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Introdução Alimentar
Sob o Olhar Integrativo

Elaborado por:
Adriana Carvalho Coelho
Geórgia Medeiros Lopes De Souza Lúcio
Isa Aguiar Martins Schmitt
Priscila Gonçalves De Oliveira Traldi Secato
Orientação:
Dra. Patricia Consorte
 Introdução
A alimentação tem papel fundamental na manutenção da saúde, sendo
especialmente importante nos primeiros mil dias de vida da criança, ou
seja, da gestação até os dois primeiros anos de vida, pois é onde ocorre o
maior crescimento corporal e de neurodesenvolvimento infantil. É nesta
fase também que são formados os bons hábitos e uma boa relação com a
comida, que persiste por toda a vida.

A introdução alimentar representa o conjunto de alimentos, além do leite

materno ou fórmula, oferecidos durante o período que o bebê continuará a
ser a amamentado. Ocorre a partir do 6° mês de forma individualizada, de
acordo com sinais de prontidão de cada bebê (sentar sem apoio, levar tudo
à boca, maior interesse ao ver alguém se alimentando, diminuir o reflexo de
protrusão da língua). É nesse período que a criança desenvolve a maturida-
de neurológica e metabólica suficientes para se tornar capaz de receber
novos alimentos. Esse é um processo gradual, uma transição, e no começo
é esperado o bebê comer pouco (ou nem comer) e continuar só mamando.

Durante este período, faz necessário o contato com diversos tipos de

alimentos e nas suas mais variadas apresentações, afinal de contas o seu
bebê entende hoje, que comer é mamar. Para começar a comer sólidos ele
precisa de tempo, estímulos e seu próprio desenvolvimento para compre-
ender o novo processo de comer comida.

Comer é intuitivo, porém precisamos de atenção plena para saber o que

estamos comendo, como estamos mastigando e por isso requer uma dedi-
cação especial neste momento, não apenas com interesse em alimentar de
comida, mas também de amor, paciência, carinho, dedicação e persistência
que deverão fazer parte de cada passo desses momentos. Comer novos
alimentos é um processo de aprendizagem.

Os métodos utilizados para introdução alimentar podem ser BLW, que são
as iniciais de baby-led weaning, em português significa o "desmame guiado
pelo bebê". Este método permite que a criança tenha mais autonomia,
sendo os alimentos oferecidos em consistência e tamanho que permita o
bebê comer com as próprias mãos. O método tradicional, em que recebe o
alimento através da colher e o método participativo em que há a mistura
dos 2 métodos anteriores.

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 Antes da
INTRODUÇÃO
ALIMENTAR
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 ANTES DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR

Comer é um ato extremamente sensorial! Por isso, não basta apenas oferecer
o alimento para a criança, que ela sairá comendo tudo. Para se ter sucesso na
introdução alimentar, é preciso que antes, a criança se familiarize com os
alimentos, suas diferentes texturas, formas e cores, que é feita através de estí-
mulos sensoriais, não somente com o paladar, mas também com tato, visão,
audição e olfato.

Uma forma de iniciar essa familiarização, é por meio de contato com morde-
dores de diferentes texturas e brinquedos adequados para a idade, antes que
seja iniciada a introdução alimentar.

IMPORTANTE
É importante também que a criança se familiarize com os utensílios que
serão usados para oferecer o alimento.

Esse passo, é muito importante, pois crianças que recebem poucos estímulos
sensoriais, podem apresentar uma maior dificuldade e resistência ao se
alimentar. Além disso, é necessário que se criem oportunidades para apresen-
tar os alimentos, e familiarizá-la com o ambiente da refeição.

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 DICAS
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 DICA 1

Algumas semanas antes da IA, colocar a criança no cadeirão no momento da

refeição da família, para que ela se familiarize com o ambiente em que fará as
refeições, e ao mesmo tempo observe a família se alimentando.

DICA 2

Mostrar para as crianças utensílios que serão usados na introdução alimentar,

como por exemplo pratos, talheres e copos. Dar preferência para utensílios
clean, plásticos livres de BPA, bambu e inox.

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 DICA 3

Criar brincadeiras onde são apresentados os alimentos inteiros e com casca

para que a criança possa pegar, explorar, cheirar e criar familiaridade.

DICA 4

Investir em livrinhos que tenham imagens dos alimentos, comidinhas de

“mentira” (feltro, plástico, madeira) para aumentar ainda mais a curiosidade
em conhecer e provar aqueles alimentos que ela já conhece bem a aparência
e que associa com momentos de leveza e alegria. Essas são atividades são váli-
das tanto para o início da IA, quanto para diferentes momentos do desenvolvi-
mento da criança, inclusive nas fases de maior seletividade e recusas.

