Dissertação Kamyla Da Silva Pereira Amorim Versão Final Corrigida
Dissertação Kamyla Da Silva Pereira Amorim Versão Final Corrigida
Dissertação Kamyla Da Silva Pereira Amorim Versão Final Corrigida
em
diferentes concentrações salinas
Aprovada em:
______________________________________________________
Prof. Dra. Mônica Maria Pereira Tognella - Orientadora, UFES
______________________________________________________
______________________________________________________
Prof. Dr. Adriano Alves Fernandes - Co-orientador, UFES
______________________________________________________
Prof. Dr. Mário Luiz Gomes Soares, UERJ
______________________________________________________
Prof. Dr. Antelmo Ralph Falqueto, UFES
“Nunca se entregue
Nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será”.
Gonzaguinha
Agradecimentos
Agradeço a Deus e a espiritualidade por tudo o que vivi até aqui, por todos os obstáculos
e conquistas, e pelo conforto de saber que nunca estive só.
À minha orientadora Prof. Dra. Mônica Maria Pereira Tognella, por enfrentar comigo
o desconhecido e me apoiar sempre que necessário, meu muito obrigada de coração.
Aos meus coorientadores Prof. Andréia Barcelos Passos Lima Gontijo e Prof. Dr.
Adriano Alves Fernandes por todo o apoio concedido.
À minha querida mãe Gildete Maria da Silva pelo amor incondicional, e por aguentar a
minha longa ausência mesmo morando a duas quadras de distância.
A todos do Laboratório de Gestão em Manguezais (GEMA) por todo o apoio. Louise,
Neilson, Arthur, Dielle, Jormara, Patrick, Amina, Ully e Laís muito obrigada por me ajudar nas
muitas etapas do cultivo. Louise e Neilson, obrigada pela disposição sem fim, imensa boa
vontade e sempre me colocar pra cima. Arthur sempre disposto a ajudar com um sorriso no
rosto, muito obrigada pelos momentos de conforto. Karen muito obrigada por fazer o mapa de
estudo.
Ao Prof. Dr. Antelmo Ralph Falqueto coordenador do Laboratório de Ecofisiologia
Vegetal (LEV) por ceder o equipamento para o cultivo, meus sinceros agradecimentos. Aos
estagiários do LEV Rodrigo Fantin, muito obrigada pela ajuda, até pra lavar as caixas gerbox
que no final acabei não utilizando rs, Jadson, Lourdes e Thaís muito obrigada pelo apoio
logístico e a Verônica pela paciência em esperar pela germinadora.
Ao Prof. Dr. Luís Fernando Tavares de Menezes coordenador do Laboratório de
Restinga por ceder o equipamento para o cultivo, meu muito obrigada.
Aos professores Vander Calmon Tosta e Ana Paula Cazerta Farro por cederem a capela
de fluxo laminar, e a Luana, Geórgia e Maria Paula por me ensinarem a manuseá-la.
Ao Prof. Ivoney Gontijo coordenador do Laboratório de Análises Agronômicas (Lagro),
e aos técnicos por todo o apoio, Joel e Francisco, muito obrigada por me ajudarem com a
elaboração da solução estoque de todos os macro e micronutrientes.
Ao técnico do Laboratório de Manipulação Montanha, Ernesto Brunoro por ceder toda
a água utilizada no experimento, eu nem tenho palavras para agradecer.
Aos Programas de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical e em Agricultura Topical
por fornecer as instalações necessárias para a execução do experimento.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão da bolsa de estudos.
Tem certas pessoas que tem o costume de ir guardando o “ melhor” para o final, bem,
digamos que eu guardei esse finalzinho pra agradecer em especial a oportunidade de ter
conhecido pessoas tão maravilhosas como a Luana Nara, Lívia Pires Kaique, Maria Paula Rozo
e Ana Luíza Receputi que estiveram comigo nesses dois anos de mestrado, como se não
bastasse tudo que eu adquiri nesses dois anos, de quebra eu ganhei quatro grandes amigas,
daquele tipo raro, que a gente leva pra vida toda, agradeço a vocês por todas as conversas,
gargalhadas sem fim, e pela extensa contribuição ao meu experimento desde a coleta dos
propágulos até as sugestões e trocas de ideias.
Ao Jefferson Bugoni, querido amigo que conheci no Congresso Nacional de Botânica
numa empreitada no início do mestrado e que também colaborou gentilmente com ideias para
o experimento.
A meus amigos queridos que aturaram a tagarelice sem fim sobre o experimento, e
também entenderam a minha ausência na finalização da dissertação, Cristiano (Biluda),
Amanda, Carla, Juliana, Camila, Keysi, Tia Maria e Tio Zé Carlos, obrigada por todos os
momentos, mensagens e carinho.
E, por fim a ele, que foi o princípio dessa realização, meu querido e amado esposo
Fernando Lopes Amorim, que tanto incentivou o meu ingresso no mestrado, por todo apoio,
paciência, dedicação, conforto, boa vontade, disposição, compreensão e auxílio, eu
sinceramente te agradeço por tudo o que você fez e faz por mim.
À todos que de alguma forma contribuíram para esse projeto estando encarnados ou não,
meu muito obrigada.
