PSV Humaitá
Guilherme Louro de Salignac e Souza
Thays Nascimento de Souza Nakano
Projeto de uma embarcação oceânica
apresentado ao curso de Engenharia
Naval da Escola Superior de Tecnologia,
Universidade do Estado do Amazonas,
como parte dos requisitos necessários à
obtenção de nota da primeira avaliação
parcial da matéria ESTENV037 - Projeto
Naval II.
Orientador: Prof. D.Sc. Ricardo Homero
Ramírez Gutiérrez
Manaus – AM
2021
PSV Humaitá
Guilherme Louro de Salignac e Souza
Thays Nascimento de Souza Nakano
PROJETO DE UMA EMBARCAÇÃO OCEÂNICA APRESENTADO AO
CURSO DE ENGENHARIA NAVAL DA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA,
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS, COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DE NOTA DA PRIMEIRA
AVALIAÇÃO PARCIAL DA MATÉRIA ESTENV037 - PROJETO NAVAL II.
Examinada por:
_______________________________________________
Prof. Ricardo Homero Ramírez Gutiérrez, D.Sc.
Manaus, Amazonas, Brasil
Dezembro de 2021
iii
AGRADECIMENTOS
Ao Professor Doutor Ricardo Homero Ramírez Gutiérrez, pelo esforço, boa
vontade e empatia de dar aulas voluntariamente para nós, alunos, não nos prejudicarmos.
Obrigado por tudo, professor.
iv
Projeto de uma embarcação oceânica apresentado ao curso de Engenharia Naval
da Escola Superior de Tecnologia, Universidade do Estado do Amazonas, como parte dos
requisitos necessários à obtenção de nota da primeira avaliação parcial da matéria
ESTENV037 - Projeto Naval II.
PSV Humaitá
Guilherme Louro de Salignac e Souza
Thays Nascimento de Souza Nakano
Dezembro/2021
Orientador: Ricardo Homero Ramírez Gutiérrez
Departamento: Engenharia Naval
Neste trabalho foi desenvolvida a primeira parte do projeto da embarcação do tipo
PSV - Platform Supply Vessel batizada de “PSV Humaitá”. O relatório consta com uma
análise do mercado atual e as expectativas para os próximos anos, além como a
viabilidade do projeto e as condições de operação do navio.
O desenvolvimento do projeto foi feito através da Espiral de Evans, onde começou
a modelar o casco no software DELFTSHIP®, onde serão entregues ao armador a
primeira versão da iteração da espiral do casco modelado, as tabelas hidrostáticas e as
Curvas de Bonjean.
Os resultados serão mostrados em uma reunião com o armador e, depois do
feedback, os próximos objetivos serão traçados para a continuação e finalização do
projeto.
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 7
1.1. Justificativa ................................................................................................. 7
2. ESTUDOS DE VIABILIDADE DO PROJETO, LEVANTAMENTO DO
MERCADO E PROJEÇÕS FUTURAS ........................................................................... 8
2.1. Levantamento de mercado .......................................................................... 8
2.2. Viabilidade do projeto .............................................................................. 10
2.3. Condições de operação ............................................................................. 10
3. METODOLOGIA .......................................................................................... 11
4. CASCO, HIDROSTÁTICA E PLANO DE LINHAS ................................... 12
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 15
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 16
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1. INTRODUÇÃO
O navio oceânico escolhido para este trabalho foi do tipo PSV - Platform Supply
Vessel, tradução livre para “embarcação de apoio à plataforma”, como principal propósito
o suprimento das demandas das plataformas. Atualmente, o serviço dos PSV’s é visto
como simples, pela sua baixa complexidade de operação, e abundante, tanto pela
demanda, como pela facilidade de se encontrar ou adaptar uma embarcação para esse tipo
de serviço. O layout geral exige apenas um convés livre de estruturas ou equipamentos
para se aproveitar ao máximo o espaço que será ocupado por cargas dos mais diversos
tipos.
