Terra Atlantis III - A Era Sapiens
Terra Atlantis III - A Era Sapiens
Terra Atlantis III - A Era Sapiens
A ERA SAPIENS
JAN VAL ELLAM
CRÉDITOS
ISBN 978-85-62411-45-8
1a Edição, Natal - RN, 2019.
SUMÁRIO
Sinopse
Esclarecimento Necessário
Parte I - Narração de Val Eno
1. O Fim de Atlantis
2. Esgotamento do Deuses
3. Mistérios não Resolvidos
4. Fortalecimento de Len Mion
5. Tensão em Shamb Aha
6. Os Teurgistas
7. A Vida em Alt Lam Gron
8. Caminhos Inusitados, Encontros Inesperados
9. Falência Psíquica e Choque de Naturezas
10. Por trás da Natureza Humana
11. O Calvário de um Inocente
12. Reencontros Impensáveis
Parte II - Comentários de Jan Val Ellam
1. O Oculto se Revela
2. A Cultura Biodemo e o Futuro do Universo
3. Olhando nos Olhos de Sophia
Notas de Esclarecimento
Sobre o Autor
Entrevista com Jan Val Ellam
Guia e Roteiro de Leitura dos Livros
Por que o IEEA?
Manifesto Projeto Orbum
Mais informações
SINOPSE
N.a.t.: Na época deste relato, entre os anos 2002 e 2004, ainda não
estava claro para os “autores desta narrativa”, que tanto os “seres dos
portais” como os “Seres do Conglomerado de Realidades” pertenciam
ao universo antimaterial, paralelo ao que vivemos.
REVOLTA E ESGOTAMENTO são duas palavras humanas que nós, biodemos, jamais
havíamos atinado que pudessem existir tais estados de psiquismo ou de
consciência. Na atualidade, conhecemos de perto esses dois painéis do jeito
terráqueo de ser, que passaram também a fazer parte do modo como fomos
nos adequando para poder dar continuidade à vida que levamos.
Talvez esse aspecto de uma história de caráter sideral, que terminou
envolvendo a Terra, jamais venha a ser corretamente retratado nas futuras
empreitadas do conhecimento planetário, quanto aos eventos ocorridos no
passado – estou me referindo particularmente ao cansaço que se abateu
sobre todas as forças envolvidas na colonização que aqui se deu.
O “psiquismo biodemo” não registrava o “interromper de alguma
ação” como uma desistência, nem muito menos produzia posturas mentais
que pudessem gerar alguma reflexão crítica sobre a “interrupção”, o que
implica afirmar que nós não sentimos o possível “saudosismo” – que hoje
sabemos se verificar na natureza humana – em relação a alguma coisa que
gostaríamos de ter concluído, e não o fizemos.
Ao irromper o cansaço – que jamais havíamos sentido –, no nosso
psiquismo, como se tivesse sido lentamente acumulado ao longo do tempo
cósmico, esse passou a, literalmente, interromper diversos processos em
curso, alguns nos campos da nossa própria “natureza biodemo”, o que nos
levou a desistir de muitas realizações e tarefas cujas funções ainda não
atinamos de todo. Sobre os biodemos, foi esse o aspecto do cansaço a que
me refiro.
Entretanto, quando voltamos a nossa atenção para as demais forças em
ação na Terra, ficamos “surpresos” por termos achado que todas elas
estavam padecendo de algo parecido com “cansaço”.
Os “seres dos portais”, os poucos que podíamos perceber em ação no
planeta, pareciam esgotados, e alguns deles chegaram mesmo a morrer,
ficando seus “corpos” ao léu, pois que as feras não os devoravam como
faziam com os dos humanos.
Ao contrário dos seres vindos de fora, os humanos demonstravam um
padrão de fortalecimento que jamais foi combatido pelas demais forças,
talvez exatamente pelo cansaço que atingiu também os “Seres do
Conglomerado de Realidades”.
Apenas seres que se apresentavam como “anjos do Criador” agiam por
meio das suas naves e, ainda assim, muito discretamente, como se imunes
ao panorama da lentidão local.
Naquela época, enquanto todas as forças originalmente de fora e aqui
estabelecidas pareciam estar cansadas, algo esgotadas, os humanos
começavam a organizar os seus centros, os seus reinos, como se
aproveitando da letargia dos “predadores extraterrenos” – no seu sentido
mais amplo.
Os anunnaki continuavam a expor perigosamente seus núcleos no
planeta, enfraquecendo a segurança dos mesmos, preferindo concentrar seus
esforços e ações na Lua e em Marte. Deles, pouco soubemos na época.
Os seres hiperbóreos e suas linhas de descendência humana e não
humana seguiam o curso de suas vidas, tendo as suas atenções voltadas
para uma velha ocorrência algo episódica, mas que, ultimamente, havia
assumido ares de importante novidade entre as culturas daqueles povos.
Para nossa surpresa, a partir de Alt Lam Gron, uma figura que
sabíamos ser a de Yel Luzbel, estava sendo projetada junto com a de um
outro ente que, entre as linhagens hiperbóreas, ficou conhecido como
sendo a “face revolucionária de Set” ou o “irmão invisível de Set” – Set,
ou Seth, foi o terceiro filho de Adão, cuja história, ocorrida antes dos
tempos da grande devastação e mesmo do dilúvio planetário, era do
conhecimento das cidades que compunham o contexto atualmente tido
como lendário.
Existia, então, uma “lenda” de que Set não havia sido tão obediente ao
Senhor que teria subjugado Adão de outra maneira, mesmo ele tendo
seguido Eva no sentido de buscar, num primeiro momento, a libertação dos
humanos em relação ao jugo que lhes era imposto.
Na verdade, o humano chamado Set, foi alguém muito respeitado
durante e após a sua existência. Muitos ensinamentos foram creditados a
sua pessoa, ainda que, de nossa parte, jamais tenha sido possível recolhê-
los. Todavia, aquele “Set An” – nome aproximado na fonética da língua
portuguesa – que estava se apresentando ao lado da figura projetada de Yel
Luzbel, era exatamente Len Mion, que estava sendo, então, chamado
daquele modo pelos hiperbóreos.
O “Grande Seguidor de Set”, outro epíteto que era atribuído a Len
Mion, falava da “rebelião” do passado contra seu ex-comandante e tudo
o mais que pudesse estar ligado à sua gestão, e situava Set como o único
humano híbrido – os primeiros humanos da linhagem de Adão eram assim
entendidos – digno de ser reverenciado, por ter criado um conceito, um
modelo de “Ente Superior”, muito acima da posição de Sophia ou de
qualquer outro ser vislumbrado por ele.
O que Len Mion ou Set An não sabia era a quem exatamente Set se
referia nos seus postulados, quanto a um “Ser muito elevado e superior
a tudo o que se conhecia”, ao deixar o seu legado, milênios de anos atrás,
semeado entre alguns povos hiperbóreos e de outros agrupamentos.
N.a.t: O que Set, o terceiro filho de Adão e Eva, produziu no
campo da revelação desagradou principalmente a Javé, o que obrigou o
Criador a procurar um outro ser humano cujo DNA fosse da sua
“confiança”, o que pensou ter feito ao tempo de Enoch – que foi filho de
Jared –, futuro descendente de Set, na linhagem dos patriarcas bíblicos.
Ao mesmo tempo em que Len Mion promovia as suas
fenomenológicas aparições – nem sempre fazia se acompanhar por Yel
Luzbel, provavelmente devido ao esgotamento que ele apresentava –, a
descendência de Noé já se encontrava bem estabelecida e em convivência
com os demais núcleos que também sobreviveram ao último dilúvio
planetário.
Nessa altura dos acontecimentos, pela primeira vez, foi percebido que
um dos seres tidos como “Pais Criadores” por algumas culturas, parecia
estar se afirmando como superior aos demais, e que Noé e a sua
descendência haviam sido por ele “escolhidos” para, no futuro, dominarem
a Terra.
Dentre os núcleos terráqueos da época, aquele tipo de aviso não foi
muito bem compreendido, o que tornou a situação da descendência de Noé
bastante delicada no campo da honorabilidade.
Fora a própria descendência de Noé, ninguém mais levava a sério
aquela história, até porque os humanos não tinham força nem aparelhagem
para confrontar qualquer uma das outras potências presentes na Terra.
“Afinal, “seres poderosos” eram assim considerados exatamente por
não serem humanos. Em nenhuma hipótese, os descendentes de Noé
herdariam a Terra! Que tipo de notícia era aquela? Quem veiculava tal
possibilidade nunca antes aventada?” – esses eram os entendimentos dos
núcleos terráqueos não humanos, da época.
De todo modo, aquela havia sido a primeira vez em que os seres
humanos apareciam num contexto de “herdeiros da Terra”, ainda que
vinculados a um dos “Entes do Conglomerado de Realidades”, ou, pelo
menos, foi com aquele tipo de ressalte que soubemos daquela história: de
que um “Ser Poderoso” havia escolhido alguns humanos para fazer deles os
futuros líderes do planeta. Era tudo muito estranho!
Muito antes, cerca de 20 mil anos antes do presente, um outro “Ser
Poderoso” (n.a.t.: Shiva, em uma de suas expressões avatáricas) havia
também se afirmado o mais importante atuando na Terra e, então, outro
“Ser do Conglomerado” fazia o mesmo, só que apontando representantes
humanos.
Já havíamos visto disputas e conflitos por muitas questões na vida
universal, mas jamais tínhamos observado aquele tipo de peleja entre Seres
ditos “Poderosos”, em qualquer quadrante universal. No nosso
conhecimento, Sophia era a expressão máxima naquele sentido, ainda que
ele, vez por outra, costumava se referir a um Ser maior que ele, e que se
situava para além das fronteiras da realidade que conhecíamos. Teriam
aqueles Seres algum tipo de vínculo com o que havia sido referido por
Sophia?
Simplesmente não sabíamos, porém, então, os humanos apareciam
como “escolhidos” da parte de um deles, para exercer a função de mando,
ainda que comandados, o que nos era absolutamente improvável, por jamais
termos notícia de situação parecida com aquela em qualquer outro lugar do
universo.
Em certo ponto daqueles dias, soubemos que Noé tomou
conhecimento de que um ser de outra dimensão – ou que assim parecia –
estava “difamando o nome de Set”, seu antecessor na linhagem dos
patriarcas, o que muito o contrariava.
Noé reagiu ao afirmar, conforme seu próprio ponto de vista, que aquele
ser que difamava Set era o contrário, o oposto dele, o que, na linguagem de
então, correspondia ao nome de Set seguido de um “sufixo” que significava
a sua negação, no sentido de diminuição ou mesmo pejorativo.
Assim, para a descendência de Noé, num tempo bem anterior ao do
aparecimento do alfabeto hebraico ancestral, o nome do difamador, em vez
de “Set An”, era “Set Aten”, o que levaria Len Mion a ficar conhecido
como sendo “Satã”, no viés da futura cultura hebraica, associada a dos
persas e a dos caldeus, que mais tarde surgiriam.
O “difamador de Set e dos planos do Senhor” estava, a partir de
então, sendo atacado pela descendência de Noé, e essa disputa o elevava
inevitavelmente à posição superlativa de “inimigo do Senhor” sempre que
os patriarcas precisavam apontar algum culpado por atrapalhar os planos da
“linhagem sagrada de Set”.
Len Mion, criticando Sophia e seus entornos, e sem jamais, naqueles
dias, ter se referido a outro ente de modo crítico, a não ser o próprio
suserano universal, terminou sendo tido pelos descendentes de Noé como o
“antagonista do Senhor”, que escolhera a linhagem de Adão, como sendo o
“seu povo”, dentre os que viviam na Terra.
Muitos livros que, na atualidade, não mais existem disponíveis para a
cultura humana, chegaram a se referir aos confrontos entre as forças dos
“anjos do Senhor” e as daquele ser cuja feição foi sendo modificada,
dependendo de quem lhe dirigisse a crítica.
Solitário, Len Mion seguia com sua vida, assim como os demais seres
biodemos “presos” em Shamb Aha, pois não mais havia a ligação que antes
existia entre eles.
Tudo o que Len Mion estava fazendo e produzindo era absolutamente
unilateral, e nenhum dos outros o apoiava naqueles caminhos que ele
solitariamente optara seguir, despertando em si emoções, em relação à
Sophia, jamais sentidas pela “frieza biodemo”.
Nem mesmo Yel Luzbel o apoiava integralmente, ainda que se visse
compelido a se posicionar ao seu lado, talvez por, no fundo do seu
psiquismo, sentir-se responsável pelo roteiro dos acontecimentos – hoje o
sabemos.
Como tudo aparenta passar, o cansaço e o esgotamento dos “entes
poderosos” pareceu também se extinguir, e uma avassaladora ambição de
civilizações rivais, compostas por algumas ramificações descendentes dos
“seres dos portais” que ainda se encontravam atuando na Terra, foi
retomada, predispondo-as a um novo período de conflitos constantes e, ao
que tudo indica, se dependesse somente delas mesmas, aquilo novamente
não teria fim.
Nesse tempo, muitos núcleos humanos, reconstruídos após o dilúvio,
compunham a “semente” dos primeiros povos cujas notícias chegaram até
os tempos atuais, notadamente, os que se agrupavam na região da
mesopotâmia, em torno do que viriam a ser a Suméria, depois a Acádia e,
mais tarde, a Assíria e a Babilônia.
Por trás das recém-formadas “células” das futuras civilizações
humanas que comporiam a geopolítica planetária, se posicionavam forças
visíveis e outras invisíveis que procuram manipular, a qualquer custo, os
desavisados humanos, que já não mais se submetiam docemente ao
presumível domínio dos “entes poderosos” e tinham seus próprios
interesses.
Eram muitos os motivos estratégicos que os levavam às guerras, mas,
principalmente, o que mais tarde percebemos como sendo questões de
sucessão dinástica, parecia ser o fator que, para a nossa incompreensão e
“espanto”, facilmente arrastava multidões de seres multiformes, de
humanos adestrados e de alguns outros tipos de entes que nunca fomos
capazes de classificar, para um morticínio planetário.
Os conflitos voltaram a envolver as “moradas” que pareciam existir
situadas além da camuflagem vibratória que, conforme fomos
depreendendo, “separa” a faixa de realidade na qual vivemos de outros
níveis de realidade com as quais fomos nos acostumando, por experiência
própria, a saber que existiam, do tipo Shamb Aha e de outras, que formos
aprendendo a observar no cotidiano da interação dos “seres dos portais”
com a Terra.
Para os biodemos de Alt Lam Gron, que mal tínhamos a noção de
“liderança” entre nós, a não ser para as questões funcionais e de processos,
era inimaginável como todos aqueles seres podiam se agredir mutuamente e
destruir incontáveis expressões pela simples luta em torno do exercício do
poder. Entretanto, aquela “doença” que parecia acometer a todos os ramos
da descendência dos “seres dos portais”, passou também a invadir o
psiquismo humano.
O que somente viríamos a descobrir mais tarde era que, com o tempo,
novamente estava em curso um enfraquecimento dos biodemos em Shamb
Aha, e Len Mion mal conseguia se projetar para os seres da Terra. Contudo,
sua habilidade de se aproveitar do forçado anonimato, começou a se
desenvolver, e o nosso companheiro biodemo foi se transformando no
maior manipulador de seres que atuavam na Terra, fossem eles
humanos ou não.
3 MISTÉRIOS NÃO RESOLVIDOS
VEZ POR OUTRA, as incursões de nossas equipes de trabalho pelos diversos rincões
do planeta traziam notícias de prováveis grupos de descendentes de
Ostronomos, localizados, principalmente, nas regiões do continente asiático
– assim chamado atualmente.
Eles pululavam por rios, lagos, mares e oceanos, porém, no decorrer
do tempo, fomos perdendo o contato com eles, que Val Pen magistralmente
elaborara, chegando mesmo a sistematizar, para a nossa lógica, uma
impressionante quantidade de informações que, na época, nos surpreendeu
mais do que as que, então, tínhamos sobre os humanos ainda não
racionalizados.
A consciência de Val Pen, “mergulhada” agora entre os humanos,
estava ao tempo da sua trigésima quarta vida, conforme pudemos constatar
até aqueles tempos – cerca de 7 mil anos atrás – que era uma média bem
superior ao de outras consciências biodemos que haviam perdido os seus
corpos em ocasião próxima ao seu fenecimento e que também
“mergulharam” na humanidade.
Nos tempos da quarta geração da descendência de Noé, lá estavam ele
e a consciência de Val El – ou Val Ellam –, agora como humanos, fazendo
parte das lutas daqueles dias difíceis.
Para nossa surpresa, naquela altura dos fatos, foi novamente percebida
uma grande leva de chegadas de mais seres de outras civilizações cósmicas,
muitas delas situadas, inclusive, fora do nosso padrão informativo.
Soubemos, mais tarde, que aquilo que observávamos, era tão somente a
continuidade de um outro fluxo – porque já havíamos detectado outros
anteriormente – que começara há cerca de 5 mil anos, mas que somente
naquela ocasião estávamos nos dando conta.
Isso pode parecer estranho ao senso atual dos terráqueos, mas devo
dizer que o trânsito aéreo daqueles dias era muito complexo e intenso sobre
todos os sentidos.
Por não existir um comando central que efetivamente atuasse como tal,
muitas vezes éramos levados a cogitar que um ou outro ajuntamento de
seres que pensávamos ser novidade, já ali estava estabelecido há centenas
ou mesmo milhares de anos, e somente depois os percebíamos ao mesmo
tempo em que descobríamos que a sua origem nos era desconhecida.
Aquele tipo de tráfego era incomum. Jamais, o repito, ao longo do
tempo em que acompanhamos a “cultura biodemo”, com seus cerca de 900
milhões de anos, existiu qualquer registro de notícia de tamanha
convergência de fluxo, mesmo para mundos laboratórios, como era o caso
da Terra, assim considerado devido à exuberante natureza e por ser “livre de
posse”, ou seja, de ocupação de uma raça exclusiva.
A cada vez que detectávamos novas aproximações ou bases já
edificadas no planeta, perguntávamos o que poderia ocorrer, sob a
perspectiva cósmica, para que um evento, antes episódico, há muito havia
se transformado em algo recorrente.
Pelo que depois soubemos, as outras forças estabelecidas no planeta há
mais tempo, também se encontravam na mesma situação, sentindo-se
“tangidas” para cá por fluxos de circunstâncias cujas causas não eram
facilmente detectáveis pelo tirocínio que, então, marcava os seus
psiquismos.
Até hoje, procuramos finalizar a catalogação dessas origens. Contudo,
como o fluxo jamais diminuiu desde esses tempos, e somente teve uma
certa dose de “interrupção” nos últimos quatro milênios, ainda assim,
continuaram a ocorrer só que em número indescritivelmente menor do que,
até então, usualmente constatávamos.
Acostumem-se, pois sabemos pouco e não temos respostas para muitas
das angústias e dúvidas que carregamos ao longo de todo esse tempo e,
como vocês da Terra, com todo esforço, buscamos ampliar os horizontes da
nossa capacidade de compreensão. E penso que qualquer outra espécie
extraterrena também saberá pouco, seja a mesma quem for, porque,
estranhamente, esse parece ser o grande contexto no qual temos vivido. As
próprias perguntas de Yel Luzbel, que deram origem a toda essa ordem de
problemas, e que ainda não foram respondidas por Sophia nem pelos seres
Aya e Aye, ilustram muito bem essa questão.
Pelo que temos obrigatoriamente depreendido dos fatos ocorridos
desde que nos exilamos na Terra, o mais estranho de toda essa história é que
os humanos parecem ter surgido com capacidade mental para encontrar as
tais respostas. Por quê? Não sabemos, e muito menos compreendemos
como tudo chegou até esse ponto. Contudo, aqui estamos, muitos de nós,
dentre os seres mais velhos deste universo, espreitando os humanos, à
espera de que eles compreendam o que está se passado e o que se passou e
que, além disso, possam nos dar alguma pista dos porquês!
Sob essa ótica, observando o passado em perspectiva do que hoje
sabemos, podemos apontar exatamente a quantidade de tipos de raças
pensantes que, por muito tempo, coexistiram no planeta como sendo um dos
aspectos mais interessantes do que se passou na Terra.
Alguns dentre nós, os agora chamados “biodemos Gron” – e naquela
altura, já nos encontrávamos há mais de 10 mil anos sob o regime da
“experiência Gron”, que nos isolou aparentemente da vida planetária –
resgatávamos as antigas teses levantadas por alguns Val e Yel que
conviveram, durante os últimos milênios, em algumas das cidades
hiperbóreas, de modo muito adaptado às circunstâncias da vida, com
aqueles povos que defendiam o ponto de vista de que o tal
“conglomerado vibratório”, fixado no planeta, seria a razão para o
aumento do tráfego de civilizações diversas para a Terra.
Decifradas, naquela altura, as comunicações e opiniões dos seres
biodemos dimensionados em Shamb Aha, com as de Val El – que mesmo
tendo se tornado um humano, a sua mente se unira ao “Processador Val” de
tal maneira que o acompanhávamos como se ele estivesse em Alt Lam
Gron, expressando as suas opiniões – e mais alguns outros, além das
nossas, percebíamos que a tese central das impressões de todas aquelas
fontes era a de que o “conglomerado” em questão representava um tipo de
comando ao qual Sophia poderia ou mesmo deveria estar relacionado por
meio de algum tipo de vínculo.
As teses, de então, variavam no sentido de encontrar uma explicação
lógica – que jamais surgiu – e que pudesse relacionar a presença algo
recente de Seres que se apresentavam aos que estavam congregados na
Terra, como sendo “Criadores”, “Donos” e mesmo “Comandantes” de
tudo e de todos os que existiam, fosse nos sistemas de mundos que
conhecíamos ou mesmo naqueles ambientes que imaginávamos existir
por trás dos portais, com a constatação feita pelas forças presentes no
mundo de que algo incompreensível, vindo de fora deste universo, havia se
“acoplado” ao mesmo, e a Terra parecia ser um ponto focal daquele
processo incompreensível.
N.a.t.: Val Eno não sabia, na época, e por isso não nos transmitiu o que
agora podemos, de nossa parte, acrescentar a sua narrativa, que dele
colhi nos anos 2002 e 2003.
Pelas vivências que mais tarde me envolveram, posso, agora,
informar o que consegui constatar de todo esse contexto estranho.
A mitologia nórdica sempre se referiu a Yggdrasil como uma
espécie de eixo que uniria nove faixas de realidades dimensionais
distintas, ainda que muitos historiadores e mesmo mitólogos, jamais
tenham compreendido o seu significado da maneira que aqui será
superficialmente exposta.
Os nove mundos, na mitologia nórdica, jamais foram “planetas
extraterrestres”, no sentido de pertencerem ao mesmo universo em que
vivemos.
Como muito bem representado nas produções cinematográficas
deste início do século XXI, que relatam algumas aventuras dos deuses
do panteão nórdico, a origem desses seres de Asgard, uma das tais nove
faixas de realidade, seria melhor classificada pela expressão
“extrafísica”, no sentido de ser algo não pertencente a este universo
material.
Niflheim, Midgard
Asgard pertence a outro nível de realidade que não a física, a qual
pertencemos – na verdade, trata-se de um universo paralelo, que desde
o início desta Criação, surgiu acoplado ao que agora vivemos.
Sob essa perspectiva, Asgard e mais Vanaheim, Svartalfheim,
Alfheim, Jotunheim, Niflheim, Muspelheim e Helheim, seriam tão
somente oito das dezenas de milhares de “lokas” ou de “genos” que
compõem esse universo paralelo antimaterial – onde vivem os seres
demos e os chamados anjos-clones –, subjacente ao nosso que, por sua
vez, é rico em vida biológica.
Esse universo paralelo, também chamado de Brahmaloka –
“morada” de Brahma ou de Javé, tido como Criador de ambos os
universos –, em contrapartida, não possuiria vida biológica, mas
demoníaca, nos termos definidos pelas antigas notícias, atualmente,
consideradas “mitologias”.
Assim, Odin e demais “deuses” de Asgard, como também os outros
seres demos de diversas faixas de realidade, quando passavam a viver
no nosso universo por algum tempo, pareciam ser possuidores de uma
condição especial, pois seus corpos antimateriais não se extinguiam ao
“passarem” para o mundo material deste “lado de cá” da vida, se é que
realmente todos o fizeram. Seguramente, porém, pelo menos alguns
conseguiram aquela proeza durante alguns evos, por estranho que isso
possa parecer.
Todavia, o que aqui nos importa ressaltar é que a mitologia
nórdica coloca Yggdrasil como uma espécie de “eixo” que uniria essas
oito realidades paralelas a Midgard – assim é denominado o nosso
universo, nessa mitologia. Estranhamente, dentre todos os mundos do
universo biológico, a Terra foi o planeta que se viu em “alinhamento
vibratório” com essas outras oito faixas de realidade.
Desse modo, Yggdrasil seria uma espécie de “elevador alternativo”
que às vezes surgia, dependendo das condições propiciadas pelo “jogo
da entropia”, tanto a do nosso universo, como também a de cada uma
dessas realidades que coincidiam, em algum ponto das suas expressões
locais. Aquelas conexões especiais ou “sincronicidades vibratórias”,
permitiam a formação de “pontes” – bifrost ou “ponte do arco-íris” –
que propiciavam condições para seres de uma faixa passarem para
outras, inclusive para a Terra.
Sob essa perspectiva, Yggdrasil – o tal eixo ou “elevador” que
permitia esse trânsito –, foi uma espécie de subproduto da “acoplagem”
do “conglomerado vibratório”, que nada mais seria do que o conjunto
desse universo paralelo que teria se “unido” ao nosso, no sentido de
criar portais que permitissem o intercâmbio temporário entre as duas
grandes faixas de realidade, ou seja, entre os universos antimaterial e
material.
No caso do Brahmaloka, muitas seriam as “subfaixas” que
comporiam a sua realidade interior. As oito em questão, as da mitologia
nórdica, representariam apenas uma pequena, porém, importante
fração do que ali existe, todas elas bem diferentes da faixa de realidade
que vivemos. Esta que conhecemos, é formada por uma só faixa, que é
o que chamamos de espaço-tempo, e que se expande formando muitas
galáxias e mundos diversos, que ainda existirão por muitos bilhões de
anos, enquanto existir hidrogênio para ser combustível na criação de
novas estrelas.
De modo contrário, o Brahmaloka, em vez de se expandir como o
nosso, estaria se despedaçando, se contraindo de um modo estranho
para os padrões da física que conhecemos, e como o mesmo é composto
por muitas “moradas” distintas, com suas faixas de realidade, essas
estariam também tendo um fim.
O esforço por trás do tal “acoplamento do conglomerado
vibratório” tinha e ainda tem a ver com uma desesperada tentativa de
“providenciar alternativas” para o drama dos que vivem no “lado de lá
da vida universal”, e que possuem corpos demo, o que lhes confere
poderes que os simples mortais do lado de cá não possuem.
Caso seja possível a este “escrevente”, o contexto aqui apresentado
será melhor abordado em obras futuras.
OBSERVANDO-SE o contexto ainda dos últimos 24 mil anos, Len Mion foi o
primeiro e o pior “patrulheiro” de “pretensos donos de mundo” que a nossa
cultura registrou. Ele não prestava muita atenção ao planeta propriamente
dito, mas sim, aos que disputavam a sua supremacia.
Na época destes registros, é mesmo fácil perceber a sua estratégia de
acompanhar de perto os seres poderosos em posição de liderança, para
assim descobrir a sua origem, o enredo por trás daquele personagem, para
poder, então, descortinar a existência ou não de possíveis vínculos com
Sophia e, depois, com o tempo, também com o Ser que se apresentava
como Criador.
Somente nós, os próprios biodemos, fomos dispensados dessa
vigilância da sua parte, mas as demais forças que aportaram por aqui, foram
estratégica e detalhadamente acompanhadas por ele.
Esses 24 mil de anos de atuação como um “general em guerra”, mas
sem exército nenhum a seu serviço, pelo menos nos primeiros tempos da
sua “gestão local”, poderiam ser divididos em etapas, tão somente para
facilitar o entendimento dos terráqueos em torno da questão, conforme
mostrado a seguir.
Entre 24 mil e 14 mil anos antes do presente (a.p.), ele foi se
desligando da liderança de Yel Luzbel, mas sem jamais se separar dele, pois
sempre o usou como um comandante. Entretanto, Yel Luzbel nunca
pretendeu qualquer coisa parecida, e se deixava usar até um certo ponto –
que pensamos ser o limite do quanto ele se sentia responsável pelos
acontecimentos.
Foi um período em que Yel Luzbel – praticamente influenciado por
Len Mion, porém, acima de tudo, porque não queria deixá-lo sozinho numa
“luta” que ninguém mais parecia disposto a sequer dela se recordar, quanto
mais a lhe dar continuidade – fez o papel do ente local mais importante,
ainda que esse “local” fosse Shamb Aha, que foi transformada, no
imaginário dos, então, viventes na Terra, em um tipo de “morada
importante” de um ser que comandava uma não muito bem
compreendida “rebelião” contra o “Suserano do Universo”.
Durante esse tempo, na realidade, o que houve foi uma transição de
comando de Yel Luzbel para Len Mion, em torno do discurso e das
estratégias do que restava do “movimento rebelde”, ou seja, da “Rebelião
de Lúcifer”.
Aqueles anos ficaram também marcados pelo discurso de traição – o
qual Len Mion viria a abandonar anos depois, por compreender o seu
equívoco – contra as consciências de ex-biodemos que, então, ele percebia
entre os humanos servindo aos desígnios do “Senhor de Noé”, que antes de
ser assim conhecido durante e após a vida de Noé, havia sido também
chamado como o “Senhor de Adão”, depois o “Senhor de Set” e mais tarde
o “Senhor de Enoch”. Em tempos mais recentes, ele veio, ainda, a ser
conhecido como o “Senhor de Abraão”, o “Senhor de Jacó”, o “Senhor de
Davi”, o “Senhor de Salomão” e de mais alguns outros personagens da
linhagem hebreia.
Há cerca de 16 mil anos, Len Mion sofreu um choque ao perceber a
consciência de Val El personificando Enoch, o então “escolhido pelo
Senhor” para representá-lo perante os demais habitantes da Terra.
