Produção de Kappaphycus para Biofertilizantes

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 111

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

VALÉRIA CRESSS GELLI

DESENVOLVIMENTO ORDENADO E POTENCIAL


DA PRODUÇÃO DA MACROALGA Kappaphycus alvarezii NO
ESTADO DE SÃO PAULO PARA EXTRAÇÃO DE
BIOFERTILIZANTE

CAMPINAS
2019
VALÉRIA CRESS GELLI

DESENVOLVIMENTO ORDENADO E POTENCIAL


DA PRODUÇÃO DA MACROALGA Kappaphycus alvarezii NO
ESTADO DE SÃO PAULO PARA EXTRAÇÃO DE
BIOFERTILIZANTE

Tese apresentada à Faculdade de


Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de
Campinas como parte dos requisitos exigidos para a
obtenção do título de Doutora em Engenharia
Agrícola, na área de Gestão de Sistemas na
Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Orientador: Prof. Dr. Prof. Dr. Jansle Vieira Rocha


Co-Orientador: Prof. Dr. Marco Tulio Patino Ospina

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO


FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA
VALÉRIA CRESS GELLI, E ORIENTADA PELO
PROF. DR. JANSLE VIEIRA ROCHA.

CAMPINAS
2019
DEDICATÓRIA

AOS MEUS PAIS, MAURO GELLI & ELVIRA CRESS GELLI,

MINHA ETERNA GRATIDÃO!


AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida, pela proteção, pelo amor e pela força em não desanimar.
Aos meus mentores espirituais.
Ao meu orientador Jansle Vieira Rocha por todos os ensinamentos técnicos e também por toda
confiança e paciência.
Aos meus pais, irmãos, cunhados e sobrinhos por toda paciência e amor.
Ao Theodoro van Kampen por toda ajuda, carinho, paciência e confiança.
Ao Professor Maulori Cabral da UFRJ por todo incentivo e aprendizados.
Ao amigo Rogério de Carvalho por sua amizade e apoio nos momentos de necessidade.
Aos técnicos Davi Medeiros da Silva e Marcelo Alves da Silva do Instituto de Pesca por toda ajuda
nos trabalhos de mar e laboratório de macroalga do Núcleo Regional de Pesquisa do Litoral Norte.
Ao Agmon por todo ensinamento e paciência no laboratório de geotecnologia da Unicamp.
À Ana Lucia Luciano e à Julyane Fontenelli por toda orientação técnica e amizade nos momentos mais
difíceis da tese.
Ao Aparecido José Cardoso, produtor orgânico e grande mestre na arte de cultivar a terra com o uso
do extrato desta macroalga.
Aos professores da Gleyce, Ospina e Rubens pela força e ensinamentos.
Aos meus colegas Diego, Carlão, Talita, Marcio, Antoniane, Roberto, Isabela, Walter, Vitor, Cecília e
Yanne por esse espírito de amizade e disposição em ajudar ao próximo.
A todos os funcionários da FEAGRI, em especial ao agrônomo Lucarelli, Célia, Túlio, Pequeno
(Antônio Donizete Cipriano), Seu Frei (Antônio Freire da Silva), Jamilson e Carlão por ajuda técnica
no campo experimental da FEAGRI.
Às Ritinha, Rebeca e Valéria da CPG por toda essa força e carinho com os alunos.
Aos pesquisadores Daniel Andrade de Siqueira Franco do Instituto Biológico, Eduardo Drolhe e
Antônio Odair Santos do Instituto Agronômico de Campinas por todas orientações nos trabalhos
agronômicos.
À minha amiga Valdete Amorim que representa todos os amigos da Casinha pela paciência e
vibrações positivas.
Aos amigos do Núcleo de Pesquisa do Litoral Norte e aos diretores do Instituto de Pesca Edison Kubo
e Luiz Marques da Silva Ayroza por toda ajuda neste processo de afastamento e incentivos.
Ao Ricardo Toledo Lima Pereira (in memoriam) e ao Edison Jose de Paula (in memoriam), amigos e
mestres nesta jornada da vida por plantarem no Brasil suas cepas de esperança no desenvolvimento da
algicultura nacional.
Gratidão!!!
EPÍGRAFE

“ Há quem diga que são os sonhos dos homens que sustentam o mundo
na sua órbita. ” JUNG
RESUMO

De acordo com os dados da FAO (2019), o cultivo de macroalga ou algicultura tem crescido
em todo o mundo proporcionando o desenvolvimento econômico e social nas comunidades costeiras.
Assim, com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento ordenado e responsável do cultivo da
macroalga Kappaphycus alvarezii (musgo do mar de Elkhorn) para produção de estimulante agrícola
ou biofertilizante no litoral norte de São Paulo, foram realizados estudos com auxílio das ferramentas
da bioeconomia e da geotecnologia. O estudo iniciou com as análises das viabilidades técnica e
econômica do extrato da macroalga cultivada. O extrato da macroalga ou bioestimulante agrícola pode
ser produzido de forma artesanal e vários trabalhos comprovaram sua eficiência. O rendimento do
extrato da macroalga cultivada foi calculado e caracterizado em sua composição química de macro e
micronutrientes e para o estudo da viabilidade econômica foram considerados diferentes cenários de
preços de venda e comparados com a comercialização da macroalga fresca. As áreas foram definidas
como Módulo Mínimo Familiar (MMF) de 2.000 m² de lâmina de água totalmente ocupadas com
quatro balsas de cultivo, 280 dias de trabalho por ano e uma produtividade de 3 kg de alga.m-¹. O
rendimento médio obtido a partir do processamento das linhagens adaptadas brasileiras da macroalga
K. alvarezii para a fração líquida ou extrato da alga fresca foi de 0,71±0,0080 L Kg-1 e para a fração
sólida úmida foi de 295± 0,0126 g Kg-1. A composição química de macronutrientes (primários e
secundários) e micronutriente teve variação em comparação aos estudos encontrados. Os resultados do
estudo econômico mostraram que a produção do extrato artesanal foi economicamente viável para
extratos de algas com preço de venda a partir de R$ 9,00 nos MMF com um valor presente líquido
(VPL) de R$ 132.375,49 e uma taxa interna de retorno (TIR) de 38,99% em um período de dez anos.
O segundo estudo teve por objetivos selecionar as áreas mais aptas para a implantação da algicultura e
estimar as potencialidades ambiental, social e econômica utilizando as ferramentas da geotecnologia.
A temperatura da água do mar é um fator de grande importância e influencia diretamente o
crescimento da macroalga. Foi realizado o estudo da série temporal da temperatura de superfície do
mar (TSM) de 5 locais ao longo do litoral norte de São Paulo no período de janeiro de 2008 a
dezembro de 2017 associado à faixa ótima de temperatura de crescimento da macroalga K. alvarezii
(20 a 30° C), com as imagens recuperadas do sensor MODIS/Terra de 1 Km de resolução. Em um dos
pontos selecionados foram obtidas as taxas de crescimento médias da macroalga K. alvarezii mensais
nos períodos de maio de 2013 a julho de 2014 e bimensais no período de setembro de 2017 a outubro
de 2018 correlacionadas aos fatores ambientais (TSM do MODIS, TSM in situ e salinidade). Foi
utilizado o método AHP considerando os critérios técnicos, ambientais, socioeconômicos e legais para
a seleção das áreas aptas ao cultivo da macroalga. As áreas foram classificadas como “áreas mais
aptas” e “áreas legais” e foram estimados os potenciais de captura de CO2, de geração de empregos
diretos e receita líquida. Os resultados do estudo da série temporal de SST indicaram aptidão das áreas
estudadas para a implantação do cultivo de algas. Os dados TSM (in situ e MODIS) resultaram em
uma forte e positiva correlação com as taxas de crescimento das algas marinhas K. alvarezii pelos
períodos de cultivo estudados e também apresentaram para o estudo mensal de crescimento de algas
um coeficiente de determinação (R²) de 0,7659 e 0,6321 e para o estudo bimestral um R² de 0,7009 e
0,8066, respectivamente. Para os dados de salinidade, a correlação com a taxa de crescimento foi
baixa (0,11 e - 0,06). O tamanho das áreas adequadas para a implantação do cultivo de algas marinhas
e classificadas como a "mais aptas" foi de aproximadamente 2.299,26 hectares e para as "áreas legais"
de 1.299,59 hectares. Os resultados indicaram que as algas poderiam ser implementadas de forma
ordenada no litoral norte de São Paulo, com um potencial estimado de captura de CO2 de 15.739,33
toneladas por ano, gerando emprego em torno de 7.797 empregos e uma receita anual de
aproximadamente R$ 64,32 milhões.

Palavras-chave: políticas públicas, ordenamento espacial, maricultura


ABSTRACT

According to FAO (2019), the cultivation of seaweed has grown worldwide,


providing economic and social development in coastal communities. Thus, with the objective
of contributing to the spatial ordination of Kappaphycus alvarezii seaweed. (Elkhorn sea
moss) for the production of agricultural stimulants or biofertilizer in the north coast of São
Paulo, studies were carried out with the help of bioeconomics and geotechnology tools. The
first study analyzed the technical and economic viability of the extract of the cultivated algae.
The efficiency of small scale handmade production of Seaweed extract or agricultural
biostimulant has been subject of several studies. The yield of seaweed extract was calculated
and characterized in its macro and micronutrient chemical composition and for the economic
feasibility study, considering different sales price scenarios and compared with the
commercialization of fresh algae. Production areas were defined as the Minimum Family
Module (MFM) of 2,000 m² of water, occupied by 4 rafts, 280 working days per year and a
productivity of 3 kg.m-¹. The average yield obtained from the processing of the Brazilian
strains adapted from K. alvarezii seaweed for the fresh fraction or extract of fresh algae was
de 0.71±0.0080 L Kg-¹ and for the wet solid fraction was 295 ± 0.0126 g Kg-¹. The chemical
composition of macro and micro presented variation in relation to the studies used as
reference. The results of the economic study showed that the production of the handmade
extract was economically feasible for algal extracts with a sale price of US $ 2.77 in the MFM
with a net present value of US $ 35,300.13 and an internal rate of return (IRR) of 38.99% over
a period of ten years. The second study aimed to select the areas suitable for the
implementation of seaweed cultivation and to estimate the environmental, social and
economic potential using geotechnology tools. The temperature of the sea water is a factor of
great importance and directly influences the growth of the seaweed. A temporal series
analysis was carried out for the sea surface temperature (SST) of 5 sites along the north coast
of São Paulo with the images from the MODIS / Terra sensor with a resolution of 1 km. In
one of the selected spots, the average growth rates of monthly and bi-monthly marine algae
were correlated with environmental factors (SST MODIS, SST in situ and salinity). For the
selection of suitable areas, the Analytical Hierarchy Process (AHP) method was used
considering the environmental, technical, socioeconomic and legal criteria for the selection of
suitable areas. The areas were classified as “most suitable areas" and "legal areas". In these
areas, environmental (CO2 capture), social (direct employment generation) and economic (net
revenue) potentials were estimated. The results of the study of the temporal series of SST
indicated aptitude of the studied areas to the implantation of the seaweed cultivation. The SST
data (in situ and MODIS) resulted in a strong and positive correlation with the growth rates of
the seaweed K. alvarezii for the studied periods of cultivation of the same and also presented
for the monthly study of seaweed growth a coefficient of determination (R²) of 0.7659 and
0.6321 and for the bi-monthly study a R² of 0.7009 and 0.8066. For the salinity data, the
correlation with the growth rate was low (0.11 and - 0.06). The total size of the areas suitable
for the implementation of the seaweed cultivation and classified as the "most suitable" was
2,299.26 hectares and for the "legal areas" was 1,299.59 hectares. The results indicated that
the seaweed could be implemented in an orderly way in the north coast of São Paulo, with an
estimated CO2 capture potential of 15,739.33 tons per year, generating employment around
7,797 jobs and an annual revenue of US $ 17.58 million.

.
Keywords: public policies, spatial planning, mariculture
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Sistema de cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii em balsas e plantio tipo


rede tubular (a) e “tie tie” (b). 24
Figura 2. Fluxograma geral dos estudos da tese. 32
Figura 3. Localização da área de estudo no estado de São Paulo, Brasil. 37
Figura 4. Sistema de cultivo em balsa (3X50 m) e plantio em redes tubulares da macroalga
Kappaphycus alvarezii no município de Ubatuba - São Paulo, Brasil. 43
Figura 5. Localização da área do estudo na costa norte do estado de São Paulo. 62
Figura 6. Fluxograma adotado para seleção de áreas adequadas para o cultivo da macroalga K.
alvarezii no litoral norte de São Paulo nas etapas (a, b e c). 63
Figura 7. Série temporal da temperatura de superfície do mar (TSM) do período de 2008 a
2017 dos pontos amostrais (Praia do Ubatumirim, Praia do Itaguá - IP, Praia da Enseada, Saco
do Sombrio e Ilha da Cocanha). 69
Figura 8. Coeficientes de determinação (R²) entre as taxas de crescimento diária (% dia-¹) da
macroalga Kappaphycus alvarezii cultivada na praia do Itaguá - Instituto de Pesca e as TSM
“in situ” e TSM/MODIS nos períodos mensal de maio de 2013 a julho de 2014 e bimensal de
dezembro de 2017 a outubro de 2018. 72
Figura 9. Localização das áreas aptas ao cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii. 74
Figura 10. Mapa de localização final das áreas aptas ao cultivo da macroalga Kappaphycus
alvarezii. 75
Figura 11. Mapa da localização das principais enseadas produtoras de Kappaphycus alvarezii.
76
Figura 12. Mapa da localização dos parques aquícolas (MARQUES e BARBIERI, 2008) com
as áreas aptas ao cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii. 77
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Produção mundial das macroalgas marinhas cultivadas (toneladas) e preços de venda (US
$.Kg-¹). 19
Tabela 2. Produção total (toneladas) e o preço de comercialização por quilograma (US$. Kg-¹) da
macroalga K. alvarezii nos diferentes continentes. 20
Tabela 3. Variação de preços da macroalga Kappaphycus alvarezii fresca ao longo de cinco anos
(US$/Kg) nos diferentes continentes. 21
Tabela 4. Composição química dos macronutrientes e micronutrientes do extrato da macroalga
Kappaphycus alvarezii de acordo com os trabalhos de ESWARAN et al. (2005), RATHORE et al.
(2009) e LAYEK et al. (2015). 25
Tabela 5. Concentrações dos fitohormônios encontrados no extrato da macroalga Kappaphycus
alvarezii de acordo com os trabalhos de PRASAD et al. (2010) e MONDAL et al. (2015). 26
Tabela 6. Preço de venda da macroalga Kappaphycus alvarezii fresca (MF) e três cenários de preços
do extrato (E1, E2, E3). 40
Tabela 7. Variáveis econômicas para a produção de macroalga fresca Kappaphycus alvarezii e do
extrato em área de baixo impacto, no litoral de São Paulo - Brasil, Janeiro de 2019. Macroalga fresca
(MF) e três cenários de preço do extrato (E1, E2, E3). 41
Tabela 8. Composição química média das amostras do extrato da macroalga Kappaphycus alvarezii
cultivada no litoral norte de São Paulo - Brasil e dos extratos encontrados nos trabalhos de LAYEK et
al. (2015) e RATHORE et al. (2009). Concentrações mínimas exigidas (g L-1) dos macronutrientes
secundários e dos micronutrientes de acordo com a Instrução Normativa n° 25, de 28 de julho de 2009
para classificação do fertilizante orgânico fluido foliar. 44
Tabela 9. Itens de investimento para implantação de cultivo para produção da macroalga fresca (MF) e
do extrato (E) no Litoral norte de São Paulo, janeiro de 2019. 46
Tabela 10. Itens de despesa operacional para a produção de macroalga fresca (MF) e do extrato da
macroalga Kappaphycus alvarezii (E), cultivada no litoral norte de São Paulo incluindo a mão de obra.
47
Tabela 11. Índices econômicos dos diferentes empreendimentos para comercialização da macroalga
Kappaphycus alvarezii fresca (MF) e do seu extrato (E1, E2, E3), cultivada no Litoral norte de São
Paulo (Janeiro,2019). 49
Tabela 12. Indicadores da viabilidade econômica do cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii em
módulos de baixo impacto para macroalga fresca (MF) e para a produção do seu extrato (E), cultivada
no litoral norte de São Paulo. 50
Tabela 13. Localização dos pontos amostrais estudados na série temporal da TSM durante o período
de 2006 a 2017. 63
Tabela 14. Coeficiente de Correlação entre as taxas de crescimento diária (% dia-¹) da macroalga
Kappaphycus alvarezii cultivada na praia do Itaguá (Instituto de Pesca) e as TSM (in situ e
Terra/MODIS) e salinidade (Períodos mensal: maio de 2013 a julho de 2014 e bimensal: dezembro de
2017 a outubro de 2018). 71
Tabela 15. Matriz de comparação de pares para avaliar a importância relativa de parâmetros para o
desenvolvimento de algicultura da macroalga Kappaphycus alvarezii. 73
Tabela 16. Estimativa do potencial (ambiental, econômico e ecológico) de produção da implantação da
macroalga Kappaphycus alvarezii no litoral de São Paulo, Brasil. 78
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14
1.1. HIPÓTESE: 18
1.2. OBJETIVOS 18
1.2.1. Objetivo geral 18
1.2.2. Objetivos específicos 18
1.2.3. ORGANIZAÇÃO DA TESE 18
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 19
2.1. Panorama mundial da algicultura 19
2.2. Panorama brasileiro da algicultura 21
2.3. A biologia e o cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii 23
2.4. Eficiência do extrato da macroalga cultivada Kappaphycus alvarezii como biofertilizante 24
2.5. Classificação do extrato da macroalga como estimulante ou biofertilizante de acordo com a
legislação brasileira de fertilizantes agrícolas 27
2.6. Ordenamento do cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii 28
2.7. Utilização da geotecnologia para ordenamento da maricultura 30
3. RESULTADOS 32
3.1. Produção do extrato da macroalga Kappaphycus alvarezii como biofertilizante foliar: Uma
alternativa técnica e econômica para as comunidades litorâneas do sudeste brasileiro 33
3.1.1. Resumo 33
3.1.2. Introdução 34
3.1.3. Material e Métodos 37
3.1.3.1. Local do estudo 37
3.1.3.2. Processamento da macroalga fresca K. alvarezii para cálculo do rendimento da extração da
fração líquida (extrato) e da fração sólida (farinha) 38
3.1.3.3. Caracterização da composição química do extrato da macroalga Kappaphycus alvarezii de
macro e micronutrientes e classificação de acordo com a legislação de fertilizantes brasileira 38
3.1.3.4. Viabilidade econômica 39
3.1.3.4.1. Investimento inicial 40
3.1.3.4.2. Custo operacional 40
3.1.3.4.3. Índices de rentabilidade e análise de viabilidade 41
3.1.4. Resultados e discussão 43
3.1.4.1. Processamento do extrato puro da Kappaphycus alvarezii e composição química do extrato 43
3.1.4.2. Análise econômica dos empreendimentos da macroalga fresca (MF) e alga processada
(extrato bruto) 46
3.1.5. Conclusões 51
3.1.6. Referências 52
3.2. Desenvolvimento ordenado e potencial da produção da macroalga Kappaphycus alvarezii no
litoral de Estado de São Paulo 58
3.2.1. Resumo 58
3.2.2. Introdução 59
3.2.3. Material e métodos 61
3.2.3.1. Área do estudo 61
3.2.3.2. Procedimentos do método 62
3.2.3.2.1. Seleção das “áreas aptas” para implantação da algicultura 62
a. Estudo da série temporal da temperatura de superfície do mar associado ao crescimento da
macroalga Kappaphycus alvarezii. 63
b. Estudo da taxa de crescimento da macroalga associada aos fatores ambientais (T°C do MODIS,
T°C in situ e salinidade) na praia do Itaguá. 64
b.1. Análise estatística 65
c. Seleção de áreas mais aptas ao cultivo de acordo com os critérios biológicos da macroalga (taxa de
crescimento), ambientais (TSM, salinidade, batimetria, áreas abrigadas); socioeconômicos (pesca e
turismo) e legais (legislação aquícola e ambiental). 65
c.1. Critérios adotados para a seleção das “áreas mais aptas” ao cultivo da macroalga K. alvarezii 66
c.1.1. Temperatura de superfície do mar - TSM 66
c.1.2. Dados da batimetria 66
c.1.3. Dados foz dos rios 66
c.1.4. Áreas abrigadas 67
c.1.5. Legislação aquícola 67
3.2.3.2.2. Seleção e dimensionamento das “áreas legais” 67
3.2.3.2.3. Identificação das “áreas demarcadas” ou parques aquícolas 67
3.2.3.2.4. Estimativas dos potenciais ambiental, econômico e social com a implantação da atividade da
algicultura no estado de São Paulo 68
3.2.4. Resultados e Discussão 69
3.2.4.1. Estudo da série temporal da TSM (in situ e MODIS) e da salinidade associados ao crescimento
da macroalga Kappaphycus alvarezii 69
3.2.4.2. Seleção das áreas aptas para a implantação da algicultura 73
3.2.4.3. Seleção das enseadas produtoras para a implantação da algicultura nas “áreas legais” 75
3.2.4.4. Identificação das áreas demarcadas (parques aquícolas) promissoras aos cultivos da macroalga
K. alvarezii 76
3.2.4.5. Potencial ambiental, econômico e social 78
3.2.5. Considerações Finais 80
3.2.6. Referências 81
4. CONCLUSÕES 88
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 90
6. ANEXOS - 99
6.1. Processo n° 260108 -003.810/2016 de aprovação na Comissão Técnica do Instituto Florestal -
Carta COTEC n°480/2016 D74/2016TN) 99
6.2. Parecer Consubstanciado da Aprovação do projeto de tese no Sistema Comitê de Ética de
Pesquisa (CEP) UNICAMP/CAAE: 08837519.8.0000.5404 na Plataforma Brasil. 102
14

1 INTRODUÇÃO

No Brasil, a exploração comercial da macroalga nativa Hypnea musciformis para


extração do hidrocolóide Kappa carragenana não tem suprido a demanda nacional de
consumo, levando esses estoques naturais ao declínio (PAULA et al., 1998). O cultivo de
macroalga introduzida Kappaphycus alvarezii, produtora do específico hidrocolóide, poderia
mitigar o problema e a atividade deve ser implantada de forma ordenada e responsável no
litoral norte de São Paulo. Sua importância vai além da extração da carragenana e dela é
possível extrair bioativos (HAYASHI e REIS, 2012; RAJASULOCHANA et al., 2012;
RAMAN e DOBLE, 2015; OLIVEIRA et al., 2019), estimulantes agrícolas (KHAMBHATY
et al., 2012; PRAMANICK et al., 2017; TRIVEDI et al., 2017; TRIVEDI et al., 2018),
bioetanol (MASARIN et al., 2016; CEDENO et al., 2019), hidrogênio (FONSECA et al.,
2018) e consumidas na alimentação humana ou animal (SURESH KUMAR et al., 2014;
QADRI et al., 2018).
Os cultivos das macroalgas podem contribuir para o sequestro de CO2
atmosférico (ERLANIA e RADIARTA, 2014; SONDAK et al., 2017). É uma atividade que
gera emprego e diminui a pobreza das comunidades costeiras (VALDERRAMA et al., 2015),
incorpora as comunidades costeiras a uma atividade planificada ( REBOURS et al., 2014;
GELLI e BARBIERI, 2015; ZUNIGA-JARA e MARIN-RIFFO, 2016; ), serve como atrator
artificial e abrigo de macro e microrganismos marinhos (MANDAL et al., 2015), podendo ser
cultivadas em sistemas multitróficos removendo nutrientes da água servindo como
biorremediadoras (HAYASHI et al., 2008; LA MACCHIA PEDRA et al., 2017), entre outras.
Dados da FAO (2019) demonstraram que o cultivo desta alga tem se consolidado
como uma importante atividade econômica em mais de 10 países, contribuindo
aproximadamente com 4,8% na produção total das macroalgas no mundo que, de acordo com
os últimos dados disponíveis, a produção foi em torno de 31,7 milhões de toneladas, em 2017.
No Brasil, a macroalga K. alvarezii foi introduzida em 1995 com mudas
importadas do Japão e originárias das Filipinas para fins de estudos da técnica de cultivo,
visando mitigar a sobrexplotação dos bancos naturais da macroalga nativa Hypnea
musciformis, fonte do mesmo polissacarídeo kappa carragenana e também para suprir a
demanda da importação nacional por esse produto (PAULA e PEREIRA, 1998; PAULA et
al., 1999). Os primeiros cultivos comerciais surgiram no Estado do Rio de Janeiro, em 1998
(CASTELAR et al., 2009) com mudas importadas da Venezuela. A macroalga foi também
introduzida para fins experimentais em Santa Catarina em 2008 com as mudas já introduzidas
15

do estado de São Paulo (HAYASHI et al., 2011; CASTELAR et al., 2015) e há cultivos
comerciais no Estado da Paraíba (ARAÚJO et al., 2014).
O primeiro registro estatístico de produção nacional da macroalga K. alvarezii
ocorreu em 2008 e a produção da macroalga foi estimada, em 2016, em torno de 700
toneladas (FAO, 2019), entretanto, esta produção deve estar superestimada, dado o
desinteresse e abandono dos produtores dos cultivos comerciais nos Estado do Rio de Janeiro
e São Paulo, em consequências das fortes restrições da legislação ambiental desses estados,
dos preços baixos praticados pelas indústrias da extração de carragenana, além dos problemas
de infraestruturas e das técnicas de manejo (GELLI e BARBIERI, 2015). O Brasil importou
no ano de 2018, em torno de 2,0 toneladas da carragenana, o que representou uma cifra de
US$ 17,91milhões (BRASIL, 2019).
O processamento da carragenana requereu infraestrutura com altos investimentos
em instalações e equipamentos, exigindo intensa mão de obra, energia e grande volume
d’água (PAULA et al., 1998), sendo que esses custos são impraticáveis pelas comunidades
locais. Uma alternativa para o incentivo ao desenvolvimento da algicultura poderia ser a
oferta de um produto com valor agregado como o extrato da macroalga. Na Índia, MANTRI
et al. (2017) afirmaram que o cultivo da macroalga exótica K. alvarezii foi substancialmente
incrementado de 21 toneladas secas para 1.490 toneladas secas em um período de 12 anos,
com a descoberta de novas aplicações no processamento da macroalga e o país emergiu
rapidamente como um importante centro de produção no sudeste asiático com volume de
negócio anual de cerca de US$ 27,8 milhões.
O processamento do extrato da macroalga requer infraestrutura caseira e essa
atividade poderia ser uma alternativa para os produtores se diferenciarem na comercialização
direta do produto, obtendo maior rentabilidade (GELLI e BARBIERI, 2015). De acordo com
CRAIGIE (2011), os pré-requisitos para a criação de uma indústria de estimulante de algas
seriam o fornecimento constante de matéria-prima, o recurso ser sustentável e renovável e
requerer uma gestão eficiente da colheita; condições estas encontradas na produção macroalga
pela aquicultura.
O extrato de K. alvarezii, pode ser extraído por processamento simples de
trituração e filtração (ESWARAN et al., 2005). A utilização extrato da macroalga na
agricultura reduziu doenças nas culturas, aumentou a produtividade e diminuiu o tempo de
produção das culturas, além de ser considerado biodegradável (SHAH et al., 2013).
16

O extrato pode ser utilizado como biofertilizante ou estimulante agrícola, quando


aplicado como “spray” foliar e a sua eficiência foi relatada por muitos autores. ZODAPE et al.
(2008) estudaram o uso do extrato em diferentes concentrações no cultivo do quiabo
(Albemoschus esculentus) e encontraram a melhor concentração do extrato em 2,5% com um
aumento de produtividade de 20,47%. RATHORE et al. (2009) aplicaram o extrato foliar para
a soja (Glycine max), alcançando o maior rendimento de grãos com a aplicação de extrato de
algas em uma concentração de 15% e resultando um incremento em números de grãos de
57% em comparação ao controle. ZODAPE et al. (2012) aplicaram o extrato no cultivo de
trigo (Triticum astivum) e encontraram uma diferença significativa no crescimento deste
cereal ao usar o extrato a 1% de concentração, com um aumento de produtividade de 80,44%,
dados não alcançados por SHAH et al. (2013), que encontraram um aumento de 19,74% de
produtividade para extratos com 7,5% de concentração. ZODAPE et al. (2010) afirmaram que
o uso do extrato da alga a 1% de concentração levou a um maior rendimento e qualidade nas
lavouras de feijão verde (Phaseolus radiata L). ZODAPE et al. (2011) experimentaram o
extrato da alga em tomates (Lycopersicon esculentum) e alcançaram melhores resultados com
uma concentração de 5%, gerando um aumento de produtividade de 60,89% em comparação
com o controle. BABU e RENGASAMY (2012) observaram que a adição do extrato da
macroalga marinho a 2% para o arroz (Orysa sativa L.) e pimenta (Caspicum annum),
resultou no aumento significativo de rendimento em 27% e 23%, respectivamente. Para a
colheita de amendoim (Arachis hypogea L.), o melhor resultado foi com o uso do extrato a
1%, com um rendimento de 30,6%. Já KARTHIKEYAN et al. (2014) aplicaram o extrato com
5% de concentração para as lavouras de banana (var Robusta) e o incremento da produção foi
de 56,58%. MONDAL et al. (2015) eliminaram a giberelina do extrato e relataram uma
diferença significativa na produtividade do milho utilizando o extrato de forma foliar.
KARTHIKEYAN e SHANMUGAM (2017) aplicaram o bioestimulante a 1% na cana de
açúcar (var. Co 86032) e os resultados comprovaram o aumento de produtividade de 24,90;
28,79; 20,47 e 26,16% na colheita da plantação, 1ºbrotada, 2º brotada e 3º brotada,
respectivamente, com rendimentos estatisticamente significativos e maior qualidade do suco.
Assim, uma forma de estimular a implantação do cultivo de algas (algicultura),
uma atividade inexistente em quase toda a costa brasileira, seria oferecendo um produto de
valor agregado como o extrato de algas, que poderia ser usado diretamente na agricultura de
forma foliar em concentrações específicas. Entretanto, o incentivo à implantação de uma
atividade tecnicamente e economicamente viável depende fundamentalmente de um
17

planejamento espacial embasado em critérios biológicos, técnicos, socioeconômicos e legais


(FALCONER et al., 2016; VIANNA, 2018; LEMBO et al., 2018).
A utilização das ferramentas da geotecnologia proporcionou respostas rápidas e
sistemáticas para seleção de áreas sustentáveis para os cultivos de organismos marinhos,
quando aliadas ao conhecimento dos critérios gerando uma importante ferramenta de apoio ao
planejamento e desenvolvimento (COLLAÇO et al., 2015). Vários trabalhos foram
desenvolvidos para o ordenamento da maricultura com o uso de geotecnologias com
resultados que contribuíram em importante ferramenta para auxílio do planejamento das
atividades e consequentemente contribuição para as políticas públicas: RADIARTA et al.
(2008) selecionaram áreas aptas para a vieira japonesa; RADIARTA et al. (2011)
selecionaram áreas sustentáveis nas costeiras do sul de Hokkaido do Japão mais aptas para o
cultivo da macroalga Laminaria japonica. SAITOH et al. (2011) afirmaram que a aplicação
das técnicas de geotecnologia poderia ajudar a prever o impacto da mudança climática com a
proposta de adequação dos locais para aquicultura da vieira (Mizuhopecten yessoensis).
COLLAÇO et al. (2015) utilizaram técnicas de geoprocessamento para definição de áreas
propícias e inaptas para o cultivo de ostras na região estuarina de Cananéia e SNYDER et al.
(2017) selecionaram áreas apropriadas para o cultivo de ostras.
Neste contexto, o cultivo da macroalga K. alvarezii para a produção do extrato
poderia ser incentivado a ser implantado de forma planejada e ordenada como uma atividade
com potencial ambiental, social e econômico para as comunidades litorâneas no litoral norte
de São Paulo.
Assim, esse trabalho teve por objetivos avaliar a viabilidade técnica e econômica
do cultivo da macroalga K. alvarezii para a produção do extrato de uso agrícola no litoral
norte de São Paulo em módulos familiares e selecionar as áreas aptas para incentivo à
implantação da algicultura tendo como base a análise das potencialidades ambiental, social e
econômica.
18

1.1. HIPÓTESE:
A produção do extrato da macroalga K. alvarezii é uma atividade técnica e
economicamente viável e pode ser desenvolvida de forma ordenada no litoral norte paulista.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo geral


Esse estudo tem como objetivo geral contribuir para o desenvolvimento do
cultivo ordenado e responsável da macroalga K. alvarezii para produção do biofertilizante
agrícola no litoral norte do Estado de São Paulo.

