Compliance e A Atuação Na Gestão Pública Redução de Riscos e Otimização de Processos e Recursos

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Revista Ibero- Americana de Humanidades, Ciências e Educação- REASE

doi.org/10.51891/rease.v9i5.9632

COMPLIANCE E A ATUAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA: REDUÇÃO DE


RISCOS E OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS E RECURSOS

Letícia Apolinário da Silva1


Maria Betânia Fidalgo Arroyo2

RESUMO: A corrupção existe desde os primórdios da humanidade e ocorre de diversas


formas, porém, nas últimas décadas tornou-se pauta da sociedade brasileira devido aos
inúmeros escândalos dos governantes do país, independente do partido político que
representem. Portanto, o presente estudo questiona a aplicação de programas de integridade
na administração pública local como instrumento de melhoria e promoção da transparência,
eficiência e combate à corrupção, uma vez que estimulam a transformação cultural como um
todo e, assim, a viabilizam. e como esses programas podem contribuir para aumentar a eficácia
das inúmeras e incansáveis tomadas de decisão dos gestores públicos. O estudo tem como
objetivo analisar o papel dos programas de integridade no disfarce da probidade na gestão
pública e como sua aplicação poderia impactar na melhoria do controle da gestão pública e dos
processos de tomada de decisão, garantindo assim uma atuação mais eficiente e eficaz.
confiável. Para isso, compreende-se o conceito e o papel da governança na administração
pública, com foco na gestão pública municipal. Em seguida, serão discutidos os avanços
nacionais e internacionais em programas de compliance e sua aplicabilidade ao setor público.
Por fim, analisar os programas de integridade na administração pública, desde o seu papel no
sistema de gestão até a sua aplicação nos órgãos e na administração indireta.
4048
Palavras-chave: Gestão de riscos. Governança Corporativa. Compliance. Gestão Pública.

ABSTRACT: Corruption has existed since the dawn of humanity and occurs in different
ways, however, in recent decades it has become the agenda of Brazilian society due to the
numerous scandals of the country's rulers, regardless of the political party they represent.
Therefore, this study questions the application of integrity programs in local public
administration as an instrument to improve and promote transparency, efficiency and the
fight against corruption, since they stimulate cultural transformation as a whole and, thus,
make it viable. and how these programs can contribute to increasing the effectiveness of the
innumerable and tireless decision-making of public managers. The study aims to analyze the
role of integrity programs in disguising probity in public management and how their
application could impact on improving public management control and decision-making
processes, thus ensuring a more efficient and effective performance. reliable. For this, the
concept and role of governance in public administration is understood, with a focus on
municipal public management. Next, national and international advances in compliance
programs and their applicability to the public sector will be discussed. Finally, analyze
integrity programs in public administration, from their role in the management system to
their application in bodies and indirect administration.

Keywords: Risk management. Corporate Governance. Risk Maturity. Effectiveness and.


Compliance. Public Management.

1Mestranda do curso Master of Science In International Business da Must University –Florida USA.
2Orientadora. Mestre do curso de Master of Science In International Business da Must University –
Florida USA.

Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação. São Paulo, v.9.n.05. mai. 2023.
ISSN - 2675 – 3375
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1 INTRODUÇÃO

Desde o início, o setor empresarial vem se mostrando uma indústria dinâmica,


em constante evolução, o que indica sua alta complexidade. Nesse sentido, dada a
natureza complexa do setor, há um conjunto de elementos que o compõem, tais como:
relações interpessoais estabelecidas, transações financeiras permanentes e, por vezes,
de grande envergadura e, em especial, a diversidade da pessoa em uma variedade de
cargos e funções e com variados graus de responsabilidade e capacidade de mudar os
cenários em que estão inseridos.
Assim, fica claro há muitos anos que tal má conduta tem causado danos
significativos às empresas e ao setor empresarial, haja vista que, além de infrações
legais como corrupção e propina, as sanções têm causado danos financeiros e
estruturais aos envolvidos.
Diante dessa situação, procurou-se combater a corrupção no âmbito
empresarial de um ponto de vista global, por meio da edição de normas para banir e
punir os delitos cometidos no ambiente empresarial, especialmente a corrupção e o
suborno. 4049
Nesse contexto, a primeira legislação a tratar dessa questão e estabelecer os
requisitos legais a serem adotados nesses casos data de 1970 e ficou conhecida
mundialmente como Foreign Corrupt Protection Act (FCPA), uma lei norte-americana
voltada à repressão e punição de práticas corruptas cometidas por pessoas jurídicas
naquele país.
Traduzindo o debate sobre o combate à corrupção para o cenário brasileiro,
sabe-se que a corrupção no país está presente desde o início. No entanto, foi com a
abertura do comércio no início da década de 1990, principalmente quando o Brasil
passou a ter um papel de liderança no âmbito internacional, que passou a resistir às
pressões da comunidade internacional para buscar políticas que atendessem aos
padrões de transparência e anticorrupção no setor externo, os sistemas jurídicos,
especialmente o americano, que serviu de modelo para vários países.
Atualmente está em vigor a Lei 12.846/2013, também conhecida como Lei da
Empresa Limpa, com foco no combate à corrupção, impondo sanções a pessoas
jurídicas por atos ilícitos contra administrações públicas nacionais ou estrangeiras.

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Entre as inovações introduzidas pela lei acima estão o art. 7º, inciso VIII, que
regulamenta o Institute of Compliance, ou seja, prevê a existência de mecanismos e
procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivos à denúncia de infrações
e aplicação efetiva dos códigos de ética e conduta nas pessoas jurídicas.
No entanto, em uma situação completamente controversa, o mesmo estado
brasileiro, que legalmente exige que empresas que pretendam contratar com ele,
implementem programas rígidos de controle interno e integridade, não investe em
programas preventivos de gestão anticorrupção. Assim, fica claro que há uma
necessidade urgente de reavaliar a atuação do poder público no combate à corrupção
não apenas em termos estritos, mas, em particular, na efetiva aplicação das regras
anticorrupção.
Para o presente estudo, buscou-se responder o seguinte questionamento: qual a
importância dos programas de compliance na mitigação de riscos e controlar as fraudes
em empresas da esfera pública?
Por esse prisma, discutir compliance é compreender a natureza e a dinâmica da
fraude e da corrupção nas organizações. A conduta de acordo com a regra (compliance)
4050
ou a conduta corrupta possuem várias causas, sendo influenciadas pelas circunstâncias.
Diante deste contexto, o presente estudo tem como objetivo geral: conhecer a
importância dos programas de compliance na mitigação de riscos e controlar as fraudes
em empresas da esfera pública. E como objetivos específicos: Breve histórico de
compliance juntamente com seus programas, análise da implementação desse sistema,
análise da gestão pública e o problema com contas públicas, e a demonstração da
importância do compliance na esfera pública.