Entre 14 mil e 9 mil anos a.p., aproximadamente, Len Mion estudou
profundamente a situação dos “seres dos portais”, dentre os quais localizou
a figura de Zeus – assim nomeado pela cultura grega, e também conhecido
como Indra, conforme descrito na mitologia hindu –, como sendo o
“principal personagem poderoso” que dele recebeu a atenção.
As devastações ocorridas naqueles anos obrigaram Len Mion a pouco
se projetar para os habitantes da Terra, até porque não havia mesmo muito
para se dizer, e todos estavam profundamente desgastados.
Len Mion ficou surpreso com a quantidade de mentiras que ele
percebeu que estavam sendo usadas por alguns seres que se apresentavam
ao mundo com o discurso de que o poder deles é que provocava todo o
contexto calamitoso, como modo de punir os desobedientes. Ora, nós, os
biodemos, conhecíamos as equações da ciência cósmica que demonstravam
a aleatoriedade daqueles fatos, que estavam atrelados às tais leis que
funcionavam independente da mente de quem quer que fosse.
Ele classificou como mentirosos a dois dos “Seres Poderosos do
Conglomerado de Realidades”, como também a Zeus e alguns outros mais.
O interessante é que ele passou a conhecer aqueles seres, não porque os
visse, mas pelo que deles se falava nos núcleos terrenos e, de certo modo,
deu um jeito de acompanhar algo do que eles faziam ou mandavam fazer.
Por essa época, porém, ninguém conhecia Len Mion, que
preferencialmente sempre deixava a figura de Yel Luzbel aparecer como
sendo a principal, ainda que não mais comandasse coisa alguma, porque
não havia mesmo nada a ser administrado nesse sentido.
Após os cataclismos e o dilúvio, quando diversos núcleos de
sobreviventes humanos foram percebidos pelos de Shamb Aha – os quais,
como nós, de Alt Lam Gron, procuravam por sobreviventes biodemos
dispersos em muitas bases a partir do Sul, mas nenhum sobreviveu –, Len
Mion voltou, como já explicado, a sua atenção para Noé e a sua
descendência.
Entre 9 mil e 4 mil anos a.p., Len Mion, nessa época também
conhecido como Set An, pois, para os descendentes de Noé – até certo
ponto daquela história –, ele era “o difamador do Grande Set”, baixou o
seu gládio contra tudo o que viesse de qualquer uma das linhagens dos três
filhos de Noé, a saber, Sem, Can e Jafé, e desde então, a vida jamais foi
fácil para ninguém no âmbito das linhagens dele desdobradas.
Len Mion estudou e passou a conhecer como ninguém os maneirismos
do “povo escolhido” pelo Ser que ele identificou como sendo o Criador
referido por Sophia, em tempos idos, e essa foi a dedicação da sua vida até
atropelar – com nível de inteligência muito acima dos “seres dos portais” e
dos “Seres do Conglomerado de Realidades” – todos os planos dos
descendentes de Noé, e assim se deu até o tempo de Abraão.
Assim, entre 4 mil e 2 mil anos a.p., Len Mion, taxado pelos hebreus
desse tempo como o “príncipe do mal”, o “diabo personificado”, e por
inúmeros outros epítetos chulos, comuns àquela época, foi minando o
padrão moral do povo descendente de Abraão – pois um novo pacto havia
sido firmado pelo Criador com Abrão que, por isso, passou a ser chamado
de “Abraão” pelos da sua posteridade.
Nesse período, houve, talvez, o fato mais emblemático de todo aquele
processo de perseguição do “diabo invisível” – nem Len Mion, nem Yel
Luzbel e ninguém mais de Shamb Aha tinha forças mentais para se projetar
e ser visto pelos humanos – aos descendentes de Abraão, que foi quando
começou a surgir, entre os hebreus, a voz profética a anunciar a vinda de
um “Messias”, por ordem do Criador, para dominar o mundo em nome dele.
Usando expressões bem terrenas, Len Mion foi “à loucura” com aquela
notícia que se repetia sempre, cada vez que um novo profeta aparecia entre
os hebreus.
Não se sabe ao certo, mas o Criador, que dentro em breve passaria a
ser conhecido pelos hebreus como Javé, nessa época, pensava que alguém
da Tríade o estava confrontando – hoje sabemos que, entre os “Seres da
Trimurti”, a prática de ardis era a tônica daquela estranha convivência, e
Javé pensava que estava sendo atrapalhado por artimanhas do Ser que, na
mitologia ariana/hindu, era conhecido como Shiva. Entretanto, era Len
Mion que atrapalhava tudo o quanto podia, e no grau máximo, os planos de
Javé para o povo hebreu.
Ao que nos pareceu, Len Mion conhecia o Ser chamado de “Javé”, na
cultura hebraica/judaica, e de “Brahma”, na ariana/hinduísta, desde um
episódio ocorrido com Enoch, que fora “escolhido” pelo Senhor, para
conviver com ele e seus anjos no “paraíso”. Contudo, aquilo não era
nenhum paraíso, e tudo indica que, de Shamb Aha, Len Mion conseguiu,
pela primeira vez, enxergar o Criador e seus anjos agindo numa faixa de
realidade intermediária e alternativa entre o “conglomerado de realidades” e
a Terra, quando das interferências que aqueles seres promoveram no corpo
de Enoch, para que o mesmo sobrevivesse às condições do tal “paraíso”.
Obviamente, mais um plano de Javé terminou por não acontecer, ainda que,
antes da morte definitiva do corpo humano de Enoch – que não se deu na
Terra, mas sim, em algum daqueles ambientes do “conglomerado” –, a sua
condição humana tenha sido aviltada de muitas maneiras. Por quê? A
intenção do Criador era fazer dele o seu enviado junto aos humanos, sempre
que precisasse. Len Mion, porém, interferiu naquele drama e, finalmente,
Enoch morreu de modo misterioso perante a estupefação do Criador e
de seus anjos. Dele, restou tão somente o “molde angelical-clonado”, a
partir do seu corpo humano, chamado de muitas maneiras, sendo, porém, o
seu principal epíteto o de “Metatron”, o qual deveria funcionar após a morte
do humano Enoch, se esta viesse a ocorrer um dia. Como já referido, pelo
que sabemos, a forma humana morreu e o clone jamais funcionou a
contento.
Voltando ao período dos dois milênios em que a notícia da vinda de
um “Messias superpoderoso”, em nome do “Senhor de Abraão”, viria ou
apareceria na Terra para dominar os humanos, Len Mion passou a explicar
para os seus acompanhantes em Shamb Aha que, se o tal ser viesse de fora,
poderia muito bem ser Sophia para prendê-los e iniciar o “conflito final da
rebelião”. Contudo, se ele aparecesse na Terra como os “seres dos portais”
costumavam fazer, não poderia ser Sophia, teria que ser uma outra entidade
– assim pensava Len Mion, e defendia, com toda a força do seu ser, que
todos se preparassem para o conflito iminente. “Preparar-se como?” –
perguntavam os demais.
E assim seguiram aqueles dias, até que se iniciou o último período –
que veremos mais detalhadamente nos próximos capítulos – da influência
efetivamente tenebrosa de Len Mion sobre a Terra, que durou desde o
tempo após a crucificação de Jesus, até os primeiros anos, como já referido,
da última década do século XX.
Nem Yel Luzbel, nem qualquer outro dos seres biodemos que
mantinham suas vidas a partir de Shamb Aha, entendia o ódio que Len
Mion havia dedicado à descendência de Noé, de Héber, de Abraão, e de
Jacó e, somente quando da notícia da vinda de um “superser”, em nome de
Javé, para dominar o mundo, foi que eles traçaram uma linha de
entendimento entre o passado capelino e o presente terrestre.
Os demais seres biodemos de Shamb Aha, que há cerca de 3 mil anos
continuavam a ser de 129 biodemos, obstinadamente permaneciam
divididos nos mesmos três grupos já referidos, os quais defendiam posições
absolutamente divergentes.
O chamado “quartel-general” era, praticamente, ainda comandado por
Len Mion, e composto por 87 membros – todos os Mion e Cromon
dimensionados e parte dos Yel –, constituindo o maior grupo.
O segundo grupo apoiava a tese de Yel Luzbel de que eles já estavam
sendo “castigados”, e que não haveria mais um “confronto final”, porque
ele continuava a não perceber sentido de “ganho” para qualquer das partes
envolvidas. Defendiam a posição de que os “dimensionados”, como um
todo, deveriam congregar os seus esforços no sentido de decodificar a
situação na qual se encontravam inseridos – assim pensavam, naquele ponto
da história, Yel Luzbel e mais 27 membros da família Yel.
Finalmente, o grupo minoritário, composto pelos seis Val
remanescentes e oito Yel, defendia que o esforço concentrado fosse
direcionado para o estudo das consciências particularizadas dos três Val que
dali “migraram” para a vida entre os “seres dos portais”, pois, conforme
agora pensavam, fosse para o núcleo daqueles seres ou mesmo para o da
espécie humana, que somente crescia, aquele seria o destino de todos os
“dimensionados”, tese com a qual Yel Luzbel simpatizava, mas jamais pôs
em prática.
Todos percebiam que Yel Luzbel a mais nada aspirava, e meio que
influenciados pela sua postura, a maioria dos seres de Shamb Aha também
esperavam a vida passar naquele ambiente, na esperança que a morte dos
seus corpos liberasse as suas consciências, fosse lá para onde tivessem de ir.
Len Mion, contudo, não dava folga a ninguém, e todos eram praticamente
obrigados a escutarem as suas teses intermináveis, sobre as quais Yel
Luzbel costumava pontuar que “era o que restava da vida para eles”.
Contudo, segundo Len Mion, Yel Luzbel estava enganado!
Len Mion observou que a humanidade havia, estranhamente, se
libertado das travas genéticas que a manteve irracional até cerca de 40
milênios atrás, mas ele também percebia que, com sua própria ajuda, a
mesma se encontrava desagregada e absolutamente refém das lutas, das
artimanhas, das estratégias e, acima de tudo, das mentiras que causavam
terror entre os humanos, promovidas pelas forças que ainda pretendiam
dominar a Terra.
A notícia da vinda ou do surgimento, ou mesmo do nascimento de um
“superser” entre os humanos, para dominar o mundo para Javé, era o tema
principal de todas as conversas das elites extraterrenas pretensamente
dominantes, que não cessavam de especular sobre como tal evento se daria.
As estratégias de Len Mion continuavam em curso enquanto ele
procurava distinguir, dentre os humanos, quais os núcleos mais avançados
que pudessem apoiar o tal ser, caso ele viesse com todo o seu poderio
expresso em algum tipo de frota, com naves poderosas, ou somente surgisse
no planeta demonstrando seus poderes e destruindo quem lhe fizesse
oposição.
Nascer como um humano, não era bem a opção que Len Mion levasse
a sério como sendo o meio ou o modo a ser utilizado pelo “Messias
anunciado”, porque ele já havia observado muitos seres, presumivelmente
enviados pelas “Forças do Conglomerado”, e o último havia sido Krishna,
ainda que o mesmo não fosse propriamente Homo sapiens. Muito pelo
contrário!
Ele jamais havia visto um ser humano com superpoderes, ainda que
tivesse visto de sobra tal característica entre os “seres dos portais”. Todavia,
humano, não!
Foi nessa perene tentativa de patrulhar o panorama por ele enxergado,
que Len Mion deu de vista com um grupo cuja importância a cultura
humana precisará, um dia, aprofundar o seu nível de conhecimento sobre o
mesmo. Ele observou que aqueles humanos eram dos mais habilidosos em
sabedoria, decência, boas intenções e capazes de sacrifícios em nome dos
ideais escolhidos.
Era, enfim, o que de melhor Len Mion já havia visto em termos de
seres humanos habilitados para determinados fins. Aos seus olhos, aqueles
terráqueos eram como um produto existencial elaborado pela evolução das
espécies que eram obrigadas a existir e que passavam a viver no âmbito da
realidade complexa em que todos se viam como protagonistas, sem saber
absolutamente nada sobre a aventura na qual estavam inseridos.
“Viver era estranho!” – pensava Len Mion ao observar os eventos a
sua volta.
6 OS TEURGISTAS
SEMPRE TIVEMOS em mente que a “blindagen Gron”, que havíamos criado, tinha
como um dos seus objetivos exatamente o de defender também e,
especialmente, o “Processador Val”.
Apesar de apartados da vida terrena, era nosso dever estratégico
procurar estar informados do que se passava no planeta. Nesse mister, e
após decorridos tantos milênios, o traço psicológico que foi surgindo em
cada um de nós, ao acompanharmos os biodemos que conviveram com os
povos hiperbóreos, trazia consigo algo inquietante, na medida em que
percebíamos a iminência deles, nossos irmãos de espécie, se “tornarem
terráqueos”, ainda que não fossem humanos.
O enredo principal da nossa vida desde a “experiência Gron” que, no
fundo do nosso psiquismo significava “estar no planeta” e,
simultaneamente, “não ser ou pertencer ao mesmo”, ou seja, viver na
Terra sem ser terráqueo, ou ainda, estar na Terra, mas sem assumir a
condição humana, com o tempo, foi se enfraquecendo, ainda que nenhuma
alteração superlativa tenha ocorrido nesses últimos 20 mil anos. Somos,
atualmente, o que éramos lá atrás, antes de optarmos pela “experiência
Gron”, só que com mais ramos de pesquisa e de estudo para realizar.
A experiência, que começou a ser idealizada há cerca de 22.000 anos,
e que remodelou e recriou a nossa atual subespécie – que foi então gerada a
partir do código genético original da espécie Val –, continuou seu curso e
foi sendo executada através dos “passos severos” que firmaram
definitivamente o que hoje somos, e somente se completou há cerca de
19.700 anos.
Ao longo desse tempo, muita coisa aconteceu na Terra, mas em Alt
Lam Gron, nada ou muito pouco se transformava.
A essa altura da narrativa, devo confessar que sempre tivemos uma
certa dose de discreta esperança de que, um dia, voltaríamos a fazer parte
do fluxo dos acontecimentos do mundo terreno, e esse aspecto permanece
até agora nos nossos psiquismos. Contudo, tivemos que forçosamente nos
acostumar a um fluxo de notícias e de constatações nada agradáveis, que
aos poucos foi nos obrigando a perceber que, o sacrifício de preservação da
nossa situação original de biodemos, quando comparada à das consciências
que se viram transferidas para a condição humana – sobejamente, essas
últimas –, haviam apresentado um padrão de progresso que os afastava, e
muito, em termos de complexidade, do estacionamento que dolorosamente
nos afligia.
A tentativa de preservar a noção do que éramos, da nossa cultura e do
modo de ser biodemo, foi-nos parecendo, aos poucos, uma atitude pouco
produtiva, na medida em que víamos alguns dos nossos ex-companheiros
portarem, nas suas consciências, um tipo de brilho e de lucidez nunca
observado por nós, nem mesmo em Sophia, pelo menos em relação aos
últimos padrões que dele tínhamos quando da convivência ainda em tempos
anteriores ao problema da “rebelião”.
N.a.t.: Naquela época, Sophia não havia produzido ainda o seu avatar
humano Jesus, nem muito menos recebido toda a herança que, ao
ressuscitar, Jesus devolveu ao seu “feitor”, ou seja, a sua forma
cósmica. Ao receber de volta a resultante do que foi produzido pelo seu
“filho humano”, essa elevou a situação de Sophia a um padrão
vibratório muito superior ao que ele sempre ostentou antes de ter
assumido a forma humana, que o dignificou em níveis superlativos.
A sensação de que algo de muito errado existia com as leis cósmicas, que
pouco premiava o esforço dos padrões normais, mas parecia se deliciar com
a aventura do inusitado, ainda que com muitos erros e tragédias, cada vez
mais invadia o nosso psiquismo. O mais enigmático era que, dessas
adversidades, as tais leis pareciam produzir adornos mentais, que eram
apropriados pelos poucos que ousavam romper o fator limitante do
psiquismo que marca cada espécie cósmica – como Yel Luzbel e Pandora o
fizeram. Normalmente, o que ocorre é que as espécies cósmicas são
mantidas progredindo lentamente, mas em estágio estacionário, o que talvez
facilite o controle dos “feitores” de cada uma delas, que não costumam
gostar do “grito de liberdade”.
Observando de outro modo, as espécies biodemos que não se
“rebelaram”, pelo que posso deduzir, ainda que sempre bem aquinhoadas no
campo do desenvolvimento tecnológico, são hoje bem menos complexas do
que as que se “rebelaram”. Por quê? As “rebeladas” tiveram que criar e
assumir novos “adornos” nas suas mentes, já que se viram obrigadas a
evoluir no campo da necessidade de decifração dos enredos mais profundos
por trás da aparência das coisas e dos acontecimentos, como também
passaram a “vivenciar emoções” sequer imaginadas pelos biodemos, que
desconheciam qualquer tipo de sensação nesse sentido.
Tornando tudo ainda mais complexo e difícil de ser abraçado por
qualquer lógica, os eventos que levaram os biodemos alojados na Terra a
perderem seus corpos e se verem transferidos para a condição humana,
como também para outras, fizeram desses os mais avançados dentre todos
nós, o que parecia convidar todo o “gênero biodemo” a abandonar aquela
condição que nos fazia funcionar quase sempre como uma “família
semirrobotizada”, agindo, inexoravelmente, conforme os ditames dos
códigos-fonte definidores das nossas espécies.
Imagino que as nossas “famílias coirmãs”, que não se “infectaram”
pelo “vírus do progresso” que a “rebelião” terminou produzindo nos seus
próprios agentes – que de algum modo conseguiram sobreviver –,
acompanharam e acompanham todo o desenrolar desse enredo que está
longe de ser concluído, e dificilmente conseguem compreender o
desmantelamento da lógica que sempre pautou os algoritmos do nosso
“psiquismo biodemo”.
Pensar que sair do controle de Sophia, ainda que com toda sorte
de infortúnio, no final, parecia produzir frutos tanto para ele próprio
como para os que se aventuram pelos caminhos do desconhecido
cenário do cosmos, parecia ser o óbvio a ser constatado. No entanto, essa
perspectiva destruía o trabalho de cerca de 900 milhões de anos de lenta
elaboração de cada uma das quase 250 mil “famílias biodemos” que, em se
mantendo disciplinadas e normais, era como se estivessem preparando o
futuro para que se tornassem “lixo sideral”, sem nada a contribuir no campo
da compreensão e da decifração, apesar de toda a tecnologia que
ostentavam.
Em Alt Lam Gron, quando discutíamos esse aspecto – e jamais
deixamos de fazê-lo – sempre era necessário o intervalo de “uns poucos
dias” de descanso e de refazimento psicológico para continuarmos com a
trivial tarefa de sempre repetirmos a mesma agenda, enquanto a vida
passava.
Por sinal, a necessidade de algum descanso entre os biodemos surgiu
conosco, os “aterrados” – os “exilados” na Terra –, porque as demais
famílias do nosso gênero jamais precisaram desse tipo de recurso corporal,
e mesmo nós, agora disso dependentes, antes desconhecíamos aquele leve
torpor que fazia e faz com o cérebro cesse de funcionar parte dos seus
programas por alguns instantes.
Nesse ponto, dentre os postulados humanos, buscamos alguns padrões
que nos pudessem ser úteis à estruturação do nosso psiquismo, vivenciando
a solidão a que nos impusemos, enquanto aguardávamos por “sabe-se lá o
quê”. Foi quando nos defrontamos, nos nossos estudos em torno da
produção filosófica humana, com o “Princípio da Razão Suficiente”1 de
Leibniz, na filosofia crítica de Immanuel Kant.
Começamos, então, a estudar os seus postulados, quando pensamos ter
identificado, em Kant, uma das antigas consciências Val do grupo da
epistemologia, mas jamais concluímos, com certeza científica, aquela
expectativa.
Seja porque somente tomamos do seu trabalho já tendo ocorrido a sua
morte, enquanto grande filósofo dentre os humanos, ou mesmo porque a
nossa tecnologia para o processo de identificação veio e continua a ser
desenvolvida com o passar dos tempos. Em alguns casos, é com certa
facilidade que detectamos o modus operandi de certas consciências Val,
Yel, Cromon, Mion e Shanlum. Em outros, porém, não é tão simples, e
muitas vezes permanecemos sem concluir certas questões que, talvez, no
futuro, possam ser avaliadas de um modo melhor.
Os milênios terrenos foram se passando e, de vez em quando, notícias
que nos diziam diretamente respeito eram veiculadas entre nós como
resultado dos nossos diversos grupos de trabalho.
Desde que produzimos a notícia – cujo processo de verificação sempre
havia sido considerado como excesso de zelo ou a velha “prudência
biodemo” de não ir além do que pudéssemos resolver dentro das nossas
naves, sem depender de coisa alguma de fora, ou mesmo ficção e exagero
da parte de alguns dos nossos melhores expoentes científicos –, a todos os
habitantes de Alt Lam Gron, de que estávamos isolados, sem podermos
contar com qualquer apoio exterior, essa se tornara a mais crua realidade.
Apesar de sempre termos vivido daquele modo, essa notícia deveria ter
produzido em nós um clima psicológico de tranquilidade ou mesmo de
indiferença. Paradoxalmente, porém, o simples fato de nos sentirmos
impedidos de fazer algo, causava-nos constrangimento psíquico num grau
nunca vislumbrado.
Pouco a pouco fomos percebendo que não poderíamos mais conviver
objetivamente com os diversos núcleos que formavam a vida física do
planeta, e aquilo não estava pressuposto no nosso previsível modo de reagir
aos fatos.
O que tivesse que acontecer com a Terra, seria produto da evolução
natural dos homens e mulheres da sua espécie dominante. Da mesma
maneira, o futuro da nossa cidade-base dimensionada dependeria
exclusivamente da condição tecnológica disponível para assim mantê-la.
Reajustamos todos os nossos esforços com vistas à nova situação que
nos levava a permanecer onde estávamos, sem que vislumbrássemos
qualquer opção de interagir com outro grupamento qualquer. O nosso
principal temor era o de novamente paralisarmos o nível da evolução
conquistado até então, pois sabíamos ser, aquela possível estagnação, a
maneira mais fácil de fracassarmos por completo em relação aos ideais
originalmente assumidos quando da “experiência Gron”.
A “cidade” na qual residíamos e cuja história remontava há mais de 20
mil anos, havia sido transferida, na sua estrutura atômica-molecular, para
um ambiente existencial localizado no nível astral primário, literalmente
consorciado à esfera física planetária. É como se toda a nossa cidade-base
tivesse sido transplantada para a outra dimensão, sem que tivesse saído do
lugar. Realmente, havia sido exatamente aquilo que ocorreu.
No momento programado pelo comando do “programa Gron”, os
habitantes se recolheram aos módulos de descanso e fomos todos
transubstanciados com a matéria inerte vinculada ao nosso modelo
existencial de comunidade, assim definido pelo colegiado de Alt Lam Gron.
Sob a perspectiva do nosso método científico, era um procedimento
seguro, tendo sido mesmo utilizado em alguns momentos cruciais da
história dos descendentes do “núcleo rebelde”, que foi obrigado a fixar
residência no único planeta disponível, devido a um processo cumulativo de
tragédias, crimes, doenças e equívocos de toda ordem, perpetrados pelos
diversos segmentos de “rebeldes” oriundos do que, na Terra, passou a ser
conhecida como a “Rebelião de Lúcifer”. Que seja! Entretanto, para nós, os
eventos ocorridos naquelas instâncias celestes jamais se enquadrariam nas
posturas de um único ser – Yel Luzbel – ou nos desdobramentos do que
inicialmente ele fez.
Para nossa surpresa, o conjunto daqueles acontecimentos passou à
posteridade de maneira equivocada em relação a Yel Luzbel, tendo o seu
conteúdo factual chegado à Terra já distorcido – assim ocorreu porque
foram registrados, no seu primeiro momento, pelos pares do “quartel-
general rebelde”, que aportou neste planeta há cerca de cem mil anos.
Desde a chegada de Yel Luzbel, por diversos motivos, o método de
transferência dimensional para o nível astral primário havia sido utilizado
sempre com sucesso, apesar de não se controlar, precisamente, o “intervalo
psíquico” em que o processo poderia durar, mesmo se tendo como
presumível uma certa escala de tempo em que o retorno ao mundo físico se
daria.
Naquela ocasião, porém, perguntávamos uns aos outros, em Alt Lam
Gron, se aquela tentativa de perenizar a nós próprios, enquanto tudo o mais
se transformava, inclusive os que deixavam de ser biodemos, valeria
realmente a pena. Será que seria melhor nos apartarmos definitivamente
do fluxo dos acontecimentos cósmicos e viver, o resto da vida,
encapsulados no código-fonte definidor da nossa espécie?
Na “categoria biodemo”, não mais encontraríamos os nossos antigos
companheiros de família. Essa, por sinal, jamais seria refeita! Qual o
sentido de continuarmos acompanhando as consciências esquecidas da
“condição biodemo”, então mergulhadas entre os humanos?
A nossa expectativa somente se modificou quando, logo após a virada
do segundo milênio do calendário terrestre da era cristã, com uma certa
dose de inquietação, fui incumbido, pelos meus irmãos de Alt Lam Gron, de
tentar contatar um dos nossos elos com o “passado biodemo”, o que, para
satisfação geral, resultou nos livros da trilogia “Queda e Ascensão
Espiritual”, a saber, “Reintegração Cósmica”, “Caminhos Espirituais”, e
“Carma e Compromisso”, e da presente trilogia “Terra Atlantis”, além de
muitos outros desdobramentos difíceis de serem aqui abordados, que foram
produzidos pelo “humano do qual me sirvo”, antigo irmão de vivência Val.
O aspecto mais profundo para todos nós foi o da constatação de que,
mesmo na condição humana, o “Processador Val” pode continuar a operar
junto ao psiquismo terráqueo, sendo a experiência com este “humano do
qual nos servimos com sua total aquiescência”, a retomada de antigos
projetos e o início de uma nova etapa para os que se encontram vivendo por
trás dessa camuflagem de “Espheron” – a cidade-base de Alt Lam Gron.
Observando, nestes tempos presentes, o quanto fomos obrigados a agir
e a “caminhar” por nosso próprio discernimento, desconhecendo as regras
da ação e do deslocamento, ainda bem que chegamos até essa retomada de
parceria, para podermos, doravante, revisitar as páginas mais estranhas
do passado recente, desde que o esperado “Messias”, anunciado pelo
“Deus dos Judeus”, se fez humano na pessoa de Jesus – ainda que nem
mesmo os seus contemporâneos o tenham percebido como tal, pois que os
judeus da atualidade ainda aguardam pelo cumprimento profético, por não
terem aceitado que um homem fraco, derrotado e humilhado, possa ter
representado uma promessa que ressaltava a vinda de um “vencedor”, de
um rei que se tornaria o justiceiro e o imperador deste mundo.
Pode ser que, para o atual modo de pensar dos homens e mulheres
deste início do século XXI do calendário terrestre, o que aqui, agora
relatarei, não tenha mesmo maior importância. Contudo, apesar da
modernidade tecnológica que atualmente marca a vida dos humanos, e que
estes se encontrem maduramente estabelecidos num padrão de compreensão
confiável, que lhes garanta a continuada possessão da Terra, o
desconhecimento sobre o passado fere perigosamente o alicerce desse
pretenso domínio planetário. Alguns fatos simplesmente acontecerão num
futuro breve, e não nos parece que haja segurança de que as forças externas
estejam preocupadas com o que os humanos sabem ou não. Talvez, o
tirocínio que marca as atitudes e posturas dessas forças externas não
tenha amparo psíquico que os faça se preocuparem com as
conveniências dos humanos.
Assim, nós, os que sobrevivemos em Alt Lam Gron, as últimas
testemunhas e mesmo atores de parte do processo de tentativa de
colonização ocorrido no passado remoto, estamos ainda tentando arquitetar
parcerias com humanos que nos permitam algo esclarecer sobre aqueles
dias.
Compreenda, quem porventura estiver lendo a presente narrativa, que
nos dois últimos séculos anteriores à vinda de Jesus, no seio das muitas
culturas humanas que agora vicejavam em cada nacionalidade, a vinda de
um “agente do além”, de um “agente de fora”, fosse lá o que isso
pudesse significar, era assunto que tão somente poderia interessar aos
núcleos iniciáticos de então e/ou, no máximo, à fé do povo, em cujo seio, o
viés profético vaticinou a tal vinda excepcional.
Se assim era na cultura humana, o mesmo não se pode dizer dos outros
traços culturais extraterrenos das equipes que estavam estabelecidas na
Terra e vivenciaram aqueles 200 anos que antecederam o início da chamada
era cristã.
Para os muitos seres de fora, envolvidos com o que se desdobrava no
planeta, o fato do domínio humano sobre o mesmo ter atingido proporções
difíceis de serem revistas e redimensionadas, a não ser por meio da
destruição da humanidade, a notícia veiculada pelos profetas – durante o
último milênio em que o povo hebreu se reduziu às duas tribos do reino de
Judá, de onde surgiu a expressão “judeu” –, de que, entre os judeus,
nasceria ou surgiria um “super-ser”, instigou a todos a vigiarem e
permanecerem em estado de prontidão para um possível conflito, o próximo
a acontecer dentro da cronologia descontrolada de desgraças que sempre
vitimou a história local.
Essa atenção foi redobrada porque o esperado “superser”, cujos
poderes dominariam o planeta, com toda a população humana a ele
submetida, e tudo aquilo em nome de um dos Seres que se apresentava
como sendo o maior dentre todos, era tão somente a continuidade dos
eternos conflitos entre os “Senhores do Conglomerado”, vinculados aos
problemas dos “seres dos portais”.
Hoje, sabemos que absolutamente ninguém na Terra observa os fatos
acontecidos ou por acontecerem sob essa ótica. Entretanto, um dos aspectos
reais do problema humano da atualidade é que ninguém, dentre os que
vivem na Terra, pode ao menos imaginar que as demais espécies
inteligentes aqui alojadas de algum modo, à exceção dos terráqueos, ainda
pensam exatamente como se costumava fazer e como foi feito ao longo dos
últimos milênios. Os humanos são os que desconhecem o panorama que
continua a envolvê-los – nascidos no seio de todo esse problema, os
humanos foram mantidos na ignorância, e até hoje assim se encontram.
Cuidam do que a lógica atual faz com que pensem ser do seu interesse, mas
esquecem de perceber que muito do que não cuidam, porque desconhecem,
continua a existir, gerando seus processos.
