3 - Geologia e Formas de Relevo

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 7

Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves

GEOLOGIA E FORMAS DE RELEVO:

O estudo dos sistemas ambientais é essencial por questões práticas. Temos a partir
desses conhecimentos a obtenção de recursos naturais (água, alimentos, matérias primas e etc.) e
a possibilidade de minimizar riscos e impactos causados pela exploração irracional da natureza.
A diversidade de rochas e formas de relevo terrestre sempre instigou a curiosidade e
engenhosidade humana. A geologia estuda minerais e rochas buscando ampliar as
possibilidades de seu aproveitamento econômico e revelar a formação e a evolução da terra.
A superfície da terra é constituída por minerais com diferentes graus de concentração e
estágios de deformação. Estes são formados por elementos ou compostos naturais que se
combinam e possuem determinadas características: São sólidos, com composição química
específica, cristalizados (com arranjo interno tridimensional) formados por processos
geológicos, que originam rochas com diferentes características e idades.

A princípio, as rochas podem ser classificadas em três grupos:

→ Rochas Ígneas: São formadas pelo resfriamento do magma. Compreendem


aproximadamente 90% da crosta terrestre, embora que sejam encobertas.
 Intrusiva: Quando esse resfriamento ocorre em profundidade; os cristais se desenvolvem
mais, apresentando cristais maiores, devido ao seu resfriamento ocorrer em um processo mais
lento. Ex.: Granito
 Extrusiva ou vulcânica: Ocorre quando o processo de resfria-se acontece na superfície
através de vulcões e fendas na litosfera e, em contato com atmosfera, resfriam-se mais
rapidamente e por isso seus cristais se desenvolvem menos. Ex.: Basalto.

→ Sedimentares: Formada a partir de uma rocha anterior (ígnea, metamórfica ou a própria


sedimentar), chamada de protólito, exposta a ação do vento, da chuva e da temperatura que
passa a sofrer intemperismo (conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos que
provocam a desintegração das rochas) produzindo sedimentos que serão depositados e se
aglomerarão gerando rochas sedimentares.
 Clásticas: Formadas por pelo processo de Litificação ou diagênese (compactação ou
cimentação) em ambiente de baixa pressão e temperatura, tendo menor consistência. Ex.:
Arenito.
 Químicas ou não-clásticas: Formadas por processos químicos e, por isso, são mais
coesas. Ex: Calcário.

→ Metamórficas: Se formam a partir das transformações (metamorfismo) sofridas por


qualquer outra rocha preexistente em estado sólido, quando submetida a novas condições de
pressão e/ou temperatura;

 Ciclo geológico das rochas

PRÉ-UNIVERSITÁRIO COMUNITÁRIO RUBEM ALVES


Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves

Como vimos anteriormente as rochas se modificam com o tempo. O chamado ciclo das rochas
se refere as diversas possibilidades de formação e transformação de um tipo de rocha em outro.
É um processo ininterrupto, como vemos na imagem a seguir:

●Tempo geológico
As diferentes formas de investigação da idade das rochas, da evolução da vida e da própria
Terra é chamada de geocronologia.
Os avanços científicos vem permitindo precisar a idade das rochas por datação radiométrica, ou
seja, é feita a análise a partir da quantidade de energia emitida pelos elementos radioativos.
Conjugando essas informações com o exame de fósseis e de diferentes estruturas geológicas foi
possível afirmar que a terra tem cerca de 4,6 bilhões de anos.
Com base na geocronologia foi possível estabelecer uma sucessão de eventos desde o presente
até a formação da terra, chamada escala de tempo geológico. Essa coluna de tempo geológico
resume alguns dos eventos mais significativos, como uma espécie de linha do tempo, que pode
ser dividida em éons, eras, períodos, épocas e idades.

Escala de tempo geológico

 Estrutura Interna da Terra

Se explicar a parte visível do planeta é difícil, estudar o interior do planeta foi muito mais
complexo. Por não ser possível observar as camadas internas da terra, as hipóteses são
elaboradas a partir de métodos indiretos de investigação. Como por exemplo, a sismologia, que
possibilita caracterizar o interior do planeta ou a utilização de comparações com a composição
dos meteoritos. A partir dessas investigações indiretas foram admitidos pelos geólogos que a
Terra possui diversas camadas internas, com características diferentes.

