Gestao Suprimentos4

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

AULA 4

GESTÃO DE SUPRIMENTOS
HOSPITALARES

Profª Joy Ganem Longhi


INTRODUÇÃO

Os profissionais que gerenciam serviços de saúde devem implementar


sistemas de gerenciamento de custo para auxiliar as tomadas de decisão e
alocação de recursos, visando a redução dos gastos sem a perda da qualidade
do serviço prestado (Sforsin et al., 2012). A gestão de recursos de materiais
abrange operações como aquisição e recebimento, distribuição interna,
embalagem, estocagem e distribuição ao cliente final. A análise dessas atividades
permite ao gestor verificar se os estoques estão sendo bem aproveitados, bem
localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e bem
fiscalizados (Martins; Alt, 2006).
A manutenção do estoque abrange um custo significativo e, por esse
motivo, necessita ser controlado correta e constantemente, de modo que não
ocorram falhas capazes de paralisar o processo produtivo ou excedentes que
aumentem os custos (Barbosa, 2007). Assim, podemos utilizar algumas
ferramentas que permitem facilitar e agilizar este controle.
O aumento dos custos com a prestação de serviços de saúde confere aos
gestores hospitalares a utilização das melhores práticas para a administração e o
gerenciamento de insumos e tecnologias hospitalares (Andrade Filho; Oliveira,
2014). A correta e eficiente utilização das ferramentas disponíveis para o
planejamento e controle é um dos principais objetivos na gestão de materiais, pois
com isso é possível contribuir para o aumento de lucro (Silva; Lima, 2015).

TEMA 1 – CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE PRODUTOS

Classificar materiais objetiva agrupar os itens que possuem características


comuns e, assim, identificar aqueles que devem receber maior atenção em seu
processo de gestão (Andrade, 2012). A classificação de materiais é fundamental
quando há um grande número de itens a serem controlados (Silva, 2019). Ela
permite que se elejam critérios para sua posterior codificação, facilita a distinção
de produtos e permite o acompanhar o estoque, auxiliando o processo de
armazenagem (Sforsin et al., 2012).
Silva (2018) afirma que a classificação de materiais diminui a ocorrência de
compras e requisições inadequadas e permite melhor agrupamento das
mercadorias no almoxarifado. Scheidegger (2014) complementa que não se pode
tratar todos os materiais como se fossem iguais. Assim, cada produto exige ou

2
possibilita uma política de gestão de estoques diferenciada, considerando suas
peculiaridades.
Os itens devem ser classificados de maneira simples e objetiva para facilitar
a padronização, a armazenagem, a distribuição e o processamento eletrônico dos
dados (Vecina Neto; Reinhardt Filho, 1998). Fenili (2016) elenca alguns critérios
de classificação, como a possibilidade de fazer ou comprar por demanda, por
aplicação na instituição, por periculosidade, por perecibilidade, por importância
operacional (curva XYZ) e por importância financeira (curva ABC).
Define-se codificação como uma representação por meio de conjunto de
símbolos alfanuméricos ou somente numéricos que traduzem, de forma racional,
metódica e clara as características dos materiais. Consiste em ordenar os
materiais proporcionando a cada um deles um conjunto de caracteres
denominado código (Viana, 2002). A codificação compreende todo o conteúdo de
informações necessárias por meio de números e/ou letras, de modo que seu
arranjo permita gerar informações e o significado necessário ao processo. É
importante que nenhum item possua mais que um código (Sforsin et al., 2012).
Um sistema de codificação não pode ser formado por critérios pessoais e deve
ser expansível, permitindo incluir novos itens (Vecina Neto; Reinhardt Filho, 1998).
De acordo com a necessidade da instituição, o código pode ser numérico,
alfabético ou alfanumérico e pode ser dividido em subgrupos e subclasses. De
forma geral, essa codificação pode ser realizada por sistemas informatizados de
modo automático (Sforsin et al., 2012). O código deve corresponder a um único
produto e deve ser capaz de identificá-lo (Vecina Neto; Reinhardt Filho, 1998).