Assim, a vigilância sobre os “processos e fatos históricos” dos povos
terrestres, da parte dos seres de fora e ainda vinculados à disputa pelo
domínio do planeta, era e sempre foi superlativa: os terráqueos, desejando
ou não, sabendo disso ou não, um dia compreenderão que ela continua
sendo aplicada como antes.
Dominar a Terra significava também o efetivo controle sobre as bases
construídas na Lua e, principalmente, em Marte, onde, de fato, parece ter
começado, em termos locais sistêmicos, toda essa história de problemas
entre os “Seres do Conglomerado” e o que lá foi construído, o que pudemos
ver com nossos próprios olhos biodemos, nas vezes em que tivemos de nos
deslocar até lá.
São painéis desconhecidos para o atual nível do conhecimento
humano, condicionado que o mesmo se encontra devido às manobras de
controle exercido por algumas forças vinculadas a centros de poderes
extraterrenos, cuja existência e operacionalidade se expressam sem que as
pessoas comuns da Terra percebam claramente.
Talvez, a vinda aberta e oficial de Sophia, prometida pela sua face
humana, conhecida como Jesus, tenha o condão de colocar um fim a essa
etapa da história universal.
Desse modo, por saber que seria na descendência de Jacó que o tal
“Messias” nasceria, Len Mion tratou de exercer a partir de um dos
ambientes considerados bastidores da vida humana, o seu controle
implacável sobre os comandos dos impérios que, ao longo da história das
doze tribos de Israel, atacaram sistematicamente os descendentes de
Abraão, com a pretensão de aniquilar o “povo escolhido”.
Na ótica de Len Mion, o objetivo era mesmo o de destruir o código-
fonte definidor (DNA) dos judeus. Se dependesse, pois, da vontade dele,
qualquer ser humano pertencente à linhagem dos hebreus/judeus, deveria
ser extinto, como jeito de impedir o surgimento de um “superser”, uma
espécie de “superagente” enviado pelo “Deus” que apoiava Sophia, e cuja
intenção era a de fortalecer ou criar um império planetário a partir do
genoma dos judeus.
Para Javé, a Terra deveria ser a “cara dos judeus da aliança”: um povo
temente a ele, obediente e impiedoso para com os infiéis. Len Mion faria
tudo para impedir isso! Inclusive, ele próprio fez muito pior que isso com a
humanidade!
Len Mion jamais compreendeu a implacabilidade das atitudes de Javé,
o que o levou a assumir uma postura correspondente, capaz de se contrapor
a ele, por meio das suas estratégias. Na verdade, Len Mion superou em
muito a Javé em termos de frieza e de indiferença para com o sofrimento
alheio! Pelo menos foi essa a leitura que fizemos, ainda que, nesse ponto, o
“autor terreno” sinalize uma disposição contraria em termos de avaliação.
Ele acha que não sabemos identificar todos os elementos da questão para
traçar com segurança uma avaliação mais aprofundada sobre a frieza e
implacabilidade de ambos, na busca de seus criminosos objetivos.
Praticamente, Len Mion dominou as mentes de todos os reis que
passaram pelos impérios assírio, babilônico, persa e romano, dentre outros.
E de tudo ele fez para tornar o povo judeu o mais desgraçado possível em
termos de possibilidade de progresso. Cada tormento que caía sobre os
judeus era motivo de ajuste na conta pessoal que ele determinou existir em
relação àquele Ser que se apresentava como o “Criador do Céu e da Terra”.
Jamais houve um só império que tenha dominado ou infernizado a vida
dos judeus em toda sua longa e penosa história, que não tivesse a mente de
Len Mion por trás. O problema é que, também, as histórias dos demais
povos da antiguidade terráquea, todas elas foram horríveis em termos de
dor, desolação e sofrimentos, devido aos desdobramentos da “escolha” de
um povo, em detrimento dos outros, feita por um Ser que nunca agiu
abertamente, mas sempre por meio do domínio covarde de psiquismos
inocentes, como me pontua o senso crítico do “humano que me serve de
instrumento”.
Se Javé havia garantido aos judeus uma “terra prometida”, a missão
que Len Mion se impunha era a de assegurar que eles jamais teriam terra
alguma. Se Javé prometia algo a um rei judeu, ele cuidaria para que aquilo
nunca fosse realizado.
Neste ponto da narrativa, faz-se necessária uma reflexão sobre o
psiquismo de Len Mion.
Pessoas há que têm muitas razões para existir; outras há que sequer
pensam a respeito de ser necessário ter alguma razão para viver e levam a
vida adiante sem maiores preocupações filosóficas ou transcendentais.
Nós, os biodemos, jamais tivemos esse mecanismo psíquico, o que nos
esvazia a possibilidade de perceber ou de arquitetar qualquer sentido para a
existência que levamos, pois o código-fonte definidor do nosso gênero
predeterminava o fluxo das ações e das reações, e isso era tudo para nós.
Nem mesmo Yel Luzbel, que sofreu todos os impactos do movimento
que ele começou e dos seus desdobramentos pesadíssimos, desenvolveu
qualquer senso nesse sentido.
Len Mion, porém, foi o único biodemo, até àquela época, a ter
desenvolvido um senso prático de destinação para além dos objetivos
específicos do nosso código-fonte definidor de vida. Do conjunto dos
sentimentos, os quais ele foi inusitadamente desenvolvendo a seu modo, fez
a raiz de um projeto de vida que se alimentava da sua obstinada
“criatividade maligna” para sempre se contrapor a qualquer fluxo de
intenção e de eventos produzidos por Javé e Sophia ou por alguém a eles
relacionado.
A força mental de resistência e de sobrevivência que Len Mion
construiu em si mesmo, jamais foi sequer compreendida pela ciência que os
biodemos sempre tiveram disponível em seus psiquismos.
Detalhe: nós não aprendemos sobre ciência, pois já surgimos para a
vida com o compêndio de informações destinado a cada um dos membros
da nossa família, o que nos leva a, tão somente, complementar um ou outro
aspecto do conjunto do conhecimento do qual somos portadores. Ainda
assim, com todo o conhecimento acumulado e disponível, comum a nossa
espécie, nenhum de nós jamais conseguiu compreender o que aconteceu
com Len Mion, pelo menos até o tempo em que produzo a presente
narrativa.
A meu juízo, ele foi se “metamorfoseando mentalmente” a cada ideia
destruidora que conseguia produzir, sempre no sentido de gerar mais caos
para se contrapor às tentativas de manipulação e de conquista em torno do
cumprimento dos desígnios que ele sempre julgou vir da parte de Sophia e
de Javé.
Pior do que Len Mion fez com outras etnias ao influenciar diretamente
os muitos povos que entraram em conflito com os descendentes de Jacó,
somente existe o que ele fez com os próprios judeus, como maneira deles
desobedecerem às ordens de Javé, o que, muitas vezes, conforme as
narrativas bíblicas atestam, levou a que o “Deus dos Judeus” castigasse o
“povo escolhido” sempre que esse Ser era dominado pelo estado de fúria,
que parece ter marcado o seu estado psíquico, mostrando-se uma Entidade
absolutamente descontrolada e bestial, como ele próprio se apresenta nas
narrativas que vieram a compor a “Bíblia”.
Aquilo era o clímax para Len Mion: ver o “Deus dos Judeus”
destruindo e enfraquecendo o seu próprio povo. “O tal “Messias” não
poderia vir naquelas circunstâncias” – pensava ele, enquanto desenvolvia
novas técnicas para enfurecer o inconstante e primitivo “Deus dos Judeus”.
Len Mion foi conhecendo, aos poucos, as fraquezas de Javé, e jogou
com ele e com outros seres como quis, de modo a humilhá-los repetidas
vezes.
Nem mesmo nós temos precisão de informação a respeito de quantas e
quais foram as oportunidades em que Len Mion se intrometeu nos últimos
planos de Javé, ao longo dos últimos 20 mil anos, aproximadamente. E ele
fez bem mais do que isso! Ele passou a ser o adversário mais enigmático
que os três “Senhores do Conglomerado”, e os demais chefes dos “seres dos
portais” jamais tiveram, e não foram poucas as vezes que eles brigaram
entre si – e suas descendências também – provocados por uma “força
invisível” que os envolvia, enquanto Len Mion, desprovido de qualquer
humor, observava, da sua morada inexpugnável para os demais seres, os
efeitos da sua “arte mental”, que a cada dia crescia.
Usando dos termos da mitologia grega, Ares, um dos entes daquele
panteão, considerado o “deus da guerra”, destruiu uma quantidade
impressionante de seres, dentre humanos e de outras espécies, pensando
que estava guerreando com os soldados do tal “ser invisível que
infernizava a vida dos olimpianos”. Um outro daqueles deuses, Apolo,
utilizando-se da engenharia de Hefesto, quase conseguiu construir uma
armadilha que pudesse capturar o tal “ser invisível”, que eles desconfiavam
que estava agindo para enfraquecer o poder de Zeus junto aos humanos.
Sim! Len Mion, visando enfraquecer os “Seres do Conglomerado” e os
“seres dos portais”, tudo fazia no sentido de se utilizar dos humanos para
contrariar esses “poderosos” que sempre pretenderam dominar a Terra.
Indiretamente, ele ajudou os humanos a se fortificarem, desde que não
fossem os “protegidos por Javé”, contudo, nisso, nunca houve senso de
fraternidade ou de justiça de qualquer tipo, pois tão somente ele agia de
acordo exclusivamente com os seus objetivos.
Como aqueles seres viviam de aplicar ardis uns nos outros, Len Mion
se aproveitava dessa fraqueza para fazer valer a sua “arte” desagregadora e
infernal.
Ele jamais se preocupou em construir o que quer que fosse! Tudo nele
havia se transformado em potencial de destruição, que jamais foi combatido
com eficácia por nenhuma outra força, talvez por não ter sido possível
identificar um ser atuando a partir de uma realidade alternativa,
tecnologicamente edificada, e que não existia como efeito das regras da
Criação Universal.
Devo, ainda, levar em consideração que, também por ele ter
conseguido manejar os instrumentos da dominação psíquica por muitos
milênios, todo aquele processo fez dele um ser indetectável, sem sofrer,
assim, qualquer reação direta. Ele somente se fortificava!
Quanto mais colecionávamos partes do que conseguíamos perceber e
posteriormente decifrar das estratégias e atitudes vindas de Len Mion, mais
percebíamos o cansaço de Yel Luzbel e o progressivo desgaste dos demais
seres alojados em Shamb Aha.
O que restava do “quartel-general luciferiano”, que por tanto tempo
pelejara em torno de ideais diferentes dos usuais, ou de simples
contraposição ao modo de Sophia representar os poderes do “Deus oculto”,
nada mais tinha a ver com aquelas questões iniciais, e os fatos se sucediam
de acordo com o desenrolar da aleatoriedade e das decisões tomadas por
todos os envolvidos.
A pior face dos biodemos, notadamente a da secura e a da frieza
associada à capacidade de foco em objetivos cirurgicamente determinados,
estava ainda por aparecer.
Nesse sentido, Yel Luzbel jamais representou problema de qualquer
tipo e, caso não tivéssemos passado exilados todo esse tempo, arrisco a
pensar que a história de todos nós poderia ter sido bem diferente, inclusive
a de Len Mion, este sim, a personificação de um padrão de personalidade
cujos temperos ainda estão por ser descortinados.
Não temos como avaliar, nem muito menos julgar, a posição e o nível
de responsabilidade de cada um desses seres perante o conjunto das leis
morais vistas pelos humanos como sendo o conceito mais nobre de “Deus”,
que deve ser utilizado para gerir o fluxo da existência, caso o faça.
Contudo, do que até agora pudemos observar, não existe um caso como o de
Len Mion, que parece ter gerado o tipo de sentimento mais contrário ao
bem viver, que é o que os terráqueos entendem como sendo correspondente
ao ódio.
Já pudemos registrar, no passado, os “Seres do Conglomerado”
pontificarem que os humanos haviam inventado o ódio. Penso que eles
assim o afirmaram porque jamais souberam da existência de Len Mion e de
suas atividades desenvolvidas a partir de Shamb Aha.
Ninguém, dentre os humanos, o sabe, mas existem algumas sequências
extremamente complicadas e complexas no DNA dos homens e mulheres
terrestres, que foram lentamente produzidas pela inteligência deformada de
Len Mion. Incapaz de senti-las, pela modéstia do tipo de cérebro biodemo,
ainda que na condição de “dimensionado”, ele usou os humanos como
cobaias para melhor adestrá-los em certas áreas comportamentais, com
vistas à dominação e à implementação de seus planos.
Deve-se a Len Mion o que de pior possa existir no psiquismo
humano, e em seus respectivos lastros genéticos, no que se refere à
maldade e ao campo da cegueira filosófica, intolerância, psicopatia,
desequilíbrio, frieza, rancor e ódio, dentre outros aspectos da tragédia que
pudemos mapear. Óbvio que a sua “arte mental” de gerar o caos foi erguida
a partir de uma desordem psíquica adrede existente, que resultou no fluxo
caótico da vida que conhecemos. Apesar disso, dignificar esta vida é atitude
mental das mais preciosas, que alguns humanos aprenderam a fazer, e que
os demais seres que habitam no universo em que vivemos e em torno dele,
precisam também aprender a praticar.
Esse tem sido o nosso esforço a partir de Alt Lam Gron.
8 CAMINHOS INUSITADOS, ENCONTROS INESPERADOS
SEI que deverá ser difícil para o conhecimento humano entender, mas,
enquanto nascerem novos seres humanos a todo momento – e assim, deverá
ocorrer enquanto existirem humanos que possam se reproduzir –, a vida
continua, e isso também acontece para as quase 250 mil famílias de
biodemos que jamais foram “finalizadas”, só que por outras razões.
O gênero biodemo estava – e achamos que ainda está – em construção
até a eclosão da “rebelião”, e não penso que o contexto que sempre nos
envolveu nas cercanias do sistema de Capela e de outros mundos tenha
mudado alguma coisa nessas centenas de milhares de anos que já existimos.
Lá, as coisas quase nunca se modificavam e as transformações eram muito
lentas e ainda devem ser, mas continuam.
Um dos aspectos mais enigmáticos é o de que essas cerca de 250 mil
espécies que compõem o gênero biodemo representam um número de
individualidades que ultrapassa em muito os 7 bilhões da população
planetária atual da Terra, e essas vão viver por um longuíssimo tempo,
porém o universo não espera por ninguém para levar adiante a sua própria
necessidade de se reciclar sempre, para se manter em busca da
complexidade.
A questão é que, quanto mais complexa possa a vida se tornar em
tecnologia, pensamos que o que já foi conquistado por algumas civilizações
cósmicas – que construíram os seus próprios mundos artificiais e
transformaram o universo em sua casa, ou seja, vão para onde desejam,
conforme as circunstâncias – representaria o padrão máximo do progresso
no campo da inteligência.
Essa era e é a nossa lógica e a de todas as civilizações que até então
conhecíamos, antes de vermos surgir o ser terráqueo com outros padrões
no psiquismo, que importam tanto ou mais do que a questão
tecnológica.
A capacidade do pensamento crítico que permite a arte da
decifração, da compreensão, associada a uma habilidade mais
complexa ainda, que é a de sentir emoções e de poder valorizá-las, isso
modifica por completo o que, até cerca de 50 mil anos atrás, tudo o que
existia e que existe neste universo pensava.
Vocês não sabem, mas ao menos disso nós temos conhecimento: as
notícias sobre o aparecimento do ser humano desperto para a racionalidade
e independente, como também as diversas etapas do seu progresso, foram e
são notícias permanentemente atualizadas por diversos circuitos de fluxo
informativo que há muito conseguem capturar o que lhes interessa, em
termos do que se passa no globo terráqueo. O que desconhecemos, e não
temos como analisar, é o nível da compreensão que, nas origens desses
acompanhamentos ou na destinação dessas notícias, poderá existir.
Sabemos, porém, depois de tudo o que fomos obrigados a viver desde
que nos vimos exilados para a Terra por força dos acontecimentos, que os
humanos, com possibilidades superiores, existem há cerca de 50 mil anos.
Entretanto, nesse espaço de tempo, nenhuma espécie cósmica – nem mesmo
as que abduziram terráqueos no sentido de levá-los para seus mundos com o
intuito de transformá-los em “analistas da vida” ou coisa do gênero, como
também as que estão modificando os seus próprios genomas, para introduzir
neles certas “condições genéticas” que se observa no DNA humano –,
evoluiu em qualquer padrão no campo da compreensão e dos seus
desdobramentos.
O problema parece ser bem mais sério do que pensamos, e o “próprio
humano do qual me sirvo” é quem me informa que, segundo o que ele
consegue discernir a respeito, a questão reside na contraparte espiritual, ou
seja, na condição dos espíritos que estão associados a essas civilizações.
Segundo ele, e em outras palavras, a razão crítica, filosófica e
emocional não é fator que dependa tão somente do tipo de cérebro
biológico, mas também da condição do espírito vinculado (imantado ou
encarnado) ao corpo da transitoriedade biológica.
Se assim for, daqui que o gênero biodemo evolua para um estágio de
possibilidade de compreensão semelhante a que se encontra disponível no
psiquismo humano, sinceramente, penso que muitas gerações de estrelas e
de reorganização galáctica terão decorrido.
Quanto da vida valerá a pena se formos nos questionar até onde é
gratificante e útil existir no âmbito deste universo, sem ter a capacidade ou
a habilidade mental de compreendê-lo?
Não sei se os demais biodemos não envolvidos com a questão da
“rebelião” terão condições, um dia, de se fazerem exatamente essa pergunta
que acabei de expor: “Qual o tipo de vida que vale a pena?”. Entretanto,
quando e se o fizerem, que tipo de resposta o grau da racionalidade
biodemo ancestral poderá produzir?
Se o que conseguimos arquitetar a partir da “blindagem Gron”, que
nos separa artificialmente da Terra, estiver correto, seguramente esse
problema não deve ter sido ainda abordado ou mesmo refletido, mas espero
que, um dia, a “existência biodemo” possa ser ressignificada. Por quê?
Depois de vivenciarmos as experiências a que fomos obrigados, hoje
percebo a incapacidade que Sophia e quem mais o estiver assessorando, têm
e terão para arquitetar a equação mental, no campo da compreensão, quanto
ao pano de fundo por trás da existência biológica ou mesmo biodemo.
Esse nível mais profundo de crítica e de compreensão que a
“experiência Gron” nos permitiu concluir sobre certos aspectos da
existência, mostra-nos que a realidade, que pensávamos ser constituída
apenas pelo nosso universo, é composta também pelo universo paralelo dos
“seres dos portais” e dos “Seres do Conglomerado” e, mais ainda, o nível
dimensional que os terráqueos chamam de “Espiritualidade”. Por tudo o que
vivemos desde os tempos de Capela até agora, acho que deles, Sophia e sua
assessoria, pobremente, têm notícias sobre o universo antimaterial, nada
sabendo sobre a Espiritualidade.
Reafirmo, portanto, que esses seres já teriam resolvido qualquer
problema de ordem tecnológica, se fosse o caso, mas compreender o que se
encontra em curso de transformação, seja neste universo ou alhures,
pensamos que somente com o concurso dos terráqueos racionalizados e
equilibrados, é que análises e o vislumbre de cenários desse tipo serão
possíveis de serem produzidos.
Penso ser importante que vocês percebam que, e por isso o ressaltarei,
por mais atrasado que os humanos possam estar na percepção correta que o
método científico procura produzir sobre a origem da consciência, ainda
assim, sobre esse assunto, são os mais adiantados de todo o cosmos.
Não existe sequer senso de crítica e de autocrítica entre as civilizações
mais antigas que a que hoje se observa na Terra, quanto mais o uso eficaz
de algum padrão científico na busca do vislumbre sobre a consciência. A
maioria dos seres que existem pela Criação afora, não tem a mais
remota ideia do uso e do significado do que representa o “eu”, e muito
menos do que é individualidade ou ainda individuação.
Há cerca de 600 mil anos, não tínhamos a menor ideia do que
significava esse “eu” que, depois da doença de Yel Luzbel, nele surgiu,
fazendo que isso se transformasse numa “questão virótica” a ponto de se
tornar uma pandemia, inclusive para seres que viviam em outras dimensões
– hoje o sabemos – e que, na época, parece que estavam começando a
estabelecer como normal, um fluxo antes impensável para alguns poucos
locais deste universo, e que terminaram “adoecendo” do mesmo fator,
quando do entroncamento intersideral e intersistêmico, ocorrido na Terra.
“Adoecer”, aqui, significa assumir um dos principais efeitos
colaterais advindos da “pandemia rebelde”, que foi o estranho
surgimento de tipos de “eu” com algum padrão de racionalidade, ao longo
dos últimos 700 mil anos, no seio de algumas classes de seres. Em termos
do nosso universo biológico, essa foi a maior revolução já ocorrida!
Entender esse aspecto é o início para uma compreensão mais ampla e
acurada do que significou a “Rebelião de Yel Luzbel”, ainda que esse
epíteto não seja o mais apropriado para os primeiros momentos dos difíceis
acontecimentos daqueles tempos capelinos.
Compreendam que os tais “seres dos portais” e os “Seres do
Conglomerado” não fixaram seus portais neste universo, e se tal planejavam
não foram hábeis a tal ponto. Muito pelo contrário, os tais portais se
fecharam e, agora, somente soluções tecnológicas – conforme pensamos –,
poderão bem contemplar êxito em torno dessa questão.
Hoje, desconfiamos que os tais “Seres do Conglomerado” se viram
“fixados” ou “acoplados” à Terra, independente de suas vontades! E
isso teria se dado em tempo bem anterior ao que aventamos nessa narrativa.
Contudo, não temos como checar, pelo menos por enquanto, essa nossa
desconfiança.
Nós mesmos, como já informado superficialmente no início deste
livro, quando dos deslocamentos que usualmente fazíamos, jamais
havíamos presenciado maiores indícios dessa “vizinhança universal”, ainda
que singularidades estranhas sempre eram detectadas aqui e acolá, mas
nunca conseguimos maiores definições no campo da conceituação das
mesmas.
Na Terra, porém, tudo parece ter convergido e explodido do modo em
que se deu, e que hoje se encontra equivocadamente traduzido para o
conhecimento humano como sendo lendas e mitos.
De todo modo, transcorridas algumas centenas de milhares de anos
desde que aqui chegamos, eis que, pela primeira vez, o “grupo da
epistemologia”1 se realinha em níveis interessantes, pois que, agora, alguns
de nós continuam como biodemos em Alt Lam Gron, outros “mergulhados”
na condição humana e, ao que parece, alguns outros no estado de espíritos
desembaraçados quanto ao uso do corpo carnal e, portanto, livres para atuar
a partir dos tais “ambientes espirituais” que envolvem a Terra.
O que faltava? Que um dos humanos pudesse servir de ponte entre
essas dimensões! E eis que as duas trilogias – “Queda e Ascensão
Espiritual” e “Terra Atlantis” – já produzidas pelo antigo grupo, tão
somente iniciam um processo de parceria que perdurará, pensamos nós, até
o fim das possibilidades universais. Sob a minha perspectiva, é uma lástima
que existam outras forças e hostes espirituais que precisam do concurso do
“humano do qual nos servimos”, e que respondem por outras ordens de
palestras e de livros produzidos por ele.
Confesso que, desde que firmamos o provável início dessa parceria
logo no início do novo milênio do vosso calendário – trabalhamos bastante
para isso desde o ano de 1990 até o de 2004, sem que soubéssemos do
apoio espiritual que, conforme parece, recebemos o tempo todo, para
podermos envolver o “aparelho humano” –, aquilo que os humanos sentem
como sendo “esperança”, começou a ser o refrigério motivacional que nos
manteve atuando firmes, apesar de todas as dificuldades nossas e “daquele
que nos apoia com a sua condição de terráqueo”.
Os desdobramentos em torno dos ideais do estudo epistemológico – o
de procurar a verdade com honestidade de princípios e de propósitos, que a
consciência de Val El, enquanto biodemo e depois humana, sempre
perseguiu –, dos quais não abrimos mão até a atualidade, têm sido a nossa
motivação para a continuada busca de esforços para enfrentar o porvir.
O que agora estabelecemos por meio desse trajeto que indelevelmente
une as nossas mentes em torno do “Processador Val” e de outros circuitos,
permite que saibamos que, ainda que todas as demais vozes se calem e
todos os sonhos se desfaçam, o ideal da “busca pela verdade”, acalentado
pelas famílias biodemos, permanece como sendo a flâmula de uma equipe
que jamais deixará de se movimentar.
O que foi um dia sonhado pelos Val, Yel, Mion, Cromon e Shanlum
poderá até não se cumprir, mas se desfazer, deixar de ser perseguido,
jamais! Afinal, ainda que “desorganizados” e sem consciência disso,
transformamos a nós próprios em uma das forças que agora atuam
nesse contexto e, sem a nossa participação, as “Forças Criadoras Originais”
de todo esse processo não podem lograr atingir nenhum resultado que as
satisfaçam.
Agora, não são somente os descendentes de Ostronomos que agem
com algum padrão de senso de respeito, de ética e de justiça neste
quadrante universal, pois os humanos da Terra estão também
desenvolvendo a sua maestria nesse mister, com muito esforço e
sofrimento, ainda que açoitados pela ignorância espiritual – conforme
atualmente pensamos – das muitas “forças” que atuam no processo da vida.
Dos sonhos engendrados por diversos “ex-rebeldes” ao tempo da vida
hiperbórea, os processos ali iniciados, ainda que perseguidos por toda sorte
de malefícios, geraram seus frutos, e a semeadura, apesar de dispersa no
primeiro momento, hoje converge para um ponto de encontro (na verdade,
de reencontro) que, apesar de modesto em sua estruturação, tempo virá em
que dele – das novas “sementes” que dele surgirão –, mais um outro período
de “semeadura cósmica” terá lugar, o que acontecerá a partir da especiação
do ser terráqueo.
TODOS OS QUE vivem nesta Criação, seguramente foram engendrados para desejar
a vida e fugir da morte a qualquer custo. Por singular que possa ser a sua
natureza, o seu psiquismo sempre sentirá, inconscientemente, a sensação de
apego à vida corporal e usará de todos os meios para fugir à sucumbência
física. Assim passou a ser determinado pelo DNA da espécie, como também
pela “poluição” dessas marcações no que supostamente entendemos como
sendo o espírito de cada ser.
A retroalimentação constante desse processo se deu e se dá a cada
“momento cósmico”, automatizando o ser nessa busca infindável de
eternidade.
Ao estudar os organismos unicelulares do universo biológico no qual
vivemos, a ciência humana descortinou a premissa ou “lógica” desses
pequenos seres, e apontou que, conforme a ótica que lhes marca o
comportamento, quando percebem que o ambiente (ou habitat) em que
vivem é caótico, insatisfatório, eles fazem de tudo para se tornar eternos,
imortais. Curiosamente, ao perceberem que o mesmo é favorável, eles
optam por se reproduzirem de alguma maneira – algumas espécies de
bactérias, por exemplo, enquanto células vegetativas, apresentam o
processo de esporulação em condições adversas, produzindo células
esporuladas, também chamadas “esporos”, que sobrevivem e apenas
germinam quando o meio se torna favorável, surgindo assim novas células
vegetativas, que podem se nutrir e se reproduzir.
Ao longo dos últimos milênios, desde que passamos a habitar em Alt
Lam Gron, buscamos compreender essa aparente constatação da ciência
humana, aplicando-a à longa história evolutiva do gênero biodemo e dos
antecessores, como também às classes de seres surgidas animalizadas, com
suas naturezas exuberantes. Mais recentemente, tentamos aplicá-la aos
“seres dos portais” e aos “Seres do Conglomerado, e tudo o que concluímos
é que, cada espécie produz um tipo de natureza psíquica, e todas elas são
cativas do comportamento automatizado da sobrevivência, não lhes
sendo dada outra opção, a não ser a de perseverarem até o fim.
Pelo que viemos a saber mais recentemente, nenhum ser ostentou mais
do que Len Mion essa predestinação de procurar se superar
indeterminadamente, no sentido de se manter vivo e atuante.
Não sendo um ser animalizado, o que o poupava de gastar sua energia
pessoal com os apetites naturais da vida biológica mais complexa, ele se
enriqueceu a tal ponto que, o seu poder, alimentado pela indignação e ódio
dedicados a Sophia e ao Ser Criador do qual seu ex-comandante se dizia
representante, e a tudo o mais vinculado a ambos, tornou-se superlativo,
não existindo, então, barreira mental que o impossibilitasse de envolver a
sua vítima.
Dizendo de modo claro, anjos-clones, demos, biodemos, biodemol e
diversas espécies animalizadas predadoras, todas elas facilmente eram
dominadas pelo seu poder mental.
Como já dito, e agora acrescentando um painel, não foram poucas as
vezes que Ares, sob a perspectiva da mitologia grega, achou que alguém
se aproveitava da fúria e da frieza impressionantes que marcavam seu
psiquismo, quando se motivava a matar. Esse alguém, ele chegou a achar
que era o próprio Zeus, ou os deuses de gerações anteriores ou mesmo os
chamados “deuses primordiais”. Entretanto, um “simples e desconhecido”
biodemo, que se encontrava preso numa faixa de realidade alternativa, era
quem respondia pela autoria mental da desapercebida manipulação.
A natureza humana, porém, quando bem utilizada, poderia, sim,
oferecer resistência àquele tipo de processo e se manter livre da sua
influência decisiva, ainda que fosse impossível não sentir os seus efeitos –
conforme me orienta o “humano do qual me sirvo” –, sob a forma de
impulsos no psiquismo. Contudo, aos humanos, era dado contorná-la; a
outros tipos de seres, tudo indica que não.
Demoramos muito, na nossa lógica biodemo, a compreender a valia
singular da atitude mental do desapego, tão difícil de ser trabalhada entre os
humanos, pelo singular potencial emocional que ostentam na sua natureza
psíquica.
Do nosso posto de observação, não temos muito como perceber o que
acontece ao espírito particularizado de alguém que deixa a condição
corporal humana e adentra à presumível dimensão espiritual, que parece nos
envolver a todos, mas podemos, sim, facilmente constatar que aqueles cujas
consciências terráqueas, em repetidas encarnações, primam pela arte do
apego inteligente às coisas da vida, como também às pessoas amadas,
evoluem bem mais substancialmente que os que sofrem com o “jogo das
perdas e dos ganhos” – que nos parece profundamente ilusório, hoje o
sabemos.
