Projeto de Ensino - Victor Hugo Rabelo Sampaio Carvalho Silva

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UNOPAR ANHANGUERA

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

VICTOR HUGO RABELO SAMPAIO CARVALHO SILVA

PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Belo Horizonte
2024
VICTOR HUGO RABELO SAMPAIO CARVALHO SILVA

PROJETO DE ENSINO
EM PEDAGOGIA

Projeto de Ensino apresentado à Unopar, como


requisito parcial à conclusão do Curso de
Pedagogia.

Docente supervisor: Prof. Nathalia Barbosa


Limeira

Belo Horizonte
2024
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................3
1 TEMA....................................................................................................................4
2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................5
3 PARTICIPANTES.................................................................................................7
4 OBJETIVOS......................................................................................................... 8
5 PROBLEMATIZAÇÃO..........................................................................................9
6 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................10
7 METODOLOGIA.................................................................................................14
8 CRONOGRAMA.................................................................................................16
9 RECURSOS....................................................................................................... 17
10 AVALIAÇÃO....................................................................................................... 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................19
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 21
3

INTRODUÇÃO

Não é raro que, ainda hoje, após tantos anos e legislação sobre o tema
inclusão, ainda se encontre: escolas sem projeto político pedagógico que contemple
a diversidade dos educandos; falta de recursos específicos que beneficiam a
aprendizagem de todos; uma desvalorização do magistério; famílias
descompromissadas com a escolarização dos filhos, não deixando de se levar em
conta o caos social e econômico em que muitas se encontram.
Na fiscalização e combate às violações acima mencionadas, se apresenta
como um dos órgãos responsáveis pela garantia deste direito fundamental o
Ministério Público, definido, nos termos do artigo 127, caput, da Constituição
Federal, como instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado, a
quem incumbe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses
sociais e individuais indisponíveis, constituindo-se de órgão independente que
defende em juízo os interesses da sociedade, atuando, em âmbito judicial como
órgão defensor da sociedade, representando em juízo todos os indivíduos titulares
dos direitos fundamentais.
Com efeito, com a ampliação das atribuições do MP, notadamente após a
Constituição Cidadã de 1988, o órgão ministerial surge e se consolida como
defensor dos direitos humanos, trazendo para si a responsabilidade de atuar de
forma mais ampla e eficaz, numa perspectiva coletiva, com ações proativas em
consonância e cooperações com outros órgãos e instituições, governamentais e não
governamentais, além das ações estritamente judiciais.
4

1 TEMA

Nos dias atuais vem sendo comum observarmos alunos que manifestam
deficiências ou dificuldades comportamentais e/ou aprendizado, e muitas vezes
não apresentam diagnóstico, ou por não irem em busca do mesmo ou por que
os pelos pais não revelarem para a escola. Essa nova realidade nos convida a
sair da inércia e repensar em nossa prática, sendo muito importante que a
equipe de acolhida saiba que a responsabilidade do diagnóstico não é de
nenhum membro da comunidade educativa.
Vale destacar que casos de transtornos graves, crises intensas de
epilepsia e problemas respiratórios, e total dependência podem inviabilizar a
inclusão, pois podem colocar em risco tanto a criança, quanto os professores,
quanto os demais alunos.
Questões de confiabilidade devem ser discutidas com os pais do aluno
que se interessam por uma inclusão consciente e eficaz, que combata qualquer
sinal e preserve a privacidade da criança.
Uma tarefa de fundamental importância nesse processo que cabe à Orientação
Educacional e a Coordenação Pedagógica é de que, quando não há diagnóstico,
orientar a família a procurar uma avaliação multidisciplinar ou neuropsicológica
particular ou no SUS.
O aprimoramento do processo vai ocorrendo na medida em que a
Comunidade Educativa vai avaliando, identificando as falhas ajustando rotas,
modificando e/ou adaptando recomendações para a realidade da escola,
contemplando a diversidade do todo e de cada um.
O padrão da inclusão não se restringe ao aluno com deficiência ou
aquelas com necessidades educacionais especiais, mas atinge todo aluno, em
sua diversidade de habilidades e dificuldades. A diversidade humana requer
intervenções educacionais individualizadas. Assim o projeto possui como
chamada: Dia diferente para quem é especial.
5