1.2.2. Objetivos específicos

- Avaliar a viabilidade técnica e econômica do cultivo da macroalga K. alvarezii para a


produção do extrato caracterizado para o uso agrícola no litoral norte de São Paulo em
módulos familiares; e
- Selecionar as áreas aptas para implantação da algicultura baseadas nos aspectos biológicos
da macroalga, ambientais, legais e socioeconômicos.

1.2.3. ORGANIZAÇÃO DA TESE

A execução desta tese foi aprovada junto à Comissão Técnica do Instituto Florestal
(COTEC) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Processo n°
260108 -003.810/2016, Carta COTEC n°480/2016 D74/2016TN) por ser realizado na Área de
Proteção Ambiental Marinha do Litoral Norte de São Paulo (APALN) e ao Sistema Comitê de
Ética de Pesquisa por meio da Plataforma Brasil (UNICAMP CAAE:
08837519.8.0000.5404), documentos em anexo.
Além da revisão bibliográfica, os resultados foram apresentados em forma de estudos
em artigos científicos e as metodologias específicas foram descritas dentro de cada estudo. O
artigo 1, abordou a viabilidade técnica e econômica do extrato utilizado como biofertilizante
agrícola e o artigo 2, a metodologia para a seleção das “áreas mais aptas” para a implantação
do cultivo de macroalgas no litoral norte do estado de São Paulo e a potencialidade da
atividade.
19

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Panorama mundial da algicultura

De acordo com os dados da FAO (2019), nos últimos cinco anos, a extração dos
recursos marinhos tem permanecida estável com uma produção média na faixa de 79 milhões
de toneladas, entretanto a produção de organismos marinhos ou maricultura tem crescido em
uma média 4,1 % por ano neste mesmo período.
AVANZO-NETO e FUJII, (2016) definiram as macroalgas marinhas como
organismos autotróficos que realizam fotossíntese, apresentam em comum o pigmento
clorofila “a”, são talófitas, multicelulares e estão agrupadas em três filos: Rodophyta (algas
vermelhas), Phaeophyta (algas pardas) e Chlorophyta (algas verdes).

O cultivo de macroalgas marinha é denominado algicultura ou ficocultura e sua


produção mundial pode ser observada na Tabela 1. De acordo dados estatísticos FAO (2019),
nos últimos cinco anos o cultivo das macroalgas marinhas passou de 27,9 milhões de
toneladas para 31,7 milhões de toneladas. Esse aumento representou aproximadamente 13,6
% e uma desvalorização no seu preço final por quilo de 9,8 % no quilo de alga (FAO, 2019).

Dentre os maiores produtores de macroalgas estão a China, Indonésia, Filipinas,


Coréia e Japão e, a produção de mais 90% é composta pelos Gêneros: Euchema,
Kappaphycus, Porphyra, Undaria, Saccharina (Laminaria ) e Gracilaria (FAO, 2019).

Tabela 1. Produção mundial das macroalgas marinhas cultivadas (toneladas) e preços de


venda (US $.Kg-¹).

Continente \ Ano 2.013 2.014 2.015 2.016 2017

África (t) 123.232 149.225 197.147 139.103 136.489

Américas (t) 13.270 13.566 12.712 15.637 16.792

Ásia (t) 27.762.298 28.789.533 30.748.404 31.400.773 31.562.807

Europa (t) 2.789 3.103 2.751 1 903 1.755

Oceania (t) 17.164 19.379 20.406 18.803 19.120

Total (t) 27. 918.754 28. 97. 806 30. 981.420 31 .576. 219 31.736.963

Total (US$1.000) 11 367 742 11 193 753 10 340 593 11 138 634 11 768 950

Preço US$. Kg-¹ 0.41 0.39 0.33 0.35 0.37

Fonte: FAO/FIGIS (2019)


20

A espécie Kappaphycus alvarezii é uma macroalga vermelha (Rodophyta). Sua


importância vai além da extração do hidrocolóide carragenana, pode se extrair bioativos
(HAYASHI e REIS, 2012), estimulantes agrícolas (ZODAPE et al., 2008; RATHORE et al.,
2009; ZODAPE et al., 2012 ; KARTHIKEYAN e SHANMUGAM, 2016; SINGH et al.,2016;
KARTHIKEYAN e SHANMUGAM, 2017; PATEL et al., 2018) e biocombustíveis
KHAMBHATY et al., 2012; MASARIN et al., 2016, ROLDÁN et al., 2017, TRIVEDI et al.,
2017), além de poder ser consumida na alimentação humana ou animal (SURESH KUMAR et
al., 2015; WANYONYI et al., 2017).
O primeiro registro de produção estimada pelo órgão oficial da FAO foi em 1964 e
atualmente a macroalga é cultivada em 11 países nos quatros continentes, com exceção o
europeu. Os países produtores são: Zanzibar, Brasil, Equador, Índia, Malásia, Mianmar,
Filipinas, Siri Lanka, Vietnam, Papua Nova Guiné e Ilhas Salomão. As Filipinas cultivaram
aproximadamente 85,2% do total da produção sendo considerado o maior produtor mundial
(FAO, 2019).
A produção da macroalga K. alvarezii foi de aproximadamente 1,5 milhões de
toneladas e esta safra representou uma cifra de aproximadamente 171 milhões de dólares em
2017 (FAO, 2019). Na Tabela 2 pode ser observada a queda da produção da macroalga ao
longo dos últimos cinco anos de registro pelo órgão oficial e esse problema foi relatado por
VALDERRAMA et al. (2015) e por ZUNIGA-JARA e MARIN-RIFFO (2016).

Tabela 2. Produção total (toneladas) e o preço de comercialização por quilograma (US$. Kg-¹)
da macroalga K. alvarezii nos diferentes continentes.

Continente \ Ano 2.013 2.014 2.015 2.016 2017

África (t) 123.232 149.225 197.147 139.103 136.489

Américas (t) 13.270 13.566 12.712 15.637 16.792

Ásia (t) 27.762.298 28.789.533 30.748.404 31.400.773 31.562.807

Europa (t) 2.789 3.103 2.751 1 903 1.755

Oceania (t) 17.164 19.379 20.406 18.803 19.120

Total (t) 27. 918.754 28. 97. 806 30. 981.420 31 .576. 219 31.736.963

Total (US$1.000) 11 367 742 11 193 753 10 340 593 11 138 634 11 768 950

Preço US$. Kg-¹ 0.41 0.39 0.33 0.35 0.37


FONTE FAO/FIGIS (2019)
21

De acordo com os trabalhos de VALDERRAMA et al. (2015) os preços praticados


para a venda da macroalga , oscilaram e foram diferenciados dada a ausência de um preço
fixo no mercado mundial e pela maioria dos produtores comercializarem a suas algas através
de contratos bilaterais diretos. Ainda, segundo dados FAO (2019) na Tabela 3 estão relatadas
as variações de preços praticados ao longo de cinco anos nos diferentes continentes. Em 2017,
a diferença de preços de comercialização da macroalga fresca chegou a 63,6% do continente
asiático em relação ao da Oceania. O preço alcançado para o ano de 2017, nas américas difere
drasticamente dos demais continentes.

Tabela 3. Variação de preços da macroalga Kappaphycus alvarezii fresca ao longo de cinco


anos (US$. Kg-¹) nos diferentes continentes.

Continente 2013 2014 2015 2016 2017


(US $. Kg-¹)
África 0.02 0.02 0.02 0.00 0.06
Américas 0.07 0.06 0.05 0.05 1.60
Ásia 0.15 0.18 0.12 0.10 0.11
Oceania 0.06 0.06 0.06 0.04 0.04

Fonte: FAO/FIGIS (2019)

2.2. Panorama brasileiro da algicultura

A primeira estatística da produção brasileira da macroalga K. alvarezii relatada pela


FAO (2019) foi somente no ano de 2008. No estado de São Paulo, em 2005, as cepas foram
introduzidas e importadas do Japão e originárias das Filipinas, para fins de estudos da sua
biologia e da técnica de cultivo pela USP junto com o Instituto de Pesca, visando mitigar a
exploração dos bancos naturais da macroalga nativa Hypnea musciformis (fonte da Kappa
carragenana) e suprir as crescentes demandas pela alga importada e pelo hidrocolóide
propriamente dito (PAULA et al., 1999; PAULA e PEREIRA, 2003; HAYASHI et al., 2014).
O estado do Rio de Janeiro é o maior estado produtor nacional e a atividade teve início no
final na década de 90 (CASTELAR et al., 2009) com mudas importadas da Venezuela pelo
laboratório de camarões da Universidade Federal de Santa Catarina. Por apresentar uma ótima
adaptação aos cultivos e alta taxa de crescimento, 4 a 8% ao dia (PAULA et al., 1999;
PAULA; et al., 2001) a macroalga foi também introduzida para fins experimentais no estado
22

de Santa Catarina em 2008 (HAYASHI et al., 2011) e há cultivos comerciais no Estado da


Paraíba de acordo com os trabalhos de ARAÚJO et al. (2014).
Apesar do Brasil apresentar uma extensão costeira de aproximadamente 8.500 km com
um grande potencial para a produção de macroalgas, os dados estatísticos de produção
nacional da FAO (2019) para o ano de 2016, demonstraram que o Brasil cultivou apenas duas
espécies de macroalgas com uma produção ainda incipiente de aproximadamente 700
toneladas para a espécie fresca Kappaphycus alvarezii e 30 toneladas para a macroalga
Gracilaria.
Em se tratando do cultivo da macroalga K. alvarezii, GELLI e BARBIERI (2015)
relataram que esta produção poderia estar superestimada pelo desinteresse e abandono dos
produtores dos cultivos comerciais nos Estado do Rio de Janeiro e São Paulo, em
consequência das restrições da legislação ambiental, dos preços baixos praticados pelas
indústrias, além de falta condições de apoio da infraestrutura e técnicas de manejo. Entretanto,
REIS et al. (2017) afirmaram que há potencial no cultivo e apontaram vários fatores
essenciais para consolidar a cadeia produtiva de algas marinhas como: (1) maior integração
entre pesquisadores, capacitação de trabalhadores e recrutamento de gestores públicos e
setoriais de produção; (2) maior integração entre especialistas em meio ambiente e
especialista na algicultura para assuntos afins; (3) a formulação de políticas públicas para a
algicultura e para o estabelecimento e gestão dos parques de aquicultura; (4) incentivar a
capacitação de recursos humanos; (5) realização de pesquisas sobre a mecanização ao longo
da cadeia de produção; (6) incentivar as pesquisas na área da biotecnologia de algas com as
indústrias brasileiras associadas por estudos de viabilidade econômica; (7) estimular a
reestruturação do programa nacional de capacitação agropecuária; (8) promoção de inovações
em tecnologias de produção de espécies nativas; e (9) incentivar a formação de cooperativas
na aquicultura marinha multitróficas.
Ainda MARINHO-SORIANO (2017) apontou vários fatores favoráveis para que o
Brasil se torne um importante produtor de biomassa de algas através da maricultura. Estes
incluem o clima, topografia, condições ambientais de expansão da agricultura marinha de
espécies alóctones e espécies nativas, um grande mercado consumidor e a vantagem de uma
produção constante durante a maior parte do ano além da possibilidade de gerar emprego e
renda.
Neste sentido, a formulação de projetos em políticas públicas para o ordenamento da
atividade seria essencial para desenvolvimento sustentável e responsável no litoral brasileiro.
23

2.3. A biologia e o cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii

Filo: Rodophyta

Ordem: Gigartinales

Espécie: Kapppaphycus alvarezii (Doty) Doty ex P.C.Silvae Euchema

(PAULA et al., 2002)

Em sistema de cultivo, a espécie K alvarezii se reproduz por propágulos, através de


fragmentação do talo (PAULA et al., 1998). As mudas são consideradas fragmentos de 70 a
100 g amarrados a uma distância de 20 cm cada ao longo de uma linha ou contidas em redes
tubulares e presas nas extremidades dos flutuadores (REIS et al., 2015), elas permanecem na
água durante ciclos de 30 a 60 dias. Por ser uma espécie exótica ela tem características que
mitigam a sua permanência no ambiente natural tornando a espécie com baixo poder de
bioinvasão (CASTELAR et al., 2009). A espécie é mais densa que a água do mar, com o seu
afundamento e com a falta de luz a espécie não sobrevive (GELLI e BARBIERI, 2015). A
espécie não possui apressórios e disco de fixação. Outro ponto a destacar foi a herbivoria de
lebres do mar, peixes e tartarugas (PAULA et al., 2002; CASTELAR et al., 2009).
No Brasil, as macroalgas K. alvarezii são cultivadas na superfície do mar, suspensas
por sistema de balsas (Figura 1) e a temperatura é considerada um dos principais fatores
abióticos que influenciam a taxa de crescimento diário (HAYASHI et al., 2011b), a
importância do estudo pretérito da temperatura de superfície do mar indicaria a aptidão à
implantação dos cultivos da espécie em estudo. PAULA et al. (2002) relataram que entre
1996 a 1999 a macroalga apresentou taxas de crescimento variando de 3,6 a 8,9% dia-¹,
correlacionados principalmente com a temperatura da água do mar, com valores médios
mensais de 19,9 a 29,0°C e valores extremos de 17,0 a 33,0°C. Ainda, BULBOA e PAULA
(2005) concluíram que a temperatura é um fator chave no controle das taxas de crescimento
de K. alvarezii e que a mesma não é capaz de se desenvolver em temperaturas abaixo de 18°C
por um período maior que quatro semanas.
De acordo com os trabalhos de HAYASHI et al. (2011b), a macroalga Kappaphycus
alvarezii não suportou uma variação de salinidade abaixo de 15 o/oo e foi definido neste
trabalho o intervalo de 25 a 45 o/oo como limites de tolerância salina.
As principais técnicas de plantio de cultivo utilizadas para a produção da K. alvarezii
no Brasil foram realizadas em redes tubulares (Figura 1a) ou em sistema “tie tie” (Figura 1b).
24

Esses sistemas foram comparados por GÓES e REIS (2011), os resultados demonstraram que
não houve diferença significativa na quantidade de carragenana nos dois sistemas e
concluíram que o cultivo em redes seria mais eficiente que a utilização das amarrações tipo
“tie tie” além de reter as algas no sistema de cultivo em balsas flutuantes que impediriam de
se dispersarem no meio ambiente.

Figura 1. Sistema de cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii em balsas e plantio tipo


rede tubular (a) e “tie tie” (b).

(a) (b) Fonte: Dados do estudo

2.4. Eficiência do extrato da macroalga cultivada Kappaphycus alvarezii como


biofertilizante

De acordo com INGLE et al. (2018), os cultivos das macroalgas forneceriam às


biorrefinarias de macroalgas, matéria prima para extração do biofertilizante como alternativa
sustentável aos fertilizantes minerais. Ainda no seu processamento os bioestimulantes tiveram
uma pegada de carbono mínima, pois o cultivo dessas macroalgas não requerem insumos
fósseis, como fertilizantes minerais e pesticidas, ou quaisquer recursos como água doce
(SINGH et al., 2016).
Os biofertilizantes compostos por extratos da macroalga K. alvarezii foram
considerados biodegradáveis, não tóxicos, não poluentes e não contaminam seres humanos e
animais. Sua aplicação na agricultura promoveu a germinação mais rápida das sementes,
aumentou do rendimento da colheita e a melhoria na qualidade de sementes (MAHAJAN et
al., 2018).
SHANMUGAM e SETH (2018) afirmaram que os bioestimulantes derivados de
matérias primas de macroalgas tem sido utilizados na agricultura como uma solução
inovadora para transpor os desafios da agricultura sustentável. Eles auxiliaram na absorção de
25

nutrientes, melhoraram o rendimento e a qualidade da colheita além de fornecerem às plantas


um nível de tolerância ao estresse abiótico. Ainda, afirmaram que houve diferenças sazonais
na estrutura química, na atividade biológica dos extratos de algas e que essa variação foi de
acordo com a época de colheita das algas cultivadas. Essas diferenças químicas podem ser
observadas na Tabela 4 com os resultados da composição química dos extratos de K. alvarezii
apresentados nos trabalhos de ESWARAN et al. (2005), RATHORE et al. (2009) e LAYEK
et al. (2015).

Tabela 4. Composição química dos macronutrientes e micronutrientes do extrato da


macroalga Kappaphycus alvarezii de acordo com os trabalhos de ESWARAN et al. (2005),
RATHORE et al. (2009) e LAYEK et al. (2015).
(ESWARAN et (RATHORE (LAYEK et
al., 2005) et al., 2009) al., 2015)
pH
Mineral Residual g L-1 - - -
Insolúvel
Potássio (K2O) g L-1 21,00 19,70 33,65
Boro Total 0,01 - -
Carbono Total g L-1 - - -
Nitrogênio Total g L-1 0,45-0,70 0,30 0,45-0,70
Enxofre (S) g L-1 - 0,60 -
Cálcio (Ca) g L-1 0,04-0,06 0,46 0,32
Magnésio (Mg) g L-1 0,06-0,07 0,58 1,11
Fósforo (P2O5) g L-1 <0,007-0,01 0,0340 0,0175
Ferro (Fe) g L-1 - 0,0106 0,0861
Zinco (Zn) g L-1 0,0019 -0,0025 0,0006 0,0047
Manganês (Mn) g L-1 0,006-0,009 0,0025 0,0021
Cobre (Cu) g L-1 0,007-0,011 0,0003 0,0006
Matéria orgânica gL 1,05-1,40 - -
Cloro gL 2,36-2,70 0,068
Total de Cobalto gL 0,002-0,005 - -

O extrato da macroalga K. alvarezii ainda contém fitohormônios que aumentaram a


eficiência do extrato na produtividade das culturas como giberelina, ácido indol acético,
zeatina e cinetina (LAYEK et al., 2015). A presença dos reguladores de crescimento de
plantas foi quantificada em estado fresco até após um ano de armazenamento (PRASAD et
al., 2010). A Tabela 5 apresenta as concentrações dos fitohormônios encontradas por
PRASAD et al. (2010) e MONDAL et al. (2015).
26

Tabela 5. Concentrações dos fitohormônios encontrados no extrato da macroalga


Kappaphycus alvarezii de acordo com os trabalhos de PRASAD et al. (2010) e MONDAL et
al. (2015).

Fitohormônios (ppm) PRASAD et al. (2010) MONDAL et al. (2015)


Cinetina 7,94 9,21
Zeatina 23,97 18,62
Ácido Indol Acético 23,4 21,11
Giberelina 25,9 25,72

O processamento do extrato da macroalga K. alvarezii não requer uma infraestrutura

onerosa e pode ser produzido de forma artesanal. De acordo com GELLI e BARBIERI

(2015), o rendimento médio do extrato para cada quilo de macroalga fresca foi de 741 ml de

fração líquida (extrato da macroalga) e de 40,1 g fração sólida seca (farinha da macroalga).

Os extratos da K. alvarezii são usados na forma foliar e vários estudos demonstraram


sua eficiência: ZODAPE et al. (2008) estudaram o uso do extrato em diferentes concentrações
no cultivo do quiabo (Albemoschus esculentus) e encontraram a melhor concentração do
extrato em 2,5% com um aumento de produtividade de 20,47%. RATHORE et al. (2009)
aplicaram o extrato foliar para a soja (Glycine max) alcançando o maior rendimento de grãos
com a aplicação de extrato de algas de 15%, que resultou em um aumento de 57% em
comparação ao controle. ZODAPE et al. (2012) aplicaram o extrato no cultivo de trigo
(Triticum astivum) e encontraram uma diferença significativa no crescimento deste cereal ao
usar o extrato a 1% de concentração, com um aumento de produtividade de 80,44%, dados
não alcançados no estudo de SHAH et al. (2013) que resultou em um aumento de 19,74%
para extratos com 7,5% de concentração. ZODAPE et al. (2010) afirmaram que o uso do
extrato da alga a 1% de concentração levou a um maior rendimento e qualidade nas lavouras
de feijão verde (Phaseolus radiata L). ZODAPE et al. (2011) aplicaram o extrato da alga em
tomates (Lycopersicon esculentum) e alcançaram os melhores resultados com uma
concentração de 5%, gerando um aumento de produtividade de 60,89% em comparação com o
controle. BABU e RENGASAMY (2012) observaram que a adição do extrato da macroalga
marinha a 2% para o arroz (Orysa sativa L.) e pimenta (Caspicum annum), obtiveram um
rendimento significativo de 27% e 23%, respectivamente. Para a colheita de amendoim
(Arachis hypogea L.), o melhor resultado foi com o uso do extrato em concentração de 1%,
27

com um aumento de rendimento de 30,6%. KARTHIKEYAN et al. (2014) aplicaram o extrato


com uma concentração de 5% para as lavouras de banana e o incremento da produção foi de
56,58%. MONDAL et al. (2015) eliminaram o fitohormônio denominado giberelina do
extrato e relataram uma diferença significativa na produtividade do milho utilizando o extrato
de forma foliar. KARTHIKEYAN e SOUZA (2017) aplicaram o bioestimulante a 1% na cana
(cana de açúcar var. Co 86032) e os resultados de aumento produtividade foram de 24,90,
28,79, 20,47 e 26,16% na colheita da plantação, 1º brotada, 2º brotada e 3º brotada,
respectivamente, com rendimentos estatisticamente significativos e maior qualidade do suco.
No Brasil, estudos relacionados com a eficiência de extratos K. alvarezii iniciaram
recentemente: COSTA et al. (2017) utilizaram o extrato para tratar sementes de soja; no
entanto, de acordo com os resultados obtidos, os autores concluíram que o extrato pode ajudar
a aumentar os parâmetros de crescimento quando usado em tratamentos de sementes, onde
doses menores foram aparentemente mais eficientes.

2.5. Classificação do extrato da macroalga como estimulante ou biofertilizante de


acordo com a legislação brasileira de fertilizantes agrícolas

A legislação brasileira que regula os fertilizantes agrícolas é a Lei n° 6.894, de 16 de


dezembro de 1980 (BRASIL, 1980), que dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e
do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, ou biofertilizantes, remineralizadores e
substratos para plantas destinados à agricultura. Essa lei definiu no artigo terceiro item “d”:
“Estimulante ou biofertilizante, o produto que contenha princípio ativo apto a melhorar,
direta ou indiretamente, o desenvolvimento das plantas”. A referida lei foi regulamentada pelo
Decreto nº 4.954, de 14 de janeiro de 2004 (BRASIL, 2004) que no artigo segundo inciso VI
definiu: “Biofertilizante: produto que contém princípio ativo ou agente orgânico, isento de
substâncias agrotóxicas, capaz de atuar, direta ou indiretamente, sobre o todo ou parte das
plantas cultivadas, elevando a sua produtividade, sem ter em conta o seu valor hormonal ou
estimulante”. Ainda, a Instrução Normativa nº 6, de 10 de março de 2016 (BRASIL, 2016)
estabeleceu para efeito de registro junto ao Ministério da Agricultura e Abastecimento
(MAPA) no seu artigo 37 item 4 que “Quando se tratar de biofertilizante, demonstrar que o
produto atua, isolada ou cumulativamente, no crescimento, na ontogenia, em variáveis
bioquímicas e na resposta a estresses abióticos, elevando a produtividade da cultura”.
28

Os estudos de ESWARAN et al. (2005), RATHORE et al. (2009) e LAYEK et al.


(2015) apresentaram as concentrações dos macronutrientes (primários e secundários) e dos
micronutrientes do extrato da macroalga K. alvarezii cultivadas na Índia e podem ser
observados na Tabela 4. De acordo com a Instrução Normativa do MAPA N° 25, de 28 de
julho de 2009 (BRASIL, 2009), o extrato da macroalga não pode ser considerado um
fertilizante orgânico foliar fluido no Brasil pois também não atende as concentrações mínimas
de macronutrientes secundários: Cálcio (0,3%), Magnésio (0,3%) e Enxofre (0,3%) e também
dos micronutrientes: Boro (0,01%), Cloro (0,1%), Cobre (0,05%), Ferro (0,02%), Manganês
(0,02), Molibdênio (0,005%), Zinco (0,05%), Cobalto (0,005%), Silício (0,05%) estabelecidas
no artigo sexto da referida instrução.

