Gestao Suprimentos4
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GESTÃO DE SUPRIMENTOS
HOSPITALARES
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possibilita uma política de gestão de estoques diferenciada, considerando suas
peculiaridades.
Os itens devem ser classificados de maneira simples e objetiva para facilitar
a padronização, a armazenagem, a distribuição e o processamento eletrônico dos
dados (Vecina Neto; Reinhardt Filho, 1998). Fenili (2016) elenca alguns critérios
de classificação, como a possibilidade de fazer ou comprar por demanda, por
aplicação na instituição, por periculosidade, por perecibilidade, por importância
operacional (curva XYZ) e por importância financeira (curva ABC).
Define-se codificação como uma representação por meio de conjunto de
símbolos alfanuméricos ou somente numéricos que traduzem, de forma racional,
metódica e clara as características dos materiais. Consiste em ordenar os
materiais proporcionando a cada um deles um conjunto de caracteres
denominado código (Viana, 2002). A codificação compreende todo o conteúdo de
informações necessárias por meio de números e/ou letras, de modo que seu
arranjo permita gerar informações e o significado necessário ao processo. É
importante que nenhum item possua mais que um código (Sforsin et al., 2012).
Um sistema de codificação não pode ser formado por critérios pessoais e deve
ser expansível, permitindo incluir novos itens (Vecina Neto; Reinhardt Filho, 1998).
De acordo com a necessidade da instituição, o código pode ser numérico,
alfabético ou alfanumérico e pode ser dividido em subgrupos e subclasses. De
forma geral, essa codificação pode ser realizada por sistemas informatizados de
modo automático (Sforsin et al., 2012). O código deve corresponder a um único
produto e deve ser capaz de identificá-lo (Vecina Neto; Reinhardt Filho, 1998).
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2.1 Curva ABC
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Classe % itens (quantidade) % valor do estoque – R$
A 10-15 65-70
B 20-30 20-30
C 65-70 10-15
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de adquirir. A classe Y se refere aos itens de média criticidade, o que ignifica que
há possibilidade de paralisações e riscos às pessoas, ao ambiente e ao patrimônio
da organização, no entanto é possível substituir esses produtos com relativa
facilidade. Por fim, a classe Z é considerada de máxima criticidade, sendo os
produtos considerados imprescindíveis, pois sua falta pode acarretar em
paralisações, colocando em risco a segurança do paciente e da organização. Os
produtos da classe Z não podem ser substituídos por equivalentes ou a obtenção
do produto equivalente é difícil (Sforsin et al., 2012).
Classe Criticidade
X Itens necessários, mas não imprescindíveis para a operação da instituição.
Y Itens cuja falta em estoque afeta a operação da instituição sem consequências graves
e que possuem substitutos em estoque sem a mesma qualidade.
Z Itens cuja falta em estoque podem afetar seriamente a operação da instituição e que
não possuem substitutos.
TEMA 3 – INVENTÁRIOS
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quando há alguma divergência em relação à quantidade ou ao valor, o
departamento contábil da empresa deve orientar as correções a serem realizadas.
Assim, esse controle garante a conformidade das quantidades físicas existentes
com os relatórios contábeis dos estoques (Simões; Ribeiro, 2007).
O inventário pode ser rotativo ou periódico. O periódico é realizado em
períodos estabelecidos, geralmente ao final de um exercício ou uma vez a cada
semestre, e o rotativo se refere à contagem permanente de itens (Martins; Alt,
2006). As contagens periódicas ou cíclicas são realizadas com programação
predefinida e baseada na frequência de movimentação ou giro de estoque
(Bowersox; Closs; Cooper, 2007). Os principais objetivos dessas contagens são:
identificar as causas de erros; corrigir as condições que causam erros; manter um
alto nível de acuracidade dos estoques e possibilitar a visualização correta dos
ativos em estoque (Tersine, 1994).
Erros de registro ou de controle podem acarretar consideráveis perdas para
o serviço de saúde, por isso os procedimentos de controle interno devem ser
eficientes e efetivos, tendo em vista sua importância, tanto para os profissionais
da saúde quanto para as pessoas que dependem de seus serviços. A falta de
produtos pode comprometer o sucesso de uma intervenção médica, com
consequências diretas à saúde, podendo inclusive levar o paciente a óbito (Vieira
et al., 2007).
Drohomeretski (2009) orienta que o controle físico dos materiais
armazenados é de extrema importância para o sucesso dos processos posteriores
à armazenagem, pois qualquer erro pode comprometer o atendimento às
demandas. Entende-se por acurácia do inventário a diferença entre o estoque
físico e a informação contábil de estoques. Trata-se de um importante indicador
da qualidade e confiabilidade da informação existente nos sistemas de controle,
contábeis ou não, em relação à existência física dos itens (Lanna, 2011).