2 JUSTIFICATIVA

Durante muitos anos, a Escola Especial era a única alternativa para


educandos com deficiência. Esse modelo de educação era bastante questionado,
por ser segregacionista, e foi evoluindo para um modelo de integração, em que os
alunos com deficiência estudavam em classes especiais, modelo também
questionado, pois a interação, tão necessária para o aprendizado, dentre outras
coisas, era parcial, ocorrendo em momentos de intervalo e nos festivos.
Até que a inclusão surgiu como uma proposta de educação de qualidade para
todos, onde não há separação nem o desejo de uma suposta homogeneização.
Esse princípio evidencia a necessidade de um ensino que aceite e respeite toda a
diversidade humana, objetivando uma sociedade mais justa, com a participação de
todos.
Partindo da premissa de que “O direito ao atendimento educacional
especializado, previsto nos artigos 58, 59 e 60 da LDBEN (Lei 9394/96) e também
na Constituição Federal, não substitui o direito à educação (escolarização) oferecida
em classe comum da rede regular de ensino” (IPAE, Brasília, setembro/2004), a
educação inclusiva nada mais é do que o cumprimento do direito constitucional
assegurado a todos os educandos.
Não se trata, apenas, do simples acolhimento do diferente, entendido como
aquele que foge aos padrões; mas de uma (re)organização pedagógica das escolas
e das práticas de ensino, que atendam à diversidade presente numa sala de aula,
beneficiando a todos com o convívio saudável e propiciador de crescimento.
A diversidade e o reconhecimento dela deve ser um direito do cidadão e
esta deve ser uma cultura a ser construída, para que a educação seja pensada,
planejada e organizada para melhoria da própria sociedade. A diversidade deve
estar presente na construção do projeto educacional inclusivo e o respeito às
diferenças, sejam de classe, gênero, etnia, condição sexual etc, é uma forma de
garantir o exercício da cidadania e do fortalecimento dos vínculos sociais.
O reconhecimento desse direito significa dar respostas diferentes às
diversas necessidades educacionais que os indivíduos apresentam. Nessa
perspectiva, é preciso que a escola seja adaptada à realidade dos educandos e
o ambiente seja propício ao acesso e participação de todos, para que todos, e
não alguns, sintam-se verdadeiramente valorizados. Inclusão diz respeito à
6

criação de um ambiente onde todos os educandos tenham acesso, participação,


aprendizagem e permanência.
A construção de ambientes educativos inclusivos, para além do
cumprimento dos princípios constitucionais, é, portanto, uma realidade posta,
contudo sabe-se ser, também, desafiadora. A escola inclusiva, numa perspectiva
humana, é toda escola onde as estratégias de trabalho pedagógico são
adequadas às potencialidades e às necessidades de todos os alunos,
considerando diferentes condições, ritmos e tempos presentes nesse espaço.
Mas, como bem disse Mittler, deve-se ainda, ajudar todos os professores a
aceitarem e prepará-los para ensinarem a todos.
7

3 PARTICIPANTES

O Projeto de Ensino está voltado e direcionado para os estudantes do


ensino fundamental, sendo estes os protagonistas. Todas as atividades
elaboradas e desenvolvidas serão voltadas para este público. Os educadores e
a equipe pedagógica fazem parte de seu desenvolvimento.
Participaram de forma ativa, professoras, coordenadora pedagógica,
diretora, psicopedagoga, colaboradores do setor administrativo e funcionários da
organização e limpeza da escola.
O projeto prevê a organização de uma atividade voltada para a
comunidade, onde pais, responsáveis moradores do bairro, serão convidados a
estarem na escola, para fazer parte do projeto.
8

4 OBJETIVOS

Desenvolver um projeto de intervenção voltado para a educação especial


e inclusiva, visando a melhoria da acessibilidade e do acolhimento relacionando
orientação e apoio sociofamiliar no ambiente escolar. Ainda, possui como
objetivos:

 Realizar conversas informais com os docentes da escola que atuam com


alunos com deficiência;
 Identificar as deficiências e dificuldades existentes na escola para
acessibilidade e acolhimento dos alunos e suas famílias;
 Propor melhorias no ambiente escolar, bem como das condições para que as
famílias se engajem com a causa e se faça presente no ambiente escolar;
 Desenvolver atividades de integração entre os alunos e conscientização.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

Diante da perspectiva da educação especial/inclusiva, temos encontrado uma


realidade na escola constituída de muitas dúvidas e questionamentos por parte de
educadores que, em sua maioria, demonstram objeções, rejeições, bloqueios e
críticas que se juntam à falta de apoio de políticas educacionais e de formação que
sejam alinhadas às necessidades do ambiente escolar.
Ou seja, as nossas concepções e pré-conceitos, a nossa visão de mundo, de
homem e de sociedade irão influenciar diretamente o nosso tipo de olhar e, como
consequência, a forma como educamos as crianças com deficiência e transtorno
global do desenvolvimento. Desta forma, as formações devem afetar e levar os
sujeitos a refletirem criticamente acerca de sua visão do que é o ser humano em
todas as suas complexidades.
A partir, dessas questões, pensamos em um movimento de formação numa
perspectiva da reflexão-ação-prática, o qual coloca-se professor em situação de
reflexão, da sua própria concepção e da ressignificação da prática pedagógica.
Dessa forma, alinhamos uma formação continuada dos professores de Educação
Especial, com uma ação-prática por meio do Projeto: “Dia diferente para quem é
especial”, com uma manhã de lazer e recreação, envolvendo: alunos com e sem
deficiência; professores e estagiários; familiares. Nesse contexto, defendemos que o
lazer é um veículo socioeducativo, no qual, contribui para a vivência dos valores
humanos, no desenvolvimento global e na inclusão das pessoas com deficiência.
Com as mudanças ocorridas na Educação Especial principalmente a partir
dos anos de 1990 e dos adventos legais como a Declaração de Salamanca, da
universalização do acesso àeducação e da incorporação da Política Nacional de
Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva que, tem como objetivo
assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento, provocaram mudanças nas políticas públicas educacionais
voltadas para este público em todas as redes públicas de ensino.
Sendo assim, emerge a necessidade de repensar a escola e nossas
concepções e práticas pedagógicas acerca da inclusão escolar dos sujeitos com
deficiência. Como docentes, vivenciamos na prática as consequências desse
processo, no qual é atravessada pela ausência e pela fragilidade da formação inicial
e continuada, da orientação e do apoio no processo de educabilidade dessas
10

crianças.
6 REFERENCIAL TEÓRICO

O presente projeto de intervenção tem como intuito explorar o tema educação


inclusiva no ensino infantil. A maioria das instituições de ensino da rede pública do
Brasil, não dispõe de materiais adequados para o ensino dos alunos especiais, bem
como referenciais bibliográficos e profissionais qualificados em número suficiente
para contribuir de forma equitativa na formação desses estudantes.
No que tange a educação importante destacar que trata-se de um direito
assegurado pela Constituição Federal de 1988, sendo um direito social, inerentes a
todos os cidadãos, constituindo um dever do Estado e da família. Em seu artigo 208
estabelece a integração escolar como preceito constitucional, determinando o
atendimento aos indivíduos que possuem deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino.
Pode-se concluir que restou assegurado pela Magna Carta o direito de todos
à educação, garantindo-se, o atendimento educacional de pessoas que possuem
necessidades educacionais especiais. Desta feita, a educação deve ser assegurada
para os educandos com necessidades especiais. O artigo 48 da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (1996), determina que “a educação especial como
modalidade de educação escolar precisa ser oferecida preferencialmente na rede
regular de ensino para os educandos com necessidades especiais).
A educação inclusiva apresenta uma nova perspectiva educacional, esse tipo
de educação é uma nova forma de trabalhar com o aluno. Segundo Demo (2000), a
educação inclusiva “impõe uma nova realidade para as escolas que devem se
dedicar a reelaboração do saber tradicional construído por décadas sem as
preocupações devidas com aqueles que exigem métodos especiais de
aprendizagem”. Nesse sentido, está disposto na Declaração de Salamanca (1994):