2 METODOLOGIA

A investigação pode ser dividida em três áreas: em termos de objetivos, em


termos de resolução de problemas e em termos de procedimentos. Quanto aos seus
objetivos, a pesquisa que deu origem a este trabalho é descrita como de natureza
exploratória e descritiva. Os estudos exploratórios visam “[…] revelar mais contexto
para um problema, tornando-o mais explícito ou estabelecendo hipóteses, por isso o
principal objetivo desses estudos é melhorar as ideias.” (GIL, 2017. P. 45).

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Considerando a classificação proposta por Gil (2017, p. 5), pode-se dizer que “essa
recomendação é melhor representada pela pesquisa exploratória, que visa fornecer
mais conhecimento sobre o problema a fim de esclarecer ou auxiliar na formulação de
hipóteses”. Segundo os autores, o principal objetivo desse tipo de pesquisa pode ser
refinar ideias e descobrir a intuição, o que a torna uma opção bastante flexível,
resultando em estudos bibliográficos ou estudos de caso na maioria dos casos.
A pesquisa pode ser classificada sob três aspectos: quanto aos objetivos, quanto à
abordagem do problema e quanto aos procedimentos. No tocante aos seus objetivos, a
pesquisa que gerou este trabalho caracterizou-se como sendo de natureza exploratória
e descritiva. As pesquisas exploratórias têm por fim “[...] mostrar mais contexto com
o problema, tornando o assim mais explícito ou construindo hipóteses, sendo assim
estas pesquisas têm como o grande objetivo aprimorar as ideias.” (GIL, 2017, P. 45).
As buscas dos artigos foram realizadas no ano de 2023, utilizando as seguintes
bases de dados indexados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde); Scientific Electronic Library Online (SciELO), e
Google acadêmico, com uso dos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS):
4051
“Governança”, “sistema” “Compliance.
A estratégia de busca foi realizada por meio de filtros de busca, seguindo critérios
de inclusão: artigos publicados na normal culta, texto completo disponível, publicado
em periódicos indexados e em português. Portanto, imprima todos os artigos
selecionados para facilitar a leitura, organização e categorização dos resultados. Os
critérios de exclusão são: artigos que não atendam aos critérios de seleção acima e
dissertações, dissertações ou artigos que não atendam aos objetivos propostos.

2 DO CONCEITO E ORIGEM DO COMPLIANCE

O termo compliance origina do verbo inglês to comply, que tem como


significado cumprir, responder a um comando. Tratando-se de termos práticos,
caracterizam-se como compliance os “sistemas de controles internos que permitam
esclarecer e proporcionar maior segurança”, tanto contábil quanto jurídica, prevenindo
a empresa da execução de eventuais operações ilegais, culminando assim numa
possível penalização do Estado. Tudo isso é feito a partir de uma perspectiva de
controle de comportamento organizacional (Assi, 2013, p. 30)

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Nas palavras de Assi (2013), compliance objetiva mitigar os riscos dos negócios
desenvolvidos, por meio de um sistema de controles internos (Assi, 2013, p. 49) – o que
se dá, em geral, respeitando as normas que a empresa deve observar. Assim, um
programa de compliance implementado dentro de uma organização tem como intuito
evitar responsabilizações e penalidades aplicadas pelo Estado em caso de
descumprimento da legislação, embora, num sentido mais amplo, possa também
objetivar a segurança de suas informações, mormente aquelas confidenciais, evitar a
manipulação ou uso de informação privilegiada, impedir ganhos pessoais ilícitos em
razão da criação de condições falsas de mercado, dentre outros (Candelero; Rizzo;
Pinho, 2012, p. 37-39).
Portanto, o compliance pode ser classificado como prevenindo os riscos de
responsabilidade corporativa pelo descumprimento de normas legais (Assi, 2021). O
compliance atua como uma verdadeira ferramenta de integração dos fundamentos da
governança corporativa, criando um verdadeiro regulamento legal. Não obstante, cada
ramo de negócio estará exposto a diversos riscos regulatórios inerentes às atividades
em desenvolvimento. Portanto, não é necessário falar sobre o modelo padrão do
4052
programa de compliance, que deve ser construído e analisado a partir da casuística
(Carnero, 2016, p. 61).
Deste ponto de vista, é importante que as corporações de negócios tomem uma
posição de precaução, introduzindo códigos de conduta mais rígidos. Além de nomear
um compliance officer, que teria as funções de monitorar, assessorar, prevenir e avaliar
os riscos da gestão jurídica (Carneiro, 2016, p. 63).
Ressalta-se que esses programas ainda podem diferir em conteúdo por estarem
dentro da visão de compliance. O desenvolvimento desses programas se dá por coibir
as práticas de corrupção contra a empresa e crimes que possam ocorrer em favor da
empresa, ocultando os interesses de sócios, diretores, consumidores, funcionários e até
interesses sociais (Viol, 2021).
Quanto à legitimidade dessa ação, as lições do autor são claras:

Outro aspecto, talvez mais relevante nesta questão, é a objeção à


legitimidade da transformação das instituições financeiras em uma espécie
longa manus dos órgãos policiais do Estado. A dimensão da pesquisa se
ampliou quando a lista de destinatários de compromissos de combate à
lavagem de dinheiro foi ampliada. Em particular, no que diz respeito à
implementação das matérias e matérias abrangidas pelas obrigações de

