Livro de Testes - Sentidos-83-84

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 2

04.

CENÁRIOS DE RESPOSTA

porque para tudo na vida há solução, exceto para a SOLUÇÕES DOS TESTES DE AVALIAÇÃO
morte. Ora, estas ideias surgem no poema de Carlos
de Oliveira, quando se afirma que, mesmo que haja TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 1 (pp. 32-35)
momentos maus na vida, nunca se pode perder a es-
perança enquanto vivemos (“nunca se perca a espe- 1. Esta cantiga versa sobre o sofrimento amoroso – coi-
rança / enquanto a morte não vem” (vv. 11-12). ta de amor: “... ei no meu coraçom / coita d’amor...”
8. No poema de Carlos de Oliveira, é notório o apelo (vv. 3-4).
constante para que não se perca a esperança; é uma 2.1. É evidente, ao longo de toda a cantiga, que o sujeito
espécie de grito para que ninguém se deixe derrubar lírico não tem noção do que se passa consigo nem
pela falta de sorte, até porque esta depende da atitu- consegue descrevê-lo. Sente-se entre a vida e a morte
de que cada um tem perante a vida. Ora, nas estâncias – “Ora nom moiro, nem vivo...” (v. 1) –, completamente
de Os Lusíadas, percebe-se o entusiasmo que se apos-
desconcertado – “… nem sei / como me vai, nem rem
sou dos marinheiros que partiam, ledos e corajosos,
de mi...” (vv. 1-2) –, sem saber o que fazer – “Nom sei
com a esperança de obter melhores condições para
eles e para o país. Como se sabe, foi graças a essa que faço, nem ei de fazer,” (v. 7) – não conseguindo
garra, determinação e à esperança que levavam que a vislumbrar o que será o seu futuro – “Nom sei que é
viagem se concretizou e foi bem sucedida. de mim, nem que sera,” (v. 15). O único facto de que
ele tem a certeza é de estar a sofrer de tal forma por
PARTE C
amor que sente estar a enlouquecer – “se nom / atan-
9. O excerto, extraído do Auto da Índia, de Gil Vicente, to que ei no meu coraçom / coita d’amor… / tam gran-
evidencia a denúncia que o autor sistematicamente
de que me faz perder o sém” (vv. 2-5).
faz de situações sociais características da sua época.
Essa crítica social é veiculada pelas personagens se- 3. Como se depreende do último verso do refrão, a “se-
lecionadas. Por isso, a Ama, que aqui se mostra alegre nhor” não tem conhecimento do estado de sofrimento
com o regresso do Marido, aproveita a sua ausência em que o sujeito lírico se encontra, situação que pa-
para viver uma vida de libertinagem, reafirmando, rece constituir-se como o ponto fulcral da sua coita
agora, a sua devoção permanente e o seu desinteres-
amorosa: estar apaixonado e o alvo do seu amor não
se pelo dinheiro. Mas, logo após, pergunta-lhe se vem
“muito rico”, ao que este responde que “Se não fora o ter sequer consciência disso, pelo que, desta feita, não
capitão”, ele traria o seu “quinhão”. poderá aspirar a uma correspondência amorosa.
No fundo, o que fez mover o Marido foi fundamentalmen- 4. É possível identificar, na cantiga, a voz de um narrador
te o interesse material, aliás, muito semelhante àquele
– “Dizia la fremosinha” (v. 1) – bem como a personagem
que fez os marinheiros portugueses partirem para a Ín-
dia e que vai ser denunciado pelo Velho do Restelo. principal da ação que está ser narrada e descrita e que
(120 palavras) mais não é do que o lamento de uma donzela apaixona-
GRUPO II da e que sofre devido à ausência do amigo. Verifica-se,
ainda, que o narrador coloca a personagem a falar na
1. (A)
primeira pessoa através do discurso direto – “ai, Deus,
2. (A) 5; (B) 3; (C) 2; (D) 4; (E) 1
val! / Com’estou d’amor ferida!” (vv. 2-3).
3. a) fizessem; b) propuseram; c) ter-se-ia divertido;
5. Ambas as cantigas versam sobre o sofrimento causa-
d) tivesse percebido.
do pelo amor. Na primeira, assistimos à confissão do
4. O realizador participar-mas-ia com toda a celeridade. estado de insanidade e de angústia que o sujeito lírico
5. (C) experimenta por estar apaixonado e a sua amada não
6. “que vivem em Malaca”. ter conhecimento disso; na segunda, a de amigo, somos
GRUPO III confrontados com a mágoa e o desespero de uma don-
Para além de outros aspetos, sugerem-se os tópicos se- zela apaixonada que lamenta a ausência do amado.
guintes:
GRUPO II
– definição de adultério/o que se entende por adultério;
– perceção e reação social ao adultério; 1.1. (C); 1.2. (C); 1.3. (D); 1.4. (C); 1.5. (B); 1.6. (A): 1.7. (B)
– fatores evocados para essa atitude; 2.1. Espetadores, cartaz, público, filme, comédia.
– aceitação/inaceitação social dependente do género se-
2.2. Complemento oblíquo.
xual de quem o pratica;
– atitudes/condutas/estratégias dissuasoras desse com- 3. À letra, capital significa a cabeça (a parte principal)
portamento. de um país.

