Curso 218221 Aula 05 8d51 Completo

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Aula 05

PM-CE (Soldado) História do Ceará -


2022 (Pós-Edital)

Autor:
Sergio Henrique

10 de Novembro de 2022

03785685319 - JOSE ORLANDO SILVA BARBOZA


Sergio Henrique
Aula 05

Simulado II - Colônia
1.
A partir do século XVIII, houve um crescimento da estrutura urbana no Brasil Colônia, com o
surgimento de um grande número de vilas e cidades, devido, principalmente,
A) ao crescimento da atividade açucareira em todo o Brasil, após a expulsão dos invasores
holandeses.
B) ao desenvolvimento da mineração de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais e
à pecuária no Nordeste.
C) ao estabelecimento da industrialização promovida pela vinda da família real portuguesa para
o Brasil.
D) ao aparecimento da cafeicultura como atividade econômica de exportação nas regiões
Sudeste e Nordeste.

2.
Leia atentamente o seguinte excerto:
“...Os holandeses então retornaram, em 1630, e atacaram Pernambuco, por ser a mais
próspera capitania da colônia. A partir de Olinda e Recife, eles expandiram gradativamente seu
domínio pelas terras do Nordeste”.
FARIA, Ricardo de Moura; MIRANDA, Mônica Liz; CAMPOS, Helena Guimarães. Estudos de
História. 1 ed. São Paulo: FTD, 2010, p.255.

O trecho acima está relacionado ao fato histórico que corresponde


A) ao início da ocupação do litoral cearense, na região da atual cidade de Fortaleza, liderada
por Pero Coelho de Sousa que ergueu o Fortim de São Tiago na foz do rio Ceará.
B) à fundação do forte de Scoonenborch, considerado o marco inicial do desenvolvimento da
atual cidade de Fortaleza, às margens do riacho Pajeú, sob liderança de Matias Beck.
C) à Chegada, no Ceará, de Martin Soares Moreno que recupera o Fortim de São Tiago,
rebatizando-o de Fortim de São Sebastião.
D) ao avanço das tropas de Daniel de La Touche que, vindas da colônia chamada França
Equinocial, no Maranhão, dominaram o litoral do Ceará e fundaram o Forte de São Luis.
E) A fundação do forte São Tiago por Matias Beck, às margens do rio Ceará.

3.
Atente para o que disse o jesuíta André João Antonil sobre a escravidão no Brasil:

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“No Brasil, costumam dizer que para o escravo são necessários três PPP, a saber, pau, pão e
pano. E, posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau, contudo, prouvera a
Deus que tão abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo, dado por
qualquer causa pouco provada, ou levantada; e com instrumentos de muito rigor(...), de que
se não usa com os brutos animais, fazendo algum senhor mais caso de um cavalo que de meia
dúzia de escravos...”
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. 3. ed. Belo Horizonte: Itatiaia/Edusp,
1982, p. 37. (Coleção Reconquista do Brasil).Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra
=1737

Com base no trecho acima e no que se sabe sobre o sistema escravista ocorrido no Brasil, é
correto dizer que
A) a visão do jesuíta Antonil apresenta uma perspectiva da colonização portuguesa em que a
escravidão aparece de uma forma humanizada, pois eram garantidos aos escravos o alimento
e as vestimentas.
B) não há, no texto de Antonil, qualquer crítica ao sistema escravista, aos castigos físicos dados
aos escravos nem a sua desvalorização como ser humano.
C) o sistema escravista, centrado no trabalho compulsório, no tráfico de africanos para a
colônia e em uma rígida estrutura de controle e punição, foi a base da economia colonial e
criou uma sociedade desigual.
D) apesar de aparentar opressão e violência, o sistema escravista foi positivo para os africanos
trazidos ao Brasil, pois possibilitou a eles acesso a uma cultura superior e a uma religião
organizada, já que, na África, viviam primitivamente.
E) nunca foi o principal sistema de trabalho em terras cearenses, o que explica pioneirismo no
processo de abolição da escravidão.

