Células e Organitos Celulares

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BIODIVERSIDADE CELULAR

Matthias Schleiden (1838) e Theodor Schwann (1839) enunciaram pela primeira vez a Teoria Celular ao
afirmarem que todas as plantas (Schleiden) e todos os animais (Schwann) eram constituídos por células e que estas
eram as unidades básicas da vida.
Rudolf Virchow em 1855 ampliou o significado da teoria celular que assenta nas seguintes generalizações:
• A célula é a unidade básica de estrutura e função de todos os seres vivos.
• Todos os seres vivos são constituídos por células.
• Todas as células provêm de células preexistentes.
• A célula é a unidade de reprodução e de desenvolvimento dos seres vivos.
• A célula é a unidade hereditária de todos os seres vivos.

Os organismos unicelulares são constituídos por uma única célula capaz de realizar todas as funções vitais,
enquanto que os organismos pluricelulares são compostos por várias células, por vezes organizadas em tecidos
diferenciados e especializadas em diversas funções.

As células apresentam uma grande diversidade morfológica e funcional. As células mais simples são designadas
células procarióticas e estão representadas pelas bactérias e cianobactérias. Os seres que as possuem são designados
procariontes. As células maiores e mais complexas são designadas por células eucarióticas e os seres que as possuem
são designados de eucariontes.

As células procarióticas são estruturalmente mais simples que as células


eucarióticas e têm dimensões compreendidas entre 1 e 10 µm. Não possuem
núcleo individualizado por uma membrana nuclear mas possuem uma molécula
de DNA circular não associado a proteínas que constitui o nucleóide.
Exteriormente á membrana plasmática na maioria das células procarióticas
existe uma complexa parede celular não celulósica que protege a célula e ajuda-
a a manter a sua forma. Em alguns procariontes, externamente à parede celular
existe uma outra estrutura, a cápsula que tem também uma função protectora.
Alguns procariontes apresentam na sua superfície prolongamentos, chamados
pilli ou fímbrias com função receptora de estímulos externos e de adesão, e
flagelos com função locomotor. Determinados procariontes apresentam mais uma pequena molécula de DNA –
plasmídeo que contem genes de resistência a antibióticos e eliminação de produtos tóxicos e um mesossoma
(invaginação da membrana citoplasmática) que contem enzimas ligadas à produção de energia e á divisão celular.

As células eucarióticas possuem uma estrutura mais complexas e estão representadas em todos os restantes
grupos de seres vivos admitindo-se que evoluíram a partir de células procarióticas. As células eucarióticas possuem
um núcleo individualizado por uma membrana nuclear com o DNA associado a proteínas e apresentam uma grande
variedade de estruturas no citoplasma - organelos membranares que desempenham uma função específica na célula.
As células eucarióticas dividem-se em células vegetais e animais. Estas células apesar de possuírem muitos organitos
em comum, possuem também um conjunto de estruturas que as distinguem.
CÉLULA EUCARIÓTICA ANIMAL CÉLULA EUCARIÓTICA VEGETAL

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Tanto as células procarióticas como as células eucarióticas apresentam na sua constituição aspectos comuns:
✓ Membrana celular ou membrana citoplasmática ou plasmalema – estrutura que regula o fluxo de materiais entre
a célula e o meio. Separa o meio intracelular (interno) do meio extracelular (externo).
✓ Citoplasma – massa semifluida aparentemente homogénea (hialoplasma) no seio da qual se encontram numerosos
organitos celulares ou organelos
✓ Ribossomas – estruturas responsáveis pele síntese de proteínas de acordo com as instruções do material genético.
✓ Material genético - formado por DNA e RNA que contem as informações que regulam a actividade celular.

DIFERENÇAS ENTRE CÉLULAS PROCARIÓTICAS E CÉLULAS EUCARIÓTICAS

CÉLULAS PROCARIÓTICAS CÉLULAS EUCARIÓTICAS


▪ O material genético está numa região do citoplasma ▪ Células com material genético contido no núcleo
designada nucleóide. (núcleo individualizado)
▪ Não possuem organitos membranares ▪ Possuem organitos membranares (organitos
▪ Contém ribossomas (organitos não membranares). delimitados por membrana)
▪ São as células constituintes das bactérias e têm, em ▪ Contem ribossomas
média, dimensão 10 a 100 vezes inferior à das células ▪ São células de maior dimensão que as procarióticas.
eucarióticas. ▪ São as células constituintes dos protistas, fungos,
▪ Ausência de citoesqueleto plantas e animais.
▪ Presença de plasmídio, fímbrias ▪ Presença de citoesqueleto
▪ Parede celular de peptidoglucano ▪ Resultam da evolução de células procarióticas
▪ Parde celular de celulose (nas vegetais)

DIFERENÇAS ENTRE CÉLULAS EUCARIÓTICAS ANIMAIS E VEGETAIS

CÉLULAS EUCARIÓTICAS VEGETAIS CÉLULAS EUCARIÓTICAS ANIMAIS


Estruturas exclusivas: Estruturas exclusivas:
➢ Cloroplastos ➢ Centríolos
➢ Plasmodesmos ➢ Lisossomas
➢ Parede celular celulósica ➢ Desmossomas
➢ Vacúolo de grandes dimensões (vacúolo hídrico) ➢ Glicocálice

Membrana celular

A membrana celular é constituída por uma bicamada de fosfolípidos associada a proteínas.

