Cópia de Mao Tsé-Tung - Análise Das Classes Na Sociedade Chinesa
Cópia de Mao Tsé-Tung - Análise Das Classes Na Sociedade Chinesa
Cópia de Mao Tsé-Tung - Análise Das Classes Na Sociedade Chinesa
Março de 1926
Tradução: A presente tradução está conforme à nova edição das Obras Escolhidas de Mao
Tsetung, Tomo I (Edições do Povo, Pequim, Julho de 1952). Nas notas introduziram-se alterações,
para atender as necessidades de edição em línguas estrangeiras.
Fonte: Obras Escolhidas de Mao Tsetung, Pequim, 1975, Tomo I, pág: 1-18
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo
A média burguesia
A pequena burguesia
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04/07/2018 Análise das Classes na Sociedade Chinesa
O semi-proletariado
O proletariado
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Lumpen-proletariado
De tudo quanto acaba de ser dito ressalta que os nossos inimigos são todos
os que estão conluiados com o imperialismo — os caudilhos militares, os
burocratas, a classe dos compradores, a classe dos grandes senhores de terras e
o sector reaccionário dos intelectuais que lhes é anexo. A força dirigente da
nossa revolução é o proletariado industrial. Os nossos mais chegados amigos são
a totalidade do semi-proletariado e a pequena burguesia. Quanto à média
burguesia, sempre vacilante, a sua ala direita pode transformar-se em nossa
inimiga e a esquerda, em nossa amiga, devendo no entanto manter-nos
constantemente em guarda e não permitir que tal classe venha criar confusão
nas nossas fileiras.
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Notas:
(*) Artigo escrito pelo camarada Mao Tsetung para combater dois tipos de desvios que então se
registavam no Partido. Os partidários do primeiro tipo, representados por Tchen Tu-siu,
interessavam-se apenas pela colaboração com o Kuomintang e esqueciam os camponeses. Era o
oportunismo de direita. Os partidários do segundo tipo, representados por Tcham Cuo-tao,
dispensavam toda a sua atenção ao movimento operário e esqueciam igualmente os
camponeses. Era o oportunismo de "esquerda". Os partidários dessas duas correntes oportunistas
sentiam bem a insuficiência das forças em luta ao lado da revolução, mas não sabiam onde ir
buscar as forças indispensáveis e encontrar um aliado que fosse numeroso. O camarada Mao
Tsetung demonstrou então que os mais numerosos e fiéis aliados do proletariado chinês eram os
camponeses, resolvendo assim o problema do aliado principal da revolução chinesa. Além disso,
o camarada Mao Tsetung esclareceu que a burguesia nacional constituía uma ciasse hesitante,
em cujo seio haveria de produzir-se uma cissão logo que se verificasse a expansão da revolução,
passando-se a respectiva ala direita para o campo do imperialismo. Os acontecimentos de 1927
forneceram a respectiva confirmação. (retornar ao texto)
(1) Trata-se do punhado de vis políticos fascistas que fundaram a Liga da Juventude "Estatal" da
China, organização que mudou em seguida o nome para Partido da Juventude da China.
Recebendo subsídios dos diferentes grupos reaccionários no poder, assim como dos imperialistas,
os "estadistas" eéspecializaram-se em intervenções contra-revolucionárias dirigidas contra o
Partido Comunista da China e a União Soviética. (retornar ao texto)
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(2) Tai Tsi-tao: um dos velhos membros do Kuomintang. Em certa altura ocupou-se de
especulações na bolsa, com Tchiang Kai-chek. Após a morte de Sun Yat-sen, em 1925, organizou
uma campanha de perseguição ao Partido Comunista da China, com o que preparou moralmente
o golpe de Estado contra-revolucionário de Tchiang Kai-chek de 1927. Durante um longo período
foi o cão fiel de Tchiang Kai-chek, um dos seus cúmplices na actividade contra-revolucionária. Em
Fevereiro de 1949, constatando que a dominação de Tchiang Kai-chek corria para o
desmoronamento inevitável e vendo que a sua própria situação não tinha saída, suicidou-se.