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cooperação na luta contra a criminalidade organizada, é de salientar que a


procura de "obrigações equilibradas" passa por não assumir posições
extremas de cooperação dos particulares, aponta flexibilizar os valores
individuais, e os coletivos inerentes ao estado constitucional (Carneiro,
2016, p. 53).
Assim, a política de compliance deve ser considerada detalhadamente para
garantir o cumprimento das restrições à imposição e aplicação de obrigações a
entidades consideradas privadas; e os custos que esses programas podem incorrer no
próprio negócio (Carneiro, 2016, p. 64).
Como alhures aduzido, a Lei da Empresa Limpa traz um rol de sanções pela
prática de atos corruptivos contra a administração pública, seja nacional ou
estrangeira. Todavia, a existência de mecanismos e procedimentos internos de
integridade pod reduzir as penalidades previstas. nestes “mecanismos e procedimentos
internos de integridade” que se reside o compliance. Determinando melhor o conceito
utilizado pelo legislador, o Decreto regulamentador nº 8.420, de 18 de março de 2015,
afirma, em seu artigo 41, que o programa de integridade:

Consiste, no âmbito de uma pessoa jurídica, no conjunto de mecanismos e


procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de
irregularidades e na aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta, 4053
políticas e diretrizes com objetivo de detectar e sanar desvios, fraudes,
irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública,
nacional ou estrangeira (Brasil, 2015).

2.1 BREVE HISTÓRICO DE COMPLIANCE

Nos Estados Unidos, os Programas de Compliance surgiu no final do século


XX, a parir da criação das Agências Reguladoras, as quais instituíram, entre outros, a
centralização da fiscalização, a regulamentação das atividades organizacionais, a
obrigatoriedade da manutenção de registros precisos das transações e da implantação
de sistemas de controle interno das empresas.
Daí em diante os Programas de Compliance estabeleceram-se na Europa e
posteriormente expandiram-se mundialmente. Inicialmente, com o estabelecimento
do Comitê da Basiléia para Supervisão Bancária em 1974, na Suíça, criado pelos bancos
centrais dos países membros do G-10, o Sistema Financeiro foi fortalecido ao adotar
maior conceituação sistemática das suas atividades, aplicar padrões de boas práticas
financeiras e utilizar procedimentos de prudência em sua atuação. Posteriormente,
com o impacto do julgamento dos dois casos de cartel, o das lisinas e o das vitaminas,

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que levaram à investigação antitruste a países longínquos como o Japão e culminaram


em multas, ressarcimento de danos e penas de prisão.
Segundo o que aduz Coutinho, o impulso inicial ao Compliance partiu das
instituições financeiras, passando a se tonificar após os mundialmente famosos
escândalos de governança (Barings, Enron, WorldCom, Parmalat) e a crise financeira
de 2008, quando diversos documentos foram expedidos por órgãos internacionais para
recomendar o fortalecimento de políticas de Compliance empresarial, bem como
inúmeras leis de diversos países instituíram a obrigação da instalação desse mecanismo
de monitoramento interno. Inclusive, a exemplo do que fizeram os Estados Unidos,
outros países criaram ou incrementaram responsabilidade penal de pessoas jurídicas,
fixando a existência de sistemas de Compliance como parâmetro para diminuição de
penal (Coutinho, 2018).
No cenário nacional durante a década de 1990, após o início das privatizações e
a implementação da abertura comercial em virtude da globalização, foi necessário
promover o alinhamento com o mercado mundial da alta competitividade. A entrada
do capital internacional no país demandou a adequação das empresas ao padrão de
4054
governança andante no ambiente empresarial estrangeiro, absolutamente divergente
da realidade brasileira de então. Portanto, com o objetivo de tornar as nossas empresas
atrativas aos olhos desse novo perfil de investidor, atendendo aos 8 objetivos e
interesses dos stakeholders, foi identificada a necessidade de implantar boas práticas
de Governança Corporativa, dentre elas o Compliance.
A Lei nº 12.683/2012 alterou a Lei nº 9.613/1998, trazendo mudanças que
merecem a atenção de empresários e dos que trabalham com Compliance no Brasil.
Dentre elas, a ampliação dos setores listados como sensíveis – aqueles mais propícios
à prática de lavagem de dinheiro, seja por usar o dinheiro em massa ou por lidar com
bens de difícil mensuração econômica – como, por exemplo, setor de joias, consultoria
e mercado de arte. Nesse contexto, o “escândalo do mensalão” tornou-se o caso típico
mais famoso do Brasil, entretanto, para Saad-Diniz (2013 p. 80-84), a avaliação do seu
impacto regulatório ainda é precoce (Figueiredo, 2015, p. 215).

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2.2 PROGRAMAS DE COMPLIANCE

Muitas organizações brasileiras já adotam, há décadas, medidas para assegurar


o cumprimento das normas e regulamentos que lhes são aplicáveis em função de sua
área de atuação. São exemplos claros dessa realidade as companhias abertas (CVM),
instituições financeiras (BACEN), as seguradoras (SUSEP), as empresas dos setores
de telecomunicações (ANATEL), energia (ANEEL), transportes (ANTT),
farmacêutico e alimentos (ANVISA), dentre muitas outras.
Muito se discute o termo Compliance, quer em sua tradução quer dizer
“conformidade”, entretanto, de acordo com o autor Serpa (2016), o termo ficou muito
amplo, dado que tem sido usado há séculos de diversos modos, porém ele é usado vaga
e incompleta mente. Pois:

Uma busca simples no Google mostra como o termo vem sendo,


proporcionalmente, mais e mais utilizado desde os anos 1900: Em primeiro
lugar é importante relembrar que Compliance é apenas um substantivo da
língua inglesa que, de fato, além de ser deveras vago, nada explica e muito
deixa aberto ao mau uso do termo. Não somente é um termo vago como
também é um termo incompleto no sentido de que é uma apenas a
simplificação do termo correto que é "Programa de Compliance" (Serpa,
2016, p. 107). 4055
No Brasil, o Compliance teve início com a Lei sobre Lavagem de Dinheiro, no
ano de 1998, de n° 9.613 (BRASIL, 1998) e após, com a Lei da Empresa Limpa, de n°
12.846 de 2013 (BRASIL, 2013) sendo sancionado através do decreto n° 8.420/2015
(BRASIL, 2015) prevendo o comprometimento civil e administrativo de indivíduos
jurídicos pela prática de ações lésbicas contra a Administração Pública, seja nacional
ou estrangeira.
Conforme o autor Vieira (2019) o programa de Compliance envolve o
agrupamento de táticas e processos tendo em vista assegurar que as organizações se
encontrem em conformidade com as leis e regras que, em contrapartida são elaboradas
por meio de um mapeamento do sistema. Por referir-se de um programa adaptável,
pode ser adequado à realidade se cada estágio dentro de uma instituição conforme o
funcionamento da mesma.
Dessa forma, “o programa é formado por várias frentes e projetos, tendo como
intuito implantar: tática, governo, política e processo, instrumentos, gestão da
modificação com consciência e treinamento”. Conforme o autor Vieira (2019, p. 39),

