Aula 02
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SUMÁRIO PÁGINA
1. A OCUPAÇÃO INICIAL DO TERRITÓRIO 02
BRASILEIRO
2. A QUESTÃO INDÍGENA 09
3. LISTA DE QUESTÕES 19
4. QUESTÕES COMENTADAS 21
5. GABARITO 25
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26
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Chegamos ao Brasil!
Vamos lá?
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europeias, centralizar o governo, criando o Estado moderno
associado aos interesses mercantis.
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Convém lembrar, mais uma vez, a conexão que existiu entre a
centralização política e a expansão comercial. Assim, a medida
que outros reinos se unificavam, laçavam-se também para a
expansão marítima concomitantemente a expansão portuguesa
que ia desvendando os segredos dos mares e ampliando o seu
comércio junto às regiões da costa africana, a Espanha ainda se
via envolvida em conflitos bélicos pela expulsão dos mouros da
parte sul de seu território. Após a expulsão dos mouros, iniciou-
se a expansão ultramarina espanhola, financiando uma expedição
que comandada por Cristóvão Colombo, pretendia chegar as
Índias navegando pelo Ocidente. Partindo das Canárias, depois
de navegar 33 dias chegou em 1492 às ilhas Lucaias, Cuba e São
Domingos. Pensando estar nas índias, chamou os habitantes da
terra de índios.
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A partir da “descoberta” do Novo Mundo, Portugal e Espanha
apressaram-se em estabelecer deu domínio sob a região. Na
eminência de conflitos entre os dois reinos, houve a intervenção
papal que estabeleceu uma linha imaginária a 100 léguas Cabo
Verde onde a porção territorial a oeste da linha pertenceria à
Espanha, e a porção leste pertenceria a Portugal. (Bula Inter
Coetera 1493. Insatisfeito e inconformado com a divisão, Portugal
ameaçou valer-se da força para decidir a questão, e antes que se
despontasse um confronto armado, um novo acordo firmado
entre os dois reinos, estabeleceu uma nova linha a 370 léguas de
Cabo Verde (Tratado de Tordesilhas 1494). Esse acordo, ao
mesmo tempo em que se reafirmou a supremacia desses países
no século XV, reconhecendo o pioneirismo Ibérico na expansão,
o tratado foi contestado pelas demais nações como França e
Inglaterra que não o reconheceram.
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Mercantilismo:
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A Ocupação
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A ocupação do território brasileiro, num primeiro momento
ocorreu por meio da atividade extrativista vegetal, com a
exploração do pau-brasil, presente nas matas ao longo da costa
brasileira, em vasta extensão no sentido norte-sul. Isto ocorre,
entre os anos 1500 a 1530, período em que há um descaso da
Coroa Portuguesa em relação a sua colônia. Essa atividade teve
curta duração e não possibilitou a criação de estabelecimentos
fixos como vilas e/ou cidades, facilitando a invasão do território
por parte de outros estados europeus. No entanto, criou
condições favoráveis para o desenvolvimento de uma atividade
que asseguraria a posse deste imenso território e possibilitaria
uma base econômica mais ampla e estável: a agricultura.
Segundo PRADO JUNIOR (1979:130) é propriamente na
agricultura que se assentou a ocupação e exploração da maior
parte do território brasileiro.
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2. QUESTÃO INDÍGENA
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Um dado importante foi o aumento da proporção de indígenas
urbanizados. A atual população indígena brasileira, segundo
resultados preliminares do Censo Demográfico realizado pelo
IBGE em 2010, é de 817.963 indígenas, dos quais 502.783 vivem
na zona rural e 315.180 habitam as zonas urbanas brasileiras.
Este Censo revelou que em todos os Estados da Federação,
inclusive do Distrito Federal, há populações indígenas. A Funai
também registra 69 referências de índios ainda não contatados,
além de existirem grupos que estão requerendo o
reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal
indigenista.
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Este texto pode ser encontrado do site da Funai no tópico
“Quem são”. Porém é insuficiente para entender quem
são os índios, diante disso, segue abaixo alguns
conceitos...
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da Nova Constituição de 1988, em especial no seu art. 4º do
Título I (dos princípios e definições):
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Em suma, um grupo de pessoas pode ser considerado indígena
ou não se essas pessoas se considerarem índias ou se assim
forem consideradas pela população que as cerca. Mesmo sendo o
critério mais utilizado, ele tem sido colocado em discussão já que
muitas vezes são interesses de ordem política que usam tal
definição, da mesma forma como acontecia há 500 anos.
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Porém, é importante entender que cada povo possui uma cultura
própria, isto é, língua, crenças e um jeito próprio de trabalhar,
pensar, relacionar-se com a natureza e com os outros povos.
