Revisão Enem 01

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 14

Na prova de Linguagens e Códigos, a interpretação

textual significa muito, seja analisando-se textos literários


ou não literários, gráficos, tirinhas ou gravuras.
A prova de linguagens e códigos apresenta três tipos de perguntas:
• Interpretação do texto: aquelas cuja resposta está no
interior do próprio texto. Nesse caso, a mera leitura do
texto ou mesmo do enunciado já dá certas dicas para a
resposta adequada.
• Análise do texto: as que pedem uma análise dos
efeitos de sentido que ele produz (de humor, social,
político, por exemplo). Ou seja, com base em nossas
leituras e conhecimentos de mundo, fica até mais fácil
entender esse tipo de questão.
2 • Intertextualidade: as que pedem uma correlação
com outros textos ou obras de arte. Nesse caso, pode
haver a relação temática entre textos verbais e não-
verbais, apenas verbais ou apenas não-verbais, além
dos mistos.

#FICAADICA - o candidato poderá ser desafiado a


interpretar músicas, poemas, propagandas e obras de arte.
Nesse caso, lembre- se que o enunciado da questão e
qualquer outra informação, como legendas, podem ajudar
na análise.
Saber identificar gêneros textuais, norma culta e popular,
funções e figuras de linguagem também costuma ser
exigido. Além disso, é necessário possuir conhecimentos
básicos sobre literatura brasileira e gramática (a qual
sempre aparece de maneira contextualizada).
1. LINGUAGEMVERBAL E NÃO – VERBAL
Verbal: a Linguagem Verbal faz o uso de palavras para
comunicar algo, ou seja, o interlocutor entende o enunciado
apenas por meio da interpretação das palavras.

Não Verbal: A Linguagem não-verbal utiliza outros


métodos de comunicação, além das palavras. Desse modo,
o interlocutor precisa interpretar a linguagem de sinais, as
placas e sinais de trânsito, a linguagem corporal, uma
figura, a expressão facial, um gesto, etc.

Verbal e não-verbal / mista: é a mistura entre a Linguagem


Verbal e a Linguagem não-verbal. Nesse tipo de linguagem, o
leitor interpreta tanto as imagens, gestos ou expressões
quanto o que está escrito.
2. NORMA CULTA E VARIAÇÕES
Uma mesma língua apresenta inúmeras maneiras de ser
falada. Assim, percebemos que, além da norma culta,
existem também as variações linguísticas.
Norma culta: Aquela utilizada em situações formais, é
ensinada nas escolas e utilizada em escritas oficiais (jornais,
revistas, redações de vestibulares, documentos), a fim de
garantir que todos compreendam o que é de interesse
coletivo. Por isso, é a norma de maior prestígio.
Variações linguísticas: As demais formas de falar
existentes na língua são estabelecidas de acordo com as
condições sociais, culturais, regionais, econômicas e
históricas de seus falantes. Essas variantes, às vezes
rejeitadas pelos que dominam a norma culta, são válidas
desde que respeitem os interlocutores, os quais precisam
se entender.

8
3. ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO /
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Elementos da comunicação
Ao elaborarmos uma redação, precisamos ter em mente que
estamos escrevendo para alguém. Seja um texto literário ou
escolar, a redação sempre apresenta alguém que o escreve,
o emissor, e alguém que o lê, o receptor. O que o emissor
escreve é a mensagem. O elemento que conduz o discurso
para o receptor é o canal (no nosso caso, o canal é o papel).
Os fatos, os objetos ou imagens, os juízos ou raciocínios que
o emissor expõe ou sobre os quais discorre constituem o
referente. A língua que o emissor utiliza (no nosso caso,
obrigatoriamente, a língua portuguesa) constitui o código.
Assim, por meio de um canal, o emissor transmite ao
receptor, em um código comum, uma mensagem, que se
reporta a um contexto ou referente.
14 Elementos da comunicação:
Eles são imprescindíveis para que uma comunicação se efetive
Emissor – quem emite a mensagem.
Receptor – quem recebe a mensagem.
Mensagem – o conjunto de informações transmitidas.
Código – a combinação de signos usados para transmitir
uma mensagem. A comunicação só acontece se o
receptor souber decodificar a mensagem, a qual pode ser
verbal, não-verbal ou mista.
Canal de Comunicação – é o meio pelo qual a mensagem
é transmitida (livro, TV, cordas vocais...)
Contexto – a situação a que a mensagem se refere,
também chamado de referente.
Funções da linguagem
A ênfase num elemento do circuito de comunicação
determina a função de linguagem que lhe corresponde:
ELEMENTO FUNÇÃO
contexto referencial
emissor emotiva
receptor conativa
canal fática
mensagem poética
código metalinguística