4.
No Ceará, durante os séculos XVII e XVIII, formou-se o que o historiador cearense Capistrano
de Abreu denominaria como “Civilização do Couro”. Este aspecto característico da colonização
cearense está ligado
A) ao fato de existir, nas terras cearenses, uma farta manada de gado bufalino natural da
região, o que proporcionou, aos nativos locais e aos europeus colonizadores, as condições
ideais para explorarem aquela riqueza.
B) ao desenvolvimento, após a decadência da produção algodoeira, de uma grande atividade
de pecuária de corte e leiteira que, ainda hoje, é uma das maiores do Brasil e sustenta a
economia cearense.

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C) ao processo colonizatório cearense que ocorreu a partir da ocupação pela pecuária, na


capitania, através da frente de ocupação do sertão-de-fora, conduzida por pernambucanos, e
da frente de ocupação do sertão-de-dentro, controlada principalmente por baianos.
D) ao modelo original de ocupação através da pecuária bovina que, saindo do Ceará, ajudou na
ocupação do interior nordestino e na colonização dos serrados do centro-oeste, dos pampas
do sul do país e do pantanal mato-grossense.

5.
Para buscar compreender como uma cidade imagina sua fundação parece ser útil proceder à
forma como ela produz socialmente problemas que devem ser superados a fim de que uma
nova realidade seja instaurada. Nesse sentido, os discursos de técnicos governamentais,
políticos, especialistas em urbanismo, turismólogos, jornalistas, moradores dentre outros
concorrem para produzir a existência social de problemas que as promessas de cidade podem
vir a superar. Fortaleza parece ter produzido seus problemas sempre tendo em vistas as
soluções possíveis. A própria localização de implantação da Cidade foi sendo interpretada pelo
discurso especializado como um problema a ser resolvido pela Cidade futura. Esse problema
fundante, o problema da origem da Cidade, parece constituir-se solo fértil de onde tem vindo
brotar outras expectativas coletivas a respeito do futuro da Cidade que a cada momento são
criadas e ressignificadas.
Quanto aos debates sobre a fundação de Fortaleza, é incorreto afirmarmos:
A) As duas principais referências espaciais sobre a origem de Fortaleza é o bairro Barra do
Ceará, no litoral oeste e o Centro histórico, bairro onde os holandeses levantaram um forte
para a proteção do litoral da Cidade contra invasões estrangeiras.
B) É comemorado em 25/07 o dia do marco zero em que são encorajadas homenagens à
memória de São Tiago e dos pais fundadores de Fortaleza Martim Soares Moreno, Pero Coelho
de Souza, Simão Nunes, os padres jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira.
C) Há um debate quanto ao lugar que deve ser considerado o marco zero. O Centro histórico o
marco inicial de expansão de Fortaleza em torno do forte de Nossa Senhora da Assunção em
contraposição aos que defendem a anterioridade do bairro Barra do Ceará, a oeste, na periferia
da Cidade, a partir da construção do forte de Santiago, em 1604, por Pero Coelho.
D) Entre os defensores do beckismo foi Câmara Cascudo que escreveu “Para mim o forte
Schoonenborch é a velocidade inicial de Fortaleza. O fortim de Pero Coelho de Souza em 1603,
a aldeia de São Lourenço do Padre Figueira em 1608, o forte de São Sebastião de Martim Soares
Moreno em 1612, encerram o ciclo histórico, topográfico e especificamente distintos da
fundação de Matias Beck na duna Marajaitiba, com o Schoonenborch em 1649. Entre os dois
núcleos não existe a continuidade funcional indispensável à unidade histórica”
E) José de Alencar foi um proeminente político do Império e sua família é ligada ao liberalismo
republicano de 1817. Foi um grande autor romântico em que a literatura cumpre uma
importante função de criação de nosso mito fundador: O colonizador Matias Beck
representando a civilização ocidental e a Iracema representando os povos nativos.

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1. Alternativa B
2. Alternativa B
3. Alternativa C
4. Alternativa C
5. Alternativa E
==129382==

