Faculdade Do Lete Mineiro: Grupo Faculeste

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GRUPO FACULESTE

FACULDADE DO LETE MINEIRO

TATIANE GOMES DA SILVA SANTOS

METODOLOGIA DE ENSINO ADAPTADO PARA


CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Guarulhos- SP
2024
TATIANE GOMES DA SILVA SANTOS

METODOLOGIA DE ENSINO ADAPTADO PARA


CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Artigo submetido ao programa de Pós-graduação


Em Deficiência Intelectual pela Faculdade
Faculeste, como requisito parcial á
Obtenção de formação Acadêmica.

Guarulhos-SP
2024
RESUMO

O artigo aborda estratégias educacionais adaptativas


destinadas a alunos com deficiência intelectual, visando
maximizar seu potencial de aprendizado e inclusão. Discute a
importância da adaptação curricular para atender às
necessidades individuais dos alunos, utilizando métodos de
ensino diferenciados como materiais visuais, técnicas
multisensoriais e aprendizagem baseada em projetos. Também
explora o papel crucial da tecnologia assistiva no suporte ao
aprendizado, assim como a necessidade de avaliações
adaptadas que permitam aos alunos demonstrar seu
conhecimento de forma justa. Além disso, destaca a
importância da formação contínua de professores, colaboração
com famílias e promoção da inclusão social e emocional para o
sucesso educacional desses alunos.

Palavras chaves: Deficiência intelectual; metodologia de ensino;


ferramentas adaptativas.

INTRODUÇÃO

A inclusão de alunos com deficiência intelectual no sistema


educacional regular é um desafio significativo que requer adaptações
pedagógicas específicas. Essas adaptações são fundamentais para
garantir que esses alunos tenham acesso ao currículo de maneira
adequada às suas necessidades. Metodologias de ensino adaptadas
desempenham um papel crucial na promoção de um ambiente de
aprendizado inclusivo e eficiente, permitindo que alunos com
deficiência intelectual desenvolvam suas habilidades acadêmicas,
sociais e emocionais. Este trabalho visa investigar e analisar as
metodologias de ensino adaptadas para alunos com deficiência
intelectual, destacando suas características, os desafios enfrentados
pelos educadores e os impactos dessas metodologias no processo de
ensino-aprendizagem.
O estudo será delimitado à análise das metodologias de ensino
adaptadas especificamente para alunos com deficiência intelectual no
contexto da educação básica brasileira. A pesquisa focará em práticas
pedagógicas implementadas em escolas regulares que visam
promover a inclusão e o desenvolvimento integral desses alunos. Será
dada ênfase a estudos de caso e exemplos práticos que demonstrem
a aplicação e eficácia dessas metodologias.
A inclusão efetiva de alunos com deficiência intelectual nas
escolas regulares enfrenta diversos obstáculos. Entre os principais
desafios estão a identificação e a implementação de metodologias de
ensino adaptadas que atendam às necessidades específicas desses
alunos.
Este estudo pretende contribuir para a compreensão das
metodologias de ensino adaptadas para alunos com deficiência
intelectual, oferecendo insights valiosos para educadores e gestores
escolares. Ao identificar as práticas mais eficazes e os desafios
enfrentados na sua implementação, busca-se fomentar a discussão
sobre a importância da formação continuada dos professores e do
apoio institucional necessário para promover a inclusão educacional.
Através da análise detalhada e da avaliação das percepções dos
diversos atores envolvidos, espera-se proporcionar recomendações
que possam ser aplicadas no contexto da educação básica, visando à
melhoria contínua do processo de ensino-aprendizagem para alunos
com deficiência intelectual.