O desafio que confronta a escola inclusiva é no que diz


respeito ao desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança e
capaz de bem sucedidamente educar todas as crianças, incluindo aquelas
que possuam desvantagens severas. O mérito de tais escolas não reside
somente no fato de que elas sejam capazes de prover uma educação de
alta qualidade a todas as crianças: o estabelecimento de tais escolas é um
passo crucial no sentido de modificar atitudes discriminatórias, de criar
comunidades acolhedoras e de desenvolver uma sociedade inclusiva.
(BRASIL, 1994).
11

A Lei nº 13.146 de 2015, Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com


deficiência, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, corrobora com os
dispositivos citados, ao determinar que é direito do portador de deficiências a
inclusão nas escolas. A legislação enfatiza que as instituições de ensino devem
garantir e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, buscando favorecer a sua
inclusão social e a cidadania, sem exceções.
Sampaio e Sampaio (2009), diz que a educação inclusiva, “na medida em que
promove um ensino respeitoso e com significado para cada criança, favorece o
desenvolvimento da consciência de que todos são igualmente beneficiários de
direitos e deveres e incentiva o debate permanente sobre causas coletivas”. Nesse
sentido, Martendal (2022), salienta que:

O papel da escola é essencial nesse processo, que pode


criar ações que promovam essa interação entre os estudantes, ela é
necessária e faz com que as crianças surdas se sintam mais respeitadas e
aceitas como indivíduos que podem compartilhar suas experiências e impor
suas opiniões. (MARTENDAL, 2022).

Conforme os dados do último Censo da Educação Básica realizado no ano de


2016, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, vinculado ao
Ministério da Educação e Cultura, do total de 971.372 alunos da educação especial
matriculados em escolas especializadas e regulares no Brasil, aproximadamente
76.470 são cegos, surdocegos ou possuem baixa visão. Outro dado importante se
dá em relação ao número de alunos deficientes que chegam a universidade, sendo
não chega a 1%.
Nas últimas décadas, a política nacional voltada para a inclusão se
intensificou em todos os níveis de ensino, com o intuito de garantir o acesso e a
permanência dos alunos com deficiência nas turmas regulares de ensino.
Entretanto, apenas favorecer o acesso das pessoas com deficiência ao ensino
regular não pressupõe que irão aprender a compartilhar o mesmo espaço em
igualdade de condições com os demais. No entendimento de Krik e Zych:

A criança com deficiência visual deve ser compreendida


como um ser integral, com a compreensão de que dispõe de outros meios
que não sendo o visual para interagir se com o contexto. Portanto, possui
uma maneira de perceber e se relacionar com os demais que lhe são
próprias. (KRIK; ZYCH, 2009).
12

A Constituição Federal de 1988 e Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (Lei n° 9.394/96) afirmam que a educação é direito de todos e a pessoa
com deficiência deve receber atendimento educacional especializado. Contudo, as
pesquisas mais recentes mostram que a Lei não se aplica à realidade. Outro
aspecto importante esta relacionado a necessidade de os educadores investir na
educação continuada e na capacitação profissional.
Contudo, apenas essa capacitação presente em cursos de formação inicial,
não é suficiente para a qualidade no ensino quanto a prática escolar. É de extrema
importância que seja ampliada e permanente a capacitação dos profissionais da
educação durante a carreira de docência.
Isso porque a capacitação continuada, poderá contribuir na melhoria da
qualidade da educação ofertada a todos os alunos. Diante dessa necessidade de
melhora na qualidade do processo de aprendizagem e ensino, Carvalho (2010),
afirma que é necessário mostrar aos docentes a importância de se manterem
atualizados:

(...) o sentido e o significado da formação continuada que


a coloca, apenas restrita aos cursos oferecidos aos professores para que se
atualizarem. Reconheço que eles são necessários, que trazem muitas
informações e novas teorias, mas a experiência mostra que se tornam
insuficientes se não houver, como rotina das escolas, encontros de estudos
e de discussão sobre o fazer pedagógico, envolvendo a comunidade
escolar. (CARVALHO, 2010, p. 161).

