Unidade B - A Comunicação Educativa A Distância3
Unidade B - A Comunicação Educativa A Distância3
Unidade B - A Comunicação Educativa A Distância3
A Comunicação Educativa a
Distância
Introdução
Na Unidade B, apresentaremos reflexões sobre o processo comu-
nicacional com o uso de múltiplas tecnologias, que se estabelece entre
os envolvidos na construção do conhecimento a distância. Para tanto,
dividimos o seu estudo em três capítulos.
Bom estudo!
Múltiplas Tecnologias em Processos Educativos CAPÍTULO 04
4 Múltiplas Tecnologias em
Processos Educativos
O desenvolvimento das mídias criou o contexto da “historicidade
Se você não lembra mais
mediada”, que, para Thompson (1998), torna o passado dependente do significado da palavra
das formas simbólicas mediadas existentes e em crescente expansão. mídia, volte à Unidade A.
Vamos explicar com outras palavras: o autor quer dizer que as pessoas
estão cada vez mais chegando ao sentido dos principais acontecimen-
tos através de livros, revistas, jornais, filmes, programas televisivos e
recentemente pela internet, entre outras tantas possibilidades que
Midiatização
avultam cotidianamente.
Para esclarecer o con-
ceito de midiatização,
você precisa compre-
Mesmo que a tradição oral e a interação face a face continuem a
ender que uma pessoa
desempenhar um papel importante na elaboração da compreensão midiatiza o conheci-
do passado, a compreensão pessoal do mundo parece ser constru- mento ao codificar as
ída cada vez mais por conteúdos midiatizados. Tais conteúdos dila- mensagens e traduzi-
las sob diversas formas,
tam os horizontes espaciais, pois não é mais preciso estar presente conforme a mídia esco-
fisicamente aos lugares onde os fenômenos observados ocorrem. lhida. Um exemplo são
os materiais didáticos
elaborados por uma
equipe multidisciplinar
Em nossa interpretação, o desenvolvimento das mídias modificou para cursos de EaD, que
o sentido de pertencimento dos indivíduos, pois eles passaram a ser são disponibilizados
aos alunos em múlti-
cosmopolitas – ou cidadãos do mundo. Países, cidades e pessoas que
plas mídias.
anteriormente pareciam tão remotos, estão agora ligados a redes globais
que podem ser acessadas em “um clique” e com velocidades cada vez
mais rápidas. Contudo, também é certo que muitas dessas pessoas que
passaram a ser cosmopolitas estão ao mesmo tempo isoladas em seus
Ser cidadão do mundo e
quartos, talvez até mesmo se sentindo sozinhas. ao mesmo tempo estar
isolado em seu quarto ou
Se revisarmos historicamente a evolução da tecnologia, verificare- em sua casa parece um
paradoxo, não é mesmo?
mos que essa mudança toda teve início com a revolução eletromecânica, Você já pensou sobre isso?
que possibilitou a produção e reprodução de linguagens – com destaque Reflita sobre sua lida co-
tidiana com a tecnologia.
para a impressão, a fotografia e o cinema – e ampliou exponencialmente Quem domina: você ou a
o crescimento da complexidade da midiatização do conhecimento. Tal tecnologia? Ainda apro-
fundaremos esse assunto
crescimento ficou mais acentuado ainda com as tecnologias da revolução em outros momentos da
eletrônica – como o rádio e a televisão –, capazes de uma potência de nossa disciplina.
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Introdução à Educação a Distância
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Múltiplas Tecnologias em Processos Educativos CAPÍTULO 04
Então, motivados pela discussão sobre a introdução das mídias
contemporâneas no processo de ensino e aprendizagem, apresentamos
a seguir alguns exemplos do uso do cinema, do rádio, da televisão, do
computador, da teleconferência, da videoconferência e da webconferên-
cia no contexto educacional brasileiro.
4.1.1 Cinema
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Múltiplas Tecnologias em Processos Educativos CAPÍTULO 04
sem amadorismo. Durante o período em que Humberto Mauro per-
maneceu no INCE, suas produções não foram exclusivamente de ca-
ráter pedagógico, já que defendia a produção de filmes industriais
de qualidade que poderiam ter grande alcance sobre o público e
servir à educação do povo.
