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Jose Marcio Barros

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Trabalho apresentado no III ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, realizado

entre os dias 23 a 25 de maio de 2007, na Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil.

“CULTURA, MUDANÇA E TRANSFORMAÇÃO:


A DIVERSIDADE CULTURAL E OS DESAFIOS DE DESENVOLVIMENTO E
INCLUSÃO”

José Márcio Barros1

RESUMO:
Este texto explora as possíveis articulações entre a dinâmica cultural e a perspectiva de
conexão entre a diversidade cultural e o desenvolvimento humano. Para além das
articulações discursivas, as reflexões procuram apontar conquistas e desafios da
atualidade.
PALAVRAS CHAVES: Diversidade Cultural – Mudanças Culturais –
Desenvolvimento Humano

Introdução:

Segundo Isabel Lara em seu trabalho intitulado “Considerações sobre o tempo


em que vivemos”, a atualidade configura-se como um tempo de particular
complexidade:

“que se abre para uma consciência crescente da descontinuidade, da


não-linearidade, da diferença, da necessidade do diálogo, da polifonia,
da complexidade , do acaso, do desvio. Onde há uma avaliação ampla
do papel construtivo da desordem, da auto-organização e uma
resignificação profunda das idéias de crise e caos, compreendidas mais
como informações complexas, do que como simples ausência de
ordem.” 2

Entretanto, neste tempo em que tudo pode oferecer sentido e significar algo,
Lara nos remete a dois importantes autores que chamam a a atenção para os limites e as
possibilidades da atualidade. O primeiro, Edgard Morin em seu livro Cultura de Massa
no século XX, aponta para o fato de que a atualidade se configura também como

“um tempo superficial, fútil, épico e ardente. Onde o cheio provoca


o oco, a saciedade gera a angústia, o permanente é trocado pelo

1
Professor do Programa de Pós Graduação em Comunicação da PUC Minas e Coordenador do Observatório da
Diversidade Cultural http://www.saogabriel.pucminas.br/csociais/diversidadecultural/ -
[email protected]
2
http://www.unb.br/fac/ncint/site/parte10.htm, acesso em 10/12/2004
atual, o "mais novo", o "mais moderno". Revelando a sua marca
primordial: a paradoxalidade.”

O segundo, o sociólogo português Boaventura de Souza Santos, em Pela Mão de


Alice, afirma que vivemos

“um tempo de transição, de transformação, onde o projeto da


modernidade parece ter se cumprido em excesso ou ser insuficiente
para solucionar os problemas que assolam a humanidade, vivemos
uma condição de perplexidade diante de inúmeros dilemas nos
mais diversos campos do saber e do viver. Que, além de serem
fonte de angústia e desconforto, são também desafios à
imaginação, à criatividade e ao pensamento.”

É, pois, neste contexto de paradoxalidade e perplexidade apontados por Lara,


Morin e Boaventura que gostaria de tratar a relação aqui proposta entre a cultura, o
desenvolvimento e a questão diversidade cultural.

II

A cultura e sua dinâmica

Começo, então, por diferenciar a mudança da cultura de uma cultura da


mudança.3
Por cultura penso, como a Antropologia o faz, um processo através do qual o
homem atribui sentidos ao mundo. Códigos através dos quais pessoas, grupos e
sociedades classificam e ordenam a realidade. A cultura é a instância onde o homem
realiza sua humanidade. Como fenômeno anterior e exterior ao indivíduo, a cultura
realiza-se quando incorporada e tornada identidade. Nesta linha de raciocínio é possível
afirmar que não existem culturas estáticas, existem sim, sociedades em que o lembrar
ocupa uma centralidade estruturante e outras em que a memória possui menor
pregnância do passado, caracterizando-se pela multi-centralidade. Lembrar e esquecer
são, no entanto, dois momentos de toda e qualquer cultura.
Quando o lembrar define de forma hegemônica a organização e as instituições
sociais, e a memória e a identidade das pessoas e seus grupos, estamos diante de uma
sociedade tradicional. Uma sociedade que elege, de forma exclusiva, o passado como

3
Algumas idéias aqui apresentadas foram originalmente organizadas para a Conferência de Abertura do
5° Congresso Brasileiro de Ação Pedagógica, promovido pelo Centro de Pesquisa e Formação de
Educadores Balão Vermelho em 2005