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exercendo assim, justamente como um mecanismo que, quando bem alinhado,


desconsidera prováveis riscos tanto quanto possível, além de trazer industrialização e
transparência, desde que seja elaborada exclusivamente para determinada organização
que está sendo implementada.
Ressalta-se mesmo que, no que concerne à aplicabilidade da LGPD (Brasil,
2018), de acordo com a verificação no desenvolvimento dos artigos, as características
de cada tipo de negócio precisam ser respeitadas, visto que o Compliance, para
proteção de dados ou qualquer outro campo, pretende também aumentar o ganho de
reputação, nunca inviabilizando o negócio elaborado. Pois:

Os excelentes resultados do compliance, aplicado a tantos setores,


demonstram a existência de um eixo central imutável em sua função, pois,
além de favorecer o cumprimento de normas e regulamentos, influencia os
procedimentos de identificação, administração e mitigação de riscos
corporativos e institucionais, permitindo que a organização seja mais
eficiente e rentável, e tudo isso de forma sustentável (Silva, 2015, p. 24).
Além disso, a organização ao implementar um programa de conformidade, de
modo a adaptar-se às regras, acaba mapeando todos os dados, assim ao longo do
processo, é capaz de reconhecer erros que antes não eram vistos, desse modo, os
4056
mapeamentos geram economia alocando os melhores meios, reconhecença de
possíveis desvios e refletir mais fidedignamente o modo de atuação empresarial em
comparação a outras empresas que não disponham de programas de conformidade.
Por isso, as atividades elaboradas na área pública ou privada precisam observar
os regulamentos judiciários, assim como determinar dentro das empresas o modo que
todo o procedimento ocorrerá para que a implementação seja sólida, de forma que
envolva os stakeholders (termo inglês que significa grupo de interesse. Pertencem a
esse grupo, pessoas que tem algum interesse nas resultâncias e processos de uma
empresa), a fim de que envolva a atuação eficiente de todos os funcionários, impedindo
prováveis falhas, dado que todos conhecem as regras e como consequência impedindo
possíveis sanções para a instituição.
Nessa circunstância, os programas de compliance desenvolvem- se com base
em nove pilares fundamentais, são eles: apoio da Alta Administração; Análise de risco;
Código de Comportamento e Políticas de Compliance; Controles Internos; Formação
e Comunicabilidade; Canais de Denunciação e Investigação Interna; Due Diligence;

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Monitoração e Auditoria, segundo estabelece o autor Sibille et Al. (2020), a fim de


compreender melhor, será abordado cada tópico a seguir.
Apoio da Alta Administração:

Um robusto programa de Compliance deve receber o aval explícito e apoio


incondicional dos mais altos executivos da empresa. Além disso, as empresas
que têm um programa de compliance efetivo devem nomear um profissional
para o cargo de responsável pela área de Compliance, com autoridade e
recursos suficientes, e com suficiente autonomia de gestão, para garantir que
o programa seja eficaz para prevenir, detectar e punir as condutas
empresariais antiéticas (Sibille, et al., 2020, p. 5).
De outra maneira, torna-se preciso que a pessoa que ocupa o cargo mais elevado
dentro de uma empresa desempenhe a função de líder, de forma que por meio do
exemplo, consiga fazer com que os outros funcionários o acompanhem de forma
voluntária, desde a diretoria até o chão de fábrica, assim não é somente a instituição,
como também as ações que consolidarão o suporte, indo desde a viabilização de meios,
nomeação de profissional qualificado com independência e meios suficientes para
assegurar que o programa alcance seu propósito, sendo eficiente para mapear,
identificar, antever e punir os comportamentos da empresa antiética, como também
dispor de um canal direto com a alta gerência. 4057
Vale destacar também que, para analisar os riscos é de suma importância que
antes, a instituição possa ser mapeada e os propósitos sejam atingidos pelo programa,
possam ser todos reconhecidos, visto que é a partir dessa pesquisa que serão preparados
os documentos que poderão dar continuação a implementação.
Depois desse procedimento, precisam ser levados em conta todos os episódios
que, na hipótese de ocorrer, podem acabar comprometendo negativamente a
instituição e o programa, independentemente de ser risco inerente ou residual.
Reconhecer e rastrear o provável acontecimento deles a fim de que possam ser
traçados, e determinados desse já, as medidas que serão implementadas na
possibilidade de episódios acontecerem.
Percebe-se que, quanto mais chances puderem ser mapeadas, maiores serão as
probabilidades de distanciamento do risco, contudo, não é viável assegurar de forma
plena que ele não aconteça. É em razão disso que, ao esquematizá-los, algumas medidas
terão de ser adotadas conforme a enumeração e a tática definida, como: admitir o risco
aguardando que ele se realize, extingui-lo bem como qualquer probabilidade que possa

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vir a efetuar, moderar ou torná-lo menos intenso com mecanismos que reduzam o
próprio risco, ou ainda movê-lo para um terceiro, por intermédio de um seguro.
Deveras, o Código de Comportamento e Políticas de Compliance, é um
documento introdutório que normaliza a forma como a instituição se posicionará
perante os próprios assuntos ao seu tipo de negócio, no qual será o norteador de
intervenções da alta administração, bem como também de todos os stakeholders, para
conduzir as atividades empresariais ou do órgão, no caso de administração pública, por
esse motivo precisa estar registrado claramente e com linguagem de fácil acessibilidade
para todos. Além do mais, atuará como balizador dos direitos e deveres seja por parte
dos líderes, gestores, trabalhadores, agentes, parceiros, prestadores de serviços de todas
as políticas e processos.
Controles Internos:

