Relatório de Análise Crítica de Evidência

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Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo

Módulo Pré-Clínico 3
Medicina Baseada em Evidências

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA EVIDÊNCIA

Nome dos participantes do grupo: Artur Kronfly da Mata (RA: 202221747), Felipe Barbieri
(RA: 202221743), Felipe Matsuoka (202221741), Marcelo Drummond de Almeida (RA:
202221735), Pedro Rebouças Ferreira de Grandi (RA: 202223552).

1- Contexto
1.1-Pergunta PICO que levou ao estudo analisado: Em pacientes HIV positivos com
tuberculose latente (P), o tratamento com isoniazida e rifapentina semanalmente por 12
semanas (I) é mais eficaz e seguro comparado ao tratamento com isoniazida diária por 9
meses (C) na redução da progressão para tuberculose ativa e na incidência de efeitos
colaterais (O)?
1.2-Título do artigo: “Three Months of Rifapentine and Isoniazid for Latent Tuberculosis
Infection”.
1.3- Referência (autores, revista, ano de publicação):
Link: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1104875
Referência do Estudo: Sterling, T. R., Villarino, M. E., Borisov, A. S., Shang, N., Gordin, F.,
Bliven-Sizemore, E., Hackman, J., Hamilton, C. D., Menzies, D., Kerrigan, A., et al. (2011).
Three months of rifapentine and isoniazid for latent tuberculosis infection. New England
Journal of Medicine, 365(23), 2155-2166.
1.4- Tipo de estudo: Ensaio clínico randomizado.
1.5- Objetivos do estudo: O objetivo do estudo era comparar duas formas de
farmacoterapias para pacientes com tuberculose latente considerando eficácia e o grau de
aderência ao tratamento (treatment-completion rate).

2- Conteúdo
( incluir aqui o checklist de avaliação de qualidade da evidência de acordo com o tipo de
estudo, pelos links: https://www.cebm.ox.ac.uk/resources/ebm-tools/critical-appraisal-tools
ou https://casp-uk.net/casp-tools-checklists/) ou https://amstar.ca/docs/AMSTAR-2.pdf
(No momento da apresentação em sala de aula, não é necessário apresentar o
checklist)
1-) População: Pessoas em risco de desenvolver tuberculose ativa em contato com
indivíduos com tuberculose e teste cutâneo tuberculínico positivo. Porém também se
incluem pessoas HIV-positivo com teste tuberculínico positivo. Além disso, a amostra de
participantes (desde junho de 2001 - fevereiro de 2008) sofreu uma alteração em 2005 com
a inclusão de crianças com 2-11 anos após uma atualização nos dados da farmacocinética
da rifapentina.

2-) Foi feita uma randomização sem restrições de forma que todos os participantes teriam a
mesma chance de entrar no grupo de terapia combinada ou monoterapia com isoniazida. Os
participantes não tinham conhecimento sobre que grupo pertenciam. Porém por se tratar de
uma randomização simples, os investigadores têm a consciência de qual grupo recebe
determinado tratamento

3-) Todos os participantes foram contados nos resultados, inclusive aqueles que não
terminaram o tratamento.

4-)
5-)

Pela tabela disponibilizada pelo artigo, é possível observar que os dois grupos são muito
similares mesmo que tendo uma pequena diferença em tamanho.

6-) Neste artigo o autor explica na DISCUSSÃO que talvez a maior aderência do grupo de
terapia combinada seja explicada pelo fato de esse grupo ter tido um maior monitoramento
(direct observation). Ele explica que em cenários reais os resultados poderiam ser
diferentes.
7-) Todas as 9 considerações são relatadas no artigo. Um exemplo é o cálculo de poder de
80% caso fossem analisados 4000 (ou próximo desse número) pacientes por grupo. Além
disso, o estudo reconhece as perdas de segmentos de cada grupo e os possíveis pontos da
pesquisa que poderiam ter sido afetadas por algum viés.

8-) O artigo reporta sobre o intervalo de confiança para haver maior precisão nos resultados
sobre o tratamento dos pacientes em ambos os grupos: 0,19% de desenvolvimento de
tuberculose ativa no grupo de terapia combinada e 0,43% no grupo de terapia exclusiva de
Isoniazida. O artigo menciona um intervalo de confiança de 95%.
9-) O artigo relata sobre a maior frequencia de eventos adversos do tratamento de 3 meses
com relação ao tratamento de 9 meses. Mesmo assim o efeito do tratamento da doença
ainda se mostra significativamente maior do que os efeitos adversos.

10-) Os resultados da pesquisa não são os melhores para aplicação a nossa PICO, já que
sua amostra abrange muito mais do que apenas pessoas com HIV e Tuberculose latente.
Além disso, não é possível saber como foi o andamento da pesquisa para a população com
HIV positivo especificamente: não sabemos quais foram os participantes com tratamento
incompleto ou que apresentaram efeitos adversos ao tratamento e se algum deles era HIV
positivo.
11-) Esse artigo isoladamente não é suficiente para responder a nossa PICO e portanto não
é possível aplicar seus resultados a nossa população alvo. Apesar disso seus resultados
parecem serem promissores na comparação dos dois tratamentos, o que já demonstra
maior valor do que outros artigos que foram procurados em que não era feita essa
comparação

3- Análise critica:
3.1- Resultados
3.2- Validade interna
3.3- Aplicabilidade e validade externa

CARACTERÌSTICAS CHAVES DO ARTIGO:

1. O artigo foi a melhor evidência possível?


- Sim, o artigo representa uma forte evidência na área de prevenção da tuberculose
latente. Ele é um ensaio clínico randomizado (ECR), que é considerado o padrão-ouro para
a avaliação da eficácia de intervenções médicas. O uso de um estudo multicêntrico com
uma amostra ampla reforça a robustez dos achados. Contudo, como nossa PICO envolve
pacientes HIV positivos, e o estudo não possui uma população significativa de indivíduos
dentro do nosso grupo de interesse, ainda ficam lacunas para responder a nossa PICO.

