Mondin Mestrado

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE GEOCÍ ÊNC¡AS

"AVALTAçÃO E QUANTIFICAçÃO DO PROCESSO DE


RECARGA DO AQUÍFERO LIVRE E RASO NO PARQUE
ECOLÓGICO DO TIETÊ - SP''

MARCOS MONDIN

Orientador: Prof. Dr. Ricar do César Aoki Hirata

DISSERTAçAO DE MËSTRADO

Programa de Pós-Graduação cm Recursos Minerais e Hidrogeologia

SAO PAULO
2005
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
rNSTtruro DE GEoclÊruclns

AVALTAçAo E QUANTIFIcAçÃo D_O_PRocESSo DE RECARGA


oO aOüírenO LTVRE e nnSO NO PARQUE ECOLÓcICO oO
TIETE, SP

MARCOS MONDIN

Orientador: Dr. Ricardo César Aoki Hirata

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
lo. o.\g
l--- r'u,-,orr"o

COMISSÃO -IUI-CADORA

Nome inatura

Presidente: Prof. Dr. Ricardo César Aoki Hirata

Examinadores: Prof. Dr. Jaime Joaquim da Silva P, Cabral

Prof. Dr. Reginaldo Antonio Bertolo

SÃO PAULO
2005
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS

DEDALUS-Acervo-IGC

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3090001 7049

"AVAL|AçÃO E QUANTIFICAçÃO OO PROCESSO DE


RECARGA DO AQUÍFERO LIVRE E RASO NO PARQUE
ECOLOGICO DO TIETE - SP''

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MARCOS MONDIN i e¡aLrorecA t,
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Orientador: Prof. Dr. Ricardo César Aoki Hirata

DISSERTAçAO DE MESTRADO

Programa de Pós-Graduação em Recursos Minerais e Hidrogeologia

SAO PAULO
2005
Aos meus pa¡s
Sebastiano e lster Mondin
4.1. Processo de recargâ .............6
4.2. Tipos de recarga..,... .............7
4.3. Falores que ¡nfluenc¡am a recarga............ ... ... ....8
4.4. Recârga em aqu¡feros livres e rasos..... ,........., 10
4.5. Métodos de est¡mat¡va de recarga........ . ......... 10
5. MATERTATS E MÉTODOS.... ............14
5.1. Perfureção e ¡nstalação dos poços. ........14
5.2. Amostragem de Solo............. ..,..,.. 19
5.3. Anál¡ses Granulométricas ........21
5.4. Leventamento Topográfico .. ...... . . 23

5.5. Dados Meteorológicos . .23


5.6. Med¡ções dos níveis d'água............... .24
5-7. Ensaios de permeabil¡dade.............-........ .24
5.8. Aplicação dos traçadores brometo e cloreto -..,...,... .25
5.9. Métodos de estimat¡va da recarga........... to

6.2. Variaçäo lemporal das cargas hidráulicas .... ........................... 37


6.2.1 . Relação entre as cargas hidráulicas médias nas profundidades de 3, 6 è 1 0m.
........ ........37
6.2.2. Yariação das cargas hidráulic€s versus as prêcip¡tações ... . .. . . ....... .. .. . 59
6.2.3. Comportemento das cargas hidÉulicas dos poços frente a d¡ferentes epsód¡os
de precip¡tação.. .-..--. -62
6.3. Mecanismos controladores de recarga e sua relação com a variação dos níve¡s
potenciométricos ..... .......... . 67
6.3.1. lnfluência da topografia e dâ espessura da zona não saturada.. ---------------..-.71
6.3.2. lnfluência das árvores e das precipitações sobre os poços.. ..,. . ... ..'-.-'......81
6.3.3. lnfluência da condutividade hidráulica.......... '..'... .. .. ......-. . 88
6.4. Apl¡caçåo dos traçedores brometo e cloreto na zona não saturada .-'-- .-. ......97
6.5. Avaliação e quantifìcação da recarga -. - . ....98

6.5.1 . Aproximaçöes darcinianas. . 98


6.5.2. Variação do nível potenciométnco............ .-.---.------ . .... 1O2
6.5.3. Balanço Hídr¡co. ... ... ..
.... 106

6.6. Modelo conceitual de recarga........ . ... - 1O7

6.7. Comperação dos métodos de estimativa de recarga ..- 1O7

7. CONçLUSÕES....................,. "'..... 109


s. REFERÊNCIAS BIBLIoGRÁFICAS-................ .."'.. 111

ANEXO 1: MAPA TOPOGRAFICO E DE LOCALIZAÇÃO DAS ARVORES E DOS POçOS.


ANEXO 2: TABELA COM OS DADOS METEOROLÓGICOS.
ANEXO 3: DADOS DE CARGAS HIDRÁULICAS DE TODAS AS CAMPANHAS PARA OS POçOS
NAS TRÊS PROFUNDIDADES.
ANEXO 4: DESCRIÇOES MACROSCÓPICAS, ANÁLISES GRANULOMÉTRICAS E PERF'S
GEOLÓGICOS.
ANEXO 5: ARTIGO SUBMETIDO A REVISTA ABRH EM ABRIL DE2004.
AGRADECIMENTOS

Duranle a elaboração deste trabalho muites pessoas e ¡nstitu¡ções tiveram


¡mportante participaçåo e â elas expresso os meus agradecimentos:

Ao Prof. Dr. Ricardo César Aoki Hirata pela orientaçäo, discussões e apoio
fundamentáis pãra a elaboraÇão deste trabalho.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP e a

CAPES pelo auxíl¡o financeiro, através da concessão da bolse de mestrado.

Ao Parque Ecológico do Tietê através do seu d¡retor Wagner Bemardo por permitir
a utilizaçäo das dependências do parque e, aos func¡onários Osmar Lu¡z Costa e Rodolfo
Ruiz Garcia.

Agradeço ao Luís FeÍâr¡ pela ajuda nas etapas de campo e pelo tempo
d¡spensado para discussões e ajuda para anal¡sê est¿tística dos dados-

A Paula Amaral (Pi) pelo apoio e ajuda na confecção das f¡guras.

A Alexandrå Suhogusoff (Ale) pela ajuda nas etapas de campÕ e na formataçåo


final da dissertação.

A Thelite Fernandes por escrever o abstract e a Jú (Kolla) pelas correções.

Ao Sr. W¡lson de Castro Neves pela ajuda no mon¡toramento dos poços.

A todos os amigos do Laboratório de Modelos Fisícos, Alessandro Cesarino


(Gummy), Alexendra Suhogusoff (Ale), Angélica Souza Gutierrez, Claudia Varnier,
Fabiana Cagnon, Jeane Gláucía Santos (Manah), Luiz Fenari, Reginaldo Bertolo, Juliana
Baitz Viviani (Kolla) e lngo Wahnfr¡ed (Lalas) pela amizade dedicada.

Aos amigos de pós-graduação Roseane Sarges, Márcia Gomes da Silva, Cínl¡a


Ga¡a, S¡lv¡a Cremonez, Paula Amaral (Pi), Gaston (Ed¡r), Lucelene Mart¡ns (Val), Claudia
Moura, Cristiane Lorena e Aline Silverol.

Aos amigos Douglas (Ridiculo), Eneas (GLS) e Rogério (Karla Perez) pela
amizade ao longo de todos estes anos,
ll

LISTA DE FIGURAS

F¡gura 1: Local¡zação da área de estudo..... ...........,....-.-.-.-.-. ,3


Figura 2: Esquema de evapotrânspiração do níveld'água (DAVIS E DE WEST, 1966). -.,,-.-.,... .6
Figura 3: Escala de espaço adequada para as técnicas de estimaliva de recarga (Scanlon et al

Figure 4: Escala de têmpo adequada para as técnicas de estimâtivâ de recãrga (Scanlon et al


2oo2)................... ''.'...,..-....,,..-......13
Figura 5: Perfuratriz rotativa hidráulica montada sobre esteiras....................-..... ...... ....... . ...... ......1 5

Figura 6: Trados ocos empregados na perfuração...... . .16


Figura 7: Seção f¡ltrante do revestìmento de PVC geomecânico de 50mm de diâmetro.-...,.. ..... ..16
F¡gura 8: Benton¡ta em pó acond¡c¡onada em sacos de PVc...............,...........-............. ...............17
Figura 9: Seção filtrante do revestimento de polipropileno de l" de d¡âmetro..... .... .. . .. . ...'17
F¡gura 1o: Perfil construtivo esquemático dos novos poÇos instalados na área de estudo.-,.,..... 18
Figura 11 : Conjunto multinível recém-¡nstalado...... ...,..........._,.18

Figura 12: Lirerno interior do tubo amostrador......


Figura l3: Ponte¡ra externa do tubo amostrador.-.-
Figura 14: Tubo amostrador com ponteiras interna e extern4............- . . .. -'.20
Figura f 5: Máquina do tipo Geoprobe empregada para cravação do tubo amostrador.......-...'. ....21
Figura 16: Localização das seçöes verticab construídos através dâ descrição dos /rlters e das
análises granulométricas.........
F¡gura l7: Seção vertical segundo o segmento D - D'da figura 16....,.....
Figura 18: Total mensal de prec¡pitação................ ......
Figura l9: Dados de carga hidráulica média dos poços de 3m versus as dos poços de 6m...........38
Figura 20: Dados de carga hidráulica mália dos poços de 3m versus as dos poços de 10m...-.....38
Figura 21: Dados de carga h¡dráulica média dos poços de 6m versus as dos poços de 10m.-...... 39
Figu.a 22: Dados de carga hidráulica méd¡a dos poços nas profundidades de 3, 6 e 10m.. .... ''.. 40
Figu'ir_ 23i Somatória mensal das diferenças diárlas das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de dezembro de 2002
Figura 24: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas hidráulicas dos poços de 6 e l0m
para o mês de dezembro de 2002 ....42

Figura 25: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas hidÉulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de janeiro de 2003.......- ........-. . 42
Figura 26: somatória mensâl dâs diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e l0m
para o mês de janeiro de 2003......... ............43
Figu'õ_ 27i Somâtória mensal das diferenças diár¡as das cârgas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de fevereiro de 2003
l

F¡gura 28: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas h¡drául¡cas dos poços de 6 e 1Om
para o mês de fevereiro de 2003
Figura 29: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de marÇo de 2003............
Figura 30: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas hidrául¡cas dos poços de 6 e 1Om
para o mês de março de 2003 45
Figura 3l: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas h¡drául¡cas dos poços de 3 e 6m
para o mês de abr¡l de 2003-.-..... ................46
Figura 32: Somâtória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de abril de 2003 .......46
Figura 33: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas hidráulicas dos poços de 3eOm
para o mês de maio de 2003 .......47
F¡gura 34: Somatória mensal das d¡ferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o môs de mâ¡o de 2003........................
F¡gura 35: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráuf¡cas dos poços de 3 e 6m
para o mês de junho de 2003.... '''''''''''''''''''''48
F¡gura 36: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas hidráulicas dos poÇos de 6 e 10m
para o mês de iunho de 2003........... ...................................,...48
F¡gura 37: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas h¡dráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de julho de 2003. ................................ .49
Figura 38: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de julho de 2003.-....-..... .......,..-.49
Figura 39: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de outubro de 2003.................... ............................5()
Figura 40: Somatóría mensal das diferenças diárias das cargas h¡dráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de outubro de 2003 5l
F¡gura 41: Somatória mensal das d¡ferenças diárias das cargas hidráulícas dos poços de 3 e 6m
para ô mês de novembro de 2003............... .............................51
Figura 42: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidrául¡cas dos poços de 6 e 'l0m
para o mês de outubro de 2003.........,.......... ...,.....-..................52
Figura 43: Somatória mensâl das dÍferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de dezemb¡o de 2003.. .............52
Figura 44: Somatória mensal dâs diferenças d¡ár¡as das cargas h¡drául¡cas dos poços de 6 e 10m
parâ o rlìês de dezembro de 2003 ...........53
Figura 45: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas h¡drául¡cas dos poÇos de 3 e 6m
para o mês de janeiro de 2004........ ............53
F¡gura 46: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de ¡aneiro de 2004 54
l\'