TEMA 2 – CURVAS PARA ANÁLISE DE ESTOQUE

As análises das curvas ABC e XYZ são fundamentais para os gestores,


pois, além de permitirem o acompanhamento e gestão dos estoques, possibilitam
a análise para a priorização dos itens a serem repostos, uma vez que a maior
parte das instituições de saúde trabalha com orçamentos restritos e recursos
financeiros escassos. Essas análises auxiliam na formação de políticas de
estoques que otimizem recursos financeiros e atuem na priorização de itens
diminuindo o risco de faltas (Duarte et al., 2015). As avaliações têm grande
importância nos procedimentos administrativos e permitem decisões mais
assertivas especialmente quando há grande volume de dados no controle dos
estoques (Silva, 2018).

3
2.1 Curva ABC

Curva ABC é a ordenação de itens de acordo com as quantidades e os


valores em estoque, uma importante ferramenta de análise e gestão de materiais.
Possibilita a ordenação de itens por suas importâncias relativas e serve para
análise e determinação de prioridades e tomadas de decisão (Santos, 2006). A
classificação pela curva ABC, ou 80-20, é baseada no teorema do economista
Wilfredo Pareto.
Barbieri e Machline (2009) a definem como um método de classificação, em
que os produtos são identificados de acordo com o valor monetário que
representam, fornecendo informações que demonstram a importância de cada
item em relação ao total considerado. As curvas ABC podem ser aplicadas tanto
na gestão de compras como na gestão de estoques. Por meio delas é possível
avaliar os itens que em pequenas quantidades concentram um maior valor total,
assim como o grupo que possui grande parte dos itens, mas que detém menor
valor (Santos, 2006).
A categoria A corresponde aos produtos mais importantes financeiramente
para a empresa, cujos estoques devem ser controlados rigorosamente,
merecendo vigilância diária. Esses produtos não devem ficar parados por muito
tempo no estoque, e suas perdas significam grandes e injustificáveis prejuízos
(Santos, 2006). Por isso, sugere-se que os itens da categoria A tenham prazos de
abastecimento reduzidos e baixos estoques, além de controles de utilização
estabelecidos e parceria junto aos melhores fornecedores e negociação para a
obtenção dos melhores preços (Reinhardt Filho, 2014). Nesta classe temos cerca
de 20% dos itens, que representam em torno de 80% do valor total do estoque.
A categoria C corresponde ao grupo menos importante financeiramente,
podendo trabalhar com maiores prazos de abastecimento, aumentando os
estoques de reserva. Seu controle pode ser mais flexível (Reinhardt Filho, 2014).
Representa cerca de 70% dos itens, de baixa importância em valor, resumido a
cerca de 20% do valor do estoque. Já a categoria B diz respeito aos itens que
também possuem importância financeira, necessitando de planejamento e
controle. Traz consigo a representação de uma situação em meio às classes A e
C (Reinhardt Filho, 2014).
Os valores dos percentuais das curvas são dados por convenção, por isso
pode haver pequenas diferenças entre diferentes autores, mas ficam em torno de:

4
Classe % itens (quantidade) % valor do estoque – R$
A 10-15 65-70
B 20-30 20-30
C 65-70 10-15

Geralmente, para os itens da curva A, o estoque é mínimo, a ser atendido


entre cerca de 7 a 15 dias; os itens de curva B são adquiridos para no máximo um
mês, e, para os itens de curva C, aceitam-se estoques para suprir até 60 dias
(Sforsin et al., 2012).
A partir dos resultados da curva ABC, é possível avaliar o giro dos itens no
estoque, o nível da lucratividade e o grau de representação no faturamento da
organização. Assim, os recursos financeiros empregados na aquisição do estoque
podem ser definidos pela análise e aplicação correta dos dados fornecidos com a
curva ABC (Sforsin et al., 2012). Portanto, os benefícios de sua utilização são:

• possibilita melhor visualização dos custos;


• possibilita determinar um conjunto de identificadores de desempenho;
• reduz as atividades que não agregam ao produto um valor observado pelo
cliente;
• determina os custos das falhas e ingerências;
• possibilita distinguir os produtos mais lucrativos;
• gera informações que orientam a eliminar desperdícios e aperfeiçoar
atividades;
• melhora a base de informações para tomada de decisões (Gonçalves; Zac;
Amorim, 2009).

2.2 Curva XYZ

Cada produto utilizado possui sua importância para o processo produtivo.