2
centro configurador de sentidos, é uma sociedade que resiste à mudança. Uma sociedade
ancorada em permanências.
No sentido oposto, sujeitos e instituições que não elegem o passado como
ordenador preferencial de sentidos, inauguram sociedades que fazem do presente e das
representações do futuro seu centro estruturador de identidades. É, portanto, uma
sociedade que institui a mudança como seu modo de existir.
Estamos falando de extremos e polaridades, aqueles que se recusam a mudar e
outros que se recusam a permanecer, para deixar claro que não existem culturas
estáticas e que o debate sobre a relação entre o desenvolvimento e a diversidade cultural
não pode se recusar a esta tensão. Toda cultura muda, mais ou menos lenta, de forma
mais ou menos visível, motivadas por trocas culturais desastrosas, ou por sincretismos
singulares. Por sutis processos históricos, ou por avassaladores acontecimentos. É como
se a mudança e a permanência, em estado de tensão contínua, fizessem parte da
“natureza” da cultura. O que é diferente de cultura para cultura e também de instituição
para instituição, é o tipo de movimento que resulta a mudança e as negociações político-
simbólicas com a permanência.
Quando uma sociedade ou uma instituição protege-se através de “biombos da
tradição” e faz das diferenças uma ameaça, estamos diante de uma sociedade ou
instituição que se recusa à história, ou melhor, que faz de sua história a única história.
São exemplos da tradição exclusiva as sociedades e instituições tribais, ortodoxas, e
totalitárias.
Por outro lado, sociedades e instituições que vivem do culto à mudança, são
sociedades e instituições aprisionadas à incompetência de lidar com a memória. São
sociedades de mercado, onde o consumo é que define a produção e o mercado
configura-se como a principal instituição.
Como é possível perceber, possibilidades e limites estão presentes em ambos os
modelos.
No modelo da tradição, encontramos sujeitos, grupos, instituições e sociedades
que sabem de onde vieram e o que devem fazer para manter suas pegadas, seus rastros.
Organizam sua vida de tal forma a preservar sentidos originais e manter as raízes que
lhes dão sustentação. Oferecem a seus integrantes o sentido necessário de
pertencimento. Mas tais realidades sociais são também, expressões de posturas
exclusivas, que transformam diferenças em desigualdades. Transformam-se em
sociedades e instituições incapazes de compreender o diferente, ou sociedades

3
intolerantes com a diferença. Daí a proximidade com o poder. Ora a tradição revela
incapacidade cultural de conceber o Outro, ora a vontade de domina-lo.
Por outro lado, contemporaneamente, emerge um novo modelo cultural, fruto de
uma radical transformação na experiência com o tempo e com o espaço, motivada pelo
que os especialistas chamam da globalização ou da mundialização.
Emergem sociedades, e por conseqüência instituições, marcadas pela
descontinuidade, pela fragmentação, pela pluralidade, pela simultaneidade. Um mundo
que, gradativamente, comprime o tempo e dissolve fronteiras, um mundo que inaugura
o fenômeno das identidades múltiplas. Um mundo que produz em parte de seus
integrantes uma outra experiência identitária, não mais ancorada no fechamento e
acabamento iluminista, mas na abertura e inacabamento da pós-modernidade.
Culturas, sociedades, instituições, grupos e indivíduos contemporâneos
caracterizam-se pela possibilidade da abertura. Entretanto, grande parte desta abertura é
definida pelo mercado de consumo, e não mais pelas instituições tradicionalmente
responsáveis pela formação dos sujeitos nas sociedades. Tal predominância da
instituição mercado vem instituindo o que Nestor Garcia Canclini chama da experiência
da CULTURA DO EFÊMERO: o consumo incessante, a “ditadura” da renovação, a
transformação da experiência cultural em experiência do lazer e entretenimento.
Sociedades contemporâneas são sociedades onde grande parte de nossa experiência
identitária e de cidadania foi deslocada para as relações de consumo.
Nestas sociedades, e em suas instituições, as mudanças não geram
necessariamente transformações. São mudanças conservadoras, motivadas por
circunstâncias e não por conceitos.
Tudo isso nos sugere que, se todas as culturas mudam, é preciso ter a capacidade
de compreender seus sentidos, seja quando relacionada à sociedade como um todo, seja
quando relativa aos sujeitos e instituições.
Não é difícil perceber que entre estes dois extremos aqui explorados, a recusa e a
adesão total à mudança, um outro caminho que equilibre tradição e tradução constitui-se
no que há de mais rico na experiência cultural hoje.
Neste ponto podemos introduzir a questão da cultura da mudança.
A partir das questões aqui levantadas, pensar numa cultura da mudança, significa
pensar na maneira como sociedades, instituições e sujeitos constroem sentidos para o
mudar. Ou melhor, como a mudança pode assumir o sentido de uma busca, algo