2.6. Ordenamento do cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii

A legislação brasileira aquícola vigente é relativamente recente e a atividade da


maricultura está regrada atualmente por leis, decretos e instruções normativas federais e
estaduais que foram considerados neste estudo para seleção das áreas aptas à implantação da
algicultura.
No âmbito federal, a atividade da algicultura foi norteada pelos seguintes
instrumentos: Lei 11. 959, de 29 de junho de 2009 (BRASIL, 2009b) que dispôs sobre a
Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e Pesca, a referida lei
definiu aquicultura no seu artigo segundo e inciso segundo como: “a atividade de cultivo de
organismos cujo ciclo de vida em condições naturais se dá total ou parcialmente em meio
aquático, implicando a propriedade do estoque sob cultivo, equiparada à atividade
agropecuária”. Já o Decreto n° 4.895, de 25 de novembro de 2003 (BRASIL, 2003) que
autorizou o uso dos espaços físicos em corpos d'água de domínio da União para fins de
aquicultura e dá outras providências complementa a lei, especificando o que seriam áreas e
parques aquícolas definidos nos seu artigo segundo inciso primeiro como: “aquicultura: o
cultivo ou a criação de organismos cujo ciclo de vida, em condições naturais, ocorre total ou
parcialmente em meio aquático”; no incisos segundo “ área aquícola: espaço físico contínuo
em meio aquático, delimitado, destinado a projetos de aquicultura, individuais ou coletivos”; e
no inciso terceiro “parque aquícola: espaço físico contínuo em meio aquático, delimitado, que
compreende um conjunto de áreas aquícolas afins, em cujos espaços físicos intermediários
29

podem ser desenvolvidas outras atividades compatíveis com a prática da aquicultura”. Essas
definições são importantes para a seleção das áreas aptas ao cultivo.
Importante salientar que a Instrução Normativa n° 17, de 22 de setembro de 2005
estabeleceu os Planos Locais de Desenvolvimento da Maricultura - PLDM (BRASIL, 2005)
porém apesar de existir um relatório dos PLDMS do estado de São Paulo (MARQUES e
BARBIERI, 2008) disponibilizado pela Secretaria de Aquicultura e Pesca (SEAP) no estado
de São Paulo, o PLDM paulista ainda não foi oficializado. Entretanto, a falta deste
instrumento jurídico (PLDM) não impende a regularização das solicitações das áreas
aquícolas para cultivo no litoral Paulista por qualquer interessado previsto no Decreto n°
4.895, de 25 de novembro de 2003, artigo 4° e parágrafo primeiro “A falta de definição e
delimitação de parques e áreas aquícolas não constituirá motivo para o indeferimento”.
Os locais de cultivo da macroalga K. alvarezii estão restritos em parte do litoral de São
Paulo e do Rio de Janeiro pela Instrução Normativa nº 185, de 22 de julho de 2008 (BRASIL,
2008) de acordo com o artigo primeiro: “Permitir o cultivo de Kappaphycus alvarezii no
litoral dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, exclusivamente, na área compreendida entre
a Baía de Sepetiba (RJ) e a Ilha Bela (SP), delimitada em terra pela linha de costa, e em mar
pelas seguintes coordenadas de longitude e Latitude, respectivamente: Ponto1: 42° 27' 55,56"
W / 23° 49' 06,03" S; Ponto 2: 42° 27' 55,65" W / 23° 59' 09,10" S; Ponto 3: 43° 39' 49,27" W
/ 23° 59' 09,10" S; Ponto 4: 43° 39' 49,27" W / 23° 03' 11,51" S”.
Assim, para a seleção das áreas mais adequadas foram consideradas todos as restrições
legais da Instrução Normativa n °185, de 22 de julho de 2008 como no artigo primeiro e
parágrafo primeiro que definiu: “São consideradas áreas de exclusão para a instalação e
ampliação de empreendimentos de cultivo de Kappaphycus alvarezii nas áreas de Unidades
de Conservação, que não possuam plano de manejo definido, e sempre que houver indicativos
de incompatibilidades entre a atividade e as finalidades da referida Unidade de Conservação
(UC) , de acordo com o objetivo definido em seu decreto de criação, até a implementação de
seu Plano de Manejo.”
A UC marinha local do estudo é a Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral
Norte (APAMLN) foi criada pelo Decreto nº 53.525, de 8 de outubro de 2008 (BRASIL,
2008) e por não ter um plano de manejo oficializado deve seguir o Decreto Estadual Nº
62.913, de 08 novembro de 2017 (BRASIL, 2017) previsto no artigo 11° e parágrafo segundo
da sua criação: “Enquanto não aprovado o respectivo plano de manejo, as disposições do
Decreto estadual, de 7 de dezembro de 2004, que dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-
30

Econômico do Setor do Litoral Norte, serão integralmente aplicadas às áreas da APA Marinha
do Litoral Norte abrangidas pelo referido regulamento”. De acordo com esse artigo, as áreas
restritas consideradas à implantação de qualquer atividade maricultura foram estabelecidas no
instrumento legal atualizado do ZEE, o Decreto Estadual Nº 62.913, de 08 novembro de 2017
(BRASIL, 2017) que dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico do Setor do Litoral
Norte, artigo primeiro e no seu inciso segundo: “Aquicultura marinha de baixo impacto:
cultivo de organismos marinhos de interesse econômico, em áreas de até 20.000 m² de lâmina
d'água, respeitada a legislação específica que disciplina a introdução, reintrodução e
transferência de espécies”.
Ainda, outros critérios dos artigos estabelecidos pela Instrução Normativa 185, de 22
de julho de 2008 (BRASIL, 2008) foram considerados como artigo sétimo e inciso segundo:
“Quanto à taxa de ocupação em áreas abrigadas e em mar aberto: Em baías abertas e
enseadas, a título de precaução, a taxa máxima permitida de ocupação da área superficial é de
10% da área total.”. No inciso terceiro “Quanto ao afastamento mínimo da linha de costa: a)
200 metros da linha média de baixa-mar em praias. b) 50 metros dos costões rochosos”. E por
fim, no inciso quinto “Quanto à profundidade mínima para a instalação das estruturas de
cultivo deve prevalecer sempre a que for maior: a) A profundidade mínima deve ser igual a
altura da estrutura de cultivo submersa, mais uma distância mínima de 1,50 m entre a parte
inferior da estrutura e o sedimento; ou b) A profundidade mínima deve guardar a relação de
1:1 entre a parte submersa da estrutura de cultivo e o vão livre sob a mesma”.
É importante salientar que a Instrução Normativa 185, de 22 de julho de 2008, no seu
artigo oitavo previu a liberação dos cultivos da macroalga introduzida K. alvarezii fora da
área estabelecida e o cultivo só será permitido após estudos e avaliação ambiental da região
para comprovação da sua viabilidade ambiental, o que poderá ocorrer brevemente nos estados
de Santa Catariana (HAYASHI et al., 2011; SANTOS et al.,2018) e possivelmente no estado
da Paraíba (ARAÚJO et al., 2014).

2.7. Utilização da geotecnologia para ordenamento da maricultura

A atividade da maricultura tem utilizado das técnicas de geotecnologia há décadas


como importante instrumento para planejamento da atividade. Vários trabalhos foram
desenvolvidos para o ordenamento da maricultura com o uso de geotecnologias e seus
resultados contribuíram em importante ferramenta para auxílio do planejamento das
atividades e consequentemente colaboração nos programas em políticas públicas:
31

RADIARTA et al. (2008) selecionaram áreas aptas para a vieira japonesa; RADIARTA, et al.
(2011) selecionaram áreas costeiras do Japão mais aptas para o cultivo da macroalga
Laminaria japônica. SAITOH et al. (2011) afirmaram que a aplicação das técnicas de
geotecnologia pode ajudar a prever o impacto da mudança climática com a proposta de
adequação dos locais para aquicultura da vieira (Mizuhopecten yessoensis). LIU et al. (2014)
identificaram as áreas mais sustentáveis baseadas em modelos de sistema de informação
geográfica para cultivo das vieiras japonesas e propõem o gerenciamento da atividade;
COLLAÇO et al. (2015) utilizaram técnicas de geoprocessamento para definição de áreas
propícias e inaptas para o cultivo de ostras na região estuarina de Cananéia; LIMA et al.
(2018) identificaram as áreas adequadas para o cultivo de peixe em áreas com temperaturas
adequadas para a criação do beijupirá (Rachycentron canadum) em gaiolas na costa brasileira
com o auxílio do sensor MODIS no Brasil; TEIXEIRA et al. (2018) identificam áreas para a
aquicultura em locais de produção de sal e pelo método AHP. YIN et al. (2018) afirmaram
que a seleção apropriada do local para instalação de atividades aquícolas é uma maneira de
minimizar o esforço no ecossistema, de tornar as colheitas mais produtivas e de mitigar
conflitos entre usuários diferentes da água.
No litoral norte do estado de São Paulo os trabalhos de ordenamento espacial
iniciaram em 1989 com os trabalhos de MARQUES et al. (1989) e seguidos em 1999 com os
trabalhos de GELLI e MARQUES (2002) com a demarcação dos pontos das áreas propícias à
implantação de cultivos, como fase inicial do planejamento participativo, levando-se em
consideração os critérios técnicos, ambientais e sociais.
Em 2005 o ordenamento da maricultura foi regrado pela Instrução Normativa n°17, de
22 de setembro de 2005 (BRASIL, 2005), que estabeleceu os Planos Locais de
Desenvolvimento da Maricultura PLDMs (MARQUES e BARBIERI, 2008) porém o estado
de São Paulo não possui seu plano oficializado pela Secretaria Especial de Aquicultura e
Pesca.
32

3. RESULTADOS
O fluxograma das metodologias dos estudos da tese foi apresentado na Figura 2: O
“estudo 1” foi intitulado “Produção do extrato da macroalga Kappaphycus alvarezii como
bioestimulante agrícola: Uma alternativa técnica e econômica para as comunidades litorâneas
do sudeste brasileiro ” e o “estudo 2” que foi intitulado “Desenvolvimento ordenado e
potencial da produção da macroalga Kappaphycus alvarezii no litoral de Estado de São
Paulo”.

Figura 2. Fluxograma geral dos estudos da tese.


33

3.1. Produção do extrato da macroalga Kappaphycus alvarezii como biofertilizante


foliar: Uma alternativa técnica e econômica para as comunidades litorâneas do
sudeste brasileiro

Valéria Cress Gelli ¹ ², Marco Túlio Ospina Patino¹, Jansle Vieira Rocha¹, Gleyce Kely
Dantas de Araujo Figueiredo¹; Edison Barbieri², Kleber Campos Miranda Filho³, Marcelo
Barbosa Henriques²

3.1.1. Resumo

O cultivo da alga Kappaphycus alvarezii (musgo do mar de Elkhorn) tem


proporcionando o desenvolvimento econômico, social e ambiental das comunidades costeiras
em mais de 10 países. O extrato da macroalga utilizado como biofertilizante foliar pode ser
produzido de forma artesanal e vários estudos comprovaram sua eficiência em várias culturas
agrícolas. A macroalga foi cultivada por 45 dias no período junho e julho de 2016 na fazenda
marinha do Instituto de Pesca da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo (45°2´49
"W; 23°27'8"S) e as macroalgas frescas foram processadas. Os rendimentos das frações
sólidas e líquidas foram quantificados. O extrato da macroalga (fração líquida) foi
caracterizado em sua composição química de macronutrientes (primários e secundários) e
micronutrientes e o mesmo foi classificado de acordo com os critérios da legislação brasileira
de fertilizantes agrícolas. Para o estudo da viabilidade econômica foram considerados
diferentes cenários de preços de venda e comparados com a comercialização da macroalga
fresca. O tamanho da área foi definido como Módulo Mínimo Familiar (MMF) de 2.000 m²
de lâmina de água. O rendimento médio obtido a partir do processamento das linhagens
adaptadas brasileiras da macroalga K. alvarezii para a fração líquida ou extrato da alga fresca
foi de 0,71±0.0080 L Kg-1 e para a fração sólida úmida foi de 295 ± 0,0126 g Kg- 1. A
composição química dos macros e micronutrientes do extrato variou em comparação aos
estudos encontrados na literatura e o mesmo foi classificado como biofertilizante ou
estimulante agrícola. Os resultados do estudo econômico mostraram que nos MMF, a
produção da macroalga fresca foi inviável e para o extrato artesanal foi economicamente
viável para o cenário com preço de venda a partir de R$ 9,00 com um valor presente líquido
(VPL) de R$35.300,13 e uma taxa interna de retorno (TIR) de 38,99% sobre um período de
dez anos.

Keywords: Maricultura; Biofertilizante Líquido Algas


34

3.1.2. Introdução

A macroalga exótica Kappaphycus alvarezii é cultivada basicamente para extração do


hidrocolóide denominado kappa-carragenana (HAYASHI et al., 2011). Segundo dados da
Food and Agriculture Organization FAO (2019), foram produzidas aproximadamente 1,5
milhões de toneladas no ano de 2017, essa safra representou 4,7% do total de plantas
aquáticas cultivadas no mundo, representando uma cifra de US $171 milhões.
De acordo com VALDERRAMA et al. (2015), o mercado da macroalga K. alvarezii
apresentou uma volatilidade de preços em consequência da grande oferta, especulação e
desorganização do setor. O preço médio praticado para a venda do quilograma da alga seca
em 2016 foi de US $ 0,18 e foi reduzido em quase 39% no ano de 2016 (FAO, 2019).
O desenvolvimento dos cultivos da macroalga K. alvarezii foi iniciado com programas
governamentais iniciados nas Filipinas no meio da década de 60 (MANTRI et al., 2017) em
consequência da demanda crescente do hidrocolóide kappa-carragenana pela indústria
alimentícia (humana e animal), cosmética e farmacológica (HAYASHI e REIS, 2012). Além
da espécie ser cultivada para a extração de bioativos (HAYASHI e REIS, 2012;
RAJASULOCHANA et al., 2012; RAMAN e DOBLE, 2015), desta mesma macroalga
podem ser produzidos biofertilizantes ou estimulantes agrícolas (ZODAPE et al., 2008;
KHAMBHATY et al., 2012: TRIVEDI et al., 2017, TRIVEDI et al., 2018), bioetanol
(MASARIN et al., 2016; ROLDÁN et al., 2017), hidrogênio (FONSECA et al., 2018) e
consumidas na alimentação humana ou animal (SURESH KUMAR et al., 2015; QADRI et
al., 2019).
O sistema de cultivo da macroalga não exige alta tecnologia e nem alto investimento
(PICKERING, 2006); a espécie se adapta facilmente por se reproduzir por talos vegetativos,
apresentar uma taxa de crescimento de 4 a 8% ao dia e produzir grandes quantidades de
biomassa em um período entre 30 a 60 dias (PAULA, et. al 2001). Esses fatores podem ter
levado à disseminação do cultivo no mundo (ZUNIGA-JARA e MARIN-RIFFO, 2016).
No Brasil, de acordo com BULBOA e PAULA (2005), a espécie foi introduzida em
1995 como resultado da domesticação em um programa de seleção envolvendo 23 linhagens
selvagens da Malásia e das Filipinas em fenótipos mais vigorosos. Essas mudas foram
importadas do Japão pela Universidade de São Paulo (USP) e pelo Instituto de Pesca do
Estado de São Paulo (IP) para fins de estudos da sua bioecologia e das técnicas de cultivo,
visando suprir a exploração dos bancos naturais da macroalga nativa Hypnea musciformis
35

fonte de kappa-carragenana (PAULA et al., 1999; PAULA e PEREIRA, 2003; HAYASHI et


al., 2011; HAYASHI et al., 2014).
A produção brasileira da macroalga foi estimada, em 2016, em torno de 700 toneladas
(FAO, 2019), entretanto esta produção deve estar superestimada, dado o desinteresse e
abandono dos produtores dos cultivos comerciais nos Estado do Rio de Janeiro e São Paulo,
além das fortes restrições das legislações ambientais desses estados, dos preços baixos
praticados pelas indústrias de extração de carragenana, dos problemas de infraestruturas e de
técnicas de manejo (GELLI e BARBIERI, 2015). O Brasil importou no ano de 2018, em torno
de 2 toneladas da carragenana, o que representou uma cifra de US $17,4 milhões (BRASIL,
2019).
O processamento da carragenana requer infraestrutura com altos investimentos em
instalações e equipamentos, exigindo intensa mão de obra, energia e grande volume d’água
(PAULA te al., 1998) sendo esses custos impraticáveis pelas comunidades locais Entretanto,
o processamento do extrato da macroalga requer infraestrutura caseira e esse poderia ser uma
alternativa para os produtores se diferenciarem na comercialização direta do produto, obtendo
maior rentabilidade (GELLI e BARBIERI, 2015). De acordo com CRAIGIE (2011), o pré-
requisito para a criação de uma indústria é o fornecimento constante de matéria-prima, ainda,
o recurso deve ser sustentável e renovável e requer uma gestão eficiente da colheita de algas.
Estas condições encontram-se na produção macroalga pela aquicultura.
A produção planejada e rápida da biomassa da macroalga por aquicultura pode
fornecer a matéria-prima necessária para a indústria produzir o extrato agrícola. O extrato
bruto de K. alvarezii é aplicado de forma foliar na agricultura e foi considerado
ambientalmente sustentável por GHOSH et al. (2015). Os bioestimulantes, compostos por
extratos da macroalga K. alvarezii, são biodegradáveis, não tóxicos, não poluentes e não
contaminam os seres humanos e os animais. Sua aplicação promove a germinação mais rápida
das sementes, o aumento do rendimento da colheita e a melhoria na qualidade de sementes
(MAHAJAN et al., 2018).
Na Índia, MANTRI et al. (2017) afirmaram que a produção da macroalga foi
substancialmente aumentada de 21 toneladas secas cultivadas para 1.490 toneladas secas em
um período de 21 anos com a descoberta de novas aplicações no processamento da macroalga
e o país emergiu rapidamente como um importante centro de produção no Sudeste Asiático
para a produção de K. alvarezii, com volume de negócios anual de cerca de US$ 27,8 milhões.
O extrato de K. alvarezii, pode ser obtido por processamento simples de trituração e
36

filtração (ESWARAN et al., 2005). Estudos comprovaram que o extrato contém


fitohormônios, micro e macronutrientes, vitaminas e aminoácidos. De acordo com SHAH et
al. (2013), o extrato foi considerado biodegradável, aumentou a produtividade e reduziu o
tempo de produção das culturas agrícolas.
O extrato pode ser utilizado como biofertilizante ou estimulante agrícola, quando
aplicado como “spray” foliar e a sua eficiência foi relatada por muitos autores. ZODAPE et al.
(2008) estudaram o uso do extrato em diferentes concentrações no cultivo do quiabo
(Albemoschus esculentus) e encontraram a melhor concentração do extrato em 2,5% com um
aumento de produtividade de 20,47%. RATHORE et al. (2009) aplicaram o extrato foliar para
a soja (Glycine max), alcançando o maior rendimento de grãos com a aplicação de extrato de
algas em uma concentração de 15% e resultando um incremento em números de grãos de
57% em comparação ao controle. ZODAPE et al. (2012) aplicaram o extrato no cultivo de
trigo (Triticum astivum) e encontraram uma diferença significativa no crescimento deste
cereal ao usar o extrato a 1% de concentração, com um aumento de produtividade de 80,44%,
dados não alcançados por SHAH et al. (2013), que encontraram um aumento de 19,74% de
produtividade para extratos com 7,5% de concentração. ZODAPE et al. (2010) afirmaram que
o uso do extrato da alga a 1% de concentração levou a um maior rendimento e qualidade nas
lavouras de feijão verde (Phaseolus radiata L). ZODAPE et al. (2011) experimentaram o
extrato da alga em tomates (Lycopersicon esculentum) e alcançaram melhores resultados com
uma concentração de 5%, gerando um aumento de produtividade de 60,89% em comparação
com o controle. BABU e RENGASAMY (2012) observaram que a adição do extrato da
macroalga marinho a 2% para o arroz (Orysa sativa L.) e pimenta (Caspicum annum),
resultou no aumento significativo de rendimento em 27% e 23%, respectivamente. Para a
colheita de amendoim (Arachis hypogea L.), o melhor resultado foi com o uso do extrato a
1%, com um rendimento de 30,6%. Já KARTHIKEYAN et al. (2014) aplicaram o extrato
com 5% de concentração para as lavouras de banana (var Robusta) e o incremento da
produção foi de 56,58%. MONDAL et al. (2015) eliminaram a giberelina do extrato e
relataram uma diferença significativa na produtividade do milho utilizando o extrato de forma
foliar. KARTHIKEYAN e SHANMUGAM (2017) aplicaram o bioestimulante a 1% na cana
de açúcar (var. Co 86032) e os resultados comprovaram o aumento de produtividade de 24,90;
28,79; 20,47 e 26,16% na colheita da plantação, 1ºbrotada, 2º brotada e 3º brotada,
respectivamente, com rendimentos estatisticamente significativos e maior qualidade do suco.
No Brasil, os estudos com o extrato da macroalga K. alvarezii são recentes e se
37

iniciaram com os trabalhos de COSTA et al. (2017) com resultados positivos em relação à
produtividade da soja. No entanto, a composição química do extrato da macroalga
considerada baseou-se nos trabalhos da espécie cultivada na Índia (ESWARAN et al., 2005).
Assim, uma alternativa para desenvolver o cultivo de algas (algicultura), uma
atividade inexistente em quase toda a costa brasileira, seria pela oferta de um produto de valor
agregado como o extrato de algas artesanal, que poderia ser usado diretamente na agricultura
em concentrações específicas.
Portanto, este estudo teve como objetivo analisar a viabilidade econômica da produção
de algas frescas e do extrato caracterizado quimicamente da macroalga de K. alvarezii
cultivada no litoral de São Paulo nos módulos mínimos familiares como alternativa técnico-
econômica de renda para as comunidades costeiras.

3.1.3. Material e Métodos


3.1.3.1. Local do estudo

O local de estudo considerou a Instrução Normativa N° 185 de 22 de julho de 2008


(BRASIL, 2008a) que restringiu a produção da macroalga exótica para apenas uma parte dos
estados costeiros de São Paulo e do Rio de Janeiro. Assim, este estudo incluiu parte do
município de São Sebastião e os municípios de Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba, no litoral
norte de São Paulo (Figura 3).

Figura 3. Localização da área de estudo no estado de São Paulo, Brasil.


38

3.1.3.2. Processamento da macroalga fresca K. alvarezii para cálculo do rendimento da


extração da fração líquida (extrato) e da fração sólida (farinha)

Os rendimentos médios das frações líquida e sólida de cinco amostras foram


calculados para cada quilograma de macroalga. Provetas graduadas foram usadas para medir o
volume do extrato líquido. Após a remoção da fase líquida, o resíduo restante no filtro foi
especificado como fração sólida úmida, que foi pesada em uma balança digital.
A fração líquida ou extrato foi calculado como uma proporção do volume líquido
total e o peso inicial da macroalga usado, de acordo com a equação (1):

Fração Líquida = Volume Total / Peso Inicial (1)

O resíduo total produzido foi calculado em função do peso total da fração de sólidos
retido na filtragem e o peso inicial da macroalga usado, de acordo com a equação (2).

Fração Sólida = Total de Resíduo/ Peso Inicial (2)

Os dados foram apresentados como média ± desvio-padrão.


Segundo SHANMUGAM e SETH (2018), a fração sólida é um resíduo que contém a
carragenana semi-refinada e que tem valor econômico. No entanto, para estas análises
econômicas foi considerada apenas a fração líquida ou extrato.

3.1.3.3. Caracterização da composição química do extrato da macroalga Kappaphycus


alvarezii de macro e micronutrientes e classificação de acordo com a legislação de
fertilizantes brasileira

No Brasil, não existem estudos caracterizando a composição do extrato de algas


produzido no país, assim neste trabalho a composição química média foi determinada
seguindo as leis brasileiras específicas para análise do biofertilizante (BRASIL, 2014). Após a
macroalga ser processada, cinco amostras 500 ml do extrato foram enviados para o
Laboratório de Fertilizante da Universidade de São Paulo (Escola Luiz de Queiroz), que
analisou a composição dos seguintes parâmetros: pH pela amostra de leitura direta; matéria
orgânica perda de ignição de matéria orgânica de acordo com SCHULTE et al. (1987);
39

nitrogênio total por digestão ácido sulfúrico; perda de ignição resíduos minerais segundo
SCHULTE et al (1987); Fósforo (P2O5) por calorimetria de vanádio molibdênio; Potássio
(K2O), cálcio (Ca), magnésio (Mg), ferro (Fe), manganês (Mn), cobre (Cu), zinco (Zn) por
espectrofotometria de absorção atómica, extraídos com solução nítrico-perclórico. Os
resultados médios obtidos foram comparados com a literatura existente.
Após, o extrato foi classificado de acordo com a legislação brasileira que
regula os fertilizantes agrícolas, Lei n° 6.894, de 16 de dezembro de 1980 (BRASIL, 1980),
que dispõe sobre a inspeção e fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes,
corretivos, inoculantes, ou biofertilizantes, remineralizadores e substratos para plantas
destinados à agricultura e seus decretos e instruções normativas que a regulam.

3.1.3.4. Viabilidade econômica

No litoral norte do estado de São Paulo, em função da restrição ambiental do decreto


do zoneamento econômico ecológico recentemente extinto e substituído (BRASIL,2017), os
maricultores ocupavam até 0,2 hectares de lâmina de água (GELLI, 2007). Assim, foi adotado
o mesmo dimensionamento para os cálculos neste estudo e denominado como módulo
mínimo familiar (MMF). Ressaltamos que as áreas podem ser incrementadas em áreas de até
2,0 hectares de lâmina de água, respeitando a legislação específica que regula a introdução e
reintrodução de espécie.
Para o estudo da viabilidade econômica do cultivo de algas marinhas K. alvarezii no
MMF, foram comparadas a produção das macroalgas frescas (MF) e a produção de extrato de
algas marinhas (E). Foi realizada a análise de sensibilidade para a produção do extrato e
considerados diferentes cenários: Menor preço (E1), preço médio (E2) e preço comercial do
produto encontrado no mercado brasileiro (E3). Os custos, receitas e lucros obtidos com a
produção e venda do produto foram considerados, utilizando análises orçamentárias parciais
para comparar custos e variação de receita sob os diferentes cenários propostos (SHANG,
1990).
Os preços da macroalga fresca (MF) de R$ 0,45/Kg e do extrato (E3) R$ 18,00/L
foram encontrados no mercado pagos pela indústria brasileira. Todas as especificações destes
cenários para os cálculos dos índices de custo e de viabilidade econômica foram descritas na
Tabela 6.
40

Tabela 6. Preço de venda da macroalga Kappaphycus alvarezii fresca (MF) e três cenários de
preços do extrato (E1, E2, E3).

Fresca
Macroalgas Extrato (L)
(Kg)
Cenários MF E1 E2 E3
Preço de venda (R$) 0,45 7,00 9,00 18,00

Fonte: Dados do estudo

3.1.3.4.1. Investimento inicial

Para cálculo do investimento inicial foram considerados os valores da elaboração


de projeto, da taxa de licenciamento ambiental, equipamentos (barco, motor de popa, balsa de
manejo, balsas de produção, mesa de trabalho, bóias de sinalização, âncoras, balança
eletrônica, liquidificador industrial).

3.1.3.4.2. Custo operacional

Todos os dados necessários para o estudo econômico foram obtidos do Instituto de


Pesca de São Paulo da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo que cultiva a K.
alvarezii desde 1995, também da bibliografia disponível, do comércio e da indústria
brasileira.
Foram identificadas as fases de cultivo (plantio, colheita e processamento), ciclos de
produção, manejos adotados, infraestruturas utilizadas, índices produtivos obtidos,
desembolso monetário e dos canais de comercialização, que permitiram calcular o custo de
produção e os indicadores de rentabilidade (Tabela 7).
41

Tabela 7. Variáveis econômicas para a produção de macroalga fresca Kappaphycus alvarezii e


do extrato em área de baixo impacto, no litoral de São Paulo - Brasil, Janeiro de 2019.
Macroalga fresca (MF) e três cenários de preço do extrato (E1, E2, E3).

Cenários
Variáveis produtivas e econômicas MF E1 E2 E3
Produtividade (Kg. m-1) 3 3 3 3
Total de área (m²) 2.000 2.000 2.000 2.000
Número de balsas (3 por 50 m) 4 4 4 4
Número de ciclos ano-1 8 8 8 8
Produção por ciclo (Kg) 3.600 3.600 3.600 3.600
Produção de mudas (Kg) 720 720 720 720
Produção total (Kg) 2.880 2.880 2.880 2.880
Produção extrato por ciclo (L) 2.016 2.016 2.016
Produção anual total (L) 0 16.128 16.128 16.128
Preço de comercialização (R$) 0,45 7,00 9,00 18,00
Valor total produção ciclo (R$) 1.296,00 14.112,00 18.144,00 36.288,00
Valor total produção anual (R$) 10.368,00 112.896,00 145.152,00 290.304,00
Fonte: Dados do estudo

Com os dados técnicos de produção e rendimento, somados aos preços dos


investimentos e da mão de obra, foram calculados o custo de produção e os índices de
rentabilidade.
Os custos totais foram determinados somando-se o Custo Operacional Efetivo (COE)
com os outros custos. O COE foi obtido somando-se os custos mão de obra, manutenção da
infraestrutura, energia, água, combustível e juros bancários. As depreciações da
infraestrutura, dos equipamentos e dos utensílios foram calculadas pelo método linear
(MATSUNAGA et al., 1976).