Assim como no estudo da curva ABC, que mostra quais os itens que possuem o
custo mais alto se comparado ao todo do estoque, a análise do método da
criticidade (ou XYZ) demonstra o grau de importância de cada material em relação
à soma total dos itens, classificando os materiais em categorias X, Y ou Z em
termos de importância (Ferracini; Borges Filho, 2005).
A classe X possui baixa criticidade, ou seja, a falta destes produtos não
acarreta paralisações e nem riscos à segurança do paciente, pois há a
possibilidade de utilizar produto equivalente – além disso, esses itens são fáceis

5
de adquirir. A classe Y se refere aos itens de média criticidade, o que ignifica que
há possibilidade de paralisações e riscos às pessoas, ao ambiente e ao patrimônio
da organização, no entanto é possível substituir esses produtos com relativa
facilidade. Por fim, a classe Z é considerada de máxima criticidade, sendo os
produtos considerados imprescindíveis, pois sua falta pode acarretar em
paralisações, colocando em risco a segurança do paciente e da organização. Os
produtos da classe Z não podem ser substituídos por equivalentes ou a obtenção
do produto equivalente é difícil (Sforsin et al., 2012).

Classe Criticidade
X Itens necessários, mas não imprescindíveis para a operação da instituição.
Y Itens cuja falta em estoque afeta a operação da instituição sem consequências graves
e que possuem substitutos em estoque sem a mesma qualidade.
Z Itens cuja falta em estoque podem afetar seriamente a operação da instituição e que
não possuem substitutos.

Em instituições de saúde, a curva XYZ pode também ser chamada de curva


VEN, em que V são os produtos vitais, E se refere aos essenciais e N aos não
essenciais.

TEMA 3 – INVENTÁRIOS

O objetivo da gestão de materiais é aprimorar o fluxo logístico do material,


proporcionando um conjunto de práticas e de políticas que se aplicam para o
melhor controle de compra e reposição de produtos. Assim, é possível também
incluir os inventários, que apresentam o que se encontra disponível em estoque
(Silva; Lima, 2015).
Inventário é a relação com descrição minuciosa dos bens de determinada
organização ou pessoa física (Luft, 1995). Ele pode ser definido como a atividade
por meio da qual os responsáveis realizam a contagem e conferência de todos os
materiais disponíveis em estoque, no almoxarifado ou lotes armazenados e
checam os resultados, comparando-os às quantidades informadas no controle
como o contábil (Gonçalves et al., 2019).
Segundo Barbieri e Machline (2009), a realização dos inventários ou
contagem física dos estoques é uma importante atividade de controle que tem por
objetivo verificar se as quantidades existentes nos pontos de estocagem
correspondem aos saldos existentes nos relatórios contábeis. O inventário físico
consiste na contagem física de todas as unidades que constam em estoque, e,

6
quando há alguma divergência em relação à quantidade ou ao valor, o
departamento contábil da empresa deve orientar as correções a serem realizadas.
Assim, esse controle garante a conformidade das quantidades físicas existentes
com os relatórios contábeis dos estoques (Simões; Ribeiro, 2007).
O inventário pode ser rotativo ou periódico. O periódico é realizado em
períodos estabelecidos, geralmente ao final de um exercício ou uma vez a cada
semestre, e o rotativo se refere à contagem permanente de itens (Martins; Alt,
2006). As contagens periódicas ou cíclicas são realizadas com programação
predefinida e baseada na frequência de movimentação ou giro de estoque
(Bowersox; Closs; Cooper, 2007). Os principais objetivos dessas contagens são:
identificar as causas de erros; corrigir as condições que causam erros; manter um
alto nível de acuracidade dos estoques e possibilitar a visualização correta dos
ativos em estoque (Tersine, 1994).
Erros de registro ou de controle podem acarretar consideráveis perdas para
o serviço de saúde, por isso os procedimentos de controle interno devem ser
eficientes e efetivos, tendo em vista sua importância, tanto para os profissionais
da saúde quanto para as pessoas que dependem de seus serviços. A falta de
produtos pode comprometer o sucesso de uma intervenção médica, com
consequências diretas à saúde, podendo inclusive levar o paciente a óbito (Vieira
et al., 2007).
Drohomeretski (2009) orienta que o controle físico dos materiais
armazenados é de extrema importância para o sucesso dos processos posteriores
à armazenagem, pois qualquer erro pode comprometer o atendimento às
demandas. Entende-se por acurácia do inventário a diferença entre o estoque
físico e a informação contábil de estoques. Trata-se de um importante indicador
da qualidade e confiabilidade da informação existente nos sistemas de controle,
contábeis ou não, em relação à existência física dos itens (Lanna, 2011).
Segundo Delaunay, Sahin e Dallery (2007), as principais causas da baixa
acuracidade de estoque são: roubo; obsolescência de materiais; danos aos
produtos por movimentação inadequada; registros incorretos de entrada e saída;
localização incorreta; falta de procedimentos claros para a movimentação; e
alteração do endereçamento dos materiais. Um alto índice de acuracidade de
estoque representa benefícios como: melhoria no nível de serviço ao cliente,
maior confiabilidade das informações no controle da produção e redução dos
custos logísticos (Drohomeretski, 2009).