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povos não conhecessem guerra, doença e outros males. A
diferença é que nos anos da colonização portuguesa eles faziam
parte de um projeto ambicioso de dominação cultural, econômica,
política e militar do mundo, ou seja, um projeto político dos
europeus, que os povos indígenas não conheciam e não podiam
adivinhar qual fosse. Eles não eram capazes de entender a lógica
das disputas territoriais como parte de um projeto político
civilizatório, de caráter mundial e centralizador, uma vez que só
conheciam as experiências dos conflitos territoriais intertribais e
interlocais. A partir do contato, as culturas dos povos indígenas
sofreram profundas modificações, uma vez que dentro das etnias
se operaram importantes processos de mudança sociocultural,
enfraquecendo sobremaneira as matrizes cosmológicas e míticas
em torno das quais girava toda a dinâmica da vida tradicional. No
início do contato, apesar de serem uma maioria local adaptada
culturalmente ao meio em que habitavam, não contavam com
uma experiência prévia de intensas relações interétnicas e com
os impactos provocados pela violência dos agentes de
colonização, que foram por demais severos. Foram 506 anos de
dominação e, em que pesem as profecias de extinção definitiva
dos povos indígenas no território brasileiro, previstas ainda no
milênio passado, os índios estão mais do que nunca vivos: para
lembrar e viver a memória histórica e, mais do que isso, para
resgatar e dar continuidade aos seus projetos coletivos de vida,
orientados pelos conhecimentos e pelos valores herdados dos
seus ancestrais, expressos e vividos por meio de rituais e crenças.
São projetos de vida de 222 povos que resistiram a toda essa
história de opressão e repressão. Viver a memória dos ancestrais
significa projetar o futuro a partir das riquezas, dos valores, dos
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conhecimentos e das experiências do passado e do presente, para
garantir uma vida melhor e mais abundante para todos os povos.
Mas essa abundância de vida, buscada por todos os povos do
mundo, para os povos indígenas passa necessariamente pela
manutenção dos seus modos próprios de viver, o que significa
formas de organizar trabalhos, de dividir bens, de educar filhos,
de contar histórias de vida, de praticar rituais e de tomar decisões
sobre a vida coletiva. Dessa maneira, os povos indígenas não são
seres ou sociedades do passado. São povos de hoje, que
representam uma parcela significativa da população brasileira e
que por sua diversidade cultural, territórios, conhecimentos e
valores ajudaram a construir o Brasil. ”
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dos portugueses às terras brasileiras. Os índios pacificados e
dominados ensinaram a eles as técnicas de sobrevivência na
selva e como lidar com várias situações perigosas nas florestas
ou como se orientar nas expedições realizadas. Em todas as
expedições empreendidas pelos desbravadores e colonizadores
portugueses lá estavam os índios como guias e serviçais,
conforme atestam vários registros documentais da época. Ao
longo de toda a história de colonização brasileira, os povos
indígenas estiveram presentes, ora como aliados na expulsão de
outros invasores estrangeiros, ora como mão-de-obra nas frentes
de expansão agrícola ou extrativista [...]. Do ponto de vista
sociocultural, hoje é aceito oficialmente o fato de que o povo
brasileiro é formado pela junção de três raças: a indígena, a
branca e a negra. Mas não foi somente no aspecto biológico que
os índios contribuíram para a formação do povo brasileiro como
o senso comum faz crer, mas principalmente do ponto de vista
cultural e religioso. Basta prestarmos atenção em muitos
aspectos que constituem a vida cotidiana dos brasileiros,
começando com a própria língua portuguesa que acabou
incorporando várias palavras, conceitos e expressões de línguas
indígenas. Há centenas de nomes de lugares (Iguaçu,
Itaquaquecetuba, Paranapanema), de cidades (Manaus, Curitiba,
Cuiabá) de pessoas (Ubiratan, Tupinanbá), de ruas e até de
empresas (Aviação Xavante, Empresa Xingu). Outro aspecto
extremamente relevante são os conhecimentos culinários dos
povos indígenas que estão presentes na vida dos brasileiros, em
que talvez a mais forte expressão esteja na presença de inúmeros
produtos da mandioca, desde a tradicional tapioquinha ao exótico
tucupi e à indispensável farinha. Além de tudo isso, há ainda
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outro legado bem mais atual dos povos indígenas ao Brasil e ao
mundo, que são os seus milenares conhecimentos de medicinas
tradicionais. Alguns estudiosos estimam que os índios do Brasil já
chegaram a dominar uma cifra de mais de 200.000 espécies de
plantas medicinais. Muitos delas estão se perdendo antes mesmo
de serem descobertas pela ciência moderna. Ao contrário do que
muitos médicos pregam, a medicina tradicional possui um valor
incalculável ainda a ser descoberto e explorado pela medicina