Sumário
Apresentação ........................................................................................................................ 9
Resumo ............................................................................................................................... 10
Abstract .............................................................................................................................. 11
Introdução Geral................................................................................................................ 12
Capítulo: Cultivo de Propágulos de Rhizophora mangle L. em diferentes concentrações
salinas ................................................................................................................................. 19
Introdução ...................................................................................................................... 19
Materiais e Métodos ....................................................................................................... 20
Coleta de propágulos..................................................................................................... 20
Salinidade ..................................................................................................................... 22
Piloto ............................................................................................................................ 22
Assepsia e Biometria..................................................................................................... 22
Delineamento experimental........................................................................................... 23
Cultivo e Monitoramento do experimento. .................................................................... 24
Determinação dos pesos e da condutividade .................................................................. 24
Descrição Biométrica dos Propágulos nos Tratamentos ................................................. 24
Tratamento Estatístico................................................................................................... 25
Resultados ....................................................................................................................... 25
Biometria dos propágulos ............................................................................................. 25
Biomassa dos propágulos em IPI................................................................................... 26
Incremento de biomassa dos propágulos durante a presença de NaCl ............................ 28
Crescimento dos propágulos em IPF ............................................................................. 33
Comparativo do IPI e IPF dos propágulos ..................................................................... 33
Taxa de crescimento relativo inicial e final (RGR inicial e RGR final) .......................... 39
Alocação de biomassa dos propágulos .......................................................................... 41
Discussão ......................................................................................................................... 44
Conclusão ........................................................................................................................ 47
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 47
Apêndices ........................................................................................................................ 53
Anexos ............................................................................................................................. 55
Lista de Tabelas
Tabela 3 Análise de variância (ANOVA) do incremento de peso inicial (IPI) dos propágulos
de R. mangle do manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. Sendo IPI= Peso
início dos tratamentos – Peso inicial. ............................................................................ 27
Tabela 4 Teste de Tukey do incremento de peso inicial (IPI) dos propágulos de R. mangle do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. Sendo IPI= Peso início dos
tratamentos – Peso inicial. ............................................................................................ 28
Tabela 5 Análise de variância (ANOVA) do incremento de peso final (IPF) dos propágulos de
R. mangle do manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. Sendo IPF= Peso final
do experimento – Peso início dos tratamentos............................................................... 33
Tabela 6 Teste de Tukey do incremento de peso final (IPF) dos propágulos de R. mangle do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. Sendo IPF= Peso final do
experimento – Peso início dos tratamentos. .................................................................. 33
Tabela 8 Teste de Tukey do comprimento final, entre blocos, dos propágulos de R. mangle, do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. ..................................................... 38
Tabela 10 Teste de Tukey entre blocos, do peso final dos propágulos de R. mangle, do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. ..................................................... 39
Tabela 12 Teste de Tukey do RGR inicial entre blocos, dos propágulos de R. mangle, do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. ..................................................... 40
Tabela 13 Teste de Tukey do RGR final entre tratamentos, dos propágulos de R. mangle, do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. ..................................................... 41
Tabela 17 Teste de Tukey para interação entre tratamentos e blocos na biomassa seca de raiz.
..................................................................................................................................... 43
Tabela 18 Análise de variância (ANOVA) da biomassa seca aérea (MSA) dos propágulos de
R. mangle do manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. ............................... 44
Tabela 19 Teste de Tukey para interação entre tratamentos e blocos na biomassa seca da parte
aérea............................................................................................................................. 44
Lista de Ilustrações
Figura 1. a) Localização geográfica do município e da área de coleta (indicado com o ponto vermelho)
b) localização da região de coleta, na foz natural do rio Itaúnas, Conceição da Barra, ES. Fonte:
Google Earth (CNES/Astrium). Data da Imagem: 22/05/2014. ..................................................21
Figura 2 Comparativo do incremento do peso durante o experimento nos tratamentos. O eixo y mostra
o incremento do peso comparado ao peso no início do tratamento (origem), o eixo x é formado
pelos dias do experimento. Réplicas SNX 1 e 2 se encontram no bloco1, réplicas SNX 3 e 4 no
bloco 2 e réplicas SNX 5 e 6 no bloco 3. Medições feitas quinzenalmente. ................................30
Figura 3 Comparativo do incremento do peso durante o experimento nos blocos. O eixo y mostra o
incremento do peso comparado ao peso no início do tratamento (origem), o eixo x é formado
pelos dias do experimento. Réplicas SNX 1e 2 (bloco1), SNX 3e 4 (bloco2) e SNX 5e 6
(bloco3). Medições feitas quinzenalmente. ................................................................................32
Figura 4 Comparativo do incremento do peso dos nos blocos. IPI (Incremento do peso no início do
tratamento) = peso início do tratamento – peso inicial e IPF (Incremento do peso no final do
experimento) = peso final do tratamento – peso início do tratamento. Réplicas SNX 1e 2
(bloco1), SNX 3e 4 (bloco2) e SNX 5e 6 (bloco3). Medições feitas quinzenalmente. ................36
Figura 5 Comparativo do incremento do peso dos nos tratamentos. Incremento do peso no início do
tratamento = peso início do tratamento – peso inicial e Incremento do peso no final do
experimento = peso final do tratamento – peso início do tratamento. Réplicas SNX 1e 2 (bloco1),
SNX 3e 4 (bloco2) e SNX 5e 6 (bloco3). Medições feitas quinzenalmente. ...............................37
Apresentação
Introdução Geral
Segundo Macintosh e Ashton (2002), os habitats costeiros em todo o mundo estão sob
forte pressão. Os manguezais têm sido particularmente vulneráveis à exploração por possuírem
madeira valiosa, conterem abundância de recursos pesqueiros, situarem-se em áreas costeiras
facilmente ocupáveis, entre outros atributos. O declínio contínuo das florestas é causado por
sua conversão para agricultura, aquacultura, desenvolvimento urbano e exploração excessiva
de seus recursos (GIRI et al., 2008). Grandes áreas de manguezais tem sido convertidas em
plantações na Malásia e Indonésia, extensos campos de arroz ocorrem nas Filipinas e no oeste
14
da África, mas as perdas mais dramáticas acontecem na Ásia e América Latina, locais onde há
a conversão dos manguezais em viveiros de camarão (CLOUGH, 2013).