Cada um desses seis elementos determina uma função


de linguagem. Raramente se encontram mensagens em
que haja
apenas uma; na maioria das vezes o que ocorre é uma hierarquia de 15
funções em que predomina ora uma, ora outra.
A classificação das funções da linguagem depende
das relações estabelecidas entre elas e os elementos
do circuito da comunicação. Esquematicamente, temos:
As funções da linguagem podem ajudar na eficiência da
comunicação, visto que são muito úteis na análise e
produção de enunciados.
a) Função Poética
É centrada no discurso (mensagem), que pode ser
sugestivo, conotativo, musical e metafórico. É usada em
textos literários, principalmente em poesia, mas também
pode ser empregada em textos em prosa.
Preocupa-se com o plano de expressão da mensagem,
com sua construção. Uso da linguagem figurada, poética,
afetiva, sugestiva, denotativa e metafórica, com fuga das
formas comuns. Procura atrair pela estética, pela beleza.
Valoriza-se a combinação das palavras.
Exemplo:

b) Função Referencial ou denotativa


É centrada na informação, no referente. Transmite um
dado da realidade com linguagem objetiva, direta e
denotativa. É usada em matérias jornalísticas.
16
Certamente a mais comum e mais usada no dia a dia, a
função referencial ou informativa, também chamada
denotativa ou cognitiva, privilegia o contexto. Ela
evidencia o assunto, o objeto, os fatos, os juízos. É a
linguagem da comunicação. Faz referência a um contexto,
ou seja, a uma informação sem qualquer envolvimento
de quem a produz ou de quem a recebe. Sua intenção é
unicamente informar. É a linguagem das redações
escolares, principalmente das dissertações, das narrações
não-fictícias e das descrições objetivas. Caracteriza
também o discurso científico, o jornalístico e a
correspondência comercial.
Exemplo:
Todo brasileiro tem direito à aposentadoria. Mas nem
todos têm direitos iguais. Um milhão e meio de
funcionários públicos, aposentados por regimes
especiais, consomem mais recursos do que os quinze
milhões de trabalhadores aposentados pelo INSS.
Enquanto a média dos benefícios aos aposentados do
INSS é de 2,1 salários mínimos, nos regimes especiais
tem gente que ganha mais de 100 salários mínimos.
(Programa Nacional de Desestatização)
Exemplo:

c) Função Apelativa ou Conativa


É centrada no interlocutor (receptor) e tem como objetivo
influenciar seu comportamento. Os verbos aparecem no
imperativo e também são utilizados vocativos.
A função conativa é aquela que busca mobilizar a atenção do receptor, 17
produzindo um apelo ou uma ordem. Pode revelar uma
vontade (“Por favor, eu gostaria que você se retirasse.”),
ou imperativa, que é a característica fundamental da
propaganda.
Exemplos:
Antônio, venha cá! / Compre um e leve três. / Beba Coca-Cola.
d) Função Emotiva ou Expressiva
O foco dessa função é o próprio emissor, que revela
opiniões e emoções na primeira pessoa do singular.
Quando há ênfase no emissor (lª pessoa) e na expressão
direta de suas emoções e atitudes, temos a função emotiva,
também chamada expressiva. Ela é linguisticamente
representada por interjeições, adjetivos, signos de
pontuação tais como exclamações, reticências.
Exemplos:
Oh? como és linda, mulher que passas / Muito obrigada, não esperava
surpresa tão boa assim! / Você é um burro mesmo!
As canções populares amorosas, as novelas e qualquer
expressão artística que deixe transparecer o estado
emocional do emissor também pertencem à função
emotiva.