Faço a questão de registrar esse aspecto do acompanhamento que
conseguimos aplicar em torno da vida humana, porque, doravante, terei que
enveredar por um caminho cujos aspectos tanto históricos como espirituais,
apontarão no sentido de narrar a trajetória de Len Mion e de Yel Luzbel,
desde os tempos imediatamente anteriores ao nascimento de Jesus na
Terra, até o “aprisionamento espiritual” de Len Mion, ocorrido nos
anos 90, do século XX, já findo.
Por aqueles dias, Len Mion resolvera vigiar todas relações de contato
existentes entre os “seres dos portais” e os humanos, e para tanto, os já
referidos grupos teurgistas compunham a trincheira de acompanhamento
permanente sobre qualquer notícia importante, possivelmente vinda do
“além humano”, para os que viviam na Terra.
Len Mion havia se cansado dos profetas judeus, preferindo patrulhar
os grupos dos iniciados na arte da Teurgia e, para tanto, conseguira arrastar
Yel Luzbel e os demais membros ativos do seu “quartel-general” – que
funcionava sempre honrando Yel Luzbel, mas obedecendo aos nervosos
comandos vindos da mente incansável de Len Mion.
A frieza comum aos biodemos não mais existia em Len Mion, e aquele
aspecto se tornara um fator de liderança praticamente irresistível, pois ele
conseguia dominar e envolver a todos, inclusive ao próprio Yel Luzbel. Ele
somente se libertava um pouco do inclemente patrulhamento de Len Mion
quando “sumia”, por algum tempo, nos “caminhos plásticos” de Shamb
Aha, que sempre se moldavam e se adequavam ao comando mental dos que
de lá, desejavam aproximar a sua percepção pessoal de determinado ponto
deste universo e, principalmente, de qualquer coordenada do planeta Terra.
O “ponto preferido” dos sumiços de Yel Luzbel tinha como foco a
antiga base Atlan, atualmente submersa, devido ao lento avanço do mar,
que se situava ao longo do litoral da atual costa brasileira, na altura da curva
que o continente sul-americano faz onde, atualmente, fica o estado do Rio
Grande do Norte. Mais especificamente, ele se focava em duas construções
que se situavam em coordenadas geográficas praticamente onde, hoje, se
encontram as praias da cidade de Natal e nos seus arredores, principalmente
na direção do seu litoral norte.
Yel Luzbel aprendera a sobrepor a realidade vibratória alternativa
de Shamb Aha envolvendo aquelas duas construções, então submersas,
e nelas ficava por longo tempo, sem ser perturbado.
Se a questão era “vigiar” a chegada de forças de fora, aquelas
centrais de controle que, apesar de submersas, continuavam naturalmente
ativas – ainda que ninguém mais, dentre os biodemos, delas cuidassem –, e
em permanecendo ali, se alguma força-tarefa se aproximasse da Terra, ele
perceberia o inevitável registro das “torres de controle”. As mesmas haviam
sido danificadas em guerras passadas, mas continuavam operantes, ainda
que poucos soubessem disso.
Ele o sabia, porque, ainda quando exercendo o comando da “rebelião”,
recebera a notícia de que a equipe que ele mandara verificar os estragos
advindos de conflitos e de hecatombes ambientais sobre o que restava da
capacidade operacional dos biodemos na Terra, confirmara que havia
operacionalidade, ainda que fragilizada, da base Atlan equatorial, como
também de Benem, situada ao norte. A do Sul, que ficava na Antártida e
que terminou se situando no atual polo Sul, devido a um estranho
deslocamento ocorrido na crosta planetária, não se encontrava operacional
no sentido de detectar aproximações, ainda que funcionasse em outros
sentidos.
Yel Luzbel, desde que aterrissara no planeta, há cerca de 98 mil anos –
e o fizera exatamente onde veio a ser construída posteriormente a base
Atlan –, permaneceu muito tempo sem poder sair da “mastlan” pousada nas
dunas que marcam o relevo daquela região, e durante milênios aprendeu a
observar aquela paisagem móvel que, então, se modificava conforme a
força dos ventos que eram muito fortes naquele quadrante planetário, e que,
na antiguidade, estava situado em outras coordenadas.
Em tempo próximo aos dias em que o império romano havia
submetido a palestina ao seu domínio, Yel Luzbel, que acompanhava há
algum tempo o modo como aquele novo poderio estava conseguindo se
manter em crescimento constante, ainda que suportando lutas simultâneas
em muitos flancos, começou a desconfiar que, quem quer que viesse de
fora, teria que analisar aquele domínio que estava se assumindo como o
maior e mais importante dos últimos havidos na história do planeta.
Perturbava a Yel Luzbel o fato do império romano nada ter a ver com o
único registro repetido das teimosas notícias que vinham dos “Seres do
Conglomerado de Realidades”, sempre veiculadas por meio da veia judaica,
e assim tinha sido por mais de um milênio, quando os impérios que
existiam na Terra eram outros, bem diferentes do romano, época em que as
vozes dos profetas do povo “escolhido” ecoavam em muitos lugares.
Era difícil lidar com o que ele próprio constatava, ao concluir que as
naturezas psíquicas de todas as espécies de seres que ele conheceu ao
longo da sua existência e das que, então, ele observava de Shamb Aha,
haviam falido no sentido de “poder resolver seus próprios problemas”.
Todas elas buscavam retirar, extrair, roubar sequências genéticas de certas
áreas do genoma humano, como maneira de manipular as condições
psíquicas e operativas de seus corpos.
Em toda a sua experiência de vida, como na nossa, somente
percebíamos ser de interesse geral a espécie humana surgida na Terra.
Pelo universo afora, era bastante conhecida a existência de extrativismos
diversos no campo mineral e biológico, com vistas às necessidades
operacionais e mesmo alimentar. Entretanto, no campo da manipulação
genética, somente com o surgimento da espécie humana terráquea, o
processo se tornou algo comum e começou a acontecer abertamente.
Após aqueles tempos de afastamento, Yel Luzbel retornava ao
convívio com os demais de Shamb Aha e, a cada exílio seu nas “dobras
dimensionais” que determinadas conjunções magnéticas produziam na base
Atlan, Len Mion ocupava decisivamente o espaço de liderança em relação
ao qual ele já havia aberto mão há muito tempo.
Foi exatamente durante um daqueles longos intervalos temporais em
que Yel Luzbel “desaparecia de Shamb Aha” que Len Mion percebeu que a
notícia da vinda do tão esperado “Messias” entre os judeus voltou a ser
fortemente considerada em um determinado grupo teurgista, que ele
mantinha sob sua vigilância. Logo, conseguiu encontrar a conexão entre
alguns outros núcleos que estavam lidando com o mesmo tipo de
informação. Houve, então, a decisão, entre os magos, de verificar in loco a
possível ocorrência.
Surgiu, assim, o episódio que a cultura humana conhece como sendo o
dos “três reis magos”, que seria mais propriamente nominada se fosse a
“viagem de três magos” para localizar o evento humano profetizado por
meio dos processos teurgistas de comunicação com o “além humano”.
Len Mion procurou Yel Luzbel para que fossem checar os fatos, mas
encontrou nele pouco apoio para a empreitada, e era patente, para os demais
membros daquele grupo que se considerava o “quartel-general” do que
restava do “movimento rebelde”, a indiferença dele em relação àquela
verificação.
Assim, Len Mion e seu grupo se estabeleceram em torno da criança
por cerca de 4 meses e meio, enquanto procederam alguns experimentos
difíceis de serem aqui explicados, mas cujos resultados não lhes disseram
coisa alguma. Nada foi acrescentado ao rol de preocupações naquela
ocasião, ainda que tenham percebido e conferido a assinatura da mãe da
criança como sendo uma consciência que havia pertencido à família
Shanlum, e do pai como condizente à linhagem Val.
Quanto à criança, não foi possível detectar a sua origem com os
mecanismos que dispunham naquelas circunstâncias. Tudo o que foi
possível perceber era que a mesma não tinha nenhum padrão definido no
caso da sua consciência ter pertencido a alguma linhagem biodemo.
Enigmaticamente, o código-fonte definidor de vida do seu corpo possuía
todos os elementos constitutivos do gênero, mas detinha ainda outros tantos
desconhecidos para os parâmetros da verificação. O que aquilo significava?
Eles não sabiam.
Por mais algum tempo, monitoraram a família de Jesus, mas, logo
depois, a deixaram de lado.
O tempo passava como se nada de especial estivesse acontecendo, o
que fez com que, somente alguns anos depois, eles percebessem uma
aproximação preocupante nos quadrantes da Palestina: de Shamb Aha, eles
puderam notar que os pilares de fixação do “conglomerado de realidades”
se encontravam ali estabelecidos, sendo a cidade de Jerusalém o possível
foco do acompanhamento.
As forças que, então, atuavam em torno do que se passava no sangue
dos judeus daquela época, convergiram a atenção para um homem singular,
cuja vibração pessoal “abalava os ares”, não somente deste universo, como
também em relação às realidades adjacentes.
Fora dos muros de Jerusalém, bem distante do burburinho das cidades
e das vilas das terras da Palestina, o profeta João, desprovido de qualquer
posse humana, mas rico em energia, fé, autoridade moral e fulgor oratório,
convidava a todos para o “grande dia do Senhor”, anunciando que o
protagonista, o “Messias” enviado pelo Senhor, já habitava entre os judeus.
Yel Luzbel, Len Mion e os demais seres dimensionados em Shamb
Aha foram averiguar a “assinatura daquela consciência particularizada”
cujas raízes vibratórias pareciam se encontrar muito além do que podia ser
verificado pelo conhecimento biodemo.
É muito difícil retratar o nível de acompanhamento que núcleos
diversos da força em ação em torno da disputa de um poder que cada vez
mais parecia poder menos. Ainda assim, essas forças se comportavam como
se estivessem sempre disputando louca e furiosamente tudo ao redor,
dedicando cada momento das suas existências a expressar ardis, planos
mirabolantes, subjugações e manipulações diversas que pareciam não ter
fim. Entretanto, ali estavam várias equipes com agendas distintas, porém
todas elas ligadas àquele homem que há pouco se deixara submergir nas
águas algo rasas de um determinado ponto do rio Jordão. Depois, enquanto
ele caminhava lentamente, solitário, de diversos ambientes paralelos e em
torno da sua própria condição humana, algumas equipes pertencentes a este
contexto universal, de modo disfarçado, procuravam, também, acompanhar
os passos daquele homem.
Alguns de nós mesmos, os biodemos de Alt Lam Gron, também nos
deslocamos, naquele dia, exatamente para aquele ponto, motivados por uma
estranha sinalização do “Processador Val”, que acusou um portentoso
acúmulo de sequências genéticas em torno do que, depois, viemos a julgar
ter sido o encontro entre o profeta João e Jesus, pelo fato de ter “explodido
no Processador” uma quantidade relevante de assinaturas genéticas das
famílias Val e Yel em diversas pessoas que, então, acompanhavam o profeta
João.
Na verdade, fomos até aquele lugar em um dos nossos artefatos
voadores, pertencentes ao sistema operativo de “Espheron”, que estava
transmutada para uma dimensão de disfarce em relação ao aspecto comum
da faixa de realidade que os humanos e todos os que vivem neste universo
enxergamos comumente.
No que se refere aos fatos em torno da pessoa de Jesus, os quais
superficialmente ofertamos ao conhecimento do “humano que nos
assessora” nos primeiros anos da última década do século XX, quando
sequer ainda havíamos mantido contato em Land’s End, nós os observamos
diretamente, levados – como já informado –, pela nossa constante
necessidade de verificar as assinaturas das antigas consciências biodemos,
nascidas entre os humanos.
Fomos em busca de descobrir e localizar mais seres biodemos vivendo
como humanos, para melhor compreensão do mapeamento que, há dezenas
de milhares de anos, vem sendo feito.
Naquela oportunidade, descobrimos o homem Jesus cercado por
equipes que o monitoravam de muitas maneiras, inclusive os nossos irmãos
biodemos de Shamb Aha.
Como perceberíamos mais tarde, o “Processador Val” havia capturado
não só as assinaturas de ex-consciências biodemos nos discípulos de João –
que depois se tornariam apóstolos do “Messias” –, como também a
presença dos biodemos dimensionados em Shamb Aha, todos eles levados
por motivos diversos, a concentrar o foco da atenção na pessoa de Jesus.
O “Processador Val” absorveu a todos e, para nossa surpresa, também
as vibrações pessoais do próprio Jesus, aspecto que somente pudemos
compreender mais tarde.
YEL LUZBEL se retirou atordoado e, a partir daquele momento, não mais voltou
ao convívio de seus pares, que passaram a procurá-lo desesperadamente.
Desde aquele instante, Lúcifer se isolou, e não mais comandou sua falange
ou o que dela restava. A base Atlan voltou a ser o seu “refúgio”.
Os demais biodemos dimensionados começaram a defender a tese de
que Yel Luzbel havia sido sequestrado por manobras das forças invisíveis.
Para eles, o que já era ruim, tornou-se exponencialmente muito pior!
Permaneceram, desde então, como se psiquicamente estivessem em
guerra com adversários invisíveis, que supostamente agiam no âmbito da
dimensão em que se encontravam.
Observando a tudo o mais que existia, Len Mion foi construindo a
certeza de que, dia após dia, o tempo das grandes privações e horrores –
pelos quais todos os seres, que por motivos diversos se encontravam na
Terra, tinham passado –, correspondia exatamente àquele miserável e
natural contexto a que estavam condenados: o de esperar por uma
ajuda que nunca veio, apesar de tantas preces da parte dos humanos, e
por outro lado, de tantos “deuses” desaparecidos ou escondidos sabe-se lá
onde.
“Aquela parecia ser a condenação. Paradoxalmente, era muita coisa
acumulada para que tudo continuasse do mesmo jeito.” – pensava Len
Mion.
“Que, pelos menos, tivessem a decência biodemo e viessem guerrear
abertamente” – cogitava Len Mion, quando, alternadamente, procurava
analisar outros possíveis cenários.
Por outro lado, dentre todos os núcleos que se encontravam na Terra,
os humanos se tornaram especialistas em rezar, em ter fé, em ter
certezas sobre coisas e aspectos cujo teor real não se podia mensurar.
“Como tal comportamento era possível? De onde os humanos haviam
tirado aquele hábito que os diminuía destrutivamente?” – questionou-se
Len Mion por muito tempo, até atentar para o aspecto de que ele próprio
havia sido o iniciador, numa época lá atrás, e talvez o principal motivador,
quando ele propôs a Yel Luzbel a se projetarem da dimensão em que se
encontravam “prisioneiros”, acostumando os humanos e os demais de
então, a considerá-los tipos de “deuses”.
“Essa deve ser mesmo a perdição dos humanos: a de gastar as suas
vidas rezando para deuses inexistentes, como modo de serem
controlados.” – refletia Len Mion.
“Deve ser pelo fato de serem de uma espécie destituída de faculdades
para a expressão de poderes mentais pois, caso os tivessem, e ainda
apoiados na sagacidade e na mais estranha capacidade de procurar
compreender, tanto o aspecto científico da vida, mas também de formular
especulativamente sobre o que não está à vista, eles seriam imbatíveis,
incontroláveis, superiores a todos os seres em percepção, discernimento e
compreensão elaborada, inclusive a Sophia e aos seres Aya e aos demais.”
– pensava, pasmado, Len Mion.
E concluía interrogativamente as suas reflexões: “Que relação de
causa e efeito, de origem e de resultado, poderia explicar o surgimento de
uma espécie como a dos humanos?”
Len Mion resolveu estudar mais uma vez os apontamentos que alguns
grupos de estudo dos Val produziram sobre a “pacificação mental”, porque,
desde a eclosão da “rebelião”, o que, atualmente, os humanos chamam da
ansiedade inexplicavelmente presente nos psiquismos biológicos, ainda que
sem motivos aparentes para tanto, foi um dos primeiros subprodutos de
mutação no genoma dos seres biodemos.
Conforme o grupo de estudo Val havia percebido, a prática da
“pacificação mental” em alguns grupos miscigenados no Norte Hiperbóreo
e no Oriente, de deixar fluir a mente, ao mesmo tempo em que cessava a
movimentação corporal, parecia ser a única maneira de “isolar” e estudar as
sequências surgidas junto com as vivências “pós-rebelião”.
Uma dessas sequências se relacionava com o pensamento obsessivo
em torno de alguma coisa, aspecto mental produzido por Yel Luzbel nos
seus primeiros momentos, nos chamados “tempos rebeldes”, quando ele não
conseguiu parar de pensar sobre a sua constatação de que existiam
“problemas na realidade”.
A obstinação mental gerou uma mutação que destravou o genoma
biodemo, o que fez surgir pequenos “pacotes de símbolos e de ideias”,
num primeiro momento, e mais tarde os estranhíssimos “pacotes de
sensações incontroláveis”.
Utilizando as palavras comuns aos humanos, vários tipos de “vírus”
surgiram desde então. Conforme eram percebidos, tornaram-se tema de
estudo para diversos grupos oriundos não somente das famílias envolvidas
com a “rebelião”, mas também para as que se mantiveram alheias a esse
processo.
Os Val consideraram o que, na atualidade, parece ser o óbvio para os
que estudam as questões da mente e do psiquismo: o “vírus memético” ou
“pacote de pensamentos” que atacava – era assim que se pensava a respeito
– o circuito mental de cada ser, somente poderia ser percebido e, então
desconstituído, destruído, ou usando a linguagem moderna desses dias
terrenos, deletado, por meio de uma atitude mental pacífica e criativa.
“Sim, aquele comportamento dos humanos somente podia ser
produzido pela presença de uma sequência genética neles “inoculada” por
alguma “engenharia mental” desconhecida ou, pelo menos, ainda não
detectada. Ou será que eles mesmos haviam criado aquela disposição
temperamental e, por consequência, novas sequências genéticas
(mutações), por meio de algum direcionamento mental especial?” –
perguntava-se Len Mion.
“Nem todos os humanos conseguem, principalmente os nervosos, mas
alguns, sim, não eram movidos por aqueles pensamentos perdidos e
perturbados que assaltavam o psiquismo deles. Jesus conseguia se manter
como se a sua âncora de equilíbrio estivesse situada além do contexto da
vida humana.” – pensava Len Mion.
Perambulando pelas interseções existentes entre a dimensão na qual se
encontrava e o planeta – então, intensamente povoado pelos humanos –,
Len Mion decidiu novamente ir procurar o “mais enigmático” dos seres
humanos.
Sem maiores dificuldades, logo o localizou quando ele caminhava
pensativo, cercado por algumas pessoas.
Postando-se à frente de Jesus, Len Mion novamente o provocou:
— Caminhas sem teres para onde ir? Que importa a ti se vais nessa ou
naquela direção? Qual será o teu destino? E desses, que te acompanham? E
o meu? Para que tudo isso? E eles ainda rezam! Tu rezas, ó distinto entre os
humanos? Tu és o único a deter faculdades que te permitem expressar
poderes ocultos da mente. Isso já percebi. Sei que és poderoso! Contudo,
para que te serve essa força? Não pelejarás com ninguém? Se és o
“Messias”, que tipo de “Messias” és tu? Qual a serventia do teu poder? Tu
rezas? Se o fazes, para quem endereças o que a tua condição humana
postula e deseja?
Jesus não se deteve e apenas o olhou nos olhos, enquanto continuava a
caminhada na direção de um povoado cujas casas já se avizinhavam por
entre a vegetação rasteira.
Len Mion continuou ao redor do grupo e com eles permaneceu por
alguns dias.
No início de uma certa manhã, Len Mion pensou ter percebido um
choque vibratório que ele interpretou como sendo uma tentativa de invasão
na dimensão onde se encontrava.
Pensou em acionar os demais companheiros, mas, para sua surpresa,
notou a aproximação de várias naves – sendo que duas delas estavam
claríssimas a sua percepção – que lhe eram desconhecidas, notando que as
mesmas permaneciam disfarçadas para os humanos, pois estavam deles
muito próximas e ninguém as percebia, a não ser Jesus, que já dera notas de
as ter avistado.
Len Mion constatou, com clareza, uma certa contrariedade da parte de
Jesus com a presença daquelas naves que, com o tempo, aumentavam em
quantidade, demonstrando ali se encontrar, na verdade, uma frota de
potencial respeitável.
Alguns dias depois, observou que, num certo fim de tarde, Jesus e
outros três companheiros subiram a um monte e ali se estabeleceram, como
se fossem passar a noite. Observou por mais um tempo e tão somente
verificou que os demais haviam dormido, enquanto Jesus permanecia de pé,
como se olhando além.
Como outras vezes já o havia visto naquela postura, Len Mion
começou a retirar de Jesus o seu foco de observação quando, sem maiores
avisos, novamente o ambiente em que se encontrava foi sacudido e mesmo
invadido por certas “torções” no tecido da dimensão em que vivia, ao
mesmo tempo em que sua mente explodia numa certeza de primeiro
momento: “São eles... Eu conheço essas vibrações... São os seres Aya e Aye
da força-tarefa de Sophia. Eles chegaram! Preciso avisar aos demais.”
Ao ver, porém, alguns daqueles seres se projetando próximos a Jesus e,
mais ainda, ao perceber a quantidade dos que não se projetaram, mas que
estavam acompanhando o desenrolar dos fatos em torno dele, Len Mion
resolveu permanecer onde estava, e assistir.
Notou que os seres sintonizaram os seus equipamentos, pois as
expressões da comunicação primeiro fluíram com os símbolos e o linguajar
pertinentes à condição judaica de Jesus.
Uma aparente explosão luminosa, que tanto podia ser percebida como
de teor azulado como cinzento, espalhou-se pelo ambiente, chegando a
iluminar o campo visual do próprio Len Mion, que se encontrava situado
em outra dimensão, enquanto sete seres se projetavam numa espécie de
primeira leva vibratória e os outros os seguiram formando como se fosse
uma outra corrente.
Len Mion localizou o ser que estava à frente daquele evento como
sendo o profeta que ele e Yel Luzbel viram anunciando a vinda do
“Messias”.
“Aproximou-se mentalmente”, o máximo que pôde, e tudo o que podia
compreender era a preocupação daqueles seres com o fato da condição
humana de Jesus atrapalhar a sua percepção dos eventos ao seu entorno.
Falaram da violência a ser praticada contra Jesus, de como aquilo
poderia implicar problemas vibratórios para a sua consciência profunda,
que o inabilitaria a desenvolver o seu mister além da Terra, e que eles
gostariam de retirá-lo do planeta e de protegê-lo para que o mesmo não
viesse a sofrer escândalos e vexames. Contudo, após muito tempo em
silêncio, Jesus lhes ordenou que não interferissem, explicando que ele
mesmo, caso o desejasse, poderia resolver a questão de outra maneira, o que
deixou Leon Mion profundamente intrigado.
Os companheiros de Jesus, que se encontravam adormecidos,
começaram a acordar o que, na visão de Len Mion, atrapalhou o desenrolar
do encontro.
“Esse homem, seja lá ele quem for, parece exercer algum tipo de poder
situado além da condição humana, pois até aqueles seres pareciam lhe
obedecer, respeitavam-no, mas qual tipo de poder?” – perguntava-se Len
Mion.
Ainda que sobrassem indicativos de que Jesus era realmente um ser
especial, e aquilo estava claro tanto para Yel Luzbel como para ele,
nenhum dos dois jamais atinou que aquele ser era uma personificação
de Sophia feito homem, o que somente tornava mais febril o psiquismo de
Len Mion na tentativa de descortinar os fatos que se desenrolavam a sua
frente.
Depois do encontro, no qual houve o fenômeno da transfiguração,
Jesus começou a dizer abertamente para os apóstolos que morreria, mas que
ressuscitaria dias depois, o que deixava Len Mion absolutamente fixado na
sua pessoa.
Naquela altura dos acontecimentos, muitas eram as consciências
situadas além do palco terreno, que estavam com a atenção voltada para o
estranho humano que surgira na ponta final do novelo profético do povo
judeu.
Pensaram, antes, ser João, o Batista, o tal “Messias” profetizado,
porém nas ocasiões em que fora perquirido sobre a questão, ele afirmara
claramente que o “anunciado do alto” ainda estava por vir. Após o
aparecimento de Jesus, ele inclusive o apontara como sendo o personagem
cantado pelos profetas, a quem se devia esperar. Daí a imensa, porém,
discreta assistência de muitas forças e hostes extra-humanas observando o
modo inusitado e bem diferente com que Jesus agia, do que fora anunciado
em termos de dominar os povos e estabelecer um império planetário no qual
os judeus liderariam as demais nações como “povo escolhido”.
Uma certeza, entretanto, se encontrava na posse da mente poderosa de
Len Mion: se a família Aya era uma das forças que tão claramente atuara
naquele encontro com Jesus, Sophia deveria ter algum interesse em relação
àquele humano, e mais uma vez ele decidiu “infernizar”, no que fosse
possível, a vida daquele “protegido”.
Aproximou-se definitivamente dos apóstolos e das demais pessoas que
conviviam com Jesus e rapidamente percebeu, no ego de Judas, o psiquismo
mais inflamado e, para ele, facilmente manipulável – até porque já bem
conhecia os pontos fortes e fracos daquela consciência feita humana, mas
cujos traços e maneirismos logo o levaram a reconhecer Yel Liam,
encarnado como o mais inquieto dos apóstolos de Jesus.
Facilmente, Len Mion percebeu que, tanto Jesus quanto Judas estavam
vivendo dramas pessoais bem distintos, mas que ele faria com que o
nervosismo de ambos convergissem para o limite estipulado pelos membros
do Sinédrio, para que esse apóstolo, das duas, uma: silenciasse o Mestre
para que ele parasse de criticar os membros do Sinédrio ou o fizesse
assumir de vez a sua posição de “Messias poderoso”, agindo de acordo com
os critérios políticos dos doutores da lei e dos demais escribas e autoridades
do povo judeu.
Judas, por possuir uma mente brilhante, antes de se tornar seguidor de
Jesus, dos doze apóstolos havia sido o único que frequentara o Sinédrio
como aluno aplicado, com grande futuro a sua frente, para um dia pertencer
a sua elite. Largara tudo aquilo quando se defrontara com Jesus, que o
convidara a segui-lo, como sendo o único proveniente da Judeia – a região
da elite judaica –, para compor os apóstolos, já que todos os outros onze
eram oriundos da Galileia, lar de pessoas simples e mal eram tidos como
“judeus originais”, de boa cepa.
Judas havia convencido os doutores da lei e demais escribas e
autoridades do Sinédrio, de que Jesus era efetivamente o “Messias”, pois
ele próprio tinha visto os seus poderes em diversas oportunidades, mas que
ele somente os usaria para exercer o seu papel político quando fosse
chegada a hora. O problema era que, enquanto aquele momento não
chegava, Jesus passara a criticar duramente os fariseus e as demais facções
que compunham o Sinédrio. Eles somente não haviam mandado prendê-lo
porque Judas afiançara que Jesus não era problema, muito ao contrário: era
a solução.
Len Mion logo descobriu que o “prazo máximo” que os membros do
Sinédrio haviam dado a Judas era a sexta-feira antes da festa pascoal, a
ocorrer no sábado, quando inúmeras delegações chegavam a Jerusalém, e
eles não queriam discursos inflamados de quem quer fosse, naquele
período.
Estranhamente, Jesus, que era a discrição em pessoa, resolvera entrar
em Jerusalém no último domingo, montado num burrico, para fazer cumprir
a antiga profecia de Malaquias sobre a entrada do “Messias” na cidade
santa, montado num filho de uma jumenta.
Desde aquele dia que Judas ficara absolutamente certo de que Jesus
estava apontando, como sendo a páscoa, o seu grande momento de se
assumir como o “Messias” esperado, exatamente naquela data
comemorativa que era tão importante. Como Jesus conhecia os
pensamentos de Judas, e também o prazo que lhe fora dado pelo Sinédrio,
ainda chegou a adverti-lo, em um dos dias daquela fatídica semana que se
findava, de que ele não faria o papel apontado nas escrituras. Judas, mais
uma vez, achou que aquilo era um ardil do seu mestre que, na hora
apropriada, cumpriria com a sua função há muito profetizada. Afinal, Jesus
não já havia cumprido com outras tantas, porque não assumiria exatamente
a atribuição para a qual ele nascera?
Ao longo dos dias daquela semana, desde que chegaram em Jerusalém,
Judas não passava um só momento sem que Len Mion não estivesse
praticamente imantado à sua condição humana.
Jesus percebera o envolvimento de Judas nas teias mentais de Len
Mion, mas como já tinha mesmo ciência de que o “mal-entendido” entre ele
e o “Deus de Israel” – que exigia que ele se tornasse o “imperador” dos
judeus e, depois, dos terráqueos, cumprindo assim a destinação que Javé
havia estabelecido – não tinha como acabar bem, deixou o “jogo da vida”
seguir com o seu resultado previsível, no qual até mesmo os anjos o haviam
alertado há alguns poucos dias.
Na quinta-feira à noite, não eram somente Jesus e os doze apóstolos
que se encontravam no ambiente da chamada “última ceia”, pois Len Mion
e mais algumas outras entidades também ali estavam alojadas, a partir dos
seus ambientes de atuação.
Perante o inevitável e com o coração pesado pela dor que viria e que
causaria a todos a quem amava, Jesus comunicou aos presentes o que estava
para acontecer, provocando nos apóstolos um misto de incredulidade e de
desespero.
Len Mion percebia – mas não compreendia – como Jesus, que tinha
poderes de sobra para jamais ser preso ou morto por quem quer que fosse
na Terra, além de não usá-los, ainda precipitara os acontecimentos,
parecendo desejoso de pôr logo um fim naquele processo que tinha nele o
foco central de tudo.
Eu mesmo ali me encontrava também, porque, periodicamente, os
biodemos de Alt Lam Gron procuravam observar tudo o que fosse do
interesse indisfarçável de Yel Luzbel, e nós sabíamos que Jesus era o centro
de preocupação e de interesse dele.