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Múltiplas Tecnologias em Processos Educativos CAPÍTULO 04
pelo computador ou por tantos outros dispositivos portáteis que podem
inclusive nos acompanhar em nossos exercícios físicos diários. Por isso,
entendemos que o uso de arquivos de áudio na EaD pode ser um bom
diferencial em determinados cursos, dependendo do público-alvo que
se pretende atingir: um aluno que precisa ficar muitas horas em trânsito
para o trabalho pode ouvir aulas, depoimentos e outras exemplificações
em áudio enquanto se desloca. Como você observou nes-
te capítulo, o uso do rádio
como ferramenta didática
4.1.3 Televisão não é uma prática recente
em nosso país, e a análise
São muitos os brasileiros que possuem familiaridade com a televi- dos exemplos expostos é
importante como pon-
são desde que nasceram. Em muitos ambientes, o espaço físico onde a to de partida à reflexão
televisão está instalada é privilegiado, e algumas famílias possuem vários sobre o uso de múltiplas
tecnologias em proces-
aparelhos distribuídos pelos cômodos da casa. Alguns telespectadores sos educativos. Agora,
gostam tanto de assistir à televisão que são capazes de interromper con- você pode aprofundar
seu estudo sobre rádio e
versas com amigos e familiares ou até mesmo cancelar passeios para dar produtos de áudio na EaD
atenção ao seu programa predileto. Enfim, a televisão está efetivamente fazendo uma pesquisa nos
projetos governamentais
inserida em nossos lares e por tal motivo pode ser empregada com su- e privados que utilizam
cesso na EaD, desde que utilizada de forma adequada. mídias sonoras. Assim,
sugiro que você inicie
pelo site do Ministério da
Educação (www.mec.gov.
• Como é o hábito de assistir à televisão em sua casa? br). Boa navegação!
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Múltiplas Tecnologias em Processos Educativos CAPÍTULO 04
Agora, queremos chamar sua atenção a uma proposta que faz uso
de um canal de televisão exclusivo para atividades educacionais em nos-
so país: a TV Escola. O projeto foi implantado no segundo semestre
de 1995, quando foram distribuídos os kits tecnológicos (um televisor,
uma antena parabólica, um videocassete e fitas) para cada escola públi-
ca, com mais de 100 alunos. Inicialmente, previa-se que as programa-
ções iriam partir de um canal de televisão em circuito fechado, voltado
para a escola brasileira. O intuito era que cada instituição de ensino pú-
blico, dotada do kit tecnológico, gravaria os programas repassados pela
TV Escola e utilizaria esse material como uma biblioteca audiovisual.
Entretanto, em matéria publicada pela Folha de S. Paulo no dia 23 de
fevereiro de 1997, o então secretário de Educação a Distância do MEC,
Pedro Paulo Poppovic, reconheceu que o projeto TV Escola cometeu al-
guns equívocos. O principal deles foi o envio dos kits tecnológicos antes
mesmo de preparar os professores e sem ter informações precisas sobre
as condições das escolas para adequar o projeto às realidades específi-
cas (HACK, 2009). Desde 2006, existe um projeto do MEC denominado
DVD Escola, que visa incrementar a utilização da TV Escola; para tanto,
oferece às instituições públicas de educação básica: 1) um aparelho re- Até o momento da es-
crita do presente livro,
produtor de DVD; 2) uma caixa com 50 mídias DVD, que apresentam em 2010, mais de 75 mil
alguns excertos da programação produzida pela TV Escola. escolas haviam recebido o
kit do projeto DVD Escola,
com aproximadamente
Poderíamos continuar citando outros exemplos nacionais de uso da 150 horas de programas
televisão no processo educativo, como: 1) o sistema nacional de emis- educativos.
soras educativas, a TV Educativa do governo, que opera em rede nacio-
nal há anos; 2) o Canal Futura, criado em 1997 e financiado pela inicia-
tiva privada. Nosso objetivo, contudo, é encerrar a explanação sobre a
televisão no contexto educacional apontando que a introdução da mídia
no processo de ensino e aprendizagem é imperativa devido à inserção
do veículo em nosso cotidiano, porém é imprescindível discutir e ava-
liar a melhor maneira de realizar essa tarefa desafiadora.
4.1.4 Computador
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Múltiplas Tecnologias em Processos Educativos CAPÍTULO 04
estudos. Os recursos do CNPq são distribuídos por editais e contem-
plam desde a iniciação científica até o pós-doutorado. O site do CNPq
é: www.cnpq.br. Já a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) é uma
empresa pública, também vinculada ao Ministério da Ciência e Tecno-
logia, que surgiu para institucionalizar o Fundo de Financiamento de
Estudos e Projetos. A empresa financia projetos ligados à ciência, tec-
nologia e inovação através de chamadas públicas voltadas a empresas,
universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou
privadas. O site da FINEP é: www.finep.gov.br.