Os PSV’s, apesar de sua operação simplória, são muito importantes para manter
o funcionamento das plataformas, desde o insubstituível fornecimento de óleo diesel, que
manterá seus diesel geradores ligados, até dos mais simples e baratos materiais de
escritório. Basicamente, sem os PSV’s, as plataformas jamais poderiam fazer qualquer
tipo de operação. Os materiais transportados no convés são dos mais variados
tipos: skids, caixas, cestas, containers, tanques, risers, dentre outros.
1.1.Justificativa
A escolha de projetar uma embarcação foi proposta pelo Professor Ricardo
Homero Ramírez Gutíerrez e os discentes deste trabalho escolheram um PSV (Platform
Supply Vessel) como tema. Assim, houve uma pesquisa a cerca deste tipo de embarcação
a fim de aprofundar sobre o tema, pesquisando sobre o levantamento de mercado,
viabilidade do projeto e condições de operação de um PSV, neste primeiro momento do
projeto.
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2. ESTUDOS DE VIABILIDADE DO PROJETO, LEVANTAMENTO DO
MERCADO E PROJEÇÕS FUTURAS
Nos subcapítulos a seguir, será apresentado um panorama geral da viabilidade
econômica da embarcação, assim como sua condição de operação e as expectativas e
previsões do mercado offshore.
2.1. Levantamento de mercado
De acordo com uma matéria da revista Rádio Cipó realizada em 2018, o valor da
diária de uma embarcação PSV em relação as outras embarcações de apoio, como por
exemplo AHTS (Anchor Handling Tug Supply Vessel); MPSV (Multi-purpose Supply
Vessel); OSRV (Oil Spill Recovery Vessel); RSV (ROV Supply Vessel); PLSV (Pipe
Laying Support Vessel) entre outras, o aluguel dos PSV’s são os mais baixos. Pode-se
considerar também nas comparações a situação atual mercado do petróleo. Atualmente,
o preço do petróleo gira em torno de U$80,00, e nos seus altos e baixos fez variar muito
o preço das diárias de qualquer embarcação offshore. Por exemplo, na alta do dólar e do
preço do barril uma embarcação PSV já teve seus “dias de glória” com valor de diária
a U$30.000,00 e uma embarcação AHTS a U$50.000,00. Porém, nos dias de hoje com a
crise do mercado, dólar em alta e preço do barril a U$80,00, a diária de um PSV gira em
torno de U$15.000,00 e uma embarcação AHTS em torno de U$35.000,00.
Por mais que os custos sejam menores, quando comparados a outras embarcações
offshore, pelos motivos já citados no primeiro parágrafo, os PSV’s são de crucial
importância para o funcionamento diário das plataformas, pois levam todo tipo de
carga para as mesmas, além de abastecê-las com água industrial e óleo diesel –
componentes fundamentais para manutenção da plataforma em perfeito funcionamento,
pronta para as demais operações, tais como perfurações e produção.
O mercado de embarcações de apoio offshore é, de certa forma, um termômetro
da economia em escala global. Isso porque o aumento na demanda por esse tipo de navio
indica um volume maior de negócios sendo realizado em função da maior atividade
portuária e em alto-mar. Nesse sentido, estatísticas divulgadas no portal Markets and
Markets apontam que, entre 2018 e 2023, o Offshore Support Vessel Market mundial
deverá crescer em cerca de 5%. Contudo, com a atual pandemia do Coronavírus (Covid-
19) essas projeções foram modificadas.
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No embalo do crescimento das operações ship-to-ship, inclusive no Brasil, as
estimativas até o início de 2020 para o mercado de embarcações de apoio Offshore eram
animadoras. Segundo Gustavo Machado, “2020 seria um ano de recuperação, já que
algumas licitações estavam em curso para contratação de vários tipos de embarcações.
Teve-se uma redução de frota em 2019, mas essa queda foi contida e, em 2020, havia
uma possibilidade de retomada do crescimento. Tudo se desenhava para ser um ano de
bons resultados para esse mercado”.