E D I TÁVE L
82 FOTOCOPIÁVEL SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA
04. CENÁRIOS DE RESPOSTA

GRUPO III 2.2. Sujeito.


A resposta do aluno deverá contemplar, entre outros, os 2.3. Meteorito, meteoro…
seguintes aspetos:
GRUPO III
Cantigas de Cantigas de Em 2014, cerca de dois terços da eletricidade consumi-
amor amigo da em Portugal foram de origem renovável, sendo que a
Origem • provençal • autóctone maior parcela se ficou a dever à energia produzida pelas
barragens, seguindo-se a obtida através dos parques eóli-
Sujeito de • trovador • donzela cos. Estes resultados revelam, assim, que o consumo des-
enunciação te tipo de energia foi o mais elevado desde 1999.
Objeto • a dona • o amigo Ainda assim, continua a verificar-se alguma dependência
(a “senhor”) do país em relação às energias não renováveis, já que a
terceira fonte elétrica mais utilizada foi o carvão.
Características • ser divinizado, • ser
da figura quase terrestre, de De qualquer forma, o objetivo do governo é que, em 2020,
feminina inatingível, cariz essencial- 60% da eletricidade consumida seja de origem renovável,
da aristocracia mente popular situação para a qual poderão contribuir as energias eóli-
cas, ainda que o Estado não garanta tarifas especiais para
Características • vassalo • apaixonado
este tipo de eletricidade. (120 palavras)
da figura • submisso • ausente
masculina • sofredor • mentiroso
TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 3 (pp. 40-44)
Ambiente • palaciano • doméstico
• cortês • familiar 1. O primeiro parágrafo serve de introdução, uma vez
• rural que nele se referem, de forma sumária, os aspetos
• marítimo que vão ser desenvolvidos ao longo do capítulo e que
dizem respeito à atitude assumida pelo povo e pelo
Mestre para fazer face ao cerco a que foram sujeitos.
TESTE DE AVALIAÇÃO N.O 2 (pp. 36-39) 2. Quando souberam das intenções do rei de Castela,
alguns deixaram a cidade. Os que se mantiveram e
1. Esta cantiga é dirigida a uma mulher feia, o que por ex-
aqueles que para aí se deslocaram preocuparam-se,
tensão se revela como uma sátira à forma exagerada
primeiramente, em recolher o maior número de man-
como a mulher surgia retratada nas cantigas de amor.
timentos possível; depois centraram a sua atenção
2. No final da cantiga, o sujeito lírico pede à “senhor” que na proteção da cidade, fortificando os muros e a sua
dedique o seu amor àqueles que se queixam de não
guarda.
ser correspondidos e que não o ame mais a ele.
3. É evidente a união de todos na defesa da cidade, uma
3. Ao contrário das cantigas de amor, que nos apresen-
vez que, quando o sino da Sé repicava – sinal de perigo
tam um sujeito lírico, na grande maioria das vezes, a
iminente –, não só respondiam à chamada os que es-
padecer de coita de amor por não ser correspondido,
tavam designados para defesa de determinados locais,
nesta cantiga de escárnio, somos confrontados com
um sujeito lírico que não só não está apaixonado como “mas ainda as outras gentes da cidade” que, abando-
é ele que não corresponde ao amor da dama. Esta, por nando os seus ofícios, acorriam prontamente, munidas
seu turno, que nas cantigas de amor é sempre des- de armas, para combater os inimigos.
crita de forma sobrevalorizada, através do enalteci- 4. A donzela sente-se pesarosa e com vontade de se vin-
mento as suas qualidades, aparece retratada nesta gar do seu amigo, se for verdade aquilo que ouviu di-
cantiga de escárnio como estando nos seus antípodas, zer, que ele ama outra mulher e que, por isso, ela está
já que é estúpida, feia e má. a ser vítima de traição.
4. O sujeito lírico compara-se com os provençais para 5. O uso do futuro do indicativo justifica-se pelo facto de
demonstrar que o seu amor é mais sentido e causa no refrão o sujeito lírico manifestar a sua intenção fu-
mais sofrimento do que o deles, já que, ao contrário tura – esforçar-se por esquecer o amigo – e antecipar
do que acontece na Provença onde os trovadores só já as consequências que isso lhe trará: a dor incompa-
compõem na primavera e, por isso, só nessa estação é rável que irá sentir.
que sofrem, ele sente constantemente a dor inerente
ao facto de estar apaixonado. GRUPO II

5. A perífrase presente no verso serve para destacar 1.1. (B); 1.2. (C); 1.3. (A); 1.4. (D); 1.5. (A); 1.6. (B); 1.7. (D)
uma das marcas mais evidentes e próprias da prima- 2.1. O campo foi todo plantado com morangos.
vera: ser a época das flores. 2.2. Homicídio de irmão.
GRUPO II 2.3. Composto morfológico.
1.1. (C); 1.2. (D); 1.3. (C); 1.4. (C); 1.5. (D); 1.6. (A); 1.7. (A) GRUPO III
2.1. Hiperonímia / hiponímia. Resposta pessoal.
E D I TÁVE L
SENTIDOS 10 • Livro de Testes • ASA FOTOCOPIÁVEL 83

Você também pode gostar