Para minha surpresa, o nosso equipamento vinculado ao “Processador
Val” detectou a vibração mental de Len Mion no ambiente, e comecei a
desconfiar do óbvio: pelos discursos que conhecíamos de Len Mion, ele
sempre jurara fazer de tudo para atrapalhar qualquer processo que fosse
relacionado a Sophia ou do interesse dele e, ainda que de modo incerto, o
homem Jesus era o epicentro daquela questão e precisava ser impedido de
assumir o “controle da Terra” – até porque Len Mion, sempre usando o
nome de Yel Luzbel, passara a proclamar que os “rebelados” tinham direito
inalienável ao planeta, junto com outras forças que também aqui se
encontravam desde mesmo antes do aparecimento dos humanos.
Para mim, porém, era suficiente apenas acompanhar o olhar de Jesus
para saber onde Len Mion se encontrava, pois àquele momento
correspondeu exatamente ao início do “novo confronto” decretado por ele,
ao perceber que Judas “estava em suas mãos”.
— Sabes que ele te ama, mas, à minha ordem ele daí se levantará e
correrá a dar notícias de que a posição que sempre defendeu será por ti
assumida – desafiou Len Mion, dirigindo-se mentalmente a Jesus. —
Entretanto, não quero fazer isso porque não sei como tu reagirás. Se fores
esse tal “Messias”, eu terei que me esforçar por te destruir. Como até agora
não assumistes posição de confronto contra os romanos, deduzo que não és,
pois já registrei até tuas bençãos para com cidadãos romanos destituídos de
importância. Tu não desejas mal aos romanos nem a ninguém. Eu também
não! Contudo, farei todo o mal que puder a ti e a quem atrapalhar os termos
da minha luta, pois sou eu quem combate o mal que nos condenou, há
muito tempo, ao sofrimento e à desgraça, e a cada vez que te olho,
relaciono-te com o que de mais perverso conheço, que é o suserano deste
universo, porém não sei como traçar essa correlação. Diga-me: se Judas for
avisar aos líderes do teu povo que tu és o “Messias”, e eles vierem te levar
para a verificação, tu demonstrarás a eles a tua força? Não vou querer te
confrontar, tu que estás aí sentado, cercado desses que te acompanham, mas
que não são como tu és!
Jesus “escutava” o que Len Mion lhe transmitia, mas, agora,
visivelmente perturbado e esgotado, olhava alternadamente para Pedro e
Judas, que também sentados, discutiam sobre a “traição” que ele sofreria, e
a qual havia se referido momentos antes.
— Esses que te acompanham não têm mesmo culpa nenhuma pelo fato
de não cumprires o que de ti sempre foi esperado – continuou Len Mion. —
Está escrito, eu mesmo li, e sei que está há muito profetizado, pois também
tenho vigiado essa hora, à espera desse maldito “Messias” anunciado pelo
Ser que julgo ainda mais criminoso, que é o que se apresenta como
“Criador Universal” e “Pai” dos judeus. Levanta-te e age corretamente com
estes inocentes que aqui estão.
Repentinamente, sem que Jesus abrisse a sua boca, escutei, e sei que
Len Mion também – e penso que todos os que estavam de algum modo
acompanhando aquele evento –, uma espécie de voz mental, emanada a
partir da sua pessoa dizendo:
— Nem eles, nem tu, nem ninguém, e desconfio que nem eu mesmo,
podemos compreender como chegamos todos a essa hora! Aja como
quiseres. Definitivamente, não tenho como me comportar do modo que
esperam do “Messias”, mas eu o sou! Sou eu aquele que haveria de vir!
Entretanto, nada na minha consciência se assume como tendo que cumprir
com o que por mim jamais foi prometido. O impasse está estabelecido!
Naquele momento, Pedro se levantou abruptamente, se dirigindo a
outros dois apóstolos que também, de modo efusivo, discutiam o mesmo
tema, deixando Judas sentado à frente de Jesus.
Judas começou a exigir de Jesus uma explicação quanto ao que ele
estava promovendo com aquele tipo de aviso, quando viu a sua mão
levantada como se solicitando que ele se calasse.
— Ah! Eis que sobre mim impera a inevitabilidade! – disse Jesus, de
modo enigmático, enquanto olhava para o chão. — Que peso ela tem!
A discussão continuava entre os apóstolos.
Jesus tornou a olhar para Judas e lhe disse:
— Posto que inevitável, fazes logo o que tens a fazer!
Len Mion ficou surpreso por não ter sido sequer necessário impor
sobre Judas o peso da sua força mental para o instigá-lo a fazer isso ou
aquilo. Com a ordem de Jesus, ele simplesmente se levantou e fez valer o
seu plano, que supunha ser o grande momento da sua vida, da de Jesus e
dos judeus.
“Ah!, a imaginação humana...!” – pensou Len Mion que, caso
soubesse sorrir, teria ostentado na sua face deplorável o melhor dos sorrisos.
Todavia, tudo o que surgiu foi um esgar, que tanto poderia ser de prazer ou
de ódio.
Devido à questão do psiquismo afetado daquele que foi Yel Liam, do
seu orgulho intelectual, da sua expectativa de ser uma espécie de “primeiro-
ministro no reino” a ser assumido por Jesus, na sua função de “Messias”,
nada do que Len Mion preparara como receituário do caos na vida de Judas
foi necessário ele acionar. Já estava feito, e Jesus foi quem pessoalmente
cuidou para que o engano do seu apóstolo lhe servisse de mortalha moral
pouco recomendável, com as “cores de uma traição” que nunca houve!
Judas ambicionara algo do que ele mesmo vislumbrou ao projetar em
Jesus a roupagem profética de que ele seria, um dia, “rei ou imperador do
mundo” e, nesse governo, também idealizou o seu lugar pois, dentre os
apóstolos, ele era o único a ter visão geral das coisas, além de ser bem
quisto no Sinédrio.
Jesus havia falado com Judas por entre o vozerio que reinava no
ambiente, o que levou a que os demais sequer percebessem a saída rápida
de Judas, cuja intenção era a de provar aos membros do Sinédrio que ele
tinha razão e, assim, ganhar a comenda pelo seu grande feito prestado a
Israel, de ter encontrado e conduzido o “Messias” até os lideres do Sinédrio.
Foi essa a leitura dos fatos que nós, de Alt Lam Gron, pudemos fazer.
Len Mion mal podia aceitar que, o que ele intentava fazer, mas tivera
dúvidas, o próprio Jesus providenciara ao mandar Judas cumprir com o que,
na sua inocência, forçaria o seu mestre a se assumir como o “Messias”
esperado.
Tomando emprestada uma expressão que o meu “apoio terráqueo”
costuma usar, diria que, desde que comecei a assumir o padrão da crítica
humana e, em observando os fatos da vida planetária, muitas vezes
registrei, na minha consciência, como a estupidez cósmica havia convergido
para os acontecimentos terrestres.
Por questões de ancestralidade biodemo, já havia assistido, desde Alt
Lam Gron, o padecimento de Sócrates quando, com um padrão de
dignidade que desconhecíamos, tomou o veneno que lhe fora preceituado
como penalidade pelo tribunal ateniense. Aquilo doeu em nossa
sensibilidade, mas a atitude daquele ser humano singular como que
encobriu a miserável condenação e, o fato em si, foi algo discreto.
O caso de Jesus, porém, superou em tudo o horror da ausência de valia
creditada à vida humana porque, ali, pareceu que efetivamente a estupidez
cósmica e a de ordem humana haviam se encontrado de modo tristemente
emblemático.
A miserável condição da existência cósmica acumulada até então, se
expressou por meio da desavisada face humana quando fez com que a
massa popular, os governantes, tanto do lado judeu como romano, os
próprios seguidores, amigos e familiares, mostrassem o lado mais
“modesto” da natureza dos terráqueos, que assustados com o inopinado
acontecimento, perderam-se em julgamentos, comentários inapropriados e
atitudes de toda ordem. Como que, para compensar o lado tétrico do
episódio, o heroísmo de uns poucos fez valer algum padrão de homenagem
àquele homem que, independente do que ou de quem pudesse representar, o
tempo todo, agiu com uma dignidade também jamais vista em caso tão
escandaloso como aquele.
Acostumado com o que comumente observávamos se passar na Terra,
para a nossa lógica, o que estávamos presenciando era tão somente mais um
evento absurdamente desagradável, típico do não menos absurdo padrão de
violência que imperava na natureza planetária, cuja face representa a de
ordem universal.
Os acontecimentos em torno da crucificação de Jesus foram ficando
ainda mais estranhos quanto mais percebíamos ex-consciências biodemos
envolvidas direta e indiretamente com o mesmo.
Por que aquela convergência, a qual somente mais tarde pudemos
verificar no seu todo, que fazia com que os familiares, apóstolos, discípulos,
amigos, autoridades romanas e inclusive a guarda romana que o crucificou
fossem todos ex-biodemos, então mergulhados na condição humana?
Yel Luzbel reconheceu a consciência de Val El personificando um
soldado romano que comandava a crucificação, e observou também que os
demais soldados que se envolveram na via crucis, como ainda nos dois que
foram crucificados ao lado de Jesus, todos eles eram ex-consciências
biodemos, participando como atores daquele drama. “Por que isso está
acontecendo, e por que dessa maneira?” – perguntava-se Yel Luzbel.
Por um momento fugidio, repercutiu na mente de Yel Luzbel: “Será
que os humanos foram engendrados para receber o ônus do acumulado da
“rebelião” e acabar com a mesma por meio da sua natureza única? Será
que a “rebelião” tinha sido transferida para o psiquismo humano dos
terráqueos? Que processo era aquele que se desenrolava frente aos seus
olhos?”.
Len Mion se questionava a respeito da mesma questão, já que também
lhe foi possível reconhecer seus ex-companheiros sendo protagonistas do
drama que envolveu Jesus.
Nos nossos registros de como os humanos, preferencialmente, ao
longo das épocas, matavam-se uns aos outros, encontrava-se a crucificação,
o que não era mesmo novidade, pois já havíamos observado muitas. No
entanto, um ser humano havia enfrentado todo aquele cortejo de atitudes
torpes e ultrajantes, aparentando um padrão de pacificação mental nunca
observado por nós, nem muito menos por Len Mion.
Não sei muito bem como ressaltar esse episódio, de modo a fazer
justiça ao aspecto do comportamento inusitado de Jesus, para o nosso modo
de registrar e de compreender as coisas da vida.
Começando pelo “Processador Val” que, “sozinho”, por ele mesmo,
começou a registrar, a partir de um certo ponto da história – a
transfiguração pela qual ele passou pouco antes da sua morte – a
consciência de Jesus como se ele fosse um biodemo, o que nos
surpreendeu profundamente, e também o que nos levou a vislumbrar algum
tipo de relação entre a pessoa de Jesus e Sophia. Contudo, desse aspecto,
Len Mion não tomou conhecimento na época dos fatos, nem muito menos
Yel Luzbel. Somente os exilados em Alt Lam Gron acompanharam aqueles
eventos, tendo acesso aos aspectos e painéis reproduzidos pelo
“Processador Val”.
Até aqueles tempos, o que entendemos por “pacificação mental”, por
“imperturbabilidade do psiquismo”, era atitude pessoal quase impossível de
ser percebida, como ainda hoje é difícil para quase a totalidade dos seres,
independente de que tipo sejam, poder ostentá-la. Poucos, realmente,
conseguem transcender o peso acumulado que cada ser carrega da “herança
dos problemas que se conjugaram”, do que, atualmente, o “aparelho
humano” que usamos afirma ser a “doença” advinda da mente do Criador, e
todo o conjunto de desdobramentos “doentios” que foi sendo produzido à
medida que as novas espécies cósmicas foram surgindo. Contudo, o “fator
doença” produzido pelo “efeito mental” de Yel Luzbel, na verdade, foi tão
somente a replicação da que já grassava entre os seres bem mais antigos que
os biodemos.
Len Mion não entendia o porquê do apóstolo João não ter produzido nada
por escrito a respeito de Jesus, dos seus feitos, enfim, do seu legado, afinal,
ninguém mais do que ele havia testemunhado os acontecimentos em torno
do seu mestre e escutado suas palavras, e mesmo alguns desabafos e
confidências.
Nos últimos tempos da sua vida, por fim, João produziu dois registros
por escritos, sendo um, o seu evangelho e o outro, o “Apocalipse”.
O primeiro atraiu muito a atenção de Len Mion, pois apontava para
problemas na Criação, entre o tal Deus Criador e o “Verbo”. “Seguramente,
o “Verbo” era Jesus em uma condição existencial anterior, provavelmente
como Sophia ou ainda uma contraparte ancestral daquele ser” – pensava
Len Mion. Para ele, aquela era a única explicação para as misteriosas
palavras de João, logo no início do seu evangelho:
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto a Deus e o Verbo
era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus.
Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia a vida, e a
vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a
compreenderam.”
Evangelho de João (capítulo 1 – 1,4)
O “Evangelho de João” o pegara de surpresa, e o teor ali apresentado,
que era bem diferente dos já surgidos – os conhecidos evangelhos de
Marcos, de Mateus e de Lucas –, chamara a sua atenção de tal maneira que
ele não mais deixou de acompanhar João até o momento da sua morte.
No seu legado como evangelista, João deixara claro, em algumas
oportunidades, que Jesus preferira fazer silêncio sobre alguns temas, como
se deles soubesse muito mais, contudo, preferia se calar naquele momento,
ressaltando, no entanto, que, quando da sua “volta em sua forma celestial e
gloriosa”, ele melhor explicaria a sua própria condição, como também a do
Ser Criador a quem ele chamara de “Pai Celestial”.
“Como João revelara que existiam problemas com o Criador, na
medida em que ele não poderia ter criado nada sem a ajuda do “Verbo”,
que era Jesus, sem que este pessoalmente não tivesse revelado a João
aquela informação. O que significava aquele tipo de problema entre o
Criador e um outro Ser, antes da criação do universo? Que contexto seria
aquele sobre o qual, pela primeira vez em seus quase seiscentos milhões de
anos de vida biodemo, ele jamais havia tido qualquer referência? Por que
esse tipo de informação somente estava sendo veiculada em torno dos
acontecimentos terrestres?” – eram as reflexões de Len Mion, que
posteriormente pudemos resgatar no “Processador Val”.
Len Mion praticamente resolveu montar guarda em torno do local
onde João se escondia da perseguição do império romano. Na verdade, os
romanos sabiam que ele se encontrava na ilha de Patmos, na Grécia, e desde
que ele não provocasse problemas, eles achavam que era melhor mantê-lo
ali, como se prisioneiro fosse, do que criar mais um mito cristão com sua
morte. Outros afirmavam que havia sido mesmo uma galera romana que
havia trazido João até aquela ilha, e ali o deixara como prisioneiro.
No que era do nosso conhecimento, entre os atuais picos tibetanos e
nepalenses, havia um deles que era a “morada terrena” do deus Shiva. De
lá, ninguém dentre os humanos ou de outra origem, poderia se aproximar
sem sofrer algum tipo de dano, o que mantinha afastados possíveis
visitantes, inclusive nós, em tempos idos, quando procuramos saber da
possível verdade em torno daquela “lenda”. E era real! Nas vezes que
tentamos, sempre observávamos um ou alguns outros artefatos que
perambulavam por ali, provavelmente com intenções semelhantes às nossas
ou por razões que desconhecíamos.
Frente àquelas experiências, fazia tempo que não assistíamos tamanho
acompanhamento, porém uma observação similar passou a ocorrer em torno
de uma elevação próxima ao mar, naquela época chamada de “porto de
Skala”.
Por questões complexas e difíceis de serem aqui explicadas, a nossa
nave “Espheron”, transformada em “Alt Lam Gron”, para ser deslocada,
preferencialmente o fazemos sobre a água, e foi próximo ao porto de Skala
que estacionamos a nossa cidadela, nos tempos em que percebemos que
Len Mion havia estabelecido o posto avançado de Shamb Aha em torno da
caverna em que João se encontrava residindo.
Se já não era suficiente o acumulado de estranhezas até então em torno
do legado de Jesus, para nossa surpresa, o “conglomerado de realidades”
que conhecíamos há muito, mas do qual pouco havíamos percebido ao
longo dos milênios, estava ali também “ancorado”, como se naquele
homem alquebrado pela idade, repousasse algum segredo a ser traduzido
em fatos, a qualquer momento.
Foi com certa dose de surpresa que percebemos, indiretamente, que o
“Jesus ressuscitado” estava aparecendo para João e em contato com ele,
pois o velho apóstolo havia começado a ditar, para um de seus discípulos, o
já referido livro que veio, posteriormente, a ser conhecido como
“Apocalipse”.
Nem nós, nem Len Mion, estávamos conseguindo perceber a presença
de quem quer que fosse ao lado do apóstolo, mas pelo conteúdo que, ao
longo dos dias fomos auferindo, deduzíamos ser a “forma cósmica de
Jesus”, ou seja, Sophia, a entidade que estava registrando aquela
comunicação.
Talvez ele não estivesse ali, presente naquele local – até hoje não o
sabemos –, pois depois, o próprio apóstolo relata que ele foi levado a
alguma dimensão paralela ou lugar diferente do que vivia, no qual viu um
Ser sentado em um “trono”, inúmeros anjos, seres de naipes diversos, além
da “forma gloriosa de Jesus”. Segundo João, através de um dos seus anjos,
a “forma gloriosa de Jesus” comunicou que cumpriria a promessa feita pela
“Messias” aos humanos. O contexto ali produzido era exatamente o roteiro
dos fatos que deveriam se dar até o momento da sua vinda, daí o conteúdo
profético do livro surgido daqueles eventos em torno de João, nos últimos
anos da sua vida.
Len Mion registrou um aspecto que, na época, não pudemos ter acesso:
a surpresa que o anúncio dado por Sophia – de que viria pessoalmente à
Terra para cumprir a promessa feita pelo seu avatar humano –, causou tanto
nos “Seres do Conglomerado de Realidades”, como nos “seres dos portais”.
Na Terra, a confecção daquele livro não teve importância alguma, a
não ser o aspecto de ninguém conseguir compreender e o seu
significado, mas, ainda assim, o mesmo passou a ser pouco a pouco
venerado pelos cristãos, pois falava da “volta de Jesus”. Contudo, nos
ambientes paralelos, a notícia de que Sophia estava ratificando algo que o
seu avatar humano prometera, teve uma repercussão incalculável.
Hoje, após termos estudado a “Revelação Espiritual” introduzida no
século XIX, e todo o seu desdobramento no século XX, sabemos, por meio
do “humano do qual nos servimos”, que quem atua sobre Sophia é o mesmo
espírito que atuou por meio de Jesus. Todavia, na época, não sabíamos de
nada disso, e pelo que agora podemos aquilatar, nem os “Seres do
Conglomerado”, nem os “seres dos portais” também demonstravam, então,
saber disso.
Pura e simplesmente, parecia ser Sophia que, de longe, transmitia para
João aquelas mensagens que a sua condição humana, com a ajuda de alguns
seres Aya – esses, sim, visíveis para nós em torno do apóstolo –, que
pareciam dar o apoio necessário àquele projeto revelador.
Len Mion foi o primeiro, dentre nós – e me arrisco a afirmar que
dentre os seres existentes nesta Criação – a desconfiar que os humanos
estavam servindo de ponte de comunicação entre classes de seres que
não tinham como se comunicar entre si.
Além de decifrar a situação e de fazer a leitura dos fatos, parece
também residir nos humanos, a habilidade de repassar essas informações
para o restante da Criação, enquanto levam as suas vidas, sem que disso
tenham, até agora, a devida consciência.
Nenhuma espécie cósmica tem essa característica!
Quem percebeu esse aspecto dos seres humanos frente ao que de mais
existia no universo, foi Len Mion. Ainda que não soubesse explicar, ele
constatou, na época da elaboração do livro “Apocalipse”, que Sophia havia
usado a forma humana de Jesus, como também a de João, para avisar
ao cosmos o que ele faria, pois não tinha mesmo como comunicar isso de
outra maneira, notadamente em relação aos “Seres do Conglomerado” e aos
“seres dos portais”.
“Qual era a importância disso, e por que a vida dos humanos servia
de palco para toda uma plateia cuja extensão extrapolava até os limites do
nosso universo?” – questionávamos, e não sabíamos, inclusive Len Mion, a
resposta. Entretanto, que os humanos eram “massa de manobra” para
algumas classes de seres, e os resultados das atitudes humanas interessavam
a muitos contextos, sobre esses aspectos não tínhamos dúvida.
Ao assumir como sendo seu o compromisso de que seria na Terra o
fechamento da missão de Jesus, cujo complemento necessitava da aceitação
dos judeus e do mundo, de que ele, efetivamente, representava aquele que o
enviara – que estranhamente seria o Criador do Universo e não a sua “forma
celestial” –, e que a ele tinha sido dado o “poder de julgar, de separar o
justo do pecador, o joio do trigo”, conforme os critérios de pertencimento a
um “reino” sobre o qual ninguém dentre nós sabia qual era, Sophia agiu
como se confirmando que, na sua vinda, ele, enquanto “Jesus revivido”,
faria isso! Contudo, nessa história sempre residiu um grande equívoco, um
engano primário advindo da “infecção original” que parece marcar o
psiquismo de todos os seres que possuam vínculo com os desígnios do
“Deus dos Judeus”. Eles sempre se acham muito mais do que efetivamente
podem ser, frente ao nível de complexidade que, na atualidade, existe em
torno dos humanos terráqueos.
A questão é: Quando a criatura ultrapassa o Criador, quem pode
avaliar quem?
E os humanos, por que seriam julgados? Nunca, ninguém, em lugar
algum deste universo havia sido julgado, por que com os humanos seria
daquela maneira? Será que Jesus explicara direito o porquê da vinda da sua
“forma celestial”, ao vinculá-la a um “julgamento geral”?
O espantoso é que ele sabia ser possuidor de uma “forma celestial”,
tanto que a explicitou com suas próprias palavras, mas dizer que a sua vinda
seria uma “vitória”, para nós, não fazia o menor sentido, a não ser que
existisse uma disputa para além das querelas surgidas na “rebelião”.
Len Mion formulava todo tipo de questionamento – e nós também –,
cujas respostas pareciam estar situadas muito além de nosso entendimento,
ou algo de muito errado havia na compreensão que o próprio Jesus tinha
dos episódios da sua vida. Todavia, se assim era, quando Sophia, por meio
do “Apocalipse”, confirmou que cumpriria a promessa feita por Jesus,
aquilo parecia selar o assunto definitivamente – ou seja, doravante seria
com Sophia, até mesmo porque Jesus não mais atua objetivamente neste
universo.
Como a meta de Len Mion era a de se contrapor a qualquer evento que
ele imaginasse ser do interesse do tal Ser Criador, de seu ex-comandante e
dos seres Aya e Aye, o fato de Sophia ter assumido o compromisso de vir
selar na Terra a sua “vitória”, ainda que não saibamos contra quem ou o
que, ele decidiu ser esse antagonista invisível – pois que afinal, Len Mion
entendia que representava os “ideais rebeldes”, pretendendo, com isso,
fazer com que a “rebelião” continuasse existindo.
Sophia, para poder vir à Terra e comemorar a “vitória sobre os
rebeldes”, teria primeiro que liquidá-lo, porque ele não daria folga para que
a humanidade pudesse ter tranquilidade, já que, na sua lógica, os humanos
eram e sempre foram tão somente massa de manobra para os hábeis e
inescrupulosos manipuladores, dentre os quais ele se autoafirmava como
sendo o maior.
N.a.t.: A disputa, no caso, foi explícita entre Jesus e Javé, mas jamais
compreendida no que se refere ao fato de que o Criador enviara um
“Messias” que teria que dominar pela força a humanidade, que havia
saído do seu controle desde os tempos de Adão e Eva, conforme
indicam as escrituras judaicas. Jesus se recusou a fazer isso do modo
como foi profetizado, e por isso pagou o “preço” ao ser crucificado. Ao
ressuscitar, mostrou ter poder superior ao de Javé e mesmo ao de
Sophia, mas a condição humana, cuja vida é curtíssima, se esvai com a
morte do corpo animal. E a continuidade do processo que atesta a
“vitória da tese de Jesus”, de que os humanos poderiam aprender a
amar Javé mesmo se soubessem da “verdade” – a de que Javé desejava
a subjugação dos humanos pela força –, será realizada por Sophia (que
cedeu o seu DNA pessoal para ser inseminado em Maria), cujo corpo
foi engendrado para viver até o final do universo.
Por trás da “Sociedade Thule”, estava uma linha temporal que envolvia a
desconhecida história do Tibete, da Anatólia e da raiz ariana que, então,
precisavam ser estudadas à luz da missão que, nas reuniões em que
participou, o jovem Hitler começou a perceber que “pertencia à Alemanha”.
Entretanto, que missão era aquela, a qual “Thule”, o “Senhor do
Governo Oculto”, apontava como sendo a que a Alemanha deveria assumir?
Como já ressaltado, era a de fazer o que Jesus não fez, ou seja,
dominar o mundo para que o “Senhor do Mundo” pudesse exercer o seu
poder sobre os humanos, só que o “Senhor do Mundo” seria Len Mion, e
não mais o “Deus dos Judeus”.
Na sua mente doentia, Len Mion tão somente pensava em termos de
manter a Terra como sendo a última trincheira da “rebelião” contra
Sophia, os seres Aya e o “Deus bíblico”, que deveria ser o tal “Deus
desconhecido” – contra o qual Yel Luzbel se posicionara – dos tempos da
“rebelião” no sistema da estrela Capela. Lá, entre as mais de duas centenas
de milhares de seres biodemos e de outros gêneros, aquele Ente jamais se
apresentara, mas na Terra, cerca de 700 mil anos depois do acontecido,
quando os humanos surgiram, o tal Ser, junto com sua assessoria e de algum
modo vinculado à Sophia – assim ele pensava – apresentou-se como sendo
o “Criador” dos céus e da Terra e de tudo o que existia e, de modo estranho,
passou a “escolher” povos e a “eleger” humanos entre eles, para fazer
cumprir os seus desígnios.
A “Sociedade Vrill”, surgida no início do século XX, veio ser a base
sobre a qual foi fundada a “Sociedade Thule”.
Mais tarde, quando o nazismo emergiu das ideias surgidas nos estudos
em torno da “Sociedade Thule”, o castelo de Wewelsburg, sob o comando
do chefe da SS Heinrich Himmler, foi transformado em laboratório de
fenômenos do campo da paranormalidade.
Quem frequentava o castelo era a médium vidente e psicógrafa Maria
Orsic, integrante da “Sociedade Vrill”, pessoa próxima a Hitler, que recebia
mensagens de extraterrestres. Maria Orsic e as demais “vrillingers” –
porque oriundas da antiga “Sociedade Vrill” – definiram o rumo de muita
coisa no psiquismo de Hitler, sem a tanto terem pretendido. Todavia, a
mente de Len Mion por trás de todo aquele processo, produzia notícias e
mensagens que Hitler percebia como “música divina”.
Para Hitler, aquelas mensagens eram o anúncio da sua “missão
divina”, já que estava sendo anunciada para ele como havia sido para outros
“escolhidos” do passado.
Tudo, porém, tornou-se ainda mais sombrio quando ele passou a
escutar “uma voz” que lhe dava ordens!
N.a.t.: Quando Val Eno me transmitiu essas mensagens, tomei nota,
mas desconfiando que poderia haver algum equívoco no meu
entendimento, e por jamais ter escutado ou tido notícias naquele
sentido, deixei o tema de lado, até porque, como já explicado no início
da presente trilogia, quando essas notícias me foram veiculadas entre
os anos 2002 e 2004, não imaginei que um dia seriam transformadas em
livro. Contudo, neste ano de 2018, em que escrevo estas linhas,
preparando a edição do terceiro livro da trilogia, tive acesso às notícias,
que reproduzirei mais adiante, sobre como Hitler lidava com a “voz”
que o guiava.
POR CERCA DE 11 ANOS, mantive os arquivos com os apontamentos das notícias que
Val Eno me forneceu sobre a esquecida “Rebelião de Lúcifer”, sem nunca
ter passado pela minha mente que, um dia, teria que publicá-las.
Jamais pensei em organizá-las, quanto mais verificá-las em relação a
algum vestígio histórico, e o tempo se passou sem que eu valorizasse
aquelas informações, ainda que vinculadas a um dos mais significantes
acontecimentos da minha vida, que ocorreu em Land’s End, na Grã-
Bretanha.
Por que novamente ressalto essa questão? Porque devo ter mais de
uma centena de informações tão interessantes ou mesmo importantes
quanto essas, e sou obrigado a constatar que jamais as transformarei em
livros.
As que vieram a compor as páginas da trilogia “Terra Atlantis”,
somente as atualizei por insistência do ser extraterrestre Val Eno, que de
muitas maneiras procurou me mostrar como seria importante desenvolvê-
las pois, caso não o fizesse, as mesmas continuariam perdidas, esquecidas, e
os eventos, ainda por ocorrerem, não seriam devidamente compreendidos
pelos terráqueos quando os mesmos se dessem.
O que acho interessante, e mesmo peculiar, é que, ao longo dos anos,
tenho escutado o mesmo padrão de solicitação e de reflexão a respeito de
outros conjuntos temáticos que tenho colecionado e, sobre os quais, tenho
certeza, nada será feito por mim no sentido de transformá-los em livros.
Um ou outro, tenho transformado em palestras para que algo dos
mesmos possa ficar registrado em alguns institutos de estudos que tenho
tentado produzir justamente para esse fim.
As notícias que Val Eno me repassou, compunham apenas um desses
focos informativos e, como nos demais, eu logo assimilo parte do conjunto
desses dados, e mesmo busco estudá-los no sentido de verificar se não estou
estragando o tema com algum grau de interferência de minha parte no
campo da compreensão primária ou mesmo equivocada e distante dos
padrões científicos que sempre procuro utilizar, na medida em que posso,
para ancorar as informações que me vejo obrigado a revelar.
Resgatar temas perdidos e ocultos, seja pelas brumas do tempo ou
mesmo porque sobre eles algo de misterioso foi imposto pelas forças em
contenda, é tarefa para a qual não me preparei, nem muito menos tinha
qualquer relação com a minha vida profissional, que a todo custo sempre
tentei levar adiante para poder me sustentar de algum modo perante a
criminosa invasão que os seres Aya e a Entidade a quem dizem obedecer,
Javé, introduziram na minha presente existência.
Esforcei-me para não sentir nojo por essa trupe que se pretendia
divina, na tentativa de me intimidar, de me impressionar, como sempre
fizeram com outros humanos, no passado.