7
TEMA 4 – RASTREABILIDADE

Segundo a Resolução n. 2 da ANVISA, rastreabilidade é a “capacidade de


traçar o histórico, a aplicação ou a localização de um item por meio de informações
previamente registradas” (Brasil, 2010). Trata-se, portanto, de um sistema de
identificação que permite resgatar a origem e a história do produto em todas as
etapas da cadeia de suprimentos, que vai da produção da matéria-prima até o uso
pelo consumidor final. Em âmbito hospitalar, é a capacidade do hospital em
monitorar o recebimento, distribuição, dispensação e administração, mantendo-se
o controle sobre o lote e validade dos medicamentos (Malta, 2010).
Atualmente, diversas são as tecnologias utilizadas para este controle, como
códigos de barras, QR codes e identificação por radiofrequência (RFID) (Metzner;
Silva; Cugnasca, 2017). Essas tecnologias podem ser complexas e onerosas,
mas, de acordo com Malta (2010), o investimento em projetos de rastreabilidade
é viável, diante dos custos com erros de medicamento, mão de obra e tempo gasto
com processos manuais que abrem espaços para ocorrência de erros. Além disso,
para medicamentos, a rastreabilidade é essencial para aumentar a segurança de
toda a cadeia, garantindo ao paciente maior qualidade no tratamento. Não se trata
de um fator competitivo, mas de uma necessidade para se garantir a qualidade e
segurança do medicamento que chega ao consumidor final. Todas as etapas
devem ser registradas e disponíveis para ANVISA, segundo a proposta de
resolução do órgão (Metzner; Silva; Cugnasca, 2017).
Dessa forma, a rastreabilidade deve ser implantada, mesmo que
manualmente, com sistemas de baixo custo, como a utilização de códigos de
barras e leitores, a fim de evitar erros humanos (Cardoso, 2013). Andrade Filho e
Oliveira (2014) citam que outra importante utilização da rastreabilidade é no
manejo do enxoval hospitalar.

TEMA 5 – ENDEREÇAMENTO E MOVIMENTAÇÃO DO ESTOQUE

Para Magalhães et al. (2017), a logística tem função essencial no


planejamento, organização e controle das atividades de armazenagem e
estocagem, e o endereçamento facilita essas operações, pois estabelece locais
específicos para armazenar e estocar os materiais (Jacinto et al., 2009).
Para localizar os itens estocados é necessário que haja um método de
endereçamento, ou seja, indicação da localização do estoque. Existem dois