Figura 47: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o
comportamento do fluxo da água subterrânea. Dados do d¡a 19112102......................................,....55
Figura 48: Perf,l com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o
comportamento do fluxo da água subterrânea. Dados do dia 19112102......................................,....56
F¡gura 49: Perfil com l¡nhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ¡lustrando o
comportamento do fluxo da água subterrânea. Dados do dia 2Ol04lO3. ..57
Figura 50: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o
comportâmento do fluxo da água subterrâneâ. Dados do d¡a 2O1O41O3........................-..................58
Figura 51: Dados de precipitação diárias e cargas h¡dráulicas méd¡as dos poços de monitoramento
na profundidâde de 3m. As bârras representam os valores de prec¡p¡tâção e os pontos os dê carga
hidráulica. 61
Figura 52: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 3m durante a estação chuvosa...,.............,...62
Figura 53: lsolinhas de desv¡o padrão dos poços de 3m durante a estaçáo seca. Näo há formação
de isol¡nhas mostrando compodamento homogêneo dos poços.......................................-.,.,..........63
Figura 54: lsol¡nhas de desv¡o padrão dos poços de 6m durante a estação chuvosa.....................63
Figura 55: lsol¡nhas de desv¡o padrão dos poços de 6m durante a eslação seca. Não há formação
de isolinhas mostrando comportamento homogêneo dos poços.............. ............64
F¡gura 56: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 10m dufante a estâÇão chuvosa...................64
Figura 57: lsolinhas de desv¡o padräo dos poços de 10m durante a estação seca. Não há
formação de isolinhas mostrando compoftamento homogêneo dos poços......................................65
F¡gura 58: Grupos de poços com comportamentos semelhantes durante evento de precipitação na
estação seca....... ,........-,-66
F¡gura 59: Grupos de poços com compoúamentos sêmelhântês durante evento de prec¡p¡tação na
estação chuvosa. -............66
F¡gura 60: Perf¡s esquemáticos de fatores que infìuenciam a recâr94.............................................69
F¡gura ô1 : A área dos poços utilizados nos cálculos dos fatores de contraste F. e Fk....................70
Figura 62: Mapa topográfico relativo a boca dos poços
Figura 63: Matriz de relação entre o contraste de topografia (m) e a recârga (mm) frente às
precipitações (mm) para todas as estaçöes climáticas,......-..,.,..,........... ..............73
Figura 64: Mairiz de relação entre o contraste de topografia (m) e a recarga (mm) frente às
precipitações (mm) pârâ a prime¡râ estação chuvosa (dezl1z a marl03).........................................74
Figura 65: Matriz de relâçáo enhe o contraste de topogralia (m) e a recarga (mm) frente às
precipitações (mm) para a estaÇão seca (abrl03 a seU03).........,........ ...........-.....74
Fígura 66: Malriz de relação entre o contraste de topografìa (m) e a recarga (mm) frente às
prec¡pitaçöes (mm) para a segunda estaçáo chuvosa (ouVO3 a janl04).. .............75
Figura 67: Mapa de isoespessura da zona não saturada na estação chuvosa..-.....--.....................76
Figura 68: Mapa de isoespessura da zona não saturada na estaçãô seca.....................................77
Figura 69: VariâÇão dos niveis d'água (P-4)............... ...........78
Fígum 70ì Variação dos niveis d'água (P-26)............. ...........78
F¡gura 71: Matriz de relação entre a espessura da zona não saturada (m) e a recarga (mm) frente
às precipitações (mm) para todas as estações climáticas.,........,.. ......................79
Figura 72: Matrz de relação entre a espessura da zona não sturada (m) e a recarga (mm) frente
às precipitações (mm) para a primeira estação chuvosa (dezl02 a mar/03).....................................79
Figura 73: Matriz de relação ente a espessura da zona náo saturada (m) e a recarga (mm) frente
às precipltaçÕes (mm) para a segunda estação chuvosa (ouv03 ajan/04).,...................................-80
Figura 74: l\rlatriz de relação entre a espessura da zona não saturada (m) e a recarga (mm) frente
às precipitaçóes (mm) para a estaçáo seca (abrl03 a seV03)..
F¡gura 75: Valores (em mm) de precipitação individual dos poços no dia 15112103........................81
F¡gura 76: Valores (em mm) de precipitação individual dos poços no dia 17112103........................82
Figura 77: Valores (em mm) de prec¡pitação ¡ndñidual dos poços no día 21h21O3........................82
Figura 78: Valores (em mm) de prec¡pitação ind¡vidual dos poços no dia 2A12103...........-.-,,.,..,-,.83
Figura 79: Valores (em mm) de prec¡pitação individual dos poÇos no diã 23112103
F¡gura 80: Valores (em rnm) de prec¡pitação ¡nd¡vidual dos poços no d¡a 09/0'l/03.-,.......,.......,..-..84
Figura 81: Valores (em mm) de precipitação ¡nd¡vidual dos poços no d¡a 16/01/03........................84
Figura 82: Comportamento dos poços frente as prec¡pitâçöes ¡ndividua¡s sobre os mesmos.-....-,85
Figurâ 83: Matriz de relação entre a ¡nfluência da cobertura vegetal e a recarga (mm) frente às
prec¡p¡tações (mm) para todas as estações climáticas....................... .................66
Figura 84: Matriz de relação entre a ¡nfluênc¡a da cobertura vegetal e a recarga (mm) frente às
precipitações (mm) para a primeira estação chuvosa (dezlÙz a mar/03)........................,............,...87
F¡gura 85: Matriz de relação entre a inlluência da cobertura vegetal e a recarga (mm) frente às
precipitaÇões (mm) para a estação seca (abr/03 a set/03).................. ................87
Figura 86: Matriz de relação entre a influênc¡a da cobertuta vegetal e a recarga (mm) frente às
precipitações (mm) para a segunda estação chuvosa (ouv03 a ¡an/04).. ..........................88
Figura 87: Mapa com setores de condutiv¡dade h¡dráulica próximos para profunddade de 3m
(unidade em m/s)......... ...90
Figurd 88: Mapa com setores de condutividade hidráulica próx¡mos para profunddade de 6m
(un¡dade em m/s).... ...90
F¡gura 89: Mapa com setores de condutividade h¡dráulica próximos para profundidade de 10m
(unidade em m/s).............. ... .. ,..91

F¡gura 90: Mapa potenciométrico do dia 21107103 (unidade em m)....... a)


Figura 9l: Mapa potenc¡ométrico do d¡a 30/10/03 (un¡dade em m)....... ..92
Figura 92: Mapa potenc¡ométrico do dia '18/12103 (unidade em m).,.....
Figura 93: Mapa potenciométrico do dia 13/01/04 (unidade em m)...-...
Figura 94: Mapa potenciométrico do dia 17/O1104 (unidade em m).......
Fiqura 95: Mapa potenciométrico do dia 21/01104 (unidade em m).......
Figura 96: Matriz de relação entre o contraste de condutiv¡dade h¡drául¡ca e a recarga (mm) frente
às precipitações (mm) para todas as estações climáticas
Figura 97: Matriz de relação entre o contraste de condutividade h¡drául¡ca e a recarga (mm) frente
às prec¡pitações (mm) para a primeira estação chuvosa (dezlÙ2 a marlo3)-..-.............................-..-96
Figura 98: Mak¡z de relação entre o contÍaste de condutividade hidráulica e a recarga (mm) frente
às prec¡pitações (mm) para a segunda estação chuvosa (ouV03 ajan/04)......................................96
Figura 99: Matriz de relaçäo entre o contraste de condutividade hidráulica e a recarga (mm) frente
às precipitações (mm) para a estação seca (abrl03 a set/03).-,............... ............97
Figura 100: Perfis com as concentrações dos traçadores cloreto e brometo na zona não

Figura 101: Divisão realizada para o cálculo das vazöes (Q) de enbada e saída tanto horizontal
quanto vertical do aqüífero............... ..........,.99
Figura 102: Representação das vazões h¡potél¡cas entre dois poços........,.................................100
Figura 103: Representação das seçöes rea¡s ut¡lizadas para o cáfculo da vazão entre dois
.101

Figurã 104: Ilustração da extrapolação das curvas de rebaixâmento do aqûífero para o cálculo por
meio das variações episódicas e mensa¡s...-....... 103
Figura 105: Gráfico de correlação entre a soma das prec¡pitações ocorridas durante um episódio
de elevação do nÍvel d'água e a recarga (até'14 dias)........ -.-.............................'105
\,1I

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Métodos de quantificação de recarga div¡didos de acordo com â fonte h¡drológ¡ca ou

Tabela 2: Fatores de correção da evapotransp¡ração potenc¡al mensal, dada pelo nomograma de


Tornthwa¡te para ajustá-la ao número de d¡as do mês e a duração do brilho solar d¡ário, nos vários
meses do ano e a lâlitude entre '15 graus norte e 37 graus su|.....- ............,.........29

Tabela 3: Água disponfvel na zona não saturada em função do tipo de solo (em mm)..................30

Tabela 4: Correlação estatíst¡ca entre as cargas hidráulicas médias nas profundidades de 3,6 e

10m. Os coefic¡entes em negrito representam corfelâções com sign¡fìcânc¡a estatística de 5o/o.....37

Tabela 5: Correlação estatística ente as cargas hidráulicas médias nas profundidades de 3, 6 e


10m e a soma das precipitações de até sete d¡as antes da medida das cargas, para estação
chuvosa. os coeficientes em negrito representam correlaÇões com signif¡cância estatística de
5o/o.......................... . ..............,.._..........,.._.59

Tabela 6: Correlação estalística entre as cargas hidráulicas mál¡as nas profundidades de 3,6 e
lom e a soma das precipitações de até sete d¡âs antes da med¡da das cargas, para estação seca.
Os coefic¡entes em negrito representam correlaçöes com sþnificância estatística de
5./,........... _.... _....................

Tabela 7: Valores de condutividade hidráulica horizontal para os poços das três profundidades
(m/s), através de s/ug-¿esf com interpretação segundo Hvorslev, (1951)
..................89

Tabela 8: Dados de recargas diferenciadas para as estações seca e chuvosa... .................1 00

Tabela 9: Resultados de recarga mensal. .................102

Tabela 10; Cálculo de correlação entre as precipitações oconidas até 7 d¡as antes das medidas de
nível d'ág ua......... ...........103

Tabela 11 : cálculo mensal da recaroa ...........104

Tabela 12: Cálculo da recarga por variaçóes epsód¡cas .. ........ 1 05

Tabela 13: Cálculo da recarga pelo balanço hídrico.,.... ..._........106

Tabela 14: Recargas mensais calculadas segundo os três métodos, e precipitações, em


milímetros, para o período de dezemt ro 2OQ? a janeiro de 2004 .. .............._.,..........1 08
RESUMO

O processo de recarga é muito dinâmicô e exerce grande influênc¡a nos trâçâdos


de tubos de fluxo em aqüíferos livres e rasos. O objetivo deste projeto consistiu em avaliar
os mecan¡smos controladores da recarge e em estabelecer o melhor método para a sua
est¡mação, enlre as técnicas de variação do nível potenciométrico, balanço hidrìco e
aproximações darcinianas. O estudo teve lugar em um campo experimental localizado no
Parque Ecológico T¡etê, zona leste de São Paulo, em uma planície aluvionar quaternária,
associada à sedimentação do rio Tietê. Ëm uma área de 480m2, foram perfurados 81
poços em três profundidades (3,6 e 10m), com monitoramento dos níveis
potenciométricos entre d¡ários e semana¡s. As chuvas foram medidas d¡ariamente, através
de pluviômetro especialmente ¡nstalado no Iocal.

Os resultados não mostraram relações claras entre a recarga e o contraste de


topografia (zonas mais baixas na superfície do tereno que causam maior ¡nfiltraçäo), a
espessura da zona não saturada, os efeitos de interceptaçåo em árvores e a
heterogeneidade na distribuição espac¡al das chuvas. A condutiv¡dade h¡drául¡ca
horizontal do aqüífero foi o único paråmetro que apresentou uma influêncie observável.
Essa falta de correlação foi explicada pela atuação dependente de cada um desses
perâmetros, que agindo em tempos d¡ferentes, controlam de forma particulaÍ a recarga.
O comportamento do aqüífero é diferenciado dentro de cada uma das estações
observadas (chuvosa e seca). Durante o período chuvoso, há uma rápida correlação entre
as cargas hidráulicas e as prec¡p¡taçöes, predominando o fluxo descendente. No período
de seca, é dom¡nante o fluxo ascendente entre as profundidades de 3 e 6m e não há uma
correlaçäo entre as cargas hidráulicas e as precipitaçöes.
Dos três métodos de est¡mativa ãpresentados, o da veriação do nível
potenciométrico se mostrou mais sensível, permitindo registrar recargas diárias ou por
eventos de chuva. Duranle o período de estudo (dezembro de 2OO2 a janeiro de 2004), a
recarga na ésrea foi de 21 Smm/ano, para uma precip¡tação total de 1353mm/ano. o
método de aproximações darcinianas registrou os menores valores de recarga
(20,5mm/ano), inclusive no segundo perÍodo de chuvas, entre os meses de outubro de
2OO3 ajaneiro de 2004 o método não registrou recarga. Tal fato foi atribuído à freqüência
nas med¡das dos níveis de água que deixou de ser diária, passando, nesle período' a
semenal. O método do balenço hídrico apresentou os ma¡ores valores de recarga
(293mm/ano), muito embora a tenha registrado somente nos meses de dezembro (2003 e
2004) e janeiro (2003 e 2004).
Do exposto nota-se que para um aqüífero tão dinâm¡co como o livre e raso, onde
as prec¡pitações se convertem em recarga em menos de 24 horas, o método de variação
do nível potenciométrico foi a que melhor a estimou. Entretanto, há necessidade de

uma boa rede de mon¡toramento, assoc¡ado a med¡ções de níve¡s pelo menos diários em
époces com chuva, e semanal, nas êstiagens, em ambas as esieçöes.
ABSTRACT

The recharge ¡s a dynamic process and has a great influence on the l¡neation of
streemtubes ¡n shallow and unconf¡ned aquifers. This project aims at evaluating the
recharge controling mechanisms and establish¡ng the best method for its estimat¡on,
among potentiometric level variation techniques, water balance and darcyan approaches
The study was carried out on an experimental f¡eld locâted at the T¡etê Ecological Park
(parque Ecológico do Tietê), East zone of the city of são Peulo, on an alluvial quatemary
area, associated to Tietê River sed¡mentat¡on. ln a 480m2 area' 81 wells in three d¡fferenl
depths (3,6 and 10 meters) were drilled, with daily and weekly potent¡ometric level
mon¡toring. Rainfall events were measured on a da¡ly bas¡s, through a pluviometer

spec¡ally installed at the Place.


