ResistEnem - Biologia - Genética
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Genética
Biologia
Tópicos abordados
01 02 03
Introdução à Hereditariedade Leis de Mendel
Genética
Genética é a área da Biologia que estuda a transmissão do material genético ao longo das
gerações, a natureza química do material hereditário e seu modo de ação.
As informações genéticas dos indivíduos e as transmissões delas de pais para filhos ocorre por
meio de genes, que são segmentos de DNA e estão localizados em cromossomos – estruturas
formadas pelo DNA, um dos ácidos nucleicos existentes.
Ácidos nucleicos são assim chamados por serem substâncias de caráter ácido, usualmente
encontradas no interior do núcleo das células eucarióticas (mas não só ali). São eles: o ácido
desoxirribonucleico (ADN, ou DNA, na sigla em inglês) e o ácido ribonucleico (ARN ou RNA).
Os ácidos nucleicos são macromoléculas constituídas por longas cadeias contendo milhares de
nucleotídeos. Cada uma dessas unidades é composta de três partes distintas: um grupo fosfato
ao qual está unida uma pentose (monossacarídeo com cinco carbonos), à qual está ligada a uma
base nitrogenada (uma molécula formada por um ou dois anéis de carbonos e nitrogênios).
Os ácidos nucleicos desempenham importante papel no controle das atividades celulares, uma
vez que contêm as informações para a produção das enzimas e de outras substâncias necessárias
ao funcionamento do organismo.
Como mostrado na imagem, existem cinco tipos de base nitrogenada presentes nos ácidos
nucleicos, três delas ocorrem tanto no DNA quanto no RNA - adenina (A), a guanina (G) e a
citosina (C). A base nitrogenada timina (T) ocorre exclusivamente no DNA, enquanto a base
uracila (U) ocorre exclusivamente no RNA.
Uma molécula de RNA é formada por uma única fita (ou cadeia) de nucleotídeos; estes contêm
ribose e as bases adenina, guanina, citosina e uracila em sua composição. Veja a representação a
seguir:
DNA
Uma molécula de DNA é formada por duas fitas de nucleotídeos, que contém a pentose
desoxirribose e as bases adenina, guanina, citosina e timina em sua composição.
Essas duas cadeias de nucleotídeos mantêm-se unidas graças a ligações de hidrogênio, que se
estabelecem entre as bases nitrogenadas das duas fitas adjacentes. O pareamento dessas bases
sempre se faz da mesma maneira: uma adenina de uma cadeia pareia com uma timina da outra
cadeia, estabelecendo duas ligações de hidrogênio. E uma guanina de uma cadeia pareia com
uma citosina da outra cadeia, estabelecendo três ligações de hidrogênio.
Frequentemente compara-se a molécula de DNA com uma “escada” (daquelas usadas por
pedreiros em obra), na qual os “corrimãos” seriam as pentoses (desoxirriboses) e fosfatos
alternados, e cada “degrau” corresponderia a um par de bases nitrogenadas (A com T, e C com
G). Observe a figura:
Graças aos trabalhos desenvolvidos por vários cientistas nas décadas de 1940 a 1960, foi
possível estabelecer que a molécula de DNA apresenta uma estrutura em dupla-hélice. Observe
a figura abaixo:
É o fluxo de informação que ocorre de uma molécula a outra, na síntese de proteínas em uma
célula. Inicialmente, o dogma era assim representado:
Nele está representado um fluxo unidirecional de informação (do DNA para o RNAm e deste
para a proteína produzida), além do fato de que a molécula de DNA é capaz de replicar-se. Mais
tarde, tornaram-se conhecidos outros papéis que as moléculas de RNA podem ter nos seres
vivos.
Esse outro papel do RNA é o de funcionar como o material genético de certos vírus, os chamados
“vírus de RNA”. Alguns desses vírus são capazes de duplicar seu RNA após sintetizarem uma
molécula de DNA a partir de seu RNA, desde que este tenha sido inserido numa célula
hospedeira. Esse processo, conhecido como transcrição reversa, é catalisado por uma enzima
específica (a transcriptase reversa).
A partir desse DNA viral transitório são então sintetizadas novas moléculas de RNA idênticas à
original, que farão parte de novas partículas virais. A essa categoria, conhecida como retrovírus,
como por exemplo o vírus HIV (causador da Aids).