Funções da membrana:
Aparelho
• Barreira protetora que mantém a integridade da célula; de Golgi
• Barreira de separação entre o meio interno e o meio externo que
controla de forma seletiva a troca de substâncias entre o meio
intracelular e extracelular;
• Reconhece substâncias, alterações do meio externo e recebe
informações devido à existência de recetores na sua superfície externa.

Parede celular

É constituída nas células vegetais por celulose, pectina, lenhina e


glicoproteínas sendo responsável:

• por conferir proteção e suporte à célula;


• por oferecer resistência a elevadas pressões osmóticas sofridas pelas células vegetais;
• contribuir para a rigidez e coesão celular devido à existência de compostos pécticos que têm funções adesivas;
• Pelo transporte de substâncias entre as células contíguas devido à existência de plasmodesmos (interrupções da
parede celular).

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Citoplasma
É constituído por 85% de água, proteínas (enzimas) glícidos, RNA,
aminoácidos, sais minerais, iões e compostos intermediários de metabolismo
celular – hialoplasma ou citosol. Para além disso, encontram-se numerosos
organitos celulares e um citoesqueleto constituído por filamentos proteicos que
formam uma rede intracelular.

Função do citoesqueleto:

• Manutenção da forma celular.


• Mobilidade celular facilitando os movimentos celulares.
• Organização do conteúdo do citoplasma servindo de suporte aos organitos
celulares.
• Constitui o fuso mitótico desempenhando um papel fundamental nos processos de divisão celular

SISTEMAS ENDOMEMBRANARES

Retículo endoplasmático

Constituído por canais, canalículos e cisternas existentes no citoplasma das células eucarióticas que
comunicam entre si e estabelecem uma continuidade entre membrana plasmática e a membrana nuclear. O seu
interior denomina-se lúmen endoplasmático.
Função:
• transporte de substâncias para dentro e fora da
membrana
• formação de peroxissomas
• renovação das cisternas do complexo de Golgi
• síntese e circulação de proteínas sintetizadas pelos
ribossomas presentes na superfície do R.E.R.
• síntese de lípidos, hormonas, alguns glicolípidos,
glicoproteínas e polissacarídeos.

A presença ou ausência de ribossomas na sua superfície bem como a sua morfologia permite considerar 2
tipos de retículo:

1 - Retículo endoplasmático rugoso (RER)

Sistema membranar constituído por um conjunto de cisternas achatadas que comunicam entre si
apresentando à superfície ribossomas o que lhe confere um aspeto granuloso.

Função:

Síntese e ao transporte de proteínas sintetizadas pelos ribossomas localizados à sua superfície até às regiões
celulares onde são necessárias.

2 - Retículo endoplasmático liso (REL)


Sistema membranar com aspeto tubular com cisternas não apresentando ribossomas à sua superfície.

Função:
Responsável pela síntese de lípidos nomeadamente fosfolípidos e esteróides e intervêm na absorção e
libertação do cálcio para mediar algumas tipos de atividade celular. O REL tem, como uma de suas principais funções,
a desintoxicação do organismo, atuando na degradação do etanol ingerido em bebidas alcoólicas, assim como a
degradação de medicamentos ingeridos pelo organismo como antibióticos e barbitúricos (substâncias anestésicas).
Esse tipo de retículo é abundante principalmente em células do fígado, gónadas e pâncreas.

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Complexo de Golgi
É constituído por um conjunto de cisternas (sáculos achatados e encurvados) associados a vesículas golgianas
e está em continuidade com o retículo endoplasmático.

As cisternas encontram-se agrupadas em número de 4-5


formando pilhas que se denominam dictiossomas. Cada
dictiossoma tem uma face de formação,- face cis, convexa, que
recebe vesículas vindas do RE, e uma face de maturação - face
trans, côncava, onde se originam as vesículas.

Os prótidos e os lípidos que vão renovar o sistema


membranar do complexo de Golgi são provenientes da R.E e
entram pela face cis. À medida que passam da face cis para a face trans através de vesículas, sofrem um conjunto de
transformações como a glicolisação, sulfatação ou a fosforilação.