Metodologia de ensino adaptado para crianças com deficiência


intelectual

Inclusão escolar

A inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual é


respaldada por legislações nacionais e internacionais, como a Lei
Brasileira de Inclusão (LBI) e a Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência da ONU. Esta seção explorará o histórico e
os princípios da educação inclusiva, destacando a importância da
adaptação curricular e das metodologias de ensino para garantir o
direito à educação de qualidade para todos os alunos.
A formação inicial e continuada dos professores é crucial para a
efetiva implementação das metodologias adaptadas. Esta seção
abordará os desafios enfrentados na capacitação dos educadores,
incluindo a falta de cursos específicos, a necessidade de
desenvolvimento profissional contínuo e as atitudes e crenças dos
professores em relação à inclusão. A formação deve abranger não
apenas conhecimentos teóricos, mas também práticas pedagógicas e
estratégias de manejo comportamental.
A adequação dos recursos e da infraestrutura das escolas é
fundamental para a inclusão eficaz. Serão discutidos a disponibilidade
de materiais didáticos adaptados, a acessibilidade física das
instalações escolares e o suporte técnico necessário para o uso de
tecnologias assistivas. A falta de recursos financeiros e de apoio
governamental também será considerada como um desafio
significativo.
A colaboração entre a escola, a família e a comunidade
é essencial para o sucesso das metodologias adaptadas. Esta seção
explorará as barreiras e as estratégias para promover a participação
ativa dos familiares e da comunidade no processo educacional dos
alunos com deficiência intelectual. O apoio familiar e comunitário é
vital para reforçar as aprendizagens e proporcionar um ambiente
favorável ao desenvolvimento integral do aluno.

O que é considerado Deficiência Intelectual ?

A deficiência intelectual (DI) é uma condição que afeta o


desenvolvimento intelectual e adaptativo de indivíduos,
influenciando suas habilidades de aprendizado e
funcionamento diário. No contexto educacional, é essencial
adotar metodologias de ensino adaptadas para atender às
necessidades específicas desses alunos, promovendo seu
desenvolvimento integral e inclusão na sociedade.

Diante disso, a deficiência intelectual é caracterizada por


limitações significativas tanto no funcionamento intelectual
quanto no comportamento adaptativo, que surgem antes dos
18 anos de idade. Essas limitações afetam a capacidade do
indivíduo de aprender de maneira convencional e de se
adaptar a demandas cotidianas. Contudo, a educação
inclusiva, que busca integrar alunos com deficiência
intelectual em ambientes educacionais regulares, tem se
mostrado fundamental para o desenvolvimento pessoal e
acadêmico desses estudantes. Proporciona oportunidades de
interação social, aprendizado colaborativo e desenvolvimento
de habilidades adaptativas.

Nisso, a implementação de metodologias adaptadas


enfrenta desafios significativos, como a falta de recursos
adequados, a necessidade de treinamento especializado para
educadores e a resistência a mudanças no ambiente
educacional. Soluções incluem investimentos em formação
contínua para professores, colaboração entre escolas e
famílias, e adaptações curriculares individualizadas.

Atendimento da pessoa com deficiência intelectual

É possível compreender, por meio das modificações de


terminologias utilizadas ao longo do tempo histórico-cultural e
até mesmo a atualidade, a definição de Deficiência
Intelectual, assim como novas capacidades, conforme
expressada por Morato e Santos (2012), que nos dias atuais
se encontra uma apreensão com o que diz respeito a pessoas
com deficiências intelectuais, especialmente no que diz as
suas possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem.
Acreditar nessas pessoas demostra uma mudança de visão
que ao longo de muito tempo o classificou como
incompetente e incapaz de relacionar-se com a sociedade.

A educação especial só começou a ser debatida no Brasil


na década de 1970, “[...] tornando – se a preocupação dos
governos com a criação de instituições públicas e privadas,
órgãos normativos federais e estaduais e de classes
especiais” (ROGALSKI, 2010, p. 2). Segundo a Política
Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva, em 1973 o MEC cria o “Centro Nacional de
Educação Especial- CENESP, responsável pela gerência da
educação especial no Brasil, o qual conduziu ações
educacionais propícia a pessoas com deficiência e
superdotação, em 1975 a Declaração dos Direitos das
pessoas com Deficiência (ONU), utilizada com base comum de
referência para a proteção dos direitos das pessoas com
deficiência.

No período de 1980 um novo paradigma se destaca. Esse


paradigma baseia- se na inclusão, a qual visa incluir o
estudante com deficiência dentro do setor educacional, assim
as escolas recebem as crianças com deficiência, garantindo o
seu acesso e permanência (ARANHA, 2001). Logo depois em
1988 a Constituição Federal do Brasil, promovendo o bem-
estar de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor,
idade e qualquer outra forma de discriminação. Em 1994
surgiu a Declaração de Salamanca, um documento de grande
importância para a proposta de educação no Brasil, ano esse
que se tornou oficialmente a obrigatoriedade das instituições
acolherem todas as crianças com ou sem deficiência
(MENEZES, 2001). Na medida em que o tempo foi passando o
homem foi conquistando seus direitos e sua igualdade, a
percepção com relação às pessoas com deficiência foi se
reformulando, o abandono cedeu lugar a novas concepções,
vem para reforçar o direito da pessoa com deficiência.