Replicação do DNA
A replicação, também conhecida como duplicação, do DNA é um processo regulado por vários
fatores da própria célula ou de fora dela, por exemplo: sinais provenientes das células vizinhas
ou do ambiente, o tempo transcorrido desde a última replicação (a que originou a presente
molécula de DNA), a disponibilidade de nutrientes para a célula e fatores hormonais.
Ao final da replicação, uma molécula de DNA dá origem a duas moléculas-filhas, idênticas entre
si e à molécula de DNA original. Dessa maneira, as informações genéticas são transmitidas de
geração em geração, tanto em células de um tecido (como a pele, por exemplo), como de uma
colônia de bactérias. Em consequência disso os tecidos, órgãos ou organismos mantêm-se
estáveis.
É durante a replicação que podem ocorrer mutações. Elas podem levar ao surgimento de novas
variedades de genes, e levam a consequências positivas ou negativas. As mutações podem
alterar o funcionamento de uma célula e das células descendentes dela, dando origem a um
tecido com anomalias em seu funcionamento, como um tumor, por exemplo. Por outro lado,
mutações são uma das causas de variabilidade genética, fundamental para a evolução das
espécies. Mutações serão estudadas um pouco mais para frente, na continuação dessa unidade.
A duplicação do DNA é controlada por várias enzimas que promovem o afastamento dos fios
(enzimas e proteínas específicas desenrolam as duas hélices e quebram as pontes de hidrogênio),
unem os nucleotídeos novos e corrigem erros. Esse processo ocorre em vários pontos da
molécula e nos dois sentidos.
Como cada molécula-filha é formada por um filamento antigo (do DNA original) e por um
filamento novo (recém-fabricado), esse processo é chamado de processo semiconservativo.
Esse processo é responsável pela duplicação cromossômica e a divisão celular. Observe a figura
a seguir.
Há algo em comum entre os ácidos nucleicos (DNA e RNA) e as proteínas (polipeptídeos): todos
são macromoléculas constituídas por uma sequência ordenada de unidades (nucleotídeos nos
ácidos nucleicos, aminoácidos no caso das proteínas).
Transcrição
• Apenas um trecho da molécula de DNA será transcrito; esse trecho equivale a um gene
(“receita” para uma proteína) ou “receita” para a produção de uma molécula de RNA com
função regulatória, como se discutirá mais adiante. As ligações de hidrogênio que unem
as duas cadeias do DNA naquele trecho em particular são rompidas por ação enzimática,
e as duas fitas se afastam uma da outra.
• Apenas uma das fitas da molécula de DNA serve como molde; a outra fita de DNA
(chamada “fita inativa”) volta a se juntar à fita molde depois que o processo termina, uma
vez que o polinucleotídeo de RNA assim formado se destaca do molde ao final da
transcrição.
Tradução
É o processo de síntese de proteína e dele participam os três tipos de RNAs: o RNAr, que forma
os ribossomos, o RNAm (em que o agrupamento de três bases nitrogenadas forma cada uma das
“trincas de bases” chamado de códon), e o RNAt (local em que está localizado o anticódon),
responsável em reconhecer o códon no RNAm. Isso determinará a posição do aminoácido na
proteína. O termo tradução se justifica no fato desse processo não causar uma transformação
química do RNAm em proteína, já que, ao final do processo o RNAm continua existindo,
juntamente com a proteína formada.
O código genético
Um gene, como já dissemos, é um segmento específico de uma molécula de DNA que contém
uma informação – a “receita” de um polipeptídeo – codificada em sua sequência de bases
nitrogenadas. As informações genéticas codificadas no DNA e enviadas ao citoplasma por meio
do RNAm fornecem instruções para a fabricação de um polipeptídeo, componente de uma
proteína.
A correspondência existente entre a sequência de bases dos ácidos nucleicos e a sequência dos
aminoácidos de uma proteína damos o nome de código genético.