The results did not show clear relat¡ons hips among recherge and topogrephy
contrast (lower zones on the surface of the terrain, which cause higher percolat¡on),
unsaturated zone th¡ckness, trees interception effects and heterogene¡ty in ra¡nfãll spatial
d¡stribut¡on. The aquifer hor¡zontal hydraulic conductivity was the only parameter which
presented an obseryable influence. This lack of conelation was explained by the
dependant actuetion of each one of these parameters that, acting in different times, control
the rechârge in a particular way.
Aquifer behaves on a different way in each one of the observed seasons (rainy and
dry). During the reiny period, there is a fast conelat¡on between hydraulic head end
prec¡p¡tations, with predominance of descending flow. ln the dry period, there is a
predominance of ascendant flow between 3 and 6 meters depth
From the three estimation methods presented, potentiometnc level varialion was
mofe sens¡tive, allowing lo record da¡ly recharges or rainfall events- Dur¡ng the per¡od of
study (December, 2002 to January, 2004), recharge ¡n ihe areas was 215 mm/year, for a
tolal prec¡pitation of 1.353 mm/year. The darcyan approaches method reg¡slered the
lowest fecharge values (20.5 mm/year), ¡ncluding on the second rainy period - between
october, 2003 and January, 2004 - when the method did not register any recharge. Th¡s
fact was attributed to the frequency on the water level admeasurement: it was no longer a
daily but a weekly admeasurement at this period.
The w¿ter balance method presented the greatest recharge values (293 mm/year),
although it had been registered only during December (2003 and 2004) and Januery (2003
and 2004),
It can not¡ce that, for a dynam¡c shallow and unconf¡ned aquifer, in which
prec¡pitat¡ons are converted ¡nto recharge in less than 24 hours, potentiometric level
variation was the one which better estimated ¡t. Nevertheless, there ¡s need of a mon¡toring
network, associated to at least daily level measurements in rainy periods and, weekly,
during droughts, in both seasons.
I. |NTRODUçÃO
O estudo do fluxo de água subterrånea, da recarga e do transporte de poluentes
em aquíferos livres e rasos revela sua grande importância quando eles são analisados
quanto a duas características: vulnerabilidade a poluentes e localização geográfica.
-' Vulnerabilidade a poluentes: Aquíferos livres e rasos säo altamente vulneráveis, uma
vez que a espessura de sua zona näo saturada é bastante reduzida, facilitando o
transporte de poluentes que possam vir a atingir a zona saturada (FOSTER &
HIRATA, 1988). Em países tropicais, a situação é agravada, já que neles a existência
de uma estaçâo chuvosa eleva o grau de saturaçäo da zona não saturada,
aumentando assim a eficiência do transporte durante os meses de maior
pluv¡osidade.

- Localização geográfica: Os aquíferos livres e rasos são comumente encontrados em


planicies aluvionares geralmente intensamente povoadas. Observa-se que uma parte
considerável da populaçäo, principalmente na zona rural mas também na periferia e
nas favelas da zona urbana, é abastecida, através de poços cac¡mba, por água
proveniente da porçäo superior daqueles aquíferos rasos. Aquela mesma faixa de
população emprega fossas sépt¡cas ou negras como meio de eliminaçáo de esgoto e
pode eventualmente contaminar a própria água que consome.
É possível avaliar a dimensão do problema de contaminação de aquíferos livres e
rasos no País devido a combinação das duas características citadas acima quando se
examinâm dados populacionais encontrados na l¡teratura. Acredita-se que no Brasil, 5l%
da população utilize fossas rudimentares ou não possua qualquer sistema de
saneamento. Part¡cularmente em favelas, onde é grande a concentraçåo de fossas
negras próximas à poços cacimba, estima-se que vivam mais de 1,3 milhäo de pessoas
apenas no Estado de São Paulo (IBGE, 1991), muitas delas em regiões de pequena
profundidade de nível d'água subterrânea.
A quantificaçâo da recarga de um aquífero é um elemento chave para avaliar a
sua exploração sustentável e o estudo dos mecanismos controladores desse processo
permite melhor entendimento do modelo conceitual de circulaçäo das águas
subterråneas.
Estudos recentes (VARNIER & HIRATA, 2002; VARNIER & HIRATA, 2004)
verificaram que a rápida recarga em aquíferos livres e rasos causa mudanças importantes
no fluxo advectivo e nos movimentos de dispersão de plumas contam¡nantes, levando ao
quest¡onamento da validade e da acurác¡a dos métodos trad¡c¡ona¡s de mon¡toramento da
qualidade das águas subtenâneas.
Estes estudos foram realizados numa porçâo de um aquífero livre e raso no Centro
de Lazer Engenheiro Goulart, Parque Ecológico do Tietê (PET - EG), na Bacia
Sed¡mentâr de Säo Paulo, município de Såo Paulo. Em uma área de aproximadamente
25OOm2 foram instalados 68 poços de 3m e três poços de 5m de profundidade com intuito
de estudar a hidroquímica da área impactada por uma fossa séptica, principalmente
quanto ao comportamento dos elementos da série nitrogenada. Além disso este estudo
fez algumas constataçöes:
- Afta heterogeneidade da condutividade hidráulica;
- Grandes alteraçóes temporal e espacial nos níveis estáticos dos poços de
monitoramento; e
- Comportamento enát¡co dos poluentes em função do tempo.
Estas observaçôes motivaram a realizaçäo deste projeto, visto que, para a
formulaçäo de modelos como o conce¡tual e o numérico é fundamental o entendimento e
a quantific¿¡çåo da recarga.

2, OBJETIVOS

Este projeto estudou com elevado detãlhe uma pequena área no Parque Ecológico
do Tietê objetivando principalmente:

- Avaliar os mecan¡smos controladores da recarga em um aquífero lívre e raso e


verificar a relação entre a variaçåo dos nÍveis potenciométricos e a prec¡pitaçåo;

- Quantif¡car a recarga ao longo do tempo, através dos métodos do balanço hídrico, da


variaçåo do nível potenciométr¡co e de aproximaçôes darcynianas, comparando-os e
analisando-os criticamente.
3. ÁREA DE ESTUDO

3.1. Localizaçäo
A área de estudo está situada no Centro de Lazer Engenheiro Goulart-Parque
Ecológico do Tietê (PET - EG), município de Såo Paulo, na divisa com Guarulhos (Figura
1). O PET - EG dista 35km do centro da capital e o acesso é facilitado pela rodovia Ayrton
Senna. Foi apresentado em 1976 o projeto de construçåo do parque, com a finalidade de
preseruar as várzeas do rio Tietê e combater, juntamente com outras obras (banagens,
retificaçåo do rio, desassoreamento), as enchentes na Regiåo Metropolitana da Grande
São Paulo.
Com uma área total de 12,5 milhöes de metros quadrados, o PET-EG ê
administrado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) da Secretária
Estadual de Recursos Hídricos, desde a sua fundaçåo em 1982.

Figura l: Localização da área de estudo.

3.2. Contexto Geológico Regional


A área de estudo está situada na Bacia Sedimentar de São Paulo, a qual integra o
Rift Continental do Sudeste do Brasil, em conjunto com outras bacias tafrogênicas
continentais, como a de Curitiba, Taubaté, Resende e Volta Redonda (RlCCOMlNl,1989).
O embasamento de idade proterozó¡ca superior é formado essencialmente por rochas
metamórficas (migmatitos, gnaisses graníticos, milonitos, xistos e quartz¡tos) e granitos
s¡n e pós{ectôn¡cos do denominado C¡nturão Ribeira (ALMEIDA et al-, 1973\. A reg¡äo
também fo¡ conhecida como de Regiäo de Dobramentos Sudeste por HASUI ef a/.
(1978a) e SCHOBBENHAUS ef a/. (1984) e Província da Mantiqueira por ALMEIDA &
HASUI (1984). Tal embasamento é coberto pelos sed¡mentos do Grupo Taubaté, de idade
terciária, composto pelas formações Resende, Tremembé, São Paulo superposto pela
Formação ltaquaquecetuba (RICCOMINI & COf MBRA, 1992).
A Formaçåo Resende apresenta depósitos de leques aluviais que gradam para
depósitos relacionados a rios entrelaçados. Já a FormaÉo Tremembé corresponde a
depósitos lacustres (sedimentos argilosos), enquanto a Formação Säo Paulo apresenta
sedimentos de depósitos de sistema fluvial meandrante. RICCOMINI (1989) reconheceu
duas l¡tofác¡es princ¡pais nesta Formaçåo: a primeira composta por arenitos grossos,
conglomerát¡cos e a segunda por arenitos de granulometria média a grossa com
granodecrescência até sedimentos ma¡s pelít¡cos. Na Formaçâo ltaquaquecetuba os t¡pos
de depósitos observados säo associados a um sistema fluvial entrelaçado. As coberturas
quatemárias presentes na bacia são representadas por coluv¡ões e aluviões em várzeas e
tenaços baixos.

3.3. Contexto H¡drogeológico Regional


A área encontra-se na Bacia Hidrográf¡ca do Alto Tietê (BAT), constituída de do¡s
grandes s¡stemas aquíferos distintos: o Sístema Aquífero Cristalino (SAC), formado pelas
rochas Pré cambrianas fraturadas ou alteradas e o Sistema Aquifero Sed¡mentar (SAS),
formado pelos sedimentos presentes na bacia.
O SAC associa-se ao embasamento proterozóico da Bacia de Sáo Paulo. Este
sistema é de caÉter livre a sem¡-l¡vre e fortemente heterogênio e anisotrópico em relação
às características hidráulicas. O fluxo da água subterrânea se dá pela percolaçâo da água
por meio dos interstícios gerados na rocha pela da ação ¡ntemÉrica, e pelas fraturas
ex¡stentes na rocha.
Épossível distinguir duas un¡dades aqüíferas neste sistema, avaliando-se o
comportamento hidráulico, uma associada as rochas graníticas e filiticas (Aquífero de
Rochas Graníticas) e outra as rochas metamórficas (Aquífero de Rochas Metamórficâs)
(HIRATA & FERREIRA,2001). Nas porçöes intemperizadas a condutividade hidniulica é
função do nível do perf¡l de alteraçáo da rocha. O terço superior do perfil de alteração
apresenta condutividades hidráulicas muito baixas (1x10-7 a 1x1o6m/s) enquanto na zona
de trans¡ção, entre a rocha relat¡vamente alterada e a rocha så, são observadas
condutividades muito altas (1x10{ a 1x103m/s) (REBOUÇAS, 1992).
Do ponto de vista econômico, este s¡stema aquífero apresenta ba¡xa produt¡vidade
com uma capac¡dade específica média da ordem de 0,34m3/h/m, mas com condiçöes de
exploraçáo (DAEE, 1975).
O SAS da Bacia de Säo Paulo é formado pelos sedimentos Terciários, das
Formaçóes Såo Paulo e Resende Membro lnferior e Superior (RICCOMINI & COIMBRA,
1992), e quatemários depos¡tados pelos rios principais e tributários menores.
Este sistema aquífero é de caráter livre a semi-confinado, de porosidade primária e
bastante heterogêneo. O SAS pode ser d¡vid¡do em duas unidades âqüíferas: uma
associada à Formação Såo Paulo, com uma capac¡dade específica média de 0,48m3/h/m,
e outra associada à Formação Resende, com capacidade específica méd¡a de 0,91m3/h/m
(HIRATA & FËRREIRA, 2001). A Formação ltaquaguecetuba, que apresenta cond¡ções
aqüíferas para exploração (lRlTANl, 1993), possui ligações hidráulicas com a Forma@o
Såo Paulo que não permitem diferenciá-las como aquíferos distintos e também devido a
sua pequene expressão em área superficial.
Dentro de uma mesma unidade pode ser observada uma grânde variação de
produtividade, conforme demonstrado por HIRATA et al (2æ2). As maiores
produtividades do SAS estäo associadas às áreas de maior espessura saturada e
predominåncia da Fomação Resende em relação à Formação Såo Paulo.
O modelo de fluxo regional mais aceito mostra que as águas das chuvas
recarregam o aquífero em toda a sua extensão não ¡mpermeabilizada. Além da recarga
provinda da chuva, o aquífero é recanegado pelas águas provindas da fuga da rede
pública de abastecimento de água (19,7% do total distribuído), de coleta de esgoto (5olo

do total recolh¡do) (HIRATA et al., 2OO2) de sistemas de saneamento in slfu (fossas


séptìcas e negras) e das galerias pluviais (volume nåo determinado) (LIMA et al.,2OC/')-
Ao ingressarem no aquífero, as águas fluem em direção as áreas de descarga (drenagens
superfÍciais). O rio Tietê representa, junto a soleira de Barueri (710msnm), o ponto de
menor potencial hidráulico do aquífero e para onde todas as águas drenadas dos dois
sitemas aquíferos finalmente fluem. No entanto o regime de bombeamento encontrado
hoje na BAT tem reba¡xado os níveis aquíferos abaixo de 710msnm modificando o
traçâdo orig¡nal das linhas de fluxo.
4. RECARGA

4.1. Processo de recarga


A recarga é def¡n¡da, de modo geral, como sendo o fluxo de água descendente
que atinge o nível d'água, tomando-se uma ad¡ção ao reservatório de água subtenånea
(LERNER et at.,19W-, CUSTÓD|O & LLAMAS, 1983; DE VRIES & SIMMERS, 2002). Um
dos mecanismos que controla este fluxo é a percolação dsscendente de água gerada pelo
excesso de umidade no solo, ou seja, pela água que náo sofre evapotranspiração
(excesso de ¡nfiftração).
A ¡nfiltração refere-se ao movimento da água da superfície para a subsuperfície
(CUSTÓDIO, 1998). Em alguns estudos de zona não saturada, os termos infiltraçâo
efet¡va, drenagem ou percolaçáo também são utilizados para descrever o mov¡mento
abaixo da zona de raízes (SCANLON eú a/., 2OO2). Esta definiçäo de recarga apesar de
amplamente aceita apresenta problemas conce¡tua¡s (BALEK, 1988; DE VRIES &
SIMMERS, 2002). Normalmente a recarga de uma ceÍta área é considerada como sendo
o excesso de infiltração sobre ela. No entanto nem toda água que infiltra no solo at¡nge o
nível d'água, pois o fluxo descendente pode ser obstruído por horizontes de lcaixa
condutividade hidráulica e desapârecer como interfluxo próximo a depressöes loca¡s.
Um problemã s¡milar em áreas com níveis d'água próximos à superfície (muito
rasos) está associado com a escala de tempo: a água pode estar inicialmente ligada ao
reservatório de água subterrânea, mas pode ser subsequentemente extraida por
evapotransp¡raçåo através de árvores denominadas freatóf¡tas (GUYMON, 1994) (Figura
2).