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Teleconferência
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Múltiplas Tecnologias em Processos Educativos CAPÍTULO 04
via rede aberta de televisão ou por antena parabólica, podendo
ocorrer em telecentros, com a presença de tutores que mediarão a
discussão da temática. Em termos de organização de tempo e es-
trutura de execução, as teleconferências geralmente seguem um
padrão: a) iniciam com uma palestra, entrevista ou debate entre
um grupo de preletores; b) na sequência, cria-se a possibilidade de
participação da audiência, com perguntas ou opiniões, por meio de
telefone, fax ou e-mail (HACK, 2010).
Videoconferência
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Introdução à Educação a Distância
Webconferência
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Múltiplas Tecnologias em Processos Educativos CAPÍTULO 04
plas e certamente continuarão em constante avanço, pois a cada instante
as empresas de tecnologia nos surpreendem com novas ferramentas e
dispositivos. Contudo, o uso eficiente de múltiplas tecnologias e seus
recursos no processo educativo é um aspecto que deve ser discutido
intensamente pelas equipes que os produzirão.
• quebram a monotonia;
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A construção do conhecimento a distância CAPÍTULO 05
5 A construção do
conhecimento a distância
No capítulo anterior, foi possível verificar que existem múltiplas
tecnologias disponíveis à EaD, e elas estão sendo cada vez mais utili-
zadas de forma integrada. Os materiais impressos, os produtos audio-
visuais e os ambientes virtuais têm liberado as pessoas da frequência
cotidiana e presencial a uma sala de aula, pois a educação tem chegado
aonde o aluno quiser estudar e quando lhe for mais conveniente. Se-
gundo Rumble (2000), a pressão para a adoção de múltiplas tecnologias
no processo de construção do conhecimento a distância surge de três
fatores intimamente ligados à comunicação necessária entre os interlo-
cutores, quais sejam:
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A construção do conhecimento a distância CAPÍTULO 05
• 3ª fase – É quando, segundo Rumble (2000), o processo comu-
nicacional começa a utilizar tecnologias multimídia: com texto,
áudio e vídeo ao mesmo tempo. Em suma, ela junta a primeira
e a segunda fase da EaD, e a transmissão audiovisual tende a ser
usada como um meio de apoio ao material impresso. Existem
contatos presenciais, mas o ensino é predominantemente via mí-
dias. Os sistemas da terceira fase da EaD evoluem conforme a
evolução da informática e contam com toda uma gama de tecno-
logias – das mais baratas às mais dispendiosas. A utilização das
tecnologias é geralmente flexível, e o que pode ser feito com uma
tecnologia também pode ser obtido pelo uso de outra mídia.
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A construção do conhecimento a distância CAPÍTULO 05
domínio das possibilidades tecnológicas na EaD e muitos empecilhos
precisarão ser vencidos.
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Comunicação dialógica na EaD CAPÍTULO 06
6 Comunicação dialógica na
EaD
As mudanças no processo comunicacional devido ao uso de múlti-
plas tecnologias alcançaram a educação e trouxeram importantes desa-
fios à prática dentro e fora da sala de aula. Algumas literaturas sobre EaD
(PRETI, 2000; PETERS, 2001; MOORE; KEARSLEY, 2007) apontam que
a comunicação dialógica é a tônica das boas propostas de construção do
conhecimento a distância. Isso significa que a simples difusão de concei-
tos não é suficiente para se instaurar o processo de ensino e aprendiza-
gem. Então, vamos entender o que é comunicação dialógica na EaD, par-
tindo da compreensão de como funciona o processo comunicacional.
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Comunicação dialógica na EaD CAPÍTULO 06
t dominar as ferramentas tecnológicas envolvidas no processo de
ensino e aprendizagem a distância do qual está participando;
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Comunicação dialógica na EaD CAPÍTULO 06
lidar com a construção do conhecimento e seus desdobramentos
exigirão metodologias e ações diferenciadas, pois em ambientes
virtuais de ensino e aprendizagem a aquisição de conhecimentos
deixa de se fazer exclusivamente por meio de leituras de textos para
se transformar em experimentos com múltiplas percepções e sen-
sibilidades. Para tanto, será indispensável priorizar a comunicação
fluida, constante e bidirecional.
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Comunicação dialógica na EaD CAPÍTULO 06
Leia mais!
Para aprofundar seu estudo sobre as temáticas abordadas na Unidade B,
sugerimos as seguintes obras:
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