Veja a tabela a seguir, que relaciona os 20 tipos de aminoácidos (aqui representados por
abreviaturas de seus nomes) com seus respectivos códons no RNAm:
Segunda base
U C A G
P U T
r Phe UUU Ser UCU Tyr UAU Cys UGU e
Phe UUC Ser UCC Tyr UAC Cys UGC C
i U r
m Leu UUA Ser UCA Parada UAA Parada UGA A c
e Leu UUG Ser UCG Parada UAG Trp UGG G e
i i
U
r Leu CUU Pro CCU His CAU Arg CGU r
a Leu CUC Pro CCC His CAC Arg CGC C a
C
Leu CUA Pro CCA Gln CAA Arg CGA A
b Leu CUG Pro CCG Gln CAG Arg CGG b
a G a
s U s
e A Ile AUU Tr ACU Asn AAU Ser AGU e
Ile AUC Tr ACC Asn AAC Ser AGC C
Ile AUA Tr ACA Lys AAA Arg AGA A
Met AUG Tr ACG Lys AAG Arg AGG G
U
G Val GUU Ala GCU Asp GAU Gly GGU
Val GUC Ala GCC Asp GAC Gly GGC C
Val GUA Ala GCA Glu GAA Gly GGA A
Val GUG Ala GCG Glu GAG Gly GGG G
02 Hereditariedade
Em 1868, o já citado cientista inglês Charles Darwin (1809-1882), que propôs o princípio da
seleção natural, defendia a teoria da pangênese (do grego pân = todo; genesis = origem,
Essas partículas seriam transmitidas através das gerações e seriam responsáveis pela
hereditariedade. Para alguns cientistas, eram os fluidos do corpo, como o sangue, que continham
as características transmitidas. Ainda hoje há vestígios desse conceito em expressões como
cavalo “puro-sangue” e indivíduo de “sangue azul”. Havia também a ideia de que os elementos
determinantes das características paternas e maternas se misturavam nos filhos: era a teoria da
herança misturada. E uma vez que esses elementos tivessem sido misturados, eles não se
separariam mais. Essas ideias se mantiveram por quase todo o século XIX.
Hereditariedade
A hereditariedade é a forma como as informações dos genes são transmitidas de pais para filhos
através das gerações e a genética é a parte da biologia que estuda as leis da hereditariedade.
Para compreender como as características são transmitidas, temos que lembrar alguns aspectos
da meiose, o processo de divisão celular que produz os gametas.
É durante a meiose que ocorre o crossing-over, a troca de pedaços entre cromossomos homólogos
(aqueles que formam pares) durante a prófase I da meiose I, antes desses pares de cromossomos
se separarem. Por conta dessa característica, o crossing-over aumenta a variabilidade genética.
03 Leis de Mendel
Experimentos de Mendel
Muito do que hoje sabemos sobre hereditariedade se deve aos trabalhos de Gregor Johann
Mendel (1822-1884), um monge que viveu no século XIX em uma região que hoje corresponde à
República Tcheca. Ao longo de cerca de oito anos, Mendel realizou, nos jardins do mosteiro em
que vivia, muitos experimentos com ervilhas.
Mendel estudou várias características das plantas de ervilhas – cor e forma das sementes, cor e
forma das vagens, posição das flores, altura das plantas, entre outras. Ele também fez análises de
resultados de cruzamentos entre essas plantas e sugeriu hipóteses que foram cruciais para o
estabelecimento das leis fundamentais da hereditariedade.
A escolha por ervilhas pode ter sido casual, mas foi muito importante para a análise de
características opostas, como sementes amarelas ou verdes, lisas ou rugosas. As ervilhas
também possuem ciclo de vida curto e produz grande número de sementes, além de fazer
autofecundação. A autofecundação é importante nos testes de obtenção de linhagens “puras”.
Para realizar os cruzamentos, Mendel selecionava plantas puras para a característica desejada,
cruzava-as entre si (realizando polinização manual) e analisava os descendentes (geração F1)
quanto ao seu aspecto morfológico e sua frequência. Em seguida, estimulava que as plantas da
geração F1 se reproduzissem por autofecundação e analisava os descendentes resultantes
(geração F2).
Mendel criou a hipótese de que, se uma planta tinha semente amarela, ela devia possuir algum
“fator” responsável por essa cor, assim como em planta com semente verde. Em um dos
experimentos ele cruzou plantas com sementes amarelas “puras” com plantas com sementes
verdes “puras”. Essa geração foi a geração P. Após o nascimento das plantas ele cruzou os
indivíduos da geração F1 entre si (autofecundação) e obteve plantas, na geração F2, com a
característica sementes amarelas e com a característica sementes verdes, na proporção de 3:1.
Observe o esquema abaixo:
Na geração F2, 75% das plantas tinham sementes amarelas e 25% tinham sementes verdes. O
aparecimento das ervilhas verdes nessa geração, permitiu que Mendel concluísse que o fator
verde não havia sido destruído nas outras gerações, apenas não havia se manifestado na
presença do fator amarelo. Com base nisso, resolveu chamar a característica semente amarela
de dominante e a característica semente verde de recessiva.