Função:
• Formação de lisossomas que contêm enzimas hidrolíticas que intervêm na digestão intracelular;
• Glicosilação que consiste na formação de glicolípidos e glicoproteínas que posteriormente podem sair da célula
através de vesículas excretoras.
• Local de ativação e secreção de proteínas.
• Intervenção no transporte no interior da célula de substâncias tóxicas
• Recuperação de membranas

Lisossomas
São vesículas rodeadas por uma membrana que contêm enzimas hidrolíticas
ou digestivas (hidrólases) produzidas no Complexo de Golgi a partir de
proteínas sintetizadas no RER.

Função:
• Estas enzimas catalisam a degradação de macromoléculas por hidrólise
das suas ligações, bem como, organitos não funcionais, ou partículas e
microrganismos fagocitados.

Consideram-se dois tipos de lisossomas:


a) - Lisossomas primários
Vesículas que contém enzimas hidrolíticas sintetizadas complexo de
Golgi e posteriormente foram libertadas no citoplasma.

b) - Lisossomas secundários ou vacúolos digestivos


Vesículas que resultam da fusão de lisossomas primários com vesículas formadas por endocitose, fagocitose
ou contendo organitos não funcionais.

Os lisossomas secundários são responsáveis pela digestão de partículas do meio extracelular- heterofagia - e
designam-se por vacúolos heterofágicos, bem como pela digestão de organitos não funcionais - autofagia - que são
previamente envolvidos por uma membrana proveniente do REL. Neste caso, designam-se por vacúolos autofágicos.
O produto da digestão é assimilado pelo citoplasma, enquanto que os resíduos (material não digerido) ficam
retidos em vesículas designadas por vesículas excretoras ou vacúolos residuais que migram para a periferia da célula
e saem por exocitose.

Peroxissomas
Vesículas rodeadas por uma membrana contendem enzimas oxidases responsáveis pelas reações de oxi-
redução, contribuindo assim para a degradação de compostos redutores nocivos à célula. A catálase é das enzimas
oxidases a mais frequente e é responsável pela degradação do peróxido de hidrogénio resultante de algumas reações
celulares e que é altamente tóxico.
Degradação de ácidos gordos e síntese de colesterol.

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Vacúolos

São organitos limitados por uma membrana - tonoplasto e possuem no seu


interior várias substâncias em solução (água, açucares, sais, pigmentos, proteínas,
enzimas, etc.) que constituem o suco vacuolar. Nas células vegetais os vacúolos são
de grandes dimensões, ocupam uma posição central. Nas células animais são sempre
de pequenas dimensões.

Função:
• Intervêm no equilíbrio osmótico das célula vegetais.
• Nas células animais os vacúolos tem uma função digestiva

Existem vários tipos de vacúolos:


a) - Vacúolos digestivos - apresentam hidrólases no seu interior e são responsáveis pela decomposição do material
ingerido.
b) - Vacúolos pulsáteis ou contrácteis - contêm água e atuam no sistema de excreção de água sendo responsáveis
pelo equilíbrio hídrico da célula
c) - Vacúolos de reserva - contem material armazenado de origem diversa.

Mitocôndrias
São organitos delimitados por duas membranas lipoproteicas (membrana
interna e membrana externa). O espaço entre elas denomina-se espaço
intermembranar.

A membrana externa é lisa e permeável a maior parte das moléculas orgânicas.

A membrana interna é pregueada e impermeável à maior parte dos solutos e


delimita um espaço denominado matriz que contem ribossomas, enzimas, X, RNA, ATP
e ADP. A membrana interna apresenta um conjunto de invaginações denominadas
cristas mitocondriais que possuem na sua superfície ATP ases que catalisam a síntese de ATP. São mais abundantes
em células com grande dispêndio de energia (células nervosas e musculares).
São organitos semi-autónomos.

Função:
• São os organitos responsáveis pela respiração celular, estando pois ligados à produção de energia.

Cloroplastos
São plastídeos que contêm clorofila.
Possuem uma dupla membrana estando a membrana interna a delimitar um espaço que se denomina
estroma.

A membrana interna apresenta-se diferenciada em tilacoides e lamelas (vesículas achatadas) agrupadas em


pilha - grana (granum no plural). Os granum estão ligados entre si por pequenas lamelas denominadas intergrana.

Na membrana dos tilacoides localizam-se os pigmentos fotossintéticos


que captam a energia solar, enquanto no estroma existem ribossomas, uma
molécula de DNA circular, RNA e enzimas que catalisam a síntese de compostos
orgânicos.

Função:
• Responsáveis pela realização da fotossíntese (um processo de síntese de
matéria orgânica que necessita de luz.