4
intencionado, uma disponibilidade para a transformação, ou apenas, um discurso
evasivo, atualizado pelas literaturas de auto-ajuda.
A cultura da mudança que aqui nos interessa, imagino ser da primeira categoria,
aquela que se interessa em forjar futuros e não apenas em reproduzir modismos.
Mudança no sentido aqui proposto é menos uma questão técnica e mais um regime de
sensibilidade que se desdobra em fazeres, um modelo de ação e representação.
A cultura da mudança é, portanto, resultado de uma disponibilidade para o
futuro, para o novo, para o desconhecido. Resulta da capacidade de abertura para o
mundo. Não se trata da afirmação da ditadura da mudança, do equívoco de se tomar a
mudança como sinônimo de excelência e desenvolvimento. Trata-se de se reconhecer
que sociedades e instituições são desafiadas continuamente pela história. Há mudanças
e mudanças. Mudanças que produzem movimento e desenvolvimento e mudanças que
consolidam a permanência da desigualdade.
II
O desenvolvimento, a cultura e seus sentidos

Falar de desenvolvimento e cultura é falar de uma relação que somente há cerca


de 4 décadas, pôde ser reconhecida de forma positiva, após a criação do PNUD -
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Até então, anos 60, e segundo
José Álvaro Moisés, paradigmas economicistas definiam a impossibilidade esta relação:
a idéia de que a dimensão tradicional da cultura constituía-se como obstáculo ao
desenvolvimento, e, portanto, a exclusão da cultura como componente do
desenvolvimento.
Além disso, um gravíssimo e contraditório quadro: rompem-se fronteiras,
intensificam-se trocas comerciais, científicas e culturais, possibilita-se a criação de redes
de trocas e uma cidadania transcultural, mas, produz-se “ilhas de desenvolvimento e
imensos oceanos de miséria”. (Faria e Garcia, 2001)
É com a construção política, teórica e metodológica dos indicadores de
desenvolvimento humano, que esta relação começa a se esboçar de forma propositiva,
através da ampliação do conceito de desenvolvimento para além da realização
econômica e a construção de indicadores políticos e culturais. O Relatório do
Desenvolvimento Humano de 2004, organizado pelo PNUD, faz a seguinte afirmação
em sua apresentação:

5
“para que o mundo atinja os Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio e erradique a pobreza, tem que enfrentar primeiro, com
êxito, o desafio da construção de sociedades culturalmente
diversificadas e inclusivas. Fazê-lo com êxito é condição prévia
para os países se concentrarem adequadamente em outras
prioridades do crescimento econômico, a saúde e a educação para
todos os cidadãos. O desenvolvimento humano tem a ver, primeiro
e acima de tudo, com a possibilidade das pessoas viverem o tipo de
vida que escolheram e com a provisão dos instrumentos e das
oportunidades para fazerem suas escolhas.”

A atualidade nos encaminha para uma contínua convivência com as dúvidas, mas
também para a descoberta de que a idéia de progresso como processo contínuo e linear
de crescimento perdeu força, frente a um conceito complexo de desenvolvimento.
Reconhece-se que a articulação entre cultura e desenvolvimento se dá
primeiramente na dimensão subjetiva e imaterial da experiência cultural. De um lado,
afirma-se que é através da cultura que o homem adquire sua condição humana e por
outro lado, confirma-se que não há possibilidade de desenvolvimento humano sem
valores culturais.
Além de gerar trabalho e fazer circular riquezas, a participação da cultura no
desenvolvimento se dá também na maneira como ela oferece aos indivíduos, grupos, e
sociedades algo que lhes é essencial: a IDENTIDADE. Identidade aqui deve ser
entendida como valor que produz auto estima e marca. Portanto, uma identidade que
pode produzir oportunidades e empreendimentos.
A cultura gera desenvolvimento humano porque fornece instrumentos de
conhecimento, reconhecimento e auto-conhecimento. Ou seja, porque gera identidade.
Na segunda dimensão, a cultura incide sobre as condições materiais de vida, gerando
riquezas.
Há, neste debate, a proposição de uma tríplice dimensão desta relação:
DIMENSÃO POLÍTICA
a cultura é que cria as condições para a vida coletiva, portanto, funda a
experiência pública
DIMENSÃO SOCIAL
a cultura é condição para a cidadania pensada como inclusão e pertencimento
DIMENSÃO ECONÔMICA
a cultura é geradora de renda : empregos, salários e tributos

