A ARTE DA GUERRA - Ok-1

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A ARTE DA GUERRA

SUN TZU
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58p.; il. 10 Edição


Tradução: culturabrasil.org
Literatura estrangeira. I. Título.

CDD 022.2 CDU 37+028.1(337.3)

CulturaBrasil (.Org)

2010
SUMÁRIO
1. Sobre a avaliação ________________________________________ 4
2. Sobre o princípio das ações ________________________________ 7
3. Sobre as proposições da vitória e a derrota ___________________ 10
4. Sobre a medida na disposição dos meios _____________________ 13
5. Sobre a firmeza ________________________________________ 17
6. Sobre o cheio e o vazio __________________________________ 20
7. Sobre o enfrentamento direto e indireto _____________________ 25
8. Sobre as nove mudanças _________________________________ 30
9. Sobre a distribuição dos meios _____________________________ 33
10. Sobre a topologia _______________________________________ 39
11. Sobre as nove classes de terreno ___________________________ 43
12. Sobre a arte de atacar pelo fogo ____________________________ 51
13. Sobre o uso de espiões ___________________________________ 53
14. "Princípios da arte da guerra" ______________________________ 55
SUN TZU – 500 A.C.
4

Sobre a avaliação

Sun Tzu disse: a guerra é de vital importância para o Estado; é o


domínio da vida ou da morte, é o caminho para a sobrevivência ou a
perda do Império: é preciso manejá-la bem. Não refletir seriamente
sobre tudo o que lhe concerne é dar prova de lastimável indiferença no
que diz respeito à conservação ou à perda do que nos é mais querido; e
isso não deve ocorrer entre nós.
Há que valorá-la em termos de cinco fatores fundamentais, e fazer
comparações entre as diversas condições dos contendores, com vistas a
determinar o resultado da guerra.

O primeiro desses fatores é a doutrina; o segundo, o tempo, o


terceiro, o terreno, o quarto, o mando e o quinto, a disciplina.

A doutrina significa aquilo que faz com que o povo esteja em


harmonia com o seu governante, de modo que o siga aonde for, sem
temer por sua vida, nem de se expor a qualquer perigo.

O tempo significa o Ying e o Yang, a noite e o dia, o frio e o calor,


dias ensolarados ou chuvosos e a mudança das estações.

O terreno implica as distâncias, e faz referência onde é fácil ou


difícil deslocar-se, se é em campo aberto, ou lugares estreitos, e isto
influencia as possibilidades de sobrevivência.
O mando há de ter como qualidades: a sabedoria, a sinceridade, a
benevolência, a coragem e a disciplina.

Por último, a disciplina há de ser compreendida como a


organização do exército, as graduações e classes entre os oficiais, a
regulação das rotas de mantimentos, e a provisão de material militar
para o exército.

Estes cinco fatores fundamentais hão de ser conhecidos por cada


general.
5

Aquele que os domina, vence; aquele que não os domina, sai


derrotado. Portanto, ao traçar os planos, há de se comparar os seguintes
sete fatores, avaliando-se cada um com o maior cuidado:
Qual dirigente é o mais sábio e capaz?

Que comandante possui o maior talento?


Que exército obtém vantagens da natureza e terreno?

Em que exército se observam melhor os regulamentos e as


instruções?

Quais as tropas mais fortes?


Que exército tem oficiais e tropas melhor treinadas?

Que exército administra recompensas e castigos de forma mais


justa?

Mediante o estudo desses sete fatores, serás capaz de adivinhar


qual dos dois grupos sairá vitorioso e qual será derrotado.

O general que seguir o meu conselho vencerá. Esse general há de


ser mantido na liderança. Aquele que ignorar os meus conselhos,
certamente será derrotado, e deve ser destituído. Além de prestar
atenção aos meus conselhos e planos, o general deve criar uma situação
que contribua para o seu cumprimento.

Por situação quero dizer que deve levar em consideração a situação


do campo, e atuar de acordo com o que lhe for vantajoso.

A arte da guerra se baseia no engano. Portanto, quando és capaz


de atacar, deves aparentar incapacidade e, quando as tropas se movem,
aparentar inatividade.

Se estás perto do inimigo, deves fazê-lo crer que estás longe; se


longe, aparentar que se está perto. Colocar iscas para atrair o inimigo.

Golpear o inimigo quando está desordenado. Preparar-se contra ele


quando está seguro em todas as partes. Evitá-lo durante um tempo
quando é mais forte. Se teu oponente tem um temperamento colérico,
tenta irritá-lo. Se é arrogante, trata de adular o seu ego.
6

Se as tropas inimigas se acham bem preparadas após uma


reorganização, tenta desordená-las. Se estão unidas, semeia a dissensão
entre suas fileiras. Ataca o inimigo quando não está preparado, e
aparece quando não te espera. Estas são as chaves da vitória pela
estratégia.