Os controles internos são mecanismos, geralmente formalizados por escrito


nas políticas e procedimentos da empresa, que, além de minimizar riscos
operacionais e de compliance, asseguram que os livros e registros contábeis
e financeiros reflitam completa e precisamente os negócios e operações da
empresa [...]. Entre outras coisas, os controles internos estabelecem as
regras para revisão e aprovação de atividades (especialmente aquelas ligadas
a compromissos contratuais e despesas), existência das atividades (para se 4058
evitar pagamentos por serviços não-prestados, por exemplo), documentação
suporte, processamento e registro das transações (Sibille et al., 2020, p. 10).
Decerto, é o instrumento documental que consegue reduzir os riscos, refletindo
precisa e completamente a saúde econômica e contábil de uma instituição,
apresentando a ótima utilização dos recursos, precisa ainda conseguir apresentar os
propósitos serem atingidos, que os documentos são preparados confiavelmente e que
os regimentos aplicáveis são cumpridos.
As formações precisam ser feitas regularmente para permitir atualizações e
feedback recíproco, pois o compliance é dinâmico e precisa ser sempre registrado para
demonstrar boas práticas de atualização para todos os envolvidos.
Em síntese, é o modo que os trabalhadores e parceiros conseguem contribuir
com a organização a fim de que o programa de compliance seja efetivamente eficaz,
alcançando os intuitos de reconhecer e punir comportamentos dissonantes com os
intuitos do programa, salientando que o canal de denunciação precisa assegurar a
confidencialidade e o sigilo para que possa ser uma fonte eficiente de reconhecimento
de tramoias.

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Due Diligence:

É dividida em quatro princípios. [...] A due diligence deve ser baseada no


risco. Nem todos os terceiros exigem o mesmo nível de due diligence. [...]A
due diligence deve fazer sentido. O raciocínio por trás do processo de due
diligence de terceiros de uma empresa deve passar por uma análise para
garantir que ele faça sentido não somente do ponto de vista de compliance,
mas também para aqueles encarregados em implementá-lo. [...] A due
diligence deve ser aplicada consistentemente. A due diligence deve ser
registrada (Sibille et al., 2020, p. 16).
Desse modo, funciona para parceiros, revendedores e representantes, visto que,
constantemente estão fora do ambiente corporativo, acabam não tendo o mesmo
compromisso com um programa de atendimento eficaz, devendo ser bem selecionados
e inspecionados para que as organizações entendam como eles se comportam e
verificam se compartilham os mesmos valores éticos empresariais, que são adotados
como padrões nos processos de transparência e compliance da instituição.
Salienta-se, ainda, que não se trata somente do programa, como também do
cumprimento das disposições legais da Lei nº 12.846/2013 sobre a responsabilidade
objetiva por ações ilegais de terceiros. Os benefícios obtidos de forma ilícita chegam à
empresa, portanto, atenção deve ser dada à conduta das pessoas com as quais a
4059
instituição mantém uma relação comercial.
Dada a especificidade e de acordo com o autor Sibille et al. (2020), a due diligence
é procurar como os parceiros se comportam em seus empreendimentos para ver se
compartilham os mesmos valores ou se lidar com eles apresenta alguns riscos
potenciais para a organização, inclusive aqueles cometidos por determinada instituição
parceira que possa prejudicar a reputação daqueles com quem faça negócios, reduzindo
os riscos.
Monitoração e Auditoria:

É necessário implementar um processo de avaliação constante, chamado


monitoramento, bem como auditorias regulares, que visam identificar se os
diversos pilares do Programa de Compliance estão funcionando conforme
planejado, se os efeitos esperados da conscientização dos funcionários estão
se materializando na Companhia e se os riscos identificados previamente
estão sendo controlados como previsto (e, também, se novos riscos surgiram
no decorrer das operações) (Sibille et al., 2020, p. 16).
Portanto, todo o programa de compliance, por ser gerenciado e formado por
pessoas, pode ser falho, assim, como uma engrenagem que deve ser constantemente
mantida e atualizada à procura de maior eficiência, pois é um processo dinâmico.

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Assim, as auditorias poderão analisar cada pilar quanto a falhas ou melhorias


indispensáveis, a fim de que seja viável atingir um melhor resultado para eliminar e
mitigar riscos que possam surgir ao longo das operações.

2.3 A IMPORTÂNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DE PROGRAMAS DE COMPLIANCE

Apesar da Promulgação da Lei Anticorrupção Brasileira ter ocorrido em 2013 e


a publicação do seu decreto regulamentador em 2015, tais normativos não tornaram
obrigatória a implementação de Programas de Compliance de forma imediata nas
empresas.

Tabela 1: Princípios da Governança corporativa

4060

Fonte: Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (2015)


Bialoskorski Neto (2006), classifica as organizações de negócios, sob diferentes
categorias: A primeira categoria inclui organizações tendo o lucro como seu objetivo
econômico principal - fins lucrativos - com os sistemas de controle, de estrutura e de
processo inteiramente focados nas atividades que geram o rendimento e com o
controle baseado em números econômico-financeiros. A segunda categoria inclui
organizações sem objetivos econômicos ou lucrativos, com objetivo de fornecer
serviços sociais ou públicos - sem lucros. A terceira categoria, diretamente relacionada
a este documento, caracteriza as organizações com um objetivo econômico, mas sem
fins lucrativos.
O sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas,
envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração,

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diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem


princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de
preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e
contribuindo para a sua longevidade (IBGC, 2009, p. 19).
Apesar do aprofundamento nos debates sobre governança e da crescente
pressão para a adoção das boas práticas de Governança Corporativa, o Brasil ainda se
caracteriza pela alta concentração do controle acionário, pela baixa efetividade dos
conselhos de administração e pela alta sobreposição entre propriedade e gestão. O que
demonstra vasto campo para o incentivo ao conhecimento, ações e divulgação dos
preceitos da Governança Corporativa. (IBGC, 2013, p. 1).
Deste modo, em 2016 foi promulgada a Lei das Estatais nº 13.303/2016 de 30 de
junho de 2016, tornando obrigatório que as empresas públicas, sociedades de economia
mista e suas subsidiárias, dispusessem de Programas de Governa Corporativa e
Compliance, sendo incumbida as mesmas que seus programas fossem constituídos e que
estivessem em pleno funcionamento no prazo de 2 anos (vacatio legis).