Segundo a FAO (2007) o Brasil perdeu cerca de 50 000 ha de manguezais nos últimos
25 anos, ao longo do litoral sudeste. O país ainda possui uma porção significante de florestas
de mangue, pois, a maioria das áreas de manguezais estão localizadas nas porções menos
urbanizadas nos estados do norte (FAO, 2007). A legislação brasileira nessa época já protegia
os manguezais pela Lei nº 4771 do Código Florestal de 15/09/1965, que os classificava como
cobertura vegetal de preservação permanente (BRASIL, 1965). E mesmo assim, uma extensa
área foi perdida, devido a ocupação massiva desse ecossistema. A partir de 25/05/2012 passa a
vigorar a Lei nº 12651 do atual Código Florestal, que os classifica como Áreas de Preservação
Permanente em toda a sua extensão (BRASIL, 2012). Entretanto, a grande controvérsia desta
nova legislação é a exclusão parcial de uma importante fisionomia dos manguezais, os apicuns,
que deixam de ter proteção legal da sua área em 10% no bioma amazônico e 35% no restante
do País, apesar de ser um habitat do ecossistema manguezal de relevante contribuição
ecológica.
Soluções nutritivas foram formuladas para avaliar os efeitos e interações dos nutrientes
no desenvolvimento das plantas. Segundo Salisbury e Ross (2013), as soluções nutritivas
começaram a surgir por volta de 1860, quando nessa época, os cientistas começaram a
compreender que as plantas precisavam de nutrientes como cálcio, potássio, enxofre, fósforo e
ferro para seu desenvolvimento.
Três fisiologistas vegetais da Alemanha (W. Pfeffer, Julius Von Sachs, W. Knopp), em
1860, reconheceram a dificuldade em se determinar os tipos e quantidades de elementos
essenciais para as plantas crescerem em um meio tão complexo quanto o solo. Decidiram
cultivar as plantas em uma solução de sais minerais, cuja composição química era controlada e
limitada apenas pela pureza das substâncias químicas disponíveis na época. Esse tipo de cultivo
foi denominado cultura hidropônica, sem solo ou solução. A partir daí a técnica foi aprimorada,
incluindo no processo a aeração e a circulação da solução. Como desvantagens dessa técnica
estão a necessidade da troca/reposição periódica da solução, visto que os nutrientes são
absorvidos pela planta, e o controle do pH, que pode alterar a disponibilidade/absorção dos
nutrientes (SALISBURRY; ROSS, 2013).
Alguns elementos são benéficos para algumas plantas, mas não são considerados
essenciais. É o caso do sódio (Na), silício (Si) e cobalto (Co). O sódio (Na) é normalmente
17
muito tóxico para os vegetais. No entanto, ele é importante para as espécies que possuem
fotossíntese do tipo C4. Grande parte das plantas halófitas fotossintetizam pela via C4. Nessas
plantas, o sódio é necessário para a entrada de piruvato na célula do mesofilo onde ele regenera
o fosfoenolpiruvato (PEP), que é substrato da enzima PEPCase (CABEZAS, 2010). Não é este
o caso da vegetação de mangue, pois todas as espécies são C3 (BALL, 1986; CLOUGH, 1992).
1) Excreção do Sal: Plantas de mangue absorvem a água salina através de suas raízes.
Entretanto, nos tecidos de algumas espécies de mangue somente moléculas de água e alguns
sais importantes ficam retidos. Em algumas espécies, o excesso de sal é excretado através de
glândulas de sal que estão presentes nas folhas. As espécies excretoras de sal como os gêneros
Acanthus, Avicennia, Aegiceras e Aegialitis regulam seus níveis internos de sal pelas glândulas
foliares. O sal descartado na solução pode se cristalizar por evaporação sendo carregado pelo
vento ou lavado por orvalho e chuvas. Em manguezais que secretam (excretam) sal, a
concentração de NaCl na seiva xilemática é relativamente alta, cerca de um décimo da
concentração da água do mar. ( SCHOLANDER et al., 1962; TOMLINSON, 1986; AZÓCAR;
RADA; OROZCO, 1992).
mais sal no xilema do que espécies não secretoras (SCHOLANDER, 1968; TOMLINSON,
1986).
Introdução
2003). Geralmente, os estudos são conduzidos em casa de vegetação, in situ, ou em ambos, mas
sem um controle fixo de fatores abióticos como temperatura e luminosidade.