O artigo “MERCADO DE EMBARCAÇÕES DE APOIO A PLATAFORMAS
DE PETRÓLEO E GÁS NATURAL”, do BNDES, apresenta os principais vetores da
demanda por embarcações de apoio a plataformas de petróleo e gás natural. As quedas
acentuadas do preço do petróleo em 2014 e 2017 e a paralisação das rodadas de licitação
de blocos no mar impactaram o balanço das empresas de apoio marítimo. Analisam-se
indicadores econômico-financeiros das empresas da carteira do BNDES. Conclui-se que,
no médio prazo, é improvável que o setor demande a construção de embarcações, uma
vez que as operadoras de petróleo e gás deverão recorrer ao mercado internacional quando
todas as embarcações de bandeira brasileira estiverem contratadas. Elaboram-se dois
cenários para o mercado de embarcações de apoio: (1) demanda adicional de pouco mais
de cinquenta embarcações em quatro anos, o que não eliminaria a ociosidade daquelas no
Brasil; (2) demanda de quase noventa embarcações adicionais, havendo necessidade de
recorrer ao mercado internacional.
A construção de embarcações de apoio marítimo está intrinsicamente ligada a
manutenção de um calendário de rodadas de licitações estável, previsível e transparente
que contribui para o planejamento não só das companhias de petróleo, mas de toda sua
cadeia produtiva. Isto é particularmente importante para as atividades de exploração
offshore, que exigem vultosos investimentos e longo prazo de maturação vis-à-vis às
atividades onshore ou à produção não convencional. Outro elemento que exerce papel
fundamental no mercado de embarcações de apoio marítimo é o comportamento do preço
do petróleo. Nas últimas duas décadas, o preço do petróleo variou em uma banda de US$
20 a US$ 140/barril.
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2.2. Viabilidade do projeto
Assim como o segmento de embarcações, as projeções para o mercado de
O&G — Óleo e Gás (Oil and Gas) —, no Brasil, são de crescimento. De acordo com
a RBNA Consult, ao longo dos próximos dez anos, devem ser gerados investimentos de
cerca de US$200 bilhões nesse setor.
No entanto, a atual crise gerada pela pandemia deve provocar uma desaceleração
também nessa área, agravada pelo atual estado de divergência entre as lideranças da
OPEP.
Apesar de que a demanda por PSV’s atualmente não está em alta, construir uma
embarcação dessas é uma oportunidade para a perspectiva do mercado offshore. Em
função da sua ampla diversidade de carga que podem ser transportadas no convés
principal, a crescente busca por energia renováveis e sustentabilidade possibilitará
serviços de apoio a energia eólica em mar aberto. O Brasil possui estaleiros aptos a esse
tipo de construção, principalmente no litoral sul e sudeste, exemplo: estaleiro NavShip,
localizado em Navegantes – Santa Catarina.
2.3. Condições de operação
A função principal dos PSV’s é ser o elo entre as unidades marítimas e os
terminais portuários, para troca de material entre os mesmos. Grande parte da área abaixo
do convés principal desta embarcação é ocupada por tanques para armazenamento de
água, óleo diesel e material de perfuração (lama, cimento e etc.), neste caso os tanques
são conhecidos como silos. A maioria dos PSV’s carregam simultaneamente carga à
granel nos tanques e silos e carga seca no convés principal, estas acondicionadas em
contêineres, caixas ou cestas. Algumas destas embarcações são adaptadas para atividades
específicas como: contenção e recolhimento de óleo derramado ao mar, combate a
incêndio e rancheiro, para isto são instalados equipamentos diferenciados. Devido a sua
gama de opções de utilização, sua tripulação pode variar de 12 a 20 tripulantes, a depender
da função executada.
O atendimento de um PSV é o ciclo de operações da embarcação de porto a porto,
ou seja, inicia no seu carregamento no terminal e finaliza no seu retorno da última unidade
programada. Desmembrando-se da seguinte forma: − Operação de carga no terminal; −
Navegação para a área de fornecimento; − Operação de carga e descarga nas unidades
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offshore (Plataformas semissubmersíveis, FPSO’s, etc); − Navegação até o terminal; −
Operação de descarga no terminal (material de retorno).
3. METODOLOGIA
Para modelar o casco do PSV Humaitá, foram selecionadas algumas embarcações
como base da série MMA, totalizando 7 navios. Contudo, as regressões lineares onde
mostravam que os dados, em determinadas relações, não se obtiveram uma alta correlação
(Gráficos em anexo da Planilha em Excel). Após manipulação do banco de dados e a
análise dos dados de acordo com os requerimentos do armador, optou-se por um casco de
75 m de comprimento, 16 m de boca, 7.8 m de pontal.
