LEAL, Catarina Pereira. O Investimento Das Empresas Portuguesas No Brasil

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Universidade de Aveiro Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e

2005 Políticas

Ana Catarina Pereira O Investimento das Empresas Portuguesas no Brasil


Mendes Leal – Uma Experiência de Diplomacia Económica?

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Universidade de Aveiro Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e
2005 Políticas

Ana Catarina Pereira O Investimento das Empresas Portuguesas no Brasil


Mendes Leal – Uma Experiência de Diplomacia Económica?

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos


requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Gestão Pública,
realizada sob a orientação científica do Prof. Doutor José Manuel Moreira,
Professor Associado com Agregação da Secção Autónoma de Ciências
Sociais, Jurídicas e Políticas da Universidade de Aveiro e do Dr. José Manuel

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Félix Ribeiro, Subdirector Geral do Departamento de Planeamento e
Prospectiva, do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do
Desenvolvimento Regional.
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o júri
presidente Prof. Dr. Artur da Rosa Pires
Professor Catedrático da Universidade de Aveiro

Prof. Dr. Joaquim Ramos Silva

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Professor Associado com Agregação do Instituto Superior de Economia e Gestão

Prof. Dr. José Manuel Moreira


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Professor Associado com Agregação da Secção Autónoma de Ciências Sociais, Jurídicas e
Políticas da Universidade de Aveiro
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Dr. José Manuel Félix Ribeiro


Subdirector Geral do Departamento de Prospectiva e Planeamento, do Ministério do Ambiente, do
Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional
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agradecimentos Esta Dissertação que foi elaborada tendo em vista a obtenção do grau de
Mestre em Gestão Pública é também fruto do meu interesse pela temática da
diplomacia económica.
Quero começar por agradecer aos meus dois orientadores. Ao Prof. José
Manuel Moreira pela forma incentivadora, determinada e crítica de que
beneficiou o meu trabalho. Ao Dr. José Félix Ribeiro a motivação que me
soube transmitir, as críticas e sugestões que fez e que tanto me ensinaram e,

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sobretudo, o empenho e interesse que desde a primeira hora colocou nesta
orientação.
Agradeço também às várias personalidades que, no quadro da presente
investigação, estiveram envolvidas nas várias entrevistas, nomeadamente:
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Dr. André Magrinho, Eng.º A. Sousa Gomes, Prof. M. Athayde Marques, Prof.
Augusto Mateus, Eng.º Francisco de la Fuente Sánchez, Embaixador
Francisco T. Knopfli, Dr. Francisco Murteira Nabo, Dr. Jacinto Rego de
Almeida, Dr. Joaquim Pina Moura, Eng.º Jorge Rocha de Matos e Dr. Victor P.
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Saltão.
Saliento ainda a colaboração prestada por todos aqueles que, de modo directo
ou indirecto, forneceram informações indispensáveis à elaboração desta
Dissertação, destacando o Prof. Joaquim Ramos Silva e o Dr. Carlos Nunes.
Finalmente, quero agradecer aos meus pais o apoio, a motivação e a
compreensão pelas imensas horas dedicadas à elaboração deste trabalho.
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palavras-chave Diplomacia económica, investimento directo português no Brasil, Nova Política
para a Internacionalização, sectores infra-estruturais, Estado, globalização.

resumo O presente trabalho propõe-se abordar a Diplomacia Económica e tentar


compreender o seu lugar na promoção do investimento português no Brasil

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entre 1997-2001.
A Dissertação é composta por cinco capítulos, contendo uma vasta bibliografia
comentada.
Começa-se por enquadrar historicamente o desenvolvimento da diplomacia
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económica e a evolução da lógica da intervenção económica externa do
Estado e o seu papel. Seguidamente, analisa-se a importância da Nova
Política para a Internacionalização e a sua articulação com o investimento
português no Brasil. Neste processo de internacionalização, participaram
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empresas dos sectores infra-estruturais com participações do Estado: PT,