(retornar ao texto)
(3) Tchempao; órgão publicado em Pequim pelo grupo político dos "investigadores", um grupo
que apoiava a dominação dos caudilhos militares do Norte. (retornar ao texto)
(4) Em 1923, com a ajuda do Partido Comunista da China, Sun Yat-sen decidiu a reorganização
do Kuomintang, a colaboração deste com o Partido Comunista e a admissão de comunistas no
Kuomintang e, em Janeiro de 1924, no I Congresso Nacional do Kuomintang, convocado por ele
em Cantão, formulou as suas três grandes políticas: aliança com a Rússia, aliança com o Partido
Comunista, ajuda aos camponeses e operários. Participaram nesse Congresso os camaradas Mao
Tsetung, Li Ta-tchao, Lin Po-tsui, Tsúi Tchio-pai e outros. Essa participação nos trabalhos do
Congresso foi de grande importância, na medida em que ajudou o Kuomintang a adoptar uma via
revolucionária. Foi nessa mesma época que alguns desses camaradas foram eleitos membros,
efectivos ou suplentes, do Comité Central Executivo do Kuomintang. (retornar ao texto)
(5) O camarada Mao Tsetung refere-se aos camponeses médios. (retornar ao texto)
(6) Marechal Tchao, também chamado Tchao Cum-mim, é o deus da riqueza na mitologia popular
chinesa. (retornar ao texto)
(7) Trata-se dum movimento nacional anti-imperialista, em protesto contra o massacre do povo
chinês perpetrado pela polícia inglesa, a 30 de Maio de 1925, em Xangai. Em Maio de 1925, num
certo número de fábricas japonesas de têxteis em Tsintao e em Xangai, rebentou um movimento
de greve que tomou enormes proporções. Esse movimento foi esmagado pelos imperialistas
japoneses e seus lacaios, os caudilhos militares do Norte. A 15 de Maio, no seguimento das
medidas de repressão tomadas pelos patrões contra os operários das fábricas japonesas de
têxteis de Xangai, o operário Cu Djem-hom foi morto a tiro, registando-se mais de uma dezena
de feridos. A 28 de Maio, sob ordem das autoridades reaccionárias, foram executados oito
operários em Tsintao. A 30 de Maio, no território das concessões estrangeiras, mais de 2.000
estudantes de Xangai passaram à agitação em favor dos operários em greve, e no sentido da
devolução das concessões à China. Depois, mais de 10.000 xangaineses realizaram uma
concentração diante do comando geral da policia da concessão inglesa. Os manifestantes
gritavam as palavras de ordem de "Abaixo o imperialismo!", "Povo chinês, une-te!", etc. A polícia
inglesa abriu fogo, matando e ferindo numerosos estudantes. Tais acontecimentos tornaram-se
célebres sob a designação de "Acontecimentos Sangrentos de 30 de Maio". Essa repressão
selvagem suscitou a cólera do povo chinês e uma vaga de manifestações e greves de operários,
estudantes e comerciantes percorreu o país, culminando num imenso movimento anti-
imperialista. (retornar ao texto)
(8) O camarada Mao Tsetung pensa aqui nos camponeses indigentes que, não possuindo
suficiente terra própria, têm de tomà-la de arrendamento. (retornar ao texto)
(10) Trata-se da greve dos marinheiros de Hong Kong e da dos barqueiros do Yangtsé, nos
começos de 1922. A primeira durou oito semanas. Face a uma luta encarniçada e sangrenta, as
autoridades imperialistas britânicas de Hong Kong viram-se constrangidas a satisfazer as
reivindicações dos grevistas: aumento dos salários, restabelecimento dos sindicatos, libertacão
dos operários detidos e pagamento de pensões às famílias dos mártires. Pouco depois, os
barqueiros e os operários dos portos do Yangtsé começaram uma greve que durou duas semanas
e terminou, igualmente, com a vitória dos grevistas. (retornar ao texto)
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(11) Após a sua fundação, em 1921, o Partido Comunista da China entregou-se a um trabalho de
organização no seio dos operários ferroviários e, em 1922 e 1923, nas principais ferrovias do
país, passou-se a um movimento de greves dirigido pelo Partido Comunista. A mais célebre foi a
greve geral dos ferroviários da linha Pequim-Hancou, que começou a 4 de Fevereiro de 1923, sob
o signo da luta pelo direito de organizar livremente um sindicato único. A 7 de Fevereiro,
apoiados pelo imperialismo britânico, Vu Pei-fu e Siao Iao--nan, caudilhos militares do Norte,
iniciaram uma feroz repressão contra os operários em greve, repressão que ficou conhecida na
História da China pela designação de ''Acontecimentos Sangrentos de 7 de Fevereiro". (retornar
ao texto)
(12) Hulheiras de Cailuan é o nome geral das minas de Caipim e Luandjou, na província de
Hopei. Essas hulheiras formavam uma importante bacia que ocupava mais de 50.000 operários.
Durante o Movimento dos Boxers, em 1900, o imperialismo inglês apoderou-se das minas de
Caipim. Posteriormente, os chineses criaram a Companhia Hulheiras de Luandjou, incorporada
mais tarde na Administração Mineira de Cailuan. Ambas as minas passaram a estar sob o controle
exclusivo do imperialismo britânico. A greve dos mineiros de Cailuan ocorreu em Outubro de
1922. As hulheiras de Tsiao-tsuo situavam-se no Honan. Actualmente situam-se no oeste da
província de Pim-iuan. São muito conhecidas na China. A greve de Tsiaocsuo começou em 1 de
Julho de 1925 e terminou em 9 de Agosto do mesmo ano. (retornar ao texto)
(13) Chamien: antiga concessão dos imperialistas britânicos em Cantão. Em Julho de 1924, os
imperialistas britânicos que exploravam Chamien introduziram uma nova regulamentação policial,
nos termos da qual cada cidadão chinês residente em Chamien devia apresentar um cartão de
identidade, com a devida fotografia, cada vez que entrasse ou saísse da concessão. A medida não
se estendia aos estrangeiros. A 15 de Julho, os operários de Chamien desencadearam uma greve
paira protestar contra tal discriminação. Finalmente; os imperialistas britânicos viram-se
obrigados a anular a regulamentação policial. (retornar ao texto)
(14) Após os Acontecimentos de Xangai de 30 de Maio de 1925, estalou uma greve geral nessa
mesma cidade, no dia 1 de Junho. A 19 de Junho, começou uma greve geral em Hong Kong. Mais
de 200.000 trabalhadores participaram na greve de Xangai, e 25O.000 na de Hong Kong. Este
última, que beneficiou do apoio de todo o povo chinês, durou um ano e quatro meses e foi a
greve mais longa que se registou na história do movimento operário mundial. (retornar ao texto)
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