3.1.3.4.3. Índices de rentabilidade e análise de viabilidade

Abaixo estão destacados os principais índices:


A Taxa Interna de Retorno (TIR) representa a viabilidade do investimento, ou seja,
uma fonte de receita anual, depois de cobrir as despesas operacionais, sobre o custo do
investimento (SHANG, 1990; MARTIN et al., 1994).
Através do fluxo de caixa, os índices de rentabilidade foram calculados. O fluxo de
caixa é o resultado, ano a ano, da diferença entre a Receita Bruta (RB) e o Custo Operacional
Total (COT). O Período de Retorno de Capital (PRC) é o custo do investimento dividido pelo
saldo médio anual obtido no fluxo de caixa.
42

O Valor Presente Líquido (VPL) foi também estimado utilizando o fluxo de caixa,
descontando as taxas que representaram os custos de capital de importância para o investidor
a longo prazo (SHANG, 1990; MARTIN et al., 1994).
O Período de Recuperação de Capital (PRC) mede o tempo (anos) necessário para
recuperar o capital investido em uma determinada atividade.
O Período de Recuperação de Capital Econômico (PRCE): é o tempo (anos)
necessário para recuperar o capital investido em valores correntes, utilizando a taxa de
atratividade.
Também foi utilizado um indicador chamado ponto de nivelamento (PN), que
representa a produção mínima da macroalga K. alvarezii necessária para cobrir o custo,
dividindo-se o Custo Operacional Total pelo preço de venda por quilograma do produto de
acordo com MARTIN et al. (1998).
RB: Receita Bruta RB = Preço x Quantidade de alga;
RL: Receita Líquida RL = RB – Custo Operacional Total (COT);
RLF: Receita Liquida Financeira RLF = RB – Custo Operacional Efetivo
PN: Ponto de Nivelamento PN = COT/Preço;
Preço de Nivelamento Preço N = COT/ produção;
LO: Lucro operacional LO = RB-COT e
IL: Índice de lucratividade IL= LO/RB x 100

Como o acesso ao crédito neste tipo de produção é difícil ao produtor, foi


considerado um capital de giro de 85% do investimento total. Os indicadores foram
determinados para um horizonte de projeto de 10 anos. A taxa mínima de atratividade (TMA)
considerada foi de 10%. A viabilidade econômica seria alcançada quando a TIR superar a
TMA, que é superior aos juros que poderiam ser recebidos em aplicações financeiras (Taxa
Selic-Banco Central do Brasil) e as taxas disponíveis em empréstimos bancários subsidiados
pelo governo brasileiro visando este tipo de atividade. 3.1.3.4.3. Índices de rentabilidade e
análise de viabilidade.

3.1.3.4.4. Sistema de cultivo

Para o estudo econômico foi considerada a implantação de quatro balsas (3X50


metros) e uma balsa de trabalho de 5X4 metros, ocupando o total de 2000 m² (Figura 4). O
material utilizado para montagem das balsas foi descrito por GELLI e BARBIERI (2015). O
sistema de plantio foi de redes tubulares descrito por REIS et al. (2015) e adotada uma
produtividade de 3 kg m-1 (GELLI e BARBIERI, 2015). Para os cálculos, foi também
43

considerada a retirada 20% da produção total das macroalgas frescas para produção de novas
mudas. O tempo de cultivo das algas foi de 45 dias, totalizando 8 ciclos anuais e 280 dias de
trabalho, considerando a mão de obra familiar artesanal, composta por duas pessoas mais uma
para trabalho eventual.

Figura 4. Sistema de cultivo em balsa (3X50 m) e plantio em redes tubulares da macroalga


Kappaphycus alvarezii no município de Ubatuba - São Paulo, Brasil.

Foi considerada a própria cozinha como infraestrutura familiar de extração do


biofertilizante, desconsiderando assim, o investimento em local de processamento e
envasamento. O rendimento do extrato da macroalga K. alvarezii considerado foi de 0,7 litros
por quilo de alga fresca para as linhagens adaptadas no Brasil (GELLI e BARBIERI, 2015).

3.1.4. Resultados e discussão

3.1.4.1. Processamento do extrato puro da Kappaphycus alvarezii e composição química


do extrato

O rendimento médio obtido a partir do processamento da macroalga foi para a


fração líquida ou o extrato da alga fresca de 0,71 ± 0,0080 L.Kg-1 e para a fração sólida úmida
foi de 295 ± 0,0126 g.Kg-1. Os dados corroboraram com os trabalhos de GELLI e BARBIERI
(2015) que obtiveram um rendimento de 741ml do extrato.
44

Os resultados da composição química média do extrato realizadas obtidos neste estudo


estão apresentados na Tabela 8, assim como os resultados encontrados nos trabalhos de
LAYEK et al. (2015) e RATHORE et al. (2009). Também estão apresentadas as
concentrações mínimas exigidas (g L-1) dos macronutrientes secundários e dos
micronutrientes de acordo com a Instrução Normativa n° 25, de 28 de julho de 2009 para
classificação do fertilizante orgânico fluido foliar.

Tabela 8. Composição química média das amostras do extrato da macroalga Kappaphycus


alvarezii cultivada no litoral norte de São Paulo - Brasil e dos extratos encontrados nos
trabalhos de LAYEK et al. (2015) e RATHORE et al. (2009). Concentrações mínimas
exigidas (g L-1) dos macronutrientes secundários e dos micronutrientes de acordo com a
Instrução Normativa n° 25, de 28 de julho de 2009 para classificação do fertilizante orgânico
fluido foliar.

Presente (RATHORE et (LAYEK et Instrução


estudo* al., 2009) al., 2015) Normativa MAPA
N°25 28/07/2009
pH 5,97
-
Densidade g mL 0,95
1

Resíduo 110 g L-1 43,43


-1
Matéria Orgânica gL 6,89
-1
Resíduo mineral solúvel gL 36,53
-1
Carbono Total gL 3,83
Mineral Residual Total g L-1 36,57
Mineral Residual Insolúvel g L-1 0,036
Potássio (K2O) g L-1 20,17 19,70 33,65
-1
Nitrogênio Total gL 0,42 0,30
-1
Fósforo (P2O5) gL 0,090 0,0340 0,0175
-1
Enxofre (S) gL 0,35 0,60 3
-1
Cálcio (Ca) gL 0,25 0,46 0,32 3
-1
Magnésio (Mg) gL 0,2367 0,58 1,11 3
-1
Ferro (Fe) gL 0,0037 0,0106 0,0861 0,2
-1
Zinco (Zn) gL 0,0010 0,0006 0,0047 0,5
-1
Manganês (Mn) gL 0,0003 0,0025 0,0021 0,2
-1
Cobre (Cu) gL 0,0 0,0003 0,0006 0,5
*Resultados médios

A maior concentração dos macronutrientes encontrados neste trabalho foi a do


potássio (K) e foi menor para o micronutriente cobre (Cu), esses resultados corroboraram com
os trabalhos de LAYEK et al. (2015) e RATHORE et al. (2009). No entanto, de acordo com
45

resultados dos macronutrientes no trabalho de LAYEK et al., (2015), a concentração de


potássio foi 66,9% maior para potássio e nula para o cobre em comparação com o presente
trabalho. A concentração do potássio , de acordo com os trabalhos de MANTRI et al. (2017)
foi o principal fator que promoveu um novo caminho para o aumento da biomassa através da
produção de fertilizante líquido, gerando energia por meio da gaseificação dos grânulos e
novas inovações tecnológicas .
A concentração de nitrogênio foi 28,57% maior que a concentração encontrada por
RATHORE et al. (2009) e a do fósforo também foi encontrado em pequenas quantidades de
(0,09 g L-1), no entanto, foi três vezes maior que a quantidade encontrada nos extratos da
Índia.
Não há um padrão nas concentrações dos micronutrientes e dos macronutrientes do
extrato da macroalga K. alvarezii e esses resultados também foram observados nos trabalhos
de LAYEK et al. (2015) e RATHORE et al. (2009). SHANMUGAM e SETH (2018)
atribuíram a variação na concentração dos macros e micronutrientes à época de colheita das
macroalgas.
Diante dos resultados das concentrações apresentadas na tabela 8 e acordo com a
Instrução Normativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento n ° 25, de 28 de
julho de 2009 (BRASIL, 2009), o extrato da macroalga não poderia ser classificado como um
fertilizante orgânico foliar fluido, por não apresentar as concentrações de carbono em 8% e
também por não atender às exigências estabelecidas (%) no artigo sexto da referida instrução
de concentrações mínimas de macronutrientes secundários que foram Cálcio (0,3%),
Magnésio (0,3%) e Enxofre (0,3%) e nem dos micronutrientes: Ferro (0,02 %), Zinco
(0,05%), Manganês (0,02%) e Cobre (0,05%).
O extrato analisado poderia ser classificado como estimulante ou biofertilizante, de
acordo com a legislação de fertilizantes, Decreto nº 4.954, de 14 de janeiro de 2004 (BRASIL,
2004) que no artigo segundo inciso VI definiu: “Biofertilizante: produto que contém princípio
ativo ou agente orgânico, isento de substâncias agrotóxicas, capaz de atuar, direta ou
indiretamente, sobre o todo ou parte das plantas cultivadas, elevando a sua produtividade, sem
ter em conta o seu valor hormonal ou estimulante”, sendo necessário para seu registro junto
ao MAPA, estudos futuros para a identificação do seu princípio ativo ou agente orgânico.
De acordo com os trabalhos de PRASAD et al. (2010) e MONDAL et al. (2015), o
biofertilizante de K. alvarezii também apresentou concentrações de fitohormônios como a
46

giberelina, citocinina, zeatina e o ácido indol acético que estimularam o crescimento nas
culturas agrícolas, porém essas análises não foram realizadas no presente estudo.

3.1.4.2. Análise econômica dos empreendimentos da macroalga fresca (MF) e alga


processada (extrato bruto)

Os itens do investimento para o cultivo da macroalga K. alvarezii em sistema de


produção em MMF podem ser observados na Tabela 9. O investimento inicial para o estudo
econômico realizado para as macroalgas frescas (MF) e para os extratos (E1, E2 e E3) foram
de R$ 53.953,33 e de R$ 56.284,33, respectivamente. O item que mais onerou nos dois
empreendimentos foi a balsa de manejo com 26,75 e 25,64% de participação,
respectivamente. Esse valor poderia ser reduzido incentivando o cooperativismo entre os
produtores para utilização da mesma, assim como na melhoria do poder de compra e
utilização de materiais alternativos.

Tabela 9. Itens de investimento para implantação de cultivo para produção da macroalga


fresca (MF) e do extrato (E) no Litoral norte de São Paulo, janeiro de 2019.

Horizonte Projeto
Cenários
(10 anos)
INVESTIMENTO Quantidade Vida útil (anos) Valor Unitário MF E1, E2 e E3
Elaboração do projeto 0,05 10 1.448,76 1.388,76 1.448,76
Licenciamento ambiental 1 10 0,00 0,00 0,00
Barco de alumínio 4 m 1 10 4.000,00 4.000,00 4.000,00
Motor de popa - 5 HP 1 10 3.900,00 3.900,00 3.900,00
Balsa de manejo 1 10 7.800,00 7.800,00 7.800,00
Balsa de produção 4 5 1.400,00 5.600,00 5.600,00
Mesa de trabalho 1 5 300,00 300,00 300,00
Boias de sinalização 4 5 158,80 635,20 635,20
Ancoras de 70 kg 12 20 270,00 3.240,00 3.240,00
Balança eletrônica 30Kg 1 5 800,00 800,00 800,00
Lavadora de alta pressão 1 5 1.500,00 1.500,00 1.500,00
Liquidificador industrial 2 5 600,00 0 1.200,00
Valor Parcial (R$) 29.163,96 30.423,96
Capital de Giro (R$) 0,85 24.789,37 25.860,37
TOTAL (R$) 53.953,33 56.284,33
Fonte: Dados do estudo
47

Todas as despesas operacionais da produção da alga fresca e do extrato foram


calculadas e estão descriminadas na Tabela 10. No item insumos foram considerados: 720 kg
de mudas, 10.560 m de rede tubular malha 4 mm, 120 redes de proteção unidades de 3 por 5
m, 20 caixas plásticas, 12 caixas de luvas de procedimento cirúrgicas, 20 bandejas 60 por 40
cm, 5 filtros de pano poliéster, 6 conjuntos de EPI, 10 facas de 20cm, 1.600 litros de
combustível, 3 rolos de cabos polipropileno 4 mm, 80 L de óleo 2 tempos e 3.226 frascos
plásticos.

Tabela 10. Itens de despesa operacional para a produção de macroalga fresca (MF) e do
extrato da macroalga Kappaphycus alvarezii (E), cultivada no litoral norte de São Paulo
incluindo a mão de obra.

Cenários MF E1 E2 E3
Insumos 19.368,01 31.626,79 31.626,79 31.626,79
Transporte - 2.400,00 2.400,00 2.400,00
Energia elétrica e água 4.799,99 10.800,00 10.800,00 10.800,00
Pessoal (80% encargos) 32.400,00 32.400,00 32.400,00 32.400,00
Pessoal maricultor 21.600,00 21.600,00 21.600,00 21.600,00
Pessoal- apoio manutenção 4.799,99 4.799,99 4.799,99 4.799,99
Taxa da Associação 120,01 120,01 120,01 120,01
Taxa Seguridade Social 476,92 5.972,18 7.678,54 15.357,07
TOTAL R$ 85.054,92 109.719,97 111.425,33 119.103,86
Fonte: Dados do estudo

A mão de obra, mesmo que familiar foi o item que mais onerou o custo de operação
nos cenários propostos (MF, E1, E2 e E3) em 63,48, 49,22, 48,37 e 45,34%, respectivamente.
Esses valores se diferenciaram de acordo com a contribuição da taxa de seguridade social que
é de 2,3 % da receita bruta.
A aquisição dos propágulos (mudas) para o primeiro ciclo de produção foi considerada
como custo operacional, mesmo que seu custo de R$ 72,00 tenha sido insignificante em
virtude das restrições da legislação brasileira ( Instrução Normativa N°185, de 22 de julho de
2005) que determinam que conste a procedência das mudas (BRASIL, 2008).
Os resultados de custos e os índices de rentabilidade para o monocultivo proposto para
alga fresca nos MMF podem ser observados na Tabela 11. A produção das macroalgas frescas
para extração de carragenana foi inviável economicamente para áreas de módulo mínimo
familiar. Mesmo com um total de custo operacional COT de R$ 10.981,90, os resultados dos
índices como receita líquida foram negativos assim como os índices de rentabilidade como o
48

lucro e o índice de lucratividade O ponto de nivelamento do preço de mercado de R$ 0,45,


para a rentabilidade atingir zero foi calculada em 24.404,23 Kg. Essa produção superou em
mais de 845 % a capacidade de produção de macroalga frescas dos MMF por ciclo.
VALDERRAMA et al. (2015) compararam a atividade de cultivo da macroalga K.
alvarezii em seis países (Índia, Ilhas Salomão, México, Tanzânia, Filipinas e Indonésia) e
concluíram que para uma produção de macroalgas realizada por pequenos produtores, seriam
necessários pelo menos 2.000 m de linhas de culturas, assumindo um preço de venda de R$
0,80 kg-1 e custos de produção de cerca de R$ 0,25 kg-1 para assegurar os retornos
econômicos O presente estudo identificou que para a macroalga fresca (MF) foi possível
produzir por ciclo, 1.200 m de linhas produtivas a um preço de R$ 0,45 kg-1 e com um custo
de produção de R$ 1,40 kg-1, o que conferiu inviabilidade.
Estudos econômicos, relacionados ao potencial de produção da macroalga K. alvarezii
no Estado de Santa Catarina, Brasil, compararam essa atividade de monocultivo com os
cultivos de ostras e mexilhões já estabelecidos no referido estado. Os resultados das
estimativas dos índices econômicos se apresentaram viáveis para as três categorias:
monocultivo, cultivo integrado com ostras e cultivo integrado com mexilhões. Os resultados
da categoria monocultivo de algas para áreas de um hectare (ha) foram positivos em se
tratando de macroalga seca como uma TIR de 30,67% e uma taxa de retorno de 3,8 anos
(SANTOS, 2014; SANTOS et al., 2018).
Entretanto, para a produção do extrato, os índices de rentabilidade demostraram que
foi economicamente rentável no preço de R$ 9,00 (E2) com um lucro de R$ 3.838,82 por
ciclo. De acordo com as análises de sensibilidade, para os cálculos da quantidade de
nivelamento necessária para cobrir os custos operacionais totais foram de 1.589,46 Kg, o que
representou aproximadamente 78,8 % da capacidade de produção nos MMF.
49

Tabela 11. Índices econômicos dos diferentes empreendimentos para comercialização da


macroalga Kappaphycus alvarezii fresca (MF) e do seu extrato (E1, E2, E3), cultivada no
Litoral norte de São Paulo (Janeiro,2019).
Cenários MF E1 E2 E3
R$ciclo-1 R$ciclo -1
R$ciclo -1
R$ciclo-1
Itens
Insumos 3.198,26 5.594,35 5.594,35 5.594,35
Mão de obra - diárias para a manutenção 600,00 600,00 600,00 600,00
Taxas (seguridade social) 74,62 761,52 974,83 1.934,63
Custo operacional efetivo 3.872,87 6.955,87 7.169,17 8.128,97
Outros custos 0,00 0,00 0,00 0,00
Depreciação 359,02 386,00 386,00 386,00
Mão de obra familiar 6.750,00 6.750,00 6.750,00 6.750,00
SUB-TOTAL 7.109,02 7.136,02 7.136,02 7.136,02
Custo Operacional Total (COT) 10.981,88 14.091,89 14.305,18 15.265,00
Produção 2.880 2.016 2.016 2.016
COT médio (R$.L-1) 3,81 6,99 7,10 7,57
Preço de venda (R$.L-1) 0,45 7,00 9,00 18,00
Receita bruta (R$.ciclo-1) 1.296,00 14.112,00 18.144,00 36.288,00
Receita liquida (R$.ciclo-1) -9.685,88 20,11 3.838,82 21.023,00
Receita Líquida Financeira (R$) -322,11 894,52 1.371,85 3.519,88
Ponto de nivelamento (Kg* ou L) 24.404,18* 2.013,13 1.589,46 848,06
Preço de Nivelamento (R$. Kg-1)) 3,81 6,99 7,10 7,57
Lucro (R$) -9.685,88 20,11 3.838,82 21.023,00
Lucro operacional (R$) -11.049,36 -1.842,11 1.941,53 18.971,44
Margem de lucro (%) -747,37 0,14 21,06 57,93
Índice de lucratividade (%) -852,66 -13,05 10,70 52,28
Ciclo de 45 dias
Fonte: Dados do estudo
Os resultados dos indicadores econômicos nos cenários propostos estão
apresentados na Tabela 12. O interessado na atividade poderia investir na algicultura de
acordo com o cenário (E2) porém essas análises precisariam ser observadas com precaução,
uma vez que a atividade depende diretamente das condições oceanográficas e climáticas.
Outro ponto observado neste trabalho foi que a produção do extrato artesanal
estaria ligada à demanda do produto pelo setor agrícola. De acordo com a pesquisa de preços
foi observado que atualmente esse extrato foi elaborado e comercializado nacionalmente por
apenas uma indústria localizada no estado do Rio de Janeiro ao preço de venda por litro de R$
18,00 e correspondeu ao estudo (E3) da análise de sensibilidade deste estudo. De acordo com
os resultados para a produção artesanal a margem de lucro ficaria em torno de 57,93%,
entretanto, um estabelecimento industrial compõe outros investimentos e custos. Assim,
50

novos estudos deveriam ser estimulados para incentivo à comercialização do extrato em


parceria com a indústria ou como uma cooperativa de produtores como forma de incentivo ao
escoamento da produção para o incentivo a implantação da algicultura no estado de São
Paulo.

Tabela 12. Indicadores da viabilidade econômica do cultivo da macroalga Kappaphycus


alvarezii em módulos de baixo impacto para macroalga fresca (MF) e para a produção do seu
extrato (E), cultivada no litoral norte de São Paulo.

Cenários AF E1 E2 E3
PRC (anos) (0,76) 25,68 2,74 0,75
PRC*(anos) (1,74) 35,78 3,23 0,40
VPL (US$) - 158.990,45 - 18.887,74 35.300,13 284.809,09
TIR (%) s.r. -16,55 38,99 215,98
Fonte: Dados do estudo

No presente trabalho, os indicadores de rentabilidade para os empreendimentos de


produção do extrato de K. alvarezii demonstraram que nas condições estabelecidas e baseados
na mão de obra familiar, foram positivos apenas nos empreendimentos E2 e E3.
No Brasil, os trabalhos publicados envolvendo a economia do extrato da macroalga K.
alvarezii são escassos, o que dificultou uma discussão mais aprimorada. Na Índia, MANTRI
et al. (2017) afirmaram que as inovações científicas relacionadas com a implementação bem-
sucedida da cultura comercial de K. alvarezii poderiam beneficiar as populações rurais
costeiras que carecem de oportunidades econômicas alternativas. E relataram ainda que esse
país emergiu rapidamente como um importante centro de produção e comercialização de
produtos de valores agregados de K. alvarezii no Sudeste Asiático, com geração de trabalho e
um volume de negócios anual de cerca de US$ 27,57 milhões.
Outros estados do Brasil não apresentaram a restrição na legislação ambiental no
tamanho de área a ser ocupada em 2 hectares de lâmina d’água como em São Paulo e podem
expandir sua produção. No entanto, a legislação ambiental brasileira limita a produção da
macroalga exótica K. alvarezii ao cultivo apenas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.
Uma possível alternativa de produção economicamente viável a ser estudada para as
macroalgas seria implantar os cultivos multitróficos integrados.
51

3.1.5. Conclusões
De acordo com as concentrações dos macronutrientes secundários e micronutrientes
analisados, o extrato da macroalga K. alvarezii cultivada no litoral norte de São Paulo não
pode ser considerado um fertilizante orgânico fluido foliar por não apresentar as
concentrações mínimos estabelecidas pela legislação brasileira (Instrução Normativa n°25, de
28 de julho de 2009) podendo ser considerado um biofertilizante.
Os resultados dos estudos econômicos mostraram que a produção do extrato artesanal
foi economicamente viável para o cenário da análise de sensibilidade com preço de venda a
partir de R$ 9,00. O cultivo da macroalga K. alvarezii pode ser uma alternativa sustentável de
acordo com sua forma de processamento. Os módulos mínimos familiares (MMF) são
inviáveis economicamente para a produção e comercialização de macroalgas frescas no preço
de venda de R$ 0,45.
Novos estudos devem ser estimulados no Brasil com a aplicação do extrato como
bioestimulante agrícola para incentivo da cadeia produtiva e para identificação dos agentes e
princípios ativos do biofertilizante para registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
Novos estudos econômicos em áreas maiores e em sistemas de cultivos integrados
multitróficos na região devem ser realizados.
A atividade da algicultura no litoral norte de São Paulo pode ser incentivada para a
produção de extrato de forma artesanal e para isso serão necessários projetos em Políticas
Públicas para o seu desenvolvimento de forma ordenada e responsável.
52

3.1.6. Referências

BABU, S.; RENGASAMY, R. Effect of Kappaphycus alvarezii SLF treatment on Seed


germination, Growth and Development of seedling in some Crop plants. Indus. Res, v. 1, n. 4,
p. 186–195, 2012. Disponível em: <http://www.jairjp.com/SEPTEMBER 2012/10
BABU.pdf>.

Brasil, 1980. Lei No 6.894, de 16 de dezembro de 1980. Dispõe sobre a inspeção e a


fiscalização da produção e do comércio de fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes
ou biofertilizantes, remineralizadores e substratos para plantas, destinados à agricultura,
[WWW Document]. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

BRASIL, 2008. Instrução Normativa IBAMA N° 185, de 22 de julho de 2008. Permitir o


cultivo de Kappaphycus alvarezii no litoral dos estados do rio de janeiro e são paulo,
exclusivamente, na área compreendida entre a baía de sepetiba (rj) e a ilha bela
(sp),delimitada em terra pela linha de costa, e em mar]. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Instrucao_normativa/2008/in_iba
ma_185_2008_permitircultivokappaphycus_alvarezii_rs_sc_revoga_in_ibama_165_2007.pdf
>.

BRASIL, 2009. Instrução Normativa SDA/MAPA 25/ de 28 de julho de 2009 2–5. Estabelece
as normas sobre as especificações e as garantias, as tolerâncias, o registro, a embalagem e a
rotulagem dos fertilizantes orgânicos simples, mistos, compostos, organominerais e
biofertilizantes destinados à agricultura. Disponível em:
http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=recuperarTextoA
toTematicaPortal&codigoTematica=1229186.

BRASIL, 2017. Decreto no 62.913, de 08 de novembro de 2017. Dispõe sobre o Zoneamento


Ecológico-Econômico do Setor do Litoral Norte, e dá providências correlatas. Disponível
em:<http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/cpla/2011/05/decreto_estadual_62913_2017_zee_ln.p
df>.

BRASIL, 2019. Ministerio de Desenvolvimento,Industria e Comèrcio do Brasil - Comex Stat


- Exportação e Importação Geral [WWW Document]. URL
http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral (accessed 1.1.19).

BULBOA, C. R.; DE PAULA, E. J. Introduction of non-native species of Kappaphycus


(Rhodophyta, Gigartinales) in subtropical waters: Comparative analysis of growth rates of
Kappaphycus alvarezii and Kappaphycus striatum in vitro and in the sea in south-eastern
Brazil. Phycological Research, v. 53, n. 3, p. 183–188, 1 set. 2005. Disponível em:
<http://doi.wiley.com/10.1111/j.1440-183.2005.00385.x>.

COSTA,M. A. et al. Kappaphycus alvarezii extract used for the seed treatment of soybean
culture. African Journal of Agricultural Research, v. 12, n. 12, p. 1054–1058, 23 mar.
2017. Disponível em: <http://www.academicjournals.org/journal/AJAR/article-full-
text/D8C8D2F63306>. Acesso em: 12 jul. 2017.
53

CRAIGIE, J. S. Seaweed extract stimuli in plant science and agriculture. Journal of Applied
Phycology, v. 23, n. 3, p. 371–393, 29 jun. 2011. Disponível em:
<https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10811-010-9560-4.pdf>.

ESWARAN, K. et al. Integrated method for production of carrageenan and liquid fertilizer
from fresh seaweeds. U.S. Patent No 6,893,479, v. XXIV, n. 12, 19 ago. 2005. Disponível
em: <https://www.google.com/patents/US6893479>. Acesso em: 4 out. 2017.

FAO. FIGIS - Fisheries Statistics - Aquaculture - Global Aquaculture Production 1950-2016.


Disponível em: <http://www.fao.org/fishery/statistics/global-aquaculture-
production/query/en>. Acesso em: 4 jan. 2019.

FONSECA, B. C. et al. Use of Algae Biomass Obtained by Single-Step Mild Acid Hydrolysis
in Hydrogen Production by the β-Glucosidase-Producing Clostridium beijerinckii Br21.
Waste and Biomass Valorization, p. 1–10, 25 ago. 2018. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s12649-018-0430-7>.

GELLI, V. C. [UNESP]. Avaliação dos impactos econômicos do potencial de


desenvolvimento da mitilicultura no município de Ubatuba-SP. 2007. Universidade Estadual
Paulista (UNESP), 2007. Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/86723>.

GELLI, V. C.; BARBIERI, E. Cultivo e aproveitamento da macroalga Kappaphycus alvarezii


para pequenos maricultores. In: EDITORES, P. e J. (Ed.). Aquicultura no Brasil: Novas
Perspectivas. 641–658.

GHOSH, A.; VIJAY ANAND, K. G.; SETH, A. Life cycle impact assessment of seaweed
based biostimulant production from onshore cultivated Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty ex
Silva—Is it environmentally sustainable? Algal Research, v. 12, p. 513–521, 1 nov. 2015.
Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2211926415300898>.