As mitocôndrias e os cloroplastos são considerados organitos semi-autónomos porque ambos possuem uma
molécula de DNA circular e ribossomas o que lhes possibilita reproduzirem-se e sintetizar as próprias proteínas.
Parecem viver em simbiose com o citoplasma da célula.
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Nas células vegetais para além dos cloroplastos existem outros tipos de plastídeos:
• Cromoplastos - acumulam carotenoides
• Leucoplastos - acumulam substâncias de reserva.
• Amiloplastos - acumulam amido.
• Oleoplastos - acumulam lípidos.
• Proteoplastos - acumulam proteínas.

Núcleo

Encontra-se limitado invólucro nuclear - carioteca formado por uma


membrana dupla (membrana nuclear) com poros forrados por proteínas. A face
externa da membrana nuclear apresenta na sua superfície ribossomas e pode
ser considerada uma diferenciação do R.E., pois existe continuidade entre as
duas estruturas.

O núcleo possui no seu interior o nucleoplasma onde se encontram a


cromatina e um ou vários nucléolos. A cromatina encontra-se dispersa e é constituída por filamentos de DNA
associados a proteínas – histonas. Quando a célula entra em divisão a cromatina condensa-se e origina cromossomas.

Função:
• Transmissão da informação genética da célula
• Controle de toda a atividade celular principalmente a síntese proteica, a síntese de RNA e a divisão celular

Nucléolo

O núcleo celular contém tipicamente um ou vários nucléolos. Os nucléolos são formados por RNA, proteínas
e algum DNA
Os nucléolos aumentam de número e volume quando a célula está ativamente envolvida na síntese proteica.
Estes desaparecem durante a divisão celular e reaparecem na telófase.
Tanto as proteínas como o RNA que formam as duas subunidades dos ribossomas saem do nucleoplasma
através dos poros nucleares.

Função:
• Responsável pela síntese de RNA ribossómico que intervêm na produção de ribossomas.

COMPONENTES NÃO MEMBRANARES

Ribossomas

Complexos macromoleculares de RNAr e proteínas constituídos por duas subunidades ribossomais (uma
grande e uma pequena) que se juntam quando se dá a síntese de proteínas.

Estão associados ao R.E.R. ou à membrana nuclear podendo no entanto encontrar-se livres no citoplasma ou
em cadeia formando os polirribossomas ou polissomas (ribossomas interligados por uma molécula de RNAm). Surgem
ainda no interior dos cloroplastos e mitocôndrias.

Função:

• Realização da síntese proteica a partir da união de aminoácidos.

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Centríolos

Estão localizados próximos do núcleo das células animais e são formados por dois
cilindros de natureza proteica dispostos perpendicularmente um em relação ao outro.
Cada centríolo é formado por nove grupos de três microtúbulos dispostos em
círculo. Os microtúbulos são constituídos por uma proteína a tubulina.

Os centríolos intervêm na:


• constituição do citoesqueleto.
• organização do fuso mitótico durante a divisão celular.
• formação de cílios e flagelos.

Cílios e flagelos

São estruturas que resultam do alongamento para o exterior da célula de dois microtúbulos de cada feixe de
três de um dos centríolos que empurram a membrana citoplasmática para o exterior que vai assim crescendo.

Função:
• Em células móveis promovem a deslocação das células, enquanto que em células
fixas provocam correntes ao seu redor.

Os flagelos são em menor número mas maiores que os cílios e apresentam


movimentos ondulatórios. Existem em seres unicelulares e nas células sexuais masculinas.

Os cílios são pequenos mas em maior número e possuem movimentos pendulares


(batimentos). Existem em organismos unicelulares e em células epiteliais que revestem a
traqueia e a cavidade nasal.

MODIFICAÇÕES E REFORÇOS DA MEMBRANA

As células apesar de possuírem uma estrutura básica comum apresentam algumas modificações na sua
superfície dependendo da função desempenhada.

As células que realizam grandes trocas com o exterior apresentam microvilosidades (prolongamentos em
forma de dedo de luva) e invaginações que provocam o aumento da superfície de troca com o meio sem no entanto
aumentarem muito o seu volume celular.

Nos tecidos celulares em que é necessário uma grande adesão entre as células estas apresentam junções
celulares que podem ser de três tipos:

A - Interdigitações ou interpenetrações

Modificações da membrana caracterizadas pela existência de saliências e reentrâncias da membrana celular


que permite a união entre as células e aumenta a superfície de intercâmbio entre elas.

B - Glicocálice (glicocálix) ou cell-coat

Existe nas células animais sendo constituído por glícidos ligados às proteínas e lípidos da face externa da
membrana e interferem na:
• proteção
• permeabilidade da membrana
• adesividade
• reconhecimento celular

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C - Desmossomas

Zona da membrana onde o citoplasma se condensa e apresenta tonofilamentos enquanto no espaço


intercelular os glicocálices de cada uma das células se interpenetram originando uma linha média densa reforçando-
se assim a adesão celular.

Legenda cada uma das células representadas.


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