VÍRUS1

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VÍRUS, BACTÉRIAS E PROTOZOÁRIOS

O texto aborda as divisões taxonômicas dos organismos vivos, destacando a


importância de classificá-los em grupos com base em similaridades. Existem
mais de oito milhões de espécies diferentes, distribuídas em diversos habitats e
funções. O naturalista sueco Carl von Linné (1707-1778) foi pioneiro na
classificação dos organismos, criando os cinco reinos: Monera, Protoctista,
Fungi, Plantae e Animalia. Cada reino é organizado em filos, classes, ordens,
famílias, gêneros e, finalmente, espécies, permitindo uma melhor compreensão
da diversidade biológica.

Linné e a Nomenclatura Binominal

Carl von Linné, ou Lineu, criou as regras de nomenclatura binominal, facilitando


a comunicação científica ao evitar duplicações de nomes entre pesquisadores.
Ele estabeleceu que cada grupo deveria ser nomeado em latim, com o nome do
gênero começando com letra maiúscula e o epíteto específico em minúscula. O
nome da espécie é escrito em itálico ou sublinhado, como em Homo sapiens.
Para subespécies, utiliza-se um sistema trinominal, como em Homo sapiens
sapiens.

Regras de Nomenclatura:

• Espécie: Latim, binominal, sublinhada ou itálico; primeira letra do gênero


em maiúsculo, epíteto em minúsculo.
• Família (animais): Termina em -idae (ex.: Ursidae, Canidae).
• Família (vegetais): Termina em -aceae (ex.: Bromeliaceae, Cactaceae).

Classificação Moderna: Uma classificação mais recente divide a biodiversidade


em três domínios:

1. Eucarya: Inclui organismos eucariontes (antes nos reinos Protoctista,


Fungi, Plantae e Animalia).
2. Eubacteria: Abrange a maioria dos procariontes, incluindo bactérias
patogênicas.
3. Archea: Envolve procariontes extremófilos, conhecidos por sua resistência
a ambientes extremos.

Observação: Embora Archea e Eucarya pareçam distantes, dados moleculares


indicam que são grupos irmãos, com Eubacteria sendo o domínio menos
relacionado evolutivamente.

Vírus

Os vírus são entidades biológicas que não se encaixam nas classificações


tradicionais de organismos vivos, como as definidas por Lineu, porque não
possuem estrutura celular. Eles não têm membrana citoplasmática, ribossomos
ou metabolismo próprio, tornando-se parasitas intracelulares obrigatórios,
dependentes das células que infectam.

Embora existam diversas famílias de vírus, todas compartilham algumas


estruturas básicas. O material genético, que pode ser DNA ou RNA, é essencial
e contém as informações para a produção de novas partículas virais. Este
genoma é envolto por um capsídeo proteico, que pode apresentar diferentes
formas, como cabeça, colar e cauda.

Além disso, alguns vírus possuem uma membrana externa ao capsídeo, que não
funciona como a membrana citoplasmática dos organismos vivos.
Ciclo Reprodutivo Viral

Os vírus podem adotar duas estratégias ao infectar uma célula: o ciclo lisogênico
e o ciclo lítico.

1. Ciclo Lisogênico: O material genético do vírus se integra ao genoma do


hospedeiro e permanece latente. Quando a célula se divide, ela replica
tanto seu DNA quanto o DNA viral, permitindo a propagação do vírus sem
formar novas partículas virais.
2. Ciclo Lítico: Este ciclo pode ser ativado após o lisogênico. O genoma viral
é duplicado de forma independente, e a informação genética é utilizada
para produzir proteínas que compõem novos vírus. Após a montagem das
novas partículas, a célula hospedeira sofre lise (rompimento), liberando os
vírus prontos para infectar outras células.

Essas estratégias permitem que os vírus se espalhem de maneiras diferentes,


dependendo das condições do ambiente.

Virose

As viroses são doenças provocadas por infecções virais. Embora muitos


sintomas das viroses sejam semelhantes, é importante observar algumas
particularidades que as diferenciam.
CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS

A classificação das bactérias pode ser baseada em diferentes características,


como formato e estrutura da parede celular. Morfologicamente, as bactérias são
categorizadas em cocos, bacilos, vibriões e espirilos. Quanto à composição da
parede celular, utilizamos a coloração de Gram, que divide as bactérias em dois
grupos:

• Gram-positivas: Têm parede celular mais espessa e rígida, com menos


complexidade, e ficam coradas de roxo no processo.
• Gram-negativas: Têm parede celular mais complexa e delgada, além de
uma membrana externa, e ficam coradas em rosa.

Este método é importante para diferenciar a virulência e outras propriedades das


bactérias.
REPRODUÇÃO BACTERIANA
A reprodução bacteriana ocorre principalmente de forma assexuada, por divisão
binária ou cissiparidade, onde uma célula se divide em duas idênticas,
garantindo o crescimento exponencial da população. Além disso, existem
processos de troca de material genético que aumentam a diversidade genética,
mas não envolvem a criação de novos indivíduos. Esses processos são:
transformação (captura de DNA livre de bactérias mortas), transdução
(transferência de DNA por vírus bacteriófagos) e conjugação (troca de DNA
entre bactérias via pili, uma ponte citoplasmática).
A respiração bacteriana pode ser classificada em três tipos principais:

• Aeróbia estrita: bactérias que só sobrevivem na presença de oxigênio.


• Anaeróbia estrita: sobrevivem apenas na ausência de oxigênio.
• Anaeróbia facultativa: realizam respiração anaeróbia na ausência de
oxigênio.

Além disso, várias doenças, chamadas de bacterioses, são causadas por


bactérias e podem ser transmitidas por diferentes vias, como água, ar, alimentos
e relações sexuais sem proteção.
O reino Protoctista inclui protozoários (unicelulares e heterotróficos) e algas
(unicelulares ou pluricelulares, autotróficas). Esse reino é considerado
parafilético, pois seus membros não são evolutivamente próximos. Os
protozoários são eucariontes que podem viver livremente, ser parasitas ou
mutualistas, e são geralmente heterotróficos. Sua classificação baseia-se nas
estruturas locomotoras: sarcodíneos usam pseudópodes (amebas), cilióforos
têm cílios (paramécios), mastigóforos possuem flagelos (tripanossomas), e
esporozoários, como plasmódios, não têm estruturas de locomoção e dependem
de vetores ou água para se mover.
Reprodução dos Protozoários: A reprodução dos protozoários é, em geral,
assexuada, mas alguns podem realizar troca de material genético ou produzir
gametas. Essa variabilidade genética ajuda a aumentar a resistência das
populações a mudanças ambientais.

Relevância Médica dos Protozoários: Protozoários são responsáveis por


várias doenças negligenciadas. O contato com protozoários pode ocorrer pela
ingestão de alimentos ou água contaminados ou por vetores como mosquitos.

• Doença de Chagas: Causada pelo Trypanosoma cruzi, transmitido pelo


barbeiro (Triatoma infestans). O combate à doença envolve o uso de
inseticidas e a substituição de casas de pau-a-pique por alvenaria, além da
fiscalização de bancos de sangue para evitar contaminações.
• Malária: Causada pelo Plasmodium sp., transmitido pelo mosquito
anófeles. Os parasitas infectam o fígado e as hemácias, causando febres a
cada 48 ou 72 horas. O tratamento é feito com medicamentos e o controle
de mosquitos envolve inseticidas, mosquiteiros e eliminação de locais de
água parada.

Outras protozooses importantes incluem a leishmaniose (tegumentar e visceral),


giardíase e toxoplasmose.

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