Como esses fatos se deram após o primeiro contato mantido com Val
Eno, pude perceber o diferente padrão de conduta e de postura entre ele e os
da “coreografia celestial”, que não apresentam o menor critério de respeito
pela criatura humana. Ainda assim, assustava-me um pouco – o confesso –
o último aspecto das notícias de Val Eno sobre o elo entre Len Mion e
Hitler, o que corresponderia ao “final da trilogia”, aspecto do qual sempre
procurei fugir, porque, à exceção de Val Eno, os demais personagens me
eram profundamente desagradáveis. Além do que, eu já havia mesmo
construído minha cota de inevitáveis preconceitos em relação a todos eles,
notadamente a Hitler e a Javé, por questões obviamente bem distintas.
Para piorar o contexto informativo, Val Eno me explicou, com o
máximo de informações que dispunha, sobre de que modo Len Mion se
utilizou de Hitler para usar a humanidade como massa de manobra para
seus objetivos. Entretanto, do meu lado, o problema foi que, ao saber dessas
notícias, uma outra fonte informativa – que repousava em um certo nível de
espiritualidade pouco comum para os que pensam conhecer o mundo
espiritual, e muito em determinados padrões da “cultura demodhármica”
(n.a.t.: aspecto mais moderno da cultura dos “Seres do Conglomerado”
e dos “seres dos portais”, a qual me foi dado ter acesso) –, mostrava-me
que, do mesmo modo que Len Mion fez com Hitler, a partir de um certo
momento daquela empreitada, quando Javé pensou que Hitler sairia
vitorioso por meio de um acordo que a Inglaterra quase assinou com o
Fuhrer, ele, Javé, passou a tentar se utilizar de Len Mion e de Hitler para
colher, no final, o sempre pretendido controle sobre os humanos terrestres,
posto que esse, sim, foi e é o tema central de um enredo que nos é
desconhecido.
Sem qualquer preocupação de ordem ética ou mesmo algum escrúpulo,
por discreto que pudesse ser, nenhum desses seres jamais se preocupou com
a condição humana, e desconfio que Sophia também não se importava, até
ter se feito o homem Jesus.
Como o(a) presumível leitor(a) destas linhas pode perceber, porém, o
assunto se assume como extremamente difícil de ser abordado sem um
mínimo de possibilidade de se errar na empreitada e de ser injusto,
conseguindo, ainda assim, repassar algo de útil para meus irmãos e irmãs de
jornada terrena.
“O que ganho fazendo isso?” – foi algo que sempre me perguntei, e
para o qual sempre tive resposta pronta na ponta da língua. Ainda assim,
levado pelo conjunto de circunstâncias, lamentando pela humanidade, pelos
meus afetos, e vendo o sofrimento de todos os agentes do processo, mesmo
daqueles a quem não consigo direcionar a cota de respeito que gostaria,
ainda que endeusados, alguns, e outros, demonizados pelo mundo, lá seguia
eu, me deixando levar, procurando compor o esclarecimento possível, o
nível de compreensão mais madura, ainda que desagradável, que alguém
nas minhas condições e circunstâncias podia produzir.
Assim foi também no caso da figura de Hitler e de outros seres
humanos que o auxiliaram na loucura superlativa cometida contra a
humanidade.
Uma vez que não pretendo estender essa história e produzir mais livros
sobre a “temática rebelde”, decidi compor esta segunda parte para este livro
“Era Sapiens”, visando atualizar notícias sobre os personagens citados no
capítulo 12, mas também sobre o próprio Yel Luzbel.
Conforme já explicado, diferente de todos os capítulos anteriores desta
trilogia, este foi escrito quando a obra, como um todo, já se encontrava
finalizada, e é a partir desse ponto que o “escrevente terreno” assume o
leme da narrativa.
Apenas para recordar, todos eles foram produzidos entre os anos 2002
e 2004, tendo a correção e editoração dos mesmos – após a decisão de
divulgar a trilogia que surgiu, praticamente, junto com o pedido de Val Eno
para que a publicação fosse feita – ocorrido ao longo dos anos 2016, 2017 e
2018.
Para a surpresa deste “escrevente terreno”, no final do ano de 2017, o
próprio Val Eno me encaminhou uma “solicitação de contato” vindo da
parte de Yel Luzbel que, finalmente, resolvera se pronunciar via
“Processador Val”. Yel Luzbel não queria “trocar informações com os
biodemos de Alt Lam Gron”, mas tão somente saber da possibilidade de se
comunicar com consciências Val e Yel que estivessem submetidas à
condição humana.
Estranhei, mas como nesse enredo tudo é mesmo muito inusitado,
deixei a vida andar enquanto o centro da minha gravidade espiritual, ou
seja, o meu ego humano se encontrava parado há um bom tempo, pois dera
a vida como concluída já há alguns anos. Movimento, para mim, era
somente a sensação do desdobramento do inevitável impulso de um corpo
que já vinha se deslocando, mas não o seu ímpeto interior, que estupefato ao
extremo, ainda que em equilíbrio consigo mesmo, preferia não ter mais que
fazer nada em termos de busca e de reflexão, como se me esforçando
apenas para dar conta do até então acumulado.
Escrevia, proferia palestras, viajava, numa aparente movimentação,
porém o “meu eu” não saia do lugar.
Por que digo isso? Porque, por alguns momentos, eu e Yel Luzbel
entramos em ressonância, mas como ele disse na última vez: “não há nada
que eu possa expressar que não piore a sua situação e desconfio que de sua
parte para comigo o mesmo se dá”. Isso implicava que era melhor, no
nosso caso, não conversarmos. Entretanto, ele precisa “conversar com
humanos”, penso, mas não serei eu o seu cúmplice desta hora.
Ambos estamos esgotados e o peso de descortinarmos a verdade
desagradabilíssima por trás da realidade, parece ter fixado tanto o “eu” dele
quanto o meu numa “cela de horrores”, onde o penar alheio sorri toda hora,
como se nada de trágico estivesse acontecendo além da “ilha da nossa
vidinha”, ainda que o sofrimento grasse a cada segundo, onde vida existir.
Eu, ele e mais alguns poucos, desgraçadamente descobrimos isso, e
todos os deuses, heróis, santos e demônios faliram perante a nossa
sensibilidade, numa desconstituição de ídolos que faria inveja ao
grande Nietzsche.
No que toca a este universo e à vida que nele existe, descobrir a
verdade por trás do seu código-fonte original, gerador desta faixa de
realidade, faz um mal terrível à ingênua natureza humana e, ao que me
parece, também à dos seres biodemos, que é mais ingênua ainda.
O silêncio entre nós, ainda que sabendo da parceria mental, parece se
constituir na cumplicidade máxima entre dois seres condenados a jamais
esquecer, daí ser tão difícil aprofundar a abordagem em torno de uma ex-
consciência biodemo que se tornou humana, sendo a sua última encarnação
exatamente a que ele ficou conhecido como Hitler.
Como já explicado pelo próprio Val Eno, as informações que ele me
repassava sobre o jeito de ser de Hitler, eram-me profundamente difíceis de
serem avaliadas, por ausência de fonte histórica ou mesmo de conhecimento
prévio de minha parte sobre o tema.
Nunca gostei de estudar figuras como Hitler, Stalin, Mao Tse Tung e
Fidel Castro, enfim, pessoas que começam como heroicas “soluções” para
os problemas das sociedades das suas épocas, mas se transformam em
monstros piores que aqueles que um dia pretenderam combater. E como a
monstruosidade tem muitas faces, algumas destas enganam muita gente por
muito tempo, que os elevam à categoria de heróis, quando são somente
corruptos e criminosos. Todavia, no ano 2018, no qual decidi me livrar da
pressão para terminar e publicar o presente livro que finaliza a trilogia
“Terra Atlantis”, praticamente fui jogado dentro de uma livraria e, ali, me
defrontei com a edição em português do livro “A Mente de Adolf Hitler”, de
Walter Langer1.
Abri numa página a esmo e, ao folhear as próximas, meus olhos se
fixaram numa determinada frase de Hitler, dita aos auxiliares mais
chegados, que ele somente agiria quando “a voz” o orientasse.
Foi estonteante ler o que havia escutado de Val Eno, sem lhe dar muito
crédito ou importância na época das revelações em torno da pessoa de
Hitler que, segundo ele, era mais uma ex-consciência biodemo – da família
Mion, o seguinte em engendramento após Len Mion, cujo nome era Lehil
Mion –, então mergulhada no ciclo das reencarnações que caracterizam o
lento progresso humano.
Muito do que ouvi de Val Eno – nem tudo – ali estava descrito. Por
isso, para bem enfatizar o tema central do último capítulo narrado por ele –
o capítulo 12, do presente livro –, tomei a decisão de reproduzir algumas
das partes da publicação “A Mente de Adolf Hitler”, que julgo as mais
reveladoras.
Além do que, esse livro lançado desde 1972, mas que somente teve a
sua primeira tradução para o português no ano de 2018, tem uma
importância histórica significativa. Mais que um livro, o mesmo é, na
verdade, um relatório escrito por Langer, como bem o explica Eurípedes
Alcântara, no seu prefácio:
“Vencer a guerra contra a Alemanha o mais rápido possível era o
único grande objetivo quando Walter C. Langer foi comissionado pelos
Aliados, em 1943, para fazer um mergulho na mente de Adolf Hitler. Ele se
desincumbiu com brilho da missão que lhe foi dada pelo Escritório de
Serviços Estratégicos, a OSS, órgão de inteligência dos Estados Unidos,
antecessor à CIA. O também psicólogo William Langer, irmão do autor,
avaliou que o estudo psicológico de Hitler foi um esforço pioneiro de
aplicação das descobertas da psicologia moderna, não a uma figura
histórica distante, mas a uma que estava muitíssimo viva e ativamente
empenhada em fazer história.
Walter Langer foi contratado pessoalmente pelo chefe da OSS, o
general William Donovan, que nutria especial interesse pelas
potencialidades do uso bélico da psicologia (...).
Donovan podia ser excêntrico, mas não era estúpido. Isso fica
demonstrado com o sucesso do comissionamento de Walter Langer para
“ler a mente de Hitler” e, dois anos mais tarde, com a insistência do
general em submeter a testes psicológicos os integrantes do alto-comando
nazista, acusados de crimes contra a humanidade no Julgamento de
Nuremberg. Realizado entre 20 de novembro de 1945 e 1º de outubro de
1946, o tribunal julgou 24 líderes políticos e militares de alta patente do
Terceiro Reich. Doze foram condenados à morte por enforcamento. Três
receberam pena de confinamento perpétuo, e quatro, penas entre vinte e dez
anos de prisão. Três foram absolvidos. Dois tiveram seus julgamentos
cancelados (...).
Ao contrário de Walter Langer, que trabalhou sem amarras, os
psicólogos e psiquiatras encarregados de analisar os acusados em
Nuremberg sofreram forte pressão para não classificarem nenhum paciente
como louco. Para efeito de propaganda, seria um desastre os Aliados terem
derrotado um hospício, e não uma fria, cruel e eficiente máquina de guerra
(...).
Quando Walter Langer morreu em 1981, o quadro mental que pintou
de Hitler já havia se tornado um clássico da abordagem psicológica – e
também um testemunho de seus limites quando o paciente não pode ser
analisado pessoalmente no divã. Langer conversou com quase uma dezena
de pessoas fora da Alemanha que, antes, haviam convivido com Hitler em
diversas fases da sua vida. No diagnóstico feito por Langer, o Fuhrer é
descrito como “provavelmente psicopata neurótico, beirando a
esquizofrenia”.
A análise de Walter Langer foi avaliada pelo comando Aliado como
fonte valiosa de informações para que se pudesse tentar antecipar ações do
líder nazista, especialmente quando ele se encontrava sob forte pressão dos
acontecimentos. Atribui-se ao estudo do psicólogo o acerto na previsão
Aliada de que a mente neurótica de Hitler o conduziria ao isolamento
crescente na medida em que a maré da guerra se voltasse contra a
Alemanha e, por fim, ao suicídio, o que de fato ocorreu. Langer anteviu que
generais profissionalmente mais capazes e menos ideológicos, portanto,
potencialmente mais críticos de Hitler, seriam afastados das decisões
militares e que não seria surpresa se tentassem articular um golpe contra
ele. Em 20 de julho de 1944, o general Clauss von Stauffenberg conseguiu
detonar uma bomba na sala de guerra do Wolfsschanze, uma das “tocas do
lobo”, nome-código dos refúgios secretos do alto comando nazista, na
antiga Prússia Oriental, hoje parte da Polônia. Protegido pelo espesso
tampo de madeira da mesa sob a qual Von Stauffenberg deixou sua pasta de
mão com a bomba e o detonador por tempo, o Fuhrer teve apenas o
tímpano direito perfurado, sobrevivendo sem maiores sequelas às ondas de
choque da explosão.”
Para os que tentaram colocar a figura de Hitler como sendo alguém
irrefletido, maluco, que não sabia o que estava fazendo, dentre outros
painéis, Eurípedes Alcântara nos diz, ainda, no seu prefácio:
“O Fuhrer era pervertido, paranoico, “quase esquizofrênico”, mas
tinha perfeita consciência do mal que sua máquina de ódio estava
produzindo. À conclusão semelhante chegaram os médicos pesquisadores
do Royal College of Edinburgh, na Escócia, autores da mais completa
investigação científica sobre as drogas que o médico particular de Hitler, o
famoso dr. Theodor Morell, ministrava oral ou topicamente ou injetava
todos os dias no organismo do seu paciente. Hitler usava regularmente um
colírio de cocaína, tomava injeções de anfetamina, testosterona, estradiol e
corticosteroides. Com regularidade recebia glicose em soro e um
“preparado exclusivo” em que o dr. Morell misturava doses terapêuticas de
estricnina, atropina, extrato de vesícula seminal e vitaminas. Morell
registrou cuidadosamente as drogas e dosagens, mas nunca especificou ao
certo que doenças estava tratando – nem se o paciente estava ciente do que
tomava ou mesmo se prescrevia cumprindo ordens do próprio Hitler. Na
parte final do estudo, em que discutem as implicações do tratamento de
Morell, os médicos do Royal College of Edinburgh afirmam que os
coquetéis químicos heterodoxos podem ter piorado o estado mental e até a
personalidade de Hitler (exigente, inseguro, despótico e hipocondríaco),
mas isso não explica o fenômeno nazista em toda sua crua brutalidade:
historiadores, psicólogos e psiquiatras ainda discutem e, provavelmente,
vão continuar debatendo para sempre, por que Hitler fez o que fez.”
Ainda me referindo ao prefácio do livro de Langer, Eurípedes
Alcântara se questiona sobre “se a história é feita por pessoas ou se elas
são meras transmissoras de energias que, de uma maneira ou de outra,
fariam sentir sua força transformadora. Em outras palavras, basta tirar o
homem da equação para que determinado fenômeno deixe de ocorrer ou se
dá justamente o oposto, pois, mesmo subtraindo o protagonista da cena, as
rodas da história continuam a girar na mesma direção e com o mesmo
ímpeto?”
O precioso questionamento do prefaciador abre uma porta, na verdade,
um portal para uma multiplicidade de opções que, conforme penso, jamais o
modo clássico do pensar humano conseguirá abordar em toda sua plenitude,
quando da análise de como seria o mundo se tal personagem, se tal fato, se
tal circunstância, no singular e no plural – no campo probabilístico – não
viesse a compor a realidade.
Segundo Val Eno e a tecnologia que a ciência biodemo dispõe, ainda
que ressaltando o altíssimo grau de complexidade de um psiquismo
humano, o que existe parece ser uma ligação desconhecida, tanto para
humanos como para biodemos, entre as também desconhecidas egrégoras
coletivas e as de certos indivíduos que as personificam de modo único.
Por força das circunstâncias, estou tendo que produzir alguns livros
cujos temas abordam a “revolta dos elétrons” (“A Rebelião dos Elétrons e o
Código de Vida do Criador”, já publicado), e as egrégoras (“Universo das
Egrégoras”, ainda por ser editado). Esse aspecto das minhas vivências com
contextos situados um pouco ou muito mais além do que julgamos ser a
nossa realidade, tem me permitido compreender a existência dessas energias
coletivas “quase-condensadas” como se fossem “entidades autônomas”,
mas “densamente entrelaçadas” e vinculadas com as pessoas que as
sustentam e que também delas se alimentam. Além dessas coletivas,
existem as de ordem individual e, ainda, as de pequenos grupos que mal
conseguem sobreviver nesse “universo” que existe subjacente ao nosso e do
qual dependemos, pois, as tais “egrégoras-entidades”, terminam por
“exigir” uma personificação sua entre os membros da espécie que a
criaram e a sustentam.
A “Revelação Cósmica”, nos termos da decifração que agora ocorre, é
uma “egrégora jovem”, um dia solitariamente edificada numa madrugada
qualquer da vida. Agora, ela começa a tomar vulto, não em termos de
quantidade vibratória, no sentido de se tornar uma “egrégora-entidade”, mas
sim, no da qualidade da energia ressonante com a busca da compreensão da
verdade e do equilíbrio psíquico, para que isso possa ser feito sem gerar
mais “egrégoras-monstros”.
Hitler e outros foram estrategicamente adotados por egrégoras
geradas lá atrás, no tempo histórico, em que a sua própria consciência
espiritual, então reencarnada, já cuidava delas – muito provavelmente sob
os auspícios de Len Mion que, de Shamb Aha, há muito vinha preparando o
ambiente planetário para o exercício da sua dominação.
Continuemos, porém, com a conclusão de Eurípedes Alcântara do
prefácio do livro de Langer:
“O trabalho de Walter Langer mostra que, se continua impossível
chegar perto de uma explicação abrangente e conclusiva para todos os
enigmas do papel do individualismo na história coletiva das sociedades,
aprende-se muito com o estudo da personalidade dos “parteiros da
história”, o conceito que diferenciou fundamentalmente o leninismo do
marxismo ortodoxo. Lênin viu a necessidade de formar uma elite de
indivíduos “revolucionários profissionais”, encarregados de fazer a
história acontecer, de produzir a faísca detonadora dos processos
revolucionários. Lênin deu o nome de “Iskra” (faísca em russo) ao jornal
que fundou, no exílio, para fomentar a insurgência. A manipulação das
massas, central nas táticas do nazismo e do leninismo, funcionou para
esses movimentos graças à conformação mental, em suas raízes mais
profundas essencialmente religiosas, comum a seus idealizadores. Foi
fundamental a imposição, tanto na Rússia quanto na Alemanha, do
conceito de “Fuhrerprinzip”, o guia sábio, salvador da pátria, infalível,
incontrastável, cuja palavra paira acima de qualquer lei escrita, tradição
ou costume. Lênin, Trótski e Hitler falavam às massas como os únicos
intérpretes da verdade revelada.
A teoria marxista estabelece que o comunismo ocorre na fase final do
capitalismo. Sendo assim, a Rússia teria que primeiro superar o feudalismo
e se tornar capitalista para, em seguida, marchar rumo ao comunismo.
Contrariando a teoria, a elite leninista fez, em 1917, na Rússia czarista, a
primeira revolução socialista da história. Se Lênin nunca tivesse surgido,
os revolucionários russos muito provavelmente teriam conseguido se livrar
da dinastia Romanov. Mas sem Lênin e o leninismo, o mais certo é que,
como pregava George Plekhanov, “pai do marxismo na Rússia”, os
insurgentes tivessem parado por ali mesmo. Tapando os narizes, teriam
instalado, no lugar da tirania feudal, uma democracia burguesa, sob a qual
esperariam pacientemente que o capitalismo se esgotasse como inevitável
etapa histórica, só então criando as condições materiais necessárias para a
instalação do comunismo. Lênin decidiu não esperar.
Sem Hitler, o nazismo poderia muito bem ter alcançado posição
política relevante na Alemanha. Mas é impossível imaginar o louco Rudolf
Hess, o arrogante Hermann Goring ou mesmo o fanático Joseph Goebbels
mesmerizando as massas com a mesma eficiência de Adolf Hitler, cuja
mente este livro nos oferece de bandeja.”
Fiz questão de reproduzir todos esses comentários a respeito do livro
de Langer, constantes no prefácio do mesmo, para demonstrar a importância
que o seu relatório sobre Hitler passou a ter entre os estudiosos,
historiógrafos e, acima de tudo, estrategistas militares que trabalham com o
vislumbre do que o outro lado pode vir a fazer, devido ao tipo de processo
decisório que cada ditador ostenta, dentre outros aspectos que muito
importam às nações e às forças poderosas que nos governam, ainda que não
saibamos.
Segundo o que se percebe das opiniões de Hitler – expressas em seu
livro Mein Kampf (“Minha Luta”) e colhidas de comentários e discursos
diversos que ficaram devidamente registrados –, “o mundo só pode ser
dominado pelo medo”.
O “Deus bíblico” Javé, o “Deus do Alcorão”, Alá, dois nomes e/ou
epítetos de uma mesma Entidade, não poderia ter melhor instrumento para
fazer valer o seu método de lidar com os humanos, do que Hitler e outros
ditadores que parecem ter dele herdado a cópia exata da sequência de DNA
que opera no sentido da semeadura do medo e do terror como modo de
controle. Afinal, os seguidores e fiéis desse “Deus”, sejam os judeus ou os
islâmicos – para ficar apenas nesses dois contextos religiosos – o temem, e
nisso veem o poder da fé submissa, que ostentam como sendo o que de
melhor pode um ser humano fazer consigo mesmo.
De tanto ver exemplo em tudo o que viu na sua vida biodemo e, em
especial, após o surgimento dos humanos, Len Mion superou a qualquer
“deus” especialista na matéria, ou a qualquer um dos seus instrumentos de
dominação humana que esse Ser sempre fez existir entre os terráqueos, e o
fez com tal eficácia que tomou a cena de tudo que se passou no palco
planetário terreno, pois, realmente, foi ele o diretor e roteirista dos rumos
que a vida humana e sua complexa organização social tomaram naquilo que
entendemos como sendo a história, em especial a desses últimos dois mil
anos, como já referido.
O terror instaurado (por ordem desse “pretenso Deus”) e instalado
(por força da determinação genética que os terráqueos herdaram) na vida
humana e na própria natureza – que fazem dos organismos que nasceram
para ser as vítimas dos predadores, um dos quadros mais absurdos, mas que
a nossa lógica se acostumou e passou a achar normal e mesmo de origem
divina –, depõe contra qualquer origem de decência, de dignidade e mesmo
de divino ou perfeito na vida que levamos. Afinal, esta parece ser uma
situação existencial em que somente os mais astutos, os mais fortes, os
poderosos, os predadores, enfim, os mais corruptos e criminosos é que
prevalecem. Len Mion e Hitler, dentre outros, tão somente perceberam que
essa é a regra do “jogo da vida”, e dela se utilizaram sem nenhum tipo de
escrúpulo. Estranho não? Entretanto, para quem? Quem, dentre os
humanos, tem olhos para perceber esse aspecto que nem sequer se encontra
disfarçado na cultura religiosa do mundo, pois o tal Ser, que se pretende
“Deus e Criador”, assim se apresenta nos livros, que o reportam como ele é,
sem fingimentos!
O terrível, aqui, é que, conforme penso, Hitler superou o seu mestre
Len Mion, e este superou ainda mais o tal “Deus desconhecido”, contra o
qual ele e Yel Luzbel se rebelaram lá atrás, num tempo em que sequer o ser
humano existia.
O curioso é que vivemos aclamando como “deuses” os mais fortes, os
mais violentos, os mais “isso e aquilo”, ainda que, nessa escala de
classificação, os valores supremos que efetivamente homenageiam a vida,
nela não tenham lugar, porque não produzem qualquer audiência à mídia
que constrói os “heróis do momento”.
A sabedoria, a compreensão esclarecida e emancipação mental não
têm, nem terão lugar neste mundo, a não ser no psiquismo dos poucos
humanos que hospedem discretamente esses atributos que, para nada ou
muito pouco parecem valer.
Portanto, implantar o medo tem sido trabalho perene dos diversos tipos
de predadores – os humanos conscientes e os outros biologicamente
ativados e, portanto, destinados – que dominaram e ainda dominam a cena
do panorama político, social, econômico, religioso e espiritual. Esse último
contexto sequer pode ser percebido pela ignorância científica quanto à
existência de outros níveis que existem, paralelos ao que tomamos como
sendo a nossa realidade.
Que as mulheres me perdoem a infeliz citação – feita num contexto de
uma sociedade machista – que aqui reproduzo do “Mein Kampf”, mas Hitler
sempre defendeu a tese de que as multidões eram “femininas”:
“A psique das massas não reage a nada que seja fraco ou pela
metade. Tal como uma mulher, cuja sensibilidade espiritual é determinada
menos pela razão abstrata do que por um desejo emocional indefinível de
alcançar poder, e que, por essa razão, prefere se submeter ao homem forte,
e não ao fraco, a massa também prefere quem dá ordens, e não quem
implora”.
Assim pensava Hitler, mas o porquê de muitos dos seus pensamentos,
dos seus conceitos preferidos, da sua visão de mundo, do seu processo
decisório, nesse aspecto é que o trabalho de Walter Langer me permitiu
ancorar as notícias que, bem antes de conhecer o seu relatório sobre o
Fuhrer, havia recebido de Val Eno.
Dedicando-me, a partir deste ponto, a esclarecer as questões pontuais
que considerei razoável citar neste livro narrado por Val Eno, começo por
reproduzir o padrão de linha cronológica que Walter Langer apontou como
sendo a que conseguiu elaborar após o extenso trabalho de pesquisa que fez
sobre a vida do Fuhrer, como também algumas partes do seu já citado livro
“A Mente de Adolf Hitler”, com o intuito de demonstrar como ele se
encontrava sob o controle de um “alguém” situado além da condição
humana.
Langer aponta que a infância de Hitler foi das mais complicadas na
medida em que um pai austríaco, antialemão em seus sentimentos, bêbado e
violento, a quem ele temia e detestava, e uma mãe carinhosa que se
dedicava aos filhos, a quem ele muito amava, compunham o seu quadro
familiar.
Em seu relatório, Langer toma como certo que Hitler, quando criança,
viu o pai fazendo sexo com a sua mãe, e o sentimento infantil de não poder
ajudar a quem ele mais amava, daquele ataque brutal e cruel, o fez uma
criança profundamente problemática quanto aos elementos psíquicos
recolhidos na infância, seja em relação ao papel do homem, como também
em relação à sexualidade e à insegurança que sentia a cada surra que levava
do seu pai bêbado.
As emoções reprimidas e outros aspectos do seu tempo, o levaram a se
alinhar com o grupo nacionalista de estudantes que, por antipatizarem com
a antiga monarquia austríaca e amarem a Alemanha, desafiavam
abertamente a autoridade do estado austríaco.
A hostilidade era total entre pai e filho!
Segundo Langer, “foi nessa época que um médico lhe disse que ele
tinha uma doença da qual jamais se recuperaria. Sua reação foi intensa, já
que isso trouxe a possibilidade de sua morte ao primeiro plano e agravou
todos os seus temores infantis”.
O desempenho acadêmico de Hitler continuou a declinar e ele foi
tirado da escola em Linz, sendo enviado para outra em Steyr, na tentativa de
não perder o ano escolar.
A junção dos fatores o levou a não mais ir a escola, e o obrigou a ficar
em casa, levando um tipo de vida marcado pela passividade.
No “Mein Kampf”, Hitler registraria, mais tarde, esse tempo da sua
vida da seguinte maneira:
“Aos 14 anos, quando o jovem é dispensado da escola, é difícil dizer o
que é pior: sua inacreditável ignorância no que tange a conhecimentos e
habilidades ou a mordaz audácia de seu comportamento combinado com
uma imoralidade que deixa o cabelo em pé... O menino de 3 anos agora
virou um jovem de 15, que despreza toda autoridade... Agora, ele
vagabundeia por aí, e só Deus sabe quando ele volta para casa.”
Walter Langer registra que, seguidamente morreram o irmão e, depois,
o pai, em rápida sucessão, o que o deixou na zona confortável de se ver
amado e cuidado por sua mãe, ao mesmo tempo em que se enchia de tanta
culpa que essa não lhe permitia desfrutar por completo da nova situação
com cores idílicas.
No seu relatório, Langer também escreveu:
“Talvez a situação tenha despertado desejos que ele não conseguia
mais encarar em nível consciente, e só podia mantê-los sob controle
ficando na cama e desempenhando o papel de criança desamparada ou se
ausentando da situação por completo. Em todo caso, ele deve ter sido um
problema considerável para sua mãe, que morreu quatro anos depois do
seu pai. O dr. Block relata que a grande preocupação dela ao morrer era:
“O que vai ser do pobre Adolf; ele ainda é tão novo”. Naquele momento,
Adolf tinha 18 anos. Ele fracassara na escola e não trabalhava. Nessa
época, ele se descreve como um maricas, o que, sem dúvida, ele era.”
A mãe de Hitler morreu em 21 de dezembro de 1907, o que o deixou
arrasado, permanecendo durante muito tempo junto à sua sepultura depois
que o resto da família deixou o cemitério.
“Seu mundo tinha chegado ao fim” – observou Langer.
Os próximos fracassos de Hitler se referem às suas tentativas de ser
aprovado no exame de admissão para a Academia de Belas Artes e, depois,
pela Escola de Arquitetura, o que jamais conseguiu. Ressalte-se que as
condições psíquicas e emocionais que o dominavam nessa época não eram
nem um pouco confortáveis.
Aparece, assim, o contexto em que Langer registra que Hitler,
desamparado pela vida, vai morar com seus padrinhos judeus, que
moravam em Viena, e que o sustentaram por um bom tempo, até que não
mais o puderam ou quiseram dar guarida e ele se viu obrigado a sair da casa
deles.
Sobre essa questão, Langer assinala que um outro companheiro de
Hitler, que mais tarde escreveria um livro sobre a convivência que os dois
tiveram, chamado Hanisch, “informa que quando ele e Hitler estavam
bastante desamparados, foram procurar ajuda de um judeu próspero, que
Hitler dizia ser seu pai. É bastante provável que Hanisch tenha confundido
“pai” com “padrinho”. Isso faria sentido e indicaria que Hitler teve
contato com os padrinhos judeus, e que eles estavam fartos dele e se
recusaram a lhe dar qualquer ajuda adicional”.
Langer também informa que:
“A vida de Hitler em Viena era de extrema passividade, em que a
atividade era mantida no nível mais baixo para garantir a sobrevivência.