6
É preciso reconhecer ainda, uma DIMENSÃO TRANSVERSAL na relação
cultura e desenvolvimento: a cultura tem presença e importância em todas as dimensões
sociais, ou seja, há sempre e necessariamente uma dimensão cultural na educação, na
saúde, no trabalho etc etc
Todo esse debate sobre a cultura e o desenvolvimento pressupõe ainda:
 a perspectiva do crescimento auto-sustentado, ou seja, crescimento que busca
integrar passado, presente e visão de futuro;
 a busca da harmonia entre a lógica do simbólico e a razão do mercado de
forma a resgatar o sentido da dádiva, ou seja, o reconhecimento da vida
social como um constante dar e receber;
 o desenvolvimento do respeito para com o patrimônio natural e o patrimônio
cultural, tanto material quanto imaterial;
 a redução das desigualdades locais, regionais e mundiais;
 a constituição desta integração a partir de um modelo democrático de
decisões.
Segundo Jorge Werthein este debate acompanha as transformações conceituais no que
se refere ao desenvolvimento, mas também as novas responsabilidades a que a cultura
vem sendo chamada nas últimas duas décadas. Isso produziu uma espécie de intimidade
entre ambos os campos:

“Se voltarmos aos anos 80, mais precisamente a 1982, na


Conferência Mundial do México, vamos nos deparar com os
conceitos de cultura e desenvolvimento sendo expressos com uma tal
intimidade entre ambos, que um leitor menos atento poderia
facilmente permutar um pelo outro, sem prejuízo dos seus conteúdos.
A Recomendação da Década Mundial do Desenvolvimento
Cultural,... define:

 Cultura como o conjunto de características espirituais e materiais,


intelectuais e emocionais que definem um grupo social. (...) engloba
modos de vida, os direitos fundamentais da pessoa, sistemas de
valores, tradições e crenças e define desenvolvimento como um
processo complexo, holístico e multidimensional, que vai além do
crescimento econômico e integra todas as energias da comunidade
(...) deve estar fundado no desejo de cada sociedade de expressar sua
profunda identidade.... (WERTHEIN,2002)

Kliksberg, referência obrigatória nesta questão, chama a atenção para o fato de


que o conceito de “capital social” abriu as portas para um vigoroso processo de revisão
das relações entre cultura e desenvolvimento, consolidado por Lourdes Arizpe da

7
seguinte maneira: “a cultura passou a ser o último aspecto inexplorado dos esforços
realizados em nível internacional para fomentar o desenvolvimento econômico.”4
III
Diversidade e desenvolvimento cultural

Chegamos à questão da diversidade. Do ponto de vista antropológico, a


diversidade cultural constitui o grande patrimônio da humanidade. Recuperada nas
escolas pós-evolucionistas como realidade positiva, a diversidade cultural revelaria o
que de mais semelhante existe entre os homens, isto é, o fato de que a partir de uma
unidade biológica tão perfeita produziu-se tanta diferença.
Segundo Lévi-Strauss
"A verdadeira contribuição das culturas não consiste numa lista das
suas invenções particulares mas na maneira diferenciada com que elas
se apresentam. O sentimento de gratidão e de humildade de cada
membro de uma cultura dada deve ter em relação a todas as demais
não deve basear-se senão numa só convicção: a de que as outras
culturas são diferentes, de uma maneira a mais variada e se a natureza
última das suas diferenças nos escapa...deve-se a que foram
imperfeitamente penetradas. Se a nossa demonstração é válida não há
nem pode haver uma civilização mundial no seu sentido absoluto,
porque civilização implica na coexistência de culturas que oferecem o
máximo de diversidade entre elas, consistindo mesmo nesta
coexistência. A civilização mundial não será outra coisa que a coalizão
de culturas em escala mundial, preservando cada uma delas a sua
originalidade".