Devido à grande importância da espécie R. mangle para os manguezais brasileiros e a
carência de estudos com cultivo de propágulos de R. mangle em condições controladas de
fatores abióticos como luminosidade e temperatura, o presente estudo foi conduzido para
contribuir com o conhecimento do crescimento inicial dos propágulos de R. mangle. Todo o
experimento foi conduzido ex situ em câmara germinadora, sob condições controladas de luz,
temperatura e fotoperíodo. Buscamos com isso, limitar as variáveis, para analisar o crescimento
de propágulos de R. mangle submetidos a diferentes concentrações de NaCl e sombreamento.
Materiais e Métodos
Coleta de propágulos
(a)
(b)
Figura 1. a) Localização geográfica do município e da área de coleta (indicado com o ponto
vermelho) b) localização da região de coleta, na foz natural do rio Itaúnas, Conceição da Barra,
ES. Fonte: Google Earth (CNES/Astrium). Data da Imagem: 22/05/2014.
22
Salinidade
Ensaio Piloto
Assepsia e Biometria
Os propágulos coletados (N= 253) foram lavados em água corrente com detergente
neutro, para retirar a lama, a areia e possíveis micro-organismos. Optamos não utilizar outro
mecanismo de assepsia para não danificar os tecidos meristemáticos, uma vez que os mesmos
não são protegidos pelo tegumento. Ismail et al. (2010) em estudo sobre o desenvolvimento do
23
embrião de Rhizophora mucronata Lam. cita que o tegumento se degenera e seca pouco antes
do propágulo se tornar visível.
Após a assepsia, aqueles propágulos considerados como saudáveis por análise visual,
isto é, carentes de lesões na sua estrutura. Após avaliação visual, N= 10 descartados, os 247
propágulos restantes foram numerados aleatoriamente, pesados e mensurados quanto ao
comprimento do hipocótilo e do epicótilo.
Delineamento experimental
Depois que as concentrações definitivas de NaCl para cada tratamento foram obtidas, o
experimento foi conduzido de forma a analisar o peso dos propágulos ao longo do seu
crescimento. Realizamos uma medição no início da introdução de NaCl nos tratamentos e
medições subsequentes a cada 15 dias até o final do cultivo. Nesse período, ao medir o peso,
também obtínhamos a condutividade da solução nutritiva com multiparâmetro (marca HACH,
modelo HQ40d multi).
Os caracteres avaliados nos propágulos foram: comprimento total inicial e final obtidos
empregando-se trena métrica. Comprimento do epicótilo inicial e final, mensurado com
paquímetro digital (marca Digimess precisão de 0,01 mm ± 0,03 mm). Pesos fresco e seco
totais, peso seco por compartimento: raiz (MSR), hipocótilo (MSH) e parte aérea (MSA):
epicótilo e folhas (quando presentes) obtidos em balança de precisão digital (marca Marte,
25
modelo AL500C precisão de 0,001g ± 0,01 g). Ao final do experimento todos os componentes
foram secos em estufa a 60ºC até peso constante (14 dias).
Para analisar se houve diferença significativa nas taxas relativas de crescimento (relative
growth rate) inicial e final dos propágulos (RGR inicial e RGR final), realizamos um cálculo
considerando para o RGR inicial como sendo a diferença do peso no início dos tratamentos e o
peso inicial dos propágulos na coleta. Este valor foi dividido pela quantidade de semanas até o
início do tratamento. Para o RGR final, definimos como sendo a diferença do peso final pelo
peso no início dos tratamentos dividido pelo número de semanas do tratamento.
Também calculamos o incremento de biomassa até o início dos tratamentos (peso inicial
de coleta – peso início do tratamento, isto é, IPI) e incremento de biomassa final (peso final dos
tratamentos – peso início dos tratamentos, isto é, IPF).
Tratamento Estatístico
Resultados
Biometria dos propágulos
O peso mínimo dos propágulos foi de 6,2 g e o peso máximo de 31,3 g, com média 17,7
± 4,9 g. Em relação ao comprimento, o menor propágulo coletado tinha 9,3 cm e o maior foi de
34,2 cm, com média de 23,5 ± 5,3 cm para todos os propágulos. Entretanto, os propágulos foram
distribuídos nos tratamentos de forma aleatória e consideramos o valor médio dos cinco
propágulos de cada recipiente como réplica para as análises estatísticas.
Ao iniciar os tratamentos, os pesos médios dos propágulos das réplicas do SN0 foi 18,5
± 2,3 g e comprimento médio de 26,2 ± 2,4 cm. O tratamento SN50 teve peso médio de 17,3 ±
2,2 g e comprimento de 24,9 ± 2,1 cm. O peso e o comprimento médio do tratamento SN250
26
foram 17,4 ± 3,4 g e 25,3 ± 2,7 cm, respectivamente. Finalmente, o tratamento SN500
apresentou peso médio de 17,6 ± 1,9 g e comprimento médio de 23,9 ± 2,0 cm.
Numa avaliação destes pesos médios por bloco, temos, respectivamente, os valores de
17,8 g, 17,1 g e 18,0 g para os blocos 1, 2 e 3. Por outro lado, os comprimentos médios foram
25,5 cm, 24,0 cm e 25,6 cm para os blocos 1, 2 e 3, respectivamente.