HAYASHI, L. et al. Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Areschougiaceae) cultivated in


subtropical waters in Southern Brazil. Journal of Applied Phycology, v. 23, n. 3, p. 337–343,
22 jun. 2011. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-010-9543-5>.

HAYASHI, L. et al. Cultivation of red seaweeds: a Latin American perspective. Journal of


Applied Phycology, v. 26, n. 2, p. 719–727, 2014. Disponível em:
<http://search.proquest.com/openview/51f8b5eae7a03c9dd3dc637cbed3ff95/1?pq-
origsite=gscholarecbl=2034534>.

HAYASHI, L.; REIS, R. P. Cultivation of the red algae Kappaphycus alvarezii in Brazil and
its pharmacological potential. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 22, n. 4, p. 748–752,
ago. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttextepid=S0102-
695X2012000400007elng=enenrm=isoetlng=en>.

KARTHIKEYAN, K.; SHANMUGAM, M. The effect of potassium-rich biostimulant from


seaweed Kappaphycus alvarezii on yield and quality of cane and cane juice of sugarcane var.
Co 86032 under plantation and ratoon crops. Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 6, p.
3245–3252, 15 dez. 2017. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-017-
1211-6>.
54

KOSALARAMAN KARTHIKEYAN; MUNISAMY SHANMUGAM. Enhanced Yield and


Quality in Some Banana Varieties Applied with Commercially Manufactured Biostimulant
Aquasap from Sea Plant Kappaphycus alvarezii. Journal of Agricultural Science and
Technology B, v. 4, n. 8, p. 621–631, 28 ago. 2014. Disponível em:
<http://www.davidpublisher.org/index.php/Home/Article/index?id=714.html>.

LAYEK, J. et al. Seaweed sap: a sustainable way to improve productivity of maize in North-
East India. International Journal of Environmental Studies, v. 72, n. 2, p. 305–315, 4 mar.
2015. Disponível em:
<http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00207233.2015.1010855>.

MANTRI, V. A. et al. An appraisal on commercial farming of Kappaphycus alvarezii in


India: success in diversification of livelihood and prospects. Journal of Applied Phycology, v.
29, n. 1, p. 335–357, 20 fev. 2017. Disponível em:
<https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10811-016-0948-7.pdf>.

MARTIN, N. B. et al. Custos: Sistema de custos de produção agrícola. Informações


Econômicas, v. 24, n. 29, p. 97–122, 1994.

MARTIN, N. B. et al. Sistema integrado de custos agropecuários - CUSTAGRI. Informações


Econômicas v. 28, n.1, p. 1–22, 1998. Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/ie/1998/tec1-0198.pdf>.

MATSUNAGA, M.; BERNELMANS, P.F.; TOLEDO, P.E.N. de; DULLEY, R.D.;


OKAWA, H.; PEDROSO, I.A. Metodologia de custos de produção utilizada pelo IEA.
Boletim Técnico do Instituto de Economia Agrícola, 23(1): 123-139. 1976.

MASARIN, F. et al. Chemical analysis and biorefinery of red algae Kappaphycus alvarezii
for efficient production of glucose from residue of carrageenan extraction process.
Biotechnology for Biofuels, v. 9, n. 1, p. 122, 10 dez. 2016. Disponível em:
<http://biotechnologyforbiofuels.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13068-016-0535-9>.

MATHEUS, A. da C. et al. Kappaphycus alvarezii extract used for the seed treatment of
soybean culture. African Journal of Agricultural Research, v. 12, n. 12, p. 1054–1058, 23 mar.
2017. Disponível em: <http://www.academicjournals.org/journal/AJAR/article-full-
text/D8C8D2F63306>.

MONDAL, D. et al. Elimination of gibberellin from Kappaphycus alvarezii seaweed sap


foliar spray enhances corn stover production without compromising the grain yield advantage.
Plant Growth Regulation, v. 75, n. 3, p. 657–666, 19 abr. 2015. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10725-014-9967-z>.

PAULA, E. J. et al. Introdução de espécies exóticas de Eucheuma e Kappaphycus


(Gigartinales, Rhodophyta) para fins de maricultura no litoral brasileiro: abordagem teórica e
experimental. IV Congresso Latino Americano de Ficologia, II Reunião Ibero-Americana de
Ficologia e VII Reuniao Brasileira de Ficologia, p. 341–353, 1998. Disponível em:
<https://ci.nii.ac.jp/naid/10010848288>. Acesso em: 20 ago. 2018

PAULA, E. J. de; ERBERT, C.; PEREIRA, R. T. L. Growth rate of the carrageenophyte


Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) in vitro. Phycological Research, v. 49, n.
55

3, p. 155–161, 20 set. 2001. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1046/j.1440-


1835.2001.00235.x>. A

PAULA, É. J. de; PEREIRA, R. T. L. Factors affecting growth rates of Kappaphycus


alvarezii (Doty) Doty ex P. Silva (Rhodophyta, Solieriaceae) in subtropical waters of Sâo
Paulo State, Brazil. Seventeenth International Seaweed Symposium. Proceedings of the
XVIIth International Seaweed Symposium, Cape Town, South Africa. 28 January- 2 February
2001, p. 381–388, 2003. Disponível em:
<https://www.cabdirect.org/cabdirect/abstract/20033183350>. A

PAULA, E. J. Marinomia da alga exótica, Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta), para


produção de carragenanas no Brasil. Panorama da Aquicultura, v. s.n., p. 39, 2001. Disponível
em: <http://www.panoramadaaquicultura.com.br/paginas/Revistas/48/ALGAS.asp.

PAULA, E. J.; PEREIRA, R. T. L.; OHNO, M. Strain selection in Kappaphycus alvarezii var.
alvarezii (Solieriaceae, Rhodophyta) using tetraspore progeny. Journal of Applied Phycology,
v. 11, n. 1, p. 111–121, 1999. Disponível em:
<https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2F978-94-011-4449-0_77.pdf>.

PICKERING, T. Advances in Seaweed Aquaculture Among Pacific Island Countries. Journal


of Applied Phycology, v. 18, n. 3–5, p. 227–234, 27 nov. 2006. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/978-1-4020-5670-3_1>. Acesso em: 7 jul. 2017.

QADRI, S. S. N. et al. Production performance, immune response and carcass traits of broiler
chickens fed diet incorporated with Kappaphycus alvarezii. Journal of Applied Phycology, v.
31, n. 1, p. 753–760, 5 fev. 2019. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-
018-1498-y>.

RAJASULOCHANA, P.; KRISHNAMOORTHY, P.; DHAMOTHARAN, R. Potential


Application of Kappaphycus alvarezii in Agricultural and Pharmaceutical Industry. Journal of
Chemical and Pharmaceutical Research, v. 4, n. 1, p. 33–37, 2012.

RAMAN, M.; DOBLE, M. κ-Carrageenan from marine red algae, Kappaphycus alvarezii – A
functional food to prevent colon carcinogenesis. Journal of Functional Foods, v. 15, p. 354–
364, maio 2015. Disponível em:
<https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1756464615001541>.

RATHORE, S. S. et al. Effect of seaweed extract on the growth, yield and nutrient uptake of
soybean (Glycine max) under rainfed conditions. South African Journal of Botany, v. 75, n. 2,
p. 351–355, abr. 2009. Disponível em:
<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0254629908003153>.

REIS, R. P.; DAS CHAGAS PEREIRA, R. R.; DE GÓES, H. G. The efficiency of tubular
netting method of cultivation for Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) on the
southeastern Brazilian coast. Journal of Applied Phycology, v. 27, n. 1, p. 421–426, 10 fev.
2015. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-014-0330-6>.

ROLDÁN, I. U. M. et al. Chemical, structural, and ultrastructural analysis of waste from the
carrageenan and sugar-bioethanol processes for future bioenergy generation. Biomass and
56

Bioenergy, v. 107, p. 233–243, dez. 2017. Disponível em:


<www.elsevier.com/locate/biombioe>.

SANTOS, A. A. dos et al. Socioeconomic analysis of the seaweed Kappaphycus alvarezii and
mollusks (Crassostrea gigas and Perna perna) farming in Santa Catarina State, Southern
Brazil. v. 2018, n. 3. Disponível em:
<www.custoseagronegocioonline.com.br443www.custoseagronegocioonline.com.br>. Acesso
em: 05 jan. 2019.

SANTOS, A. A. Dos. Potencial de cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii no litoral de


Santa Catarina. 2014. Universidade Federal de Santa Catarina, 2014. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/132944>.

SCHULTE, E.; PETERS, J.; HODGSON, P. Wisconsin procedures for soil testing, plant
analysis and feed and forage analysis. Soil fertility series, p. 9, 1987. Disponível em:
http://scholar.google.com/scholar?hl=en&btnG=Search&q=intitle:Wisconsin+Procedures+for
+Soil+Testing,+Plant+Analysis,+and+Feed+and+Forage+Analysis#0.

SHAH, M. T. et al. Seaweed Sap As an Alternative Liquid Fertilizer for Yield and Quality
Improvement of Wheat. Journal of Plant Nutrition, v. 36, n. 2, p. 192–200, 28 jan. 2013.
Disponível em: <http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/01904167.2012.737886>.

SHANG, Y.-C. Aquaculture economic analysis : an introduction / by Yung C. Shang. -


Version details - Trove. [s.l.] Baton Rouge, LA : World Aquaculture Society, c1990., 1990.

SHANMUGAM, M.; SETH, A. Recovery ratio and quality of an agricultural bio-stimulant


and semi-refined carrageenan co-produced from the fresh biomass of Kappaphycus alvarezii
with respect to seasonality. Algal Research, v. 32, p. 362–371, 1 jun. 2018. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2211926417310810>.

SURESH KUMAR, K.; GANESAN, K.; SUBBA RAO, P. V. Seasonal variation in


nutritional composition of Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty—an edible seaweed. Journal
of Food Science and Technology, v. 52, n. 5, p. 2751–2760, 26 maio 2015. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s13197-014-1372-0>.

TRIVEDI, K. et al. Crop stage selection is vital to elicit optimal response of maize to seaweed
bio-stimulant application. Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 4, p. 2135–2144, 25 ago.
2017. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-017-1118-2>.

TRIVEDI, K. et al. Drought alleviatory potential of Kappaphycus seaweed extract and the
role of the quaternary ammonium compounds as its constituents towards imparting drought
tolerance in Zea mays L. Journal of Applied Phycology, v. 30, n. 3, p. 2001–2015, 28 jun.
2018. Disponível em: <https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10811-017-1375-
0.pdf>.
8.
VALDERRAMA, D. et al. The Economics of Kappaphycus Seaweed Cultivation in
Developing Countries: A Comparative Analysis of Farming Systems. Aquaculture Economics
e Management, v. 19, n. 2, p. 251–277, 2015. Disponível em:
<http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/13657305.2015.1024348>.
57

ZODAPE, S. S. T. T. et al. Effect of Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty ex silva. extract on


grain quality, yield and some yield components of wheat (Triticum aestivum L.)International
Journal of Plant Production. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<http://ijpp.gau.ac.ir/?_action=articleInfoearticle=646>.

ZODAPE, S. T. et al. Effect of liquid seaweed fertilizer on yield and quality of okra
(Abelmoschus esculentus L.). Journal of Scientific e Industrial Research, v. 67, n. December,
p. 1115–1117, 2008. Disponível em: <http://nopr.niscair.res.in/handle/123456789/2538>.

ZODAPE, S. T. et al. Enhanced yield and nutritional quality in green gram (Phaseolus
radiata L) treated with seaweed (Kappaphycus alvarezii) extract. Journal of Scientific and
Industrial Research, v. 69, n. 6, p. 468–471, 2010. Disponível em:
<http://nopr.niscair.res.in/handle/123456789/9687>. A

ZODAPE, S. T. et al. Foliar application of seaweed sap as biostimulant for enhancement of


yield and quality of tomato (Lycopersicon esculentum Mill.). Journal of Scientific and
Industrial Research, v. 70, n. 3, p. 215–219, 2011.

ZUNIGA-JARA, S.; MARIN-RIFFO, M. Bioeconomic analysis of small-scale cultures of


Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty in India. Journal of Applied Phycology, v. 28, n. 2, p.
1133–1143, 15 abr. 2016. Disponível em: <http://link.springer.com/article/10.1007/s10811-
015-0616-3>.
58

3.2. Desenvolvimento ordenado e potencial da produção da macroalga Kappaphycus


alvarezii no litoral de Estado de São Paulo
Valéria Cress Gelli¹, Jansle Vieira Rocha¹, Marcus Polette³, Gleyce Kely Dantas de Araujo
Figueiredo¹; Agmon Rocha¹, Hélcio Luís de Almeida Marques²

3.2.1. Resumo

O cultivo de macroalgas tem importante potencial ambiental, social e econômico no litoral


norte do estado de São Paulo, deve ser implantada de forma ordenada e especialmente potencializar
novas formas de subsistência para a população costeira, bem como para a economia da região. Este
trabalho teve por objetivo selecionar as áreas aptas para a implantação da algicultura e estimar as
potencialidades ambiental, social e econômica utilizando as ferramentas da geotecnologia. A
temperatura da água do mar é um fator de grande importância e influencia diretamente o crescimento
da macroalga. Foi realizado o estudo da série temporal da temperatura de superfície do mar (TSM) de
05 locais ao longo do litoral norte de São Paulo no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2017
associado à faixa ótima de temperatura de crescimento da macroalga K. alvarezii (20 a 30 °C), com as
imagens recuperadas do sensor MODIS/Terra de 1 Km de resolução. Em um dos pontos selecionados
foram obtidas as taxas de crescimento médias da macroalga K. alvarezii mensais nos períodos de maio
de 2013 a julho de 2014 e bimensais no período de setembro de 2017 a outubro de 2018
correlacionadas aos fatores ambientais (T°C do MODIS, T°C in situ e salinidade). As áreas
selecionadas foram classificadas como “áreas mais aptas” e “áreas legais” e foram estimados os
potenciais: ambiental (captura de CO2), social (geração de empregos diretos) e econômico (receita
líquida). Para a seleção das áreas aptas foi utilizado o método AHP (Analytic Hierarchy Process)
considerando os critérios técnicos, ambientais, socioeconômicos e legais. Para a seleção das áreas
legais foi considerada a restrição da legislação ambiental brasileira. Os resultados do estudo da série
temporal de TSM indicaram aptidão das áreas estudadas para a implantação do cultivo de algas. Os
dados TSM (in situ e MODIS) apresentaram para o estudo mensal da taxa de crescimento das
macroalgas um coeficiente de determinação (R²) de 0,7659 e 0,6321 e para o estudo bimestral um R²
de 0,7009 e 0,8066, respectivamente. Para os dados de salinidade, as correlações com a taxas de
crescimento foram baixas (0,11 e - 0,06). A dimensão das áreas para a implantação do cultivo de algas
marinhas e classificadas como a "mais aptas" foi de aproximadamente 2.299,26 hectares e para as
"áreas legais" foi de 1.299,59 hectares. Os resultados indicaram que os cultivos das algas poderiam ser
implantados de forma ordenada no litoral norte de São Paulo, com um potencial estimado de captura
de CO2 de 15.739,33 toneladas por ano, gerando emprego em torno de 7.797 empregos e uma receita
anual de R$ 64,32 milhões. O presente trabalho contribuiu assim, em diagnosticar de forma pioneira o
potencial da produção da macroalga K. alvarezii no litoral de Estado de São Paulo, bem como
considerar a propor novas formas de desenvolvimento sustentável e incentivar a implantação da
atividade de forma planejada para as comunidades costeiras que ainda possuem sua base econômica no
turismo de sol e praia.

Palavras-chaves: Políticas Públicas; Maricultura; Planejamento Espacial


59

3.2.2. Introdução

A algicultura marinha tem grande capacidade de produção de biomassa em curto


espaço de tempo e sem a introdução de qualquer nutriente (WOOD et al., 2017). Ainda, o
cultivo de algas absorve os nutrientes e metais pesados em locais poluídos, serve de abrigo a
outros organismos marinhos, tem capacidade de redução das ações das ondas nas zonas
costeiras, possibilita a geração de oportunidade de emprego e de negócio para as comunidades
costeiras (CASTELAR et. al, 2009), além da capacidade de assimilação de dióxido de
carbono CO2 (SONDAK et al., 2017). Por meio da algicultura marinha é possível extrair
hidrocolóides (PAULA et al., 2002; HAYASHI et al., 2007), bioativos (HAYASHI e REIS,
2012), fertilizantes Agrícolas (ZODAPE et al., 2008; RATHORE et al., 2009; ZODAPE et al.
2012; SINGH et al., 2016; KARTHIKEYAN e SHANMUGAM, 2017; TRIVEDI et al., 2017;
PATEL; et al., 2018) e bicombustíveis (KHAMBHATY et al., 2012; MASARIN et al, 2016;
ROLDÁN et al., 2017), além disso, as algas também podem ser consumidas na alimentação
humana ou animal (WANYONYI et al., 2017).
Dados estatísticos da Food and Agriculture Organization of the United Nations-
FAO (2019) reportam que a algicultura ou cultivo de macroalgas é uma atividade que cresceu
27% nos últimos cinco anos. Em 2017 foram cultivadas cerca de 31,7 milhões de toneladas o
que representou uma cifra de US$ 11,7 bilhões, entretanto mesmo com o aumento de
produção o preço médio por quilo de alga desvalorizou em aproximadamente 9,8% neste
mesmo período
Dentre as espécies de macroalga vermelha, a Kappaphycus alvarezii produz o
hidrocolóide kappa-carragenana, a mesma é cultivada em 11 países, sendo que as Filipinas
responderam por 85,2% da produção total (FAO, 2019). Seu cultivo é simples e não exige
infraestrutura complexa para sua implantação. Dados da FAO (2019) estimaram que a
produção atual esteja em torno de 1,55 milhões de toneladas e essa produção representou para
o ano de 2017, uma cifra de US$ 171 milhões.

No Brasil, o cultivo desta macroalga ainda é insignificante apesar da macroalga K.


alvarezii ter sido introduzida em 1995 no Estado de São Paulo para pesquisa (PAULA e
PEREIRA, 2003), foi somente no ano de 1998 que surgiram os primeiros cultivos comerciais
no Estado do Rio de Janeiro (CASTELAR al., 2009). Por apresentar uma ótima adaptação aos
sistemas cultivos e alta taxa de crescimento, 4 a 8% ao dia (PAULA et al., 2002) a macroalga
foi também introduzida para fins experimentais em Santa Catarina em 2008 (HAYASHI et al.,
2011) e no Estado da Paraíba (ARAÚJO et al., 2014). De acordo com os dados da FAO
60

(2019) a produção nacional está concentrada toda no sul do estado do Rio de Janeiro e foi
estimada em 700 toneladas ao ano e um ganho de US $30 mil, em 2016.
A produção deveria estar superestimada pelo desinteresse e abandono dos produtores
dos cultivos comerciais nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, em consequência das
restrições da legislação ambiental, dos preços baixos praticados pelas indústrias, além de falta
condições de apoio da infraestrutura e técnicas de manejo (GELLI e BARBIERI, 2015).
Adicionalmente, à desorganização do setor produtivo somado à falta de pesquisas aplicadas e
de serviço de extensão também contribuíram para tornar a atividade incipiente (REIS et al.
2017). Os mesmos autores também consideraram que a algicultura brasileira necessita de
planejamento em políticas públicas para seu efetivo desenvolvimento.
De acordo com COLLAÇO et al. (2015), o desenvolvimento responsável de uma
atividade tecnicamente eficiente e economicamente viável dependeu fundamentalmente de um
ordenamento espacial embasado em critérios técnicos, biológicos, socioeconômicos e também
legal. A utilização das ferramentas da geotecnologia proporcionou respostas rápidas e
sistemáticas para seleção de áreas sustentáveis para os cultivos de organismos marinhos. O
domínio da técnica de geotecnologia quando aliada ao conhecimento de variáveis ambientais,
legais, da bioecologia dos organismos aquáticos, das técnicas de produção, respeitadas as
variáveis sociais, poderia gerar uma importante ferramenta de apoio ao planejamento e
desenvolvimento.
Logo, o uso de sensoriamento remoto auxiliou o mapeamento e o monitoramento das
variáveis ambientais como, por exemplo, a temperatura da água, a ser considerada na seleção
de áreas potenciais para maricultura. Além disso, a importância de séries temporais de
imagens de satélite e produtos derivados possibilita uma análise das variações dos parâmetros
oceanográficos, biológicos e físicos nas escalas de tempo mais longas (SAMBODHO et al.,
2017). Vários trabalhos foram desenvolvidos para o ordenamento da maricultura com o uso
da geotecnologia e seus resultados contribuíram em importante ferramenta para auxílio do
planejamento das atividades e consequentemente colaboração nos programas em políticas
públicas: RADIARTA et al. (2008) selecionaram áreas aptas para a vieira japonesa;
RADIARTA at al. (2011) selecionaram áreas costeiras do Japão mais aptas para o cultivo da
macroalga Laminaria japonica. SAITOH et al. (2011) afirmaram que a aplicação das técnicas
de geotecnologia poderia ajudar a prever o impacto da mudança climática e propuseram a
readequação dos locais para aquicultura da vieira (Mizuhopecten yessoensis). LIU et al.
(2014) identificaram as áreas mais sustentáveis baseadas em modelos de sistema de
61

informação geográfica para cultivo das vieiras japonesas e propõem o gerenciamento da


atividade; COLLAÇO et al. (2015) utilizaram técnicas de geoprocessamento para definição de
áreas propícias e inaptas para o cultivo de ostras na região estuarina de Cananéia; SNYDER et
al. (2017) selecionaram áreas apropriadas para o cultivo de ostras. BAGDANAVIČIŪTĖ et
al. (2018) selecionaram áreas sustentáveis para o cultivo de mexilhões e afirmaram que para a
seleção para aplicação a fins de remediação ambiental foi uma tarefa altamente complexa que
envolveu decisões baseadas em questões biológicas, ambientais e socioeconômicas; LIMA et
al. (2018) identificaram com temperaturas adequadas para a criação do beijupirá em gaiolas
na costa brasileira com o auxílio do MODIS no Brasil; TEIXEIRA et al. (2018) identificaram
áreas para a aquicultura em locais de produção de sal e pelo método AHP. YIN et al. (2018)
afirmaram que a seleção apropriada do local para instalação de atividades aquícolas foi uma
maneira de minimizar o esforço no ecossistema, de tornar as colheitas mais produtivas e de
mitigar conflitos entre usuários diferentes usos da água.
Neste contexto, a algicultura poderia ter um significativo potencial ambiental, social e
econômico e assim, deveria ser implantada de forma ordenada e responsável no litoral norte
de São Paulo. Esse trabalho teve por objetivo selecionar as áreas aptas para cultivo da
macroalga K. alvarezii como base na análise das potencialidades ambiental, social e
econômica utilizando as ferramentas da geotecnologia.

3.2.3. Material e métodos

3.2.3.1. Área do estudo

A área de estudo está inserida numa extensão de aproximadamente 130 km ao longo


do litoral norte do Estado de São Paulo, compreendida com parte do município de São
Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e a divisa limítrofe de Ubatuba (Figura 5). Essa localização
abrangeu apenas parte do litoral paulista de acordo com a Instrução Normativa do IBAMA n°
185 de 22 de julho de 2008 (BRASIL, 2008a) que permite o cultivo de K. alvarezii no litoral
dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
62

Figura 5. Localização da área do estudo na costa norte do estado de São Paulo.

3.2.3.2. Procedimentos do método

Neste trabalho foram selecionadas “áreas aptas”, “áreas legais” e “áreas demarcadas
ou parques aquícolas” para a estimativa das potencialidades (ambiental, econômica e social).

3.2.3.2.1. Seleção das “áreas aptas” para implantação da algicultura

Para seleção das áreas aptas foram realizadas as seguintes etapas a) Estudo da série
temporal da temperatura de superfície do mar associado ao crescimento da macroalga K.
alvarezii; b) Estudo da taxa de crescimento da macroalga associada aos fatores ambientais
(T°C do MODIS, T°C in situ e salinidade); e c) Seleção de áreas mais adequadas ao cultivo de
acordo com os critérios biológicos da macroalga (taxa de crescimento), ambientais (TSM,
salinidade, batimetria, áreas abrigadas); socioeconômicos (pesca e turismo) e legais
(legislação aquícola e ambiental). O fluxograma da metodologia adotada para seleção das
áreas aptas para a implantação da algicultura no estado de São Paulo pode ser visualizado por
meio da Figura 6.
63

Figura 6. Fluxograma adotado para seleção de áreas adequadas para o cultivo da macroalga K.
alvarezii no litoral norte de São Paulo nas etapas (a, b e c).

a. Estudo da série temporal da temperatura de superfície do mar associado ao


crescimento da macroalga Kappaphycus alvarezii.

A série temporal da temperatura da (TSM) do mar foi obtida utilizando as imagens


diárias da plataforma Terra, com o sensor MODIS com 1 Km de resolução, nível dois do site
da Ocean Color (http://oceancolor.gsfc.nasa.gov) no período de janeiro de 2008 a dezembro
de 2017, as imagens já foram obtidas processadas com correção atmosférica e calibradas.

Os locais estudados para a série temporal são áreas que têm ou já tiveram fazendas
marinhas implantadas de qualquer organismo marinho e estão identificados na Tabela 13.

Tabela 13. Localização dos pontos amostrais estudados na série temporal da TSM durante o
período de 2006 a 2017.

Pontos Amostrais Longitude Latitude Município


1. Praia do Itaguá (Instituto de Pesca) -45,056618 -23,445572 Ubatuba -SP
2. Praia da Enseada -45,097424 -23,496580 Ubatuba -SP
3. Praia de Ubatumirim -44,893390 -23,343557 Ubatuba - SP
4. Ilha da Cocanha -45,301453 -23,588394 Caraguatatuba- SP
5. Saco do Sombrio -45,250446 -23,884241 Ilhabela -SP
Fonte: Dados do estudo
64

Após o pré-processamento básico dos dados do MODIS/Terra, as imagens obtidas


foram reprojetadas e a série temporal foi gerada pelo software SEADAS 7.5.1 para cada ano.
Os dados foram exportados em Geotiff e no Software ArcMap10.5.1. Foram extraídos os
valores dos locais selecionados, exportados para um arquivo de texto e inseridos no Excel®.
Os ruídos foram removidos para valores negativos e abaixo da TSM de 15°C.
Para fins de comparação, foi inserida na série temporal a faixa ótima de crescimento
da macroalga K. alvarezii de 20 a 30°C (OHNO et al., 1996a; PAULA et al., 2002;
HAYASHI et al., 2011).

b. Estudo da taxa de crescimento da macroalga associada aos fatores ambientais (T°C


do MODIS, T°C in situ e salinidade) na praia do Itaguá.

Foram obtidas as taxas de crescimento médias da macroalga K. alvarezii mensais nos


períodos de maio de 2013 a julho de 2014 e bimensais no período de setembro de 2017 a
outubro de 2018 cultivadas na praia do Itaguá na Fazenda Marinha Experimental do Instituto
de Pesca da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (23°27’9”S;
45°2’50” O)

O cultivo da macroalga foi realizado em sistema de balsa flutuante descrito por GELLI
e BARBIERI (2015). O método de plantio adotado no trabalho foi o sistema “tie tie” (GELLI
e BARBIERI, 2015) que consistiu em amarrar 30 mudas da macroalga com aproximadamente
100 g, espaçadas entre si em 20 cm ao longo de 3 cabos de 2 metros e presos em suas
extremidades na balsa de cultivo.
A taxa de crescimento foi descrita de acordo com YONG et al. (2013), conforme
equação (1):

TC=[ (Bf/Bi) ¹/t - 1] *100 (1)

Onde TC= Taxa de Crescimento; Bf = biomassa final; Bi = biomassa inicial; e t = tempo.

Os dados da taxa de crescimento da Kappaphycus alvarezii (mensal e bimensal) foram


correlacionados com os dados da temperatura médias da superfície do mar do MODIS/terra e
com os dados ambientais in situ (dados médios da temperatura in situ e dados médios da
salinidade da água do mar).
65

Os dados ambientais da temperatura e salinidade foram obtidos diariamente pela


manhã por volta das 09h30min da manhã com auxílio de termômetro e refratômetro,
respectivamente. Os dados destes parâmetros foram apresentados como médias mensais e
bimensais.

b.1. Análise estatística

Dados das médias da TSM do MODIS/Terra e in situ mensais foram testados em sua
normalidade de Shapiro-Wilk (1965) e para verificação da diferença significativa foi aplicado
o teste t-Student a 95% de nível de significância (p<0.05). As correlações lineares foram
calculadas entre a taxa de crescimento da macroalga e os dados de temperatura do
Terra/MODIS e “in situ” e salinidade. O índice de determinação foi calculado para as taxas de
crescimento com a TSM MODIS e TSM in situ.

c. Seleção de áreas mais aptas ao cultivo de acordo com os critérios biológicos da


macroalga (taxa de crescimento), ambientais (TSM, salinidade, batimetria, áreas
abrigadas); socioeconômicos (pesca e turismo) e legais (legislação aquícola e ambiental).