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1.
A partir do século XVIII, houve um crescimento da estrutura urbana no Brasil Colônia, com o
surgimento de um grande número de vilas e cidades, devido, principalmente,
A) ao crescimento da atividade açucareira em todo o Brasil, após a expulsão dos invasores
holandeses.
B) ao desenvolvimento da mineração de ouro e pedras preciosas na região de Minas Gerais e
à pecuária no Nordeste.
C) ao estabelecimento da industrialização promovida pela vinda da família real portuguesa para
o Brasil.
D) ao aparecimento da cafeicultura como atividade econômica de exportação nas regiões
Sudeste e Nordeste.
Comentários
A partir do início do Ciclo do Ouro, muitas mudanças ocorreram na Colônia, dentre as quais o
crescimento da estrutura urbana, o aparecimento do setor terciário, a fundação de vilas, em especial
no interior, e o aumento populacional. A extração do ouro provocou mudanças na ocupação do
território. Houve um grande fluxo de pessoas que vieram de Portugal e do litoral nordestino para a
região das minas. Também ocorreu o aumento da escravização de africanos. A fim de garantir o
controle sobre a extração e envio do metal, a Coroa instituiu vários impostos e transferiu a capital
do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro. Esse período representou o maior momento de controle
do Brasil por Portugal, pois a Coroa cobrava altos impostos sobre o minério extraído. Estes eram
fundidos e taxados nas Casas de Fundição, onde recebiam um selo que atestavam que o imposto já
tinha sido pago. No entanto, haviam desvios e, quando descobertos, eram penalizados duramente.
Gabarito: B

2.
Leia atentamente o seguinte excerto:
“...Os holandeses então retornaram, em 1630, e atacaram Pernambuco, por ser a mais
próspera capitania da colônia. A partir de Olinda e Recife, eles expandiram gradativamente seu
domínio pelas terras do Nordeste”.
FARIA, Ricardo de Moura; MIRANDA, Mônica Liz; CAMPOS, Helena Guimarães. Estudos de
História. 1 ed. São Paulo: FTD, 2010, p.255.

O trecho acima está relacionado ao fato histórico que corresponde

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A) ao início da ocupação do litoral cearense, na região da atual cidade de Fortaleza, liderada


por Pero Coelho de Sousa que ergueu o Fortim de São Tiago na foz do rio Ceará.
B) à fundação do forte de Scoonenborch, considerado o marco inicial do desenvolvimento da
atual cidade de Fortaleza, às margens do riacho Pajeú, sob liderança de Matias Beck.
C) à Chegada, no Ceará, de Martin Soares Moreno que recupera o Fortim de São Tiago,
rebatizando-o de Fortim de São Sebastião.
D) ao avanço das tropas de Daniel de La Touche que, vindas da colônia chamada França
Equinocial, no Maranhão, dominaram o litoral do Ceará e fundaram o Forte de São Luis.
E) A fundação do forte São Tiago por Matias Beck, às margens do rio Ceará.
Comentários
O surgimento da cidade de Fortaleza está associado a segunda tentativa holandesa de colonizar o
Ceará. Foi erguido às margens do Riacho Pajeú, o Forte Schoonenborch, lançando as bases da cidade
de Fortaleza. Em 1649, o comandante holandês Matias Beck levantou uma cerca de pau-a-pique
sobre um monte isolado com vista panorâmica sobre as terras do Ceará, depois foi batizada de Forte
de Schoonenborch.
Era 10 de abril de 1649 quando o comandante holandês Matias Beck ergueu, à margem esquerda da
foz do Riacho Pajeú, uma cerca de pau-a-pique sobre um monte isolado. A posição estratégica, com
vista panorâmica para as hostis terras do Ceará, seria fortificada com estacas de carnaúba dias
depois e batizada de Forte Schoonenborch. Estava plantado símbolo de ocupação que, séculos mais
tarde, viria a identificar e batizar a vila de Fortaleza.
Era a 2ª tentativa de colonização do Ceará feita pelos holandeses, que voltavam à região com 298
homens cinco anos após serem expulsos por indígenas do antigo forte São Sebastião (atual Barra do
Ceará). O receio de novos ataques por terra era tão grande que, durante anos, toda a expedição
neerlandesa operou de dentro da fortificação, desenhada pelo engenheiro inglês Richard Carr e
erguida com parapeito e paliçada em formato de polígono pentagonal.
Cinco anos depois da criação do forte, 1654, os portugueses voltariam a controlar a região, alterando
o nome da fortificação – que fazia referência ao governador holandês de Pernambuco, Walter van
Schoonenborch – para Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. Quando a ocupação é elevada à
condição de Vila, em 13 de abril de 1726, o povoado já carregava no nome a referência à antiga
edificação holandesa e tinha ela como “centro”.
Gabarito: B