2. O tipo de estudo estava adequado à resposta da pergunta?


- Sim, um ensaio clínico randomizado é o tipo de estudo mais adequado para responder à
pergunta sobre a eficácia comparativa de dois regimes de tratamento. Esse tipo de estudo
permite o controle de variáveis confusoras e a avaliação precisa da causalidade entre a
intervenção e os resultados.

3. O artigo agrega uma contribuição recente, clássica ou controversa?


- Contribuição recente.O artigo traz uma contribuição recente para a literatura,
especialmente na introdução de um regime de tratamento mais curto para a tuberculose
latente, que pode melhorar a adesão ao tratamento. Embora não seja necessariamente
controverso, o estudo desafia as práticas estabelecidas ao propor um regime alternativo.

4. A qualidade do estudo é boa?*


- Sim, a qualidade do estudo é alta.O estudo foi bem desenhado, com randomização
adequada, análise por intenção de tratar e um seguimento prolongado de 33 meses. No
entanto, a ausência de um grupo placebo é uma limitação, embora compreensível, dado o
contexto clínico.

5. É um estudo relevante para o tema abordado?


- Sim, extremamente relevante. O estudo aborda um tema crucial na saúde pública global
– a prevenção da tuberculose – e oferece uma alternativa potencialmente mais eficaz e
segura para o tratamento da tuberculose latente, o que pode ter implicações significativas
em programas de controle de TB.

6. Tem aplicabilidade prática ou pode servir como uma boa evidência para aplicação
clínica?
- Sim, o estudo tem alta aplicabilidade prática. A evidência gerada pode ser utilizada para
informar políticas de saúde pública e práticas clínicas, especialmente em contextos onde a
adesão ao tratamento é um desafio. O regime de 3 meses pode ser particularmente útil em
programas de saúde pública que buscam melhorar a conclusão do tratamento.

7. Em quais cenários poderia ser aplicada a evidência?


- Cenários de saúde pública:Especialmente em regiões com baixa adesão ao tratamento
prolongado, como em países de baixa e média renda.
- Programas de controle de TB em populações vulneráveis: Onde o tempo e os efeitos
colaterais de tratamentos longos são barreiras significativas.
- Clínica médica em geral: Para pacientes com alta probabilidade de não completarem
um regime de tratamento de 9 meses.

Essa análise mostra que o artigo é uma adição valiosa à literatura sobre tuberculose
latente, com uma alta probabilidade de impactar positivamente as práticas clínicas e
de saúde pública.

4. Avaliação da Atividade de Busca e Análise Crítica do Artigo

4.1 Autoavaliação da Pergunta PICO Elaborada

PICO (Paciente, Intervenção, Comparação, e Outcome)

● Paciente (P): Pacientes com infecção latente por Mycobacterium tuberculosis.


● Intervenção (I): Tratamento com rifapentina e isoniazida por 3 meses.
● Comparação (C): Tratamento com isoniazida por 9 meses.
● Outcome (O): Prevenção da progressão para tuberculose ativa.

Autoavaliação: A formulação da pergunta PICO foi apropriada, guiando a busca para um


estudo que diretamente compara dois regimes terapêuticos. Essa clareza ajudou a localizar
um artigo altamente relevante com o auxílio do ChatGPT, indicando que a PICO estava bem
estruturada para a busca da melhor evidência disponível.

4.2 O Que Faria Diferente na Busca Desta Evidência?

Considerando que a busca inicial foi feita com o suporte do ChatGPT, a eficiência da busca
já foi otimizada com a tecnologia disponível. No entanto, algumas melhorias poderiam
incluir:
● Refinamento de Perguntas: Explorar mais variações na formulação da pergunta
PICO dentro do ChatGPT para ver se outras formas de expressão poderiam ter
sugerido artigos adicionais relevantes.
● Uso de Palavras-Chave Alternativas: Explorar sinônimos e termos técnicos
alternativos relacionados à tuberculose e hepatotoxicidade para ampliar os
resultados da busca.
● Validação Cruzada: Realizar uma busca manual adicional em bancos de dados
médicos para garantir que nenhum artigo relevante foi perdido pelo processo
automatizado.

4.3 Aponte as Dificuldades Encontradas pelo Grupo na Análise da Qualidade do


Artigo

Dado que o artigo foi encontrado através do ChatGPT, algumas dificuldades específicas
podem ter incluído:

● Dependência da Ferramenta: Confiar inteiramente em uma ferramenta


automatizada pode limitar a abrangência da busca e, potencialmente, deixar de fora
artigos que poderiam ser encontrados através de uma pesquisa mais manual e
abrangente.
● Avaliação Crítica Automatizada: Embora o ChatGPT tenha ajudado a localizar o
artigo, a análise crítica ainda dependeu da interpretação humana, que pode
enfrentar desafios, como entender nuances estatísticas e avaliar viéses em estudos
clínicos.
● Limitação de Contexto: A ferramenta pode ter limitações em entender
completamente o contexto clínico ou as necessidades específicas de aplicação dos
resultados, o que requer uma análise mais contextual por parte do grupo.

Essas dificuldades são comuns quando se utiliza tecnologias avançadas de busca e análise
de evidências, destacando a importância de combinar essas ferramentas com uma revisão
crítica e colaboração humana.

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