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AMBIENTE
ADEQUADO
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 AMBIENTE ADEQUADO

Para que a caminhada da introdução alimentar seja proveitosa e tranquila, um

ambiente adequado é um dos pontos mais importantes. Além disso, a partici-
pação dos familiares é de grande valor no horário das refeições, pois para a
construção de hábitos saudáveis, a criança terá a alimentação da família como
exemplo.

O ambiente precisa ter alimentos saudáveis não só no prato da criança, mas

também no prato dos que estão ao seu redor. Se forem expostas cedo a
alimentos saudáveis, vão aprender a comê-los com naturalidade. O exemplo
do adulto irá inspirá-la, diminuindo assim o risco de seletividade e recusa dos
alimentos. Ficar com o bebê por perto durante o preparo da comida, desperta
o interesse pelo alimento, por conta dos cheiros e cores.

As pessoas que ajudam na alimentação precisam demonstrar leveza, alegria e

tranquilidade, pois comer deve ser um momento prazeroso, sem pressa, sem
angústias, sem pressão e sem distrações.

Deve-se evitar uso de eletrônicos (televisão, tablets, celular) ou brinquedos,

porque levam a criança a comer de forma inconsciente, tornando o momento
presente como algo automático e mecânico, perdendo o controle do mecanis-
mo da fome e saciedade.

Se for dada a autonomia que o bebê necessita para melhor explorar os

alimentos e criar uma boa relação com a comida, ele vai se sujar e isso faz parte
de uma alimentação participativa, fundamental para o desenvolvimento de
diferentes habilidades, como pegar a colher.

Os alimentos orgânicos se destacam como uma opção saudável e segura, pois

são ricos em nutrientes e livres de resíduos tóxicos, evitando os efeitos negati-
vos dos pesticidas, já que o sistema imunológico do bebê ainda está em desen-
volvimento. Independente da escolha de orgânicos ou não, a higiene e segu-
rança alimentar são fundamentais. As frutas e legumes devem ser bem lavadas
e colocadas de molho em solução clorada ou produtos próprios para higieniza-
ção. Uma boa opção é o uso do ozônio que é um poderoso antimicrobiano.

As cadeiras devem ser apropriadas com cinto de segurança, pés apoiados, com
boa postura, que dê acesso e permita interação com os alimentos e evitando
também o engasgo.

O ambiente da casa onde o alimento será oferecido, deve ser de preferência no

mesmo lugar onde a família também se alimenta, estabelecendo uma rotina,
sensação de segurança e de pertencimento à família, criando vínculos e me-
mórias.

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 PILARES DA
INTRODUÇÃO
ALIMENTAR
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 PILARES DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR

O objetivo da Introdução Alimentar NÃO é “COMER TUDO”, mas “APRENDER

A COMER”!

Vamos mostrar os alimentos e a criança irá introduzí-los em sua rotina. Vai co-
nhecer e apreciar a delícia que é se alimentar. A Introdução Alimentar leva, em
média, até 18 meses, justamente para permitir que a criança crie uma boa rela-
ção com a comida e comer vire um hábito.

E como isso acontece?

É como se fosse uma escada. A criança precisará subir diferentes e vários de-
graus até finalmente chegar ao ato de comer. Desde os primeiros passos, os
primeiros degraus consistem em ver, tocar, cheirar, amassar, estranhar, provar,
fazer careta, provar de novo, recusar, provar mais uma vez. Até que ela suba
mais um pouco nessa escada e alcance os degraus em que ela aprende a mas-
tigar, percebe que é saboroso e que traz prazer a ela e então passa a comer.
Permita que o seu bebê avance os degraus em seu próprio tempo.

Qual o obejtivo?
O objetivo não é a quantidade ou o prato raspado, mas sim a qualidade! Não
comer tudo, não querer comer nada algum dia, faz parte da normalidade e o
aleitamento contribuirá até 1 ano de vida da criança com a maior parte do
fornecimento de energia que ela necessita, então não deve se cobrar tanto, ela
estará alimentada.

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 PILARES DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR

PACIÊNCIA
Assim como começar a andar, a falar, e a escrever, são processos de aprendiza-
do, o ato de se alimentar é um comportamento também aprendido que de-
pende do desenvolvimento de diversas habilidades motoras orais e sensoriais,
um processo que muitas vezes é demorado e gradativo, por isso, ter paciência
é fundamental! Até então, a criança só tomava leite e, subitamente, será apre-
sentada a um mundo de cores e sabores! Então nós, os adultos, precisamos ter
calma no processo.