Todos os casos estudados por Mendel confirmavam o que tinha observado para a cor da ervilha:
a geração F1, resultante do cruzamento entre dois indivíduos puros, sendo um dominante e outro
recessivo, tinha característica dominante; F2 apresentava uma proporção média de 3
dominantes para 1 recessivo.
Usando os fatores que ele descobriu no esquema anterior, temos a seguinte situação:
A primeira lei de Mendel, com base em conhecimentos atuais, pode ser enunciada da seguinte
forma: “O indivíduo possui, para um dado caráter, um par de alelos; estes se separam durante a
formação dos gametas, indo apenas um alelo daquele gene para cada gameta”.
Essa lei também é conhecida como Princípio da segregação dos fatores, pois ela demonstra que
os genes se separaram durante a meiose e se encontram no momento da fecundação.
Outro motivo do sucesso do trabalho de Mendel foi a utilização de métodos estatísticos para
interpretar os resultados obtidos. Ele foi o introdutor da Estatística no estudo de Genética.
Para determinar a probabilidade de, no lançamento de duas moedas, sair a face cara nas duas,
devemos multiplicar as probabilidades isoladas. Quando lançamos uma moeda, a probabilidade
de sair cara é 1/2; no lançamento da segunda moeda, a probabilidade também é 1/2; logo, para
as duas juntas (cara e cara), temos 1/2 × 1/2 = 1/4.
A figura abaixo mostra as probabilidades de ocorrer cada evento, a cada lançamento da moeda.
Em destaque, a probabilidade de o resultado ser duas caras. Observe que o que estamos
calculando é a probabilidade de ocorrer um evento e outro, daí o nome regra do “e”.
A regra da adição pode ser formulada assim: a probabilidade de ocorrerem dois acontecimentos
que se excluem mutuamente é igual à soma das probabilidades de cada um ocorrer isoladamente.
Observe que estamos calculando a probabilidade de ocorrer um evento ou outro, daí o nome de
regra do “ou”.
Observe os resultados possíveis na figura abaixo. As faces cara e coroa em duas moedas podem
ocorrer de duas maneiras, cada uma com probabilidade de 1/4. Nesse caso, temos dois
acontecimentos mutuamente exclusivos; portanto, usamos a regra da adição.
Como vemos, o resultado do lançamento de moedas e o encontro dos alelos na fecundação têm
algo em comum: ambos são eventos aleatórios, que podem ser compreendidos pela teoria da
probabilidade.
Nas leis de Mendel, essa regra permite compreender por que a proporção de indivíduos Aa no
cruzamento entre dois híbridos é 1/2. Esses indivíduos podem se formar de dois modos: se um
espermatozoide A fecundar um óvulo a ou se um espermatozoide a fecundar um óvulo A. Como
a probabilidade de cada um desses acontecimentos é 1/4, a probabilidade de surgirem indivíduos
Aa será 1/4 + 1/4 = 2/4 = 1/2.
Resolução:
A proporção genotípica é 1/4 AA, 2/4 Aa, 1/4 aa. Portanto, a resposta é 1/2. Se perguntássemos
qual a probabilidade de uma semente amarela ser heterozigota, a resposta não seria ½, porque já
temos a informação de que a semente não é verde. Eliminando essa possibilidade, chegamos ao
resultado de 2/3. Observe no esquema a seguir, que indica os alelos nos gametas masculino e
feminino, que há 2 resultados em 3 que levam à formação de uma semente amarela heterozigota
(considere que já sabemos que a semente não é verde e, por isso, excluímos dos resultados
possíveis o genótipo aa).
b) Um homem com pele pigmentada, filho de pais heterozigotos, casa-se com uma mulher
albina (caráter recessivo). Qual a probabilidade de nascer um filho albino?
Resolução:
Observe o esquema a seguir (o traço horizontal entre os elementos indica a união entre o homem
e a mulher):
Vemos que o homem pode ser homozigoto ou heterozigoto. Se for homozigoto, não terá filhos
albinos. Portanto, há uma condição imposta no problema: para ter filho albino, ele tem de ser
heterozigoto.
