Eletricidade

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Professor de Física Arnon Rihs

ELETRICIDADE
Corrente Elétrica
Ao se estudarem situações onde as partículas eletricamente carregadas deixam de estar em equilíbrio eletrostático passamos à situação onde há
deslocamento destas cargas para um determinada direção e em um sentido, este deslocamento é o que chamamos corrente elétrica.
Estas correntes elétricas são responsáveis pela eletricidade considerada utilizável por nós.
Normalmente utiliza-se a corrente causada pela movimentação de elétrons em um condutor, mas também é possível haver corrente de íons
positivos e negativos (em soluções eletrolíticas ou gases ionizados).
A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial elétrico (d.d.p./ tensão). E ela é explicada pelo conceito de campo elétrico, ou seja, ao
considerar uma carga A positiva e outra B, negativa, então há um campo orientado da carga A para B. Ao ligar-se um fio condutor entre as duas os
elétrons livres tendem a se deslocar no sentido da carga positiva, devido ao fato de terem cargas negativas, lembrando que sinais opostos são
atraídos.
Desta forma cria-se uma corrente elétrica no fio, com sentido oposto ao campo elétrico, e este é chamado sentido real da corrente elétrica.
Embora seja convencionado que a corrente tenha o mesmo sentido do campo elétrico, o que não altera em nada seus efeitos (com exceção para o
fenômeno chamado Efeito Hall), e este é chamado o sentido convencional da corrente.
Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) na secção transversal de um condutor se considera o módulo da carga que passa por ele em um
intervalo de tempo, ou seja:

Considerando |Q|=n e
A unidade adotada para a intensidade da corrente no SI é o ampère (A), em homenagem ao físico francês Andre Marie Ampère, e designa coulomb
por segundo (C/s).
Sendo alguns de seus múltiplos:

Continuidade da corrente elétrica


Para condutores sem dissipação, a intensidade da corrente elétrica é sempre igual, independente de sua secção transversal, esta propriedade é
chamada continuidade da corrente elétrica.
Isto implica que se houver "opções de caminho" em um condutor, como por exemplo, uma bifurcação do fio, a corrente anterior a ela será igual à
soma das correntes em cada parte desta bifurcação, ou seja:

Corrente contínua e alternada


Se considerarmos um gráfico i x t (intensidade de corrente elétrica por tempo), podemos classificar a corrente conforme a curva encontrada, ou
seja:
Corrente contínua
Uma corrente é considerada contínua quando não altera seu sentido, ou seja, é sempre positiva ou sempre negativa.A maior parte dos circuitos
eletrônicos trabalha com corrente contínua, embora nem todas tenham o mesmo "rendimento", quanto à sua curva no gráfico i x t, a corrente
contínua pode ser classificada por:
Corrente contínua constante
Diz-se que uma corrente contínua é constante, se seu gráfico for dado por um segmento de reta constante, ou seja, não variável. Este tipo de
corrente é comumente encontrado em pilhas e baterias.
Corrente contínua pulsante

Embora não altere seu sentido as correntes contínuas pulsantes passam periodicamente por variações, não sendo necessariamente constantes
entre duas medidas em diferentes intervalos de tempo.
A ilustração do gráfico acima é um exemplo de corrente contínua constante.
Esta forma de corrente é geralmente encontrada em circuitos retificadores de corrente alternada.
Corrente alternada

Dependendo da forma como é gerada a corrente, esta é invertida periodicamente, ou seja, ora é positiva e ora é negativa, fazendo com que os
elétrons executem um movimento de vai-e-vem.
Este tipo de corrente é o que encontramos quando medimos a corrente encontrada na rede elétrica residencial, ou seja, a corrente medida nas
tomada de nossa casa.

Resistores

São peças utilizadas em circuitos elétricos que tem como principal função converter energia elétrica em energia térmica, ou seja, são usados como
aquecedores ou como dissipadores de eletricidade.

Alguns exemplos de resistores utilizados no nosso cotidiano são: o filamento de uma lâmpada incandescente, o aquecedor de um chuveiro elétrico,
os filamentos que são aquecidos em uma estufa, entre outros.