3.
Atente para o que disse o jesuíta André João Antonil sobre a escravidão no Brasil:
“No Brasil, costumam dizer que para o escravo são necessários três PPP, a saber, pau, pão e
pano. E, posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau, contudo, prouvera a
Deus que tão abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo, dado por
qualquer causa pouco provada, ou levantada; e com instrumentos de muito rigor(...), de que

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se não usa com os brutos animais, fazendo algum senhor mais caso de um cavalo que de meia
dúzia de escravos...”
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. 3. ed. Belo Horizonte: Itatiaia/Edusp,
1982, p. 37. (Coleção Reconquista do Brasil).Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra
=1737

Com base no trecho acima e no que se sabe sobre o sistema escravista ocorrido no Brasil, é
correto dizer que
A) a visão do jesuíta Antonil apresenta uma perspectiva da colonização portuguesa em que a
escravidão aparece de uma forma humanizada, pois eram garantidos aos escravos o alimento
e as vestimentas.
B) não há, no texto de Antonil, qualquer crítica ao sistema escravista, aos castigos físicos dados
aos escravos nem a sua desvalorização como ser humano.
C) o sistema escravista, centrado no trabalho compulsório, no tráfico de africanos para a
colônia e em uma rígida estrutura de controle e punição, foi a base da economia colonial e
criou uma sociedade desigual.
D) apesar de aparentar opressão e violência, o sistema escravista foi positivo para os africanos
trazidos ao Brasil, pois possibilitou a eles acesso a uma cultura superior e a uma religião
organizada, já que, na África, viviam primitivamente.
E) nunca foi o principal sistema de trabalho em terras cearenses, o que explica pioneirismo no
processo de abolição da escravidão.
Comentários
O texto clássico de padre Antonil aponta para a principal relação de trabalho no Brasil colonial: a
escravidão. Diferente da América espanhola, no Brasil prevaleceu a escravidão africana em função,
principalmente, do lucro do tráfico de escravos gerando recursos para os europeus. Os três P
mencionados representam exatamente como os escravos eram tratados, muito trabalho e castigo e
pouca comida.
Segundo o historiador Stuart Schwartz, “só o tráfico de escravos africanos fornecia um
abastecimento internacional de mão de obra em grande escala e relativamente estável, que acabou
por fazer dos africanos escravizados as vítimas preferenciais”. Assim, por meio do tráfico negreiro e
ao longo de mais de 300 anos, cerca de 4,8 milhões de africanos foram desembarcados no Brasil.
Segundo as historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling, o trabalho dos africanos, concentrado
inicialmente na economia açucareira, era duríssimo e pautado na violência. A jornada de trabalho
poderia estender-se por até 20 horas de trabalho diário. Ainda afirmam que o ofício no engenho era
muito mais exaustivo e perigoso do que o realizado nas roças.
Existiam escravos que trabalhavam no campo, nas residências e nas cidades. Os do campo eram
extremamente malvestidos, e muitos não tinham contato direto com seu senhor, apenas com o

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feitor. Os escravos domésticos tinham roupas melhores e contato direto com o senhor e sua família.
Os escravos urbanos trabalhavam em diferentes ofícios.
A violência era algo rotineiro na vida dos escravos, e o tratamento violento dedicado a eles tinha o
intuito de incutir-lhes temor de seus senhores. Esse medo visava mantê-los conformados com a sua
escravização e impedir fugas e revoltas. Uma punição muito comum aplicada sobre eles era o
“quebra-negro”, que os ensinava a sempre olharem para baixo na presença de seus senhores.
A força da pressão popular, por meio do movimento abolicionista, e as constantes revoltas dos
escravos criaram o clima que obrigou o Império a abolir o trabalho escravo em 13 de maio de 1888,
com a Lei Áurea. A abolição do trabalho escravo foi recebida com festa pela população brasileira. Os
escravos libertos, porém, continuaram a sofrer com o preconceito e com a falta de oportunidades.
Gabarito: C