Como há dois eventos que precisam ocorrer simultaneamente – ser heterozigoto e, sendo
heterozigoto, ter um filho albino –, multiplicamos essas duas probabilidades: 2/3 × 1/2 = 2/6 =
1/3. Portanto, a resposta é 1/3.
Exemplos de monoibridismo:
• albinismo: ausência de pigmentos na pele, nos pelos e nos cabelos. É uma característica
recessiva.
• lóbulo da orelha: se solto, é uma característica dominante; se preso, é uma característica
recessiva.
• capacidade de enrolar a língua em “U”: quem dobra a língua, tem característica
dominante; quem não dobra, tem recessiva.
• polidactilia: presença de mais de cinco dedos nas mãos e/ou pés. Ser polidáctilo é ter gene
dominante definindo essa característica. Não ser polidáctilo, é ter gene recessivo para
essa característica.
Exercício de fixação
Em cobaias (porquinhos-da-índia), pelos curtos dominam pelos longos. Qual o resultado (genótipos e
fenótipos) do cruzamento entre um macho de pelo curto e heterozigoto e uma fêmea de pelo longo?
Resolução: Problemas de monoibridismo consideram apenas uma característica. Neste primeiro exercício,
é fornecido o genótipo dos pais em relação a determinada característica e pede-se o da geração seguinte.
O genótipo do macho de pelo curto e heterozigoto é Ll e o da fêmea de pelo longo é ll.
Verificamos os tipos de gametas possíveis e associamos espermatozoides e óvulos:
Assim, 50% dos filhos terão pelo curto (Ll) e 50% terão pelo longo (ll). Outra forma de determinar as
fecundações possíveis consiste em usar o quadro de Punnett. Nesse esquema, os gametas de um dos sexos
ficam organizados em colunas e os do outro sexo, em linhas. Cada quadrado indica o resultado de uma
fecundação possivel.
Veja a tabela a seguir, que indica os tipos de aglutinogênios e aglutininas no sangue dos
indivíduos, em função de seu tipo sanguíneo quanto ao sistema ABO:
Tabela 4. Antígenos e anticorpos presentes nos diferentes tipos sanguíneos do sistema ABO.
A determinação dos tipos sanguíneos humanos, quanto ao sistema ABO, é feita testando-se a
reação de duas gotas de sangue de um indivíduo aos anticorpos (aglutininas) anti-A e anti-B.
Para que uma transfusão sanguínea seja bem-sucedida, é necessário que haja compatibilidade
entre doador e receptor. Veja, a seguir, um esquema das possíveis transfusões entre os tipos
sanguíneos do sistema ABO:
Fenótipo Genótipo
A IA IA ou IB i
B IB IB ou IB i
AB IA IB Figura 25. Esquema dos genótipos dos
O Ii tipos sanguíneos do sistema ABO.
Como vamos trabalhar com mais de um par de genes, precisamos saber como organizar os
gametas que vão participar dos processos de reprodução e fecundação e, ainda, aplicar essas
informações no quadro de Punnett.
Quando dois genes estão situados em diferentes cromossomos, eles se separam (segregam) de
maneira independente durante a meiose. Em consequência, podem se formar diferentes tipos
de gameta, no que diz respeito à sua constituição gênica. É possível verificar essa afirmação
quando se analisa a produção de gametas por um indivíduo duplamente heterozigoto (AaBb).
Vamos usar esse genótipo (AaBb) para encontrar todos os genótipos e os fenótipos em um
cruzamento:
• Primeiro passo: encontramos os gametas que cada indivíduo produz por análise
combinatória como demonstrado a seguir:
• Terceiro passo: una os gametas nos campos centrais, colocando os genes alelos juntos:
Lembra dos experimentos de Mendel com as ervilhas? Então, olhe como ficaria a aplicação da
segunda lei em um cruzamento de dois diíbridos (VvRr) com sementes amarelas e lisas:
Então, podemos concluir que o casal era duplamente heterozigoto, conforme mostra o esquema a seguir:
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Introdução à Hereditariedade Leis de Mendel
Genética
A mesma molécula de DNA foi submetida a tratamento com substância mutagênica, provocando
alteração na 12ª base da sequência, que passou a ser uma timina.