Foi aplicada a metodologia de AHP (Analytic Hierarchy Process) para a seleção das
“áreas mais aptas” para a implantação da algicultura, com base na hierarquização das
variáveis envolvidas. O método considera informações qualitativas e quantitativas e as
combina auxiliando a tomada das decisões com os valores dos julgamentos das comparações
dos critérios paritários baseados em experiência, intuição e também em dados físicos
(SAATY, 2003).
Para a determinação dos critérios foram utilizados dados do estudo da biologia da
macroalga K. alvarezii no ambiente, da literatura, da legislação e das entrevistas com as
especialistas. Foram selecionados os critérios legais (legislação ambiental), socioeconômicos,
técnicos de cultivo da macroalga e ambientais (TSM, batimetria e proximidade da foz dos
rios).
Os pesos dos critérios foram definidos através das entrevistas aplicadas aos
especialistas com notável experiência na área da aquicultura marinha (Comitê de Ética de
Pesquisa UNICAMP/CAAE: 08837519.8.0000.5404, em anexo) através do Método de
Comparação Pareada (PCM), baseado em uma escala contínua onde o valor 1 indica que dois
critérios são "igualmente" importantes e o valor 9 indica que um critério é "extremamente"
mais importante que o outro. Os valores médios das comparações foram inseridos em uma
66

matriz de julgamentos e foi calculado o índice de consistência para garantir a validade da


matriz (SAATY, 2008).
Com os pesos de cada critério, foi utilizado o Método da Combinação Linear
Ponderada na calculadora raster do ArcGIS 10.5.1 e o resultado foi descrito continuamente
como mais aptas e áreas menos aptas à implantação da algicultura.

c.1. Critérios adotados para a seleção das “áreas mais aptas” ao cultivo da macroalga K.
alvarezii

Os critérios considerados foram compostos por quatro fatores e uma restrição abaixo
especificados.

 Fatores:
c.1.1. Temperatura de superfície do mar - TSM

A faixa ótima de crescimento da macroalga K. alvarezii adotada neste trabalho foi de


20 a 30°C (OHNO et al., 1996b; PAULA et al., 2002; HAYASHI et al., 2011b ).
Essa faixa de temperatura foi classificada e para a elaboração do mapeamento da TSM
foi utilizada uma imagem do satélite LandSat 8, adquirida no site
https://earthexplorer.usgs.gov/ e os dados de temperatura de superfície do mar foram
recuperados através do pacote LandSat Thermal Imaging do R (KELLEY, 2014).

c.1.2. Dados da batimetria

Os dados batimétricos foram obtidos do Centro de Hidrografia da Marinha do Brasil -


Ministério da Marinha do Brasil em formato Geotiff (Brasil, 2018). Neste trabalho foi
considerada a profundidade de até 10 metros por facilitar aos produtores um melhor acesso às
suas áreas de produção.

c.1.3. Dados foz dos rios

A macroalga K. alvarezii não suportou uma variação de salinidade abaixo de 15o/oo e


foi definido o intervalo de 25 a 45 o/oo como limites de tolerância salina para essa macroalga
(HAYASHI et al., 2011b). A proximidade com a foz dos rios pode alterar a salinidade do
67

ambiente de produção, como os rios do litoral norte não são caudalosos foi adotada a distância
mínima de 500 metros para a implantação das unidades produtivas.

c.1.4. Áreas abrigadas

As localizações foram disponibilizadas pelos trabalhos realizados por GELLI e


MARQUES (2002); MARQUES e BARBIERI (2008), essas áreas apresentaram condições
ideais para instalação de uma fazenda marinha por estarem abrigadas de ondas, ventos e
correntes fortes .

 Restrição:
c.1.5. Legislação aquícola

Os dados dos locais restritivos para a instalação da atividade da aquicultura foram


obtidos do Zoneamento Econômico e Ecológico Costeiro (ZEEC) do Decreto Estadual 62.913
de 08 novembro de 2017 que definiu a aquicultura marinha de baixo impacto como o "cultivo
de organismos marinhos de interesse econômico, em áreas de até 20.000 m² de lâmina d'água,
respeitada a legislação específica que disciplina a introdução, reintrodução e transferência de
espécies”.

3.2.3.2.2. Seleção e dimensionamento das “áreas legais”

O tamanho das áreas legais foi determinado de acordo com a Normativa Ibama n°
185/2005 no artigo sétimo, inciso segundo e alínea “a” que definiu a taxa de ocupação
máxima permitida da área superficial da área total nas baías abertas e enseadas, a título de
precaução de 10% (BRASIL, 2008a).
O mapa foi elaborado utilizando a imagem satélite LandSat 8, adquirida no site
https://earthexplorer.usgs.gov/. Foi utilizado o programa ArcMap10.5.1.

3.2.3.2.3. Identificação das “áreas demarcadas” ou parques aquícolas

Essa etapa consistiu na coleta de dados secundários fornecidos por órgãos oficias da
Secretaria de Aquicultura e Pesca e dos órgãos estaduais da Secretaria da Agricultura do
Estado de São Paulo, foram considerados relatórios e publicações técnicas das instituições
governamentais disponibilizados (MARQUES e BARBIERI, 2008).
68

Para a seleção dos parques aquícolas nos municípios de Caraguatatuba, São Sebastião,
Ilhabela e Ubatuba. MARQUES e BARBIERI (2008) consideraram os seguintes critérios: a)
abrigo de ventos e correntes fortes b) inexistência de fontes poluidoras ou potencialmente
poluidoras nas proximidades. Nos aspectos econômicos e sociais foram considerados: a)
ausência de conflitos com fundeadouros de embarcações, marinas, áreas de navegação
marítima, pontos de colocação de redes de espera, locais de arrasto pesqueiro e pontos de
instalação de cercos flutuantes (GELLI e MARQUES, 2002); b) consentimento da população
local (pescadores e moradores) e c) ausência de conflitos com locais de refúgio para
embarcações frente às condições meteorológicas adversas

3.2.3.2.4. Estimativas dos potenciais ambiental, econômico e social com a implantação da


atividade da algicultura no estado de São Paulo

Potencial Ambiental– Captura de CO2


O potencial ambiental neste trabalho foi definido como a quantidade de CO2
sequestrada. Essa quantidade foi estimada de acordo a metodologia adotada no trabalho de
SONDAK et al. (2017) que calcularam a quantidade de CO2 sequestrada multiplicando o
carbono assimilado no cultivo da macroalga K. alvarezii pela a quantidade de CO2 associada
a 1 g de material vegetal seco (fator 3,67). O conteúdo médio de carbono assimilado foi
calculado para 30% da quantidade em peso seco da macroalga K. alvarezii. Foi considerada
uma produtividade de 110 toneladas/ hectare/ ano de peso úmido (GELLI e BARBIERI,
2015).

Potencial Econômico e Social


Para estimativa do potencial econômico e ecológico foi considerado para cada hectare
a mão de obra de seis empregados e o preço do quilo da macroalga fresca de R$ 0,45. As
estimativas foram calculadas para as “áreas mais aptas”, “áreas legais” e para as “áreas
demarcadas” (MARQUES e BARBIERI, 2008).
69

3.2.4. Resultados e Discussão

3.2.4.1. Estudo da série temporal da TSM (in situ e MODIS) e da salinidade associados
ao crescimento da macroalga Kappaphycus alvarezii

Os resultados das médias mensais obtidas da série temporal da TSM no período de


2006 a 2017 podem ser observados na Figura 7. De acordo com os resultados obtidos, os
cinco pontos estudados ao longo do litoral norte de São Paulo apresentaram aptidão para a
implantação da macroalga K. alvarezii durante os dez anos de dados da TSM recuperadas pelo
satélite Terra/ MODIS, neste mesmo gráfico está indicado à faixa ótima de crescimento da
macroalga K. alvarezii de 20 a 30° C encontradas nos trabalhos OHNO et al. (1996b);
PAULA et al. (2002); HAYASHI et al. (2011b).

Figura 7. Série temporal da temperatura de superfície do mar (TSM) do período de 2008 a


2017 dos pontos amostrais (Praia do Ubatumirim, Praia do Itaguá - IP, Praia da Enseada, Saco
do Sombrio e Ilha da Cocanha).

As macroalgas K. alvarezii são cultivadas sempre na superfície do mar suspensas por


sistema de balsas e a temperatura é considerada um dos principais fatores abióticos que
influenciam a taxa de crescimento diário. Esses dados são confirmados pelos estudos de
PAULA et al. (2002), para a mesma região que relataram que entre 1996 a 1999, a macroalga
apresentou taxas de crescimento variando de 3,6 a 8,9% dia-¹, correlacionadas principalmente
com a temperatura da água do mar, com valores médios mensais de 19,9 a 29,0°C e valores
extremos de 17,0 a 33,0°C. Ainda BULBOA e PAULA (2005) concluíram que a temperatura
é um fator chave no controle das taxas de crescimento de K. alvarezii e que a mesma não é
70

capaz de se desenvolver a temperaturas abaixo de 18°C por um período de 4 semanas. De


acordo com os trabalhos PAULA et al. (2002); BULBOA e PAULA (2005), todos cinco
pontos estudados do presente estudos poderiam ser implantados a atividade da algicultura
incluindo os pontos que oscilaram acima de 30 graus como no caso da praia da Enseada e
praia do Itaguá e nos pontos de Ubatumirim e Saco do Sombrio como observados na Figura 7.
Os dados da TSM do pixel puro da TSM/MODIS com resolução espacial de 1 km
foram correlacionados com dados TSM in situ próximo ao ponto amostral da Praia do Itaguá
(Instituto de Pesca) para o período disponível de dados de campo que foi de maio de 2013 a
dezembro de 2017 e resultaram em uma correlação de Pearson forte e positiva (P =0,716547)
e pelos testes estatísticos das médias não houve diferença significativa ao nível de 0,05 (p=
0,988405).
Esses resultados refletiram na possível utilização do sensor MODIS para resgate
pretérito das temperaturas e possível planejamento para implantação da espécie estudada em
locais próximos à costa. O monitoramento dos parâmetros ambientais de campo é raro nas
fazendas marinhas, assim ter um instrumento barato, rápido e confiável que possa fornecer
dados sazonais da TSM seria de grande utilidade para as políticas públicas para a previsão de
aptidão e de implantação da atividade da maricultura de organismos de acordo com sua
biologia. Entretanto neste trabalho os resultados precisam ser interpretados com cuidado, de
acordo com a resolução espacial dos dados comparados de 1 km e com a falta de outros
pontos de validação pela ausência de dados tomados de campo. Os dados do TSM do MODIS
próximos à costa com uma largura de 1 km sofrem influência de muitos fatores como as
variações da salinidade, das concentrações de material particulado em suspensão, velocidade
do vento na superfície do mar e ângulo de observação do zênite (KILPATRICK et al., 2015).
Segundo KILPATRICK et al. (2015), o sensor MODIS possui bandas espectrais
especificamente projetadas para medir a TSM e vem fornecendo medições globais diárias
precisas de TSM a uma resolução de 1 km há mais de uma década. A precisão dos produtos
MODIS TSM controlada por condições de nuvem em grande medida, mesmo a contaminação
por nuvens finas pode levar a desvios nas recuperações de TSM. Ainda WANG e DENG
(2017) afirmaram que há uma lacuna de dados de TSM para, pelo menos, 1 km de largura de
água perto da costa pois a principal razão para a lacuna de dados foi que os algoritmos
existentes foram desenvolvidos principalmente para águas profundas oceânicas ou lacustres,
que possuem salinidade relativamente uniforme e não eram afetadas pelo fundo do mar.
71

No mesmo ponto amostral, estudos mensais e bimensais do crescimento da


macroalga K. alvarezii foram correlacionados também aos parâmetros ambientais da TSM
MODIS, TSM in situ e da salinidade. Na Tabela 14 estão apresentados os resultados obtidos
das taxas médias de crescimento mensal/bimensal da macroalga K. alvarezii correlacionadas
com a TSM/in situ, TSM/MODIS e com a salinidade.

Tabela 14. Coeficiente de Correlação entre as taxas de crescimento diária (% dia-¹) da


macroalga Kappaphycus alvarezii cultivada na praia do Itaguá (Instituto de Pesca) e as TSM
(in situ e Terra/MODIS) e salinidade (Períodos mensal: maio de 2013 a julho de 2014 e
bimensal: dezembro de 2017 a outubro de 2018).
Taxa
T°C T°C Salinidade
Período Crescimento
in situ MODIS (o/oo)
(% dia-¹)
5,67 23,38 22,76 34,13
mai/13
jun/13 5,36 22,38 22,63 34,88
jul/13 4,76 20,33 22,47 34,70
ago/13 5,02 21,75 26,79 35,05
set/13 6,72 21,90 28,00 33,00
out/13 6,23 23,40 23,54 34,17
nov/13 6,28 23,45 21,67 34,21
dez/13 6,33 25,88 21,64 34,38
jan/14 8,31 29,88 30,85 34,55
fev/14 8,72 28,90 32,45 35,10
mar/14 8,61 26,50 28,73 34,63
abr/14 6,88 24,26 26,65 33,16
mai/14 5,98 22,70 24,80 35,30
jun/14 5,58 21,55 22,94 33,08
jul/14 5,92 20,89 23,47 31,23
Correlação R 0,88 0,80 0,11
dez/17 4,09 22,88 24,16 34,18
fev/17 4,71 25,85 25,76 33,23
abr/18 4,88 26,13 27,79 33,64
jun/18 3,83 22,59 23,87 32,79
ago/18 4,06 21,24 22,81 34,93
out/18 4,38 22,11 25,32 35,20
Correlação R 0,84 0,90 -0,06
Fonte: Dados do estudo

Os dados da TSM (in situ) e TSM MODIS) resultaram em correlação forte e


positiva com as taxas de crescimento da macroalga K. alvarezii para os períodos estudados de
cultivo da mesma e também apresentaram para o estudo mensal do crescimento da macroalga
os coeficientes de determinação (R²) de 0,7659 e 0,6221 e para o estudo bimensal de 0,7009 e
72

0,8066, respectivamente (Figura 8). Neste contexto, houve indicação que a recuperação dos
dados dos da STM do MODIS já seriam satisfatórios para estudos para essa espécie. A
temperatura é um fator de grande importância e influencia diretamente o crescimento da
macroalga e esses dados corroboraram com os resultados obtidos nos trabalhos de PAULA et
al. (2001); PAULA et al. (2002);. HAYASHI et al. (2007) para o mesmo local do estudo,
também encontraram uma correlação positiva com a taxa de crescimento e temperatura para a
mesma região. HAYASHI et al. (2011a) agora para região sul do Brasil demonstraram que o
crescimento da mesma pode ser cultivada em temperaturas abaixo de 20°C até 16°C, porém
com uma taxa de crescimento muito baixa de 0,54 a 0,32% ao dia.

Figura 8. Coeficientes de determinação (R²) entre as taxas de crescimento diária (% dia-¹) da


macroalga Kappaphycus alvarezii cultivada na praia do Itaguá - Instituto de Pesca e as TSM
“in situ” e TSM/MODIS nos períodos mensal de maio de 2013 a julho de 2014 e bimensal de
dezembro de 2017 a outubro de 2018.

Os resultados obtidos das correlações da taxa de crescimento com a salinidade


foram 0,11 e - 0,06 respectivamente (Tabela 14). Essas correlações foram consideradas
desprezíveis associadas à taxa de crescimento da macroalga. Esses dados corroboraram com
correlações encontradas nos trabalhos de HAYASHI et al., (2007) e HAYASHI et al. (2011a)
de 0,2875 e -0,3943, respectivamente.
73

3.2.4.2. Seleção das áreas aptas para a implantação da algicultura

A seleção das áreas aptas à implantação da atividade da algicultura foi realizada com
a aplicação do método AHP. Na Tabela 15 estão apresentados os valores médios atribuídos
pelos entrevistados para construção da matriz com seus respectivos pesos resultantes. O índice
de consistência calculado foi de 6%, assim o resultado foi aceitável de acordo com o método
que deve estar abaixo de 10%.

Tabela 15. Matriz de comparação de pares para avaliar a importância relativa de parâmetros
para o desenvolvimento de algicultura da macroalga Kappaphycus alvarezii.

Critérios Áreas TSM Batimetria Foz de Peso


abrigadas rios
Áreas abrigadas 1 3 3 8 0.551
TSM 1/3 1 2 2 0.221
Batimetria 1/3 1/2 1 3 0.165
Foz de rios 1/8 1/2 1/3 1 0.073
Índice de
consistência 6%
Fonte: Dados do estudo

Os resultados da seleção das áreas aptas de acordo com os fatores estabelecidos para
cultivo da macroalga K. alvarezii podem ser observados na Figura 9.
74

Figura 9. Localização das áreas aptas ao cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii.

O resultado da seleção final das áreas aptas à implantação da algicultura está


apresentado na Figura 10. Esse mapeamento considerou a restrição da legislação ambiental
vigente como o Decreto Estadual Nº 62.913, de 08 de novembro de 2017 (BRASIL, 2017)
que dispõe sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico do Setor do Litoral Norte.
75

Figura 10. Mapa de localização final das áreas aptas ao cultivo da macroalga Kappaphycus
alvarezii.

Diante destes resultados, as áreas aptas à implantação da atividade da algicultura


foram dimensionadas em 2.299,26 hectares, o que representou 9,39% do total da área
estudada de 24.494,75 hectares.

3.2.4.3. Seleção das enseadas produtoras para a implantação da algicultura nas “áreas
legais”

A ocupação máxima permitida das enseadas para cultivo da macroalga K. alvarezii foi
de 10 % de acordo com a Normativa IBAMA n° 185 de 22 de julho de 2008. Na Figura 11
podem ser observadas todas as enseadas produtivas e o potencial de implantação da atividade,
respeitada a legislação vigente foi dimensionado em 1.299,59 hectares.
76

Figura 11. Mapa da localização das principais enseadas produtoras de Kappaphycus alvarezii.

3.2.4.4. Identificação das áreas demarcadas (parques aquícolas) promissoras aos cultivos
da macroalga K. alvarezii

Os principais locais por município para início ao incentivo à implantação da atividade


da algicultura considerando os resultados da seleção das “áreas mais aptas” e cruzando com
os dados das áreas demarcadas por MARQUES e BARBIERI (2008) podem ser observados
na Figura 12 e estão especificados por municípios:
Município de Ubatuba: Praia do Camburi, Praia do Engenho, Praia do Ubatumirim,
Ilha dos Porcos Pequena, Ilha redonda do Ubatumirim, Praia do Leo, Praia do Alto, Praia das
conchas, Praia da Barra Seca, Praia do Itaguá, Praia do Cedro, Praia da Enseada, Praia da
Pereque Mirim. Praia do Flamengo, Praia das Sete Fontes, Praia do Lazaro, Praia Dura, Praia
Domingas Dias, Praia da Fortaleza, Praia Grande do Bonete, Praia do Bonete, Praia do
Soares, Ilha da Maranduba, Praia do Pulso, Praia da Cassandoca, Praia da Raposa, Praia da
Ponta Aguda e Praia das Galhetas;
77

Município de Caraguatatuba: Ilha do Tamanduá; Ilha da Cocanha, Cocanha Pequena e


Praia da Cidade;

Município de São Sebastião: Ponta do Camaroeiro; Ponta do Arpoador e Praia do


Barro; e

Município de Ilhabela: Praia da Jabaquara, Praia da Fome, Praia do Poço, Praia da


Caveira, Praia Guanxuma, Praia do Eustáquio, Saco do Sombrio. Outros locais aptos ao
cultivo foram selecionados entre o município de Ilhabela e o continente (Figura 12) para
incentivo à implantação da algicultura, porém não foram considerados nos trabalhos de
MARQUES e BARBIERI (2008).

Figura 12. Mapa da localização dos parques aquícolas (MARQUES e BARBIERI, 2008) com
as áreas aptas ao cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii.

De acordo com os resultados obtidos, as áreas selecionadas classificadas como “as


mais aptas” foram dimensionadas em aproximadamente de 2.299,26 hectares e o tamanho das
“áreas legais” foram de 1.299,59 hectares de superfície de mar. Esses resultados evidenciaram
78

um grande potencial de área a ser implantada a algicultura em comparação aos parques


aquícolas estimados por MARQUES e BARBIERI (2008) que foram de apenas 159,16
hectares.

3.2.4.5. Potencial ambiental, econômico e social

As estimativas dos potenciais ambientais, econômicos e sociais foram realizadas


considerando a produção de algas frescas de 110 toneladas/ha/ano, com o preço de venda de
R$ 0,45/Kg e um número 6 trabalhadores diretos, assim os resultados podem ser observados
na Tabela 16.

Tabela 16. Estimativas dos potenciais (ambiental, econômico e social) de produção da


implantação da macroalga Kappaphycus alvarezii no litoral de São Paulo, Brasil.
Produção Produção Assimilação de Captura de Receita Empregos
Total fresca seca Carbono CO2 (R$.1000) (N° de
Áreas (he) (t) (t) (t) (t) pessoas)
2.299,26 252.918,60 25.291,86 7.587,55 27.846,33 113,81 13.795
Aptas
1.299,59 142.954,90 14.295,49 4.288,64 15.739,33 64,32 7.797
Legais
159,16* 17.507,60 1.750,76 525,23 1.927,50 7,87 954
Demarcadas*
Fontes: Presente estudo e *Marques e Barbieri (2008)

Os resultados obtidos indicaram que a ocupação das áreas legais poderia suprir a
demanda da importação da carragenana que de acordo com os dados do Ministério da
Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o Brasil importou, em 2018, aproximadamente 2,0
toneladas de carragenana (BRASIL, 2019) assim, considerando o rendimento médio de 60%
do hidrocolóide por quilo de alga seca (HAYASHI; et al., 2007; MASARIN et al., 2016) a
demanda brasileira desta matéria prima seria de aproximadamente 3.333,3 toneladas/ano/seca
e diante dos dados obtidos, a estimativa de produção nestas áreas foi de aproximadamente
14.295,49 t/ ano/seco.
A produção mundial de algas marinhas, de acordo com os dados da FAO (2018) em
2016 foi de aproximadamente 28,8 milhões de toneladas em 2016 e de acordo a metodologia
de estimativa de sequestro de carbono de SONDAK et al. (2017) essa produção sequestrou
aproximadamente 2.876.956 toneladas de dióxido de carbono. Diante destes dados, a
estimativa da captura de CO2 paulista para as “áreas mais aptas”, as “áreas legais” e os
79

”parques aquícolas demarcados” contribuiriam com os valores de 1,76, 0,99 e 0,12% na


captura de CO2, respectivamente. Outros usos poderiam incrementar essa porcentagem como a
aplicação do extrato da macroalgas fresca em sistemas agrícolas com a diminuição do uso de
fertilizantes minerais agrícolas, assim como na produção de bioetanol (SONDAK et al.,
2017).
Além do potencial ambiental ficou evidente que a implantação da atividade da
algicultura trairia benefícios econômicos e sociais em um primeiro momento. A implantação
da algicultura nas áreas demarcadas (MARQUES e BARBIERI, 2008) gerariam uma receita
líquida de R$ 7,8 milhões com o comércio da macroalga fresca e aproximadamente 954
empregos. O litoral norte de São Paulo, apresentou um grande potencial para o
desenvolvimento sustentável da atividade da algicultura e com um potencial de ampliação
comparado com as áreas demarcadas (MARQUES e BARBIERI, 2008) de aproximadamente
8,1 vezes para as “áreas legais” e de 14,4 vezes para as “áreas mais aptas”.
80

3.2.5. Considerações Finais

O estudo da série temporal dos dados recuperados de temperatura de superfície do mar


do sensor MODIS (2008 -2017) demonstrou nos cinco pontos amostrados ao longo do litoral
norte serem aptos ao cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii por se apresentarem dentro
da faixa de tolerância da temperatura de superfície do mar de 20 a 30°C ótimas para seu
crescimento.
Para o local amostrado (Praia do Itaguá - Instituto de Pesca), os testes estatísticos dos
dados das TSM (MODIS e in situ) demonstraram não ter diferença significativa ao nível de
5%. Ainda, os resultados das correlações da taxa de crescimento da macroalga cultivada K.
alvarezii no ponto amostral, nos períodos mensal de março de 2013 a julho de 2014 e
bimensal de dezembro de 2017 a outubro de 2018, apresentaram fortes correlações com a
TSM MODIS e com a TSM in situ para os dois períodos e com um índice de determinação
(R²) para o período mensal de 0,7659 e 0,6221 e para o estudo bimensal um de 0,7009 e
0,8066. Assim, esses resultados indicaram que os dados pretéritos da TSM do Terra /MODIS
poderiam ser utilizados para o monitoramento ambiental, com critérios, necessitando de
estudos mais refinados futuros associados ao cultivo em outros locais costeiros de produção.
O dimensionamento das áreas aptas para a implantação da atividade da algicultura e
classificadas como as “mais aptas” foi de aproximadamente 2.299,26 hectares e para as “áreas
legais” de 1.299,59 hectares resultados esses que embasaram a estimativa dos potenciais
ambiental de sequestro de CO2 que foi de 15.739,33 toneladas, social na geração
aproximadamente de 7.797 empregos e econômico com uma estimativa de receita anual R$
64,32 milhões.

O presente trabalho proporcionou em uma primeira fase a identificação de 44 locais


aptos à implantação da algicultura com base em diferentes fatores e restrições no nível
específico para a espécie Kappaphycus alvarezii. Em uma fase posterior, a metodologia
adotada poderia ser implantada para outras espécies cultivadas superficialmente para compor
uma estratégia de implantação de novos cultivos.
Destaca-se ainda que os resultados obtidos no presente estudo poderiam colaborar
como um importante componente a ser avaliado no âmbito do Programa Estadual de
Gerenciamento Costeiro de São Paulo, especialmente no que se refere ao Zoneamento
Ecológico Econômico Costeiro, visto que o potencial levantado pode ser representativo para a
economia dos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.
81

Devido a proposta de método apresentada oferecer um baixo custo relativo, bem como
vários elementos integradores de natureza inovadora, o método apresentado se caracteriza por
um grande efeito multiplicador, podendo ser aplicado também nos municípios situados no sul
do estado do Rio de Janeiro, bem como em outros municípios costeiros do litoral brasileiro.

3.2.6. Referências

ARAÚJO, P. G. et al. Temperature and salinity responses of drifting specimens of


Kappaphycus alvarezii (Gigartinales, Rhodophyta) farmed on the Brazilian tropical coast.
Journal of Applied Phycology, v. 26, n. 5, p. 1979–1988, 22 out. 2014. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-014-0303-9>.
BAGDANAVIČIŪTĖ, I. et al. GIS-based multi-criteria site selection for zebra mussel
cultivation: Addressing end-of-pipe remediation of a eutrophic coastal lagoon ecosystem.
Science of The Total Environment, v. 634, p. 990–1003, 1 set. 2018. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048969718311215>. Acesso em: 31
out. 2018.
BRASIL. Decreto no 62.913, de 08 de novembro de 2017. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/cpla/2011/05/decreto_estadual_62913_2017_zee_ln.pdf>.
Acesso em: 2 ago. 2018.
BRASIL. Decreto no 4.895, de 25 de novembro de 2003. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<http://www.cppnacional.org.br/sites/default/files/legislacao/D4895-decreto-cessao-aguas-
publicas-25.11.2003.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2019.
BRASIL. Instrução Normativa seap n° 17, de 22 de setembro de 2005. disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Instrucao_normativa/2005/in_sea
p_17_2005_criterios_pldm_parques_aquicolas_altrd_in_seap_9_2006_15_2006_11_2008.pdf
>. Acesso em: 14 dez. 2017.
BRASIL. Instrução Normativa IBAMA N° 185, de 22 de julho de 2008. [s.l: s.n.].
Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Instrucao_normativa/2008/in_iba
ma_185_2008_permitircultivokappaphycus_alvarezii_rs_sc_revoga_in_ibama_165_2007.pdf
>. Acesso em: 23 jan. 2019a.

