Estudo Dirigido

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHAO – UEMANET
CURSO: LICENCIATURA EM FILOSOFIA
CAMPUS: NINA RODRIGUES – MA
DISCENTE: HUDSON FELIPE DA CONCEIÇÃO BEZERRA
ESTUDO DIRIGIDO: ÉDIPO REI. SÓFOCLES (496-469 a.C.)
NINA RODRIGUES – MA
2024
HUDSON FELIPE DA CONCEIÇÃO BEZERRA
ESTUDO DIRIGIDO: ÉDIPO REI. SÓFOCLES (496 – 406 a.C)
Trabalho apresentado em
comprimento das exigências das
disciplinas Antropologia Filosófica
/ Iniciação Filosófica, do Curso
Licenciatura em Filosofia.
Orientador: Geovan Silva de

Oliveira
NINA RODRIGURS – MA
2024
1. Compreensão do enredo
“Édipo Rei" é uma peça que se passa na cidade de Tebas, onde Édipo Rei deseja encontrar o
verdadeiro assassino de Laio, o antigo rei.
Um amigo de Édipo chega ao palácio com uma resposta do Oráculo de Delfos, a qual diz: "O
Rei Apolo ordena expressamente que purifiquemos esta terra da mancha que ela mantém; que não
a deixemos agravar-se até tornar-se incurável!". Com base nessa resposta, Édipo terá que decifrar
esse enigma, o qual revela que a praga só será cessada quando o assassino de Laio for punido.
Édipo, o novo rei de Tebas, decide resolver o mistério do assassinato para salvar sua cidade.
Então ele começa a fazer várias indagações sobre esse crime, e depois de tantas acusações e
julgamentos sem provas, um senhor velho, cego, de nome Tirésias, foi intimado a comparecer ao
palácio, pois o rei estava muito concentrado em descobrir quem assassinou Laio.
Édipo fez diversas perguntas ao velho senhor sobre o assassinato, mas o mesmo se recusava a
responder. Depois de tanta insistência, Tirésias concedeu a resposta que o rei tanto esperava:
"Afirma que és tu o assassino que procuras!"
Durante sua investigação, Édipo descobre que ele próprio é o assassino e que Laio era seu pai
e Jocasta sua mãe. Essa revelação chocante leva Jocasta ao suicídio e Édipo à cegueira.
No clímax da peça "Édipo Rei" de Sófocles, Édipo confronta a verdade chocante de sua
identidade. Ao descobrir que é o assassino de seu próprio pai, Laio, e o marido de sua mãe,
Jocasta, Édipo é lançado em um turbilhão emocional. Essa revelação devastadora não apenas
desencadeia uma profunda compreensão de seu destino trágico, mas também marca o ponto de
virada na trama, levando a um desfecho inevitável e catastrófico para o protagonista e para aqueles
ao seu redor.
O desfecho da peça "Édipo Rei" é uma tragédia angustiante. Após confrontar a verdade sobre
sua identidade e seus terríveis atos, Édipo fica profundamente perturbado e arrasado. Jocasta, sua
mãe-esposa, comete suicídio ao descobrir a verdade, e Édipo, em um momento de profundo
desespero e remorso, fura os próprios olhos como forma de punição e para evitar encarar a terrível
realidade. Ele então é exilado de Tebas, condenado a vagar como um pária, carregando o peso de
suas ações e sua maldição para o resto de seus dias. O desfecho da peça ilustra a inevitabilidade do
destino trágico de Édipo, mesmo diante de seus esforços para evitar ou negar sua própria sina.
2. Análise filosófica
Livre Arbítrio: Édipo luta contra a ideia de que está predestinado a matar seu pai e se casar
com sua mãe, mas suas ações, mesmo tomadas com a intenção de evitar o destino, acabam por
cumprir a profecia. Isso levanta questões sobre até que ponto temos controle sobre nossas vidas e
escolhas.
Destino: A profecia do oráculo de Delfos molda toda a trama da peça, mostrando como o
destino pode ser inexorável e como os esforços para evitá-lo muitas vezes o tornam mais
inevitável.
Tragédia: Édipo Rei é uma tragédia clássica, na qual o protagonista, um herói nobre e
virtuoso, é levado à sua queda devido a uma falha trágica. Neste caso, a queda de Édipo é
causada pela sua própria busca pela verdade e sua crença em sua capacidade de desafiar o
destino.
Moralidade: A peça aborda questões morais complexas, como a responsabilidade pelo