EDP, CIMPOR e BRISA (apesar de esta quando iniciou a sua
internacionalização para o Brasil já se encontrar totalmente privatizada).
Com o objectivo de se obter uma primeira estimativa do que terá ocorrido em
termos de papel do Estado, é apresentada uma aproximação da actuação do
Governo no sentido de abrir espaço para as empresas portuguesas no
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processo de privatizações no Brasil. Com esse objectivo, procedeu-se a um


conjunto de entrevistas acompanhadas de um questionário, com a finalidade
de recolher informações que reflectissem as várias perspectivas dos actores
que estiveram mais envolvidos no processo, nomeadamente: a governamental,
a diplomática e a empresarial. Analisa-se, ainda, a formação de “núcleos
duros” de controlo das empresas envolvidas na expansão para o Brasil e o
estabelecimento de alianças ibéricas para actuarem em conjunto no país
irmão. No último capítulo, estuda-se a questão da sustentabilidade futura do
investimento das empresas nacionais no Brasil, avaliando-se a intervenção do
Estado português – enquanto diplomacia económica - nesta acção de
investimento; e analisa-se a própria sustentabilidade futura deste processo
através de um SWOT.
Na conclusão são expostas as ilações da investigação realizada, salientando a
importância da diplomacia económica, como um dos eixos de actuação dos
Estados, no novo contexto internacional.
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keywords Economic Diplomacy, portuguese foreign direct investment in Brazil, New
Policy for Internationalisation, infrastructural sectors, State, globalization.

abstract The objective of this Dissertation is to understand the role of Economic


Diplomacy in propelling Portuguese investment in Brazil, between 1997 and

W
2001.
The Dissertation is divided into five chapters with an immense bibliography
commented.
It begins by presenting the historical framework from which economic
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diplomacy emerged, and the means by which the State’s external economic
logic and its role evolved. Then, it analyses the importance of the New Policy
for Internationalisation and its relation to Portuguese investment in Brazil. The
enterprises of the infrastructural sectors with State participation were present in
EV

this internationalisation process, namely PT, EDP, CIMPOR and BRISA


(although the last one begun its internationalisation when it was already totally
privatised).
In order to obtain a first glimpse at the role of the State in assisting Portuguese
enterprises to gain access to Brazil’s privatisation process, we outline the
results of interviews followed with an inquiry with several personalities, who
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were intricately involved in the process in order to understand the distinct


viewpoint of the three different sectors involved: the government, management
and diplomats. After that, we analyse the establishment of “hard core units” to
control enterprises involved in expanding to Brazil and the formation of Iberian
Alliances to act in unison in Brazil.
The last chapter studies the question of the sustainability of the investment of
Portuguese enterprises in Brazil. Firstly, we evaluate the Portuguese State’s
intervention – through economic diplomacy – in this particular investment
initiative. We also conduct a SWOT analysis.
The conclusions state the importance of economic diplomacy, as one of
governments’ most effective tools in the new international context.
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MESTRADO EM GESTÃO PÚBLICA
UNIVERSIDADE DE AVEIRO

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 1

CAP. I: A DIPLOMACIA ECONÓMICA E A INTERNACIONALIZAÇÃO DA


ECONOMIA 3

1.1 Breve Enquadramento Histórico da Diplomacia Económica 4


1.2 A Evolução dos Meios e das Motivações da Diplomacia Económica:
da Promoção das Exportações à Captação de Fluxos de
Investimento 13
1.3 A Reorientação do Apoio do Estado às Empresas 16
1.4 A Diplomacia Microeconómica e a Diplomacia Macroeconómica 21

W
1.5 A Evolução da Lógica da Intervenção Económica Externa e Papel do
Estado: Criação de Redes, Atmosfera Competitiva e Externalidades
Positivas 22
1.6 Globalização, Centros de Decisão e Diplomacia Económica 26
IE
1.7 A Diplomacia Económica e a Importância Crescente na Promoção
do Investimento Internacional 28
1.8 Conclusões 31
EV

CAP. II: O CONTEXTO DO INVESTIMENTO DAS EMPRESAS


PORTUGUESAS NO BRASIL – UMA COMPONENTE CHAVE DA
INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA PORTUGUESA NOS ANOS 90 33
PR