Códon Aminoácidos
CCU Pro
CCA Pro
CCC Pro
CCG Pro
ACU Thr
ACA Thr
ACC Thr
ACG Thr
GCU Ala
GCA Ala
GCC Ala
GCG Ala
GGU Gly
GGA Gly
GGC Gly
GGG Gly
Pro = prolina; Thr = treonina; Ala = alanina; Gly = glicina.
a) deleção de G no códon 3.
b) substituição de C por U no códon 4.
c) substituição de G por C no códon 6 .
d) substituição de A por G no códon 7.
e) Deleção dos dois primeiros nucleotídeos no códon 5.
Dois casais, ambos membros heterozigotos do tipo AS para o gene da hemoglobina, querem
ter um filho cada. Dado que um casal é composto por pessoas negras e o outro por pessoas
brancas, a probabilidade de ambos os casais terem filhos (um para cada casal) com Anemia
Falciforme é igual a:
a) 5,05%.
b) 6,25%.
c) 10,25%.
d) 18,05%.
e) 25,00%
O genótipo do homem, pelo sistema ABO, que exclui a possibilidade de paternidade desse filho é
a) IAIA.
b) IAi.
c) IBIB.
d) IBi.
e) ii.
Ciências da Natureza e Suas Tecnologias | Biologia 33
7- (Enem – 2014) Em um hospital havia cinco lotes de bolsas de sangue, rotulados com os códigos
I, II, III, IV e V. Cada lote continha apenas o tipo sanguíneo não identificado. Uma funcionária
do hospital resolveu fazer uma identificação utilizando dois tipos de soro, anti-A e anti-B. Os
resultados obtidos estão descritos no quadro.
a) 15
b) 25
c) 30
d) 33
e) 55
a) 288
b) 162
c) 108
d) 72
e) 54
a) recessivo.
b) dominante.
c) codominante.
d) poligênico.
e) polialélico.
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Introdução à Hereditariedade Leis de Mendel
Genética
Resolução:
É a sua capacidade de replicação (ou autoduplicação), em que uma molécula de DNA produz
cópias idênticas de si mesma.
A mesma molécula de DNA foi submetida a tratamento com substância mutagênica, provocando
alteração na 12ª base da sequência, que passou a ser uma timina.
Resolução:
Códon Aminoácidos
CCU Pro
CCA Pro
CCC Pro
CCG Pro
ACU Thr
ACA Thr
ACC Thr
ACG Thr
GCU Ala
GCA Ala
GCC Ala
GCG Ala
GGU Gly
GGA Gly
GGC Gly
GGG Gly
Pro = prolina; Thr = treonina; Ala = alanina; Gly = glicina.
Resolução:
Organismo 1: Pro - Ala - Gly - Thr.
Organismo 2: Pro - Ala - Gly - Thr.
1 2 3 4 5 6 7
a) deleção de G no códon 3.
b) substituição de C por U no códon 4.
c) substituição de G por C no códon 6 .
d) substituição de A por G no códon 7.
e) Deleção dos dois primeiros nucleotídeos no códon 5.
Resposta: Alternativa B.
Tem que ter bastante atenção ao enunciado e lembrar que a leitura para formação de um
peptídeo são de 3 em 3 pares de base.
A alteração proposta, conforme o enunciado explica, formaria a menor proteína, pois o códon
terminal estaria no 4º códon da sequência.
a)
1 2 3 4 5 6 7
b)
1 2 3 4 5 6 7
c)
1 2 3 4 5 6 7
d)
1 2 3 4 5 6 7
1 2 3 4 5 6 7
5- (Enem – 2009) Anemia Falciforme é uma das doenças hereditárias mais prevalentes no Brasil,
sobretudo nas regiões que receberam maciços contingentes de escravos africanos. É uma
alteração genética, caracterizada por um tipo de hemoglobina mutante designada por
hemoglobina S. Indivíduos com essa doença apresentam eritrócitos com formato de foice, daí
o seu nome. Se uma pessoa recebe um gene do pai e outro da mãe para produzir a hemoglobina
S ela nasce com um par de genes SS e assim terá a Anemia Falciforme. Se receber de um dos
pais o gene para hemoglobina S e do outro o gene para hemoglobina A ela não terá doença,
apenas o Traço Falciforme (AS), e não precisará de tratamento especializado. Entretanto,
deverá saber que se vier a ter filhos com uma pessoa que também herdou o traço, eles poderão
desenvolver a doença.
Disponível em: http://www.opas.org.br. Acesso em: 2 mai. 2009 (adaptado).