4.
No Ceará, durante os séculos XVII e XVIII, formou-se o que o historiador cearense Capistrano
de Abreu denominaria como “Civilização do Couro”. Este aspecto característico da colonização
cearense está ligado
A) ao fato de existir, nas terras cearenses, uma farta manada de gado bufalino natural da
região, o que proporcionou, aos nativos locais e aos europeus colonizadores, as condições
ideais para explorarem aquela riqueza.
B) ao desenvolvimento, após a decadência da produção algodoeira, de uma grande atividade
de pecuária de corte e leiteira que, ainda hoje, é uma das maiores do Brasil e sustenta a
economia cearense.
C) ao processo colonizatório cearense que ocorreu a partir da ocupação pela pecuária, na
capitania, através da frente de ocupação do sertão-de-fora, conduzida por pernambucanos, e
da frente de ocupação do sertão-de-dentro, controlada principalmente por baianos.
D) ao modelo original de ocupação através da pecuária bovina que, saindo do Ceará, ajudou na
ocupação do interior nordestino e na colonização dos serrados do centro-oeste, dos pampas
do sul do país e do pantanal mato-grossense.
Comentários
A pecuária foi a atividade econômica mais importante do sertão Cearense no período colonial. A
ocupação se deu em duas correntes de povoamento: Sertão de Fora, dominados por
pernambucanos vindos pelo litoral, e o Sertão de Dentro, dominados por baianos. Neste processo
de expansão ocorreu um intenso extermínio de índio que ocupava vasta extensão de terras com
abundante pastagem.
“Conforme escreveu o historiador Capistrano de Abreu (1907), “Civilização do Couro”, toda a vida
rural girava em torno do boi, seja no desenvolvimento de sua carne, seu chifre ou couro. O curral,
lugar onde os bois ficavam, era a organização central da pecuária, com a presença do gado e da
moradia dos vaqueiros, pessoas responsáveis pela criação do gado. Leonardo Cândido Rolim (1748-
1793) vai falar da figura do vaqueiro que ficou destacada como a imagem do sertanejo, o homem

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forte e lutador, informações essas construídas pela historiografia tradicional, e que, nos dias de hoje,
é lembrado em comemorações do Dia do Vaqueiro em festas tradicionais, como a “vaquejada”.”
Surge a civilização do couro, formada a partir das novas relações de produção ligadas à pecuária.
Com a fixação dos boiadeiros às margens dos rios e com o desenvolvimento da pecuária, desenvolve-
se o comércio e os primeiros núcleos populacionais. Mas temos que observar, já desde tal época, a
contraditória reprodução social, em que uns poucos viviam às margens da sociedade, explorados,
famintos e miseráveis, pela quase inexistente participação nos lucros das charqueadas, e outros que
cresciam e faziam crescer suas vilas e sua riqueza à custa de boiadeiros e vaqueiros. Era confusa a
ideia de quem era mais abatido naquela época: se era o boi, para a produção da carne e do couro,
ou se era o trabalhador da pecuária e das charqueadas, também diariamente sacrificado por ter de
se submeter às precárias condições climáticas, de moradia, alimentação e trabalho.
Gabarito: C

5.
Para buscar compreender como uma cidade imagina sua fundação parece ser útil proceder à
forma como ela produz socialmente problemas que devem ser superados a fim de que uma
nova realidade seja instaurada. Nesse sentido, os discursos de técnicos governamentais,
políticos, especialistas em urbanismo, turismólogos, jornalistas, moradores dentre outros
concorrem para produzir a existência social de problemas que as promessas de cidade podem
vir a superar. Fortaleza parece ter produzido seus problemas sempre tendo em vistas as
soluções possíveis. A própria localização de implantação da Cidade foi sendo interpretada pelo
discurso especializado como um problema a ser resolvido pela Cidade futura. Esse problema
fundante, o problema da origem da Cidade, parece constituir-se solo fértil de onde tem vindo
brotar outras expectativas coletivas a respeito do futuro da Cidade que a cada momento são
criadas e ressignificadas.
Quanto aos debates sobre a fundação de Fortaleza, é incorreto afirmarmos:
A) As duas principais referências espaciais sobre a origem de Fortaleza é o bairro Barra do
Ceará, no litoral oeste e o Centro histórico, bairro onde os holandeses levantaram um forte
para a proteção do litoral da Cidade contra invasões estrangeiras.
B) É comemorado em 25/07 o dia do marco zero em que são encorajadas homenagens à
memória de São Tiago e dos pais fundadores de Fortaleza Martim Soares Moreno, Pero Coelho
de Souza, Simão Nunes, os padres jesuítas Francisco Pinto e Luís Figueira.
C) Há um debate quanto ao lugar que deve ser considerado o marco zero. O Centro histórico o
marco inicial de expansão de Fortaleza em torno do forte de Nossa Senhora da Assunção em
contraposição aos que defendem a anterioridade do bairro Barra do Ceará, a oeste, na periferia
da Cidade, a partir da construção do forte de Santiago, em 1604, por Pero Coelho.
D) Entre os defensores do beckismo foi Câmara Cascudo que escreveu “Para mim o forte
Schoonenborch é a velocidade inicial de Fortaleza. O fortim de Pero Coelho de Souza em 1603,
a aldeia de São Lourenço do Padre Figueira em 1608, o forte de São Sebastião de Martim Soares
Moreno em 1612, encerram o ciclo histórico, topográfico e especificamente distintos da