Ele parecia gostar de ficar sujo e até imundo na aparência e asseio
pessoal. Do ponto de vista psicológico, isso só pode significar uma coisa:
sua perversão estava em processo de amadurecimento e estava
encontrando satisfação de forma mais ou menos simbólica. (...) Mesmo
nessa época, ele vivia numa pensão conhecida por ser habitada por homens
que se entregavam a práticas homossexuais, e foi provavelmente por esse
motivo que foi fichado pela polícia de Viena como “pervertido sexual”.
Ninguém nunca explicou por que Hitler ficou em Viena por mais de
cinco anos se sua vida ali era tão desagradável e se a cidade o repugnava
com a intensidade que ele alega em sua autobiografia (Mein Kampf). Era
livre para partir para onde quisesse e poderia ter ido para sua amada
Alemanha anos antes, se tivesse desejado. A verdade é que ele
provavelmente obteve grande satisfação masoquista de sua vida miserável
em Viena, e só quando sua perversão amadureceu por completo, foi que
percebeu suas implicações e fugiu para Munique, no início de 1913.”
Aqui começa uma nova fase da existência de Hitler, da qual ele já
emerge levando no seu psiquismo todas essas “colagens emocionais” que
ele vai adaptando nos seus novos contextos de vida que ainda surgiriam, ao
mesmo tempo em que o seu jeito de ser vai também se ajustando às novas
situações que o envolveriam antes dele se tornar o Fuhrer.
É basicamente nesse ponto da sua história pessoal que a figura de Len
Mion começa a aparecer por trás do “instrumento humano” que ele havia
escolhido para realizar o seu plano. Nesse, a destruição dos judeus – para
que não existisse mais o contexto da vinda de um “Messias” que, para
muitos deles, ainda não havia vindo, ou mesmo para os que acreditavam ter
sido Jesus o “Messias” – era essencial pois, acabando com o primeiro “povo
escolhido” do “Deus bíblico”, era meio caminho para o seu modo de pensar
arraigado, da sua estratégia de dominar o mundo.
No seu “instrumento terreno”, porém, essa estratégia era
“quimicamente trabalhada nas sinapses de Hitler”, combinando os
elementos emocionais que o predeterminariam a um mesmo objetivo, só
que por questões motivacionais absolutamente diferentes.
Langer continua sua abordagem dizendo que:
“Do ponto de vista psicológico, não é muito improvável deduzir que, à
medida que a perversão se desenvolveu e ficou mais desagradável ao ego
de Hitler, suas exigências foram repudiadas e projetadas sobre o judeu.
Nesse processo, o judeu se tornou o símbolo de tudo que Hitler odiava em
si mesmo. De novo, seus problemas e conflitos pessoais foram transferidos
de dentro de si mesmo para o mundo externo, onde assumiram as
proporções de conflitos raciais e nacionais.
Esquecendo-se totalmente de que, durante anos, ele não só pareceu
um judeu pobre, como também era tão sujo quanto a pessoa mais suja e tão
proscrito quanto um pária social, ele então começou a ver o judeu como a
fonte de todo o mal. Os ensinamentos de Von Schonerer e Lueger ajudaram
a consolidar e racionalizar seus sentimentos e convicções íntimas. Cada
vez mais, ele se convenceu que o judeu era o grande parasita da
humanidade, que sugava seu sangue vital, e, para uma nação se tornar
grande, ela deveria se livrar dessa pestilência. Quando vemos a ligação
entre sua perversão sexual e o antissemitismo, podemos entender outro
aspecto de sua constante conexão entre sífilis e os judeus. A sífilis é uma
doença que destrói nações, tal como uma perversão ou infecção destrói um
indivíduo.
Quanto maiores as exigências de sua perversão se tornavam, mais ele
odiou os judeus e mais falou contra eles.”
Indo agora para a fase da vida de Hitler em que ele saiu da sua
condição miserável para se tornar o mais feliz dos soldados alemães que
lutaram na Primeira Guerra Mundial, Langer registra que:
“Nessas circunstâncias, compreendemos por que Hitler agradeceu a
Deus pela Primeira Guerra Mundial. Para ele, representou a oportunidade
de abrir mão da guerra individual contra si mesmo em troca de uma guerra
nacional, em que ele teria a ajuda dos outros. Também representou para
ele, num nível inconsciente, a oportunidade de redimir sua mãe e assumir
um papel masculino para si. Mesmo nessa época, podemos deduzir que ele
já suspeitava de que estava destinado a ser um Grande Redentor. Não era
apenas sua mãe que ele iria redimir, mas também a si mesmo.
De fato, seu ingresso no Exército alemão foi o primeiro passo na
tentativa de se redimir como ser humano social. Ele não mais seria um
pobre coitado, pois estava juntando forças com aqueles que estavam
determinados a conquistar e se tornarem grandes. Em grande medida, a
atividade substituiu sua passividade anterior. A sujeira, a imundície e a
pobreza foram abandonadas, e ele podia se misturar em pé de igualdade
com o povo escolhido”.
Na guerra, convivendo com seus companheiros de trincheira, pois essa
foi uma das características mais marcantes da Primeira Grande Guerra,
Hitler começou ali, no meio daquele inferno, a acreditar que ele estava
sendo protegido para, um dia, exercer uma grande missão.
Langer nos conta que:
“O sentimento de que Hitler estava sob a proteção e o comando da
Providência Divina, fica claro no relato que Mend, um de seus
companheiros de juventude revela: “A esse respeito, uma profecia estranha
vem à mente: pouco antes do Natal (1915), ele comentou que nós, algum
dia, ouviríamos falar muito dele. Só tínhamos que esperar que seu momento
chegasse”. À época, Hitler também relatou diversos incidentes durante a
guerra, que lhe provaram que ele estava sob a proteção divina. O incidente
mais impressionante é o seguinte: “Estava sentado numa trincheira com
diversos companheiros. De repente, uma voz pareceu dizer para mim:
Levante-se e vá até ali. Era tão clara e insistente que obedeci
automaticamente, como se tivesse sido uma ordem militar. De imediato
fiquei de pé e caminhei cerca de vinte metros pela trincheira carregando a
lata com meu jantar. Então, sentei-me para continuar comendo, com minha
mente ficando novamente em silêncio quando um deslocamento do ar e um
barulho ensurdecedor vieram da parte da trincheira que eu tinha acabado
de deixar. Uma granada perdida explodiu sobre o grupo com quem eu
estava sentado antes, e todos os membros morreram.
Também houve a visão que Hitler teve enquanto estava no hospital em
Pasewalk, sofrendo de cegueira supostamente causada por gás tóxico.
Disse ele, segundo Mend: “Enquanto estava confinado no leito, veio para
mim a ideia de que eu libertaria a Alemanha, que eu a tornaria grande. De
imediato, soube que isso se realizaria”.”
A derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, porém, perturbou
seus sonhos, planos e ambições, conforme apontou Langer:
“No entanto, foi a derrota da Alemanha que provou ser o ponto
decisivo de sua vida e determinou que ele seria um sucesso extraordinário,
e não um fracasso total. Naquele momento, forças inconscientes, algumas
das quais adormecidas durante anos, despertaram novamente e
perturbaram todo o seu equilíbrio psicológico. Sua reação a esse
acontecimento foi um ataque histérico, que se manifestou em cegueira e
mutismo.”
Langer chama de “forças inconscientes” ao que os próprios psicólogos
e psiquiatras, por desconhecerem a realidade da existência espiritual para
além da nossa, costumam classificar o que para eles e o academicismo que
pretendem abraçar, ainda precisaria descortinar antes de ser considerado
como “sabido”. Contudo, assim tem caminhado a humanidade e, por irônico
que possa parecer, esse caminho é menos pior do que o da crença
enlouquecida e desarrazoada.
Segundo Langer, a derrota da Alemanha e a nova situação de
decadência física levou Hitler a uma profunda depressão:
“Uma profunda depressão tomou conta dele, a respeito da qual ele
escreve: “O que se seguiu foram dias terríveis e noites ainda piores. Agora
sabia que estava tudo perdido… Nessas noites, meu ódio despertou, o ódio
contra os criadores dessa ação”. Mas novamente, ele se sentia fraco e
impotente: um cego aleijado, internado num hospital.”
Nesse ponto da vida de Hitler, não somente segundo Langer, mas
também conforme outros autores e biógrafos, ocorreu algo que modificou
não só a trajetória da sua vida, como também a da humanidade: uma
transformação no seu caráter.
Diz Langer sobre essa questão:
“De nossas experiências com pacientes, sabemos que transformações
completas desse tipo geralmente ocorrem apenas sob circunstâncias de
extrema pressão, que demonstram para o indivíduo que sua estrutura de
caráter atual não é mais sustentável. Claro que não sabemos ao certo o que
se passava na mente de Hitler nesse período ou como ele encarava sua
própria posição. Porém, sabemos que, nessas circunstâncias, pensamentos
e fantasias muito estranhas passam pela mente de pessoas relativamente
normais, e que, no caso de neuróticos, sobretudo quando têm fortes
tendências masoquistas, estas fantasias podem se tornar bastante absurdas.
Independentemente da natureza que podem ter tido essas fantasias,
podemos ter razoável certeza de que envolvem sua própria segurança ou
bem-estar. Em geral, apenas um perigo dessa magnitude faria um indivíduo
abandonar ou revolucionar sua estrutura de caráter.”
Junto com a transformação no caráter, que somente estava tendo início,
outro elemento estranho começou também a fazer parte das noites de
Hitler, segundo assinalou Langer:
“Pode ser que seus pesadelos forneçam uma pista. Podemos recordar
que os pesadelos de Hitler giram em torno de ele ser atacado ou submetido
a indignidades por outro homem. Não é sua mãe que está sendo atacada,
mas ele mesmo. Quando desperta desses pesadelos, age como se estivesse
sufocando. Fica sem fôlego e sua frio. Só com muita dificuldade Hitler
consegue ser tranquilizado, porque muitas vezes há um efeito colateral
alucinatório e ele vê o homem em seu quarto.
Em circunstâncias normais, estaríamos inclinados a interpretar isso
como resultado de um desejo inconsciente por relações homossexuais, junto
com uma repulsa do ego contra a tendência latente. Essa interpretação
também pode se aplicar a Hitler, pois, até certo ponto, parece que ele
reagiu à derrota da Alemanha como se fosse um estupro de si mesmo e
também de sua mãe simbólica. Além disso, enquanto ele estava internado,
impotente, no hospital, incapaz de ver ou falar, pode ter se considerado um
alvo fácil para um ataque homossexual. Porém, quando lembramos que,
durante anos, ele escolheu viver numa pensão de Viena que era conhecida
por ser habitada por muitos homossexuais e depois associou-se com
diversos homossexuais notórios, como Hess e Rohm, não podemos achar
que essa forma de ataque sozinha seria suficiente para ameaçar sua
integridade a tal ponto que ele repudiaria seu antigo eu.”
Questões homoafetivas à parte, o que julgo ter depreendido do que me
revelou Val Eno no início do século XXI, de fato Hitler via um ser “tipo
homem”, algumas vezes, próximo a ele, e o verbo “ver”, aqui, parece não
ser bem no sentido mediúnico, pois segundo Val Eno, Len Mion conseguiu
desenvolver, com o restante da sua força mental, uma estratégia que tanto o
projetava, quanto, outras vezes, o permitia mesmo uma “semi-
materialização” próxima a Hitler.
Por algumas dezenas de milhares de anos desenvolvendo maneiras e
estratégias, junto com Yel Luzbel e outros, para se materializar e/ou se
projetar a partir de Shamb Aha, para os que se encontravam na Terra, como
modo de impressioná-los, ainda em obediência aos interesses da “rebelião”,
Len Mion terminou por construir em si mesmo um conjunto de faculdades
mentais único e exclusivo. Apesar dos desgastes alternados a picos de força
máxima, ele ficava por algum tempo incapacitado de se potencializar entre
os que viviam na Terra. Contudo, ao tempo vida de Hitler, ele retomou o
processo com vistas aos seus objetivos, e nada daquilo, conforme penso,
tinha a ver com o aspecto homoafetivo, levantado por Langer.
Hitler, portanto, antes de se tornar o Fuhrer, formou a sua
personalidade convivendo com fatos insólitos que muito o influenciaram,
ainda que esse contexto não pertença ao campo de análise de psicólogos e
de psiquiatras, no sentido de que essas disciplinas detenham mecanismos de
detectar com perfeição ou clareza o que se encontra por trás dos fenômenos.
Isso, entretanto, tem feito parte do drama humano, de ser uma espécie
criada para consertar os erros alheios e, enquanto faz isso de modo
inconsciente, ainda é covarde e vergonhosamente manipulada pelas forças
que a geraram.
O aspecto mais horroroso dessa história é que, todas as espécies
surgidas para a vida, o fizeram por força do “jogo” da necessidade do
“padrão inicial apodrecido”, que a tudo deu origem, e como todas padecem,
na sua gênese, das deformidades desse “modelo adoecido”, muitas não
servem para nada, nem mesmo conseguem evoluir. A única que nasceu,
geneticamente, com liberdade para tanto, que foi a humana terráquea, deu
no que deu: virou palco de disputas e de manobras de toda ordem.
Após sobreviver até mesmo aos ferimentos e sequelas da vida e da
Primeira Guerra, da qual participou com heroísmo, Hitler ressurgiu para a
vida frequentando, então, dois contextos que determinariam o seu futuro.
O primeiro foi o fato dele ter se tornado um ativista radical na
reconstrução de uma Alemanha combalida e vilipendiada pelos acordos do
pós-guerra, que mais e mais infernizavam a vida dos alemães sobreviventes.
O segundo, algo pitoresco, foi o de que ele começou a frequentar
reuniões da “Sociedade Thule”, nas quais, por meio das médiuns advindas
da “Sociedade Vrill”, surgiam mensagens que sensibilizaram Hitler no
sentido de que ele seria o novo “messias”, só que agora do povo ariano,
que precisava salvar o planeta dominando os demais povos que o
habitavam.
Do “governo oculto do mundo” vinham as mensagens, como se o
próprio “Senhor Thule” estivesse afirmando para Hitler que ele era o
seu “enviado humano” para dominar a Terra. A questão é que o “Senhor
Thule”, conforme já citado na Parte I deste livro, era exatamente Len Mion
motivando o seu instrumento terreno para a terrível empreitada.
Nesse ponto do seu estudo, Langer parece confundir – por
desconhecimento ou mesmo por equívoco – astrologia com reuniões em
que mensagens canalizadas, via médiuns, eram recebidas. São duas ordens
distintas de questões, que nada têm a ver uma com a outra.
De todo modo ele nos diz que, no que se refere à crença em
horóscopos e às predições astrológicas que pudessem influenciar a linha de
ação de Hitler, muitos dos seus biógrafos afirmam ter sido ele
absolutamente distante de qualquer atitude nesse sentido. Contudo,
conforme afirma Walter Langer:
“Hitler parece estar agindo sob alguma orientação desse tipo (nota do
autor: é aqui que Langer, conforme penso, confunde astrologia com
mensagens mediúnicas), o que lhe dá o sentimento e a convicção de sua
infalibilidade.
De acordo com Strasser, no início da década de 1920, Hitler teve
aulas regulares de oratória e psicologia de massas com um homem
chamado Hanussen, que também era astrólogo e adivinho praticante(...). É
possível que Hanussen tenha tido algum contato com um grupo de
astrólogos, mencionados por Von Wiegand, que eram bastante ativos em
Munique naquela época. Por meio de Hanussen, Hitler também pode ter
entrado em contato com esse grupo, pois Von Wiegand escreve:
“Quando conheci Adolf Hitler, em Munique, em 1921 e 1922, ele
estava em contato com um círculo que acreditava firmemente nos
presságios dos astros. Havia muito rumores a respeito do advento de outro
Carlos Magno e um novo Reich. Até que ponto Hitler acreditava nessas
profecias e previsões astrológicas (nota do autor: novamente o equívoco
entre astrologia e mensagens mediúnicas ou telepatas), nunca consegui
saber do Fuhrer. Ele não negou nem confirmou a crença. Contudo, ele não
era avesso a fazer uso das previsões para promover a fé popular em si
mesmo e em seu jovem e batalhador movimento”. (…)
“Parece certo que Hitler acredita que foi enviado para a Alemanha
pela Divina Providência e que tem uma missão específica a cumprir.
Provavelmente, ele não tem claro o escopo da sua missão, para além do
fato que foi escolhido para redimir o povo alemão e remodelar a Europa.
Como isso tem que ser realizado também é um tanto vago em sua mente,
mas isso não o preocupa muito, porque uma “voz interior” lhe comunica os
passos que deve dar. Esse é o guia que o leva em seu caminho, com a
precisão e a segurança de um sonâmbulo:
”Cumpro as ordens que a Divina Providência me atribuiu”.
“Nenhum poder na Terra pode abalar o Reich alemão agora. A Divina
Providência quis que eu persistisse no objetivo de cumprir a missão
germânica”.
”Mas se a voz falar, então saberei que chegou a hora de agir”.
É essa firme convicção de que ele tem uma missão e que está sob a
orientação e proteção da Divina Providência a responsável, em grande
parte, pelo efeito contagioso que ele tem tido sobre os alemães.”
Mais tarde, já na função de Fuhrer, em 1936, na reocupação da
Renânia, Hitler voltaria a se referir ao modo como ele agia na gestão dos
destinos da sua amada Alemanha: “Sigo meu caminho com a precisão e a
segurança de um sonâmbulo”.
Viver feito um sonâmbulo, como se dominado por alguma
interferência ou mesmo por um estado mental apartado da realidade, não
parece ser uma boa condição psíquica.
Hitler, porém, não afirmou isso somente uma vez, mas em outros
momentos nos quais, o que efetivamente importava para ele, era que no seu
sonambulismo estava embutido o fato ou a certeza de que ele era um
“enviado dos céus” para salvar a Alemanha.
Langer informa ainda:
“Em alguns momentos, parecia quase inconcebível que um homem
pudesse ser sincero e fazer o que Hitler fez durante sua carreira. E, ainda
assim, todos os seus ex-colaboradores com quem conseguimos entrar em
contato, e também muitos dos nossos correspondentes estrangeiros mais
competentes, estão firmemente convencidos de que Hitler acredita em sua
própria grandeza. É relatado que Hitler disse a Schuschning durante as
entrevistas em Berchtesgaten: “Você se dá conta de que está na presença
do maior alemão de todos os tempos”?
(…)
Com o passar do tempo, ficou cada vez mais claro que Hitler se via
como o Messias e que estava destinado a conduzir a Alemanha à glória.
Suas referências à Bíblia se tornaram mais frequentes, e o movimento
nazista começou a assumir uma atmosfera religiosa. As comparações entre
Cristo e ele se tornaram mais numerosas e permearam suas conversas e
seus discursos. Por exemplo, ele disse:
“Ao chegar a Berlim, algumas semanas atrás, e observar o movimento
na Kurfurstendamm, o luxo, a perversão, a iniquidade, a exposição
indecente e o materialismo judaico me repugnaram profundamente, a ponto
de eu quase ficar transtornado. Quase imaginei ser Jesus Cristo quando ele
chegou ao templo de seu Pai e o encontrou tomado pelos cambistas. Posso
bem imaginar como ele se sentiu quando pegou o chicote e os flagelou”.
Na realidade, Hitler tem pouquíssima admiração por Cristo
crucificado. Embora tenha sido criado como católico e recebido a
comunhão durante a Primeira Guerra Mundial, ele rompeu sua ligação
com a Igreja logo em seguida. Ele considera o Cristo crucificado brando,
fraco e incompatível como um Messias germânico. Este deve ser duro e
brutal se quiser redimir a Alemanha e conduzi-la ao seu destino.
“Meu sentimento como cristão aponta para o meu Senhor e Redentor
como um lutador. Aponta para o homem que, solitário, rodeado por apenas
alguns seguidores, reconheceu aqueles judeus pelo que eram e reuniu
homens para lutar contra eles, e que, juro por Deus!, foi maior não como
sofredor, mas como lutador. No amor sem limites, como cristão e como
homem, leio a passagem que relata como o Senhor por fim se ergueu e usou
o chicote para expulsar do Templo a ninhada de víboras. Quão
extraordinária foi a luta pelo mundo contra a peçonha judaica”.”
Ressalto, ainda, uma outra passagem do livro de Langer, sobre a
questão da “voz” que comandava as atitudes e posturas de Hitler:
“Em certas ocasiões, Hitler partia de Berlim sem dizer nada e ia para
Berchtesgaden, onde passava o tempo caminhando pelo campo
completamente sozinho. (…)
É durante esses períodos de inatividade que Hitler fica esperando que
sua “voz interior” o guie. Ele não pensa no problema de um jeito normal,
mas espera que a solução se apresente para ele. Para Rauschning, Hitler
disse:
“A menos que eu tenha a convicção incorruptível de que essa é a
solução, não faço nada. Nem mesmo se todo o partido tentar me impelir
para a ação. Eu não agirei. Esperarei, não importa o que aconteça. Mas se
a voz falar, então sei que chegou a hora de agir”.
Esses períodos de indecisão podem durar de alguns dias até diversas
semanas. Se ele for induzido a falar sobre o problema nesse interim, ele
fica de mau humor e irritado. No entanto, quando ele recebe a solução, tem
um grande desejo de se expressar. Então, Hitler convoca seus assistentes, e
eles devem escutá-lo até que termine, não importa a que horas isso
aconteça. Nessas ocasiões, ele não quer que o questionem, nem mesmo que
o entendam. Parece que apenas quer falar.”
Penso ser suficiente o conjunto das reproduções que, aqui, apresentei
do livro de Walter Langer, com o objetivo de tão somente ancorar em um
trabalho acadêmico e respeitável, parte das revelações que me foram
repassadas para a formulação dos livros que compõem a trilogia “Terra
Atlantis”.
Não há nenhum objetivo de minha parte em afirmar isso ou aquilo
sobre Hitler, seja no sentido psiquiátrico ou mesmo psicológico, nem muito
menos de o demonizar, como naturalmente se faz pelo muito de mal, de
horror e de terror que ele causou a incontáveis vidas.
A leitura dos fatos pode ser essa, mas o julgamento não me pertence e,
portanto, não é essa a pretensão do que aqui se encontra exposto.
Jesus, na sua boa fé, e pensando ter compreendido a sua relação com o
“Pai” que o enviara, foi quem disse que esse Ser – o “Deus dos Judeus” – a
ninguém julgaria, pois o mesmo havia lhe repassado essa função. Por isso,
caberia a ele separar o “joio do trigo”, presidir o “julgamento geral dos
vivos e dos mortos” que Javé, através de Enoch, lá atrás no tempo, muito
antes da vida de Jesus, anunciou que aquele Ser havia decretado o tal
julgamento, mas quem o faria seria um “enviado”, que viria para agir em
seu nome.
“Assim também o Pai não julga ninguém, mas entregou todo o
julgamento ao Filho. (Jo, 5 – 22).”
Quando o tempo do julgamento geral fosse chegado, segundo o “Livro
de Enoch”2, os justos receberiam a revelação sobre a real situação do “Filho
do homem” – Sophia e a sua relação com seu avatar humano Jesus –, e
exaltariam Javé, que o havia enviado para presidir se não todo o processo
de aferição entre justos e ímpios, mas parte dele, pelo menos.
“Eles (os justos) o bendiziam, o celebravam, o exaltavam, porque o
segredo do Filho do homem lhes tinha sido revelado.
E ele estava em um trono de glória e a principal parte do julgamento
fora reservada a ele. Os pecadores desvanecer-se-ão e serão exterminados
da face da Terra e aqueles que os seduziram serão encadeados para
sempre.”
(Livro de Enoch, 38 e 39).
Esse é o cerne de toda a confusão entre Javé e Jesus, ainda que quase
ninguém – se é que alguém o consegue – compreenda a sua origem e os
seus desdobramentos, que levaram até a sua crucificação. E o irônico, se é
que tal se pode dizer, é que esse problema vem de um tempo em que Jesus
sequer existia, pois que dele havia a sua “forma gloriosa” já existindo como
Sophia, o qual, por sua vez, era também já um produto de um dilema entre
os três “Senhores da Trimurti”.
Os tempos preditos, de fato, estão chegados, mas não existe
julgamento nenhum em curso, porque não há autoridade moral e espiritual
da parte de quem quer que seja e que esteja envolvido com a história da
Criação, que possa pretender a tanto. O que de fato está ocorrendo nos
ambientes da espiritualidade é um processo de reciclagem, levado a efeito
pelos desdobramentos das próprias leis da ciência espiritual, que marca
indelevelmente nos espíritos o resultado das suas posturas e opções.
Por outro lado, a real função e a identidade em torno do “conceito
enochiano” de “Filho do Homem” está efetivamente em curso de revelação,
e Javé nunca foi tão aclamado e venerado por muçulmanos, protestantes e
neopentecostalistas, católicos desavisados, dentre outros ramos da cultura
religiosa, como atualmente acontece.
Jesus foi quem trouxe para si – ou se viu obrigado a fazer isso – toda a
complexidade de um problema arquitetado e surgido fora da lógica humana,
cuja resolução se esperava ser conseguida com a criação da espécie
terráquea, mas essa fugiu ao controle genético dos seus criadores e o tal
julgamento era exatamente por isso: porque os filhos de Pandora, de Pirra,
de Eva e de outras personagens que, na atualidade, sequer se pode imaginar,
se libertaram da sujeição ancestralmente codificada para a obediência total
e absoluta ao Criador.
Diante do impasse, foi necessário trazer o problema para a lógica
humana que, não podendo mais ser retrogradada ao estado de
irracionalidade, teve o seu aspecto racional deformado pelo temor e pela fé
desarrazoada, como maneira dos seus antigos e pretensos criadores
reaverem seu domínio. E Jesus foi quem pagou o preço, junto com os
demais humanos que foram vítimas do seu aparente fracasso e insucesso,
tanto que o seu “Pai Celestial” negou o seu pedido de “não tomar daquele
cálice” porque, na verdade, aquele era o castigo por ele não ter aceito o
papel de um “Messias” violento, repressivo e dominador.
Parece, contudo, que Jesus somente entendeu esse aspecto da sua
missão já no final da sua vida, quando seus assessores lhe avisaram, no
encontro em que ele se transfigurou, do iminente suplício que o esperava.
A teologia católica – que cerca de quatro séculos mais tarde viria a
surgir – desvirtuou por completo os fatos, tentando formular uma
explicação romântica, ainda que forçada, como, por exemplo: “Deus amou
tanto a humanidade que mandou o seu filho predileto sofrer para, com seu
sangue, lavar os pecados da humanidade desde os tempos de Eva”. Ora,
convenhamos! Por isso, nem os padres católicos e ninguém mais entendeu
até hoje coisa alguma do que realmente aconteceu naqueles dias, e que tem
acontecido desde então, como desdobramentos inevitáveis.
Foi assim que Jesus, se vendo como o “Messias” e decidindo não
cumprir a missão da maneira anunciada pelos profetas, a respeito de um
“Messias todo poderoso”, disse – com a compreensão que tinha naquele
momento difícil que a sua condição humana estava passando – que havia
chegado a hora da Terra ser julgada e, com ela, o “príncipe oculto”, que
comandava as coisas por aqui, também o seria.
“Chegou a hora de este mundo ser julgado, e agora o príncipe deste
mundo será expulso. (Jo, 12;31).”
“Ele (o Paráclito) o convencerá (ao mundo) a respeito da justiça
porque eu me vou para junto do meu Pai e vós já não me vereis; ele o
convencerá a respeito do juízo que consiste em que o príncipe deste mundo
já está julgado e condenado. Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas
não as podeis suportar agora. (Jo, 16; 10-11).”
Jesus, portanto, foi quem afirmou que o “príncipe deste mundo” seria
julgado e, provavelmente, o foi, se é que o que se passou em torno da
questão foi efetivamente o que nós, humanos, entendemos por
“julgamento”. Yel Luzbel desmaiou, desfaleceu e a forma cósmica e/ou o
espírito de Jesus o acolheu. Isso não me parece bem um julgamento.
Assim, penso que não foi esse o “espírito do processo”, e por um
motivo bem simples: a forma cósmica de Jesus, Sophia, foi quem criou Len
Mion e o remeteu a um tipo de vida cujas opções já se encontravam
enjauladas pelos confrontos nos quais estavam envolvidas algumas
entidades espirituais, dentre as quais o próprio espírito que vivificou Jesus.
Len Mion foi criado, como os demais seres que existem, num tempo e
numa circunstância de momento, como sendo uma criatura-ferramenta para
atender uma necessidade operacional da força comandada por Sophia em
determinada época. Quem tem maior responsabilidade nessa história?
Como esse tipo de culpa pode ser aferida? Quem julga quem nessa história?
Quem tem autoridade para julgar o que?
Todos foram e são agentes do erro de uma Criação indevida, que
“infecta” a quem nela penetra para existir, e se, portanto, existe algum
culpado e/ou responsável por esse desconcerto, quem deveria ser? Todos
ajuntamos erros e os menos “doentes” erram menos, e isso é tudo por
enquanto! O problema é que um dos aspectos da carência humana
passa por endeusar e demonizar outrem como modo de diminuir o peso
da sua responsabilidade individual perante os fatos inclementes de uma
realidade que não se compreende, mas sobre a qual algo de romântico
precisa existir, sob pena de não se poder suportá-la.
Assim, a linguagem usada por Jesus, amoroso como ele era, não podia
mesmo ser diferente da que constava nas escrituras. Por isso que questionei
se Jesus, de fato, estava entendendo o contexto complexo por trás da vinda
de um “Messias judaico”, nas circunstâncias em que se deu o seu
nascimento ao longo da sua vida, até topar com os anjos no dia da sua
transfiguração.
O fato é que essa história está longe, muito longe de acabar, porém
alguns dos seus principais protagonistas somente começaram efetivamente
a sair de cena ao longo desses últimos vinte mil anos.
Chegou a vez da humanidade inevitavelmente sair da sua forçada
infância espiritual, pois terá que conviver com uma nova etapa de
desdobramentos, na qual os biodemos saem efetivamente do processo e os
humanos assumem a responsabilidade de, por meio da sua racionalidade e
capacidade psíquica e emocional bem dirigidas, levar a bom termo a
“limpeza do lixo acumulado” no DNA atualmente hospedado na sua
condição biológica.