Em circuitos elétricos teóricos costuma-se considerar toda a resistência encontrada proveniente de resistores, ou seja, são consideradas as
ligações entre eles como condutores ideais (que não apresentam resistência), e utilizam-se as representações:

Potência Elétrica
A potência elétrica dissipada por um condutor é definida como a quantidade de energia térmica que passa por ele durante uma quantidade de
tempo.
A unidade utilizada para energia é o watt (W), que designa joule por segundo (J/s)
Ao considerar que toda a energia perdida em um circuito é resultado do efeito Joule, admitimos que a energia transformada em calor é igual a
energia perdida por uma carga q que passa pelo condutor. Ou seja:

Mas, sabemos que:

Então:

Logo:

Mas sabemos que , então podemos escrever que:

Pela 1ª Lei de Ohm temos que , então podemos definir duas formas que relacionem a potência elétrica com a resistência.

Consumo de energia elétrica


Cada aparelho que utiliza a eletricidade para funcionar, como por exemplo, o computador de onde você lê esse texto, consome uma quantidade de
energia elétrica.
Para calcular este consumo basta sabermos a potência do aparelho e o tempo de utilização dele, por exemplo, se quisermos saber quanta energia
gasta um chuveiro de 5500W ligado durante 15 minutos, seu consumo de energia será:
Mas este cálculo nos mostra que o joule (J) não é uma unidade eficiente neste caso, já que o cálculo acima se refere a apenas um banho de 15
minutos, imagine o consumo deste chuveiro em uma casa com 4 moradores que tomam banho de 15 minutos todos os dias no mês.
Para que a energia gasta seja compreendida de uma forma mais prática podemos definir outra unidade de medida, que embora não seja adotada
no SI, é mais conveniente.
Essa unidade é o quilowatt-hora (kWh).
Para calcularmos o consumo do chuveiro do exemplo anterior nesta unidade consideremos sua potência em kW e o tempo de uso em horas, então
teremos:

Resistência Elétrica
Ao aplicar-se uma tensão U, em um condutor qualquer se estabelece nele uma corrente elétrica de intensidade i. Para a maior parte dos
condutores estas duas grandezas são diretamente proporcionais, ou seja, conforme uma aumenta o mesmo ocorre à outra.
Desta forma:

A esta constante chama-se resistência elétrica do condutor (R), que depende de fatores como a natureza do material. Quando esta
proporcionalidade é mantida de forma linear, chamamos o condutor de ôhmico, tendo seu valor dado por:

Sendo R constante, conforme enuncia a 1ª Lei de Ohm: Para condutores ôhmicos a intensidade da corrente elétrica é diretamente proporcional à
tensão (ddp) aplicada em seus terminais.
A resistência elétrica também pode ser caracterizada como a "dificuldade" encontrada para que haja passagem de corrente elétrica por um
condutor submetido a uma determinada tensão. No SI a unidade adotada para esta grandeza é o ohm (Ω), em homenagem ao físico alemão
Georg Simon Ohm.
Pode-se também definir uma grandeza chamada Condutância elétrica (G), como a facilidade que uma corrente tem em passar por um condutor
submetido à determinada tensão, ou seja, este é igual ao inverso da resistência:

E sua unidade, adotada pelo SI é o siemens (S), onde:


Segunda lei de Ohm
Esta lei descreve as grandezas que influenciam na resistência elétrica de um condutor, conforme cita seu enunciado:
A resistência de um condutor homogêneo de secção transversal constante é proporcional ao seu comprimento e da natureza do material de sua
construção, e é inversamente proporcional à área de sua secção transversal. Em alguns materiais também depende de sua temperatura.
Sendo expressa por:

Onde:
ρ= resistividade, depende do material do condutor e de sua temperatura.
ℓ= largura do condutor
A= área da secção transversal.
Como a unidade de resistência elétrica é o ohm (Ω), então a unidade adotada pelo SI para a resistividade é .