EMPATIA
É importante entender que a criança durante a IA, está passando
por diversos estímulos totalmente novos e desafiantes, por isso, precisamos nos
colocar no lugar dela para conseguimos entender o quanto é difícil e até
desconfortável pode ser esse momento. Perceba os sinais e sentimentos da
criança. Acolha e compreenda com empatia todo esse processo. Observe se
ele fica bem quando come, se está se sentindo seguro, se o ambiente está ade-
quado, se ele pode estar com sono na hora de comer. Isso é importantíssimo e
nos faz refletir sobre o que podemos melhorar.

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 PILARES DA INTRODUÇÃO ALIMENTAR

EXEMPLO FAMILIAR
As crianças repetem tudo que nós fazemos, não é mesmo? Com a comida, é a
mesma coisa! Nós somos as pessoas de referência delas, então precisaremos
mostrar exatamente como fazer! Cabe aos cuidadores, portanto, comer como
deve ser: sentados à mesa, sem distrações, conversando, sem brigas ou puni-
ções e com um prato repleto de alimentos coloridos e saborosos.

INFORMAÇÃO
Quanto mais você estudar, buscar informação em fontes confiáveis e estar
acompanhada (o) de bons profissionais, mais se sentirá segura (o) para condu-
zir uma Introdução Alimentar adequada e mais ainda: sem terrorismos! Infeliz-
mente, as pessoas ao nosso redor sempre terão opiniões, julgamentos e discur-
so de “fiz assim com meus filhos e nunca morreram”, o que pode acabar nos
confundindo, nos deixando mais inseguras (os), atrapalhando um processo
que era pra ser leve e tranquilo. Tenha paz no coração para dizer que: “não
tenho a intenção de criar SOBREVIVENTES, mas sim, um ser humano saudável,
com autonomia, sem traumas e que ame o momento de comer”!

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NUTRIENTES

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 NUTRIENTES

Nos primeiros anos de vida, a variedade e a forma com que os alimentos são
oferecidos, influenciam a formação do paladar e a relação da criança com a
alimentação. A composição da dieta deve ser equilibrada, variada e fornecer
todos os tipos de nutrientes.

INTRODUÇÃO DA ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR

Cereais/Massas Leguminosas Carnes Verduras Legumes

(horteliça A) (Hotaliça B)

Feijões(vermelho, Bovina (patinho,

Arroz (integral e
branco, preto e alcatra, músculo, Alface Abóbora
parborizado)
carioca) traseiro)

Peixes (salmão,
Milho (da espiga) Feijão Adzuki viola, cação, Espinafre Beterraba
robalo, badejo)

Peixes (salmão,
Inhame Feijão Adzuki viola, cação, Espinafre Cenoura
robalo, badejo)

Batatas (doce, Frango (coxa,

inglesa, baroa Lentilha peito, sobrecoxa Acelga Quiabo
e cenoura) orgânica)

Aimpim Ervilha em fava Fígado (orgânico) Abobrinha Chuchu

Cará Grão de Bico Ovo com gema Couve-flor Vagem

Soja (grão ou
Massas protéina texturizada Carne suína Brocólis
de soja)

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 COMO MONTAR O
PRATO DO MEU BÊBE

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COMO MONTAR O PRATO DO MEU BÊBE

1 alimento do grupo dos cereais, tubérculos e raízes

1 alimento do grupo das carnes
1 alimento do grupo das leguminosas
1 ou mais alimentos do grupo das hortaliças e legumes.

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 CONCLUSÃO

A introdução alimentar deve ser vista como mais um momento de carinho,

cuidado e desenvolvimento do bebê. A forma como esse processo é feito
influenciará nos hábitos alimentares futuros, assim como, estimular a autono-
mia da criança vai fazê-la a protagonista da sua alimentação, proporcionando
benefícios e muitas conquistas. Uma relação saudável com a comida, desde os
primeiros meses de vida, tem grande importância na prevenção de doenças
crônicas como a obesidade, hipertensão e diabetes, a curto e longo prazo. É
necessário perceber os sinais e sentimentos da criança, para realmente aco-
lher e compreender com empatia todo esse processo e permitir que o bebê
avance os degraus em seu tempo próprio, pois cada criança é única.

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Por uma Pediatria Integrativa, que

nutre o corpo, equilibra a mente e
eleva o espírito.

Com carinho,
NCI

@nc.intituto (71) 99207-6554

[email protected]