BRASIL. Decreto n° 53.527, de outubro de 2008 Disponível em:


<https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2008/decreto-53527-
08.10.2008.html>. Acesso em: 23 jan. 2019b.
BRASIL. Lei No 11.959, DE 29 DE JUNHO DE 2009. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11959.htm>. Acesso em:
22 jan. 2019b.
BRASIL. Decreto no 62.913, de 08 de novembro de 2017. Disponível em:
<http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/cpla/2011/05/decreto_estadual_62913_2017_zee_ln.pdf>.
Acesso em: 2 ago. 2018.
82

BRASIL. Cartas Raster | Centro de Hidrografia da Marinha do Brasil. Disponível em:


<https://www.marinha.mil.br/chm/chm/dados-do-segnav/cartas-raster>. Acesso em: 5 jan.
2018.
BRASIL. Ministerio de Desenvolvimento, Industria e Comèrcio do Brasil - Comex Stat -
Exportação e Importação Geral. Disponível em: <http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral>.
Acesso em: 1 jan. 2019.
BULBOA, C. R.; DE PAULA, E. J. Introduction of non-native species of Kappaphycus
(Rhodophyta, Gigartinales) in subtropical waters: Comparative analysis of growth rates of
Kappaphycus alvarezii and Kappaphycus striatum in vitro and in the sea in south-eastern
Brazil. Phycological Research, v. 53, n. 3, p. 183–188, 1 set. 2005. Disponível em:
<http://doi.wiley.com/10.1111/j.1440-183.2005.00385.x>. Acesso em: 3 maio. 2018.
CASTELAR, B. et al. Risk analysis using species distribution modeling to support public
policies for the alien alga Kappaphycus alvarezii aquaculture in Brazil. Aquaculture, v. 446,
p. 217–226, set. 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.aquaculture.2015.05.012>.
Acesso em: 3 mar. 2016.
CASTELAR, B.; REIS, R. P.; BASTOS, M. Contribution to the environmental monitoring
protocol for Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty ex PC Silva (Areschougiaceae - Rhodophyta)
cultivation at Sepetiba bay, Rio de Janeiro State, Brazil. Acta Botanica Brasilica, v. 23, n. 3,
p. 613–617, 2009a.
CEDENO, F. R. P. et al. Sequential Enzymatic and Mild-Acid Hydrolysis of By-Product of
Carrageenan Process from Kappaphycus alvarezii. BioEnergy Research, p. 1–14, 4 mar.
2019. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s12155-019-09968-7>. Acesso em:
11 mar. 2019.
COLLAÇO, F. L.; SANTOR, S. M.; BARBIERI, E. Uso do geoprocessamento para definição
de áreas para o cultivo de ostras na região estuarina de Cananéia/SP. Revista de Gestão
Costeira Integrada, v. 15, n. 2, p. 193–207, jun. 2015. Disponível em:
<http://www.aprh.pt/rgci/pdf/rgci-527_Collaco.pdf>. Acesso em: 10 out. 2016.
FAO. FIGIS - Fisheries Statistics - Aquaculture - Global Aquaculture Production 1950-
2016. Disponível em: <http://www.fao.org/fishery/statistics/global-aquaculture-
production/query/en>. Acesso em: 4 jan. 2019.
GELLI, V. C.; BARBIERI, E. Cultivo e aproveitamento da macroalga Kappaphycus alvarezii
para pequenos maricultores. In: EDITORES, P. & J. (Ed.). Aquicultura no Brasil: Novas
Perspectivas. [s.l: s.n.]2p. 641–658.
GELLI, V. C.; MARQUES, H. L. A. Demarcação de áreas como subsídios ao ordenamento
espacial da atividade da mitilicultura no litoral norte de São Paulo. IN: Anais do I Simposio
Brasileiro de Oceanografia . CDrom, 2002

GÓES, H. G.; REIS, R. P. An initial comparison of tubular netting versus tie-tie methods of
cultivation for Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Solieriaceae) on the south coast of Rio de
Janeiro State, Brazil. Journal of Applied Phycology, v. 23, n. 3, p. 607–613, 18 jun. 2011.
Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-010-9647-y>.
HAYASHI, L. et al. Nutrients removed by Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Solieriaceae)
in integrated cultivation with fishes in re-circulating water. Aquaculture, v. 277, n. 3–4, p.
185–191, jun. 2008. Disponível em:
83

<https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S004484860800104X>.
HAYASHI, L. et al. Effects of salinity on the growth rate, carrageenan yield, and cellular
structure of Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) cultured in vitro. Journal of
Applied Phycology, v. 23, n. 3, p. 439–447, 2011b.
HAYASHI, L. et al. Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Areschougiaceae) cultivated in
subtropical waters in Southern Brazil. Journal of Applied Phycology, v. 23, n. 3, p. 337–
343, 22 jun. 2011c. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-010-9543-5>.
Acesso em: 14 jun. 2016.
HAYASHI, L. et al. Cultivation of red seaweeds: a Latin American perspective. Journal of
Applied Phycology, v. 26, n. 2, p. 719–727, 2014. Disponível em:
<http://search.proquest.com/openview/51f8b5eae7a03c9dd3dc637cbed3ff95/1?pq-
origsite=gscholar&cbl=2034534>. Acesso em: 4 jul. 2017.
HAYASHI, L.; DE PAULA, E. J.; CHOW, F. Growth rate and carrageenan analyses in four
strains of Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) farmed in the subtropical waters
of São Paulo State, Brazil. Journal of Applied Phycology, v. 19, n. 5, p. 393–399, 10 out.
2007. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-006-9135-6>.
HAYASHI, L.; REIS, R. P. Cultivation of the red algae Kappaphycus alvarezii in Brazil and
its pharmacological potential. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 22, n. 4, p. 748–752,
ago. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
695X2012000400007&lng=en&nrm=iso&tlng=en>. Acesso em: 2 abr. 2018.
KARTHIKEYAN, K.; SHANMUGAM, M. Grain yield and functional properties of red gram
applied with seaweed extract powder manufactured from Kappaphycus alvarezii.
International Journal of Recent Advances in Multidisciplinary Research, v. 3, n. 3, p.
1353–1359, 2016. Disponível em: <http://www.ijramr.com/sites/default/files/issues-
pdf/717_1.pdf>. Acesso em: 19 out. 2016.
KARTHIKEYAN, K.; SHANMUGAM, M. The effect of potassium-rich biostimulant from
seaweed Kappaphycus alvarezii on yield and quality of cane and cane juice of sugarcane var.
Co 86032 under plantation and ratoon crops. Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 6, p.
3245–3252, 15 dez. 2017. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-017-
1211-6>. Acesso em: 27 ago. 2018.
KELLEY, D. oce: Analysis of Oceanographic data. R package version 0.9-14.
http://CRAN.R-project.org/package=oce. 2014. Disponível em: <http://cran.r-
project.org/package=oce>.
KHAMBHATY, Y. et al. Kappaphycus alvarezii as a source of bioethanol. Bioresource
Technology, v. 103, n. 1, p. 180–185, jan. 2012. Disponível em:
<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960852411014428>. Acesso em: 12 ago.
2016.
KILPATRICK, K. A. et al. A decade of sea surface temperature from MODIS. Remote
Sensing of Environment, v. 165, p. 27–41, ago. 2015. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1016/j.rse.2015.04.023>. Acesso em: 2 dez. 2016.
LIMA, L. N. S. S. et al. Identification of areas with adequate temperature for the culture of
cobia in cages along the Brazilian coast. Revista Brasileira de Ciências Agrárias -
Brazilian Journal of Agricultural Sciences, v. 13, n. 3, p. 1–5, 30 set. 2018. Disponível em:
84

<http://poet.jpl.nasa.>. Acesso em: 5 nov. 2018.


LIU, Y. et al. Spatiotemporal variations in suitable areas for Japanese scallop aquaculture in
the Dalian coastal area from 2003 to 2012. Aquaculture, v. 422–423, p. 172–183, 20 fev.
2014. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0044848613006431>. Acesso em: 16 jan.
2017.
MAHAJAN, R. V. Significance of Marine Algal Sap as Foliar Nutrition on Seed Quality and
Nutrient Uptake of Blackgram [Vigna mungo]. International Journal of Pure & Applied
Bioscience, v. 5, n. 5, p. 1042–1047, 30 nov. 2018. Disponível em:
<http://www.ijpab.com/form/2017 Volume 5, issue 5/IJPAB-2017-5-5-1042-1047.pdf>.
Acesso em: 19 fev. 2018.
MANDAL, S. K. et al. Differential response of varying temperature and salinity regimes on
nutrient uptake of drifting fragments of Kappaphycus alvarezii: implication on survival and
growth. Journal of Applied Phycology, v. 27, n. 4, p. 1571–1581, 2 ago. 2015. Disponível
em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-014-0469-1>.
MANTRI, V. A. et al. An appraisal on commercial farming of Kappaphycus alvarezii in
India: success in diversification of livelihood and prospects. Journal of Applied Phycology,
v. 29, n. 1, p. 335–357, 20 fev. 2017. Disponível em:
<https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10811-016-0948-7.pdf>. Acesso em: 25
set. 2017.
MARINHO-SORIANO, E. Historical context of commercial exploitation of seaweeds in
Brazil. Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 2, p. 665–671, 2017.
MARQUES, H. de A.; BARBIERI, E. Plano Local de Desenvolvimento da Maricultura
(PLDM) das Estâncias Balneárias de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela (SP) -
Relatório Técnico - Secretaria Esecial de Aquiculura e Pesca. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<www.pesca.sp.gov.br>.
MASARIN, F. et al. Chemical analysis and biorefinery of red algae Kappaphycus alvarezii
for efficient production of glucose from residue of carrageenan extraction process.
Biotechnology for Biofuels, v. 9, n. 1, p. 122, 10 dez. 2016. Disponível em:
<http://biotechnologyforbiofuels.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13068-016-0535-9>.
OHNO, M.; NANG, H. Q.; HIRASE, S. Cultivation and carrageenan yield and quality of
Kappaphycus alvarezii in the waters of Vietnam. Journal of Applied Phycology, v. 8, n. 4–5,
p. 431–437, jul. 1996. Disponível em:
<https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2FBF02178588.pdf>. Acesso em: 29 jan.
2019.
KELLEY, D. oce: Analysis of Oceanographic data. R package version 0.9-14.
http://CRAN.R-project.org/package=oce. 2014. Disponível em: <http://cran.r-
project.org/package=oce>.
PATEL, K.; AGARWAL, P.; AGARWAL, P. K. Kappaphycus alvarezii sap mitigates
abiotic-induced stress in Triticum durum by modulating metabolic coordination and improves
growth and yield. Journal of Applied Phycology, v. 30, n. 4, p. 2659–2673, 7 ago. 2018.
Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-018-1423-4>.
PAULA, E. J. et al. Introdução de espécies exóticas de Eucheuma e Kappaphycus
85

(Gigartinales, Rhodophyta) para fins de maricultura no litoral brasileiro: abordagem teórica e


experimental. IV Congresso Latino Americano de Ficologia, II Reuniao Ibero-Americana
de Ficologia e VII Reuniao Brasileira de Ficologia, p. 341–353, 1998a. Disponível em:
<https://ci.nii.ac.jp/naid/10010848288>. Acesso em: 20 ago. 2018.
PAULA, E. J. de; ERBERT, C.; PEREIRA, R. T. L. Growth rate of the carrageenophyte
Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) in vitro. Phycological Research, v. 49, n.
3, p. 155–161, 20 set. 2001. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1046/j.1440-
1835.2001.00235.x>. Acesso em: 20 ago. 2018.
PAULA, E. J. J. de et al. Strain selection in Kappaphycus alvarezii var. alvarezii
(Solieriaceae, Rhodophyta) using tetraspore progeny. Journal of Applied Phycology, v. 11,
n. 1, p. 111–121, 1999. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1023/A:1008085614360>. Acesso em: 2 maio. 2017.
PAULA, É. J. de; PEREIRA, R. T. L. Factors affecting growth rates of Kappaphycus
alvarezii (Doty) Doty ex P. Silva (Rhodophyta, Solieriaceae) in subtropical waters of Sâo
Paulo State, Brazil. Seventeenth International Seaweed Symposium. Proceedings of the
XVIIth International Seaweed Symposium, Cape Town, South Africa. 28 January- 2
February 2001, p. 381–388, 2003. Disponível em:
<https://www.cabdirect.org/cabdirect/abstract/20033183350>. Acesso em: 16 ago. 2018.
PAULA, E. J. de; PEREIRA, R. T. L.; OHNO, M. Growth rate of the carrageenophyte
Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) introduced in subtropical waters of São
Paulo State, Brazil. Phycological Research, v. 50, n. 1, p. 1–9, mar. 2002. Disponível em:
<http://doi.wiley.com/10.1046/j.1440-1835.2002.00248.x>.
PAULA, E. J.; PEREIRA, R. T. L.; OHNO, M. Strain selection in Kappaphycus alvarezii var.
alvarezii (Solieriaceae, Rhodophyta) using tetraspore progenyJournal of Applied Phycology.
[s.l: s.n.]. Disponível em: <https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2F978-94-011-
4449-0_77.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2018.
RADIARTA, I. N.; SAITOH, S.-I. I.; MIYAZONO, A. GIS-based multi-criteria evaluation
models for identifying suitable sites for Japanese scallop (Mizuhopecten yessoensis)
aquaculture in Funka Bay, southwestern Hokkaido, Japan. Aquaculture, v. 284, n. 1–4, p.
127–135, 1 nov. 2008. Disponível em:
<http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0044848608005437>. Acesso em: 16 jan. 2017.
RADIARTA, I. N.; SAITOH, S.-I.; YASUI, H. Aquaculture site selection for Japanese kelp
(Laminaria japonica) in southern Hokkaido, Japan, using satellite remote sensing and GIS-
based models. ICES Journal of Marine Science, v. 68, n. 4, p. 773–780, 1 mar. 2011.
Disponível em: <http://icesjms.oxfordjournals.org/cgi/doi/10.1093/icesjms/fsq163>. Acesso
em: 22 jul. 2016.
RATHORE, S. S. et al. Effect of seaweed extract on the growth, yield and nutrient uptake of
soybean (Glycine max) under rainfed conditions. South African Journal of Botany, v. 75, n.
2, p. 351–355, abr. 2009. Disponível em:
<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0254629908003153>. Acesso em: 12 jun.
2015.
REIS, R. P.; CASTELAR, B.; SANTOS, A. A. Dos. Why is algaculture still incipient in
Brazil? Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 2, p. 673–682, 2017.
REIS, R. P.; DAS CHAGAS PEREIRA, R. R.; DE GÓES, H. G. The efficiency of tubular
86

netting method of cultivation for Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) on the


southeastern Brazilian coast. Journal of Applied Phycology, v. 27, n. 1, p. 421–426, 10 fev.
2015. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-014-0330-6>.
ROLDÁN, I. U. M. et al. Chemical, structural, and ultrastructural analysis of waste from the
carrageenan and sugar-bioethanol processes for future bioenergy generation. Biomass and
Bioenergy, v. 107, p. 233–243, dez. 2017. Disponível em:
<www.elsevier.com/locate/biombioe>. Acesso em: 12 mar. 2018.
SAATY, T. L. Decision-making with the AHP: Why is the principal eigenvector necessary.
European Journal of Operational Research, v. 145, n. 1, p. 85–91, fev. 2003. Disponível
em: <http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0377221702002278>. Acesso em: 14 fev.
2019.
SAATY, T. L. Decision making with the analytic hierarchy process. International Journal
of Services Sciences, v. 1, n. 1, p. 83, 2008. Disponível em:
<http://www.inderscience.com/link.php?id=17590>. Acesso em: 14 fev. 2019.
SAITOH, S. I. et al. Some operational uses of satellite remote sensing and marine GIS for
sustainable fisheries and aquaculture. ICES Journal of Marine Science, v. 68, n. 4, p. 687–
695, 1 mar. 2011. Disponível em: <https://academic.oup.com/icesjms/article-
lookup/doi/10.1093/icesjms/fsq190>. Acesso em: 2 jan. 2018.
SAMBODHO, K. et al. Variability of sea surface chlorophyll and temperature using remote
sensing to support marine aquaculture in Indonesia. International Journal of Civil
Engineering and Technology, v. 8, n. 8, p. 1256–1263, 2017. Disponível em:
<https://www.scopus.com/inward/record.uri?eid=2-s2.0-
85028651036&partnerID=40&md5=a2416a31b2d51a393fd1138439b35a36>. Acesso em: 23
nov. 2017.
SINGH, S. et al. Erratum to: Sustainable enhancement in yield and quality of rain-fed maize
through Gracilaria edulis and Kappaphycus alvarezii seaweed sap (J Appl Phycol, DOI
10.1007/s10811-015-0680-8). Journal of Applied Phycology, v. 28, n. 3, p. 2113, 15 jun.
2016. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-015-0780-5>. Acesso em: 30
out. 2016.
SNYDER, J. et al. Oyster Aquaculture Site Selection Using Landsat 8-Derived Sea Surface
Temperature, Turbidity, and Chlorophyll a. Frontiers in Marine Science, v. 4, p. 190, 29 jun.
2017. Disponível em: <http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fmars.2017.00190/full>.
Acesso em: 19 out. 2017.
SONDAK, C. F. A. et al. Carbon dioxide mitigation potential of seaweed aquaculture beds
(SABs). Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 5, p. 2363–2373, 5 out. 2017. Disponível
em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-016-1022-1>. Acesso em: 4 dez. 2018.
TEIXEIRA, Z. et al. Identification of potential aquaculture sites in solar saltscapes via the
Analytic Hierarchy Process. Ecological Indicators, v. 93, p. 231–242, 2018.
TRIVEDI, K. et al. Crop stage selection is vital to elicit optimal response of maize to seaweed
bio-stimulant application. Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 4, p. 2135–2144, 2017.
Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-017-1118-2>.
TRIVEDI, K. et al. Drought alleviatory potential of Kappaphycus seaweed extract and the
role of the quaternary ammonium compounds as its constituents towards imparting drought
87

tolerance in Zea mays L. Journal of Applied Phycology, v. 30, n. 3, p. 2001–2015, 2018.


Disponível em: <https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10811-017-1375-0.pdf>.
Acesso em: 8 jan. 2018.
WANG, J.; DENG, Z. Development of MODIS data-based algorithm for retrieving sea
surface temperature in coastal waters. Environmental Monitoring and Assessment, v. 189,
n. 6, p. 286, 23 jun. 2017. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10661-017-
6010-7>.
WANYONYI, S. et al. Kappaphycus alvarezii as a Food Supplement Prevents Diet-Induced
Metabolic Syndrome in Rats. Nutrients, v. 9, n. 11, p. 1261, 17 nov. 2017. Disponível em:
<http://www.mdpi.com/2072-6643/9/11/1261>. Acesso em: 4 dez. 2018.
WOOD, D. et al. UK macroalgae aquaculture: What are the key environmental and licensing
considerations? Marine Policy, v. 83, n. May, p. 29–39, 1 set. 2017. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1016/j.marpol.2017.05.021>. Acesso em: 1 nov. 2018.
YIN, S. et al. Selection of suitable coastal aquaculture sites using Multi-Criteria Decision
Analysis in Menai Strait, UK. Ocean & Coastal Management, v. 165, p. 268–279, 1 nov.
2018. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S096456911830098X>. Acesso em: 31
out. 2018.
YONG, Y. S.; YONG, W. T. L.; ANTON, A. Analysis of formulae for determination of
seaweed growth rate. Journal of Applied Phycology, v. 25, n. 6, p. 1831–1834, 2013.
ZODAPE, S. S. T. T. et al. Effect of Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty ex silva. extract on
grain quality, yield and some yield components of wheat (Triticum aestivum L.)International
Journal of Plant Production. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<http://ijpp.gau.ac.ir/?_action=articleInfo&article=646>. Acesso em: 12 ago. 2016.
ZODAPE, S. T. et al. Foliar application of seaweed sap as biostimulant for enhancement of
yield and quality of tomato (Lycopersicon esculentum Mill.). Journal of Scientific and
Industrial Research, v. 70, n. 3, p. 215–219, 2011.
88

4. CONCLUSÕES

De acordo com as concentrações dos macronutrientes secundários e micronutrientes


analisados, o extrato da macroalga K. alvarezii cultivada no litoral norte de São Paulo não
pode ser considerado um fertilizante orgânico fluido foliar por não apresentar as
concentrações mínimas estabelecidas pela legislação brasileira (Instrução Normativa n°25, de
28 de julho de 2009), podendo ser considerado um biofertilizante ou estimulante agrícola.
Os resultados dos estudos econômicos mostraram que a produção do extrato artesanal
foi economicamente viável para o cenário da análise de sensibilidade com preço de venda a
partir de R$ 9,00. O cultivo da macroalga K. alvarezii pode ser uma alternativa sustentável de
acordo com sua forma de processamento. Os módulos mínimos familiares (MMF) são
inviáveis economicamente para a produção e comercialização de macroalgas frescas no preço
de venda de R$ 0,45.
Novos estudos poderiam ser estimulados no Brasil com a aplicação do extrato da
macroalga nas culturas agrícolas como bioestimulante para incentivo da cadeia produtiva e
também para a identificação dos agentes e princípios ativos do biofertilizante para seu registro
junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Estudos econômicos em áreas maiores que os MMF e em sistemas de cultivos
integrados multitróficos na região deveriam ser realizados.
A atividade da algicultura no litoral norte de São Paulo pode ser incentivada para a
produção de extrato de forma artesanal e para isso serão necessários projetos em Políticas
Públicas para o seu desenvolvimento de forma ordenada e responsável. A atividade da
algicultura no litoral norte de São Paulo pode ser incentivada para a produção de extrato de
forma artesanal e para isso serão necessários projetos em Políticas Públicas para o seu
desenvolvimento de forma ordenada e responsável.
A geotecnologia contribuiu para o monitoramento do parâmetro ambiental como a
temperatura de superfície da água do mar e para o planejamento espacial das fazendas
marinha para a implantação da atividade da algicultura paulista.
O estudo da série temporal dos dados recuperados de temperatura de superfície do mar
do sensor MODIS (2008 - 2017) demonstrou nos cinco pontos amostrados ao longo do litoral
norte serem aptos ao cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii por se apresentarem dentro
da faixa de tolerância da temperatura de superfície do mar de 20 a 30°C ótimas para seu
crescimento.
89

Para o local amostrado (Praia do Itaguá- Instituto de Pesca) os testes estatísticos dos
dados das TSM (MODIS e in situ) demonstraram não ter diferença significativa ao nível de
5%. Ainda, os resultados das correlações da taxa de crescimento da macroalga cultivada K.
alvarezii no ponto amostral nos períodos mensal de março de 2013 a julho de 2014 e bimensal
de dezembro de 2017 a outubro de 2018 apresentaram fortes correlações com a TSM MODIS
e com a TSM in situ para os dois períodos e com um índice de determinação (R²) para o
período mensal de 0,7659 e 0,6221 e para o estudo bimensal um de 0,7009 e 0,8066. Assim,
esses resultados indicaram que os dados pretéritos da TSM do Terra /MODIS poderiam ser
utilizados para o monitoramento ambiental, com critérios, necessitando de estudos mais
refinados futuros associados ao cultivo em outros locais costeiros de produção.
O dimensionamento das áreas aptas para a implantação da atividade da algicultura e
classificadas como as “mais aptas” foi de aproximadamente 2.299,26 hectares e para as “áreas
legais” de 1.299,59 hectares, resultados esses que embasaram a estimativa dos potenciais
ambiental de sequestro de CO2 que foi de 15.739,33 toneladas, social na geração
aproximadamente de 7.797 empregos e econômico com uma estimativa de receita anual R$
64,32 milhões.
Esse trabalho proporcionou em uma primeira fase a identificação de 44 locais aptos à
implantação da algicultura com base em diferentes fatores e restrições no nível específico para
a espécie Kappaphycus alvarezii. Em uma fase posterior, a metodologia adotada poderia ser
implantada para outras espécies cultivadas superficialmente para compor uma estratégia de
implantação de novos cultivos.
Destaca-se ainda que os resultados obtidos no presente estudo poderiam colaborar
como um importante componente a ser avaliado no âmbito do Programa Estadual de
Gerenciamento Costeiro de São Paulo, especialmente no que se refere ao Zoneamento
Ecológico Econômico Costeiro, visto que o potencial levantado pode ser representativo para a
economia dos municípios de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela.
90

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, P. G. et al. Temperature and salinity responses of drifting specimens of Kappaphycus


alvarezii (Gigartinales, Rhodophyta) farmed on the Brazilian tropical coast. Journal of Applied
Phycology, v. 26, n. 5, p. 1979–1988, 22 out. 2014. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-014-0303-9>.

AVANZO-NETO, J.; FUJII, M. T. Guia Ilustrado de Identificação e Utilização Algas marinhas


Bentônicas do Estado de São Paulo -. Rima editora.- São Carlos, 2016. 184 p.

BABU, S.; RENGASAMY, R. Effect of Kappaphycus alvarezii SLF treatment on Seed germination,
Growth and Development of seedling in some Crop plants. Indus. Res, v. 1, n. 4, p. 186–195, 2012.
Disponível em: <http://www.jairjp.com/SEPTEMBER 2012/10 BABU.pdf>. Acesso em: 31 maio.
2017.

BULBOA, C. R.; DE PAULA, E. J. Introduction of non-native species of Kappaphycus (Rhodophyta,


Gigartinales) in subtropical waters: Comparative analysis of growth rates of Kappaphycus alvarezii
and Kappaphycus striatum in vitro and in the sea in south-eastern Brazil. Phycological Research, v.
53, n. 3, p. 183–188, 1 set. 2005. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1111/j.1440-
183.2005.00385.x>. Acesso em: 3 maio. 2018.

BRASIL. Decreto no 62.913, de 08 de novembro de 2017. [s.l: s.n.]. Disponível em:


<http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/cpla/2011/05/decreto_estadual_62913_2017_zee_ln.pdf>. Acesso
em: 2 ago. 2018.

BRASIL. Lei No 6.894, DE 16 de dezembro de 1980. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>.

BRASIL. Decreto no 4.895, de 25 de novembro de 2003. [s.l: s.n.]. Disponível em:


<http://www.cppnacional.org.br/sites/default/files/legislacao/D4895-decreto-cessao-aguas-publicas-
25.11.2003.pdf>. Acesso em: 22 jan. 2019.

BRASIL. Instrução normativa seap n° 17, de 22 de setembro de 2005. Disponível em:


<http://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Instrucao_normativa/2005/in_seap_17_2
005_criterios_pldm_parques_aquicolas_altrd_in_seap_9_2006_15_2006_11_2008.pdf>. Acesso em:
14 dez. 2017.

BRASIL. Instrução Normativa MAPA no 6 de 10 de março de 2016. Disponível em:


<http://www.normasbrasil.com.br/norma/instrucao-normativa-6-2016_317445.html>. Acesso em: 5
jan. 2019.
BRASIL. Instrução Normativa IBAMA N° 185, de 22 de julho de 2008. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/legislacao/Instrucao_normativa/2008/in_ibama_185
_2008_permitircultivokappaphycus_alvarezii_rs_sc_revoga_in_ibama_165_2007.pdf>. Acesso em: 23
jan. 2019a.

BRASIL. Decreto n° 53.527, de 08 de outubro de 2008. Disponível em:


<https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2008/decreto-53527-08.10.2008.html>.
Acesso em: 23 jan. 2019b.

BRASIL. Instrução Normativa MAPA/SDA N° 25 de 23 de julho de 2009. Disponível em:


<http://www.agricultura.gov.br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-
agricolas/fertilizantes/legislacao/in-25-de-23-7-2009-fertilizantes-organicos.pdf>. Acesso em: 1 jan.
2019.
91

BRASIL. Lei no 11.959, de 29 de junho de 2009. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11959.htm>. Acesso em: 22 jan.
2019b.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual de métodos analíticos


oficiais para fertilizantes minerais, orgânicos, organominerais e corretivos / Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento. p. 220, 2014. Disponível em: <www.agricultura.gov.br>. Acesso em: 28
jul. 2018.
BRASIL. DECRETO No 62.913, DE 08 DE NOVEMBRO DE 2017. Disponível em:
<http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/cpla/2011/05/decreto_estadual_62913_2017_zee_ln.pdf>. Acesso
em: 2 ago. 2018.

BRASIL. Ministerio de Desenvolvimento,Industria e Comèrcio do Brasil - Comex Stat -


Exportação e Importação Geral. Disponível em: <http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral>. Acesso
em: 5 jan. 2019.

CASTELAR, B. et al. Risk analysis using species distribution modeling to support public policies for
the alien alga Kappaphycus alvarezii aquaculture in Brazil. Aquaculture, v. 446, p. 217–226, set.
2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.aquaculture.2015.05.012>. Acesso em: 3 mar. 2016.