O autor ressalta a importância da interação entre os docentes e da


necessidade do compartilhamento de informações e conhecimentos, buscando aliar
a teoria e a prática, com a finalidade de promover o respeito à diversidade e à
inclusão do aluno com deficiência. Ressalta, ainda, que essa formação não deve
estar restrita apenas aos professores, deve se expandir para todos que fazem parte
da comunidade escolar.
Uma vez que, é importante capacitar a todos e orientar quanto a aceitação
das diferenças, os limites e possibilidades das pessoas deficientes, sendo este um
dos pilares para se alcançar a inclusão na rede regular de ensino, seja pública ou
privada. Nesse sentido, Salla (2014, p. 17) sustenta que:

O discurso inclusivo, infelizmente, não veio


13

acompanhado de políticas públicas que o viabilizassem, como investimento


em formação adequada de professores para o ensino de Libras. (...) Soma-
se a isso a falta de intérpretes e a ausência de uma estrutura inclusiva nas
escolas. (SALLA, 2014, p. 17).

Essa ausência de estrutura inclusiva nas escolas, prejudica a formação das


crianças. De acordo com o manual do Atendimento Educacional Especializado
(BRASIL, 2007, p. 14) “a inclusão do aluno com alguma deficiência ou limitação
deve acontecer desde a educação infantil até a educação superior, garantindo-lhe,
desde cedo, utilizar os recursos de que necessita para superar as barreiras no
processo educacional”, assim podendo usufruir de seus direitos escolares.
A escola deve buscar a inclusão, não adaptando os alunos a sua realidade e
sim se transformando de acordo com as demandas do aluno com necessidades
especiais. Como exemplo temos o indivíduo surdo, que por ter uma comunicação
diferente dos demais, tendem a se sentir reprimidos ao chegar em um ambiente
novo. Dessa forma, é imprescindível que torne esse momento de adaptação
acolhedor.
Ademais, somente aceitar alunos especiais na escola não é o suficiente, é
preciso haver uma movimentação para que mais profissionais da educação estejam
preparados para ensinar os estudantes e que outras crianças incluam os colegas na
rotina escolar.
A inclusão social não está restrita somente ao ambiente educacional, deve
ocorrer em todos os setores sem exceções. Para que os surdos tenham pleno
acesso aos serviços de saúde, transporte, comércios, entre outros, é essencial que
os locais estejam preparados para os receber. É cada vez mais importante que
possua profissionais com formação adequada para que possa proporcionar um
atendimento rápido e de qualidade às pessoas com qualquer tipo de deficiência ou
limitação.
De acordo com pesquisa Instituto Locomotiva Pesquisa e Estratégia no ano
de 2020, dois em cada três brasileiros relataram enfrentar dificuldades nas
atividades do cotidiano. Isso impacta diretamente em suas atividades de lazer,
educacionais e também no mercado de trabalho.
Os fundamentos teórico-metodológicos da inclusão escolar estão
relacionados com a concepção de educação de qualidade para todos, no respeito á
diversidade dos discentes. Dessa forma, em razão das mudanças propostas, cada
14

vez mais tem sido ressaltada a importância da preparação de profissionais e


educadores, em especial do professor quanto ao atendimento das necessidades
educativas de seus alunos.
15

