Deficiência Visual

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Deficiência Visual

A visão é um dos sentidos mais importantes da nossa vida, pois nos ajuda a
compreender o mundo que nos cerca, ao mesmo tempo em que nos oferece
significados para os objetos, as teorias e as concepções. Tornando, assim
geradora de todas as linguagens escritas.

A deficiência visual é caracterizada como o comprometimento total ou parcial


da capacidade visual de um ou ambos os olhos, que não consegue ser
corrigida ou melhorada com o uso de lentes ou de tratamento clínico ou
cirúrgico.

A deficiência visual inclui dois grupos de condições distintas: cegueira e baixa


visão.

A cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções


elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de
perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo
mais ou menos abrangente.

Baixa visão é a alteração da capacidade funcional da visão, decorrente de


inúmeros fatores isolados ou associados, tais como, baixa acuidade visual
significativa, redução importante do campo visual, alterações corticais e/ou de
sensibilidade aos contrastes, que interferem ou que limitam o desempenho
visual do indivíduo.

Tipos de deficiência visual


De acordo com os critérios da organização Mundial da Saúde (OMS), os
diferentes graus da deficiência visual podem ser classificados em:

Baixa visão

São aquelas pessoas que apresentam “desde condições de indicar projeção de


luz até o grau em que a redução de acuidade interfere ou limita seu
desempenho visual”. Seu processo educativo se desenvolverá, principalmente,
por meios visuais ainda que com a utilização de recursos específicos como
lupa, telelupa, escrita ampliada, entre outros.

A definição de baixa visão é complexa devido a variedade e à intensidade de


comprometimentos das funções visuais. Essas funções englobam desde a
simples percepção de luz até a redução da acuidade do campo visual que
interferem ou limitam a execução de tarefas e o desempenho geral.

Em muitos casos, observa-se o nistagmo, movimento rápido e involuntário dos


olhos, que causa uma redução da acuidade visual e fadiga durante a leitura.
Uma pessoa com baixa visão apresenta grande oscilação de sua condição
visual de acordo com o seu estado emocional, as circunstâncias e a posição
em que se encontra, dependendo das condições de iluminação natural ou
artificial.

A baixa visão traduz-se numa redução do rol de informações que o indivíduo


recebe do ambiente, restringindo a grande quantidade de dados que este
oferece e que são importantes para a construção do conhecimento sobre o
mundo exterior. Em outras palavras, o indivíduo pode ter um conhecimento
restrito do que o rodeia.

Próximo à cegueira

Quando a pessoa ainda é capaz de distinguir luz e sombra no campo visual,


mas já emprega o sistema braile para ler e escrever e utiliza recurso de voz
para acessar programas eletrônicos e digitais. Estas pessoas locomovem-se
com o auxílio de bengala e precisam de treinamentos de orientação e
mobilidade.

Cegueira

São aquelas pessoas que apresentam “desde ausência total de visão até a
perda da projeção de luz”. Quando de fato não existe qualquer percepção de
luz e sombra. Seu processo de aprendizagem será através dos sentidos
remanescentes (tato, audição, olfato, paladar) utilizando o sistema BRAILE
como principal meio de comunicação escrita.

Para entender o que é deficiência visual, é importante falar especificamente da


cegueira total e da baixa visão, como já descrito acima. No primeiro caso, uma
pessoa é considerada cega quando não possui percepção de luz e forma, seja
por fatores neurológicos ou fisiológicos, congênitos (quando nasce com essa
condição) ou adquiridos (devido a alguma doença ou outro evento). Ela pode
aparecer devida:

→Uma degeneração macular ou retinose pigmentária na retina - doenças


hereditárias que afetam a visão periférica e noturna;

→Uma doença (como a catarata) que atinge as estruturas transparentes do


olho e a opacidade da córnea;

→Uma doença (glaucoma ou diabetes) que afeta o nervo óptico;

→Um dano cerebral que atinge a visão e leva à cegueira.


Causas da Deficiência Visual

A deficiência visual raramente atinge a visão durante a adolescência. Quando


isso acontece, geralmente é devido a danos oculares ou falhas no cérebro que
não consegue receber os sinais visuais enviados pelos olhos.

As doenças subjacentes também podem causar deficiência visual. A causa


mais comum é a retinopatia diabética, a degeneração macular relacionada com
a idade, a formação de catarata e a pressão elevada nos olhos que conduzem
ao glaucoma.

Alguns bebês têm cegueira congênita, o que significa que eles possuem a
deficiência visual desde o nascimento. A cegueira congênita pode ser causada
por uma série de fatores – pode ser herdada, por exemplo, ou causada por
uma infecção (como o sarampo) que é transmitida da mãe para o bebê em
desenvolvimento durante a gravidez.

As condições que podem causar perda da visão incluem:

Ambliopia

É a visão reduzida em um olho causada pela falta de uso desse olho na


primeira infância. Algumas condições fazem com que os olhos de uma criança
enviem mensagens diferentes para o cérebro (por exemplo, um olho pode focar
melhor do que o outro).

O cérebro pode então desligar ou suprimir imagens do olho mais fraco e a


visão desse olho, então, deixa de se desenvolver normalmente. Isso também é
conhecido como “olho preguiçoso”.

O estrabismo (olhos desalinhados ou cruzados) é uma causa comum de


ambliopia, já que o cérebro começa a ignorar as mensagens enviadas pelo
olho desalinhado.

Catarata

É a opacidade parcial ou total do cristalino. O cristalino é uma lente natural do


olho localizado atrás da pupila. Ele colabora com a entrada dos raios luminosos
para formação da imagem na retina, portanto qualquer alteração na sua
constituição afeta a visão nítida.