A análise ANOVA dos propágulos das réplicas no início do experimento, para os
parâmetros comprimento e peso iniciais (Tabela 1 e 2), apresentou valores não significativos
entre todos os tratamentos (SN0, SN50, SN250 e SN500) e entre todos os blocos (Bloco 1,
Bloco 2, Bloco 3).
FV GL F p
Tratamentos 3 1,0411 ns 0,4096
Blocos 2 1,1366 ns 0,3531
Trat x Bloc 6 0,8600 ns 0,55
ns não significativo (p ≥ ,05).
FV GL F p
Tratamentos 3 0,1911 ns 0,9004
Blocos 2 0,1281 ns 0,8809
Trat x Bloc 6 0,3171 ns 0,9157
ns não significativo (p ≥ ,05).
Para analisar se houve incremento de peso dos propágulos, realizamos uma medição no
início dos tratamentos com acréscimo do NaCl. A partir deste dado inicial, calculamos o
incremento de peso até a medição que chamamos IPI (peso início dos tratamentos – peso inicial
da réplica por tratamento) e fizemos uma ANOVA para esse incremento de peso (Tabela 3).
Entre tratamentos não houve diferença significativa, mas houve diferença significativa entre
blocos (p = 0,003). Vale lembrar que nesse estágio, todas as réplicas estavam sob mesmas
condições em termos de NaCl, ou seja, 0 mM, reforçando o efeito sobreamento. Desta forma,
27
nessa etapa assumimos que não há necessidade em analisar os dados por tratamento, pois todos
continham apenas solução nutritiva. A avaliação dos resultados será empregada com o IPI
considerando somente os blocos, que é a única fonte de variação que foi significativa
estatisticamente.
Tabela 3 Análise de variância (ANOVA) do incremento de peso inicial (IPI) dos propágulos de
R. mangle do manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. Sendo IPI= Peso início dos
tratamentos – Peso inicial.
FV GL F p
Tratamentos 3 3,3542 ns 0,0554
Blocos 2 9,7297 ** 0,003
Trat x Bloc 6 1,2656 ns 0,419
** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < ,01).
ns não significativo (p ≥ ,05).
A variação do peso dos propágulos de R. mangle entre os blocos foi quantificada pelo
teste de Tukey apresentado na Tabela 4, que separou nesta etapa os três blocos em dois grupos
distintos: a (blocos 3 e 2) e b (bloco 1). O bloco 3 atingiu os maiores valores médios de IPI
(10,7 g), seguido de perto pelo bloco 2 (10,2 g), tanto que ambos foram considerados um só
grupo pelo teste de médias. Por fim, o bloco 1 apresentou os menores valores (5,2 g) de
incremento de peso. O fator bloco, mais uma vez se mostrou importante para o crescimento dos
propágulos, visto que além do IPI, também se mostrou significativo no comprimento. Dessa
forma, o fator sombreamento, foi crucial para o IPI dos propágulos, pois nos blocos 3
(sombreado pelos blocos 1 e 2) e 2 (sombreado pelo bloco 1), os propágulos obtiveram o maior
IPI, e no bloco 1 (não sombreado) onde obtiveram o menor IPI.
28
Tabela 4 Teste de Tukey do incremento de peso inicial (IPI) dos propágulos de R. mangle do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. Sendo IPI= Peso início dos tratamentos –
Peso inicial.
Figura 2 Comparativo do incremento do peso durante o experimento nos tratamentos. O eixo y mostra o incremento do peso comparado ao peso no
início do tratamento (origem), o eixo x é formado pelos dias do experimento. Réplicas SNX 1 e 2 se encontram no bloco1, réplicas SNX 3 e 4 no bloco
2 e réplicas SNX 5 e 6 no bloco 3. Medições feitas quinzenalmente.
31
Ao analisarmos o incremento do peso durante o experimento por bloco, parece não haver
um padrão no desempenho das réplicas similar ao observado na análise dos tratamentos, isto é,
oscilação no peso em diferentes intensidades. No bloco 1 (figura 3 A), 50% das réplicas
apresentaram o efeito “serrote” até o final do experimento. 37,5¨% das réplicas não tiveram
incremento de peso inicial, realizaram uma recuperação e ao final do tratamento declinaram.
Em termos de análise por bloco, a partir da introdução do NaCl este prepondera sobre o efeito
luminosidade.
O bloco 2 (figura 3 B) destaca-se por apresentar menor amplitude em relação ao
incremento ou decréscimo de peso nos primeiros 15 dias de tratamento. Entretanto, ao final do
experimento 50% das réplicas apresentaram peso acima daquele ao início do aporte de NaCl.
Apenas a réplica SN500 4 aparenta sofrer o efeito “serrote". As réplicas SN250 3 e SN250 4
ganharam peso de forma contínua até o final do experimento, apresentando um comportamento
bastante particular neste bloco quando comparadas as réplicas deste tratamento (SN250) nos
outros blocos.