Quando partimos do conceito antropológico para o campo das políticas culturais


encontramos uma curiosa trajetória que conforme François de Bernard pode ser assim
descrita: “sobre as cinzas da "exceção cultural", frágil conceito de inspiração jurídica,
atualmente rejeitado por toda parte, exceto na França, e que tinha uma função
meramente defensiva, forjou-se apressadamente o de "diversidade cultural",
considerado como capaz de propor uma idéia positiva.”5
Aqui também encontramos a mesma dimensão, ou seja, as diferenças deixam de
ser tratadas como imperfeições e incompletudes, como propunha o pensamento
evolucionista, e passa a designar oportunidades e contingências, resultado das trocas

4
Arizpe, Lourdes (1998). La cultura como contexto del desarrollo. En Emmerij L.y Del Nuñes del Arco
J. (comp.). El desarrollo económico y social en losumbrales del siglo XXI, pp. 191-197. Banco
Interamericano de Desarrollo.Washington, DC.
5
http://www.mondialisations.org/php/public/art.php?id=1576&lan=PO acesso em 11 de fevereiro de
2006

8
históricas As diferenças deixam de ser pensadas como realidades que justificam, e em
certos casos, legitimam, as desigualdades, e passam a revelar o que de mais
surpreendente e original a condição humana realizou. Daí a possibilidade e a
necessidade de protegê-la e promove-la. A diversidade cultural tanto no interior de cada
sociedade, quanto entre as diferentes e distantes realidades, configura-se como a mais
radical expressão da singularidade humana.
Há mais de cinqüenta anos e fruto dos debates e consensos entre sociedade,
governos e nações, este reconhecimento vêm produzindo documentos e instrumentos
internacionais6 que buscam oferecer alternativas para a proteção e promoção do direito à
cultura e da diversidade cultural. Tais documentos refletem as preocupações com os
processos típicos do mundo contemporâneo e seus reflexos no campo da cultura.
De acordo com MARQUES (2003) por um lado temos as alterações na
configuração da organização geopolítica do mundo:

“As expansões imperiais do último milênio e, mais recentemente, a era


colonial desenhavam, até meados do século XX, um mundo, em
grande medida, dominado por algumas grandes potências coloniais
que procuravam “civilizar” os povos e culturas que dominavam. Uma
visão que se repartia entre colonos e colonizados, onde naturalmente
as relações entre as culturas dominantes e dominadas, conduziam a um
de dois modelos: a assimilação, transformando o colonizado em
reprodução tão fiel quanto possível do colonizador, ou numa outra
opção, separando de uma forma marcada as duas realidades socio-
culturais, preservando a “pureza” da cultura colonizadora, evitando
qualquer “contaminação”. Esta dualidade vai-se reproduzir
sucessivamente, ainda que por outras razões, até aos modelos mais
recentes. Com o final da IIª Guerra Mundial e a afirmação dos
processos de descolonização, emergem na cena internacional, novas
Nações, tornando o mapa-mundo mais diverso e recortado – dos
cinquenta países que constituíam as Nações Unidas, evoluímos até 191
membros actuais. Para este crescimento contribuiu também, mais
tarde, o colapso do comunismo, quer da União Soviética, quer de
outros países que, de uma forma mais ou menos violenta, sofreram
processos de secessão, como a Iugoslávia e a Checoslováquia. Esta
afirmação de um padrão internacional muito mais diversificado é,

6
O Acordo de Florença de 1950 e seu Protocolo de Nairobi de 1976, a Convenção Universal sobre
Direitos de Autor, de 1952, a Declaração dos Princípios de Cooperação Cultural Internacional de 1966, a
Convenção sobre as Medidas que Devem Adotar-se para Proibir e Impedir a Importação, a Exportação e a
Transferência de Propriedade Ilícita de Bens Culturais, de 1970, a Convenção para a Proteção do
Patrimônio Mundial Cultural e Natural de 1972, a Declaração da UNESCO sobre a Raça e os
Preconceitos Raciais, de 1978, a Recomendação relativa à condição do Artista, de 1980, a Recomendação
sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional e Popular, de 1989, a Conferência Mundial sobre as Políticas
Culturais de 1982, a Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento, Nossa Diversidade Criadora de
1995 e a Conferência Intergovernamental sobre Políticas Culturais para o Desenvolvimento em 1998.

9
naturalmente, causa e consequência de profundas alterações na relação
entre povos e culturas.”

Por outro lado, temos os contraditórios efeitos do processo de globalização da


economia em pelo menos duas dimensões:

“A afirmação da globalização condicionou também alterações


relevantes, em si mesmo contraditórias. Entre as mais significativas
pontuam, por um lado, a interligação e interdependência mundial, com
a crescente circulação de bens, força de trabalho e de capital, que é
contrariada, por outro lado, pela imposição de barreiras
proteccionistas da parte dos países ricos, quer em relação ao comércio,
mas também à circulação de pessoas, sejam elas imigrantes,
refugiados ou asilados. Ao nível cultural se por um lado, se observa
um movimento de homogeneização e mundialização de determinadas
expressões culturais, proporcionado pelo avanço das
telecomunicações, pela expansão dos media globais, ou pela
facilidade de viajar, por outro lado, esse mesmo movimento permite
projectar culturas minoritárias, promover a sua interacção e fusão e
multiplicar a oferta cultural disponível, num quadro de crescente
liberdade de expressão.”