8
métodos básicos: o endereçamento fixo e o variável. O sistema físico é um método
simples que designa uma localização determinada para cada produto. Por meio
de um código formal que identifique a seção, número da divisão e prateleira é
possível identificar o produto. No sistema variável, a mercadoria é direcionada a
qualquer espaço livre disponível, permitindo melhor uso dos espaços. Sendo
assim, os itens podem ser estocados em distintos locais e, para recuperá-los, é
necessária a existência de um código de recuperação eficaz (Ballou, 1993).
O endereçamento fixo designa uma localização certa para cada produto. É
um sistema simples de localização, no entanto deve-se avaliar o volume que cada
estoque ocupará para evitar a criação de espaço ocioso (Ballou, 1993). Ele
também permite a organização dos produtos por ordem alfabética da
denominação genérica, por especialidade farmacêutica, devidamente identificado
com seu respectivo código na prateleira (Jacinto et al., 2009). Já o endereçamento
variável ou aleatório, apesar de permitir melhor utilização do espaço, pode
aumentar o tempo de separação dos pedidos, uma vez que um mesmo item pode
estar localizado em diversos pontos. Neste último caso, é imprescindível um
controle altamente eficaz, para que não haja risco de estoque vencido. Assim,
esse método é mais comum em armazéns automatizados, que exigem o mínimo
de mão de obra (Dias, 2006).
Para a perfeita identificação da localização dos materiais nos depósitos, é
importante que exista uma codificação que represente cada local de estocagem,
de forma que o conjunto de códigos possa indicar precisamente o posicionamento
de cada produto estocado (Martins; Alt, 2006). As posições de armazenagem
devem obedecer a uma lógica estabelecida que seja ágil e de fácil compreensão
pelos operadores (Segalovich, 2018). A falta de endereçamento e armazenagem
correta resulta em retrabalho e perda de tempo para achar o material correto
solicitado (Gonçalves et al., 2019). Por isso, é fundamental que o endereçamento
seja preciso e correto, de modo a não dificultar a localização dos produtos,
interferindo nos processos de movimentação e reposição (Segalovich; 2018).
Os métodos de organização dos produtos podem ser por
complementaridade, compatibilidade, popularidade ou tamanho. O método por
popularidade leva em consideração o giro dos produtos; assim, produtos com
maior rotatividade em um intervalo de tempo são organizados em locais de fácil
acesso e o mais próximo possível do separador (Martins, 2011; Segalovich, 2018).
Quando falamos em complementaridade, devemos considerar o caminho

9
escolhido para conduzir etapas de um processo e correlacionar a passagem às
etapas continuadas. Esse método é amplamente utilizado para a armazenagem
de itens que são solicitados em conjunto. Utiliza-se a compatibilidade quando há
restrições legais referentes ao manuseio de produtos (Préve, 2011; Mendes;
Correia; Tozzi, 2012; Segalovich, 2018). Por fim, o critério tamanho deve ser
aplicado aos produtos pesados, volumosos e de difícil movimentação, os quais
devem estar armazenados próximos à expedição (Segalovich, 2018).
É necessário elaborar o layout que determina o fluxo correto do
almoxarifado de acordo com a entrada e a saída do material, e, em seguida, definir
o máximo de espaço necessário para cada material (Silva; Lima, 2015).

5.1 First In, First Out – FIFO

Também descrito como PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), é
importante na redução de desperdício e em procedimentos simples. Em hospitais,
essa aplicação pode ser utilizada para produtos perecíveis sem data de validade,
como hortifrúti. Também pode ser utilizado para troca de equipamentos, materiais
de expediente e outros materiais não perecíveis.
Determina que as primeiras mercadorias adquiridas são as primeiras a
serem comercializadas. A avaliação é feita pela ordem cronológica das entradas,
sendo substituída pela mesma ordem cronológica em que foi recebida, devendo
o custo real ser aplicado (Dias, 2006). É importante principalmente onde os
produtos sofrem alterações em sua qualidade ao longo do tempo (Martins, 2011).

5.2 First Expire, First Out – FEFO

Também chamado de PVPS (primeiro que vence, primeiro que sai), é


amplamente utilizado no mercado alimentício e no comércio de materiais
farmacêuticos e hospitalares. Organiza a movimentação não por ordem de
entrada ou saída, mas pelo prazo de validade, fazendo com que o produto seja
utilizado antes de se tornar impróprio para o consumo (Stranger et al., 2012).

5.3 Last In, First Out – LIFO

Também chamado de UEPS (último que entra, primeiro que sai), determina
que devem sair primeiro as últimas peças que deram entrada no estoque, fazendo
com que o saldo seja avaliado ao preço das últimas entradas (Dias, 1993).

10
REFERÊNCIAS

ANDRADE FILHO, M. P.; OLIVEIRA, E. J. V. Monitoramento e rastreabilidade de


enxoval hospitalar: O uso do RFID no combate à evasão. In: XXIV Congresso
Brasileiro de Engenharia Biomédica, Uberlândia, CBEB, 2014. p. 2232-2235.