Associação de Resistores
Em um circuito é possível organizar conjuntos de resistores interligados, chamada associação de resistores. O comportamento desta associação
varia conforme a ligação entre os resistores, sendo seus possíveis tipos: em série, em paralelo e mista.
Associação em Série
Associar resistores em série significa ligá-los em um único trajeto, ou seja:

Como existe apenas um caminho para a passagem da corrente elétrica esta é mantida por toda a extensão do circuito. Já a diferença de potencial
entre cada resistor irá variar conforme a resistência deste, para que seja obedecida a 1ª Lei de Ohm, assim:

Esta relação também pode ser obtida pela análise do circuito:

Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos inicial e final do circuito é igual à:

Analisando esta expressão, já que a tensão total e a intensidade da corrente são mantidas, é possível concluir que a resistência total é:

Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das propriedades de um circuito em série é:

Tensão (ddp) (U) se divide


Intensidade da corrente (i) se conserva
Resistência total (R) soma algébrica das resistência em cada resistor.
Associação em Paralelo:
Ligar um resistor em paralelo significa basicamente dividir a mesma fonte de corrente, de modo que a ddp em cada ponto seja conservada. Ou

seja:

Usualmente as ligações em paralelo são representadas por:

Como mostra a figura, a intensidade total de corrente do circuito é igual à soma das intensidades medidas sobre cada resistor, ou seja:

Pela 1ª lei de ohm:

E por esta expressão, já que a intensidade da corrente e a tensão são mantidas, podemos concluir que a resistência total em um circuito em
paralelo é dada por:

Associação Mista:
Uma associação mista consiste em uma combinação, em um mesmo circuito, de associações em série e em paralelo, como por exemplo:

EXERCÍCIOS
1.Dispondo de vários resistores iguais, de resistência elétrica 1,0 cada, deseja-se obter uma associação cuja
resistência equivalente seja 1,5.São feitas as associações: A condição é satisfeita somente
a) na associação I.
b) na associação II.
c) na associação lII.
d) nas associações I e lI.
e) nas associações I e III.

2. Na associação a seguir, a intensidade de corrente i que passa pelo resistor


de 14  é 3 A. O amperímetro A e o voltímetro V, ambos ideais, assinalam,
respectivamente:
a) 2 A e 1 V b) 2 A e 7 V c) 7 A e 2 V d) 7 A e 1 V
e) 10 A e 20 V

3. No trecho de circuito elétrico a seguir, a ddp entre A e B é 60V e a corrente i 1 tem intensidade de 1A. O valor da
resistência do resistor R é:
a) 10 ohm b) 8 ohm c) 6 ohm d) 4 ohm e) 2 ohm

4. Um aluno, dispondo de vários resistores, associou-os em série de tal modo que iniciou
soldando um de 10  a um outro de 5  e, a seguir, um de 2,5  e continuou de tal forma que o seguinte tinha sempre a
metade da resistência elétrica do anterior. Se tal procedimento continuasse indefinidamente, a resistência elétrica
equivalente, seria, em ohms, igual a:
a) 0 b) 5 c) 20 d) 1.000 e) 

5. Considere o trecho de circuito esquematizado a seguir em que as


resistências elétricas valem R1=12, R2=24 e R3=8,0, o amperímetro (A)
pode ser considerado ideal e K é uma chave interruptora. Com a chave K
aberta o amperímetro está indicando 8,0A. Determine sua indicação quando a
chave K for fechada.

6. No circuito a seguir, o amperímetro A1 indica uma corrente de 200mA. Supondo-se que todos os amperímetros sejam
ideais, a indicação do amperímetro A2 e a resistência equivalente do circuito são,
respectivamente:
a) 200 mA e 40,5  b) 500 mA e 22,5  c) 700 mA e 15,0 
d) 1000 mA e 6,5  e) 1200 mA e 0,5 

7. Quanto à associação de resistores em paralelo podemos dizer que:


a) a tensão é a mesma e a corrente total é a soma das correntes em cada resistor
b) a tensão é a soma das tensões em cada resistor e a corrente é a mesma
c) a tensão é a mesma e a corrente total é a mesma
d) a tensão é a soma das tensões em cada resistor e a corrente total é a soma das correntes em cada resistor
e) a tensão total é a diferença das tensões de cada resistor e a corrente é a mesma