3 ESTRUTURAÇÃO E ETAPAS DO PROGRAMA DE COMPLIANCE 4061

De acordo com a visão de Canderolo (2015, p. 150), na elaboração propriamente


dita do programa de Compliance, deve-se ter como base a preservação da reputação da
instituição, ser sustentável e levar em consideração as prioridades em termos de
gerenciamento dos riscos inerentes ao negócio e principalmente considerar os riscos
de não conformidade com leis e regulamentos.
Para fins de ensejar um entendimento da estrutura de um programa de
Compliance e onde está inserido na empresa, tem-se os pilares, pelos quais são
destacados os principais como os Princípios e Visão da Empresa, Auditoria, Gestão de
Riscos, Controles internos e demais áreas da empresa.
Um Programa de Compliance, é um sistema que depende de uma estrutura
múltipla que inclui pessoas, processos, sistemas eletrônicos, documentos, ações e
ideias, e para estes componentes dá-se o nome de pilares do compliance. Eles
asseguram a integridade das organizações e guiam os profissionais e gestores nesta
jornada.

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Diagnóstico - Análise de riscos da empresa e de suas áreas específicas

A elaboração desse diagnóstico deverá considerar porte da empresa, estrutura


de governança, mercado de atuação, estratégia comercial, novel de controles internos
e mapeamento de processos, histórico de contingências, estrutura regulatória a que se
subordina.

Estrutura organizacional

Essencial para a estruturação e funcionamento em todos os níveis de um


programa de Compliance, a existência de uma estrutura organizacional bem definida,
com as funções, responsabilidades e alçadas delimitadas, considerando o pressuposto
do desmembramento de funções para viabilizar os controles.

Planejamento propriamente dito

Trata-se de método cronológico para execução das etapas do programa, uma


vez que algumas atividades necessitam do amadurecimento e absorção pela empresa 4062
antes de prosseguir para uma etapa futura.
Ressalva-se que um bom planejamento para a gestão do projeto é fundamental
para o êxito do programa de Compliance Integridade.

Confecção do Código de Conduta

O Código de Conduta é o alicerce principal, é o primeiro documento que deve


ser produzido para os fins do compliance, será o fundamento para todas as normas
internas e veiculará as diretrizes para a condução e resolução de conflitos que venham
a surgir, estabelecendo entre outros tópicos, os direitos e obrigações dos Diretores da
empresa, gerentes, funcionários, agentes e parceiros comerciais.
O Código de Conduta tem por objetivo regulamentar, em linhas gerais, os
princípios éticos e normas de conduta que devem nortear as ações da empresa e que
devem ser preservados em seu relacionamento com administradores, funcionários,
prestadores de serviços e demais pessoas e entidades com as quais a empresa se
relacione (“Colaboradores”).

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Definição de políticas essenciais

Para direcionar todos os fluxos e processos sensíveis no que tange à prevenção


à corrupção e a proteção à livre concorrência, devem ser definidas algumas políticas.
A política de Compliance se tornou um recurso fundamental para a
sobrevivência das empresas no mercado, uma vez que ajuda a manter sua
competitividade intacta.
Na última década, o Brasil viu como os setores público e privado foram afetados
por investigações que revelaram uma infinidade de desvios de conduta e práticas
ilícitas, movimento que, inclusive, resultou no aprimoramento da nossa legislação.
A política de Compliance deve detalhar os conceitos trazidos pelo Código de
Conduta englobando as principais ações e interações da empresa, seja com
funcionários públicos, parceiros comerciais, distribuidores ou para fins de disciplinar
situações do dia a dia servindo como um guia objetivo de ações e deve minuciar e
documentar os processos e procedimentos do próprio programa de compliance.
E é nesse contexto que as políticas de compliance se mostram importantes para:
viabilizar negócios: o compliance se tornou condição fundamental para a realização de 4063
negócios, seja no setor público ou privado; prevenção sobre responsabilidade objetiva:
conforme essa legislação, significa que a pessoa jurídica responderá pelas ilegalidades
cometidas mesmo que o ato não tenha sido fruto de uma decisão administrativa direta.
Nesse caso, as políticas de compliance são fundamentais para evitar esse tipo
de situação e mitigar seus riscos; diferencial competitivo: embora seja um
comportamento esperado de todas as empresas, a conformidade com as leis e com a
ética ainda é um importante diferencial.

Canal de denúncias

O canal de denúncias é uma importante ferramenta de proteção da empresa,


uma vez que através dele violações a normas internas ou externas podem chegar ao
conhecimento do Comitê de Compliance, de forma espontânea.
Este canal deve ter seu uso estimulado pela empresa, através da garantia de
proteção à identidade do denunciante e da inviolabilidade do canal. Isto é, deve-se

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garantir que todas as demandas levadas ao Canal de denúncias sejam registradas e


efetivamente tratadas.

Treinamento e Comunicação

A empresa deverá conduzir treinamentos periódicos, entre outras iniciativas


para a conscientização dos Colaboradores acerca das condutas, conceitos e valores
previstos no Código de Conduta. Os treinamentos devem conduzidos pela área de
Recursos Humanos e treinamentos, e é obrigatório a todos os Colaboradores.
O processo de absorção e mudança de cultura dos colaboradores para seu
engajamento ao programa de Compliance deve passar por uma contínua e eficaz
comunicação interna. Recomenda-se utilizar ferramentas de endomarketing para
divulgar o Compliance e seus benefícios ao público interno, tais como, recursos online,
palestras, Workshops, avaliações de aprendizagem, certificações e suporte de
especialistas em cada tema.
O objetivo dos treinamentos dentro do Programa de compliance reforça e
dissemina os valores, normas, políticas e procedimentos sobre a conduta ética e integra
4064
dos negócios da empresa.

Comunicação externa

Tão relevante quanto a comunicação à equipe interna da empresa é a sua


divulgação ao público externo, como fornecedores, clientes e parceiros, que devem ser
alertados sobre regras e limites adotados pela empresa.
Recomenda-se para esta comunicação ações como: Divulgação do Código de
Conduta no website da Empresa; Inclusão de Disclaimers em documentos (v. g,
propostas, assinaturas de e-mails, etc.); Adoção de práticas de Relações Institucionais;
e disponibilização de guias sobre o programa de integridade para fornecedores e
parceiros.

Monitoramento de conformidade

Uma realidade bastante relevante, é o monitoramento eficaz e contínuo de


adesão às normas de controle interno da empresa. Este monitoramento deve ser
acionado pelo Comitê de Compliance ou um departamento criado para tal finalidade.

