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Pedro Lucas, nº17, 12ºF
Disciplina: Sociologia
Professora: Teresinha Silva
Análise ao documentário: “Às portas do inferno: Colômbia: Crianças
destroçadas” Na disciplina de Sociologia, foi visualizado um documentário intitulado “Às portas do inferno: Colômbia: Crianças destroçadas”, relativo à dura realidade de Medellín, Colômbia, num dos bairros mais conflituosos da cidade, Comuna 13.
O documentário explora como a pobreza e a violência afetam e influenciam a vida no
bairro de Medellín, especialmente as crianças. Desde a infância que os moradores do bairro lutam pela sua sobrevivência através da criminalidade, como o tráfico de droga e o assassinato, sendo uma escolha quase inevitável. No início do documentário, é partilhado por uma jovem como a sua vida nas ruas de Medellín sempre foi marcada por escolhas difíceis e experiências traumáticas. A pobreza extrema e a falta de oportunidades levam frequentemente à prisão ou à morte, sendo partilhado pela jovem que a sua primeira morte ocorreu quando tinha apenas 10 anos. Estes fatores são grandes condicionantes da desigualdade social na cidade, face à exclusão e à grande dificuldade de acesso a recursos básicos como a saúde, a educação e o emprego. Essa falta de alternativas é a fonte de ligação dos jovens com o crime, tal como exemplifica o documentário ao retratar o uso de crianças para atividades ilegais em gangues. Todo este processo reforça a ideia da estratificação social, ou seja, a classificação de grupos com base nas suas condições socioeconómicas, mostrando como as classes mais baixas enfrentam barreiras para a sua mobilidade social.
Em Medellín, a família, a escola e a Igreja são instituições sociais mais fragilizadas e
ausentes na vida dos jovens. No documentário, são apresentados muitos jovens que cresceram sem apoio familiar, vivendo em ambientes onde a violência é bastante normalizada, encontrando-se integrada na estrutura da sua sociedade. Deste modo, são abordadas as dificuldades enfrentadas por mulheres, que são vítimas de um ciclo de exploração, abuso e falta de apoio. Isto especialmente nas mães jovens, que, apesar das dificuldades, buscam oferecer aos filhos uma vida melhor do que a que tiveram, sendo 20% das raparigas entre os 14 e 16 anos mães. Desde cedo que são forçadas a aderir a meios de subsistência desesperados como a prostituição, manipulação e atividades criminosas.
O documentário recorre a uma análise sobre a vida na Comuna 13 com base na
perspetiva de diversas ciências sociais. Desde as implicações individuais do trauma e do comportamento, às estruturas sociais que moldam as desigualdades e as práticas culturais que as influenciam, conseguimos compreender mais profundamente as causas e as consequências da violência, a pobreza e a exclusão social da vida em Medellín, sendo bastante representado o contraste entre as classes sociais, não só a nível de riqueza, mas também de segregação geográfica. No entanto, não é negada a resiliência de quem busca um caminho melhor, seja através do desporto, da religião ou do apoio social, havendo esperança entre os desafios maiores.
A infância retratada na sociedade colombiana é deveras marcante quando a
comparamos com outras sociedades, como a sociedade portuguesa. Na sociedade colombiana, a pobreza, a violência e a ausência de proteção infantil fazem com que as crianças cresçam num ambiente onde a criminalidade e a morte são parte do seu quotidiano. Elas são forçadas a assumir papéis adultos muito cedo, sendo muito marcadas pela sobrevivência por meio de trabalho infantil, exploração por gangues e assassinatos. A falta de apoio familiar e económico e a grande proximidade ao crime impossibilitam o desenvolvimento saudável das crianças, tanto emocional como educacional, colocando-as em situações de risco. Por outro lado, em Portugal, embora também se apresentem desafios quanto ao direito à saúde, à educação e à proteção social das crianças, nada se compara à sociedade colombiana. Na sociedade portuguesa, a educação é obrigatória e acessível, havendo um sistema de saúde universal e programas que visam a inclusão e a proteção de crianças em situação de risco. A infância é vista como uma fase importante de desenvolvimento, tanto social como intelectual e físico, havendo leis que garantem a proteção das crianças contra a exploração e o abuso. Em contraste com Medellín, a sociedade portuguesa tem em conta a importância dos familiares na supervisão do crescimento e desenvolvimento das crianças, sendo considerada uma prioridade.
O que possibilita uma infância mais segura e saudável na sociedade portuguesa é a
proteção social mais consolidada, pois, embora exista pobreza, não é frequentemente afiliada à violência urbana. Outros fatores que também o justificam são a rara presença de exploração infantil, em Portugal, e a desigualdade social e a segregação são menos notórias, comparativamente à sociedade colombiana.
A realidade destas duas sociedades exemplifica a importância do contexto
socioeconómico na infância. A desigualdade social provoca a violência e a exclusão prematura, enquanto a inclusão leva à priorização da proteção e da formação.
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