Agora, se as estimativas realizadas antes da batalha indicam


vitória, é porque os cálculos cuidadosamente realizados mostram que
tuas condições são mais favoráveis que as condições do inimigo; se
indicam derrota, é porque mostram que as condições favoráveis para a
batalha são menores. Com uma avaliação cuidadosa, podes vencer; sem
ela, não podes. Menos oportunidades de vitória terá aquele que não
realiza cálculos precisos. Graças a este método, pode-se examinar a
situação, e o resultado aparece claramente.
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Sobre o princípio das ações

Uma vez começada a batalha, ainda que estejas ganhando, se


continuares por muito tempo, desanimarás as tuas tropas e embotarás
a tua espada. Se estás sitiando uma cidade, esgotarás tuas forças. Se
mantiveres o teu exército durante muito tempo em campanha, teus
mantimentos se esgotarão.
As armas são instrumentos de má sorte; empregá-las por muito
tempo produzirá calamidades. Como se tem dito: "Os que a ferro matam,
a ferro morrem." Quando as tuas tropas estão desanimadas, a tua
espada embotada, esgotadas estão as tuas forças e os teus mantimentos
são escassos, até os teus se aproveitarão da tua debilidade para se
sublevarem. Assim, ainda que tenhas conselheiros sábios, ao final não
poderás fazer que as coisas saiam bem.
Por causa disso, tem-se ouvido falar de operações militares que são
torpes e repentinas, porém nunca se viu nenhum especialista na arte
da guerra que mantivesse a campanha por muito tempo. Nunca é
benéfico para um país deixar que uma operação militar se prolongue
por muito tempo.
Como se diz comumente, sê rápido como o trovão que retumba
antes de que tenhas podido tapar os ouvidos, veloz como o relâmpago
que brilha antes de haveres podido piscar.
Portanto, os que não são totalmente conscientes da desvantagem
de servir-se das armas não podem ser totalmente conscientes das
vantagens de utilizá-las.
Os que utilizam os meios militares com perícia não movimentam
suas tropas duas vezes, nem proporcionam alimentos em três ocasiões,
com um mesmo objetivo.
Isto quer dizer que não se deve mobilizar o povo mais de uma vez
por campanha, e que imediatamente depois de alcançar a vitória não se
deve regressar ao próprio país para fazer uma segunda mobilização. A
princípio isto significa proporcionar alimentos (para as próprias tropas)
porém depois que se tiram os alimentos ao inimigo.
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Se ao invés de tomar os mantimentos e armas de teu próprio país,


retirares do teu inimigo, estarás bem abastecido de armas e provisões.
Quando um país empobrece por causa das operações militares, isso
se deve ao transporte de provisões de um lugar distante. Se as
transportas desde um lugar distante, o povo empobrecerá.
Os que habitam próximo de onde está o exército podem vender suas
colheitas a preços elevados, porém acaba-se deste modo o bem-estar da
maioria da população.
Quando se transportam as provisões para muito longe, ocorre
ruína por causa do alto custo. Nos mercados próximos ao exército, os
preços das mercadorias aumentam. Portanto, as longas campanhas
militares constituem uma ferida para o país.
Quando se esgotam os recursos, os impostos se arrecadam sob
pressão. Quando o poder e os recursos se tenham esgotado, arruína- se
o próprio país. O povo é privado de grande parte de seus produtos,
enquanto os gastos do governo para armamentos se elevam.
Os habitantes constituem a base de um país, os alimentos são a
felicidade do povo. O príncipe deve respeitar este fato e ser austero em
seus gastos.
Em consequência, um general inteligente luta por desprover o
inimigo de seus alimentos. Cada porção de alimento tomado ao inimigo
equivale a vinte que te forneces a ti mesmo.
Assim pois, o que arrasa o inimigo é a imprudência e a motivação
dos teus em fazer desaparecer as vantagens dos adversários.
Quando recompensas teus homens com os benefícios que
ostentavam os adversários eles lutarão com iniciativa própria, e assim
poderás tomar o poder e a influência que antes tinha o inimigo. É por
isto que se diz que onde há grandes recompensas, há homens valentes.
Por conseguinte, em batalha de carros, recompensa primeiro o que
tomar ao menos dez carros.
Se recompensas a todo mundo, não haverá suficiente para todos;
assim pois, oferece uma recompensa a um soldado para animar a todos
os demais. Troca suas cores (dos soldados inimigos feitos prisioneiros)

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