No bloco 3 (figura 3 C) as réplicas dos tratamentos SN50 e SN500 se comportaram de
forma antagônica. Enquanto nas réplicas SN50 5 e SN500 6 o peso aumentou, nas réplicas
SN50 6 e SN500 6 houve uma diminuição no peso. Estando essas réplicas sob mesmas
condições e tratamentos, a variação ocorrida neste caso não pode ser justificada pelos
parâmetros abióticos. Este grupo se destaca em relação aos anteriores por apresentar
comportamento diferenciado entre as réplicas logo em seguida a adição de NaCl. Com exceção
do SN0 5, todas as réplicas que apresentaram incremento em peso desde o início do tratamento,
isto é, 50 %, tiveram êxito no crescimento.
32
Figura 3 Comparativo do incremento do peso durante o experimento nos blocos. O eixo y mostra
o incremento do peso comparado ao peso no início do tratamento (origem), o eixo x é formado
pelos dias do experimento. Réplicas SNX 1e 2 (bloco1), SNX 3e 4 (bloco2) e SNX 5e 6 (bloco3).
Medições feitas quinzenalmente.
33
Tabela 5 Análise de variância (ANOVA) do incremento de peso final (IPF) dos propágulos de R.
mangle do manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. Sendo IPF= Peso final do
experimento – Peso início dos tratamentos.
FV GL F p
Tratamentos 3 4,0034 * 0,0345
Blocos 2 0,8254 ns 0,4615
Trat x Bloc 6 0,8928 ns 0,5299
* significativo ao nível de 5% de probabilidade ( ,01 ≤ p < ,05).
ns não significativo (p ≥ ,05).
Tabela 6 Teste de Tukey do incremento de peso final (IPF) dos propágulos de R. mangle do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES. Sendo IPF= Peso final do experimento –
Peso início dos tratamentos.
de forma variada, algumas aumentando valores que variam de 1 até 7 g (SN0 1, SN0 2, SN250
1, SN500 2), enquanto outras diminuindo o peso em torno de 0.2 g a até 5 g (SN50 1, SN50 2,
SN250 2, SN500 1). Em relação ao IPF quase todas as réplicas apresentaram um declínio no
peso, com exceção das réplicas do tratamento SN50 (SN50 1 e SN50 2), e uma das réplicas do
tratamento SN0 (SN0 2), que mesmo estando no bloco 1 (nenhum sombreamento), conseguiram
aumentar o peso.
No bloco 2, o IPI de todas as réplicas aumentaram em valores que foram de 2 g até 8
g, verdadeiro avanço no incremento, se comparado ao bloco 1, reforçando a proposição do
sombreamento atuando sobre o crescimento das plântulas. No IPF (após a inserção do NaCl)
apenas as réplicas dos tratamentos SN50 e SN250 obtiveram aumento no peso que
compreendeu de 0,5 g a 3 g. Todas as réplicas do tratamento SN0 tiveram declínio no peso e
do tratamento SN500 teve réplica com reduzido incremento e outra com perda de 1 g. Para as
réplicas do tratamento SN0, a carência de NaCl pode ter sido um fator limitante para o seu
crescimento. Em contrapartida, nas réplicas do tratamento SN500, a concentração de sal do
tratamento pode ter levado à perda de peso.
O IPI no bloco 3, com exceção da réplica SN50 5 (perdeu 0,5 g), foi positivo em todas
as demais réplicas, com incremento que foram de 2 g a 9 g. Por outro lado, em relação ao IPF,
a eficiência do aumento de peso ocorreu apenas com as réplicas SN50 5, SN250 6 e SN500 6,
sendo, respectivamente, de 4 g, 1 g e 1g. O IPF nas réplicas S0 5, SN0 6, SN50 6, SN250 5 e
SN500 5 reportaram decréscimo de 0,1 g a até 4 g.
A figura 5 mostra os gráficos comparativos do IPI e IPF por tratamento. Todas as
réplicas do tratamento SN0 (controle) incrementaram o peso até o início do tratamento em
aproximadamente de 4 g a 8 g . Porém, nesse tratamento ao comparar o incremento de peso
final, apenas a réplica SN0 1 acumulou cerca de 1g.
O IPI para o tratamento SN50 foi positivo para as réplicas em 50% variando de 3 g a 8
g, o restante das réplicas teve perda de peso de 1 g a até 5 g. Em relação ao IPF, o tratamento
SN50 teve os melhores resultados ao final experimento, com exceção da réplica SN50 6 que
perdeu cerca de 1 g, todas as demais réplicas incrementaram o peso em cerca de 0,5 g a 4g. As
réplicas SN50 1 e SN50 2 que tiveram seu IPI diminuído em cerca de 4 g, após o inclusão de
NaCl este insucesso reverteu no IPF quando estas réplicas obtiveram um incremento de cerca
de 2 g, mostrando que a presença de sal auxiliou na recuperação de parte desta biomassa.
No tratamento SN250 assim como no SN50 houve variações de aumento e decréscimo
de IPI. As réplicas SN250 1, SN250 3, SN250 4, SN250 5 e SN250 6 apresentaram acréscimo
positivo variando de aproximadamente 2 g a 8 g. Já a réplica SN250 2 quase igualou o seu peso
35
inicial, apresentando uma pequena diminuição. No final do experimento, metade das réplicas
diminuíram seu o IPF em cerca de 0,2 g até 2 g. As demais aumentaram o peso em valores de
1g a até 2g (réplicas SN250 3, SN250 4 e SN250 6). O tratamento SN250 foi o segundo melhor
em desempenho na presença de sal.