A catarata impede que a luz passe facilmente através da lente e isso provoca
perda de visão. Costuma se formar lentamente e geralmente afetam pessoas
em seus anos 60 e 70, mas às vezes os bebês nascem com catarata
congênita.
Retinopatia Diabética

Ocorre quando os pequenos vasos sanguíneos na retina são danificados


devido a diabetes. As pessoas com retinopatia podem não ter problemas para
ver em primeiro lugar. Mas se a condição piorar, eles podem ficar cegos. Os
adolescentes que têm diabetes devem ter certeza de fazer exames oculares
regulares porque não há sinais de alerta precoce para esta condição.

Glaucoma

É um aumento da pressão dentro do olho. A pressão aumentada prejudica a


visão ao danificar o nervo óptico. O glaucoma é visto principalmente em adultos
mais velhos, embora os bebês possam nascer com a condição e as crianças e
os adolescentes às vezes podem desenvolver também.

Degeneração Macular

É uma deterioração progressiva da mácula, a região mais sensível da retina. A


condição leva a perda progressiva da visão central (a capacidade de ver
detalhes finos diretamente na frente).

A degeneração macular é muitas vezes relacionada à idade (ocorre em


pessoas mais velhas, especialmente com mais de 60 anos), mas às vezes
pode ocorrer em pessoas mais jovens.

A exposição excessiva à luz solar e ao tabagismo podem aumentar o risco de


degeneração macular relacionada com a idade. Os sintomas podem incluir
dificuldade crescente em ler ou assistir televisão, ou visão distorcida em que as
linhas retas aparecem onduladas ou os objetos parecem maiores ou menores
do que o normal.

Tracoma

Ocorre quando um micro-organismo muito contagioso chamado Chlamydia


trachomatis provoca inflamação no olho. Muitas vezes é encontrado em
ambientes rurais com ou lugres com acesso limitado a água e saneamento.
O Diagnóstico da Deficiência Visual

A detecção da deficiência visual é feita pelo oftalmologista, que examinará a


estrutura dos olhos.

Outros testes simples que podem ser realizados no diagnóstico da deficiência


visual incluem:

▪ Teste de acuidade visual – Lê – se linhas de letras cujo tamanho vai


diminuindo e as quais estão penduradas a uma distância padronizada da
pessoa a ser testada.

▪ Teste de campo visual – Avalia, com alta precisão, falhas no campo de visão
central e periférica do paciente, detectando áreas sem visão que podem ser
ocasionadas por diversas patologias.

▪ Teste de tonometria – Este teste determina a pressão do fluido dentro do olho


para avaliar o glaucoma.

Tratamento

Se o médico determinar que exista uma condição no olho que é susceptível ao


desenvolvimento de deficiência visual, alguns tratamentos estão disponíveis.
As opções podem incluir óculos, lentes de contato, colírios ou outros
medicamentos. Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária.

A catarata, por exemplo, muitas vezes é tratada com a remoção da lente opaca
e sua substituição por uma lente intraocular (feita de plástico artificial que não
requer cuidados especiais e assim, restaura a visão).

Outros métodos podem compensar a perda de visão. Os cães-guia podem


ajudar as pessoas a chegar de um lugar para outro de forma independente.

Braille permite que pessoas com deficiência visual leiam e escrevam.


Equipamentos especiais como computadores, como óculos microscópicos e
telescópicos, e software de reconhecimento de voz, facilitam a escola e os
trabalhos de casa.

Deficiência Visual na Escola

A deficiência visual interfere no funcionamento de um programa escolar regular


ou, para crianças em idade pré-escolar, em tarefas de aprendizagem. A Lei
Federal nº 7.853/99 define oficialmente a condição da seguinte forma: “uma
deficiência na visão que, mesmo com a correção, afeta negativamente o
desempenho educacional da criança”.
Embora as causas variem, existem vários sinais comuns que podem indicar
que uma criança tem uma deficiência visual. Esses incluem:

→ Movimentos oculares irregulares (por exemplo, olhos que não se movem


juntos ou que parecem desfocados)

→ Hábitos incomuns (como cobrir um olho ou esfregar os olhos


frequentemente)

→ Sentar muito perto da televisão ou segurar um livro muito perto do rosto

→ Não copiar as atividades do quadro, ou copiá-las de forma ilegível.

Desafios Educacionais

A criança que possui uma deficiência visual tem a seu favor o Decreto 6.571,
de 17 de setembro de 2008, que diz que “o Estado tem o dever de oferecer
apoio técnico e financeiro para que o atendimento especializado esteja
presente em toda a rede pública de ensino”.

“Mas cabem ao gestor da escola e as Secretarias de Educação a


administração e o requerimento dos recursos para essa finalidade.”

A inteligência não necessita da visão; portanto, superar os desafios


educacionais é vital para permitir que um aluno com deficiência visual alcance
seu potencial acadêmico completo. Esses desafios podem implicar:

→ Se locomover com segurança dentro da sala de aula

→ Ler em Braile (a alfabetização em braile das crianças com cegueira total ou


graus severos de deficiência visual é simultânea ao processo de alfabetização
normal)

→ Utilizar ferramentas educacionais como calculadoras e software de


processamento de texto sonoro.

A criança que possui uma deficiência visual necessita da inclusão escolar, mas,
para que ela tenha êxito, é importante oferecer ambientes adaptados, piso tátil,
corredores desobstruídos, sinalização em braile e escadas com contrastes de
cor nos degraus.

O entorno da escola também deve ser acessível, com a instalação de sinais


sonoros nos semáforos e nas áreas de saída de veículos próximas da escola.
São medidas importantes que respeitam a condição do portador de deficiência
visual.

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