CASTELAR, B.; REIS, R. P.; BASTOS, M. Contribution to the environmental monitoring protocol
for Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty ex PC Silva (Areschougiaceae - Rhodophyta) cultivation at
Sepetiba bay, Rio de Janeiro State, Brazil. Acta Botanica Brasilica, v. 23, n. 3, p. 613–617, 2009a.

CASTELAR, B.; REIS, R. P.; BASTOS, M. Contribuição ao protocolo de monitoramento ambiental


da maricultura de Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty ex P.C. Silva (Areschougiaceae - Rhodophyta)
na baía de Sepetiba, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 23, n. 3, p. 613–617, set. 2009b.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
33062009000300001&lng=pt&tlng=pt>. Acesso em: 12 jun. 2015.

CEDENO, F. R. P. et al. Sequential Enzymatic and Mild-Acid Hydrolysis of By-Product of


Carrageenan Process from Kappaphycus alvarezii. BioEnergy Research, p. 1–14, 4 mar. 2019.
Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s12155-019-09968-7>. Acesso em: 11 mar. 2019.

COLLAÇO, F. L.; SANTOR, S. M.; BARBIERI, E. Uso do geoprocessamento para definição de áreas
para o cultivo de ostras na região estuarina de Cananéia/SP. Revista de Gestão Costeira Integrada,
v. 15, n. 2, p. 193–207, jun. 2015. Disponível em: <http://www.aprh.pt/rgci/pdf/rgci-
527_Collaco.pdf>. Acesso em: 10 out. 2016.

COSTA,M. A. et al. Kappaphycus alvarezii extract used for the seed treatment of soybean culture.
African Journal of Agricultural Research, v. 12, n. 12, p. 1054–1058, 23 mar. 2017. Disponível em:
<http://www.academicjournals.org/journal/AJAR/article-full-text/D8C8D2F63306>. Acesso em: 12
jul. 2017.

CRAIGIE, J. S. Seaweed extract stimuli in plant science and agriculture. Journal of Applied
Phycology, v. 23, n. 3, p. 371–393, 29 jun. 2011. Disponível em:
<https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10811-010-9560-4.pdf>. Acesso em: 24 ago.
2018.

ERLANIA, E.; RADIARTA, I. N. MANAGEMENT OF SUSTAINABLE SEAWEED (Kappaphycus


alvarezii) Aquaculture in the context of climate change mitigation. Indonesian Aquaculture Journal,
v. 9, n. 1, p. 65, 30 jun. 2014. Disponível em: <http://ejournal-
balitbang.kkp.go.id/index.php/iaj/article/view/425>. Acesso em: 7 jul. 2017.
92

ESWARAN, K. et al. Integrated method for production of carrageenan and liquid fertilizer from fresh
seaweeds. 12. Disponível em: <https://www.google.com/patents/US6893479>. Acesso em: 4 out.
2017.

FAO. FIGIS - Fisheries Statistics - Aquaculture - Global Aquaculture Production 1950-2016.


Disponível em: <http://www.fao.org/fishery/statistics/global-aquaculture-production/query/en>.
Acesso em: 4 jan. 2019.

FONSECA, B. C. et al. Use of Algae Biomass Obtained by Single-Step Mild Acid Hydrolysis in
Hydrogen Production by the β-Glucosidase-Producing Clostridium beijerinckii Br21. Waste and
Biomass Valorization, p. 1–10, 25 ago. 2018. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s12649-018-0430-7>. Acesso em: 29 ago. 2018.

GELLI, V. C. [UNESP]. Avaliação dos impactos econômicos do potencial de desenvolvimento da


mitilicultura no município de Ubatuba-SP. 2007. Universidade Estadual Paulista (UNESP), 2007.
Disponível em: <https://repositorio.unesp.br/handle/11449/86723>. Acesso em: 27 fev. 2019.

GELLI, V. C.; BARBIERI, E. Cultivo e aproveitamento da macroalga Kappaphycus alvarezii para


pequenos maricultores. In: EDITORES, P. & J. (Ed.). Aquicultura no Brasil: Novas Perspectivas.
2p. 641–658.

GELLI, V. C.; MARQUES, H. L. A. Demarcação de áreas como subsídios ao ordenamento espacial


da atividade da mitilicultura no litoral norte de São Paulo. IN: Anais do I Simposio Brasileiro de
Oceanografia . CDrom, 2002.

GÓES, H. G.; REIS, R. P. An initial comparison of tubular netting versus tie-tie methods of
cultivation for Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Solieriaceae) on the south coast of Rio de Janeiro
State, Brazil. Journal of Applied Phycology, v. 23, n. 3, p. 607–613, 18 jun. 2011. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-010-9647-y>.

HAYASHI, L. et al. Nutrients removed by Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Solieriaceae) in


integrated cultivation with fishes in re-circulating water. Aquaculture, v. 277, n. 3–4, p. 185–191, jun.
2008. Disponível em: <https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S004484860800104X>.

HAYASHI, L. et al. Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Areschougiaceae) cultivated in subtropical


waters in Southern Brazil. Journal of Applied Phycology, v. 23, n. 3, p. 337–343, 2011a.

HAYASHI, L. et al. Effects of salinity on the growth rate, carrageenan yield, and cellular structure of
Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) cultured in vitro. Journal of Applied Phycology,
v. 23, n. 3, p. 439–447, 2011b.

HAYASHI, L. et al. Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Areschougiaceae) cultivated in subtropical


waters in Southern Brazil. Journal of Applied Phycology, v. 23, n. 3, p. 337–343, 22 jun. 2011c.
Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-010-9543-5>. Acesso em: 14 jun. 2016.

HAYASHI, L. et al. Cultivation of red seaweeds: a Latin American perspective. Journal of Applied
Phycology, v. 26, n. 2, p. 719–727, 2014. Disponível em:
<http://search.proquest.com/openview/51f8b5eae7a03c9dd3dc637cbed3ff95/1?pq-
origsite=gscholar&cbl=2034534>. Acesso em: 4 jul. 2017.

HAYASHI, L.; DE PAULA, E. J.; CHOW, F. Growth rate and carrageenan analyses in four strains of
Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) farmed in the subtropical waters of São Paulo
State, Brazil. Journal of Applied Phycology, v. 19, n. 5, p. 393–399, 10 out. 2007. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-006-9135-6>.
93

HAYASHI, L.; REIS, R. P. Cultivation of the red algae Kappaphycus alvarezii in Brazil and its
pharmacological potential. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 22, n. 4, p. 748–752, ago. 2012.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
695X2012000400007&lng=en&nrm=iso&tlng=en>. Acesso em: 2 abr. 2018.

INGLE, K. et al. Macroalgae Biorefinery from Kappaphycus alvarezii: Conversion Modeling and
Performance Prediction for India and Philippines as Examples. BioEnergy Research, v. 11, n. 1, p.
22–32, 21 mar. 2018. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s12155-017-9874-z>. Acesso
em: 24 ago. 2018.

KARTHIKEYAN, K.; SHANMUGAM, M. Grain yield and functional properties of red gram applied
with seaweed extract powder manufactured from Kappaphycus alvarezii. International Journal of
Recent Advances in Multidisciplinary Research, v. 3, n. 3, p. 1353–1359, 2016. Disponível em:
<http://www.ijramr.com/sites/default/files/issues-pdf/717_1.pdf>. Acesso em: 19 out. 2016.

KARTHIKEYAN, K.; SHANMUGAM, M. The effect of potassium-rich biostimulant from seaweed


Kappaphycus alvarezii on yield and quality of cane and cane juice of sugarcane var. Co 86032 under
plantation and ratoon crops. Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 6, p. 3245–3252, 15 dez. 2017.
Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-017-1211-6>. Acesso em: 27 ago. 2018.

KHAMBHATY, Y. et al. Kappaphycus alvarezii as a source of bioethanol. Bioresource Technology,


v. 103, n. 1, p. 180–185, jan. 2012. Disponível em:
<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960852411014428>. Acesso em: 12 ago. 2016.

KILPATRICK, K. A. et al. A decade of sea surface temperature from MODIS. Remote Sensing of
Environment, v. 165, p. 27–41, ago. 2015. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1016/j.rse.2015.04.023>. Acesso em: 2 dez. 2016.

KOSALARAMAN KARTHIKEYAN; MUNISAMY SHANMUGAM. Enhanced Yield and Quality in


Some Banana Varieties Applied with Commercially Manufactured Biostimulant Aquasap from Sea
Plant Kappaphycus alvarezii. Journal of Agricultural Science and Technology B, v. 4, n. 8, p. 621–
631, 28 ago. 2014. Disponível em:
<http://www.davidpublisher.org/index.php/Home/Article/index?id=714.html>. Acesso em: 31 maio.
2017.

LA MACCHIA PEDRA, A. G. et al. Cultivation of the red seaweed Kappaphycus alvarezii with
effluents from shrimp cultivation and brown seaweed extract: Effects on growth and secondary
metabolism. Aquaculture, v. 479, n. June, p. 297–303, 1 out. 2017. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1016/j.aquaculture.2017.06.005>. Acesso em: 10 out. 2017.

LAYEK, J. et al. Seaweed sap: a sustainable way to improve productivity of maize in North-East
India. International Journal of Environmental Studies, v. 72, n. 2, p. 305–315, 4 mar. 2015.
Disponível em: <http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/00207233.2015.1010855>.

LEMBO, G. et al. Assessing stakeholder’s experience and sensitivity on key issues for the economic
growth of organic aquaculture production. Marine Policy, v. 87, p. 84–93, 1 jan. 2018. Disponível
em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0308597X17304116#bib28>. Acesso em: 14
fev. 2019.

LIMA, L. N. S. S. et al. Identification of areas with adequate temperature for the culture of cobia in
cages along the Brazilian coast. Revista Brasileira de Ciências Agrárias - Brazilian Journal of
Agricultural Sciences, v. 13, n. 3, p. 1–5, 30 set. 2018. Disponível em: <http://poet.jpl.nasa.>. Acesso
em: 5 nov. 2018.

LIU, Y. et al. Spatiotemporal variations in suitable areas for Japanese scallop aquaculture in the Dalian
94

coastal area from 2003 to 2012. Aquaculture, v. 422–423, p. 172–183, 20 fev. 2014. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0044848613006431>. Acesso em: 16 jan. 2017.

MAHAJAN, R. V. Significance of Marine Algal Sap as Foliar Nutrition on Seed Quality and Nutrient
Uptake of Blackgram [Vigna mungo]. International Journal of Pure & Applied Bioscience, v. 5, n.
5, p. 1042–1047, 30 nov. 2018. Disponível em: <http://www.ijpab.com/form/2017 Volume 5, issue
5/IJPAB-2017-5-5-1042-1047.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2018.

MANDAL, S. K. et al. Differential response of varying temperature and salinity regimes on nutrient
uptake of drifting fragments of Kappaphycus alvarezii: implication on survival and growth. Journal
of Applied Phycology, v. 27, n. 4, p. 1571–1581, 2 ago. 2015. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-014-0469-1>.

MANTRI, V. A. et al. An appraisal on commercial farming of Kappaphycus alvarezii in India: success


in diversification of livelihood and prospects. Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 1, p. 335–357,
20 fev. 2017. Disponível em: <https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10811-016-0948-
7.pdf>. Acesso em: 25 set. 2017.

MARINHO-SORIANO, E. Historical context of commercial exploitation of seaweeds in Brazil.


Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 2, p. 665–671, 2017.

MARQUES, H.L.A. PEREIRA, R.T.L. CORREA, B. C. Levantamento e dimensionamento


preliminares das áreas mais favoráveis para a prática da mitilicultura no litoral de Ubatuba (SP).
Boletim Técnico do Instituto de Pesca v. 12,1989.

MARQUES, H. de A.; BARBIERI, E. Plano Local de Desenvolvimento da Maricultura (PLDM) das


Estâncias Balneárias de Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilhabela (SP) - Relatório Técnico -
Secretaria Esecial de Aquiculura e Pesca. 2008. Disponível em: <www.pesca.sp.gov.br>.

MASARIN, F. et al. Chemical analysis and biorefinery of red algae Kappaphycus alvarezii for
efficient production of glucose from residue of carrageenan extraction process. Biotechnology for
Biofuels, v. 9, n. 1, p. 122, 10 dez. 2016. Disponível em:
<http://biotechnologyforbiofuels.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13068-016-0535-9>.

MONDAL, D. et al. Elimination of gibberellin from Kappaphycus alvarezii seaweed sap foliar spray
enhances corn stover production without compromising the grain yield advantage. Plant Growth
Regulation, v. 75, n. 3, p. 657–666, 19 abr. 2015. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10725-014-9967-z>. Acesso em: 18 jan. 2019.

OHNO, M.; NANG, H. Q.; HIRASE, S. Cultivation and carrageenan yield and quality of
Kappaphycus alvarezii in the waters of Vietnam. Journal of Applied Phycology, v. 8, n. 4–5, p. 431–
437, jul. 1996. Disponível em: <https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2FBF02178588.pdf>.
Acesso em: 29 jan. 2019.

OLIVEIRA, L. E. et al. Red Macroalgae Kappaphycus alvarezii as feedstock for nutraceuticals ,


pharmaceuticals and fourth generation biofuel production. International Conference on Renewable
Energies and Power Quality (ICREPQ’19) Tenerife (Spain), 10th to 12th April, 2019 Renewable
Energy and Power Quality Journal (RE&PQJ) ISSN 2172-038 X, No.17 April 2019, n. 17, p. 12–
15, 2019.

PATEL, K.; AGARWAL, P.; AGARWAL, P. K. Kappaphycus alvarezii sap mitigates abiotic-induced
stress in Triticum durum by modulating metabolic coordination and improves growth and yield.
Journal of Applied Phycology, v. 30, n. 4, p. 2659–2673, 7 ago. 2018. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-018-1423-4>.
95

PAULA, E. J. et al. Introdução de espécies exóticas de Eucheuma e Kappaphycus (Gigartinales,


Rhodophyta) para fins de maricultura no litoral brasileiro: abordagem teórica e experimental. IV
Congresso Latino Americano de Ficologia, II Reuniao Ibero-Americana de Ficologia e VII
Reuniao Brasileira de Ficologia, p. 341–353, 1998. Disponível em:
<https://ci.nii.ac.jp/naid/10010848288>. Acesso em: 20 ago. 2018.

PAULA, E. J. de; ERBERT, C.; PEREIRA, R. T. L. Growth rate of the carrageenophyte Kappaphycus
alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) in vitro. Phycological Research, v. 49, n. 3, p. 155–161, 20 set.
2001. Disponível em: <http://doi.wiley.com/10.1046/j.1440-1835.2001.00235.x>. Acesso em: 20 ago.
2018.

PAULA, E. J. J. de et al. Strain selection in Kappaphycus alvarezii var. alvarezii (Solieriaceae,


Rhodophyta) using tetraspore progeny. Journal of Applied Phycology, v. 11, n. 1, p. 111–121, 1999.
Disponível em: <http://link.springer.com/10.1023/A:1008085614360>. Acesso em: 2 maio. 2017.

PAULA, É. J. de; PEREIRA, R. T. L. Factors affecting growth rates of Kappaphycus alvarezii (Doty)
Doty ex P. Silva (Rhodophyta, Solieriaceae) in subtropical waters of Sâo Paulo State, Brazil.
Seventeenth International Seaweed Symposium. Proceedings of the XVIIth International
Seaweed Symposium, Cape Town, South Africa. 28 January- 2 February 2001, p. 381–388, 2003.
Disponível em: <https://www.cabdirect.org/cabdirect/abstract/20033183350>. Acesso em: 16 ago.
2018.

PAULA, E. J. de; PEREIRA, R. T. L.; OHNO, M. Growth rate of the carrageenophyte Kappaphycus
alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) introduced in subtropical waters of São Paulo State, Brazil.
Phycological Research, v. 50, n. 1, p. 1–9, mar. 2002. Disponível em:
<http://doi.wiley.com/10.1046/j.1440-1835.2002.00248.x>.

PAULA, E. J. Marinomia da alga exótica, Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta), para produção de


carragenanas no Brasil. Panorama da Aquicultura, v. s.n., p. 39, 2001. Disponível em:
<http://www.panoramadaaquicultura.com.br/paginas/Revistas/48/ALGAS.asp>. Acesso em: 2 out.
2017.

PAULA, E. J.; PEREIRA, R. T. L.; OHNO, M. Strain selection in Kappaphycus alvarezii var.
alvarezii (Solieriaceae, Rhodophyta) using tetraspore progeny. Journal of Applied Phycology. [s.l:
s.n.]. Disponível em: <https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2F978-94-011-4449-0_77.pdf>.
Acesso em: 16 ago. 2018.

PICKERING, T. Advances in Seaweed Aquaculture Among Pacific Island Countries. Journal of


Applied Phycology, v. 18, n. 3–5, p. 227–234, 27 nov. 2006. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/978-1-4020-5670-3_1>. Acesso em: 7 jul. 2017.

PRAMANICK, B. et al. Growth, yield and quality improvement of potato tubers through the
application of seaweed sap derived from the marine alga Kappaphycus alvarezii. Journal of Applied
Phycology, v. 29, n. 6, p. 3253–3260, 14 dez. 2017. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-017-1189-0>. Acesso em: 23 ago. 2018.

PRASAD, K. et al. Detection and Quantification of Some Plant Growth Regulators in a Seaweed-
Based Foliar Spray Employing a Mass Spectrometric Technique sans Chromatographic Separation.
Journal of Agricultural and Food Chemistry, v. 58, n. 8, p. 4594–4601, 28 abr. 2010. Disponível
em: <www.massbank.jp>. Acesso em: 30 jan. 2019.

QADRI, S. S. N. et al. Production performance, immune response and carcass traits of broiler
chickens fed diet incorporated with Kappaphycus alvarezii. Journal of Applied Phycology, v. 31, n.
1, p. 753–760, 5 fev. 2019. Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-018-1498-y>.
Acesso em: 14 nov. 2018.
96

RADIARTA, I. N.; SAITOH, S.-I. I.; MIYAZONO, A. GIS-based multi-criteria evaluation models for
identifying suitable sites for Japanese scallop (Mizuhopecten yessoensis) aquaculture in Funka Bay,
southwestern Hokkaido, Japan. Aquaculture, v. 284, n. 1–4, p. 127–135, 1 nov. 2008. Disponível em:
<http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0044848608005437>. Acesso em: 16 jan. 2017.

RADIARTA, I. N.; SAITOH, S.-I.; YASUI, H. Aquaculture site selection for Japanese kelp
(Laminaria japonica) in southern Hokkaido, Japan, using satellite remote sensing and GIS-based
models. ICES Journal of Marine Science, v. 68, n. 4, p. 773–780, 1 mar. 2011. Disponível em:
<http://icesjms.oxfordjournals.org/cgi/doi/10.1093/icesjms/fsq163>. Acesso em: 22 jul. 2016.

RAJASULOCHANA, P.; KRISHNAMOORTHY, P.; DHAMOTHARAN, R. Potential Application of


Kappaphycus alvarezii in Agricultural and Pharmaceutical Industry. Journal of Chemical and
Pharmaceutical Research, v. 4, n. 1, p. 33–37, 2012.

RAMAN, M.; DOBLE, M. κ-Carrageenan from marine red algae, Kappaphycus alvarezii – A
functional food to prevent colon carcinogenesis. Journal of Functional Foods, v. 15, p. 354–364,
maio 2015. Disponível em: <https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1756464615001541>.
Acesso em: 11 out. 2016.

RATHORE, S. S. et al. Effect of seaweed extract on the growth, yield and nutrient uptake of soybean
(Glycine max) under rainfed conditions. South African Journal of Botany, v. 75, n. 2, p. 351–355,
abr. 2009. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0254629908003153>.
Acesso em: 12 jun. 2015.

REBOURS, C. et al. Seaweeds: an opportunity for wealth and sustainable livelihood for coastal
communities. Journal of Applied Phycology, v. 26, n. 5, p. 1939–1951, 3 out. 2014. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-014-0304-8>. Acesso em: 3 abr. 2018.

REIS, R. P.; CASTELAR, B.; SANTOS, A. A. Dos. Why is algaculture still incipient in Brazil?
Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 2, p. 673–682, 2017.

REIS, R. P.; DAS CHAGAS PEREIRA, R. R.; DE GÓES, H. G. The efficiency of tubular netting
method of cultivation for Kappaphycus alvarezii (Rhodophyta, Gigartinales) on the southeastern
Brazilian coast. Journal of Applied Phycology, v. 27, n. 1, p. 421–426, 10 fev. 2015. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-014-0330-6>.

ROLDÁN, I. U. M. et al. Chemical, structural, and ultrastructural analysis of waste from the
carrageenan and sugar-bioethanol processes for future bioenergy generation. Biomass and Bioenergy,
v. 107, p. 233–243, dez. 2017. Disponível em: <www.elsevier.com/locate/biombioe>. Acesso em: 12
mar. 2018.

SAATY, T. L. Decision making with the analytic hierarchy process. International Journal of
Services Sciences, v. 1, n. 1, p. 83, 2008. Disponível em:
<http://www.inderscience.com/link.php?id=17590>. Acesso em: 14 fev. 2019.

SAITOH, S. I. et al. Some operational uses of satellite remote sensing and marine GIS for sustainable
fisheries and aquaculture. ICES Journal of Marine Science, v. 68, n. 4, p. 687–695, 1 mar. 2011.
Disponível em: <https://academic.oup.com/icesjms/article-lookup/doi/10.1093/icesjms/fsq190>.
Acesso em: 2 jan. 2018.

SANTOS, A. A. dos et al. Socioeconomic analysis of the seaweed Kappaphycus alvarezii and
mollusks (Crassostrea gigas and Perna perna) farming in Santa Catarina State, Southern Brazil. v.
2018, n. 3, [s.d.]Disponível em:
<www.custoseagronegocioonline.com.br443www.custoseagronegocioonline.com.br>. Acesso em: 4
dez. 2018.
97

SANTOS, A. A. Dos. Potencial de cultivo da macroalga Kappaphycus alvarezii no litoral de Santa


Catarina. 2014. Universidade Federal de Santa Catarina, 2014. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/132944>. Acesso em: 27 jun. 2017.

o
SHAH, M. T. et al. Seaweed Sap As an Alternative Liquid Fertilizer for Yield and Quality
Improvement of Wheat. Journal of Plant Nutrition, v. 36, n. 2, p. 192–200, 28 jan. 2013. Disponível
em: <http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/01904167.2012.737886>. Acesso em: 12 ago.
2016.

SHANMUGAM, M.; SETH, A. Recovery ratio and quality of an agricultural bio-stimulant and semi-
refined carrageenan co-produced from the fresh biomass of Kappaphycus alvarezii with respect to
seasonality. Algal Research, v. 32, p. 362–371, 1 jun. 2018. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2211926417310810>. Acesso em: 27 ago. 2018.

SINGH, S. et al. Erratum to: Sustainable enhancement in yield and quality of rain-fed maize through
Gracilaria edulis and Kappaphycus alvarezii seaweed sap (J Appl Phycol, DOI 10.1007/s10811-015-
0680-8). Journal of Applied Phycology, v. 28, n. 3, p. 2113, 15 jun. 2016. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-015-0780-5>. Acesso em: 30 out. 2016.

SNYDER, J. et al. Oyster Aquaculture Site Selection Using Landsat 8-Derived Sea Surface
Temperature, Turbidity, and Chlorophyll a. Frontiers in Marine Science, v. 4, p. 190, 29 jun. 2017.
Disponível em: <http://journal.frontiersin.org/article/10.3389/fmars.2017.00190/full>. Acesso em: 19
out. 2017.

SONDAK, C. F. A. et al. Carbon dioxide mitigation potential of seaweed aquaculture beds (SABs).
Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 5, p. 2363–2373, 5 out. 2017. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s10811-016-1022-1>. Acesso em: 4 dez. 2018.

SURESH KUMAR, K.; GANESAN, K.; SUBBA RAO, P. V. Seasonal variation in nutritional
composition of Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty—an edible seaweed. Journal of Food Science
and Technology, v. 52, n. 5, p. 2751–2760, 26 maio 2015. Disponível em:
<http://link.springer.com/10.1007/s13197-014-1372-0>. Acesso em: 14 jun. 2016.

TEIXEIRA, Z. et al. Identification of potential aquaculture sites in solar saltscapes via the Analytic
Hierarchy Process. Ecological Indicators, v. 93, p. 231–242, 2018.

TRIVEDI, K. et al. Crop stage selection is vital to elicit optimal response of maize to seaweed bio-
stimulant application. Journal of Applied Phycology, v. 29, n. 4, p. 2135–2144, 25 ago. 2017.
Disponível em: <http://link.springer.com/10.1007/s10811-017-1118-2>.

TRIVEDI, K. et al. Drought alleviatory potential of Kappaphycus seaweed extract and the role of the
quaternary ammonium compounds as its constituents towards imparting drought tolerance in Zea mays
L. Journal of Applied Phycology, v. 30, n. 3, p. 2001–2015, 28 jun. 2018. Disponível em:
<https://link.springer.com/content/pdf/10.1007%2Fs10811-017-1375-0.pdf>. Acesso em: 8 jan. 2018.

VALDERRAMA, D. et al. The Economics of Kappaphycus Seaweed Cultivation in Developing


Countries: A Comparative Analysis of Farming Systems. Aquaculture Economics & Management,
v. 19, n. 2, p. 251–277, 2015. Disponível em:
<http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/13657305.2015.1024348>.

VIANNA, L. F. de N.; FILHO, J. B. Spatial analysis for site selection in marine aquaculture: An
ecosystem approach applied to Baía Sul, Santa Catarina, Brazil. Aquaculture, v. 489, p. 162–174, 20
mar. 2018. Disponível em:
98

<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0044848617325589?via%3Dihub>. Acesso em: 3


jul. 2018.

WANYONYI, S. et al. Kappaphycus alvarezii as a Food Supplement Prevents Diet-Induced Metabolic


Syndrome in Rats. Nutrients, v. 9, n. 11, p. 1261, 17 nov. 2017. Disponível em:
<http://www.mdpi.com/2072-6643/9/11/1261>. Acesso em: 4 dez. 2018.

WOOD, D. et al. UK macroalgae aquaculture: What are the key environmental and licensing
considerations? Marine Policy, v. 83, n. May, p. 29–39, 1 set. 2017. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1016/j.marpol.2017.05.021>. Acesso em: 1 nov. 2018.

YIN, S. et al. Selection of suitable coastal aquaculture sites using Multi-Criteria Decision Analysis in
Menai Strait, UK. Ocean & Coastal Management, v. 165, p. 268–279, 1 nov. 2018. Disponível em:
<https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S096456911830098X>. Acesso em: 31 out. 2018.

ZODAPE, S. S. T. T. et al. Effect of Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty ex silva. extract on grain
quality, yield and some yield components of wheat (Triticum aestivum L.)International Journal of
Plant Production. [s.l: s.n.]. Disponível em: <http://ijpp.gau.ac.ir/?_action=articleInfo&article=646>.
Acesso em: 12 ago. 2016.

ZODAPE, S. T. et al. Effect of liquid seaweed fertilizer on yield and quality of okra (Abelmoschus
esculentus L.). Journal of Scientific & Industrial Research, v. 67, n. December, p. 1115–1117,
2008. Disponível em: <http://nopr.niscair.res.in/handle/123456789/2538>.

ZODAPE, S. T. et al. Enhanced yield and nutritional quality in green gram (Phaseolus radiata L)
treated with seaweed (Kappaphycus alvarezii) extract. Journal of Scientific and Industrial
Research, v. 69, n. 6, p. 468–471, 2010. Disponível em:
<http://nopr.niscair.res.in/handle/123456789/9687>. Acesso em: 31 maio. 2017.

ZODAPE, S. T. et al. Foliar application of seaweed sap as biostimulant for enhancement of yield and
quality of tomato (Lycopersicon esculentum Mill.). Journal of Scientific and Industrial Research, v.
70, n. 3, p. 215–219, 2011.

ZUNIGA-JARA, S.; MARIN-RIFFO, M. Bioeconomic analysis of small-scale cultures of


Kappaphycus alvarezii (Doty) Doty in India. Journal of Applied Phycology, v. 28, n. 2, p. 1133–
1143, 15 abr. 2016. Disponível em: <http://link.springer.com/article/10.1007/s10811-015-0616-3>.
Acesso em: 27 jun. 2017.
99

6. ANEXOS -
6.1. Processo n° 260108 -003.810/2016 de aprovação na Comissão Técnica do Instituto
Florestal -Carta COTEC n°480/2016 D74/2016TN)
100
101
102

6.2. Parecer Consubstanciado da Aprovação do projeto de tese no Sistema Comitê de


Ética de Pesquisa (CEP) UNICAMP/CAAE: 08837519.8.0000.5404 na Plataforma
Brasil.
103
104
105
106
107
108
109
110
111

Você também pode gostar