2.1 A Política Pública de Apoio à Internacionalização da Economia


Empresarial Portuguesa (1997) 34
2.1.1 Novas Tendências Económicas Internacionais 34
2.1.2 Diferentes Formas de Internacionalização 36
2.1.3 Caracterização da Política Pública Nova Política de
Internacionalização 37
2.2 O Investimento Directo de Portugal no Exterior 41
2.2.1 O Investimento Directo de Portugal no Exterior por Países de
Destino 43
2.3 O Processo de Privatizações no Brasil – Uma Oportunidade Chave
Explorada por Grandes Empresas Portuguesas 49
2.3.1 Anos 90: Uma Década Crucial 49
2.3.2 Privatizações 51
2.4 O Investimento Português no Brasil – Uma Breve Descrição por
Tipos de Empresa 56
2.4.1 A Dimensão das Empresas que se Lançaram na Internacionalização
para o Brasil a Partir da Segunda Metade da Década de 90 56

O Investimento das Empresas Portuguesas no Brasil – Uma Experiência de Diplomacia Económica?


MESTRADO EM GESTÃO PÚBLICA
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2.4.2 Distribuição do Investimento Directo de Portugal no Brasil por Tipo


de Operação 58
2.4.3 Distribuição das Empresas Portuguesas no Brasil por Sectores de
Actividade 59
2.5 Conclusões 63

CAP. III: O INVESTIMENTO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS NO


BRASIL – O PAPEL CENTRAL DAS EMPRESAS DOS SECTORES INFRA-
ESTRUTURAIS: PT, EDP, CIMPOR E BRISA
65
3.1 Década de 90 - Uma Modificação do Enquadramento dos Sectores
Infra-Estruturais – Telecomunicações e Electricidade 66
3.2 A Portugal Telecom (PT) 68
3.2.1 Enquadramento e Breve Descrição da Empresa 68

W
3.2.2 O Contexto de Internacionalização da PT 72
3.2.3 Internacionalização no Brasil 73
3.3 A EDP - Energias de Portugal 78
3.3.1 Enquadramento e Breve Descrição da Empresa 78
IE
3.3.2 O Contexto de Internacionalização da EDP 85
3.3.3 Internacionalização no Brasil 86
3.4 A CIMPOR - Cimentos de Portugal 93
EV

3.4.1 Enquadramento e Breve Descrição da Empresa 93


3.4.2 O Contexto de Internacionalização da CIMPOR 98
3.4.3 Internacionalização no Brasil 101
3.5 A Brisa – Auto-estradas de Portugal 102
3.5.1 Enquadramento e Breve Descrição da Empresa 102
PR

3.5.2 O Contexto de Internacionalização da BRISA 110


3.5.3 Internacionalização no Brasil 113
3.6 Conclusões 116

CAP. IV: A ACTUAÇÃO DO ESTADO NO PROCESSO DE INVESTIMENTO


NO BRASIL – UMA PRIMEIRA APROXIMAÇÃO 121

4.1 A Actuação a Nível do Governo no Sentido de Abrir Espaço para as


Empresas Portuguesas no Processo de Privatizações do Brasil 121
4.2 A Formação de “Núcleos Duros” de Controlo das Empresas
Envolvidas na Expansão para o Brasil 129
4.3 A Escolha de Alianças Ibéricas para Algumas das Grandes
Empresas Portuguesas se Lançarem no Brasil 133
4.3.1 Enquadramento do Estabelecimento de Alianças Ibéricas 133
4.3.2 A Aliança Portugal Telecom-Telefónica 136
4.3.3 A Aliança EDP-Iberdrola 141
4.4 Conclusões 144

O Investimento das Empresas Portuguesas no Brasil – Uma Experiência de Diplomacia Económica?