próprio destino e as consequências de nossas ações. Ela também questiona a natureza da justiça e
do castigo, especialmente considerando que Édipo, mesmo sem saber, é punido por crimes dos
quais não tinha consciência.
Natureza Humana: Édipo Rei revela aspectos sombrios da natureza humana, como a
cegueira em relação à verdade, o orgulho que leva à queda e a inevitabilidade do sofrimento. A
peça também explora a complexidade das relações familiares e as consequências de segredos
obscuros.
Esses pontos filosóficos são fundamentais para a compreensão mais profunda de Édipo Rei e
levantam questões universais que ainda ressoam nos debates contemporâneos sobre livre-
arbítrio, destino e moralidade.
3. Contextualização histórica
"Édipo Rei" é uma tragédia grega clássica escrita por Sófocles por volta de 429 a.C., durante o
período áureo da Grécia Antiga. A peça foi parte de um conjunto de dramas que foram apresentados
em competições teatrais durante os festivais em honra ao deus Dionísio. Ela faz parte de uma
trilogia, conhecida como a "Trilogia Tebana", que inclui também "Édipo em Colono" e "Antígona",
embora muitas vezes seja apresentada e estudada de forma independente.
A trama de "Édipo Rei" é baseada em mitos da mitologia grega, especialmente aqueles
relacionados à família real de Tebas. A história de Édipo, um homem que inadvertidamente mata
seu pai e se casa com sua mãe, envolve temas universais como destino, livre-arbítrio, a natureza da
verdade e as consequências do orgulho humano.
Na época em que a peça foi escrita, Atenas estava no auge de seu poder e influência cultural. O
teatro grego desempenhava um papel importante na vida da cidade, servindo como uma plataforma
para a expressão artística, cultural e política. As tragédias gregas, como "Édipo Rei", não apenas
entretinham o público, mas também exploravam questões filosóficas e éticas profundas, provocando
reflexão e debate sobre os mistérios da vida humana e da condição humana.
Além disso, é importante notar que a Grécia Antiga era uma sociedade profundamente religiosa,
e muitos aspectos da vida cotidiana eram permeados por crenças religiosas e mitológicas. Assim, os
temas e personagens mitológicos presentes em "Édipo Rei" tinham um profundo significado
cultural e espiritual para o público da época, oferecendo uma lente através da qual eles podiam
entender e explorar questões existenciais e morais fundamentais.
4. Argumentação
A peça "Rei Édipo" nos proporciona uma visão de que, por mais que possamos tentar fugir de
nosso destino, no final ele sempre irá voltar à tona, pois foi como aconteceu com Édipo ao deixar a
cidade de Corinto pensando que, ao fazê-lo, conseguiria escapar de seu destino trágico. No entanto,
pelo contrário, o fato de ele ter deixado Corinto foi apenas o primeiro grande passo para que a
profecia se cumprisse. Isso nos leva a questionar até que ponto somos realmente capazes de mudar
nosso destino ou se estamos fadados a seguir um caminho predeterminado. Explorar essas questões
nos convida a refletir sobre o papel do acaso, das escolhas individuais e das forças externas em
nossas vidas. Viver aquilo que já estamos destinados pode ser um convite à aceitação ou resignação,
e até mesmo à busca por significado em meio às circunstâncias da vida.
REFERÊNCIAS
ESCOLA, Brasil. "Complexo de Édipo"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescolauol.com.br/psicologia/complexo-edipo.htm. Acesso em 12 de março de 2024
://www.turismogrecia.info › s...Sófocles - Dramaturgo Grego - Turismo Grécia e Turquia

https://www.google.com/url?q=https://www.turismogrecia.info/guias/grecia-antiga/
sofocles&sa=U&sqi=2&ved=2ahUKEwiyyKTa9O6EAxUoIbkGHcFSAaEQFnoECC4QAQ&usg
=AOvVaw2FrYPeJtgl68H6pMO6SIKR
https://www.historiadomundo.com.br/grega/mito-de-edipo.htm

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