A segunda dimensão deste processo refere-se ao avassalador processo de


migração e da diáspora cultural. Se tais processos não podem ser considerados
exclusivos da contemporaneidade:

“no entanto, a dimensão, diversidade e imprevisibilidade destas


migrações nunca tiveram a dimensão que conheceram ao longo do
Século XX, com uma particular intensificação nas últimas décadas. O
Banco Mundial estima em cerca de 2 a 3 milhões de pessoas que
anualmente migram, procurando essencialmente quatro países:
Estados Unidos, Alemanha, Canadá e Austrália, sendo que, no
começo do século XXI, cerca de 130 milhões de pessoas vivem fora
dos países onde nasceram e esse total vem aumentando em cerca de
2% ao ano.” (MARQUES,2003)

Sob os efeitos deste quadro e sob o impacto do ataque terrorista ao World Trade
Center em Nova York em 2001, a 31ª reunião da Conferência Geral da UNESCO
aprovou o mais específico dos documentos sobre a questão, a Declaração Universal
sobre a Diversidade Cultural que em 12 artigos e 20 recomendações práticas7 consolida
décadas de reflexões e enfrentamentos. A declaração em linhas gerais afirma:
 A diversidade cultural, como patrimônio comum da humanidade, fator
de desenvolvimento e criatividade;

7
Ver o documento em http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001271/127160m.pdf

10
 os direitos humanos como garantia para a diversidade cultural e os
direitos culturais como seu marco;
 o pluralismo cultural como garantia da diversidade cultural e o acesso a
ela;
 os bens e serviços culturais como realidades distintas das mercadorias e a
necessidade de se criar redes de criação e difusão mundiais.
A Declaração recomenda algumas estratégias que podem, em seu conjunto,
garantir a operacionalização de tais princípios, são elas:
 aprofundamento do debate internacional sobre os problemas relativos à
diversidade cultural e o avanço na definição de princípios e normas tanto
no plano nacional quanto internacional;
 realização de intercâmbio de conhecimento e práticas no campo do
pluralismo cultural e dos direitos culturais;
 implementação de medidas de proteção e promoção da diversidade
lingüística;
 promover a consciência sobre a importância da diversidade cultural, bem
como promover seu acesso, através da educação, da inclusão digital e
dos meios de comunicação;
 elaborar instrumentos e políticas de preservação e promoção do
patrimônio cultural, em especial o de caráter imaterial;
 promover o respeito aos direitos dos artistas e ajudar na criação e
consolidação de indústrias culturais nos países em
desenvolvimento e nos países em transição, através da criação de
mercados locais viáveis e facilitar o acesso dos bens culturais desses
países ao mercado mundial e às redes de distribuição internacionais.
A despeito de sua importância e força moral, a Declaração foi considerada pela
grande maioria dos estados membros, uma resposta insuficiente para as ameaças que a
atualidade apresenta para a Diversidade Cultural, instaurando um processo de
aprofundamento da questão rumo à criação e aprovação de uma Convenção para a
Proteção e Promoção da diversidade das expressões culturais.
Além disso, em 2004 a realização de vários fóruns de cultura em diferentes
países, pautou a questão da diversidade cultural e o desenvolvimento de forma
contundente.

11
Em Barcelona, na abertura do Fórum Universal das Culturas, realizou-se a IV
Fórum de Autoridades Locais pela Inclusão Social de Porto Alegre. Em documento
intitulado Agenda 21 para a cultura - um compromisso das cidades e dos governos
locais para o desenvolvimento cultural8 é explicita a recomendação de que cabe aos
dirigentes locais da cultura

“Estabelecer políticas que fomentem a diversidade cultural, a fim de


garantir a amplitude da oferta e a presença de todas as culturas,
especialmente das minoritárias ou desprotegidas, nos meios de
comunicação e de difusão, incentivando as co-produções e os
intercâmbios, e evitando posições hegemônicas.”