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CAP. V: O INVESTIMENTO DAS EMPRESAS PORTUGUESAS NO BRASIL


– UMA APOSTA SUSTENTÁVEL? 147

5.1 Avaliação da Intervenção do Estado – Enquanto Diplomacia


Económica – Papel no Desencadeamento da Vaga do Investimento
Português no Brasil 147
5.1.1 Contextualização e Enquadramento da Diplomacia Económica em
Portugal 147
5.1.2 Avaliação da Intervenção do Estado – Enquanto Diplomacia
Económica – Papel no Desencadeamento da Vaga do Investimento
Português no Brasil 151
5.2 A Sustentabilidade Futura do Processo de Internacionalização das
Grandes Empresas Portuguesas para o Brasil – Uma Questão em
Aberto 160

W
5.3 Conclusões 168

CONCLUSÃO 169
IE
BIBLIOGRAFIA 179

ANEXO I Resolução do Conselho de Ministros n.º 61/97


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O Investimento das Empresas Portuguesas no Brasil – Uma Experiência de Diplomacia Económica?


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LISTA DE ABREVIATURAS

Abreviaturas Significado

ACP Países de África, Caraíbas, Pacífico

AFTA Zona de Comércio Livre da ASEAN

AID Agência Internacional de Desenvolvimento

ALCA Área de Livre Comércio das Américas

ANACOM Autoridade Nacional de Comunicações

ANEEL Agência Nacional de Energia Eléctrica

APEC Fórum de Cooperação Económica da Ásia e do Pacífico

W
ASEAN Associação de Nações do Sudeste Asiático

ASMAE Administradora de Serviços do Mercado Atacadista de Energia


IE
Eléctrica

BIRD Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento

BM Banco Mundial
EV

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social

CAD Comité de Ajuda ao Desenvolvimento

CEE Comunidade Económica Europeia


PR

CNUCED Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o


Desenvolvimento

CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

DGREI Direcção-Geral das Relações Económicas Internacionais

EFTA Associação Europeia de Livre Comércio

ERSE Entidade Reguladora do Sector Eléctrico

FBCF Formação Bruta do Capital Fixo

FIEP Fundo para a Internacionalização das Empresas Portuguesas

FMI Fundo Monetário Internacional

GATT Acordo Geral de Tarifas e Comércio

IAPMEI Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas

ICEP Instituto do Comércio Externo de Portugal

ICP Instituto das Comunicações de Portugal

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IDE Investimento Directo Estrangeiro

IDPB Investimento Directo Português no Brasil

IDPE Investimento Directo Português no Estrangeiro

MAE Mercado Atacadista de Electricidade

MERCOSUL Mercado Comum do Cone do Sul

MIBEL Mercado Ibérico de Electricidade

MIE Mercado Interno de Electricidade

MNE Ministério dos Negócios Estrangeiros

NAFTA Acordo de Comércio Livre da América do Norte

NPI Nova Política para a Internacionalização

W
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico

OECE Organização Europeia de Cooperação Económica

OMC Organização Mundial do Comércio


IE
OPA Oferta Pública de Aquisição

PAIEP Programa de Apoio à Internacionalização das Empresas


EV

Portuguesas

PECO Países da Europa Central e Oriental

PEDIP Programa Específico de Desenvolvimento da Indústria


Portuguesa
PR

PIB Produto Interno Bruto

PME’s Pequenas e Médias Empresas

PND Programa Nacional de Desestatização

PRN Plano Rodoviário Nacional

PT Portugal Telecom

SME Sistema Monetário Europeu

SPG Sistema de Preferências Generalizadas

TIC Tecnologias de Informação e Comunicação

UE União Europeia

UEM União Económica e Monetária

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LISTA DE FIGURAS

Pág.

Figura 2.1 O IDE de Portugal no Exterior entre 1985-1999 41

Figura 2.2 IDPE em % do PIB e da FBCF 42

Figura 2.3 IDPE no Contexto Internacional 43

Figura 2.4 Evolução do Investimento Português no Brasil – 1995/ 1º


Semestre de 2001 47

Figura 2.5 Os Maiores Investidores no Brasil entre 1996/ 1º Semestre de


2001 47

W
Figura 2.6 Distribuição Sectorial das Principais Empresas com Capital
Português no Brasil 60

Figura 2.7 Principais Sectores e Empresas Portuguesas no Brasil 61


IE
Figura 3.1 Restruturação do Universo Empresarial do Grupo PT 71

Figura 3.2 Organização do Grupo PT no Brasil (2001) 78


EV

Figura 3.3 Organização do Grupo EDP em 2001 83

Figura 3.4 Estrutura Organizativa da CIMPOR Holding em 2001 96

Figura 3.5 Brisa – Universo de Interesses 107


PR

Figura 4.1 Sector Financeiro Português e Brasileiro e os Sectores Infra-


estruturais – Relações Accionistas em 2001 132

Figura 4.2 Join-Venture VIVO: Participações PT-Telefónica 139

Figura 5.1 Análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) 161

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LISTA DE TABELAS

Pág.