Com exceção da réplica SN500 1 que diminuiu o IPI em aproximadamente em 3 g,
todas as demais réplicas do tratamento SN500 aumentaram o IPI em cerca de 1 g a até 8 g. O
oposto aconteceu quanto ao IPF, com exceção da réplica SN500 6 (aumentou cerca de 1 g), em
todas as demais réplicas o peso diminuiu em cerca de 2 g a até 4 g. O tratamento SN500 teve o
pior desempenho de todos os tratamentos seguido pelo controle.
36
Figura 4 Comparativo do incremento do peso dos nos blocos. IPI (Incremento do peso no início
do tratamento) = peso início do tratamento – peso inicial e IPF (Incremento do peso no final do
experimento) = peso final do tratamento – peso início do tratamento. Réplicas SNX 1e 2 (bloco1),
SNX 3e 4 (bloco2) e SNX 5e 6 (bloco3). Medições feitas quinzenalmente.
37
Figura 5 Comparativo do incremento do peso dos nos tratamentos. Incremento do peso no início do tratamento = peso início do tratamento – peso
inicial e Incremento do peso no final do experimento = peso final do tratamento – peso início do tratamento. Réplicas SNX 1e 2 (bloco1), SNX 3e 4
(bloco2) e SNX 5e 6 (bloco3). Medições feitas quinzenalmente.
38
A Tabela 7 apresenta a ANOVA para os dados de comprimento final das réplicas. Não
houve diferença significativa entre os tratamentos quanto ao comprimento final médio, similar
ao observado no inicio do cultivo. Mas, entre os blocos houve diferença significativa (p =
0,0021). Esta variação entre os blocos foi quantificada pelo teste de Tukey apresentado na
Tabela 8, que separou os blocos em três grupos distintos: a (bloco 3), ab (bloco 2) e b (bloco
1). O bloco 3 atingiu os valores médios de comprimento de 34,5 cm, seguido pelo bloco 2 com
30,7 cm e pelo bloco 1 com 26,9 cm. Portanto, para o comprimento final, o fator bloco se
mostrou mais impactante nas réplicas do que o fator salinidade.
Salientamos que o bloco 3 estava situado na última prateleira da germinadora, sendo
sombreado pelos recipientes dos blocos 2 e 1. Nesse caso, o fator sombreamento, pode ter sido
crucial para o crescimento dos propágulos, pois no bloco 3 (sombreado pelos blocos 1 e 2) os
propágulos obtiveram o maior crescimento, seguidos pelo bloco 2 (sombreado pelo bloco 1),
e bloco 1 (não sombreado) onde obtiveram o menor crescimento.
FV GL F p
Tratamentos 3 1,2052 ns 0,3498
Blocos 2 10,6658 ** 0,0021
Trat x Bloc 6 1,6730 ns 0,2109
** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < ,01).
ns não significativo (p ≥ ,05).
Tabela 8 Teste de Tukey do comprimento final, entre blocos, dos propágulos de R. mangle, do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES.
A Tabela 9 apresenta a ANOVA para os dados de peso final médio entre os tratamentos
e blocos. Não houve diferença significativa entre os tratamentos quanto ao peso final médio.
Mas ao comparar os blocos, houve diferença significativa (p = 0,0393), quantificada pelo teste
de Tukey apresentado na Tabela 10. O Bloco 3 apresentou média de peso de 20,3 g, seguido
pelo Bloco 2 com 19,2 g e pelo Bloco 1 com 14,2 g. Logo, para a variável peso final, como
39
ocorrido para a variável comprimento final, o fator bloco se mostrou mais impactante nos
propágulos do que o fator salinidade, o que nos leva a defender que o local de estabelecimento
inicial dos propágulos é de suma importância para o sucesso do seu crescimento.
FV GL F p
Tratamentos 3 1,2166 ns 0,346
Blocos 2 4,2899 * 0,0393
Trat x Bloc 6 1,5794 0,2354
* significativo ao nível de 5% de probabilidade ( ,01 ≤ p < ,05).
ns não significativo (p ≥ ,05).
Tabela 10 Teste de Tukey entre blocos, do peso final dos propágulos de R. mangle, do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES.
A partir dos dados de peso, calculamos os valores para RGR inicial e final, por
tratamento e bloco, e submetemos os resultados para análises ANOVA (Tabela 11). A RGR
inicial sofreu variação apenas entre blocos (p = 0,003), o que era esperado, pelos resultados
obtidos com o IPI. Esta variação do RGR inicial dos propágulos de R. mangle entre os blocos
40
foi quantificada pelo teste de Tukey apresentado na Tabela 12, que separou nesta etapa os três
blocos em dois grupos distintos: a (blocos 3 e 2) e b (bloco 1).
Em relação ao RGR final, a análise ANOVA foi significativa apenas entre tratamentos
(p = 0,0345), o que também era esperado, devido aos resultados obtidos com o IPF. A variação
entre os tratamentos foi quantificada pelo teste de Tukey apresentado na Tabela 13, que separou
os quatro tratamentos em três grupos distintos: a (SN50), ab (SN250 e SN0) e b (SN500).
Tabela 11 Análise de variância (ANOVA) da taxa de crescimento relativa inicial (RGR inicial) e
da taxa de crescimento relativo final (RGR final) dos propágulos de R. mangle do manguezal da
Guaxindiba, Conceição da Barra, ES.