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Análise periódica de eventuais violações ao código, fragilidades, gaps de


controles ou excessos desnecessários nos controles implantados.

Investigação e gestão de consequências das violações

Processo de investigação de possíveis violações ao controle interno com


objetivo de apurar autoria, circunstâncias em que ocorreram e possíveis danos. A
autoridade responsável para este fim será o Comitê de Compliance, onde deve ocorrer
deliberação sobre as ações a serem tomadas e implantar as sanções aplicáveis, nos
termos do já definido e ordenado no Código de Conduta.
Uma investigação eficiente protege os interesses da empresa e de seus
acionistas por meio de prevenção e identificação de má conduta, de uma razoável
garantia de que as atividades da companhia estejam de acordo com as leis e
regulamentações aplicáveis e constata melhorias para operações internas.

4 GESTÃO PÚBLICA E O PROBLEMA COM AS CONTAS PÚBLICAS

A definição dada por Kohama (2013) diz que o serviço público é disponibilizado
4065
através de um Estado organizado com o objetivo de conciliar suas ações de modo a
promover e satisfazer o bem comum da sociedade. E a Administração além de gerir,
prestar e executar os serviços públicos, é também responsável por governar, direcionar
e exercer suas funções objetivando alcançar resultados uteis
Observando a evolução e as novas metodologias aplicadas dentro do processo
de gestão pública, pode-se destacar o portal da transparência como uma importante
ferramenta de controle e verificação dos custos públicos obtidos pelos governantes em
atividade. Procurando analisar os principais gastos ou mesmo de que forma os valores
foram aplicados nas rotinas dos cidadãos. Os cidadãos têm buscado cada vez mais
compreender, analisar e supervisionar os custos ou gastos relativos ao período político,
apurando os gastos excessivos e possíveis comportamentos contrários ao previstos no
orçamento público.
Analisando os sites de algumas prefeituras brasileiras, percebe-se que algumas
delas apresentam prestações de contas em atraso, promovendo dessa forma uma
dificuldade por parte dos cidadãos em observarem os valores apurados e investidos
dentro da sociedade.

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Grande parte das questões sociais vividas em nosso país é reflexo


principalmente do desvio de valores que deveriam ser repassados para uma melhor
execução das áreas necessárias ao desenvolvimento social, a falta de determinados
recursos na saúde e educação nos últimos anos levam os cidadãos brasileiros a uma
reflexão do que eles podem realizar para terem um país melhor, um país mais estável
economicamente e principalmente um desenvolvimento eficiente das principais
necessidades sociais.
Ao realizar qualquer procedimento com o dinheiro público torna-se necessário
por meio da lei de responsabilidade fiscal um total cuidado, procurando sempre o
aplicas da melhor maneira possível e sempre favorecer aos cidadãos. O procedimento
de responsabilidade busca dar aos representantes assim como aos órgãos públicos a
responsabilidade de lidar com dinheiro público, respondendo os mesmos pelas ações
contrarias as descritas na lei de responsabilidade fiscal, uma vez que a lei apresenta de
forma clara os pontos a serem cumpridos por todo e qualquer órgão (Azevedo, 2006)
Dessa maneira a aplicação da responsabilidade fiscal aos órgãos ou entes
públicos se torna hoje uma das principais ferramentas para a sociedade, uma vez que
4066
por meio dela podemos observar todo o comportamento financeiro de determinados
representantes públicos. Caso ele venha a apresentar um comportamento contrário ao
esperado os cidadãos por meio da responsabilidade fiscal podem cobrar certas medidas
junto ao poder judiciário ou mesmo apresentar em forma de relatório as observações
realizadas ao tribunal eleitoral cobrando dessa forma uma explicação de tal
governante.

4.1 A IMPORTÂNCIA DO COMPLIANCE NA ESFERA PÚBLICA E A MISTIGAÇÃO DE


POSSÍVEIS ERROS

Compliance não é um ativo fixo da instituição, não pode ser avaliado se está ou
não em boas condições de uso. Compliance está relacionado ao investimento em
pessoas, processos e conscientização. Por isso é de fundamental importância que as
pessoas tenham consciência do que é ser e estar em compliance. Porém antes disso é
necessário entender o que significa compliance. Compliance vem do verbo em inglês
“To comply”, que significa cumprir, executar, satisfazer. Dessa forma, podemos
entender compliance como o dever de cumprir, de estar em conformidade e fazer

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cumprir regulamentos internos e externos impostos às atividades da instituição. E o


que significa ser e estar em compliance? Ser compliance é conhecer as normas da
organização, seguir os procedimentos recomendados, sentir o quanto é fundamental a
ética e a idoneidade em todas as nossas atitudes.
Estar em compliance é estar em conformidade com leis e regulamentos internos
e externos. Os procedimentos de compliance, importantes para ser e estar em
compliance, têm por objetivo acompanhar se as normas internas e externas estão sendo
cumpridas. Pode ser citado o exemplo de empresas com o seu capital aberto que devem
estabelecer normas internas a seus colaboradores e concorrentemente obedecer às leis
estabelecidas pelos órgãos reguladores dela. As organizações de forma geral podem ser
regulamentadas pelo governo às leis nacionais e em alguns casos leis de outros países,
como à americana Sarbanes-Oxley (SOX), tal lei regula as empresas de capital aberto.
Na verdade, quando se fala em compliance, está-se referindo aos sistemas de
controle internos que servem para proporcionar maior segurança à empresa quanto às
suas análises econômico-financeiras, possibilitar uma atuação correta e adequada no
meio em que atua, proteger contra os riscos de corrupção e fraudes em processos
4067
licitatórios ou demais delações com entidades governamentais, elaborar e atualizar
normas internas que estejam em harmonia com a filosofia da companhia e garantir
que sejam conhecidas e cumpridas por todos.
Os objetivos da implantação de uma política de Compliance são inúmeros; mas,
entre os principais, estão: cumprir com a legislação nacional e internacional, além das
regulações do mercado e das normas internas da empresa; prevenir demandas judiciais;
obter transparência na condução dos negócios; “salvaguardar a confidencialidade da
informação outorgada à instituição por seus clientes”; evitar o conflito de interesse
entre os diversos atores da instituição; “evitar ganhos pessoais indevidos por meio da
criação de condições artificiais de mercado, ou da manipulação e uso da informação
privilegiada”; evitar o ilícito da lavagem de dinheiro; e, por fim, disseminar na cultura
organizacional, por meio de treinamento e educação, os valores de Compliance
(Candeloro; Rizzo, 2012, p. 37-38).
A função compliance monitora o cumprimento das leis, regulamentos e
normas. Pode ser exemplificado através da verificação da aderência à: leis,
regulamentos, códigos de contas, controles, entre outros. O legado de todos estes