ANDRADE, G. C. Gestão estratégica de suprimento em uma empresa do


setor elétrico brasileiro. Dissertação (Mestre em Engenharia da Produção) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

BALLOU, R. H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e


distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BARBIERI, J.; MACHLINE, C. Logística hospitalar: teoria e prática. 2. ed. São


Paulo: Saraiva, 2009.

BARBOSA, A. S. Gestão de estoque em uma indústria de confecção. Trabalho


de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia da Produção) – Universidade
Estadual de Maringá, Maringá, 2007.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J.; COOPER, M. Gestão da cadeia de


suprimentos e logística. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução n. 16, de 25 de janeiro de 2010. Diário


Oficial da União, Brasília, DF, 25 jan. 2010.

CARDOSO, C. Análise das atividades desenvolvidas em farmácia hospitalar


para automação: um estudo de caso em dois hospitais do Distrito Federal, Brasil.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomédica) – Universidade de Brasília,
Brasília, 2013.

DELAUNAY, C.; SAHIN, E.; DALLERY, Y. A Literature review on investigations


dealing with inventory management with data inaccuracies. In: RFID Eurasia,
2007 1st Annual, 2007. Disponível em:
<www.researchgate.net/publication/4285037_A_Literature_Review_on_Investiga
tions_Dealing_with_Inventory_Management_with_data_Inaccuracies>. Acesso
em: 3 maio 2021.

DIAS, M. A. P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 5. ed.


São Paulo: Atlas, 2006.

11
DROHOMERETSKI, E. Um estudo do impacto das formas de controle de
inventário na acuracidade de estoque. Dissertação (Mestrado em Engenharia
da Produção e Sistemas) – Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba,
2009.

DUARTE, N. C. M et al. Gestão de compras em um hospital de ensino terciário:


Um estudo de casos. Medicina, Ribeirão Preto, v. 48, n. 1, p. 48-56, 2015.

FENILI, R. R. Gestão de materiais. Brasília: ENAP, 2016

FERRACINI, F. T.; BORGES FILHO, W. M. Prática farmacêutica no ambiente


hospitalar: do planejamento à realização. São Paulo: Atheneu, 2005.

GONÇALVES, E. S.; OLEINIK, B. T.; KRASSUSKI, A. R.; MARON, B. A.;


BORSATO, C. R. Gestão de estoques, implementações de operações e melhorias
em um almoxarifado de uma empresa de prestação de serviços elétricos. In: IX
Congresso Brasileiro de Engenharia da Produção, Ponta Grossa. ConBRepro,
2019.

GONÇALVES, M. A.; ZAC, J. I.; AMORIM, C. A. Gestão estratégica hospitalar:


Aplicação de custos na saúde. FACES Journal, Belo Horizonte, v. 8, n. 4, p. 161-
179, 2009. Disponível em: <www.spell.org.br/documentos/ver/3094/gestao-
estrategica-hospitalar--aplicacao-de-cus--->. Acesso em: 3 maio 2021.

JACINTO, J.; HEIL, L.; SOUZA, M. F.; RODRIGUES, S. Logística: o


endereçamento como ferramenta fundamental na armazenagem e estocagem.
Faculdade de Tecnologia de Santa Catarina, 2009.

LANNA, E. C. Estratégias e práticas para um gerenciamento logístico eficiente na


área hospitalar. Perspectivas Online, v. 5, n. 17, p. 51-65, 24 out. 2011.

LUFT, C. P. Minidicionário LUFT. 10. ed. São Paulo: Ática, 1995.

MACHADO, R. T. M. Rastreabilidade, tecnologia da informação e


coordenação de sistemas agroindustriais. Tese (Doutorado em Administração)
– Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

MAGALHÃES, N. V. C.; VALLADÃO, R. C.; CERUTI, L. F. S.; LUCCHI, M. Hospital


S.O.S: descuidos nos canais de recebimento e na armazenagem de
materiais. Revista da Micro e Pequena Empresa FACCAMP, Campo Limpo
Paulista, v. 11, n. 2, p. 111-122, 2017.