O Fórum Cultural Mundial realizado em São Paulo em julho de 2004, lançou em


sua Carta de São Paulo9 o expresso apoio ao estabelecimento na programação da 33ª
Conferência Geral da UNESCO, realizada entre 3 e 21 de outubro de 2005, a votação de
um instrumento específico, de caráter mais regulatório e operativo As autoridades
signatárias se comprometeram a

“Defender um tratamento particular e diferenciado dos bens e serviços


culturais nos acordos de liberalização comercial em curso na
Organização Mundial de Comércio (OMC) e, a partir do contexto
conceitual proposto pela UNESCO, lutar pela criação de espaços
institucionais que garantam que as trocas culturais aconteçam em
quadros regulatórios apropriados à natureza material e imaterial dos
bens e produtos culturais, segundo o princípio da proteção da
identidade, da diversidade cultural e dos conhecimentos tradicionais
dos países;
Apoiar a UNESCO em sua iniciativa fundamental de estabelecer, de
comum acordo entre os países que fazem parte da ONU, uma
Convenção Internacional para a Proteção da Diversidade Cultural,
prevista para a Conferência-Geral de 2005 e de promover a adesão
dos países membros à Convenção do Patrimônio Imaterial.
Contribuir para a criação de um sistema internacional de trocas
econômicas e culturais baseado na democracia, na igualdade de
oportunidades, na correção dos desequilíbrios, no respeito às
diferenças, nos direitos humanos e no diálogo pleno entre as culturas
tendo em vista a consolidação e a promoção de uma cultura de paz.”

O grande embate para a aprovação da Convenção estaria localizada exatamente


no enfrentamento entre a posição dos Estados Unidos e seus aliados que defendem que
as trocas culturais devam se sujeitar aos acordos comerciais regulados pela Organização

8
ver documento completo em http://www.fpa.org.br/noticias/agenda21integra.htm
9
Documento assinado pelos Ministros da Cultura da Argélia, Áustria, Brasil, Espanha, Mali e México.
Ver documento na íntegra em http://www.forumculturalmundial.org/noticias_0031.php#1

12
Mundial do Comércio, e os demais países, liderados pelo Brasil, Canadá e França, que
advogam medidas que possam fazer frente à concentração cultural, ao aniquilamento
das indústrias culturais locais e das expressões tradicionais.
A despeito das pressões, o texto da Convenção é aprovada em 2005 por ampla e
esmagadora maioria definindo como seus objetivos:
 proteger e promover a diversidade das expressões culturais;
 criar condições para que todas as culturas floresçam em igualdade de condições,
e possam interagir de modo mutuamente estimulante;
 encorajar os diálogos entre as culturas de modo a estabelecer um equilíbrio entre
as trocas culturais, em favor de um respeito intercultural e da cultura da paz;
 reafirmar a ligação entre cultura e desenvolvimento, apoiando as ações neste
sentido;
 reconhecer a natureza distinta das atividades, dos bens e dos serviços culturais,
que são veículos de identidades, valores e sentidos; e
 reconhecer o direito soberano dos estados nacionais de manter, adotar e
implementar políticas que eles considerem apropriadas para a proteção e a
promoção da diversidade das expressões culturais.10

No último 18 de março a Convenção entrou em vigor, após a ratificação de seu texto


pelos parlamentos de 50 países membros da UNESCO.
“De acordo com o Diretor geral da Unesco, Koïchiro Matsuura,
nenhuma outra convenção na área da cultura foi adotada por tantos
Estados membros em tão pouco tempo. O motivo da pressa é a
necessidade de frear os desequilíbrios das trocas culturais no
mundo, principalmente no que se refere ao comércio de produtos
audiovisuais” (Duppin, 2007).

IV
Convenção aprovada, e Agora?

A compreensão da diversidade cultural e sua integração com a questão do


desenvolvimento, da cidadania e da transformação social, vêm exigindo cada vez mais,
e especialmente entre aqueles protagonistas de projetos e iniciativas culturais

10
o texto completo da Convenção pode ser consultado em
http://portal.unesco.org/culture/es/file_download.php/4e23e90123ccd047c3f757ea1cfbca40TEXTE+REV
ISE+-+Spa.pdf

