vs. EUA (CIJ)

Princípio da não intervenção

é a norma mais violada nas Américas


artigo do Celso Albuquerque de Mello - princípio da não intervenção

Fundamentos do princípio da não intervenção


- autodeterminação dos povos
- direito de igualdade
- direito à jurisdição

Kant, no seu projeto de paz perpétua (1795):


‘Nenhum Estado deve imiscuir-se pela força na constituição e governo de um outro
Estado.’

Convenção sobre Direitos e deveres dos Estados de Montevideu


- art. 8
- princ. consagrado primeiro no âmbito regional latino-americano para depois
ser consagrado no âmbito internacional
- art. OEA
nao é so sobre intervenção militar, pode ser diplomática, econômica

Carta da ONU
art. 2.7 a ONU pode estabelecer medidas de coação em um Estado (bloqueio
econômico), mas isso é feito no Conselho de Segurança e não por um país próprio

art. 2.4 integridade territorial - todos os membros deverão evitar em suas relações
internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial
a Rússia violou esse artigo quando invadiu a Ucrânia

Definição de não intervenção


Celso de Mello: ingerência de um estado sobre os assuntos dos outros com a
finalidade de obter uma atitude determinada

o autor afirma que a intervenção é parte da política externa americana

Política externa e intervencionismo


Doutrinas Monroe, Roosevelt, Truman, Johnson

Destino manifesto americano


é o contexto em que surgem essas doutrinas
conjunto de ideias que retrata a crença dos norte-americanos - expandir seu
domínio territorial, cultural e religioso, enfim seu modo de vida
ideia que os EUA tinham que civilizar os não civilizados

Doutrina Monroe
1823
- temor da reconquista das colônias espanholas
- doutrina libertária
- nao queriam que os europeus interviessem nos negócios de qualquer país
americano
- transformou-se em uma pratca intervencionista dos EUA na America

Doutrina Roosevelt
1904
- EUA deveria exercer o poder de política internacional para a América Latina
- legitima a América para os americanos

Doutrina Truman
1947
- a missão dos eua é defender os povos contra o comunismo
- conjunto de estratégias economicas, diplomaticas, militares
- uma delas - Plano Marshall - dinheiro para reconstrução da Europa
- corrida armamentista
- macarthismo - plano interno de caça nacional aos comunistas

Intervenções militares nas guerras


- Guerra da Coreia,
- Guerra do Vietnam,
- invasão de Cuba

Doutrina Johnson
1965
- não haveria distinção entre guerra civil e guerra internacional no combate ao
comunismo
- OEA deveria intervir
- legitima a intervenção na república dominicana

Contraponto - Tese Drago


- origem no bloqueio e bombardeio da Venezuela dos portos pela Alemanha,
Inglaterra e Itália para cobrar dívidas
- II Conferência de HAIA de 1907 é que foi regulamentado que não pode
intervir para cobrar dívidas

Caso Nicarágua
1961- formação da Frente Sandinista de Libertação Nacional
1979 - Frente derruba Anastasio Somoza (gov. anterior - era pró EUA - Nicarágua
era ponto estratégico dos EUA)
83 - Reagan passou a prestar auxílio na Nicarágua aos ‘Contras’ - apoia grupos
para derrubar sandinistas
obs.: Contras são ligados ao Irã, que compravam armas do grupo
84 - líder sandinista Daniel Ortega foi eleita
84 - Nicarágua impetrou ação perante a CIJ contra os EUA relativa às atv militares e
paramilitares realizadas
CIJ concedeu medidas provisórias para os EUA pararem com a intervenção,
mas os EUA não cumpriram dizendo que é um assunto político e não de direito

Atos contrários ao dto inter imputados pela Nicarágua


Posiçao dos EUA: Corte é incompetente e argumenta sobre legitima defesa coletiva
(El Salvador e Honduras e Costa Rica - paises vizinhos), que a junta de
reconstruçao nacional nao estava cumprindo eleiçoes livres e respeitos aos direitos
humanos (nao tem previsao de intervençao por causa dos direitos humanos)

CIJ: não importa que o assunto é político



- A corte não fica paralisada de se manifestar como diz o artigo

1985 - EUA se recusa a participar

CIJ usa o art. 53.1. e 2. para basear seu julgamento


1986 - CIJ julgou o caso e entendeu que os EUA violaram o princ. da não
intervenção

Por fim, EUA nunca indenizou a Nicarágua

04. Reconhecimento de Estado e de Governo - aula complementar

Caso Palmas (1928) - atualmente território da indonésia


Saara Ocidental (1975)
Caso Kosovo (2010)
Caso Palmas
EUA x Holanda
1928 - no passado foi cedida aos EUA pela Espanha como título de descobrimento
da Espanha em 1898
Corte ainda aceitou titulo de descobrimento
arbitro Max Huber: se o pais colonizador nao exerce o papel de soberania, ele perde
o direito de ter aquele territorio. No caso da Ilha Palma, a Holanda administrava o
local e ficou como sberana no territorio

Caso Saara Ocidental


A última colônia na África que não passou por independência
CIJ alterou o entendimento colonial do caso Palmas

território de domínio espanhol


Descolonização - ONU determinou a … independência
Espanha transfere a adm para Marrocos e Mauritânia - não permite a independência

construção do muro do Saara

Consulta à CIJ
Marrocos pergunta à Corte se o título passado pela Espanha tinha validade
CIJ: haviam chefes tribais que lá habitavam e não era terra nullius (de ninguém) -
corte não aceita a doutrina de descobrimento
existem vínculos com o marrocos, mas não existe soberania deste país
naquele território
Corte entendeu que a população queria uma independência.
Apesar do reconhecimento da ONU de que o Saara é um país independente, os
outros países não reconhecem (para os europeus a independência não é
interessante)
Brasil não reconhece o Estado do Sahara Ocidental, mas mantém diálogo com a
frente polisário

Caso Kosovo
ex-Iugoslávia
2008 Kosovo declarou a independência da Sérvia
EUA e maioria dos países europeus reconhece Kosovo

Consulta CIJ
Servai pergunta se é legal: o tema é político e não há qualquer norma no Direito
Internacional que proíba declarações de independência e que o tema é
eminentemente político

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