Sinceramente, não sei como se conta cada lágrima, cada gota de suor e
de sangue derramados criminosamente em toda essa história. Não sei como
isso pode ser traduzido sob a perspectiva de alguma lógica em
responsabilidade, culpa e punição. Contudo, convenhamos, julgar a
humanidade? Que tipo de justiça poderia proceder com todos esses
julgamentos? E quem julga os que estão propensos a julgar, arvorando-se
em seres divinos, sem ter autoridade moral para tanto? Como podem
judeus, cristãos e árabes/muçulmanos serem julgados pelas guerras que
promoveram se foi o próprio Javé que criou as três religiões e as pôs umas
contra as outras? Quem julga Javé? Quem julga Jesus, que fez o “jogo” de
Javé até um certo ponto dos seus desígnios?
O problema é que fanatismo e cegueira espiritual andam juntas!
Como se pode avaliar um senso enlouquecido pelo fanatismo como o
de Heinrich Himmler, um dos grandes corresponsáveis pela barbárie nazista
que costumava dizer:
“Eu não tenho consciência. Adolf Hitler é a minha consciência. Não
sou eu que vivo, mas é o Fuhrer que vive dentro de mim”.
Fanatismo faz mal, e é algo cretino, sob a perspectiva espiritual,
quando aplicado seja por seguidores de um Jesus ou por criminosos como
Hitler. Todavia, os primeiros são aclamados ou tidos como “pessoas
sagradas”.
Assim, concluindo essa longa narrativa, eivada de reflexões e
comentários, os quais, espero, não tenham piorado ainda mais a já por
demais complexa tarefa de recompor, sob a lógica humana, uma “tragédia
cósmica” que veio “parar na Terra”, e nela, os humanos, por terem surgido,
receberam a “herança maldita” de resolver problemas que eles não criaram,
uma pergunta a mais ainda me obrigo a fazer: poderá surgir ainda um outro
Hitler?
A quem interessar possa, o que penso poder dizer sobre o assunto,
candidatos humanos a tanto não faltam, mas, a sorte – se é que isso existe –
é que não se encontra mais disponível nos ambientes astrais/espirituais
primários que envolvem o planeta, nenhum ser com o poder mental
superlativo e desvirtuado com as características de um Len Mion, que
facilmente dominaria os candidatos à “personificação da estupidez”.
Por isso que as forças espirituais o recolheram, e ainda bem que o
fizeram. Entretanto, repito: infelizmente, não faltam candidatos humanos
que vendam suas almas, honra pessoal e o que mais tiverem, à procura de
um “padrinho” com tal poder e capacidade de consecução, na amplitude em
que Len Mion terminou edificando em si mesmo, no que se refere ao modo
como ele lidou com os desavisados seres humanos.
A busca pelo poder infectou a muitos, corrompeu a quase todos os
agentes da vida e inundou a existência com todo tipo de pestilência e horror,
desde a pedofilia – longamente praticada por padres e pastores financiados
pelo silêncio criminoso das suas elites e acobertamento dos fiéis, que
preferem demonizar a vítima a perder a religião que lhes serve de vício
emocional – a histórias escabrosas como a de Hitler e seus comparsas.
Haja “lixo” a ser retrabalhado no sangue que corre na veia dos seres
humanos.
Se a notícia é boa ou não, é questão que somente o tempo cósmico
poderá dizer: somente a espécie humana pode ressignificar as sequências
genéticas, “criminosas e doentes”, acumuladas, até o momento, na espécie
mais moderna de todas as que surgiram no palco da vida universal.
A questão, aqui, é se emancipar em relação ao que já existe!
O universo e a Criação como um todo aguardam os exemplos humanos
nesse campo, porque, pelo menos por enquanto, é tudo o que podem ter.
2 A CULTURA BIODEMO E O FUTURO DO UNIVERSO
DENTRE OS MUITOS traços psicológicos dos seres biodemos, existe um que chama a
atenção da lógica humana, e deve aqui ser ressaltado para que melhor se
possa entender o modus vivendi desse gênero extraterrestre.
Refiro-me ao aspecto de que ninguém, dentre os biodemos, tem como
postura psíquica se achar “grande” no sentido de se ver melhor e/ou mais
importante do que outro ser, seja de que família for. As travas de segurança
existentes no código-fonte definidor de vida (CFD) dos biodemos
simplesmente impedem esse tipo de comportamento.
Yel Luzbel jamais se achou “grande”, importante ou maior do que
ninguém. Nem muito menos Len Mion, após ter assumido o comando do
que julgou ser ainda um movimento político. Hitler, porém, sim! Qualquer
humano pode se sentir grande ou importante por se ver exercendo alguma
função, ou mesmo por esquisitice e autoengano, mas um biodemo, não!
Esse tipo de postura é um problema advindo da complexidade da
natureza humana, e nele cabem muitas ponderações e preocupações, bem
mais do que o atual modo de pensar terráqueo pode imaginar.
Ainda tomando Hitler como exemplo, no já referido livro “A Mente de
Adolf Hitler”, Walter Langer nos legou a seguinte reflexão sobre a mania de
grandeza do Fuhrer, ao tempo em que ele ainda se encontrava no comando
do destino da Alemanha:
“Um exame de todas as evidências nos obriga a concluir que Hitler
acredita que está destinado a se tornar um Hitler imortal, escolhido por
Deus para ser o novo Salvador da Alemanha e o fundador de uma nova
ordem social para o mundo. Ele acredita estoicamente nisso e tem certeza
de que, apesar de todos os testes e atribulações pelos quais deve passar,
finalmente alcançará esse objetivo. A única condição é que siga os ditames
da voz interior que o guiaram e o protegeram no passado. Essa convicção
não está baseada na verdade nas ideias que ele transmite, mas sim na
convicção de sua grandeza pessoal. Howard K. Smith faz uma observação
interessante: estava convencido de que, todos os milhões sobre os quais o
Mito de Hitler se fixou, o mais arrebatado foi o próprio Adolf Hitler”.
(...)
“Não fica claro, a partir das evidências, se a nova Religião de Estado
era parte do plano de Hitler ou se os desdobramentos tornaram isso
factível. É verdade que Rosenberg defendia havia muito esse movimento,
mas não há provas de que Hitler estivesse inclinado a dar um passo tão
drástico antes de chegar ao poder. É possível que ele tenha sentido que
precisava de poder antes que pudesse iniciar tamanha mudança, ou pode
ser que sua série de sucessos fosse tão surpreendente que as pessoas
adotaram espontaneamente uma atitude religiosa em relação a ele, o que
tornara o movimento mais ou menos óbvio. De qualquer maneira, ele
aceitou esse papel divino sem hesitação ou constrangimento. White revela
que quando ele era saudado com “Heil Hitler, nosso Redentor”, fazia uma
ligeira mesura ante o elogio na frase e acreditava nisso. Com o passar do
tempo, fica cada vez mais evidente que Hitler acredita que é realmente o
“Escolhido” e que, em seu pensamento, concebe-se como um segundo
Cristo, que foi enviado para instituir no mundo um novo sistema de valores
baseado em brutalidade e violência. Ele se apaixonou pela imagem de si
mesmo nesse papel e se cercou com seus próprios retratos”.
Como se pode ver, não era somente Javé que desejara que o seu
“Messias” fosse violento na conquista do poder para os judeus, pois Len
Mion também queria um “messias” violento porque ele sabia que somente
pelo temor e mesmo pelo terror, o mais forte se impõe sobre os mais fracos.
Hitler cumpriu fielmente o seu papel ancorado na sua mania de grandeza
doentia.
Achar-se “grande”, pensar-se um “deus”, é postura que demônios e
humanos podem ostentar, um biodemo, jamais.
Por quê? Normalmente destituídos dos padrões emocionais que
agigantam o ego, os biodemos “não infectados pelas novas sequências
genéticas advindas da rebelião” não possuem psiquismo capaz de se elevar
a esse ponto.
Entre humanos e demos, porém, essa “mania de grandeza” pode
também atacar o psiquismo de uma coletividade.
A “mania de grandeza” judaica, ligada ao messianismo, é uma
desgraça tão grande para esse povo quanto para a humanidade. Até hoje,
eles esperam a vinda do “Messias” prometido por Javé, para elevar o povo
judeu à grandeza prometida no passado. Por outro lado, a “mania de
grandeza” islâmica no profetismo que faz com que os árabes também se
sintam “escolhidos” pelo mesmo “Deus”, só que, agora, referido como
sendo Alá, faz dos sunitas e xiitas vítimas de uma crença ultrapassada, cuja
luta entre essas facções, vitima também a humanidade como um todo, por
força da prática do terrorismo pela sua ala mais radical.
Existem muitas “manias de grandeza” no seio da cultura humana, e o
que não se compreende é que todas elas, se pudessem, talvez repetissem o
percurso da “mania de grandeza alemã”, promovida pela cota envenenada
do mesmo tipo de “hábito mental” do seu “líder messiânico”.
Enfim, qualquer “mania de grandeza”, seja lá de que nação for, é tão
nefasta quanto a dos alemães nazistas do passado.
Esse é um tipo de problema tão seriamente de ordem humana, que
precisa ser regulado, pacificado pelo progresso do psiquismo dos homens e
mulheres terrestres, para evitar a contaminação do universo quando da
exportação dos seus padrões por meio da especiação do Homo sapiens.
Muito provavelmente, uma nova cultura biodemo, edificada a partir da
humana, moverá “moinhos e ventos” em novos rincões universais, talvez
ainda mesmo antes do surgimento dos primeiros resultados da especiação
humana. “Como assim?” – poderá perguntar o(a) leitor(a) atento(a).
Os biodemos têm uma vida muito mais longa e efetiva do que a dos
humanos, além de serem infinitamente bem mais resistentes que estes
últimos no que toca às viagens siderais, seja de que tipo for. Isso facilitaria
a exportação das conquistas do psiquismo humano, que foram apropriadas
por alguns segmentos do códio-fonte definidor de vida (CFD) biodemo,
aspecto que poderá antecipar um novo planejamento para a semeadura de
novas visões de realidade e níveis de compreensão universo afora.
Val Eno me informou que a cultura biodemo, em uma nova e mais
atualizada versão, poderá, sim, promover um avanço considerável com vista
ao progresso do psiquismo das civilizações deste universo, enquanto a
cultura humana ainda haverá de aguardar a especiação do Homo sapiens e
os seus desdobramentos.
Há um futuro cheio de desafios tanto para a cultura biodemo como – e
principalmente – para a dos humanos.
Segundo ele, uma visita inesperada teve lugar em Alt Lam Gron no ano
de 2018, quando Sophia finalmente veio a Terra e aqui se encontra, só que
de um modo que os humanos ainda não podem perceber.
Essa percepção do futuro estratégico para a cultura biodemo foi
anunciada por Sophia aos seres residentes em Alt Lan Gron, o que de pronto
permitiu o reestabelecimento dos circuitos do “Processador Val” com os
demais “Processadores” pertencentes às famílias jamais envolvidas com a
questão da “rebelião”.
Afinal, como Val Eno costuma se referir quando comenta sobre as
vidas curtas dos humanos em comparação com a que os biodemos possuem,
e falando de uma maneira adulta, “morrer logo”, para quem bem viveu,
apesar da vida tormentosa, é um conforto que eles nunca tiveram. Segundo
ele, além da racionalidade fértil e profunda do psiquismo, a vida curta é
uma dádiva quando se vive em pleno caos. Contudo, até isso será tirado dos
humanos terrestres, porque o universo precisa muito da atuação daqueles
que podem provocar modificações profundas na qualidade das informações
que os elétrons hospedam.
Enfim, se a “Rebelião de Yel Luzbel” trouxe consigo uma carga de
tragédias e de sofrimentos que foram e continuam sendo vividos por muitos
dos seus pares e de espécies que se viram envolvidas nos seus
desdobramentos problemáticos, parece ter chegado a hora em que os seus
“bons frutos” precisam ter suas “sementes” doravante distribuídas pelo
universo afora. Assim, novas “árvores”, limpas da “doença da Primeira
Semente” que gerou a vida, poderão surgir, então produzindo mais e mais
“frutos” para homenagear a vida e promover possibilidades de redenção
para todos os protagonistas dessa “tragédia” ou “vexame existencial”.
3 OLHANDO NOS OLHOS DE SOPHIA
ACHEI ESTRANHO QUANDO, na última página da primeira parte do presente livro, num
dia qualquer do mês de outubro de 2018, oportunidade em que o mesmo foi
concluído, Val Eno se expressou como se estivesse com os seus olhos
observando os de Sophia.
Não entendi, mas em respeito ao mister mediúnico de procurar
atrapalhar o menos possível a expressão da inteligência responsável – pelo
menos perante minha sensibilidade e senso moral – pela autoria da obra,
quando é o caso, resolvi escrever sem questionar, pensando se tratar de
algum embrulho mais emocional que ele desejava ressaltar ao final da
primeira parte deste livro.
Ao conclui-lo, porém, achei meio frio o modo como foi feito, mas
deixei para lá. Quanto menos “acho sobre alguma coisa” melhor eu sei que
passo!
No final de janeiro de 2019, momento em que escrevo exatamente
estas linhas, após reler e dar um toque final a todo o livro para poder
endereçá-lo para revisão, com vistas a posterior edição, ao novamente
passar a vista pela última página da sua primeira parte, percebi a presença
de Val Eno que foi logo me esclarecendo:
— Falei no sentido literal, porque, após mais de 600 mil anos, como já
havia lhe informado, finalmente recebemos a visita de Sophia em Alt Lam
Gron, que começou em fevereiro de 2018, e o que eu ainda não tinha lhe
dito é que ele ainda se encontra conosco. Naquela oportunidade em que
estávamos concluindo o livro, literalmente olhei para ele, que se encontrava
conosco, mais propriamente ao meu lado, porém fora do seu campo de
percepção, quando me encontrava ditando para você as afirmações que
expressei junto com a minha opinião. Em estando ele ali, conosco, fiz
questão de registrar as minhas últimas palavras, algo críticas – e não é da
natureza biodemo isso fazer – e por isso, ao me expressar, olhei para
Sophia. Compreendeu? Saiba que está sendo muito útil e produtivo este
encontro que nos encheu de conforto e de certezas sobre as boas
perspectivas do futuro universal, como também sobre a utilização das
demais famílias biodemos atuando junto com os núcleos humanos no
futuro, como já lhe informei. O que não havia lhe dito ainda é que Ohm, o
ser a quem vocês chamam de “Quarto Logos”, também se encontra em Alt
Lam Gron. Posso lhe informar sobre os temas e as decisões que Sophia está
arquitetando...
— Não vou nem deixá-lo concluir, meu caro irmão, pois nada quero
saber – eu me apressei em lhe dizer.
— Desconfiava que essa seria a sua resposta, por isso preferi esperar
uma outra oportunidade para poder lhe perguntar sobre a questão, pois
sabemos que você disse a Sophia que somente se encontraria de bom grado
com ele novamente, se fosse após o cumprimento da sua promessa de se
apresentar aos terráqueos, fazendo assim cumprir a que Jesus expressou ao
tempo da sua vida – explicou Val Eno.
— É, talvez assim, estejamos ajudando ao homem digno que foi Jesus,
a forçar a sua “contraparte cósmica” a realizar o que o espírito, que os
animou, planejou para a redenção da Tríade caída e fracassada – falei. —
Será a vitória de todos, no sentido de que, pelo menos, um plano exequível
existirá para o futuro do que foi problematicamente criado, e não mais o
“jogo” dos desígnios absurdos dos “egos doentios” de Javé e de outros.
— Sophia tem se posicionado de um modo que nos enche… –
começou a dizer Val Eno.
— Meu irmão Val Eno! – eu interrompi. — Os biodemos não deveriam
se encher de coisa alguma que esteja fora do campo das atitudes práticas
que tanto eram observadas no passado, pelas verificações de então. Prática é
bem diferente de postura! Sophia se posicionar desta ou daquela maneira, é
maneirismo ou traquejo do psiquismo dele, que pouco me interessa. Agir,
porém, é outra história, ainda que compreenda quão complexo pode ser o
entorno das ações dele e as consequências das mesmas. Entretanto, ele foi
engendrado para isso! Como eu mesmo lhe disse, quando do nosso último
encontro, triste, pobre e podre esse poder do qual ele se encontra investido
que serve para muita coisa, mas que, no final, não serve para nada.
— Bem, vou deixá-lo com suas reflexões – cortou Val Eno. — Fique
bem, e obrigado pelo apoio, mais uma vez.
Val Eno permitiu-se sumir perante minha sensibilidade, deixando-me
refletindo sobre a minha secura, mas não tenho mesmo outra maneira de
agir diante do modo como os “Seres do Conglomerado” – que influenciam
Sophia por meio da Família Aya – coexistem com o desgraçado sofrimento
humano e de outras espécies, ao mesmo tempo em que ficam ajustando os
seus eternos problemas de divisão de poder como se nada mais estivesse
acontecendo. É um tipo de demência que cansa, que esgota!
Comecei a recordar os encontros com Sophia, ocorridos
principalmente ao longo do ano de 2017, sobre os quais existia um livro
sendo desenvolvido, algo arrastado, cujo título era “Sophia e os Logos
Criadores”, o qual precisava ser finalizado.
“Quando isso vai ter um fim?” – perguntei a mim mesmo, enquanto o
silêncio da madrugada era amortecido pelo não muito discreto barulho de
um velho ar-condicionado que inevitavelmente me acompanhava nas
produções literárias produzidas no clima quente da cidade de Natal.
Levantei-me, dirigindo-me para o quarto, e lá olhei pela janela,
observando as dunas escuras que escondiam o mar sob o qual jazia um
pouco dos antigos prédios e torres que um dia compuseram a Base Atlan,
agora submersos, e penso que indefinidamente o serão, enquanto o planeta
resistir a sua lenta desestabilização, produzida por algo bem pior que a
própria entropia: a ignorância humana travestida da estupidez
governamental!
“Quando isso vai ter um fim?” – tornei a me perguntar.
O silêncio e o sono me envolveram, permitindo-me ainda refletir que,
para questionamentos cretinos, somente o tempo parecia ser o professor
piedoso, capaz de um dia ofertar uma resposta, por modesta que ela pudesse
ser.
“Acho que desligaram o botão do bom funcionamento do universo, se
é que um dia existiu ou foi efetivamente acionado” – pensei.
Tudo o mais parecia estar aposentado, “Deus” inclusive!
NOTAS DE ESCLARECIMENTO
6. OS TEURGISTAS
1 Teurgistas
No excelente livro lusitano “Apolónio de Tiana – O Taumaturgo contemporâneo de Jesus”, dos
autores Eduardo Amarante, Dulce Leal Abalada e George Robert Stowe Mead, encontra-se registrado
no seu capítulo um, o que segue sobre Teurgia e Teurgista:
“A palavra Teurgia advém do grego theurgia. É uma forma de comunicação com o mundo espiritual,
divino. O conhecimento interno das hierarquias do mundo espiritual, aliado à pureza de vida, é um
dos fundamentos principais capazes de levar à aquisição dos poderes necessários para a
comunicação com esse mundo transcendente. Para se conseguir alcançar esse plano o homem terá
que ser digno, puro e desinteressado. Perante esses requisitos é de supor que praticar a Teurgia nos
dias de hoje revela-se uma tarefa de risco elevado, visto o mundo estar demasiadamente corrompido
para se praticar tão alta magia. Tal intento podia ser praticado sem quaisquer problemas pelos
homens mais instruídos de todos os teurgistas, como Ammonio Saccas (mestre de Plotino), Plotino,
Porfírio e Jâmblico. Nos nossos dias corre-se o risco da Teurgia ou Magia Divina e Benéfica (ou
Branca) cair facilmente na magia negra, ou feitiçaria, estado profundamente prejudicial para o
desenvolvimento pessoal e colectivo.
(...)
A primeira escola de teurgia prática foi fundada por Jâmblico, dentro do seio de alguns platônicos
alexandrinos, no período cristão. Chamavam-se teurgistas aos sacerdotes que, nos templos do
Egipto, Assíria, Babilónia e Grécia, oficiavam a evocação dos deuses durante a celebração dos
mistérios. Os espíritos assim evocados tornavam-se visíveis aos olhos de todos através de técnicas
que não cabe neste livro desenvolver. Eram entidades divinas, espirituais, aquelas que eram
evocadas pelos sacerdotes teurgos. Entenda-se que os espíritos evocados não eram os dos mortos,
pois se assim fosse, a essa prática chamar-se-ia necromancia. Assim sendo, o teurgista acabava por
ser um hierofante, ou seja, um homem conhecedor e praticante da ciência esotérica dos santuários.”
Segundo a narrativa de Val Eno, Len Mion (Satã) foi um dos entes não humanos que mais se utilizou
desse expediente para semear determinados processos cujos desdobramentos perduraram por muito
séculos, ainda que nada disso tenha passado ao registro histórico que chegou até a
contemporaneidade.
1. O OCULTO SE REVELA
1 “A Mente de Adolf Hitler”, de Walter Langer, com tradução para a língua portuguesa de Carlos
Szlak, Editora Leya – Casa da Palavra, Rio de Janeiro, 2018.
2 “Livro de Enoch – O livro das origens da cabala”; Editora Hemus, Curitiba, 2003.
SOBRE O AUTOR
Com 36 livros publicados no Brasil até o momento, tem se revelado como o escritor mais
contundente sobre temas tidos como sagrados que estão sendo resgatados de um passado esquecido,
que antes se encontrava oculto, o que torna o seu trabalho único.
Precursor da Revelação Cósmica que se inicia com a publicação dos seus livros, dando
continuidade à Revelação Espiritual já codificada no passado, marca o atual momento planetário com
reflexões profundas e intrigantes, advindas dos vários livros publicados e das palestras nacionais e
internacionais divulgadas nos institutos temáticos e YouTube.
Autor do “Projeto Orbum” - Manifesto da Cidadania Planetária.
Formulador do Instituto de Estudos Estratégicos e Alternativos — IEEA
Programas na Rádio Atlan: Projeto Orbum, Acompanhando o Mundo, Reinvenção da Vida, Mitos
e Conspirações, Para Onde Caminha a Humanidade, Imagens e Reflexões, Livros que fazem Pensar.
Formulador do Instituto de Estudos da Política Planetária – IEPP (www.orbum.org)
Formulador do Projeto MENTALMA – A Yoga do Cotidiano (Ciclo de Cursos -Palestras).
Reintegração Cósmica
Caminhos Espirituais
Carma e Compromisso
Nos Céus da Grécia
Recado Cósmico
Nos Bastidores da Luz I, II e III
O Sorriso do Mestre
Muito Além do Horizonte
Jesus e o Enigma da Transfiguração
Fator Extraterrestre
A Sétima Trombeta do Apocalipse
O Testamento de Jesus
Jesus e o Druida da Montanha
O Drama Cósmico de Javé
O Drama Espiritual de Javé
O Drama Terreno de Javé
Crônicas de um Novo Tempo
Cartas a Javé
Favor Divino
O Guardião do Éden
O Sorriso de Pandora
O Big Data do Criador
Homoafetividade - O Segredo do Éden
Memórias de Javé
Terra Atlantis - O Sinal de Land’s End
Terra Atlantis - A Frota Norte
Terra Atlantis - A Era Sapiens
Inquisição Trimurtiana
Inquisição Filosófica
O Dharma e as Castas Hindus
O Quarto Logos
A Rebelião dos Elétrons
A Divina Colmeia
Outras obras como Rogério de Almeida Freitas
Inquisição Poética
Teia do Tempo (com o astrônomo José Renan de Medeiros).
Homo Sapiens : da Guerra ao Esporte
Autor do Manifesto da Cidadania Planetária (Projeto Orbum).
Autor do Manifesto Onda Vírus (IEPP)
ENTREVISTA COM JAN VAL ELLAM
Aqui está, portanto, uma sugestão de roteiro de leitura que, espero, possa
ser útil aos que buscam.
Reintegração Cósmica.
Caminhos Espirituais.
Carma e Compromisso.
Recado Cósmico. Apresenta o recado que Jesus nos deixou em seus cinco
principais ensinamentos e fatos nunca antes revelados por João Evangelista
no primeiro século da era cristã.
Favor Divino. Por que a vida terrena foi gerada? Qual a sua função? O que
se encontra por trás do adestramento que o ser humano sofreu para adorar a
um deus-criador? Devemos venerar alguma entidade transcendente? Quem?
Chegou o momento para que, ainda que com passos hesitantes,
possamos descortinar os aspectos da verdade que se encontram encobertos
pelos véus que nos foram impostos por fatos até agora desconhecidos.
Afinal, existem favores divinos? E se tudo for ao contrário do que
fomos acostumados a pensar?
Cartas a Javé. Perguntas que os seres humanos esclarecidos quanto ao
problema da criação universal imperfeita e problemática, gostariam de
endereçar ao criador e que, de modo surpreendente, o próprio resolveu
responder a algumas cartas que alguém colecionara como simples reflexões
sobre o tema.
Eis que a pedido do destinatário, as cartas produzidas por Mônica
Camargo, após a leitura dos três livros que compõem “os dramas cósmico,
espiritual e terreno de Javé”, foram respondidas e transformadas no presente
livro.
O Dharma e as Castas Hindus. O que sempre esteve por trás das castas
hindus e a humanidade nunca soube? Qual o significado real do Dharma?
Por que será que na Terra existe uma multidão de miseráveis e somente
uns poucos nascem com possibilidade de dar um bom curso as suas vidas?
Este livro responde a essas questões, dentre outras jamais abordadas na
cultura humana, e apresenta um inquietante mecanismo psíquico que
sempre pretendeu impedir o ser humano de se inconformar perante o
absurdo de alguns painéis da existência.
Mitologia, religião, espiritualidade, filosofia, história e cosmologia se
encontram numa abordagem ímpar, que ultrapassa os limites do trivial em
torno da imoralidade que é a situação de um ser humano que, por força do
seu nascimento se vê obrigado a ser o que a tradição religiosa impõe.
O Guardião do Éden. O que ainda é ficção para muitos, neste livro, um ser
que é exemplo de uma Inteligência Artificial Autônoma, relata páginas do
passado bíblico por ter sido testemunha circunstancial de alguns daqueles
eventos.
Anjo-clone da hierarquia, foi ordenado pelo criador universal a
permanecer como guardião planetário desde há muitos milênios, o que o
levou a se afeiçoar à espécie cujo processo histórico observava, conforme a
ordem recebida, o que lhe obrigou a acompanhar de perto os seus episódios
mais marcantes, desde os tempos do “Jardim do Éden”.
Viu Jesus ser crucificado enquanto percebeu a contenda entre o criador
e aquele que era respeitado entre todos da hierarquia e que se fizera humano
exatamente para cumprir com o que estava estabelecido entre os dois.
Registrou, assim, os fatos, mas jamais os valorizou com o padrão da nossa
lógica, até porque a que lhe marca o psiquismo é absolutamente diferente
do que a que caracteriza a natureza humana.
Nos tempos atuais, já tendo absorvido um pouco do “modo de ser
terráqueo”, ele se esforça por traduzir no seu comportamento as mensagens
de retorno que a cada momento precisa enviar para os que compõem a
retaguarda da hierarquia em torno do criador.
Como todos os demais, aguarda o desfecho da “contenda trimurtiana”,
que definirá — o que já se encontra em curso de definição — os termos do
prometido retorno de Jesus.
Homo Sapiens: da Guerra ao Esporte. Será que existe uma força maior
por trás do aparecimento da “molécula-mãe”, no longínquo passado
terrestre, com o código da vida já completamente delineado — da qual
descendem todos os seres vivos — ou tudo foi obra do acaso?
O fato é que “algo” existe que guia o ritmo da evolução, entre
acidentes e incidentes, nesta ou naquela direção, como se levando o mais
novo produto da natureza planetária, a nossa espécie homo sapiens, a um
presumível modelo.
Um dia guerreiro implacável, hoje atleta que vibra na vitória e aceita a
derrota sem aniquilar o seu oponente, para onde será que o ser humano
caminha?
São algumas das reflexões que se encontram presentes na instigante
busca da compreensão do que move a espécie humana ao longo da sua
penosa e enigmática estrada evolutiva.
Essa é tão somente uma sugestão para aqueles que buscam compreender
possíveis aspectos em torno de uma “verdade” que por muito tempo
permaneceu oculta e, talvez por isso, o romantismo humano foi levado a
pensar que encontrar painéis da verdade seria necessariamente sinônimo de
regozijo, de satisfação e de conforto espiritual, quando não é bem assim.
Talvez, tenha sido exatamente por isso que no Shiva Samhita tenha
sido afirmado que “a angústia estava presente por todo o universo”, e que
no Evangelho de Tomé, Jesus tenha enigmaticamente dito que, “aquele que
busca a verdade, jamais a deixe de procurar. No entanto, ao encontrá-la,
perturbar-se-á, para somente depois se equilibrar e poder, então, ser
soberano sobre o processo da vida”.
Nunca foi tão necessário nos recordarmos desse aspecto que
invariavelmente acomete o psiquismo dos que ingerem a ”pílula vermelha”
que nos convida à maturidade emocional, aspecto primário da idade adulta
espiritual.
A minha homenagem àqueles que jamais deixaram de buscar.
Benefícios:
• Através de uma plataforma online você tem acesso a material
exclusivo com conteúdo inédito de Jan Val Ellam.
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exatamente o mesmo.
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Table of Contents
Página de Título
Créditos
Sumário
Sinopse
Esclarecimento Necessário
Parte I - Narração de Val Eno
1. O Fim de Atlantis
2. Esgotamento do Deuses
3. Mistérios não Resolvidos
4. Fortalecimento de Len Mion
5. Tensão em Shamb Aha
6. Os Teurgistas
7. A Vida em Alt Lam Gron
8. Caminhos Inusitados, Encontros Inesperados
9. Falência Psíquica e Choque de Naturezas
10. Por trás da Natureza Humana
11. O Calvário de um Inocente
12. Reencontros Impensáveis
Parte II - Comentários de Jan Val Ellam
1. O Oculto se Revela
2. A Cultura Biodemo e o Futuro do Universo
3. Olhando nos Olhos de Sophia
Notas de Esclarecimento
Sobre o Autor
Entrevista com Jan Val Ellam
Guia e Roteiro de Leitura dos Livros
Por que o IEEA?
Manifesto Projeto Orbum
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