13
emancipatórias, um grande esforço reflexivo que possa avançar as duas polaridades
mais imediatamente reconhecíveis neste campo.
A postura protecionista e conservadora, que advoga o regime da exceção cultural
que, através do conceito de excepcionalidade cultural, defende a permanência,
especialmente das tradições, como princípios ordenadores da promoção e proteção da
diversidade cultural. E uma outra postura, que se contenta com a inventariação da
diversidade humana e a organização enciclopédica das excentricidades, transformando
processos e experiências culturais em bens e mercadorias de consumo restrito.
A superação destas polaridades pode encontrar novamente em Lévi-Strauss
(1980:97) idéias contundentes:
“A necessidade de preservar a diversidade das culturas num mundo
ameaçado pela monotonia não escapou certamente às instituições
internacionais. Elas compreendem também que não será suficiente,
para atingir esse fim, animar as tradições locais e conceder uma trégua
aos tempos passados. É a diversidade que deve ser salva, não o
conteúdo histórico que cada época lhe deu e que nenhuma poderia
perpetuar para além de si mesma. É necessário, pois, encorajar as
potencialidades secretas, despertar todas as vocações para a vida em
comum que a história tem de reserva; é necessário também estar
pronto para encarar sem surpresa, sem repugnância e sem revolta o que
estas novas formas sociais de expressão poderão oferecer de desusado.
A tolerância não é uma posição contemplativa dispensando
indulgências ao que foi e ao que é. É uma atitude dinâmica, que
consiste em prever, em compreender e em promover o que quer ser. A
diversidade das culturas humanas está atrás de nós, à nossa volta e à
nossa frente.”

Articular cultura, diversidade e desenvolvimento vem exigindo posturas e


perspectivas mais dinâmicas, arriscamos aqui sugerir algumas delas.
A compreensão de que a proteção e promoção da diversidade cultural não
significa a adoção de medidas restritivas que condenem cada cultura a ela própria, mas a
adoção de medidas políticas e econômicas que evitem a transformação das trocas
culturais em processos de mão única, que reforçam a concentração cultural e submetem
a cultura à lógica exclusiva do mercado globalizado.
Segundo Suely Rolnik (1996), dois processos opostos parecem acontecer nas
subjetividades em meio ao “terremoto” que as transforma irreversivelmente. Em ambos
a questão da diversidade constitui-se como um problema central. Por um lado,
encontramos a postura de grupos minoritários que, centrados em suas próprias
identidades originais, são consideradas politicamente corretas, “pois, se trataria de uma
rebelião contra a globalização da identidade”, além de ser importante arma no combate

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às injustiças a que grupos diferenciados pela etnia, pelo sexo, pela nacionalidade, estão
expostos. Por outro lado, a “síndrome do pânico” que, fruto da exacerbação das trocas e
exigências do mundo pós-moderno, estaria levando o sujeito a um dilaceramento
subjetivo, que o faz projetar no outro globalizado, uma espécie de prótese que substitui
ao seu eu original.”
No primeiro caso, o reconhecimento da importância de tal postura está na
medida em que se caracteriza como luta pelo direito à construção das referências
identitárias como um processo de singularização, de criação existêncial. É a manutenção
da condição de sujeito de sua própria existência que deve estar em questão. No segundo
caso, trata-se de se potencializar a relação do local e do global na construção da
subjetividade e da identidade contemporânea, relação esta que é marcada pelo poder
disruptivo e tenso entre os envolvidos. O debate entre o multiculturalismo e a questão
da interculturalidade encontra-se na pauta do dia.
O desafio hoje, a todos que, de lugares os mais diferentes a partir de estratégias
as mais diversas, tomam a memória e a subjetividade como instrumentos insubstituíveis
na construção das identidades no contexto da diversidade cultural, é o de, para uns,
“criar condições para o enfrentamento da experiência dos vazios de sentido, provocados
pela dissolução de suas figuras”, visando a reconstrução de sua condição de sujeito
ativo, para outros, o de, ao “viciar-lhe em seu eu histórico”, moldá-lo como sujeito
aberto às transformações e às diferenças.
Neste 18 de março de 2007, a convenção para proteção e promoção da
diversidade assumiu a condição de um regimento jurídico internacional. A questão e o
desafio imediato parece ser o de, por um lado, superar o estágio discursivo e
implementar ações ancoradas ética e metodologicamente na perspectiva do pluralismo e
da reciprocidade. Por outro lado, como fazer para que os países que ratificaram a
convenção, tornando-a um instrumento legítimo, se disponibilizem para o desafio de
traduzi-la em políticas nos campos da comunicação e da educação, principalmente,
produzindo as articulações que o desenvolvimento humano requer. Afinal,
"energia criadora e desejo de expressar identidade"...não seria esta uma bela
definição para cultura? Ou para desenvolvimento? Ou para os dois?“
(WERTHEIN,2002)

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BIBLIOGRAFIA

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