→ As principais camadas da terra

PRÉ-UNIVERSITÁRIO COMUNITÁRIO RUBEM ALVES


Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves

 Crosta Terrestre ou Litosfera: Camada mais superficial e rígida da terra sobre qual
sobrevivemos, possui uma espessura média de 20 e 70 km e é dividida em:
− Crosta Continental: 25 a 50 Km; formada principalmente por Silício e Alumínio (SIAL); é
menos densa que a crosta oceânica; rochas graníticas;
− Crosta Oceânica: 5 a 10 Km; formada principalmente por Silício e Magnésio (SIMA); é mais
densa que a crosta continental; rochas basálticas;
 Manto: É constituído de magma pastoso devido as altas temperaturas no interior do planeta.
Acredita-se que esse material se movimente em correntes convectivas, fragmentando e
deformando a litosfera. Além disso, é dividido em manto superior (que se subdividem em três
distintas camadas: manto superior, astenosfera e topo do manto) e inferior e representa cerca de
80% do volume total da terra e é rico em óxidos de ferro e magnésio e silicatos.
 Núcleo: Compõe um terço de toda a massa terrestre, mas apenas 1/6 é do seu volume,
encontra-se denso. O núcleo é diferenciado em duas regiões: o núcleo interno e o externo. É
composto por materiais de alta densidade e, apesar das temperaturas superiores a 6.000º, em
estado sólido

Fonte: http://www.estudokids.com.br/camadas-da-terra/

Teoria de Tectônicas de Placas e Deriva Continental

A observação de mapas no século XVI, mesmo contando com muitas imprecisões, levou o
cartógrafo Ortelius a pensar que os continentes estiveram unidos em algum tempo no passado.
A única evidencia que ele tinha era a similaridade de formas das costas litorâneas dos
continentes americano e africano, que parecem se encaixar.
Essas ideias foram retomadas por Alfred Wegener (1912) que propôs uma hipótese
revolucionária: a de que os continentes se deslocavam – denominada de Deriva continental –,

PRÉ-UNIVERSITÁRIO COMUNITÁRIO RUBEM ALVES


Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves

tendo formado há milhões de anos um único continente que com o tempo, fragmentou-se e se
separou chamado de Pangea(ultima união continental).

Fonte:
http://sinapsenerd.blogspot.com.br/p/geografia.html

O estudo do relevo da superfície dos continentes e do fundo dos oceanos associados ao registro
de terremotos e vulcões no planeta levou a definição das bordas das principais placas tectônicas
ou, também denominada como, falhas geológicas. São áreas de intensa instabilidade onde se
constatou a constante presença de vulcões – destaque para o “cinturão de fogo” – e terremotos
que coincidem com a atividade de tectônica de placas.

Fonte:http://ufrr.br/lapa/index.php?option=com_content&view=article&id=%2094

PRÉ-UNIVERSITÁRIO COMUNITÁRIO RUBEM ALVES


Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves

De acordo com a teoria da tectônica de placas, considera-se que a litosfera (formada pela crosta
e pela parte superior no manto) é constituída de uma série de placas que se movem, umas em
relação às outras, sobre uma camada parcialmente fundida da parte superior do manto terrestre,
a astenosfera. Essas placas continentais e oceânicas podem se separar, se chocar ou deslizar ao
longo de outras. Tais interações podem explicar a formação de cadeias de montanhas, abismos
submarinos, falhas geológicas, expansão do assoalho oceânico (ou seja, um novo “piso”) etc.
Vejamos os tipos de movimentos de placas:

 Divergentes: Onde as placas tectônicas afastam-se uma da outra; Ex.: Dorsais meso-
oceânicas;
 Convergentes: Onde as placas tectônicas colidem com a mais densa mergulhando sob a outra;
área de intenso magmatismo; Ex.: Cadeia dos Andes;
Transformante: Onde as placas deslizam lateralmente sem destruição ou geração de crosta;
Ex.: Falha de São Francisco;