Segundo Delaunay, Sahin e Dallery (2007), as principais causas da baixa
acuracidade de estoque são: roubo; obsolescência de materiais; danos aos
produtos por movimentação inadequada; registros incorretos de entrada e saída;
localização incorreta; falta de procedimentos claros para a movimentação; e
alteração do endereçamento dos materiais. Um alto índice de acuracidade de
estoque representa benefícios como: melhoria no nível de serviço ao cliente,
maior confiabilidade das informações no controle da produção e redução dos
custos logísticos (Drohomeretski, 2009).
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TEMA 4 – RASTREABILIDADE
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métodos básicos: o endereçamento fixo e o variável. O sistema físico é um método
simples que designa uma localização determinada para cada produto. Por meio
de um código formal que identifique a seção, número da divisão e prateleira é
possível identificar o produto. No sistema variável, a mercadoria é direcionada a
qualquer espaço livre disponível, permitindo melhor uso dos espaços. Sendo
assim, os itens podem ser estocados em distintos locais e, para recuperá-los, é
necessária a existência de um código de recuperação eficaz (Ballou, 1993).
O endereçamento fixo designa uma localização certa para cada produto. É
um sistema simples de localização, no entanto deve-se avaliar o volume que cada
estoque ocupará para evitar a criação de espaço ocioso (Ballou, 1993). Ele
também permite a organização dos produtos por ordem alfabética da
denominação genérica, por especialidade farmacêutica, devidamente identificado
com seu respectivo código na prateleira (Jacinto et al., 2009). Já o endereçamento
variável ou aleatório, apesar de permitir melhor utilização do espaço, pode
aumentar o tempo de separação dos pedidos, uma vez que um mesmo item pode
estar localizado em diversos pontos. Neste último caso, é imprescindível um
controle altamente eficaz, para que não haja risco de estoque vencido. Assim,
esse método é mais comum em armazéns automatizados, que exigem o mínimo
de mão de obra (Dias, 2006).
Para a perfeita identificação da localização dos materiais nos depósitos, é
importante que exista uma codificação que represente cada local de estocagem,
de forma que o conjunto de códigos possa indicar precisamente o posicionamento
de cada produto estocado (Martins; Alt, 2006). As posições de armazenagem
devem obedecer a uma lógica estabelecida que seja ágil e de fácil compreensão
pelos operadores (Segalovich, 2018). A falta de endereçamento e armazenagem
correta resulta em retrabalho e perda de tempo para achar o material correto
solicitado (Gonçalves et al., 2019). Por isso, é fundamental que o endereçamento
seja preciso e correto, de modo a não dificultar a localização dos produtos,
interferindo nos processos de movimentação e reposição (Segalovich; 2018).
Os métodos de organização dos produtos podem ser por
complementaridade, compatibilidade, popularidade ou tamanho. O método por
popularidade leva em consideração o giro dos produtos; assim, produtos com
maior rotatividade em um intervalo de tempo são organizados em locais de fácil
acesso e o mais próximo possível do separador (Martins, 2011; Segalovich, 2018).
Quando falamos em complementaridade, devemos considerar o caminho
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escolhido para conduzir etapas de um processo e correlacionar a passagem às
etapas continuadas. Esse método é amplamente utilizado para a armazenagem
de itens que são solicitados em conjunto. Utiliza-se a compatibilidade quando há
restrições legais referentes ao manuseio de produtos (Préve, 2011; Mendes;
Correia; Tozzi, 2012; Segalovich, 2018). Por fim, o critério tamanho deve ser
aplicado aos produtos pesados, volumosos e de difícil movimentação, os quais
devem estar armazenados próximos à expedição (Segalovich, 2018).
É necessário elaborar o layout que determina o fluxo correto do
almoxarifado de acordo com a entrada e a saída do material, e, em seguida, definir
o máximo de espaço necessário para cada material (Silva; Lima, 2015).
Também descrito como PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), é
importante na redução de desperdício e em procedimentos simples. Em hospitais,
essa aplicação pode ser utilizada para produtos perecíveis sem data de validade,
como hortifrúti. Também pode ser utilizado para troca de equipamentos, materiais
de expediente e outros materiais não perecíveis.
Determina que as primeiras mercadorias adquiridas são as primeiras a
serem comercializadas. A avaliação é feita pela ordem cronológica das entradas,
sendo substituída pela mesma ordem cronológica em que foi recebida, devendo
o custo real ser aplicado (Dias, 2006). É importante principalmente onde os
produtos sofrem alterações em sua qualidade ao longo do tempo (Martins, 2011).
Também chamado de UEPS (último que entra, primeiro que sai), determina
que devem sair primeiro as últimas peças que deram entrada no estoque, fazendo
com que o saldo seja avaliado ao preço das últimas entradas (Dias, 1993).
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REFERÊNCIAS
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DROHOMERETSKI, E. Um estudo do impacto das formas de controle de
inventário na acuracidade de estoque. Dissertação (Mestrado em Engenharia
da Produção e Sistemas) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba,
2009.
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MALTA, N. G. Rastreabilidade de medicamentos na farmácia hospitalar.
Farmácia Hospitalar, v. 79, 2010.
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(Graduação em Engenharia da Produção) – Universidade de Brasília, Brasília,
2018.
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