Dois casais, ambos membros heterozigotos do tipo AS para o gene da hemoglobina, querem
ter um filho cada. Dado que um casal é composto por pessoas negras e o outro por pessoas
brancas, a probabilidade de ambos os casais terem filhos (um para cada casal) com Anemia
Falciforme é igual a:
a) 5,05%.
b) 6,25%.
c) 10,25%.
d) 18,05%.
e) 25,00%
Resolução: Alternativa B.
Se um casal heterozigoto possui o traço falciforme (pai e mãe: AS) e desejam ter apenas um filho,
a chance desse filho nascer com a doença é de 1 a cada 4 crianças nascidas.
Um será homozigoto AA sem traço falciforme, dois serão heterozigotos AS com traços
falciformes e um será homozigoto SS e possuirá a doença.
O genótipo do homem, pelo sistema ABO, que exclui a possibilidade de paternidade desse filho é
a) IAIA.
b) IAi.
c) IBIB.
d) IBi.
e) Ii
Resolução: Alternativa A.
Se o pai fosse IAIA, ele apenas poderia enviar IA. Na presença do alelo IA, é impossível o fenótipo
Tipo B, tendo em vista que há codominância entre os alelos I A e IB.
7- (Enem – 2014) Em um hospital havia cinco lotes de bolsas de sangue, rotulados com os códigos
I, II, III, IV e V. Cada lote continha apenas o tipo sanguíneo não identificado. Uma funcionária
do hospital resolveu fazer uma identificação utilizando dois tipos de soro, anti-A e anti-B. Os
resultados obtidos estão descritos no quadro.
a) 15
Ciências da Natureza e Suas Tecnologias | Biologia 41
b) 25
c) 30
d) 33
e) 55
Resolução: Alternativa B.
O sangue do tipo A possui na membrana das suas hemácias aglutinogênios A e em seu plasma
aglutininas anti-B.
O sangue do lote II, com 25 litros, reagiu aos anticorpos anti-A, ou seja, as aglutininas anti-A do
soro atacaram os aglutinogênios A, fazendo com que ocorresse a aglutinação.
Quando foi colocado o soro anti-B, não houve aglutinação, pois no sangue do tipo A não possui
aglutinogênios B.
a) 288
b) 162
c) 108
d) 72
e) 54
Resolução: Alternativa B.
No caso podemos afirmar que o número de filhos com o mesmo fenótipo são 162.
Isso porque o texto do enunciado da questão fala sobre a variabilidade de fenótipos e genótipos.
Nesse sentido, importante notar que os genótipos estão atrelados a genética em si e os fenótipos
com a forma que essa genética se expressa.
Nesse sentido, temos que os genótipos considerados são:
A – Asa longa (Dominante)
a – Asa vestigial
P – Cor preta (Dominante)
p- Cor cinza
9- (Enem 2021) A deficiência de lipase ácida lisossômica é uma doença hereditária associada a um
gene do cromossomo 10. Os pais dos pacientes podem não saber que são portadores dos genes
da doença até o nascimento do primeiro filho afetado. Quando ambos os progenitores são
portadores, existe uma chance, em quatro, de que seu bebê possa nascer com essa doença.
ANDERSON, R. A. et. al. In: Situ Localization of the Genetic Locus Encoding the Lysosomal Acid Lipase/Cholesteryl
Esterase (LIPA) Deficient in Wolman Disease to Chromosome 10q23.2-q23.3. Genomics, n. 1, jan, 1993 (adaptado).
Resposta: Alternativa A.
A porcentagem de 25% ou ¼ dos descendentes que recebem uma determinada característica
está classicamente relacionada a uma característica recessiva transmitida por pais
heterozigotos.
A alternativa B está incorreta, pois se os pais forem portadores de ao menos um alelo com
expressão dominante, seria impossível que fossem portadores sem que manifestassem a doença.
A alternativa C está incorreta, pois o texto deixa claro que só existem dois tipos de fenótipo
manifestados pelo gene em questão: afetado ou não afetado. A codominância é um tipo de
herança que se manifesta através de um espectro de fenótipos, portanto não se aplica ao exemplo
do texto.
A alternativa D está incorreta, pois essa herança é caracterizada pela influência de mais de um
gene na manifestação de uma determinada característica. Não pode ser o caso do exemplo
porque o texto deixa claro que estamos tratando de apenas um gene.
A alternativa E está incorreta, pois esse tipo de herança é caracterizado por produzir fenótipos
variados e não apenas dois tipos de apresentação: afetado e não afetado.