Tabela 1.1 Fases da Diplomacia Económica Moderna 11

Tabela 2.2 Investimento Directo de Portugal no Exterior 42

Tabela 2.3 IDPE no Contexto Internacional 43

Tabela 2.4 Investimento Directo de Portugal no Exterior 45

Tabela 2.5 Investimento Directo Estrangeiro e Privatizações no Brasil 46

Tabela 2.6 Investimento Directo de Portugal no Brasil 48

Tabela 2.7 Resultados das Privatizações 1990-2002 54

Tabela 2.8 As Empresas Portuguesas Internacionalizadas no Brasil no

W
Contexto das 1000 Maiores Empresas do Expresso 2001
57

Tabela 2.9 Principais Sectores e Principais Tipos de Operações do IDPB entre


1996-1999 59
IE
Tabela 3.1 Grupo PT − Investimentos Totais e na TCP no Período 1998-2001 76

Tabela 3.2 EDP − Repartição Geográfica dos Investimentos Externos (%) 85


EV

Tabela 3.3 EDP − Interesses no Brasil na Esfera da “Distribuição” (Finais de


2001) 90

Tabela 3.4 CIMPOR − Evolução de Indicadores de Enquadramento 97

Tabela 3.5 Rede de Auto-estradas em Exploração em 2001 109


PR

Tabela 3.6 Brisa – Investimento Externo 113

Tabela 3.7 CCR − Empresas Integradas e seus Indicadores Básicos 115

Tabela 4.1 Questionário: Apuramento da Opinião de Actores Envolvidos no


Processo de Internacionalização de Empresas Portuguesas no
Brasil sobre a Actuação a Nível do Governo no Sentido de Abrir
Espaço para as Empresas Nacionais no Processo de Privatizações
no Brasil 127

Tabela 5.1 Questionários SWOT: Apuramento da Opinião de Actores


Envolvidos no Processo de Internacionalização de Empresas
Portuguesas no Brasil sobre a Sustentabilidade Futura do Processo
de Internacionalização das Grandes Empresas Nacionais para o
Brasil – Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças 162

O Investimento das Empresas Portuguesas no Brasil – Uma Experiência de Diplomacia Económica?


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INTRODUÇÃO

Actualmente assiste-se à emergência de uma nova ordem económica internacional. A


globalização acelera-se e aprofunda-se, abrangendo um leque variado de aspectos de
natureza económica, política, social e cultural. Um dos seus pilares fundamentais é a
internacionalização, especialmente na perspectiva da deslocalização do investimento e
das actividades produtivas.

Face a este novo contexto, caracterizado por profundas mutações e transformações,


os Estados têm de incentivar uma economia mais competitiva e sociedades mais
coesas. É fundamental não só promover o aprofundamento da competitividade da
economia e das empresas, como também é necessário incentivar a
internacionalização.

W
Nesta conjuntura, os Estados devem delinear formas de apoiar os tecidos económicos
na adaptação ao actual período internacional de globalização, e impulsionar o
desenvolvimento de um novo modelo económico capaz de responder e de se adaptar a
IE
esta nova realidade.

Um dos instrumentos possíveis ao seu alcance é o apoio à internacionalização


EV

económica. Nesse sentido, o papel da diplomacia económica adaptada e vocacionada


para os desafios actuais é, sem dúvida, um dos eixos de acção fundamentais que os
Estados podem e devem utilizar.