Xerófi1âs
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Direçâo do Flúxo da Agua Subterrânea

Figura 2: Esquema de evapotrensp¡raçåo do nível d'água (DAVls & DE WEST, 1966)


Há portanto uma clara distinçao entre potenc¡al total de água para a recarga e a
água que atinge o nível d'água. RUSHTON (1988 e 1997, apud SCANLON et a1.,2002)
d¡stingue a recarga real (est¡mat¡va da água que atinge o nível d'água), da recarga
potenc¡al (estimativa da água de superfície e da zona não saturada que pode ser ¡nfiltrada
até o nível d'água).
Segundo LERNER (1997, apud SCANLON et al., 2OO2) muitas vezes a recarga
equivale ao fluxo descendente que atravessa a zona de raízes. No entanto def¡ne a
recarga como sendo a água que atinge o aquifero de diferentes posições (por cima, por
båixo ou lateralmente).

4.2. Tipos de recarga


Os princ¡pa¡s mecanismos de recarga foram conce¡tualmente defìnidos por
LERNER. (1990) como:
> Recarga d¡reta (ou difusa): água adicionada ao reservatório de água subten"ânea pelo
excesso de umldade do solo e evapotranspíração através da percolaçåo vertical direta
pela zona vadosa;
> Recarga lnd¡reta (ou preferencial): percolação para o nível d'água do aquífero por
meio do le¡to dos cursos de águas superficia¡s;
Þ Recarga lntermediária: é
uma forma intermediária de recarga resultante da
concentração de água em superfícies horizontais, na ausência de cana¡s bem
definidos
A recarga também pode ser classificada em função do tempo, conforme definido
aba¡xo:
> Recarga de curta duração: ocone após grandes eventos de chuva em regiões onde
não há períodos de seca e umidade bem definidos. Este tipo de recarga fo¡ descrito
por SOPHOCLEOUS & PERRY (1985), que demonstraram a influência das
condições de umidade antes das prec¡pitaçoes, da espessura do aquífero e a
natureza da zona nåo saturada, e por SHARMA & HUGHES (1985), que observaram
a influência dos fluxos preferenciais no solo;
> Recarga sazonal: ocone regufamente em regiöes com períodos cfìuvosos e se@s,
durante o período de chuvas, e em regiões de clima temperado durante o degelo;
Þ Recarga perene: pode ocorrer em partes de trópicos úm¡dos onde existe fluxo de água
descendente permanente devido ao regime de chuvas;
> Recarga histórica: aquelas que ocorreram em tempos remotos e contribuÍram para a
formaçåo das reservas de águas subterråneas presentes. Este t¡po de recarga está
relacionado com o tempo de residência das águas subtenåneas, que pode ser de
milhares de anos.

4.3. Fatores que influenciam a recarga


RUSHTON (1988) listou diversos fatoÍes que afetam a recarga:
Þ Superfície do teneno: topografia, escoamento superficial, cobertura vegetal e
evapotranspiração real;
> lnigação: frequênc¡a e intensidade da inigaçåo, perda de c¿rnais e cursos d'água,
aplicaÉes nos campos, preparaçåo da tena, perda nos cåmpos e parques e jardins
nas áreas urbanas;
Þ Rios: podem ser influentes, efluentes ou suspensos com relaçåo ao aquífero;
> Zona de solo: natureza do solo, profundidade, propriedades hidráulicas, variab¡l¡dade
do solo, distribuição espacial e profundidade das raízes no solo e fraturamento do solo
no secâmento ou ondulações criadas por molhamento, conteúdo de umidade do solo;
Þ Zona não saturada: mecanismos de fluxo na zona näo saturada e zonas com
diferentes condutiv¡dades h¡drául¡cas;
Þ Aquífero: cåpacidade do aquífero em receber água e variaçåo da condição do aquífero
com o tempo (fluxo de escoamento da água).
A interação do clima, geologia, geomorfologia, condiçóes do solo e vegetaçåo
determinam os processos de recarga.
Em geral, a rec€lrga em áreas (semi) áridas são mais susceptíve¡s às condiçöes
próximas à superfície do que às regiöes úmidas. A percolaçåo protunda em áreas úmidas
é preferencialmente controlada pelo excesso da precipitação potencial (chuva menos
evapotEnspiraçáo potencial) e a capac¡dade de infiltração do solo, de transporte e de
armazenamento emsubsuperfície. Em áreas (semi) áridas, entretanto, a
evapotranspiração potencial excede as chuvas. Desta maneira, a recarga depende
particularmente de um evento de chuva intenso e de curta duração, acumulaçåo de água
em depressões e cana¡s que facilitam a percolação da água por meio da ráp¡da
percolação por fendas, fissuras ou canais de solução, evitando assim o efeito da
evapotranspiração. Um exemplo é o que oærre nas areias do Kalahari onde a alta
capacidade de ínfiltraçåo comb¡nada com a alta retenção de armazenamento durante a
estação chuvosa de verão e subsequente alta evapotranspiração pela vegetação durante
a estaçåo seca ¡mpöe que uma pequena parte d'água passe pela zona de raízes para
contribu¡r com a recarga do aquífero-
Já as varia@es na geomorfologia refletem diferenças na topografia, vegetação e
tipo de solo, o que pode influenciar na recarga. A influência da topografia no fluxo da água
subtenânea local e reg¡onal fo¡ demonstrado por TÓtn (1963, apud SCANLON ef a/.,
2OO2). A recarga é geralmente considerada como oconendo em topografias mãis altas e ã
descarga em topografias mais baixas nas regiões úmidas, enquanto nas reg¡öes de vales
aluvionares áridos, a recarga normalmente ocorre em pontos localizados de topograf¡as
mais baixas, como em cãnais de rios temporários. A recarga induzida por variaçóes
topográficas mais baixas é também importante para escala local (GIESKE, 1990 apud DE
VRIES & SIMMERS, 2002; KAFRI A BEN ASHER, 1978). Ou seja, elevações ou
depressões (centimétr¡cas a métricas) têm importante influência na recarga. As elevaÉes
podem gerar escoamento superf¡c¡al diminuindo a taxa de infiltração local e as
depressões, acumular água aumentando a taxa de infiltração.
A cobertura vegetal é importante no estabelecimento do potencial da recarga de
uma área (GEORGE ef a/., 1999), A recarga é geralmente mu¡to maior em áreas não
vegetadas do que vegetadas (GEE et al., 1594) e maiores em áreas de plantio e
pastagens do que em áreas de áryores e arbustos (PRYCH, 1998 apud SCANLON ef a/.,
2ffi2j.
Apesar da complexidade da recarga em funçâo de todos estes mecan¡smos
descritos, alguns autores definem porcentagens das prec¡pitaçôes que tornam-se
recargas efet¡vas, de acordo com o clima da regiáo. BOUWER (1989) e TYLER ef a/.,
(1996) definem que a recarga direta é cerca de 30-50o/o das prec¡pitaçöes em cl¡mas de
temp€rafuras úmidas, l0-20olo em cl¡mas do tipo meditenâneo e de 0-2% em climas
secos. No entanto EDMUNDS ef a/- (2002) mostram que a recarga na regiåo norte da
Nigéria, de clima semi-árido, é de 8olo das precipitåçöes oconidas, ou seja, quatro vezes
maior do que o valor proposto.
Estas diferenças de valores se devem a part¡cularidades de cada área estudada,
pois a recarga não é só altamente dependente das condiçöes climáticas, mas também
das cond¡ções superficiais e sub-superficiais, as quais são deteminados pela história
geológica como paleocl¡ma e evoluçåo paleoh¡drológ¡ca, sendo geralmente únicas para
uma dada região.
4.4. Recarga em aqulferos l¡vres e rasos
As característ¡cas de recarga e descarga de aquíferos rasos é de crucial
¡mportância para o desenvolvimento e a gestáo de aquÍferos, bem como a minimização
dos riscos de polu¡çao dos aquíferos (ARNOLD et al., 20OO). Com ¡sso houve umâ
intens¡ficação de estudos sobre este tipo de aquífero nos últimos anos.
Os estudos têm mostrado que a recarga de aquíferos l¡vres e rasos é complexa e
depende muito da oconência, ¡ntensidade e duração da precipitação, temperah¡ra do ar,
umidade do solo, velocidade do vento, bem como característic€s e espessura do solo
e/ou rocha sobre o nível d'água, superfíc¡e topográf¡ca, vegetaçåo e uso da tena.
Segundo SOPHOCLEOUS & PERRY (1985), a recarga de aquíferos rasos ocore
geralmente através do fluxo vertical pela zona nåo saturada aproximadamente normal ao
nível d'água. No entanto, trabalhos recentes têm mostrado que a recarga de aquíferos
rasos é muito específica de cada área náo podendo ser generalizada. SANTIAGO ef ar.
(2001), estudando aquífero raso localizado no nordeste do Brasil constatou, através de
análises de ô1b, que a recarga na área estudada ocorre preferencialmente através do rio,
durante eventos de inundação com as chuvas sendo um processo secundário de recarga,
a infiltraç.ão vertical provinda das chuvas que não causam inundaÉes. GOES (1999)
constatou que a recarga ocorre através dos fluxos preferenciais por meio de macroporos
durante os grandes eventos de chuva em aquífero semi-árido na Nigéria.
MACPHERSON & SOPHOCLEOUS (2004) monitoraram um aquífero livre e raso
no nordeste de Kansas (EUA), quinzenalmente durante dois anos, através de poços em
três profundidades (3, 5 e 10m). O estudo analisou a quím¡ca da água, os níveis d'água
dos poços, os dados pluviométricos, as medidas de condut¡vidade hidráulica da zona
saturada e não saturada e o acompanhamento das frentes de molhamento por meio de
sonda de nêutron. De acordo com os resultados observados estabeleceu-se um modelo
conceitual da recarga para aquífero. Neste modelo a recarga através do fluxo de base é
que causa a rápida ascensão dos níveis d'água, sendo o fluxo vert¡cal através da zona
näo saturada o mecanismo secundário da recarga.

4.5 Métodos de est¡mat¡va de recarga


Os métodos de estimativa de recarga podem ser d¡vid¡dos com base nas três
fontes hidrológicas ou zonas, conforme a tabela abaixo:

l0
Tabela 1: Métodos de quantificaçåo de recarga d¡vididos de acordo com a fonte
ou zona.
hidrológícas ou zonas Métodos
Balanço hídrico - canal
Permeâmetro
Fluxo de base
Águas Superfìciais
Traçador de calor
I raçaoores rsoloprcos
Modelos numéricos
Lisímetros
Plano de fluxo nulo
Lei de Darcy
Zona Não Saturada Traçadores aplicados
Traçadores históricos
TraÇadores ambientais
MOdelos numencos
Variação do nível d'água
Lei de Darcy
Zona Saturada Datação da água subterrånea
Traçador ambiental
Modelo numérico

Cada uma das fontes h¡drológicas ou zonas apresentam relações distintas com a
recarga. A recarga relac¡onada com os corpos d'água superficiais depende da classe de
conexão entre o corpo de água superf¡cial e o s¡stema de fluxo da água subterrânea.
Regiões úmidas são geralmente caracter¡zadas pelo ganho de água dos corpos
superficiais por causa da descarga da água subterrânea nos canais e lagos. Em
contraste, regiöes áridas, pela perda de água dos canais para o aquífero. Então os corpos
superficiais formam freqüentemente nestas regióes áreas de recarga localizada. As
técnicas de estimativa de recarga usando dados de água superficial avaliam em ganho ou
perda de água pelos corpos superficiais.
Os métodos de zona não saturada para estimativa de recarga são ma¡s aplicados
em regiões áridas e semi-áridas, onde a zona não saturada é normalmente mais espessa.
Estes métodos geram estimativas do potencial de recarga baseado nas taxas de
drenagem aba¡xo då zona de ra¡zes, entretanto, em alguns casos, a drenagem é desviada
lateralmente e não atinge o nível d'água. Em adiçåo, taxas de drenagem em zona näo
saturada espessa nem sempre refletem em taxas de recarga pois mu¡tas vezes não
atingem o nível d'água.
Enquânto os métodos da zona näo saturada geram est¡mat¡vas pontuais de
recarga, as da zona saturada promovem estimat¡vas de áreas maiores. As técnicas da
zona saturada mostram evidências da recarga reâl (atingem o nível d'água), enquanto as
de água superfìcial e de zona nåo saturada provêem estimativas de drenagem ou recarga
potencial.
Além das diferençâs apresentadas pelas técnicas quanto a fonte hidrológica ou
zona, elas podem diferir também na variação da taxa de recarga que estimam e nas
escalas espacÌal e temporal que representam (SCANLON et al.,2OO2).
Algumas técnicas têm definido restrições às taxas de recarga que elas podem
estimar. Por exemplo, a aplicação de traçadores em supedície e utilização de traçadores
históricos na zona não saturada requer uma taxa mín¡ma de recarga para transportar os
traçadores através da zona de raízes. Em ad¡çåo, traçadores histórìcos na zona saturadâ,
como tH/3He, necessitam de uma taxa de recarga de aproximadamente 3Omm/ano para
confinar o 3He (SCA¡¡LOru et al.,2oo2).
As áreas superficiais (escala espacial) representadas pela estimativa da recarga
var¡am de acordo com a técn¡ca ut¡l¡zada (Figura 3). Em geral, os métodos baseados em
dados de zona náo saturada geram estimativas pontuais ou representam áreas pequenas,
enquanto técnicas de águas superfic¡ais e algumas de zona saturada representam áreas
ma¡ores.

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Ir¡6tl
Figura 3: Escala de espaço adequada para as técn¡cas de est¡mativa de recarga (SCANLON et a/.,
2002).
Quanto a escala temporal, as taxas de recarga apresentadas são variáveis (Figura
4)- Algumas técnicas de água superf¡cial resultam em estimativas de recarga de curto
período de tempo (escala de evento) e estimat¡vas em escala de tempo maiores são
obtidas pela soma dos eventos ¡ndividuais. Métodos de zona näo saturada, como
lisímetros, plano de fluxo nulo e traçadores aplicados; e de zona saturada, variaçäo do
nível d'água, promovem est¡mativas de recarga também em escala de tempo menores. As
técnicas de modelo numérico podem produzir recargas em escala de tempo maiores.