7 METODOLOGIA

A proposta de intervenção é a de aplicação de atividades que envolvam o


tema acessibilidade e inclusão social. Tendo como marco inicial Manzini (2005)
que esclarece ser imprescindível antes de se iniciar qualquer intervenção
pedagógica, “conhecer o aluno”, e, ainda, “buscar um ponto de criatividade”,
“acompanhar e alterar as intervenções”, quando necessário.
Dessa forma, é importante registrar que as oficinas e atividades ofertadas
nessa intervenção pedagógica foram planejadas levando em consideração as
possibilidades e dificuldades das crianças.
Portanto, foram ofertadas duas oficinas, no primeiro encontro foram
passados vídeos que tratam do tema acessibilidade e educação inclusiva, duas
professoras explicaram um pouco mais da temática e levaram para os ouvintes a
importância de se fazer do ambiente escolar um espaço de todos para todos,
sem qualquer distinção. A oficina é destinada aos estudantes e equipe
pedagógica a ideia central é espalhar o conhecimento e engajar a todos.
A segunda oficina foi pensada para o uso da criatividade e do lúdico,
voltada para a inclusão social por meio das expressões artísticas, da liberdade
de criar seus materiais e por meio da arte demonstrar o que tem sido aprendido
quanto ao tema acessibilidade e inclusão social.
Dado o caráter transversal dos projetos de acessibilidade e inclusão
social no ambiente escolar, deverá ser criado um banco de propostas de
atividades com recursos a expressão artística para que os alunos as possam
utilizar de forma autônoma ou no contexto de um trabalho de colaboração com
os conselhos de turma/docentes. Os professores poderão a partir do projeto de
intervenção utilizar a arte com o objetivo de melhorar a sua eficácia pedagógica,
bem como para sensibilizar os alunos da importância da acessibilidade, do olhar
para o próximo e da inclusão.
O projeto será aplicado e avaliado com base no desempenho de cada criança
individualmente. Analisando como se deu a aprendizagem por meio da utilização de
doa materiais e a sua desenvoltura e engajamento com as atividades propostas.
Será considerada a evolução da criança em vários aspectos com destaque
para o uso da criatividade, reconhecimento e interpretação das atividades
apresentadas a eles, assim como a capacidade de construir conteúdos, entre outros.
16

A criança deverá desempenhar as atividades propostas pelo professor sob sua


mediação, durante a realização da atividade já será avaliado o seu desempenho,
podendo o educador alterar a atividade proposta se perceber que o aluno não se
adaptou, buscando por meios que facilitem a sua assimilação e aprendizagem.
Com relação ao método avaliativo utilizado pelo professor, será pautado pela
avaliação mediadora, uma vez que em muitos momentos o educador deverá
coordenar as atividades e conduzir os alunos na sua execução, bem como deverá
compreender o que a criança aprendeu e entendeu a atividade proposta, fazendo
elogios quando necessário evitando que ocorra competições entre os alunos, assim
como deve coibir comparações entre eles.
Serão aplicados procedimentos direcionados ao alcance dos objetivos
propostos na expectativa de transformar o espaço escolar em um local educativo
voltado para a construção de conhecimentos pedagógicos focados no
aprendizado da inclusão social. No tópico a seguir estará demonstrado como se
dará a execução das etapas do projeto.
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8 CRONOGRAMA

AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO


Organização do X X
Projeto de
Intervenção

Solicitação de X
autorização para
realização do projeto
de intervenção

Desenvolvimento do X
projeto
Aplicação do Projeto X X

Compilação dos X
resultados e
Finalização
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9 RECURSOS

Os recursos materiais utilizados para a construção deste projeto foram


basicamente o uso de livros físicos e digitais, bem como a pesquisa em sites,
artigos digitais especializados, sendo utilizado aparelhamento eletrônico na
realização da pesquisa e desenvolvimento inicial do projeto.
Na implementação do projeto será necessário o uso de componentes
digitais que possibilitem a transmissão de vídeos e filmes, assim como o uso do
espaço físico da instituição de ensino. A utilização de materiais artísticos para
deixar o ambiente mais acolhedor, como a construção de cartazes, ornamentos
e panfletos informativos.
Será necessário, também, como recursos humanos, o apoio de
educadores para administrar as atividades propostas e mediar as reuniões,
assim como na construção dos materiais e decorações que serão utilizados
durante a implementação do projeto de intervenção.
19

10 AVALIAÇÃO

A avaliação do projeto será prioritariamente processual e ocorrerá de


forma permanente e diária, em todos os momentos da aula. Não pode ter um
momento específico de sentar na frente da sala e dizer ‘agora estou avaliando.
Uma frase de qualquer criança, um olhar, um gesto são importantes e podem,
inclusive, fazer com que o curso do meu projeto mude. Assim, é preciso ‘sentir’ a
sala, o que estão querendo, quais são as dúvidas e a maneira como estão
vendo tudo aquilo.
A avaliação em projetos precisa ser contínua, diárias e ocorrer em todos
os momentos da aula. Também, os alunos serão avaliados quanto ao
engajamento com as atividades, disposição, criatividade e interesse.
Tanto nas atividades teóricas, como práticas, sendo importante entender
a sua absorção do conhecimento e vontade em aprender.
20