12
MALTA, N. G. Rastreabilidade de medicamentos na farmácia hospitalar.
Farmácia Hospitalar, v. 79, 2010.

MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. Administração de recursos materiais e


patrimoniais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

MARTINS, R. A. Alteração no projeto de sistema de armazenagem para


certificação da ANVISA - BPFAD. Monografia (Especialização em Gestão da
Cadeia de Suprimentos e Logística) – Universidade Estadual de Campinas,
Campinas, 2011.

MENDES, D. S.; CORREIA, A. R.; TOZI, L. A. Análise de alternativas para


aumento da produtividade e qualidade operacional de terminais de cargas em
aeroportos por meio de simulação computacional. Journal of Transport
Literature, v. 6, n. 22, p. 124-143, 2012. Disponível em:
<www.scielo.br/pdf/jtl/v6n2/v6n2a07.pdf>. Acesso em: 3 maio 2021.

METZNER, V. C. V.; SILVA, R. F.; CUGNASCA, C. E. Modelo de rastreabilidade


de medicamentos utilizando RFID, RSSF e o conceito de internet das coisas. In:
XXVIII Congresso de Ensino e Pesquisa em Transportes, Curitiba. ANPET, 2017.

PRÉVE, A. D. Organização, sistema e métodos. 2. ed. Florianópolis: UFSC,


2011.

REINHARDT FILHO, W. Gestão de suprimentos e medicamentos. In: VECINA


NETO, G.; MALIK, A. M. Gestão em saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2014. p. 191-202.

SANT, R. D. Gestão de estoques na secretaria de obras do Município de Não-


Me-Toque. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) –
Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2015.

SANTOS, G. A. A. Gestão de farmácia hospitalar. São Paulo: Senac, 2006.

SCHEIDEGGER, A. P. G. Sistematização do processo de reposição de


estoques no setor público: pesquisa-ação no almoxarifado da Universidade
Federal de Itajubá. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia da
Produção) – Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2014.

SEGALOVICH, D. M. Métodos de arranjo físico e endereçamento: o caso de


um centro de distribuição de bebidas. Trabalho de Conclusão de Curso

13
(Graduação em Engenharia da Produção) – Universidade de Brasília, Brasília,
2018.

SFORSIN, A. C. P. et al. Gestão de compras em farmácia hospitalar: Revista


Farmácia Hospitalar v. 85, 2012.

SILVA, A. F. S. B. S. Administração de materiais: proposta de melhorias no


gerenciamento de estoque do Instituto Federal de Sergipe - Campus Aracaju.
Dissertação (Mestrado em Gestão Pública) – Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Natal, 2018.

SILVA, F. B. Dimensionamento, controle e armazenamento de materiais de


consumo no setor público: Estudo exploratório em uma IFES. Dissertação
(Mestrado em Administração Pública) – Universidade Federal de São João Del
Rei, São João Del Rei, 2019.

SILVA, J. N. A.; LIMA, J. C. S. Gestão de materiais: almoxarifado


hospitalar. Cadernos UNISUAM de Pesquisa e Extensão, Rio de Janeiro, v. 5,
ed. 4, p. 35-45, 2015.

SIMÕES, L.; RIBEIRO, M. C. A curva ABC como ferramenta para análise de


estoques, 2007. Disponível em:
<http://estacio.webaula.com.br/cursos/gesca4/galeria/aula7/docs/aula07_pdf05.p
df>. Acesso em: 3 maio 2021.

STRANGER, S. H. W.; YATES, N.; WILDING, R.; COTTON, S. Blood inventory


management: hospital best practice. Transfusion Medicine Reviews, v. 26, n. 2,
p. 153-163, 2012.

TERSINE, R. Principles of inventory and materials management. 4. ed. New


Jersey: Englewwod Cliffs – Prentice Hall, 1994.

VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque pratico. São Paulo: Atlas,


2002.

VIEIRA, E. R. F. C; GOMES, A. M.; ARAÚJO, A. O; MELO, A. C. C; MELO, C. L.


L. Controle interno dos estoques de medicamentos nos hospitais de Natal. In:
XXXI Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro, XXXI EnANPAD 2007, 2007.

VECINA NETO, G.; REINHARDT FILHO. Gestão de recursos materiais e de


medicamentos. São Paulo: IDS, 1998.

14

Você também pode gostar