De acordo com Fernanda Fernades (2020), durante muito


tempo as pessoas com deficiência eram nomeadas por
terminologias, doente mental, doidinho, perturbado do juízo,
anormal, retardado mental, débil, ficando à margem dos
demais grupos sociais, os grupos educativos, de lazer,
religiosos, mas, com as políticas, a Convenção Internacional
sobre os direitos das pessoas com deficiência intelectual
(2006), Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
da Educação Inclusiva (2008), voltadas para atender as
crianças com deficiência, essa visão foi sendo transformada.

Segundo Frias (2008) as instituições devem ter propriedade e


conhecimentos das polícias e leis em relação a inclusão, como
também da obrigatoriedade do direito que as crianças com
deficiência têm. Portanto, as escolas deveriam ser
atualizadas, como deixa claro na legislação Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica,
(2001) Resolução CNE/ CEB no 2/2001, sobre inclusão escolar,
tendo conhecimento dos direitos oportunos aos estudantes
com deficiência, procurando ofertar atendimentos de
qualidade, profissionais bem qualificados e setores
ambientais confortáveis. Principalmente, para as crianças
com deficiência intelectual a dedicação e o desempenho na
procura por práticas de ensino que despertem o interesse e
suas habilidades.

Mesmo sabendo da resistência que a sociedade tem em


incluir as crianças com deficiência nos espaços educacionais e
sociais, o Decreto No 6.949. de 25 de agosto de 20094
favorece um processo inclusivo em todas as situações. E tem-
se por objetivo a participação ativa dos indivíduos com
deficiência nas sociedades, para que esse objetivo seja
realizado é necessário a construção de instituições
qualificadas e competentes capazes de ofertar o processo de
ensino aprendizagem e de desenvolvimento integral de todos
que se fazem presente.

Metodologias de Ensino Adaptadas

Ensino Estruturado (TEACCH): O modelo TEACCH enfatiza a


organização do ambiente físico e social para facilitar a
aprendizagem de alunos com deficiência intelectual. Utiliza
rotinas visuais, tarefas estruturadas e materiais concretos
para promover a independência e compreensão. Adaptar o
ensino para alunos com deficiência intelectual envolve uma
abordagem que considera suas necessidades específicas,
garantindo que possam aprender e se desenvolver de acordo
com seu potencial. Algumas estratégias eficazes incluem:

Uso de materiais visuais: Apresentar informações através de


imagens, diagramas, gráficos e outros recursos visuais para
facilitar a compreensão.

Simplificação da linguagem: Utilizar linguagem clara e


simples, evitando jargões e frases complexas que possam
dificultar a compreensão.

Ensino prático: Incorporar atividades práticas e experiências


concretas para reforçar conceitos abstratos.

Avaliação diferenciada: Adaptar métodos de avaliação, como


permitir respostas orais ao invés de escritas ou oferecer mais
tempo para completar tarefas.

Suporte individualizado: Oferecer suporte individualizado


através de assistentes educacionais, se necessário, para
ajudar no acompanhamento das atividades.

Inclusão social: Promover a inclusão social, incentivando a


interação entre alunos com e sem deficiência intelectual em
atividades educacionais e recreativas.

Comunicação clara e direta: Estabelecer expectativas claras e


comunicar instruções de maneira direta e simples.
Foco nas habilidades funcionais: Priorizar o desenvolvimento
de habilidades práticas que são relevantes para a vida diária
e independência.

Adaptar o ensino para alunos com deficiência intelectual


requer flexibilidade e criatividade por parte dos educadores,
visando sempre maximizar o potencial de aprendizagem e
inclusão desses estudantes.

Ensino Multimodal: Incorpora múltiplos canais de


comunicação (visual, auditivo, tátil) para adaptar o ensino às
diferentes modalidades de aprendizagem dos alunos. Isso
pode incluir o uso de recursos visuais, como cartões de
comunicação, e técnicas de modelagem comportamental.