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fundação de Matias Beck na duna Marajaitiba, com o Schoonenborch em 1649. Entre os dois
núcleos não existe a continuidade funcional indispensável à unidade histórica”
E) José de Alencar foi um proeminente político do Império e sua família é ligada ao liberalismo
republicano de 1817. Foi um grande autor romântico em que a literatura cumpre uma
importante função de criação de nosso mito fundador: O colonizador Matias Beck
representando a civilização ocidental e a Iracema representando os povos nativos.
Comentários
José de Alencar era defensor da fundação por Matias Beck em seus livros românticos, em que se
destacou o indigenismo: a criação de um mito de origem nacional baseado na miscigenação do
europeu e do indígena, assim excluindo a importância social e cultural do africano.
A vasta produção literária de José de Alencar, a qual é constituída por romances indianistas, urbanos
e regionalistas, além de crônicas, críticas literárias e peças teatrais, tem como característica geral a
tentativa de construção de uma cultura genuinamente brasileira, desvinculada, portanto, das
características estéticas que vigoravam em Portugal.
Esse projeto de construção de uma identidade cultural brasileira era a principal bandeira do
romantismo, e José de Alencar foi seu principal entusiasta. Ele procurou, assim, em suas narrativas,
principalmente nas indianistas, retratar, em uma linguagem mais próxima possível do português
falado no país, temáticas intimamente ligadas ao Brasil, como a questão indígena, presente em obras
como Iracema (1865), O guarani (1857) e Ubirajara (1874).
Além dos romances de temática indígena, a tentativa de construção de uma produção literária,
voltada à temática nacional e à reprodução da língua portuguesa brasileira, deu-se também por meio
de romances ligados à temática rural e interiorana, como se nota em O gaúcho (1870), em Til (1871),
em O tronco do ipê (1871) e em O sertanejo (1875).
A temática histórica também não foi negligenciada, e, assim, no plano ficcional, passagens da
história do Brasil, como as ligadas à colonização exploratória, foram transpostas para obras como As
minas de prata (volume 1 e 2, respectivamente publicados em 1865 e 1866) e Guerra dos mascates
(volume 1 e 2, respectivamente publicados em 1871 e 1873).
O meio urbano não teve menos destaque, sendo cenário de romances como Lucíola (1862), Diva
(1864) e Senhora (1875). Nessas obras, a sociedade burguesa carioca do Segundo Reinado (1840-
1889) é o cenário de enredos que têm como protagonistas fortes mulheres.
Essa pluralidade de obras, com temáticas e cenários variados, cumpriu um propósito estético e
político de consolidação de uma literatura genuinamente brasileira, porém, há que se ressaltar que
o teor idealista, também característica do romantismo, permeou essas e outras obras de José de
Alencar. Não obstante, elas são, sem dúvida, essenciais para a compreensão da literatura brasileira
e constituem a base do romance moderno e contemporâneo.
Iracema é uma obra do escritor romântico cearense José de Alencar. Publicada em 1865, trata-se de
um romance indianista, com presença de elementos indígenas, mitológicos e históricos. Lembre-se
que o indianismo foi um movimento que esteve associado à primeira fase do romantismo no Brasil.
Com o intuito de buscar um tema nacional, o índio foi eleito. Por isso, é chamada de geração
“nacionalista-indianista”.

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Gabarito: E

...

É isso aí pessoal. Aguardo vocês no nosso próximo passo. Grande abraço, bons estudos e foco no
sucesso!!!

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