Fonte: http://escolakids.uol.com.br/tectonismo.htm

Terremotos: Epicentro e Hipocentro


É comum ouvirmos/lermos declarações de pessoas afirmando que um terremoto ocorreu em
determinado local, por terem sentido o mesmo. Contudo nem sempre isso é verdade pois as
ondas sísmicas podem se propagar a centenas de quilômetros de distância. Por isso é importante
se entender que hipocentro e epicentro são conceitos diferentes.
Temos como Hipocentro o ponto interior da crosta terrestre onde se origina o terremoto e como
Epicentro temos a parte externa da crosta terrestre onde se registra a maior intensidade de um
terremoto que recebe energia do hipocentro, este se dá acima do hipocentro. Como vemos na
figura abaixo:

PRÉ-UNIVERSITÁRIO COMUNITÁRIO RUBEM ALVES


Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves

 Geomorfologia e as Formas de Relevo

A crosta terrestre está continuamente em processo de alteração, sendo formada, deformada,


movida e quebrada por processos físicos, químicos e biológicos. Enquanto o sistema endógeno
está trabalhando para construir as formas, o sistema exógeno está constantemente trabalhando
para desgastá-la. A Geomorfologia estuda as formas do relevo e os processos que explicam sua
origem e dinâmica atual que resultam de forças internas e externas à litosfera e, ao longo do
tempo, modificam o modelado terrestre.

→ Agentes Internos
São forças do interior da Terra que movimentam a crosta terrestre, criando novos relevos ou
modificando sua estrutura fisionomia resultam das pressões e dos movimentos magmáticos do
interior da terra, levando ao movimento das placas tectônicas e a um conjunto de deformações
litosféricas.

1. Tectonismo ou diastrofismo
Corresponde a pressões magmáticas tremendas, capazes de deslocar e deformar a crosta
terrestre. De acordo com o movimento que provocam na litosfera, temos:
● Epirogênese: movimentos verticais (soerguimento ou afundamento) nas placas litosféricas.
Em geral, são muito lentos, ocorrem em áreas geologicamente estáveis, elevando ou rebaixando
grandes áreas continentais. Provocam efeitos indireto na borda dos continentes: regressões e
transgressões marinhas.

PRÉ-UNIVERSITÁRIO COMUNITÁRIO RUBEM ALVES


Pré-Universitário Comunitário Rubem Alves

● Orogênese: deformações que levam à formação de montanhas devido a pressões horizontais


na litosfera. Explica a formação de cordilheiras de montanhas como Andes, Himalaia, Alpes,
etc.

2. O vulcanismo, o terremoto e maremoto – quando os abalos sísmicos ocorrem sob oceano


provando a formação das tsunamis – também são agentes internos por terem suas causas
originadas no interior da crosta e alterarem a as formas da superfície.

→ Agentes externos
As rochas que compõe as formas do relevo são criadas pelas forças do interior da Terra, contudo
são constantemente modificadas em contato com os agentes externos à litosfera. A radiação
solar, as águas, o vento e os organismos são chamados de agentes externos e mudam
continuamente o relevo através de processos de intemperismo, erosão (desgaste) e sedimentação
(acúmulo) dos materiais.

1. Intemperismo
Processo de alteração física (fragmentação) ou química (decomposição) das rochas. O
intemperismo tem relação direta com os organismos, tipos de clima, pelas variações de
temperatura e umidade do ambiente. Depende também do tipo de composição do mineral das
rochas.

2. Erosão e Sedimentação
Ao transportar fragmentos ou materiais intemperizados das rochas, os agentes externos
provocam erosão (desgaste) ou sedimentação (acúmulo). A água é o agente externo mais
significativo.

→ Formas de Relevo Continental:

As formas de relevo resultam da complexa relação entre tipos de rocha e processos endógenos e
exógenos. Dos desnivelamentos observados na superfície da Terra, destacamos:

● Planaltos: Superfície relativamente elevada onde predomina o processo erosivo.


● Planície: Áreas rebaixadas, onde predomina a sedimentação.
● Depressão: Áreas relativamente mais baixas que as regiões circunvizinhas, onde predomina o
processo erosivo.

PRÉ-UNIVERSITÁRIO COMUNITÁRIO RUBEM ALVES

Você também pode gostar