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Anos
Figura 4; Escala de tempo adequada para as técnicas de estimat¡va de recarga (SCANLON ef a/.,
2002\.
O objetivo do estudo de recarga entra como parte fundamental na determinação
da técnica mais apropriada para quant¡ficação da recarga pois determina as escalas
espacial e temporal requeridas. As fontes e os mecanismos de recargâ ûambém podem
definir o método a ser utilizado.
A acurácia e a confiabilidade da recarga influenc¡a na escolha da técnica. Os
métodos de zona saturada geralmente geram estimativas de recarga real enquanto os de
água superficial e de zona não satu¡ada estimam o potenc¡al de recarga.
Por causa das ¡ncertezas associadas a cada técnica de est¡mat¡va de recarga, o
uso de duas ou mais é recomendado para construçåo do cenário de Íecårga (SCANLON
et al., 2OO2). Em alguns casos, as d¡ferentes técnicas compÍementam-se e refinam o
modelo conceitual de recarga.
O processo de estimativa de recarga é interativo e envolve refinamento contínuo
das taxas de recarga por me¡o de dados ad¡ciona¡s coletados.

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1. Perfuração e instalaçåo dos poços.


Os poços estão distribuídos em uma malha retangular de 16X20m, espaçados a
cada 4m. Estes poços foram perfrrrados pela empresa Ameican Drill¡ng do Brasfl, através
de uma perfuralriz rotat¡va hidráulica montada sobre esteiras (Figura 5), empregando
trados ocos de 1O%" de diâmetro e 1,20m de comprimento (Figura 6) e sem fluido de
perfuração (Holtow-Stem Augel¡. Êm cada ponto da malha, a perfuração se estendeu até
aproximadamente 1Om de profundidade, após a qual foi desc¡do um revest¡mento de PVC
geomecânico com d¡âmetro de 50mm e comprimento 50cm maior que a profund¡dade do
poço, com seção filtrante nos últimos 0,5m (ranhuras de 0,50mm) (Figura 7). Após a
colocação do revestimento, o furo foi preenchido com pré-filtro do tipo pérola de
granulometria entre 1 e 2mm até a profundidade de 9m. Posteriormente foram ¡nseridos
no furo, sacos de PVC preenchidos com benton¡ta em pó (F¡gura 8), que foram perfurados
aträvés de uma haste pont¡agudâ. Os sacos de PVC foram empregados para gârant¡r que
a benton¡ta não compactasse na superfície freática, já que a alta permeabilidade de
alguns poços impossib¡litou que os furos fossem esgotados para a instalação do
revestimento. O proced¡mento foi repet¡do até que a camada de bentonita at¡ng¡sse a
profundidade de 6m. Após a descida do revest¡mento de polipropileno de 1" de diâmetro e
6,5m de compr¡mento, com seção filtrante semelhante ao tubo de 10,5m (Figura 9), foi

l4
inserido o pré-filtro, desta vez até a proûlnddade de 5m. A benþnita foi mais uma vez
adicionada através dos sacos de PVC até atingir a profundidade de 3m. Finalmente, foi
descido um outro revestimento idêntico ao anterior com comprimenb de 3,5m. O furo foi
preenchirJo com pr6filtro até 3m de profr.rndidade e selado com bentonita do tipo
Compactolit@ até a superfície. Os revestimentos fonam então cortados pafa que suas
bocas ficassem com elevaçåo levemente superior à da superffcie do teneno. O
acabamento foifeito com ooncreto e cåmaras de calçada. A Figura 10 apresenta o perfil
construtivo esquemático destes poços e a Figura 11 mostra um ænjunto recém-instalado.

Figun 5: Peúuratriz rctativa hidráulica montada sobrc esteiras.

l5
Figura 6: Trados ocos empregados na perfuração.

Figura 7: Seção filtrante do revestimento de


PVC geomecånico de 50mm de diâmetro.

t6
Figura 8: Bentonita em pó acondicionada em saoos de PVC.

Figura 9: Seção filtrante do reves{imento de


polipropileno de 1" de diåmetro.

t7
I pré-filtro
I seçäo filtrante
I selo de bentonita

Figura 10: Perfilconstrutivo esquemático dos novos poços insialados na área de estudo.

Fig ura I I : Conjunto m ultin fvel recém-instalado.


5.2. Amostragem de Solo
O método de amostragem adotado foi o "direct push system". Neste método, um
tubo de PYC (liner), de diâmetro interno de 1Ya" e 1,20m de comprimento, é ínserido em
um tubo amostrador, também de 1,20m de comprimento, mas com diâmetro externo de2"
(Figura 12). Na extremidade do tubo amostrador é rosqueada uma ponteira extema que
pode estar com sua abertura livre (Figura 13) ou fechada por uma ponteira intema (Figura
14). Este amostrador é entåo cravado à percussåo verticalmente no solo através de uma
máquina pneumática do tipo Geoprobe (Figura 15). Quando a ponteira intema nåo está
presente o material que constitui o aquífero preenche o liner, sendo assim coletado. Muito
embora tal método nåo esteja livre de problemas, uma vez que as amostras coletadas såo
deformadas e a recuperação nos lrners algumas vezes é incompleta, (ocasionalmente há
queda de material no momento da retirada do amostrador do furo), foi a técnica mais
indicada para as condiçöes do PET - EG. A área caracteriza-se pela presença de grande
quantidade de árvores, o que impedia a manobra de máquinas maiores e onde também,
pela proximidade entre poços, não seria recomendado o uso de técnicas mais invasivas.

Figura 12: Liner no interior do tubo amostrador.

l9
Figura l3: Ponteira efema do tubo amostrador.

Figura l4: Tubo amostrador com ponteiras interna e extema.


Figura 15: Máquina do tipo Geoprobe empregada para
cravação do tubo amostrador.

5.3. Análises Granulométr¡cas


As análises granulométricas foram realizadas no Laboratório de Sedimentologia do
lGc - USP, por um técnico do laboratório e acompanhado pelo candidato e uma aluna de
iniciaçåo científica.
Para análise das amostras foram utilizadas duas técnicas de análise
granulométrica: decantaçåo (pipetagem) e peneiramento, respectivamente para fraçöes
mais finas (argila e silte) e mais grossas que 62¡rm (areia e grånulo).

2l
A preparação das amostras para o início das anál¡ses (p¡petagem e peneiramento)
foi realizada em duas etapas. A primeira etapa, consistiu em deixar a amostra em torno de
4h para secagem completa. A segunda etapa foi à desagregação a seco, feita com uso de
um martelo de borracha,
Com um quarteador tipo Jones, a amostra foi reduzida da a aproximadamente 609
(massa máxima recomendada para nåo saturar a dispersão aquosa em 1000m1, nem
sobrecarregar as peneiras),
Na seqüência, adicionou-se à amostra uma massa de pirofosfato de sódio,
equ¡vâlente a 4o/o do peso estimado de partículas síltico-argilosas. Este sal age como
antifloculante, evitando que a argila fique agregada sob a forma de partículas maiores, o
que alteraria o resultado final de distribuiçáo granulométr¡ca.
Em segu¡da, adiciona-se água destilada em quânt¡dade suficiente para cobrir a
amostra, juntamente com o pirofosfato de sódio (cerca de 200m1). A d¡spe¡são aquosa
assim obtida é entäo colocada num béquer, onde a agitação mecânica é feita com o uso
de um misturador de polpa a hélice (marca Fisatom, modelo 710).
O material disperso foi colocado em uma proveta de '1000m1, destinada à
realização do ensaio de decantação. Caso ainda houvesse mater¡al aglomerado, o
mesmo foi destorroado em almofariz de porcelana, com o auxílio de um pistilo de
borracha. O material foi considerado completamente desagregado, quando a água
adicionada ao material destorroado mantinha-se limpa.
Toda a água do destorroamenlo foi colocada na mesma proveta, tomando o
cuidado para que o volume de água utilizado nâo ultrapasse a capacidade volumétrica do
recipiente (1000m1). Para cada proveta foram numerados e pesados previamente em
balança analítica (precisão mínima de hès dfgitos) cinco béqueres de 50m1, destinados à
cada uma das faixas granulométricas que foram coletadas (intervalos abertos
correspondentes às granulações menores que 62, 31,16, I e 4pm).
A primeira e a segunda pipetagens foram feitas com a p¡peta mergulhada 20cm na
dispersão, enquanto as três últimas foram realizadas a 1Ocm, para reduzir o tempo total
de ensaio (2h e 30min para temperatura ambiente de 21"C).
Recolheu-se a pr¡meira alíquota pipetada no primeiro béquer numerado e assim
por diante. Os béqueres, com âs respectivas alíquotas de pipetagem, foram colocados na
estufa a 60oC até que a água da dispersäo evaporasse completamente, deixando apenas
a amostra seca.
Concluída a as alíquotas devem foram resfriadas dentro de um
secagem,
dessecador de vidro. Pesaram-se novamente os béqueres de 50ml (agora com a
amostra), anotando-se seus respectivos pesos na ficha de controle do ensaio,
A amostra restante na proveta foi submetida à elutriação, lsto é, uma lavagem para
eliminação de finos (<62pm). Este processo foi feito em um elutriador de funis utilizando-
se água corrente em fluxo ascendente. Ao final da elutriação, a areia lavada foi filtrada a
vácuo.
A areia foi então seca em estufa e depois peneirada com o auxílio de um vibrador
de peneiras. Cada faixa granulométr¡ca foi pesada e armazenada em um saqu¡nho de
papel.
Os dados obtidos (pesos dos recipientes vazios e com amostras pipetadas, após a
seçagem, e peso de amostra em cada faixa grânulométrica de peneiramento) foram
anal¡sados em seus parâmetros estatísticos (diåmetro médio, desvio padräo, assimetria e
curtose) no Laboratório de Sed¡mentologia do lGc-USP.

5.4. Levantamento Topográfico


Foi contratado um topógrafo paß a realização da topografia detalhada da área
(Anexo I- Figura A1-1). Neste levantamento foi feita a localizaçäo dos poços e de l8
árvores. Para cada poço fo¡ determinada uma cota altimétr¡ca, em relação a um poço
bqse, além da altimetria das árvores (AR no Anexo 1 - Figura A1-1) e do terreno a cada
2m a partir do centro dos poços nas quatro direções perpendiculares (pn no Anexo 1 -
Figura A1-'1).
Através da determinação das cotas topográficas dos poços foi possivel calcular as
cargas hidráulicas a partir dos niveis d'água medidos com um medidor elétrico, bem como
restituir a topografia da ârea.

5.Ð, Dados ileteorológicos


Para a medição das precipitações foi instalado, a uma distância aproximada de
0,5km dos poços de monitoramento, um pluviômetro numa área livre de árvores e
construções próximas para ev¡tar interferência.
O pluviômetro fo¡ ¡nstalado no centro de uma área de 9 m2 cercada por uma tela de
aço com aproximadamente 0,5 m de altura. Os dados medidos pelo pluviömetro no
período de dezembro de 2OQ2 a janeiro de 2004 podem ser observados no Anexo 2 -
Tabela A2-1 .

23
Para alguns eventos esporádicos de chuva, nos meses de dezembro 2003 e
janeiro de 2004, loram instalados coletores individuais sobre cada um dos poços para
calcular e verificar a interceptação das árvores e sua influência sobre a recarga. Nos dias
15, 17, 21, 22, 23 de dezembro 2003 e 09 e 16 de janeiro de 2OO4, foram colocados
coletores de chuva (potes de plástico circulares com raio de 1Ocm) sobre cada um dos
poços e por meio destes, medida a heterogene¡dade de precipitação sobre os mesmos
devido à presença das árvores existentes na área de estudo (Anexo 2 - Tabelas A2-2 a
A2-8).
Dados de temperatura mínima, média e máxima diárias foram adquiridos de três
estações meteorológ¡cas. As estaçöes meteorológicas utilizadas foram a do Aeroporto
lnternacional de Guarulhos, da estação do IGC - USP na Agua Funda e da estação do
Laboratór¡o de Cl¡matologia e Biogeografia no campus da USP. Os dados de lemperatura
média mensal das três estações são apresentados no Anexo 2.

5.6. Mediçôes dos Níveis d'Água


As medidas dos níveis d'água dos poços de monitoramento foram estabelecidas
por meio de um medidor elétrico. O período de mediçöes dos níve¡s d'água foi de
dezembro de 2O02 a janeiro de 2OO4. As medições dos 8l poços de monitoramento
var¡aram de diárias a semanais num total de 254 campanhas, gerando 19526 dados
(Anexo 3 -Tabelas A3-1 a A3-39).

5.7. Ensaios de Permeab¡l¡dade

Realizaram-se campanhas para o cálculo das condutividades hidráulicas para os


poços da área. O ensaio de permeabilidade, conhecido como s/øg-fes{ é realizado pelo
seguinte procedimento:
. Mede-se o nível d'água e depo¡s é realizada a extração ou a adição de um certo
volume d'água;
. Após a retirada ou a adiçåo de um volume d'água é medido imediatamente o nível
d'água (h0) bem como sua recuperação (nível d'água) em intervalos regulares (h) por
meio de um cronômetro (ou automaticamente por um transdutor) até ating¡r o valor do
nível d'água antes do bombeamento;

24
Pelo método de Hvorslev determina-se o valor de To através do gráfìco entre h/ho e o
tempo. A condutividade hidráulica pode ser obtida pela Equação abaixo (HVORSLEV'
195'l apud FEITER, 1994):

^ !: (t.\
r'xlnl
l/'
lnl I

(1)
2t,"7'-0

onde.
K = condutividade hidráulica [L/t];
r = raio do revestimento [Ll;
R = raio do furo [L];
Le = compdmento da seção filtrante [L];

Nos poços de 3 e 6m, foram fe¡tos ensaios pelo método de extraçâo de água
através de uma mangueira com válvula de pé acoplada e med¡da a recuperação dos
níveis d'água, ao passo que se util¡zaram corpos de prova (tarugos fe¡tos de tubos de
PVC fechados nas pontas e preench¡dos com areia) para os poços de '10m, com diâmetro
de 2". O aumento do nível de água causado pelo tarugo foi medido com transdutores de
pressão, que mon¡toraram a recuperação do nível ao longo do tempo.
Util¡zaram-se quatro transdutores de pressäo, da marca /n-Slfu, modelo Minitroll
(30psi, ou 21m de coluna d'água de pressão máxima, com precisäo de 5%) Eles foram
programados previamente para as mediçöes e depois imersos a 2m abaixo do NA, após o
que eram introduzidos os corpos de prova. Med¡am-se, portanto, tanto a ascensão da
coluna d'água quanto sua descensão, quando o corpo era retirado.
Com auxflio do software Aqu¡fer Test for Windows, v 2.52, da Wateloo
Hydrogeologic, lnc., através do método de Hvorslev, foram determinadas as
condutividades hidrául¡cas.