O objectivo da presente Dissertação de Mestrado sobre O Investimento das Empresas


PR

Portuguesas no Brasil – Uma Experiência de Diplomacia Económica? é o de lançar


algumas pistas de reflexão sobre o desenvolvimento da diplomacia económica e
demonstrar o seu papel na promoção da internacionalização empresarial (nacional) no
Brasil, entre 1997-2001, tentando analisar e encontrar os seus pontos fortes e/ou
fracos, e procurando fazer uma primeira avaliação, ainda que provisória, dos factores
que poderão determinar a sustentabilidade futura do processo empresarial apoiada
pela referida intervenção do Estado.

A Dissertação está estruturada em cinco capítulos.

Começa-se por enquadrar historicamente a evolução da diplomacia económica,


chamando a atenção para a passagem de uma acção vocacionada para a promoção
das exportações, para uma prática de captação de fluxos de investimento. Nesta parte
é ainda referida a evolução da lógica da intervenção económica externa do Estado e o
seu papel.

Seguidamente, identifica-se e caracteriza-se a política pública Nova Política para a


Internacionalização, enquadrando-a nos seus vários contextos e explicitando a sua
articulação com o investimento português no Brasil.

O Investimento das Empresas Portuguesas no Brasil – Uma Experiência de Diplomacia Económica? 1


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Neste processo de internacionalização, participaram, com grande destaque, empresas


dos sectores infra-estruturais com participações do Estado: PT, EDP, CIMPOR e BRISA
(apesar desta última quando iniciou a sua internacionalização para o Brasil já se
encontrar totalmente privatizada). Coube às três primeiras o desencadeamento e
liderança deste processo. Daí que esta Dissertação apenas trate destas empresas e
não de outras, deixando em aberto a questão em relação ao que poderia ter ocorrido
se a escolha governamental tivesse recaído sobre outras empresas (por exemplo,
empresas do sector privado).

Para se conseguir obter uma primeira estimativa do que realmente terá ocorrido em
termos de actuação do Estado é apresentada uma primeira aproximação do papel do
Governo no sentido de abrir espaço para as empresas portuguesas no processo de
privatizações no Brasil. Para tal, procedeu-se a um conjunto de entrevistas
acompanhadas de um questionário, com a finalidade de recolher informações que
reflectem as várias perspectivas de alguns actores que estiveram envolvidos no
processo, designadamente: governamental, diplomática e empresarial. Nesta parte

W
analisa-se, ainda, a formação de “núcleos duros” de controlo das empresas envolvidas
na expansão para o Brasil e o estabelecimento de alianças ibéricas para actuarem em
conjunto no país irmão, em particular, e na América Latina, em geral.
IE
No último capítulo, analisa-se a questão da sustentabilidade futura do investimento
das empresas nacionais no Brasil. Assim, é feita uma avaliação da intervenção do
EV

Estado português – enquanto diplomacia económica - nesta acção de investimento


internacional no Brasil; e seguidamente, é analisada a sustentabilidade futura deste
processo recorrendo a um SWOT.

Na conclusão são retiradas as ilações da investigação realizada, tendo em conta o


PR

contexto da globalização, a evolução e o papel da diplomacia económica e da acção do


Estado em relação à internacionalização da economia portuguesa no Brasil, entre
1997-2001.

O Investimento das Empresas Portuguesas no Brasil – Uma Experiência de Diplomacia Económica? 2


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CAPÍTULO I: A DIPLOMACIA ECONÓMICA E A INTERNACIONALIZAÇÃO DA


ECONOMIA

Neste capítulo apresenta-se uma análise da evolução da diplomacia económica e do


papel dos Estados no apoio às empresas na sua internacionalização.

Em termos históricos, a diplomacia económica restringia-se a ser, fundamentalmente,


uma diplomacia comercial. A protecção das actividades mercantis era a principal tarefa
dos diplomatas.

Uma das missões mais antigas da diplomacia económica é apoiar as empresas que
querem entrar nos mercados estrangeiros. Actualmente, poder-se-á afirmar que tal
actividade parece já não fazer muito sentido devido à própria evolução das relações
económicas internacionais. Será verdade?