18
e) Função Fática
Tem por objetivo iniciar, prolongar ou encerrar um
contato. Se a ênfase está no canal, para checar sua
recepção ou para manter a conexão entre os falantes,
temos a função fática.
Exemplos:
• Bom-dia!
• Oi, tudo bem?
• Será que vai chover hoje?
• Ah, é!
• Huin... hum...
• Alô, quem fala?
• Hã, o quê?

f)Função Metalinguística
Concentra-se no texto (código) e utiliza-o para falar dele mesmo.
19
A função metalinguística é a mensagem que fala de sua própria
produção discursiva. Um livro convertido em filme
apresenta um processo de metalinguagem, uma pintura
que mostra o próprio artista executando a tela, um
poema que fala do ato de escrever, um conto ou romance
que discorre sobre a própria linguagem etc. são
igualmente metalinguísticos. O dicionário é
metalinguístico por excelência.
Exemplos:
— Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura, Seu
Paulo. A gente discute, briga, trata de negócios naturalmente, mas
arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever
como falo, ninguém me lia.
(Graciliano Ramos)
Função Função Função Apelativa ou
expressiva Referencial Conativa
Primeira pessoa Terceira pessoa Segunda pessoa do
do singular (eu) do singular singular
Emoções (ele/ela) Imperativo
Interjeições Informações Figuras de linguagem
Exclamações Descrições de
fatos Discursos políticos
Blog Neutralidade Sermões
Autobiografia Promoção em pontos
Cartas de amor Jornais de venda
Livros técnicos
Função Função Poética Função
20 Fática Subjetividade Metalinguística
Interjeições Figuras de Referência ao próprio
Lugar- linguagem código
comum Brincadeiras com
o código Poesia sobre poesia
Saudações Propaganda sobre
Comentários sobre o Poesia propaganda
clima Letras de música Dicionário
Propaganda

4. INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS,
PRESSUPOSTAS E SUBENTENDIDAS
Um texto é formado por informações explícitas e
implícitas. As informações explícitas são aquelas
expressadas claramente pelo autor no próprio texto; já as
informações implícitas não estão claras, mas podem ser
subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura
eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas
entrelinhas.
Exemplo:
- Joana parou de comer chocolates.
Explicitamente, sabe-se que Joana não come mais
chocolates; implicitamente, fica evidente que ela comia
chocolates antes, já que agora não come mais.
Pressupostos: Há pressuposto quando um enunciado
depende de uma informação para fazer sentido.
28
Exemplo:
- Quando Joana voltará de viagem?
Isso só faz sentido se considerarmos que Joana saiu em
viagem, essa é a informação pressuposta. Caso ela não
tenha viajado, o enunciado não tem sentido.
Subentendidos: Ao contrário das informações
pressupostas, as informações subentendidas não ficam
evidentes no enunciado, são apenas sugeridas. Sempre
nos deparamos com textos assim, uma vez que a
linguagem publicitária, a poesia e as anedotas usam dos
subentendidos.
Exemplo:
- Quando sair de casa, não se esqueça de levar um
casaco. Subentende-se que esteja frio lá fora.
5. INTERTEXTUALIDADE – RELAÇÕES ENTRE TEXTOS
A intertextualidade se dá quando um texto retoma todo
um texto, parte dele ou o seu sentido. Esta pode acontecer
por meio da citação, da paródia ou da paráfrase.

Exemplo:
Nesse exemplo, fica evidente que Chico Buarque e Adélia
Prado se utilizam do poema de Drummond para construir
seus textos.

Quando nasci, um anjo torto / Desses que vivem na sombra / Disse:


Vai Carlos! Ser “gauche” na vida 31
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964)

Quando nasci veio um anjo safado / O chato dum


querubim / E decretou que eu tava predestinado / A ser
errado assim / Já de saída a minha estrada entortou / Mas
vou até o fim.
(BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)

Quando nasci um anjo esbelto / Desses que tocam


trombeta, anunciou: / Vai carregar bandeira. Carga muito
pesada pra mulher / Esta espécie ainda envergonhada.
(PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)

Você também pode gostar