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a execução do projeto foi possível perceber que ocorreu boa


participação dos alunos e engajamento de seus familiares, houve uma
integração mais estreita entre a comunidade e a escola. A realização da palestra
e da oficina artística com os alunos foram produtivos, tendo em vista que os pais
foram conscientizados que a aprendizagem do aluno está relacionada ao
trabalho integrado entre a família e a escola.
Mesmo que o aluno possua limitações de capacidade ou mesmo físicas,
estas podem ser desenvolvidas de formas diferentes, por meio da adaptação e
da interação entre docentes e alunos, elaborando-se planos pedagógicos
inclusivos e acessíveis a todos. O acolhimento e a acessibilidade oferecidos aos
alunos e familiares são decisivos na construção de uma parceria voltada para o
fortalecimento do processo de inclusão social.
Importante destacar que o projeto de intervenção possibilita aos
professores a oportunidade de trocar experiências e buscar por estratégias
inclusivas. Assim, durante as oficinas foi sugerida a realização de novos
encontros, inclusive, envolvendo a comunidade escolar, respeitando o
calendário de reuniões, ou mesmo , podendo ser designadas por solicitação dos
grupos interessados para esclarecimento de dúvidas, apresentação de
sugestões e ideias que possam melhorar a qualidade no atendimento prestado
pela escola.
Em suma, tem-se que a construção da escola inclusiva desde a educação
infantil implica em pensar em seus espaços, tempos, profissionais, recursos
pedagógicos etc. voltados para a possibilidade de acesso, permanência e
desenvolvimento pleno também de alunos com deficiências, alunos esses que,
em virtude de suas particularidades, apresentam necessidades educacionais
que são especiais.
A criação de projetos de intervenção voltados para a inclusão social e
acessibilidade se faz necessária, pois, a presença do aluno com deficiência na
escola comum tem se intensificado nos últimos anos, porém essa presença nem
sempre é bem-vinda em decorrência da falta de experiências anteriores com tal
clientela.
Desta feita, a escola inclusiva terá que construir uma história de interação
21

com esses alunos de modo que se percebam indivíduos capazes de aprender.


Percepção envolve contato direto. Sem o estabelecimento de uma relação de
ver, ouvir, tocar etc. não é possível conhecer o outro. A escola, com todos os
seus atores, deve se abrir para essa experiência do conhecer. Por isso, o
presente projeto se faz pertinente.
22

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial


[da] União, Brasília, 5 de out. 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 02
out. 2024.

CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”. 7. ed. Porto
Alegre: Mediação, 2010.

CONFERÊNCIA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Declaração de


Salamanca: sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades
educativas especiais. Brasília, DF, 1994. Disponível em: http://portal.mec.gov.
br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em: 02 out. 2024.

______. Decreto - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as


diretrizes e a bases da educação nacional. Diário Oficial [da] União, Brasília, 20 de
dez. 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm.
Acesso em: 02 de out. 2024.

______. Decreto - Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui Lei Brasileira de


Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário
Oficial [da] União, Brasília, 06 de jul. 2015. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso
em: 02 out. 2024.

DEMO, Pedro. Conhecer e aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto


Alegre: Artes Médicas, 2000.

INSTITUTO LOCOMOTIVA DE PESQUISA. Pesquisa acerca da comunidade


surda no Brasil. Disponível em: https://ilocomotiva.com.br/estudos/. Acesso em: 02
de fev. 2023.

KRIK. Lucicléia; ZYCH, Anizia Costa. Alfabetização do educando cego: um estudo


de caso. Congresso Nacional de Educação - EDUCERE, Paraná, 2009.

MARTENDAL, Letícia. Libras na educação: você sabe a importância deste ensino


nas escolas? ND+. Joinville, Santa Catarina, 2022. Disponível em:
https://ndmais.com.br/educacao/libras-na-educacao-voce-sabe-a-importancia-deste-
ensino-nas-escolas/. Acesso em: 02 out. 2024.

SALLA, Fernanda. Educação em debate. Nova escola. São Paulo, abril, n.271.
2014.

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