W
Não! Apesar do ambiente económico ter sofrido profundas alterações, foram os
objectivos e os métodos que se modificaram e que se adaptaram. Países como os
EUA, a Alemanha, a França e o Reino Unido continuam a consagrar uma parte
IE
importante dos seus meios à diplomacia económica.

Carrière1 faz uma distinção entre a diplomacia microeconómica e a diplomacia


macroeconómica, concluindo que, estas duas diplomacias, são duas faces da mesma
EV

moeda.

Desde os anos 90 que se verificou uma convergência entre o sector público e o


privado em relação à sua actuação no exterior. Existem várias formas de intervenção
do Estado – directas ou indirectas – no processo de internacionalização das empresas.
PR

Na economia mundial os Estados têm uma clara dimensão de primazia da dimensão


Estado face aos mercados e às empresas, por maiores que estas sejam. No entanto,
são os empresários e não os políticos, os burocratas ou os diplomatas que realizam o
essencial do negócio internacional. Mas a acção do Estado nas relações económicas
internacionais – bilaterais, de integração ou multilaterais – condiciona os resultados
das empresas.

O Estado desempenha uma importante missão no apoio da internacionalização das


empresas, através da criação de redes, do estabelecimento de uma atmosfera
competitiva e no proporcionar externalidades positivas.

Finalmente, a diplomacia deverá actuar politicamente na área externa, ao mesmo


tempo que deverá tornar-se também num valor acrescentado para os empresários
que querem exportar ou investir no exterior. A diplomacia deve acentuar a sua

1
Cf. Guy Carron de la Carrière, La Diplomatie Economique, Le Diplomate et Le Marché (Paris: Económica,
1998), pp. 150-152.

O Investimento das Empresas Portuguesas no Brasil – Uma Experiência de Diplomacia Económica? 3


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vocação económica e acrescentar às práticas tradicionais uma focagem comercial. É


fundamental racionalizar recursos, criar sinergias e colocar em comum infra-
estruturas, sobretudo, no exterior.

1.1 Breve Enquadramento Histórico da Diplomacia Económica

A diplomacia económica emergiu ao longo da história recente, impôs-se na segunda


metade do século XX, e, no limiar do século XXI depara-se com novas exigências e
com novos desafios.

Ao longo dos séculos a diplomacia serviu a economia de várias formas. No passado, a


diplomacia comercial era a diplomacia que protegia a economia, que servia e se servia
da economia.

W
A diplomacia económica cingia-se a ser uma diplomacia comercial. O comércio de
mercadorias constituía o essencial das relações económicas internacionais. A missão
fundamental dos diplomatas era a protecção das actividades mercantis.
IE
A diplomacia protegia a economia, pois ela “velava pela economia, ao proteger os
que se encontravam no estrangeiro, em terras nem sempre seguras, nem sempre
hospitaleiras, nem sempre civilizadas.”2 A protecção dos nacionais além fronteiras –
EV

que na sua maior parte eram comerciantes – levou a que, desde os séculos XV e XVI,
fosse necessária a sua protecção de pirataria organizada.

A diplomacia servia a economia de inúmeras formas, ao longo dos séculos, ao


negociar as garantias das rotas comerciais, ao abrir mercados, colónias e zonas de
PR

influência, ao elaborar acordos comerciais, ao apoiar a acção das empresas


activamente.

Os diplomatas reforçavam as empresas através de um apoio activo e mesmo activista.


Este apoio funcionou como uma linha natural das suas outras missões.
Progressivamente, percebeu-se que o diplomata já não era suficiente para proteger as
companhias ameaçadas, para negociar as garantias para o exercício das actividades
das empresas. Passou, também, a ser necessário que a diplomacia soubesse apoiar as
empresas e soubesse orientá-las. Consequentemente, a diplomacia teve de organizar
os seus serviços. A aparição de estruturas especializadas foi uma novidade que se
assistiu em todas as diplomacias, apesar das fórmulas variarem de país para país. Tal
facto, demonstra a emergência de uma nova forma de diplomacia e as suas
implicações não devem ser perdidas de vista nas reflexões sobre as transformações
futuras.

2
Guy Carron de la Carrière, op. cit., p. 2.

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