Com base na ordem dos planos pedidos pelo armador – plano de linhas, plano de
perfil estrutural e plano de arranjo geral –, foi montada uma Matriz de Influência e
consequentemente a Espiral de Evans, na qual mostra a ordem das etapas do projeto e,
caso necessário, percurso a ser feito de acordo com as necessidades do projeto. Sendo
possível, ter que voltar em algumas etapas para que sejam alterados e satisfeitos todos os
fatores.
Foto 1: MMA Responder.
Fonte: Autor, 2021.
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4. CASCO, HIDROSTÁTICA E PLANO DE LINHAS
Escolhendo a embarcação MMA Responder como modelo, o casco foi
desenvolvido no software DELFTSHIP®. Abaixo, as fotos mostram, respectivamente,
uma imagem da embarcação e seu arranjo geral.
Foto 2: MMA Responder.
Fonte: Marine Traffic, 2021.
Foto 3: MMA Responder
Fonte: MMA Offshore, 2021.
Agora, nas imagens a seguir, mostrar-se-á o casco modelado no software
DELFTSHIP® de autoria própria.
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Foto 4: PSV Humaitá em perspectiva
Fonte: Autor, 2021.
Foto 5: PSV Humaitá, vista longitudinal
Fonte: Autor, 2021.
Através do software, foram retirados o Plano de Linhas e Curvas Hidrostáticas do
casco de acordo com condições de calados começando na linha de base, com passo de 5
centímetros, até a altura do pontal moldado, 7.8 metros. A Tabela Hidrostática pode ser
acessada em anexo na planilha do Excel®. A imagem abaixo mostrará o plano de linhas
da embarcação, modelado no AutoCAD® e seguindo as normas da NORMAM 01/DPC.
Foto 6: PSV Humaitá – Plano de Linhas
Fonte: Autor, 2021.
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Foto 7: PSV Humaitá – Curvas de Bonjean
Fonte: Autor, 2021.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto do PSV Humaitá está em desenvolvimento, onde na primeira
apresentação ao armador foi entregue um levantamento de mercado, viabilidade do
projeto, as condições de operação do navio, plano de linhas, curvas e tabela hidrostática
e as Curvas de Bonjean. Após o feedback do armador, a espiral de projetos será revista
em todas as suas etapas e as mudanças exigidas serão feitas de acordo com as exigências
do armador, dentro dos seus limites orçamentários.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
“Conheça mais sobre as operações offshore de um PSV”, Radio Cipó em 13 de outubro
de 2018.
Link:<https://www.radiocipo.com.br/artigos/opera%c3%a7%c3%b5es -
offshore--psv/. Acesso em: 09/11/202.> Acesso em: 09/11/2021.
“Embarcações de apoio Offshore: entenda o cenário desse mercado no Brasil”,
Wilson, Sons em 28 de julho de 2020. Link: https://www.wilsonsons.com.br/pt-
br/blog/embarcacoes-de-apoio-offshore/. Acesso em: 09/11/2021.
CARVALHO, F. Operações De Carga E Descarga Em Embarcações Supply, 2011.
Centro De Instrução Almirante Graça Aranha Ciaga.
“What are Platform Supply Vessels (PSVs)?” em Marine Insight, 8 de novembro de
2019. Link: https://www.marineinsight.com/types-of-ships/what-are-platform-supply-
vessels-psvs/. Acesso em: 09/11/2021.
MENDES, A.P.A., PINHÃO C. M. A. M., TEIXEIRA C. A. N., PRATES H. F., ROCIO
M. A. R., COSTA R. C., Mercado De Embarcações De Apoio A Plataformas De
Petróleo E Gás Natural, BNDES, março de 2020.
MARINHA, DO BRASIL; DIRETORIA, DE PORTOS E. COSTAS. Normam-01-DPC,
Normas da Autoridade Marítima para Embarcações Empregadas na Navegação em
Mar Aberto. 2005.
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