5.8, Apl¡cação dos Traçadores Brometo e Clorefo


O uso de traçadores aplicado no solo para o estudo da zona não saturada tem
sido utilizado com sucesso por diversos pesquisadores, dentre os quais se destacam
ATHAVALE ef af (1980), SHARMA ef a/. (1985), BOWMAN & RICE (1986), BUTTERS et

25
a¿ (1989), SHARMA (1989), SOPHOCLEOUS ef a/. (1990), ARAGUAS et al. (1994),
LEXOWef af (1998) eCASTILLOef a/. (1999).
Muito embora os traçadores sejam mais utilizados em zonas áridas e semi-áridas
(ATHAVALÊ ef a/., 1980; SHARMA ef a/., 1985), eles têm apresentado boas respostas em
climas úmidos (ARAGUÁS et at.,1994).
Os traçadores mais utilizados para estudos de água do solo säo o cloreto,
brometo, nitrato, deutério e trítio pois são inertes (näo reativos), não sendo adsorvido pela
maioria dos solos e não estão sujeitos a transformaçöes químicas ou biológicas
(BUTTERS ef a/. 1989). Tais caracteristicas os tornam bons traçadores, tanto para o
estudo de água no solo como em águas subterrâneas.
No Parque Ecológico do Tietê, em uma área de 2x2m loi injetado sobre a
superfície do terreno 20L de solução contendo 2000mgil tanto de cloreto de potássio
(KCl) como de brometo de sódio (NaBr). Após 24h iniciou-se a coleta de solo a cada 24h
em perfis de 1m, sendo amostrados de 10 em 1Ocm durante 29 dias.
A extração dos Íons do solo foi realizada através da mistura do solo seco com
água destilada na proporçåo 'l:2 (1009 de solo e 2009 de água). Esta mistura foi agitada
por 10min e deixada em repouso por 24h para a decantaçäo do material em suspensåo.
Após esta etapa a parte líquida foi filtrada (0,45¡r) (metodolog¡a adaptada de WOOD ef a/.,
1997) e seguiu-se a para análise química. As análises quimicas dos íons foram realizadas
através do processo de cromatografia iônica no aparelho DIONEX 2010i e as
condutividades elétricas através de condutivímetro portátil (WfW - LF 330).

5.9. Métodos de est¡mat¡va da recarga utilizados


Os processos de recarga são complexos e qualquer método utilizado não irá

satisfazer os requisitos exigidos para sua precisa qualificação (LERNER, 1990). Existem
diversos métodos para quantificar a reca[ga, no entanto, para a escolha do melhor ou dos
melhores métodos a serem util¡zadas ex¡stem alguns fatores que devem ser levados em
consideraçäo como: as escalas espacial e temporal, a área estudada e a precisão exigida
no contexto do projeto (SCALON et al., 2002). Deve-se levar em cons¡deraçäo também o
resultado produzido para cada método utilizado. Por exemplo, dados de águas
superficiais e zona näo saturada proporcionam est¡mâtivas do potencial de recarga, já
dados da zona saturada permitem estimativas da recarga real. As ¡ncertezas associadas a
cada método corrobora para a necessidade de aplicação de mais de um método distinto

26
para aumentar a confiabilidade das estimativas obtidas (SCALON ef a/., 2002; LERNER,
1990 e 2002).
Para este projeto foram selecionados os seguintes métodos:

Método do Balanço Hídrico


O balanço hídrico consiste na aplicação do princípio da conservaçäo de massa.
Durante o período de tempo analisado, a diferença entre o total de entradas e saídas
deve ser igual à mudança da quantidade de água armazenada, sendo portanto necessário
conhecer cada um dos fatores para a determinação da recarga.
Os componentes do balanço podem ser medidos ln slfu ou estimados de forma
indireta. Habitualmente só a precipitação é med¡da de forma direta. Os outros
componentes são estimados através de fórmulas semi-emplricas. lsto se aplica às
evqpotranspiraçóes potencial e real. Tais balanços säo normalmente realizados com
periodicidade, por exemplo, diária ou mensal (SAMPER CALVETE, 1998). O autor coloca
como vantagens do método a disponibilidade de dados, a facilidade e rapidez da
aplicaçäo, o custo reduzido, o fato de poderem ser consideradas todas as componentes,
fontes e sumidouros de água, e a sua aplicabilidade para todos os tlpos de fontes de
recarga. Entre as l¡mitaçöes são menc¡onadas a dificuldade de mediçäo e incertezas
associadas a alguns paråmetros (pr¡nc¡palmente vazào específica S" e a
a
evapotranspiração real), e a grande diferença numérica entre os parâmetros que
constituem o bâlanço e a recarga, fazendo com que pequenos erros nos primeiros se
transformem em variações significativas nesta.
A ¡ncerteza da estimativa pelo balanço hídrico em zonas de climas úmidos é
bastante pequena face ao total da recarga, sendo nestes casos um método confiável (DE
vRrEs & STMMERS, 2002).
O balanço hídrico definido por THORNTHWAITE (1948), apresentado em Fenn ef
al. (197 5 apud TUCCI, 'l 993) é escrito como:

P = Qoff + ET real + + ASgw (2)


^Suz
onde:

P = prec¡pitação (L)
Qoff = fluxos superfic¡ais ou subterrâneos para fora da área de estudo (L)

ET real = evapotranspiração real (L)


asuz = variação na armazenagem de água na zona não saturada (L)

ASgw = recarga (L)


Para o cálculo do Balanço Hídrico neste estudo foi usada a Equação (2), a qual
tem os termos componenles avaliados abaixo:

Precip¡tação

Nos meses de dezembro de 2002 a janeiro de 2OO4 foi medida através do


pluviômetro instalado próximo a área.

Fluxos de entrada e saída da área de estudo

Devido ao baixo gradiente topográfico foi desconsiderado o fluxo superficial


(escoamento) para os cálculos de recarga.

Ev apotran sp i raç ão re a I

A relação entre ET real e ET potencial foi descrita por Thornthwaite (1948 apud
FEITOSA & MANOEL FILHO, 1997) e mostra que a evapotranspiração real (ETR) pode
ser estimada a partir da d¡ferença entre precipitação (P) e evapotranspiração potencial
(ETP) do seguinte modo:

se P - ETP > 0, então ETR = ETP


se P - ETP < 0, entáo ETR = P

Os cálculos de ET potencial foram realizados a partir dos dados de temperaturas


obtidos de três estações meteorológ¡cas, interpolados (interpolação linear) para a área de
estudo (Anexo 2 - Tabela A2-9), e dos dados de precipitação medidos no pluviômetro da
árqa. A Equação (3) original de THORNTHWAITE (apud TUCCI, 1993) utilizada para os
cálculos de evapotranspiração potenc¡al pode ser observada abaixo:

ETpotencial = FclO(1 O I)"


I
(3)

onde:
ETpotenclal = evapotranspiração potencial;
Fc = fator de correção em função da latitude e mês do ano (Tabela 2)
T = temperatura média do ar ("C)
e I é dado pela Êquação 4 ãbaixo:

r = É(å),". (4)

oC.
onde T e ti = temperaturas do mês analisado em

Tabela 2: Fatores de correçåo da evapotranspiraçåo potencial mensal, dada pelo nomograma de


Thornthwaite para ajustá-la ao número dé dias do mês e a duraçåo do brilho solar diário, nos

Variação do armazenamento

O armazenamento na zona não-saturada é dado pela diferença entre a

capacidade de campo do solo e seu ponto de murchamento, função do tipo e espessura


do solo. Para os cálculos será usado um valor de 200 mm (CETESB 1985, Tabela 3) uma
vez que o material do solo é arenoso. Nos meses de estiagem a água presente no solo é
gradativamente retirada por evapotranspiração, porém näo de forma linear. A saída é
funçäo de seu t¡po e espessura, da sua umidade residual, e da diferença entre a
precipitação e a evapotranspiração. Para que ocorra salda é necessário que o último valor
seja um número negativo, que é acumulado duranie a estiagem. Os valores de umidade
residual säo apresentados por CETESB (1985).
Tabela 3: Agua disponfvel na zona nåo-saturada em funçåo do tipo de

Para os cálculos foi usado um valor de 200 mm, com espessura média de solo de
0,6 m, perfazendo 120 mm de armazenamento.

Método da Variação do Nível Potenciométrico


Este método baseia-se na premissa de que a elevação do nível de água em um
aquífero náo confinado é motivada pela recarga (HALL & RISSER, 1993; HEALY &
cooK, 2002).
É calculada pela diferença de altura entre um pico de aumento do NA e a

extrapolação da curva de rebaixamento anterior a ele, no mesmo ¡nstante em que o


máximo ocorre. Se existirem registros de um período maior de tempo, um padrão de
curva de rebaixamento deve ser criado e usado em todas as avaliações. HEALY & COOK
(2002) apresentam a Equação (5):

R=Sydh/dt = Sy^h/ t (5)


onde:
R = recarga (L)
Sy = vazâo específ¡ca (L3/T)
h = altura do nível d'água (L)
t = tempo (T)

Sempre existe uma diferença de tempo entre o evento de recarga e a

redistribuição da água para os outros componentes do balanço hídrico. Se o método é


aplicado durante tal intervalo de tempo, usualmente de horas ou dias, assume-se que
toda a água que chega ao NA vai imediatamente para o armazenamento, e que o fluxo de
base, evapotranspiraçäo de água subterrânea e o fluxo líquido em sub-superfÍcie
(incluindo bombeamento) säo iguais a zero. O valor obtido com a soma dos resultados
das elevaçóes ep¡sódicãs é chamado por HEALY & COOK (2OO2) de recarga total, ou
"bruta". A técnica terá pouca valia, porém, caso as saídas de água interfiram de forma
signif¡cat¡va nas ascensðes individuais do NA, o que pode ser causado, por exemplo, em
locã¡s com condutividade hidrául¡ca elevada.
O método também pode ser aplicado para obter mudanças de armazenamento de
água em períodos longos de tempo, que podem variar de alguns dias a anos. Desta forma
as saídas de água são contabil¡zadas, dim¡nuindo o valor numérico do resultado. Este é
denominado por HEALY & COOK (2002) recarga "líqu¡da". A diferença entre esta e a
"bruta" é igual às saídas de água, as quais podem, com a adoçåo de alguns
pressupostos, ser indiv¡dualmente est¡madas.
A maior vantagem da avaliação da recarga por variaçåo potencíométrica é sua
simplicidade. Nåo é necessário levar em conta os mecanismos de transporte que regem a
passagem de água na zona nåo saturada, o que permite desconsiderar, por exemplo, a
existència decaminhos preferenciais de fluxo. O nível medido em um poço é
representativo para uma área de pelo menos algumas dezenas de metros quadrados à
sua volta (HEALY & COOK, 2002).
Parå usar o rnétodo devem ser tomädos, no entanto, ålguns cu¡dådos, já que
diversos fenômenos causam oscilaçöes no NA ao longo do tempo. Variaçôes ao longo de
décadas, por exemplo, podem estar relacionadas às altera$es natura¡s do clima e às
atividades antrópicas, como mudanç€s na ocupação e uso do solo. No período de um ano
elas podem estar ligadas à sazonalidade da evapotranspiraçåo e precipitação, e
variaçóes em curtos períodos de tempo à precipitação, bombeamento, mudanças de
pressão atmosférica entre outros. O método é mais preciso para estimar a rec¿¡rga em
funçåo de variaçöes mais repent¡nas como aquelas cåusadas por temp€stades.
Precipitações de longa duraçâo e baixa intensidade não são bem captadas, po¡s o fluxo
lento de percolaçåo de água pode ser igual à taxa de drenagem, causando uma elevação
menor do que se esperaria do NA. Recargas contínuas que náo causam variaSo no NA,
como fugas de rede d€ água e esgoto, nåo såo registradas.
Os melhores resultados são obtidos em áreas com níveis d'água rasos,
poss¡bilitando rápidas elevações e rebaixamentos. Aquíferos profundos tendem a não ter
uma grande variaçáo em funçåo da dispersåo que as frentes de molhamento sofrem.
A acuidade das med¡çóes é de grande importåncia, pois a lâmina de água precipitada em
cada evento compreende, quando muito, algumas dezenas de milímetros, e seu efeito
sobre o nível freático é pequeno. Os poços de mon¡toramento devem ser posicionados em
locais com NA representativo da captaçåo como um todo, para evitar que variações na
geologia, gradiente topográfico e vegetaçåo façam variar as medidas em uma área.
Atenção também deve ser dada ao cálculo da vazåo específica (Sy). Teoricamente
é considerado o termo de liberaçåo instantånea de água, o que nâo conesponde
exatamente à realidade. Principalmente em sedimentos f¡nos, nos quais a liberaçåo pode
demorar bastante. Qualquer variaçåo deste paråmetro influencia sign¡f icat¡vamente no
resultado.

