Protozoários - Filo Sarcomastiphora (Classe Lobosea)

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Vitória Fabres Pires - ATM 28

Protozoários - filo Sarcomastiphora (classe lobosea)


Entamoeba histolytica/Entamoeba dispar
• Nomenclatura
- filo: Sarcomastigophora
- classe: Lobosea (quando estão na forma de trofozoíto emitam pseudópodes)
- família: Endamoebidae
- gênero: Entamoeba
- espécie: Entamoeba histolytica (mata mais) /Entamoeba dispar
• teoria dualista: complexo histolytica —> a forma de infecção ocorre de forma
não patogênica, mas por alguns motivos no organismo podem se tornar
patogênicas
• Morfologia: se apresentam em 4 formas durante sua vida
- trofozoíto
• 20-60 umI (grande)
• 1 núcleo
• pleomórficos (não tem forma definida porque vai emitindo
pseudópodes)
• ativos (é a forma que se movimenta, se alimenta, se reproduz)
• emitem pseudópodes
• responsável pelos processos patogênicos

- précisto
• forma intermediária entre o trofozoíto e o cisto
• oval ou ligeiramente arredondado
• menor que o trofozoíto
• transcrição que ocorre no intestino
- cisto
• 10-20 um

• 1-4 núcleos
• forma geralmente esférica
• membrana simples (membrana cística) —> bem definida

- metacisto
• forma multinucleada que emerge do cisto no intestino delgado, onde
sofre divisões, originando o trofozoíto
- 1 cisto —> divisão de citoplasma e núcleos = 8 metacistos
• Complexo histolytica
- Entamoeba histolytica (propriamente dita): virulenta, invasiva de tecidos,
patogênica e hematófaga. É encontrada somente na forma de trofozoíto, não se
encistam. No citoplasma podem ser encontradas hemácias
- Entamoeba dispar: vivem como comensais na luz intestinal, não são
patogênicas. Nutrem-se de amido, bactérias (principalmente) e muco. Esta forma se
encista. Citoplasma dos trofozoítos não se encontram hemácias
• Habitat
- forma não patogênica: superfície ou na luz da mucosa do intestino grosso
- forma patogênica: tecidos do intestino grosso e a partir pode migrar para
outros tecidos
• Transmissão: ingestão de cistos de Entamoeba dispar presentes na água e
alimentos
• Ciclo biológico
- ingestão do cisto maduro —> chega no intestino delgado e ocorre o
desencistamento —> divisão de núcleo e citoplasma —> 8 metacistos —> migram
para o intestino grosso —> evoluem para trofozoíto —> se alimentam e se
reproduzem até que pode ocorrer a forma patogênica (invadem o tecido na forma
de trofozoíto = Entamoeba histolytica) ou a forma não patogênica (continuam como
trofozoítos até que quando estão em um ambiente que não é mais propício para
sua vida, se encistam, forma o précisto —> cisto e depois eliminados com as fezes
para o meio externo)
- a forma patogênica pode progredir, chegar a c.c. e chegar a outros órgãos
(amebiose extraintestinal)
• Patogenia
- amebose ou amebíase
- fatores que tentam explicar a patogenia: relacionados com o hospedeiro
(imunidade, diminuição do número de bactérias intestinais) e relacionados com o
meio onde as amebas vivem
- locais mais frequentes das lesões amebianas: ceco, reto, cólon sigmoide
- na submucosa, os trofozoítos podem progredir em todas as direções —> ação
tóxica (produz substâncias que provocam lise nos tecidos vizinhos) —> típica
ulceração em “botão de camisa” —> amebose intestinal
- na amebose extra-intestinal, o principal órgão atingido é o fígado. Amebas
nos vasos sanguíneos —> circulação porta —> abcessos
• Sintomatologia
- amebose intestinal
• formas assintomáticas: não patogênicas
• formas sintomáticas
- colite não disentérica: evacuação diarréica ou não (2-4 vezes por
dia), cólicas e raramente há febre
- colite disentérica ou disenteria amebiana: cólicas intestinais, diarreia
(8-10 evacuações por dia), fezes mucossanguinolentas, febre moderada, tenesmo —
> perda hídrica (grave, pode levar crianças a morte)
- colite necrotizante: trofozoítos atingem a camada mais profunda da
mucosa —> ulcerações —> isquemia e hemorragias —> perfurações —>
peritonite
- ameboma: reação granulomatosa, edema, estreitamento da luz
intestinal
- amebose extra-intestinal: principalmente no fígado, complicação mais
comum é o abcesso hepático. Dor, febre e hepatomegalia
• Epidemiologia
- regiões de clima tropical e subtropical
- mais frequente em adultos
- 500 milhões infectados com a forma patogênica
- no Brasil, região norte prevalente pelas deficiências sanitárias
• Diagnóstico laboratorial
- mínimo 3 amostras, colhidas em dias alternados por conta dos picos de
eliminação (de 5-7 dias)
- pesquisa de trofozoítos nas fezes (diarreicas): exame direto a fresco e
esfregaços fixados e corados
- pesquisa de cistos nas fezes (semiformadas e formadas): exame direto, técnicas
de concentração (Ritchie e Faust)
- imunológico: pesquisa de coproantígenos pelo método ELISA e pelo método
imunocromatográfico —> caro
• Profilaxia
- saneamento básico, educação sanitária, proteger alimentos devido aos insetos,
consumir água tratada ou fervida, tratamento das pessoas parasitadas, inclusive os
assintomáticos
• Tratamento
- amebicidas de contato: apresentam escassa absorção, permanecendo em altas
concentrações na luz intestinal. Usados no tratamento da amebose assintomática e
como complementar das colites e amebose extra-intestinal —> Teclosan e
Etofamida
- amebicidas tissulares: são plenamente absorvidos, difundindo-se por todos os
tecidos. São usados no tratamento da amebose intestinal e extra-intestinal —>
Metronidazol, Tinidazol, Secnidazol
Amebas não patogênicas
• Entamoeba coli
- trofozoíto: 15-50 um,
p
pleomórfico, não apresenta hemácias no citoplasma, 1
núcleo
- cisto: 10-30 um,
j esférico, com 5-8 núcleos

trofozoíto
Cisto
• Endolimax nana
- trofozoíto: 6-26 um,
p pleomórfico, 1 núcleo
- cisto: 5-15 um,
p oval ou esférico, com 1-4 núcleos sem cromatina periférica

Trofozoíto Cisto

• Iodamoeba bütschlii
- trofozoíto: 10-22 um,
8 pleomórfico, 1 núcleo
- cisto: 6-15 um,
j forma poligonal ou esférica, com 1-2 núcleos. Presença de um
grande vacúolo no citoplasma, quando corado com iodo fica corado
Trofozoíto Cisto

• Ciclo biológico
- ingestão do cisto —> desencistamento no intestino delgado —> trofozoítos
no intestino grosso —> précisto —> cisto —> eliminação do cisto com as fezes
• Diagnóstico laboratorial
- pesquisa de trofozoítos nas fezes (diarreicas): exame direto a fresco, esfregaços
fixados e corados
- pesquisa de cistos nas fezes (semiformadas e formadas): exame direto a
fresco, técnicas de concentração (Ritchie e Faust)
• Tratamento
- amebicidas de contato: apresentam escassa absorção, permanecendo em
altas concentrações na luz intestinal —> Teclosan e Etofamida
- amebicidas tissulares: são plenamente absorvidos, difundindo-se por todos os
tecidos —> Metronidazol, Tinidazol e Secnidazol

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