EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS DA
COMARCA DE ITABUNA/BA
Processo nº: 0004674-21.2024.8.05.0113
123 VIAGENS E TURISMO LTDA, devidamente qualificada, nos
autos em epígrafe movido por JEFFERSON FERNANDES GOIS
DE JESUS, igualmente qualificado, por intermédio de seu procurador
que a esta subscreve, vem perante Vossa Excelência, apresentar
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em face da sentença, pelas
seguintes razões:
I - DO CABIMENTO
Inicialmente, cumpre destacar o cabimento dos presentes Embargos de Declaração,
nos termos do art. 1.022, in verbis:
Cabem embargos de declaração contar qualquer decisão judicial para:
I. Esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II. Suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz
de ofício ou a requerimento;
III. Corrigir erro material.
IV.
Com efeito, é cediço que o erro material abrange inexatidões podendo ser corrigido
de ofício ou a requerimento da parte, por meio de embargos de declaração, consoante
previsto no artigo 494, I e II, do CPC.
No presente caso, a r. sentença padece de erro, conforme será demonstrado.
II – DA SENTENÇA
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Assinado eletronicamente por: RODRIGO SOARES DO NASCIMENTO;
Código de validação do documento: 9a63a49e a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.
A embargante requereu os benefícios da concessão dos benefícios da Justiça
Gratuita quanto ao pagamento de custas, preparo e eventuais honorários. Tendo em vista
a necessidade de interposição de eventual recurso.
Na defesa a parte Embargante se infere do artigo 98 do Código de Processo Civil,
visto que se enquadra como pessoa jurídica com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios possuindo direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei. Ainda, no artigo 99 do mesmo diploma legal
sedimenta a possibilidade de requerimento da benesse no âmbito recursal, como requerido.
Frisa-se que nesse sentido, segue anexos, informativos e comprovantes que
demostram a impossibilidade financeira de arcar com despesas processuais, conforme
Súmula 481 do STJ:
Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos
processuais.
Referência:
Lei n. 1.060/1950.
Precedentes:
EREsp 690.482-RS (CE, 15.02.2006 – DJ 13.03.2006)
EREsp 603.137-MG (CE, 02.08.2010 – DJe 23.08.2010)
AgRg nos EAg 833.722-MG (CE, 12.05.2011 – DJe 07.06.2011)
EREsp 1.185.828-RS (CE, 09.06.2011 – DJe 1º.07.2011) –
acórdão publicado na íntegra
EAg 1.245.766-RS (CE, 16.11.2011 – DJe 27.04.2012)
AgRg no AREsp 130.622-MG (1ª T, 17.04.2012 – DJe 08.05.2012)
AgRg no AREsp 126.381-RS (3ª T, 24.04.2012 – DJe 08.05.2012)
REsp 431.239-MG (4ª T, 03.10.2002 – DJ 16.12.2002)
Diante disso, resta evidente a falta de recursos da requerida em arcar com as custas
processuais, sendo amparada pela legislação processual vigente, que assegura a pessoa
jurídica com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios o direito à gratuidade da justiça, na forma da lei (artigo 98 do CPC),
sendo certo que o mesmo se aplica em âmbito recursal (art. 99 do CPC).
Cumpre esclarecer que a incapacidade financeira da Embargante é latente, ainda
resta claro que a existência do processo de recuperação judicial nº 5194147-
26.2023.8.13.0024, distribuído à 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte/MG.
Ainda, cumpre ressaltar que objetivo é de viabilizar a restituição aos credores, visto
que qualquer medida que comporte dispêndio de ativos ou liquidez da empresa importa em
risco da satisfação dos créditos listados na recuperação judicial.
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Por fim, o pedido de Justiça gratuita tem embasamento, também, para conter os
danos aos consumidores, e evitar o aprofundamento da situação a ponto de prejudicar a
execução de suas atividades.
Em anexo segue os demonstrativos financeiros e documentos de comprovação do
pedido de justiça gratuita.
Assim, pugna pelo conhecimento do pedido para a concessão do pedido de justiça
gratuita, tendo em vista que a requerida tem intenção de recorrer da decisão.
IV – DA CONCLUSÃO
Pelo exposto, requer que os presentes embargos sejam conhecidos e providos,
reformando a sentença a fim de acolher e constar a concessão do pedido de justiça gratuita
da parte embargante.
Nestes termos, pede deferimento.
Belo Horizonte, 18 de junho de 2024.
RODRIGO SOARES DO NASCIMENTO
OAB/MG 129.459
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