Método de Aproximaçöes Darcyn¡anas

A lei de Darcy é usada para calcular o fluxo de água através de uma seÉo do
aquífero livrê ou confinado,

Q=qA=K¡A (6)
onde:
q = fluxo (UT)
K = condutividade hidráulica (L/T)
i = gradiente hidráulico (-dh/dx)
sendo,
h = carga hidráulica (L)
x = distância horizontal (L)
Q = vazåo (L3fl-)
A = área da seção do aquífero (L2)

O método assume fluxo constiante e ausência de extração de água. O fluxo na


zona saturada (q) é calculado multipl¡cando-se a condutividade hidrául¡ca pelo grad¡ente
hidráulico. A vazâo através de uma seção do aquífero é igual à taxa de recarga
multiplicada pela área da superfície que contribui para o fluxo:

qA = RM (7)
onde:
R = taxa de recarga (L.rf)
M = área da superfície que contribui para a recarga (L')
A seçáo do aquífero usada deve estar alinhada com uma l¡nha equipotencial. O
método é fácil de usar quando existem dados sobre o gradiente hidráulico e condutividade
hidráulica, porém tem um alto grau de ¡ncerteza devido à grande var¡abilidade desta
última (SCANLON eú a/., 2002).
Para a aplicação da est¡mativa darcyniana com base em dados de campo,
normalmente assumem-se condi@es de estado estacionário, assim sâo somente
necessários dados de carga hidráulica e condutividade hidráulica para aplicar a Equação
(5). A escala de tempo para apl¡cação da estimativa darcyniana pode variar entre
episódica, para eventos de precip¡tação com variação de cargas, até centenas de anos
(LERNER, 1990, SCANLON et. al.,2OO2). LERNER (1990) menciona que fluxos vert¡cais
causados por camadas de condutiv¡dade hidráulica menor inviabilizam a avaliaçåo de
recarga pela estimat¡va darcyniana em períodos inferiores a um ano, devido a altera$es
no fluxo causadas pelo armazenamento de água. O tamanho ideal da área de estudo
var¡a entre alguns quilômetros quadrados a milhares de quilômetros quadrados
(SCANLON et a|.2002), entretanto estudos em áreas menores såo comuns.
A parte mais custosa é a constru@o de poços de monitoramento para a obtençäo
dos valores de carga hidráulica. É necessário conhecer a estråt¡graf¡a e a hidrogeologia
locais, anáfise que pode ser feita durante a própria perfuraçåo. lmplantação de poços em
camadas separadas por aqü¡tardes pode levar a intePretações enôneas.

6. APRESENTAçAO DOS RESULTADOS E DISCUSSAO

6.1. Descr¡ção da área e parâmetros gerais.


Geologia e H¡d¡ogeolog¡a
O material coletado nos 251 l¡ners de 1,20m de comprimento retirados da área
foram descritos em sua litologia (Figura 16). A litotogia encontrada é o assunto das figuras
do Anexo 4 dos números A4-1 a A4-1O e das tabelas A4-1 a A4-6. Através destas
descriçôes e dos resultados das análises granulométricâs, foi possível determinar as I
seções ¡ndicadas na Figura 16 (apresentadas no Anexo 4, Figuras A4-11 a A4-18). O que
se observa no perfil representativo da área (Figura 17) é que sáo encontradas sete
camadas sedimentares principais.
H
D' E' F'

f
G'
C C'
P3
N
P2

B B'
05m
-

A A'
P6

G D E H'

Figura l6: Localização das seçöes verticais construídos através da descriçäo


dos /iners e das análises granulométricas.

ESCALA
l:100

Aleia firo o soixæ (maiu ¡nrcenlagern do areh grtro o gónulos)


Solo arenm aro¡lm de ælomç¡lo clam. spreænla gEnodsescénc¡a da baæ para o lopo.

Argila si[os poder¡do @nler l¿nlos æntimótricas d6 aroia f ina


Soþ arg¡los s¡ltH corn mlôría org¿ln¡ca æloração plclä. a grosæ, posui æløaçäo ciua a azuhda.

Are¡a ffnn o orGso fþdendo ænttr s¡lte e ar0¡la em Orafiles por-


Argila s¡l@ pGlondo mlar areia f¡m coloEção mlrm. cenlagens (até 50Y,ô).

nroø rina a mÊdia ænlando s¡lto a argila de æbraçåo marrom. nrerr" do æro{sçåo dursda
I I -.pacra

Figura 17: Seção vertical segundo o segmento D - D'da figura 16.

34
De acordo com as descriçöes e
perfis litológicos, análises granulométricas,
aspectos topográficos e paråmetros hidráulicos, o objeto de estudo é um aquífero livre e
raso localizado numa planície aluvionar de baixo gradiente topográfico (0,02mlm) e
pequena espessura da zona nåo saturads (= 2m). A zona nåo saturada é constituÍda de
duas camadas sedimentares dist¡ntas. A primêira (amarelo escuro na Figura 17) é
formada por um solo arenoso - argiloso de coloração clara a amanonzada, mal
selecionado apresentrando desde argila até are¡a grossa e grânulos (pontos P7, P9, P13,
P27, P28, P29 e P30) contendo por v€zês matéria orgån¡ca. Esta camada tem espessura
em tomo de 0,5 m, diminuindo em direçåo ao ponto P3 e nåo aparece nos pontos P1 eP7
(seçöesB-B'eG-G).Asegundacamada(cinzaclaro)éformadaporumsoloargiloso
siltoso com matéria orgånica e coloração preta. Na parte superior desta camada ocofrem
sedimentos mal selecionados (argila a grånulos) gradando para um sed¡mento arg¡loso na
base. Nos pontos P3, P5, P19, P23, P24, P29 e P30 encontra-se uma argila plást¡ca. Estâ
camada é mais espessa na parte superior da área (seção C - C') ficando menos sspessa
na parte inferior (seçåo A - A). A zona saturada ¡n¡cia-se a part¡r da camada 3 (manom),
uma areía fina a média com argila e silte de coloraçåo manom claro a escuro. Esta
camada é mais espessa nos pontos P7, P13, P14, P17, P1A, P21, P26, P27 e P28 com
aproximadamente 2m. Nos pontos P7, P17 e P21 ocone intercalação de uma camada
contendo uma argila siltosa com are¡a fina de coloraçåo marrom. A camada 3 muda
gradacionalmente para a
camada 4 (amarelo claro), onde passa a ocofrer
predom¡nantemente uma areia grossa com bastante grânulo e se¡xo. A camada 4
apresenta uma diminuição da espessura em direçåo aos poços P17 , P21 e P26 (seções F
-F'eH-H').
A qu¡nta camada (verde) é formada por uma argilâ s¡ltosa compacta de coloração c¡nza a
azulada, aparecendo por vezes lentes cent¡métricas dê uma areia fina a grossa. Esta
camada tem espessura méd¡a de 2m, aumentando do ponto P5 ao P21 (seção H- H'). A
camada 6 (vermelha) apresenta uma areia que varia de fina a grossa, podendo conter
silte e arg¡la em grandes quantidades (até 50%). Esta camada tem uma espessura média
de 1 ,25m podendo ficar mais €spessa como observado nos pontos P7, P11 , P15 e P17 .
Na camada 7 ocone uma argila compactia de coloração azulada. As camadas 5 e 7
podem ser consideradas uma única camada sendo que a camada 6 seria uma lente
métrica de areia que ocone ¡ntercalada (F¡gura 17).
As variaçðes horizonta¡s e vert¡cais das litologias observadas na zona saturada
propiciam ao aquifero uma heterogeneidade da condutividade hidráulica. Na profundidade
de 3m, as condutividades hidráulicas variam de 1,08E-06 a 2,05E-9m/s, sendo que 560/o
encontram-se na ordem de grandeza de E-07m/s. A profundidade de 6m apresenta uma
condutividade maior do que a profundidade de 3m, com 63% das condutividades na
ordem de E-06m/s (variando de 1,56E-5 a 1,9E-07). A profundidade de 10m apresentou
condutividades variando de 8,99E-07 a 1,02E-09m/s.

Prccipitaç&s
O total de precipitaçåo meteórica no período de dezembro de 2OO2 a ianeiro de
2OO4foi de 1353mm sendo a média mensal de 97mm. A distribuiçao das precipita@es
mensais ea¡agtenza duas estaçöes distintas: uma estaçåo chuvosa e uma seca. A
estaçåo chuvosa é canacterizada por valores mensais totais de precipitaçåo acima de
Bgmm (deztO2 a mar/03 e ouU03 aianl}4) e uma média mensal de 149mm enquanto a
estaçäo seca apresenta valores abaixo de 41mm (abr/03 a seU03) e média mensal inferior
a27mm, conforme observado na Figura 18.

Ë ËË Ë Ë Ë

Figura lE: Total mensalde precipitaçåo.

36
6.2. Var¡ação temporal das cargas hidráulicas

6.2.1 Relação entr€ as cargas h¡dráulicas médias nas profundidades de 3,6 e 10m
lnicialmente foram realizados testes de correlaçâo l¡near entre as cargas
hidráulicas médias diárias para cada uma das campanhas de mediçóes de nível d'água
dos poços de mon¡toramento nas três profundidades amostradas (3,6 e 10m). Os
resultados das conelações entre as cargas médias nas 3 profundidades podem ser
observados na Tabela 4 e nas Figuras 19,20 e 21.

Tabela 4: Conelação estatfst¡ca entre as cargas


hidrául¡cas médias nas profundidades de 3, 6 e 10m.
os coefic¡entes em negrito representam conelações
esialfstic¿ de 5olo-
h (3m) h (6m) h (10m)
H (3m) 1,0 1,0
H (6m) 1,0 1,0
h (l0m) f,0 1,0

Todas as conela@es foram significativas apresentando coeficiente de correlaçáo


igual a 1,0. Tal fato mostra que as cargas hidráulicas médias variam igualmente no tempo
para as três profundidades. No entanto, quando se obseryam as Figuras 19,2A e 21,
nota-se uma dispersão dos dados para as cargas hidráulicas superiores a -97,80m.
h(3m)Xh(6m)

98,æ

s8,10

98,00

97,90

E nr,*
Ê

97,70

97,00

97,50

97,40
s7,40 97,60 97,70 97,80 97,SO 98,æ
h (3ml

Figura 19: Dados de carga hidráulica média dos poços de 3m versus as dos poços de 6m.

h(3m)xh(10m)

98,2()

98,10

s8,00
a

97,90

IE sz,so
E

97,70

97,60

97.50

97,80
h (3ml

Figura 20: Dados de carga hidráulica média dos poços de 3m versus as dos poços de 10m.

38
h (6m) X h (f 0m)

94,20

98,10

98,m

97,90

E
I e7,8o
C

s7.70

97,8t)

97,50

s7,40
s7,40 97,80
h (6ml

Figura 2l: Dados de carga hidráulica média dos poços de 6m versus as dos poços de 10m.

Estas cargas correspondem ao período de estaçåo chuvosa, ou seja, durante os


eventos de subida do nível d'água dentro desta estaçåo, as cargas hidráulicas médias
variam semelhantemente mas com intensidades diferentes. Por exemplo, durante um
evento de subida de chuva na estação chuvosa, as c€¡rgas hidráulicas dos poços nas 3
profundidades våo apresentar uma subida dos níveis d'água, no entanto, as cargas dos
poços de 3m våo apresentar uma elevaçåo ligeiramente maior do que as dos poços de
6m que por sua vez apresentaräo elevaçåo maior do que os poços de 10m.
Este comportamento fica melhor evidenciado quando se observa a Figura 22, que
representa a variação temporal das cargas hidráulicas médias nas três profundidades.

39
N q) N @ + N |9 qJ J (O J J J A J (,¡
N O) A N (,I J N O J J
Q e e !O
+
ì> +Q
r E r ñ Q Q +Q Q
g a I I Ne ù e
G,
g e
N @
g ò e N 0o N { N
Q ì e e ò :! r ò a a ro =
o Q i i: s
i Q i s
r N
= si Nsi À:> è N O
i 5
i ñ:
NNNõòòt¡ooooo ò N N Q Q ò è t ò ò a a è ¡! i{ à a
l¡ooooooooc'¡ooooor¡oòòeaèì*òNNXèòt e à Q
sßs (¡)(, ooooo oo @o oo o)(¡) (,g) ('(DC¡ggÕgg.gg 5Ã
Ternpo (dlas)

Figura 22: Dados de carga hidráulica média dos poços nas profundidades de 3, 6 e 10m.
Foi realizada uma análise do fluxo da água subterrânea com base nos dados de
carga hidráulica obtidos nas profundidades de 3, 6 e 10m, para todos os poços. Para
tanto, foram calculadas as diferenças entre as cargas hidráulicas diárias de 3 e 6m e de 6
e 10m para cada poço em todos os meses. A somatória mensal das diferenças de carga
hidráulica de cada poço indica a predominância de fluxo ascendente (valores
negativos/vermelho nas figuras) ou descendente (valores positivos/azul nas figuras) para
cada um dos poços em cada mês.
De acordo com as Figuras 23 a 30, nota-se que no primeiro período da estaçåo
chuvosa (dezlo2 a mar/03) há uma predominåncia do fluxo descendente entre as
profundidades de 3 e 6m. Os poços P-12, P-14, P-23 e P-26 apresentam fluxo
ascendente na maioria dos meses desta estaçåo. Entre as profundidades de 6 e 10m a
presença de fluxo descendente ocorre na maior parte dos poços, a exceçåo de janeiro de
2003.

Figura 23: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de dezembro de 2002.

4t
Figura 24: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de dezembro de 2002.

Figura 25: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de janeiro de 2003.

42
Figura 26: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de janeiro de 2003.

Figura 27: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de fevereiro de 2003.

43
Figura 28: Somatóda mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de fevereiro de 2003.

Figura 29: Somatóda mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de março de 2003.
Figura 30: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de março de 2003.

Durante os meses da estação seca (abr/03 a jul/03), observa-se à predominåncia


de fluxo ascendente entre as profundidades de 3 e 6m. Os poços P-1, P-6, P-11, P-14, P-
23 e P-26 apresentam fluxo ascendente na maioria dos meses desta estação. Entre as
profundidades de 6 e 10m o fluxo que predomina é o descendente, a exceção de julho de
2003 (Figuras 31 a 38).

45
Figura 31: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de abrilde 2003.

Figura 32: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de abrilde 2003.
Figura 33: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de maio de 2003.

Figura 34: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de maio de 2003.
Figura 35: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de junho de 2003.

Figura 36: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de junho de 2003.
Figura 37: Somatóda mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de julho de 2003.