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controles previne riscos de fraude e roubos, ponto este que será tratado em um tópico
específico. O compliance tornou-se uma peça fundamental para as instituições que
visam um melhor desenvolvimento e transparência. Visto que tal procedimento tende
a uniformizar as atividades, comportamentos e punições para todos os componentes
da instituição em que seja aplicado.
Segundo Coimbra e Manzi (2010), as responsabilidades do compliance são:
assegurar, em conjunto com as demais áreas, a adequação, o fortalecimento e o
funcionamento do sistema de controles internos, procurando mitigar riscos de acordo
com a complexidade de seus negócios, bem como disseminar a cultura de controles
para assegurar o cumprimento das leis e regulamentos existentes. Além disso, verifica
e monitora as alterações no ambiente regulatório, tais como normas do órgão
regulador, autorregulação, entre outras, bem como as alterações produzidas por novos
produtos lançados, e informa às áreas envolvidas as alterações nas estruturas de
controles internos.
Como qualquer outra profissão, espera-se do profissional de compliance a
habilitação necessária para cumprir com as exigências da função. A área de compliance
4068
é cada vez mais demandada em situações complexas, acumulando as mais variadas
atividades (treinamento, investigação, etc.) e, por isso, requer profissionais preparados
e com capacidades múltiplas. A preparação dos profissionais se refere tanto às
características pessoais como profissionais, e incluindo também o acompanhamento
contínuo de temas de ética empresarial e de compliance de mercado (Bielgelman,
2008).
Podemos apontar algumas características necessárias para o profissional
compliance, tais como: integridade: uma pessoa com ética, que aplique a integridade
em todas as atividades que exerce, tendo dessa forma certo respaldo no que fala com
os demais funcionários da empresa; reputação: alguém que não deixa a desejar no que
pratica, confiável perante os outros integrantes da empresa; autoridade: nas práticas
que realiza ou desenvolve tem a autoridade para delegar funções ou realizar alguns
procedimentos que acha correto e necessários; persistência: o profissional deve ter
paciência e persistência para enfrentar as possíveis dificuldades que possam aparecer,
obtendo por meio dessas práticas os objetivos desejados; conhecimento atualizado: está
sempre atualizado sobre as práticas e necessidades da empresa, procurando se manter

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sempre a frente dos demais profissionais da área e tornando a empresa uma das mais
atualizadas junto ao mercado.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

No âmbito da Administração Pública, o programa de compliance deve abranger


os mesmos temas, mas com ênfase diferente, como, por exemplo, o elemento de gestão
da transparência, pois pode ser necessário limitar o acesso à informação por questões
de segurança. . Outra diferença seria a avaliação da validade das providências tomadas
pelo gestor público, que deve estar sempre em consonância com as decisões de interesse
público e, principalmente, motivadas - tarefa que não cabe ao setor privado
O compliance ajuda a beneficiar os gestores, pois responsabiliza os gestores,
por meio da utilização de indicadores, para mensurar o desempenho do gestor, além
de proporcionar maior transparência e eficiência dos recursos públicos. Ambas as
medidas são necessárias para considerar uma mudança na atual situação de baixa
qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos
A adoção de um sistema de compliance na Administração Pública pode ajudar
4069
de forma bastante específica a diminuir o número de escândalos de corrupção que têm
assolado a realidade brasileira, pois exercem maior controle ao mesmo tempo em que
proporcionam maior transparência, o que auxilia na gestão eficaz. da coisa pública
Progressivamente as tendências globais afetam os espaços das comunidades e
para aumentar a eficácia e a eficiência da gestão pública compreende-se ser necessária
tornar a gestão pública local menos reativa e mais proativa. O governo do futuro exige
que a gestão pública amplie seus horizon- tes para um novo conjunto de atividades
centrada nas oportunidades por meio de mecanismos de planejamento e
desenvolvimento que agreguem valor à tradicional cadeia do setor público, como os
programas de compliance público.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como visto, a adoção de um programa de Compliance fomenta a atividade


empresarial, oferece maior segurança e estabilidade nas relações internas e externas,
agrega valor à marca da empresa, diminuiu sensivelmente a ocorrência de prejuízos ao
prever os riscos e definir forma de ação, além de exigir da empresa o espírito

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colaborativo, integrado e motivado aliando os funcionários, colaboradores,


supervisionamento da correta gestão e regulação da adequação da atividade
empresarial às normas legais e regulamentares incidentes.
Outrossim, a própria Lei da Anticorrupção serve como forte estímulo a adoção
e estruturação desta prática na medida em que prevê como medida atenuante na
aplicação de penalidades, a existência no âmbito da empresa de uma Programa
de Compliance (art. 7°).
O sistema de Compliance se faz sobretudo importante na relação das empresas
com os órgãos públicos protegendo a empresa, na condução dos contratos, dos riscos
relativos à prática de condutas ilícitas que revendicariam imposição de penalidades,
multas e outras restrições legais.
A disseminação do Compliance de forma estratégica, tende a fomentar a
credibilidade e a sustentabilidade nas empresas, uma vez que a função desse programa
propiciará menores impactos e riscos em relação ao pagamento de multas devidas,
processos judiciais e administrativos e outras despesas que podem ser evitadas para
preservar a reputação e imagem das empresas.
4070
Dessa forma, conclui-se, no intuito de demonstrar, sem querer esgotar, o
assunto, que a implementação de um programa de Compliance efetivo, diminuiu
sensivelmente a ocorrência de prejuízos as empresas, diante de uma boa
implementação e de uma boa gestão de riscos.
Diante dos atos corruptivos presentes dentro da esfera pública do Brasil alguns
procedimentos ou medidas foram adotadas por parte da gestão pública visando
minimizar ou analisar as posturas que podem comprometer a finalidade e as atividades
realizadas pelos órgãos públicos.

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