Currículo Funcional: Foca no desenvolvimento de habilidades


práticas e funcionais que são relevantes para a vida diária dos
alunos, como habilidades de autocuidado, comunicação
funcional e habilidades sociais.

Tecnologia Assistiva: Ferramentas tecnológicas, como tablets


com aplicativos educacionais específicos, dispositivos de
comunicação aumentativa e alternativa (CAA) e software
adaptativo, são utilizadas para apoiar o aprendizado e a
comunicação dos alunos.

Portanto, adaptar o ensino para alunos com deficiência


intelectual requer flexibilidade e criatividade por parte dos
educadores, visando sempre maximizar o potencial de
aprendizagem e inclusão desses estudantes.

Perspectivas Futuras e Conclusão

O futuro da educação para alunos com deficiência


intelectual está evoluindo com avanços em pesquisa,
tecnologia e práticas inclusivas. É crucial continuar a
desenvolver metodologias eficazes, promover a
conscientização sobre as necessidades desses alunos e
fortalecer políticas de inclusão educacional.

A pesquisa sobre metodologias de ensino adaptadas para


alunos com deficiência intelectual destaca a importância de práticas
pedagógicas inclusivas que atendam às necessidades específicas
desses alunos, promovendo seu desenvolvimento acadêmico, social e
emocional. Através da análise teórica e empírica, identifiquei que
metodologias como o ensino individualizado, as metodologias ativas e
o uso de tecnologias assistivas são fundamentais para criar um
ambiente de aprendizagem acessível e eficaz.

As metodologias de ensino adaptadas, como a Aprendizagem


Baseada em Projetos (ABP) e a Aprendizagem Cooperativa,
demonstraram ser eficazes na promoção da participação ativa e na
construção colaborativa do conhecimento. O ensino individualizado,
através de Planos Educacionais Individuais (PEI) e tutoria
personalizada, mostrou-se essencial para atender às necessidades
específicas de cada aluno, permitindo um aprendizado mais
direcionado e eficaz.
Apesar dos benefícios observados, a implementação dessas
metodologias enfrenta desafios significativos. A formação adequada
dos professores é um dos principais obstáculos, pois muitos
educadores ainda carecem de capacitação específica para trabalhar
com alunos com deficiência intelectual.
Em suma, a adaptação das metodologias de ensino para alunos
com deficiência intelectual é uma necessidade imperativa para a
promoção de uma educação inclusiva e de qualidade. Ao abordar os
desafios e implementar as recomendações propostas, podemos
avançar na construção de um sistema educacional que valorize a
diversidade e assegure o direito à educação para todos, contribuindo
para uma sociedade mais equitativa e justa.
Em resumo, o uso de metodologias de ensino adaptadas é
essencial para promover o aprendizado e o desenvolvimento
de alunos com deficiência intelectual. Ao implementar
abordagens educacionais inclusivas e eficazes, podemos
garantir que todos os alunos tenham acesso a uma educação
de qualidade e oportunidades para alcançar seu potencial
máximo.
Este artigo oferece uma visão abrangente das
metodologias de ensino adaptadas para alunos com
deficiência intelectual, destacando a importância de práticas
educacionais inclusivas e personalizadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aranha, M.S.F. (1995). Integração social do deficiente: análise


conceitual e metodológica. Temas em Psicologia, 2. (2001).
Paradigmas da relação da sociedade com as pessoas com
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2015. Brasília, DF.

FERNANDES, Fernanda. Como se referir a pessoa com deficiência: a


evolução dos termos ao longo do tempo. 21 de setembro de 2020

FRIAS, E. M. A. (2008). Inclusão escolar do aluno com necessidades


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Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1462-8.pdf.
Acesso em: 11 de mai 2020.

MENEZES, Ebenezer Takuno de. Verbete Declaração de


Salamanca. Dicionário Interativo da Educação Brasileira -
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MORATO, Pedro; SANTOS, Sofia. Acertando o passo: falar de


deficiência mental é um erro, deve-se falar de dificuldade intelectual e
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ROGALSKI, S. M. Histórico do surgimento da educação especial.


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Schirmer, C. R. (2006). A inclusão de alunos com deficiência


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10(1), 89-99.

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