moderna, desde que a arrogância dos cientistas ceda lugar às
possibilidades de novas descobertas sobre os mistérios da
natureza e da vida, como pregam e vivem os povos indígenas
[...]. Por fim, os povos indígenas brasileiros constituem ainda
uma riqueza cultural invejável para muitos países e continentes
do mundo. São 222 povos étnicos falando 180 línguas – 222
povos é pouco menos que as 234 etnias existentes em todo o
continente europeu. São poucos os países que possuem
tamanha diversidade sociocultural e étnica. Por tudo isso,
o Brasil e o mundo precisam olhar com mais carinho para
os povos indígenas e vê-los não como vítimas ou
coitadinhos pedindo socorro, mas como povos que, além
de herdeiros de histórias e de civilizações milenares,
ajudaram a escrever e a construir a história do Brasil e do
planeta com seus modos de pensar, falar e viver. ”
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em espaços geográficos, sociais e políticos sumamente
diferentes. (LUCIANO)
3. LISTA DE QUESTÕES
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economia era a ausência de autonomia do produtor, dependente
de outro centro. A colônia existia para a metrópole. Fornecedora
de bens primários, a colônia entregou-se à agricultura ou à
atividade extrativa — vegetais ou minerais —, sendo-lhe, em
regra, vedada a indústria. Na formação étnica e cultural, o fator
predominante foi o português. Os nativos, os índios,
encontravam-se no estágio da Idade da Pedra, contrastando com
alguns núcleos encontrados pelos espanhóis. A ação indígena
para a formação do Brasil pode ser contada na agricultura
(técnicas e espécies), na coleta de resinas e fibras, nos utensílios
e instrumentos de caça e pesca. Deles, folclore, magia, lendas e
vocabulário foram, em pequena parte, incorporados. A influência
máxima do negro africano deu-se no trabalho, mas também na
alimentação, no folclore, nas crenças religiosas, na música e na
dança. A presença do negro assinalou fundamente a etnia
brasileira, sendo o século XIX marcado pelo problema da luta
contra a escravidão e por certos conflitos étnicos, que se
projetam até nossos dias.
Francisco Iglesias. História geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 1989, p. 52-64 (com adaptações).
4. QUESTÕES COMENTADAS
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de lado, embora não de fora das preocupações do colonizador:
algum comércio se fez, houve pequenas expedições e alguns
portugueses ficaram. Em 1530, veio a primeira expedição
importante, sob o comando de Martim Afonso de Sousa: sugeriu-
se ao rei o estabelecimento do sistema de capitanias. O donatário
deveria investir capital, poderia fazer a doação de terras, teria de
defendê-las contra o índio ou o estrangeiro, recebendo em troca
suas rendas, fora os direitos da Coroa. Ante o malogro da
descentralização, o português mudou o sentido da colonização e
estabeleceu, em 1548, o governo geral. O traço básico da
economia era a ausência de autonomia do produtor, dependente
de outro centro. A colônia existia para a metrópole. Fornecedora
de bens primários, a colônia entregou-se à agricultura ou à
atividade extrativa — vegetais ou minerais —, sendo-lhe, em
regra, vedada a indústria. Na formação étnica e cultural, o fator
predominante foi o português. Os nativos, os índios,
encontravam-se no estágio da Idade da Pedra, contrastando com
alguns núcleos encontrados pelos espanhóis. A ação indígena
para a formação do Brasil pode ser contada na agricultura
(técnicas e espécies), na coleta de resinas e fibras, nos utensílios
e instrumentos de caça e pesca. Deles, folclore, magia, lendas e
vocabulário foram, em pequena parte, incorporados. A influência
máxima do negro africano deu-se no trabalho, mas também na
alimentação, no folclore, nas crenças religiosas, na música e na
dança. A presença do negro assinalou fundamente a etnia
brasileira, sendo o século XIX marcado pelo problema da luta
contra a escravidão e por certos conflitos étnicos, que se
projetam até nossos dias.
Francisco Iglesias. História geral e do Brasil. São Paulo: Ática, 1989, p. 52-64 (com adaptações).
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Tendo o texto acima como referência inicial e
considerando o processo histórico brasileiro do período
colonial ao século XIX, julgue os itens de 01 a 61.
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5. Pelo destaque dado no texto à preponderância portuguesa
na formação étnico-cultural brasileira, conclui-se que o
autor desconsidera o fato de o idioma falado no país resultar
de influências maiores dos indígenas e dos africanos.
ERRADO. Ele cita a contribuição no vocabulário,
mesmo dizendo ser pequena, não desconsidera a
influência.
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5. GABARITO
QUESTÕES GABARITO
1 C
2 C
3 C
4 E
5 E
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6. REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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