Tabela 12 Teste de Tukey do RGR inicial entre blocos, dos propágulos de R. mangle, do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES.
Tabela 13 Teste de Tukey do RGR final entre tratamentos, dos propágulos de R. mangle, do
manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES.
Tratamentos
SN0 SN50 SN250 SN500
MSR (g) 0,54 ±0,1 0,27 ± 0,2 0,41 ± 0,2 0,33 ± 0,1
MSH (g) 6,68 ± 0,5 6,38 ± 1,0 6,51 ± 1,6 6,56 ± 1,0
MSA (g) 0,54 ± 0,3 0,37 ± 0,4 0,47 ± 0,3 0,23 ± 0,2
MST (g) 7,76 7,02 7,39 7,12
% de MSR 0,09 0,06 0,08 0,09
% de MSH 0,82 0,87 0,84 0,88
% de MSA 0,09 0,08 0,08 0,03
Blocos
Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3
MSR (g) 0,24 ± 0,2 0,45 ± 0,1 0,48 ± 0,1
MSH (g) 7,08 ± 1,1 6,39 ± 0,9 6,13 ± 0,9
MSA (g) 0,21 ± 0,3 0,47 ± 0,3 0,53 ± 0,2
% de MSR 0,05 0,10 0,10
% de MSH 0,92 0,83 0,81
% de MSA 0,03 0,09 0,09
43
Tabela 16. Análise de variância (ANOVA) da biomassa seca de raiz (MSR) e hipocótilo (MSH)
dos propágulos de R. mangle do manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES.
MSR MSH
FV GL F p F p
Tratamentos 3 6,7549** 0,0064 0,0657 ns 0,977
Blocos 2 11,3273** 0,0017 1,4386 ns 0,2754
Trat x Bloc 6 3,1553* 0,0427 0,5513 ns 0,7605
** significativo ao nível de 1% de probabilidade (p < ,01).
* significativo ao nível de 5% de probabilidade ( ,01 ≤ p < ,05).
Tabela 17 Teste de Tukey para interação entre tratamentos e blocos na biomassa seca de raiz.
Bloco
Tratamento
Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3
SN0 0,569 aA 0,498 aA 0,566 aA
SN50 0,006 bB 0,464 aA 0,353 aA
SN250 0,133 bB 0,519 aA 0,582 aA
SN500 0,256 abA 0,311 aA 0,434 aA
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Letras maiúsculas para coluna, letras minúsculas
para linha.
Tabela 18 Análise de variância (ANOVA) da biomassa seca aérea (MSA) dos propágulos de R.
mangle do manguezal da Guaxindiba, Conceição da Barra, ES.
MSA MST
FV GL F p F p
Tratamentos 3 2,4350 ns 0,1153 3,4080 ns 0,7913
Blocos 2 5,1223 * 0,0246 0,1912 ns 0,8284
Trat x Bloc 6 3,1687 * 0,0421 0,3236 ns 0,9121
* significativo ao nível de 5% de probabilidade (,01 ≤ p < ,05).
ns não significativo (p ≥ ,05).
Tabela 19 Teste de Tukey para interação entre tratamentos e blocos na biomassa seca de parte
aérea.
Bloco
Tratamento
Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3
SN0 0,569 aA 0,498 aA 0,566 aA
SN50 0,006 bB 0,464 aA 0,353 aA
SN250 0,133 bB 0,519 aA 0,582 aA
SN500 0,256 abA 0,311 aA 0,434 aA
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Letras maiúsculas para colunas, letras
minúsculas para linha.
Discussão
forma, estes estudos de produção primária também demonstram que a salinidade afeta o
crescimento de R. mangle.
Apesar de encontrarmos um aparente insucesso na salinidade de 500 mM, algumas
réplicas apresentaram incremento de peso sugerindo que dentro de uma população existem
indivíduos com capacidade de sobreviver nesta condição mais elevada de sódio e cloro. Essa
capacidade é fundamental para a distribuição da espécie em escala local (SPALDING;
KAINUMA; COLLINS, 2010; CLOUGH, 2013).
A plasticidade observada pela espécie em relação ao sombreamento lhe permite
colonizar tanto espaços abertos, ampliando a área de ocupação do manguezal num ambiente
estuarino/costeiro quanto clareiras, favorecendo a regeneração de bosques maduros por ocasião
da senescência de poucos indivíduos ou em bosques que sofreram tensores locais (como mortes
por raios) a modificações no fluxo de inundação.
Conclusão
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53
Apêndices
*Cores fantasia.
54
*Cores fantasia.
55
Anexos
Anexo 1. Solução nutritiva número 2 de Hoagland & Arnon (pH = 6), padronizada por Salisbury
e Ross (2013).
Macronutrientes mM Micronutrientes mM
KNO3 6 MnCl2 . 4H2O 0,009
Ca(NO3)2 . 4H2O 4 H3BO3 0,046
NH4H2PO4 1 ZnSO4 . 7H2O 0,0008
MgSO4 . 7H2O 2 CuSO4 . 5H2O 0,0003
Quelato de Fe ͣ H2MoO4 . H2O 0,0001
ͣ Eles fizeram uma solução estoque de quelato de ferro em uma concentração final de 5g/litro e depois acrescentaram 2mL a cada litro da
solução nutriente duas vezes por semana.