8. Na entrada de rede elétrica de 120V, contendo aparelhos puramente resistivos, existe um único disjuntor de 50A. Por
segurança, o disjuntor deve desarmar na condição em que a resistência equivalente de todos os aparelhos ligados é
menor que
a) 0,42  b) 0,80  c) 2,40  d) 3,50  e) 5,60 

10. Os valores das resistências do circuito representado abaixo são: R=8,


r1=2 e r2=0,4. A resistência equivalente, entre os pontos M e N, vale:
a) 1 . b) 2 . c) 4 . d) 8 . e) 16 .
10. Considere as associações de três resistores iguais, representados a seguir.
Analise as afirmações que seguem responda se verdadeiro (V) ou Falso
(F)
(001) A associação com maior resistência equivalente é a I.
(002) A associação com menor resistência equivalente é a II.
(004) Se todas as associações forem percorridas pela mesma corrente
total, a que dissipará maior potência será a I.
(008) Se todas as associações forem submetidas a mesma ddp, a que
dissipará maior potência será a II.
(016) A resistência equivalente da associação (III) é igual à da
associação (IV).

11. No circuito elétrico a seguir, qual o menor valor da resistência R que


devemos colocar em paralelo com a lâmpada de 6,0W, para evitar a
queima do fusível de 3,0A?
a) 8,8  b) 7,8  c) 6,8  d) 5,8  e) 4,8 

12. No circuito representado na figura abaixo, a


intensidade da corrente elétrica através do resistor de
2  é de 2 A. O circuito é alimentado por uma fonte
de tensão ideal . Qual o valor da diferença de
potencial entre os terminais da fonte?
a) 4V b) 14/3V c) 16/3V d) 6V e) 40/3V

13. No circuito elétrico a seguir, os amperímetros A 1,


A2, A3 e A4, a fonte de tensão e os resistores são todos
ideais.
Nessas condições, pode-se afirmar que
a) A1 e A2 registram correntes de mesma intensidade.
b) A1 e A4 registram correntes de mesma intensidade
c) a corrente em A1 é mais intensa do que a corrente em
A4.
d) a corrente em A2 é mais intensa do que a corrente em
A3.
e) a corrente em A3 é mais intensa do que a corrente em A4.

14. Considere o circuito representado na figura, sendo 


= 12V, R1 = 2  e R2 = 4 . A queda de potencial do
ponto A ao ponto B vale, em V,
a) 2 b) 4 c) 6 d) 8 e) 10

15. O valor das correntes i1, i2 e i3 no circuito a seguir


são, respectivamente:
a) 0,33 A, 0,17 A e zero b) zero, zero e 1,20 A
c) 3,33 A, 1,67 A e zero d) zero, zero e 1,00 A
e) 33,3 A, 16,7 A e zero
16. Dentro de uma caixa com terminais A e B, existe uma
associação de resistores. A corrente que atravessa a caixa
em função da tensão aplicada nos terminais A e B é dada
pela tabela. A caixa poderia conter

17. No circuito esquematizado, i1, i2 e i3 referem-se às correntes elétricas que percorrem,


respectivamente, os resistores R1, R2 e R3. São representadas por 1, 2 e 3 as u u u
correspondentes quedas de potencial nesses mesmos resistores. Quaisquer que sejam os
valores de R1, R2 e R3 é sempre verdadeiro que:

a) u + u + u = ( i + i + i ) (R + R
1 2 3 1 2 3 1 2 + R3) b) u =u +u
1 2 3 c) u =u
2 3

d) i = i
3 e) u = (i + i ) (R + R )
1 1 2 3 2 3

18. ) Dentro de uma caixa com terminais A e B, existe uma associação de resistores. A
corrente que atravessa a caixa em função da tensão aplicada nos terminais A e B é dada pela
tabela.
V(V) I(A)
A caixa poderia conter:
3 1

6 2

9 3

12 4

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