O Que Toda Empresa de Prestação de Serviço Precisa Saber Sobre Impostos
O Que Toda Empresa de Prestação de Serviço Precisa Saber Sobre Impostos
O Que Toda Empresa de Prestação de Serviço Precisa Saber Sobre Impostos
O setor empresarial com maior número de empresas registradas no país é o setor de prestação de
serviços. Segundo o IBGE, são mais de 920 mil empresas no total, o que demonstra a importância
desse setor para o desenvolvimento da economia.
Em regra, as empresas prestadoras de serviços estão sujeitas ao recolhimento dos seguintes tributos:
(i) PIS, (ii) COFINS, (iii) IRPJ, (iv) CSLL, (v) contribuições previdenciárias, (vi) ICMS (sobre atividade de
transporte intermunicipal e telecomunicações) e, obviamente, (vii) ISS. Sobre os tributos federais (PIS,
COFINS, IRPJ e CSLL), recomendamos a leitura de nossa coluna anterior: Lucro Real ou Presumido:
qual o melhor?
O ISS é o imposto típico das empresas prestadoras de serviços. Ele incide sobre os serviços listados
na Lei Complementar nº 116, de 2003. Suas alíquotas podem variar entre 2% e 5%, a depender do tipo
de serviço e do município em que a empresa estiver estabelecida ou prestar o serviço. Alguns
municípios cobram o ISS com base no regime de caixa (à medida do recebimento da receita); outros,
sob o regime de competência (à medida da realização do faturamento).
Na maioria dos casos, o ISS é devido ao município em que estiver efetivamente¹ situado o
estabelecimento prestador. Entretanto, em relação a determinados tipos de serviço, o ISS será devido
ao município em que for prestado, a exemplo dos serviços de construção, limpeza, varrição etc.
O critério adotado por esta Corte para definir os limites entre os campos de competência tributária de
Estados e Municípios relativamente ao ICMS e ISSQN, seguindo orientação traçada no Supremo
Tribunal Federal, é o de que nas operações mistas há que se verificar a atividade da empresa, se esta
estiver sujeita à lista do ISSQN o imposto a ser pago é o ISSQN, inclusive sobre as mercadorias
envolvidas, com a exclusão do ICMS sobre elas, a não ser que conste expressamente da lista a
exceção. (Processo nº 1.168.488/SP)
Por fim, em relação aos serviços contratados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada
(construção civil, zeladoria, vigilância, coleta de lixo, montagem, portaria, dedetização, entre outros),
normalmente, é necessário observar a regra de retenção na fonte do ISS devido. Nesses casos, a
empresa prestadora do serviço deverá emitir uma nota fiscal com o destaque do imposto devido, que
será deduzido do valor a receber. Em contrapartida, o contratante do serviço irá recolher o valor do ISS
aos cofres do Município e pagar o valor líquido à empresa contratada.
Os pontos acima não esgotam o tema, mas certamente servem para nortear uma primeira aproximação
do problema, que não deve ser simplesmente terceirizado pelo empreendedor ao seu contador ou
consultor fiscal.
¹ Para que fique configurada a existência de um estabelecimento sujeito à incidência do ISS, em um determinado município, é necessário
que esse estabelecimento reúna condições econômicas e profissionais para a prestação do respectivo serviço. Não se enquadram nessa
condição os chamados “escritórios virtuais”, que muitas vezes são locados em municípios vizinhos às grandes metrópoles (nos quais o ISS
é exigido a alíquotas inferiores), com o mero intuito de simular a prestação de serviços nesse local. Essa prática, além de não ser suficiente
para afastar a cobrança do ISS pelo município no qual a empresa estava efetivamente estabelecida, pode configurar a prática de crime.