Figura 3E: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de julho de 2003.

49
No perlodo da segunda estaçåo clruvosa (ouU03 a jan/ü) há um equilíbrio Entne o

fluxo ascendente e desændente, nes profundidades de 3 e 6m, a exceçpo de ianeiro de


2ü)4 onde prcdomina o f,uxo descendente. Entrc as profundidades de 6 e 10m oæne
somente flu¡o descendente, a elaeçåo do P-22 (oulß) e P-24 (novÆ3) (Figuras 39 a
46).

Figura 39: Somatóda mensaldas diferenças diárlas das caryas hidráullcas dos poços de 3 e 6m
pane o mês de outubtp de 2003.

50
Figura 40: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de outubro de 2003.

Figura 4l: Somatóda mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de novembro de 2003.

5t
Figura 42: Somatóda mensal das diferenças diáñas das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de outubro de 2003.

Figura 43: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de dezembro de 2003.

52
Figura ¡14: Somatória mensal das diferenças diárias das capas hidráulicas dos poços de ô e 10m
para o mês de dezembro de 2003.

Figura ¡15: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de janeiro de 2004.

53
Figura 46: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de janeiro de 2004.

Foram selecionadas duas linhas de perfis de poços, em dois dias distintos, um na


estaçåo chuvosa (19112103) e outro na estaçäo seca (2OlO4lO3) para ilustrar o
comportamento das linhas equipotenciais e os traçados de fluxo da água subterrânea no
aquífero da área em estudo (Figuras 47 a 5O).

54
T P-6 P-11 P-16 P-21 P-26

qs.^¡
gs.

nu
gs.
98,11 ¡
9s.
98.12
\'5
gs.
\tr
gs.

98,11 =_ 98,11

ss,r3 :1
,r,.,.] 98,10 98,1't : -
s8,12 '
s8,12-- s8,10 - |
98.10

Figura 47: perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o comportamento do fluxo da água
subterrânea. Dados do dia 19112102.
P-21 P-22 P-23 P-24 P-25

^a^Õ4
¡
ry
s
ôs'
l
qo.
98,26 _
I

"i!

98,12
j 98,12 98,13

."I/
l

l
I

I \
T

98,12 r 98,13 98,13 -l 98,'13

98,10 98,12 : .i 98,'13 97,94 . : võ'rr


98,13 ...,-.

aq
r, 97.9
98 02

Figura 48: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o comportamento
do fluxo da água subterrånea. Dados do dia 19112102.
P-1 PJ P-11 P-16 P-2'l P-26

-bs ñ JO
qþ'
97,80 97,79 97,80 97,79 s7,78 97,78 ' ,

fz,ao -: ! \
s7,7s 97,78 97,80

I
ii
l
I
I

\
1

; 97,78 : 97,79 :- 97,78


-r- 97,77 97,79 1, ga
n\ro ')g
.

ee
')e

Figura 49: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o comportamento do fluxo da água
subterrånea. Dados do dia 20lO4lO3.
P-21 P-22 P-23 P-24 P-25
l

^frn&
q" qÞ' qs 97,80 l
97,78 97,86i ]
gZ,gO 97,80
/i
I

97,78 ,: 97,80 l

o-þ
97,77 @- 97,84 I o.* 97,79: : 97,79 i 97'80 l-:
-

Figura 50: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o comportamento do fluxo
da água subterrânea. Dados do dia 20104103.
6.2.2Variação das cargas hídráulicas versus as precipitações
Realizaram-se testes de conelaçåo linear entre as cargas hidraúlicas médias
diárias para cada uma das campanhas de mediçöes de nível d'água nas três
profundidades amostradas (3, 6 e 10m) e a soma das precip¡tações (PrecpD, prec2D,
Precp3D...) que ocorrem de um até sete dias antes da mediçáo das cargas médias. para
os meses da estaÉo chuvosa, a soma das precipitaçoes de 2,3,4, S,6 e 7 dias antes
das medidas dos níveis d'água apresentaram conelações significativas com as cargas
hidráulicas médias medidas nas três profundidades (3, 6 e l0m) para cada campanha
(Tabela 5).

Tabela 5: Correlação estatística entre as cargas hidrául¡cas méd¡as nas profund¡dades de 3,6 e
1om e a somâ das precipitaçöes de até sete dias antes da medida das cargas, pare estação
chuvosa. Os coef¡cientes em negrilo representam correlaçöes com signif¡cância estatística de 5olo.

PrecpD Precp2D Precp3D Precp4D PrecpsD Precp6D PrecpTD


hm 3 0,04 0,18 O,22 0,28 0,35 O,4 0,49
hm 6 O,O2 O,17 O,21 O,27 0,34 A,M 0,48
hm 10 O,O2 O,17 O,22 O,28 0,35 0,4S 0,49

Este resultado é um padrão médio criado pela superposição de todos os dados


durante a estaçåo chuvosa, mas cada mês desta estaçåo possui quantidade (número de
dias com chuvas) e intensidade (volume em 24h) de precip¡taçoes diferentes podendo
apresentar relações distintas deste padrão médio.
A mesma análise foi realizada para os meses da estaÉo seca, nos qua¡s ocorrem
precipitações mensais inferiores a 41mm. A Tabela 6 mostra que não ocorrem
conela@es s¡gn¡ficativas entre a soma de até sete precipitaçöes e as cargas médiâs
medidas nesta estaçåo para nenhuma das profundidades. No entanto, conforme se
observa na Figura 51, no período da estação seca, o aquífero responde às chuvas com
intensidades (24h) superiores a Smm.
Tabela 6: Corrclação estatíst¡ca entre as cargas h¡dráulicas médias nas profundidades de 3,6 e
10m e a soma das precipitações de até sete d¡as antes da medida das cargas, para estação seca.
Os coeficientes em negrito representam correlações com significância estatística de 5olo.

Hm 3 Op4
Hm 6 0,03 O,O2 0,03 0,03 0,06 0,08 0,10
Hm l0 0,03 O,O2 0,03 0,03 0,06 0,08 0,10

Portanto há uma clara distinção entre as duas estações observadas no que d¡z
respeito às relaçôes entre as cargas hidráulicas médias para cada campanha e as
precipitações ocorridas. Na estação chuvosa há uma pronunciada conela$o entre as
precipitaçöes e as cargas médias, pois em todo o período foram observadas correlações
s¡gnificativas. No entanto esta relaÉo é diferente em cada mês indicando que outros
fatores estão envolvidos nesta Íelação, como intensidade das precipitações (em períodos
de 24h), d¡skibuiçåo das precipitaçöes (número de dias chuvosos) e também
evapotranspiraçåo, já que nem toda a água da precipitação se torna recarga (MONDIN ef
al., 2004 - Anexo 5: artigo submetido à ABRH). Na estação seca parece não haver
relaÉo entre as precipitações e as cargas médias medidas, provavelmente porque as
intensidades das chuvas (maioria < Smm) e quantidade de dias chuvosos são menores e
mais espaçados entre s¡, fazendo com que a capacidade de campo näo seja atingida, nåo
gerando recargas significativas. No entanto, observa-se na Figura 51 que para
precipitações acima de 5mm durante essa estaçâo provoca uma pequena elevação das
cargas hidráulicas.
Os dados apresentados mostram a rápida resposta do aquífero frente aos eventos
de precip¡tação, sobretudo na estaçäo chuvosa quando as precípita@es diárias
geralmente säo acima de 1omm ou a soma da distribuição em d¡as próx¡mos superam
este valor.
'q
N çr r
0,0
:'èaQìqrc N3s öI $ÉH $Ë: u; dN35Ê
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ÈÈ ÈH s s ã ã ãH s s F ã ii F sã Eã ãã ã ã ã F s F Ë8 ã e ã s HH Hs H Hs ã HH
ã F
Tempo (dlas)

Figura Si: Dados de precipitação diária e cargas hidráulicas médias dos poços de monitoramento na profundidade de 3m. As barras representam os
valores de precipitação e os pontos os de carga hidráulica.
6.2.3. Comportamento das cargas hidráulicas dos poços frente a diferentes
episódios de precipitação
O comportamento individual das cargas hidráulicas dos poços nas 3 profundidades
dentro de cada uma das estaÉes (chuvosa e seca) foi estudado por meio de mapas de
isovalores de desvio padrão das cargas hidráulicas (Figuras 52,53,54,55, 56 e 57).
As F¡guras 53, 55 e 57, que representam os desvios padräo dos poços durante a
estaÉo seca, mostram um comportamento homogêneo dos poços e independente da
profundidade. Quando comparado com a estaçäo chuvosa, os poços durante a estação
seca apresentam desvios padrão menores (em tomo de 0,10m).
Durante a estaçäo chuvosa os poços apresentam um comportamento heterogêneo
e dependente da profundidade (Figuras 52,54 e 56). Na profundidade de 3m, aparecem o
maior número de poços com comportamento dist¡ntos e com maiores valores de desvio
padrão. Os poços da profundidade de 6m apresentaram comportamento mais homogêneo
ass¡m como os poços de 10m, no entanto os valores de desvio padrão observados nos
poços de 10m foram maiores (no geral) do que os poços de 6m.
Os dados do comportamento individual das cargas hidráulicas dos poços nas 3
profundidades conoboraräm com os dados de cargas médias apresentädos no ¡tem 6.2.1.

F¡gura 52: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 3m durante a estação chuvosa
P2

^^ o.10

0,12

.P4

Figura 53: lsolinhas de desvio padrão dos poços de gm durante a estação seca. Não há formacão
de isolinhas mostrando comportamento homogêneo dos poços.

Figura 54: lsolinhas de desvio padräo dos poços de 6m durante a estação chuvosa
P2

-^ 0.00

0,10
.P4
' 0.10

P12 P9
0lo
. P13
010
P1/ p14
o,1o P18 'o,lo

P22
010
P23 tr20

P24

P2A P25

210 215 220 2?5 230

F¡gura 55: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 6m durante a estação secâ. Não há formação
de ¡sollnhãs mosttãndo comportamento homogêneo dos poços.

P2

o'14
P6

P8

,,'P12 \-'
()
Pl3
0,13

?, P19

/
Y. or"
P23

0,12

Figura 56: lsolinhas de desvio padräo dos poços de 10m durante a estaçäo chuvosa
P2

0.t0
P6
o,12

.P4
PA

P9
0,r0
P13

P18

P22 P19
0,10

Figura 57: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 1Om durante a estação seca. Não há
fomaçäo de isolinhas mostrando comportamento homogêneo dos poços.

Foi real¡zada também uma análise do comportamento individual das cårgas


hidráulicas dos poços frente aos eventos de precipitaçåo dentro de cada uma das
estaøes. Selecionou-se dois períodos com regímes de prec¡pitação distintos, um na
estação seca (10 a 27 de julho de 2003) e outro na estação chuvosa (i6 de janeiro a 13
de fevereiro de 2003). O período da estaÉo chuvosa apresentou chuvas ¡ntensas
(>1omm em períodos de 24h) até o 13e dia e depois entrou em regime de estiagem até o
27e dia. Já o período da estação seca apresentou um único pico de chuva (22,2mm) no
dia 1q e depois entrou no regime de est¡agem. Para análise do comportamento dos poços
foi calculada a diferença entre as cargas dos demais dias em relação ao dia 0 (p.e. carga
do dia 1 - a carga do dia 0, carga do dia 2 - carga do dia 0, etc..) e montados gráficos de
compodamento das cargas dos poços. A confecÉo dos gráficos perm¡tiu o agrupamento
de poços com comportamentos semelhantes na variação das cargas hidráulicas frente
aos eventos dístintos de precipita@o, conforme pode ser observado nas Figuras SB e 59.
Figura 58: Grupos de poços com comportamentos semelhantes durante evento de
precipitação na eslação seca.

F¡gura 59: Grupos de poços com comportamentos semelhantes durante evento de


precipitaçäo na estação chuvosa.
Nota-se que os poços da porção superior do mapa (Grupo B) apresentam
comportamentos distintos dos poços da porção inferior (Grupo c), em ambos os eventos
(e estações). os poços da porção central (Grupo A) apresentam comportamento m¡sto
entre os dois grupos de poços fazendo com que a linha de transição mude de um evento
para outro, ou seja, os poços próximos a esta linha podem ora apresentar um
comportamento mais parecido com um grupo ou outro.
Portanto, existe na área de estudo, durante eventos de precipitação, grupos de
poços com comportamentos semelhantes e estâo divididos entre a porçåo supenof e
inferior da área de estudo, com os poços da parte central apresentando um
comportamento misto. No entianto não foram encontradas relaçöes nos parâmetros
físicos, tais como espessura da zona não saturada, proximidade com as árvores, litologia
da zona não saturada, condutividade hidráulica ou topografia, que perm¡tissem explicar tal
agrupamento de poços.

6.3. Mecanismos controladores de recarga e sua relação com a variação dos níveis
potenciométricos
Existem d¡versos fatores que podem controrar a recarga de um aquífero. De
acordo com a Figura 60, procurou-se observar as relaçöes teóricas entre os díversos
fatores contr"oladores de recarga e a variaçåo dos níveis potenciométricos da área de
estudo.
Estas relaçöes foram analisadas de forma direta, observando-se alguns eventos
de precipitação e comparando-os com os mecanismos controladores de recarga e
também por meio de matrizes. A análise das matrizes procurou relacionar os contrastes
de topografia, de condutividade hidráulica, a espessura da zona näo saturada e a
cobertura vegetal sobre os poços com as prec¡p¡tações e como esta relação influencia na
recarga.
o primeiro passo foi a determinação dos fatores de contrastes de topograf¡a e de
condutividade hidráulica além dos cálculos de espessura da zona nåo saturada e divisåo
dos poços de acordo com a influência da cobertura vegetal. posteriormente foram
montadas as matr¡zes para análise dos mecanismos de recarga frente as precipitações e
sua relaSo com a recårga.
Determinaçäo dos Fafolês de ContÊste

Para cada poço foram calculados os fatores de contraste topográfico, F", e de


condutividade hidráulica, Fk, segundo as equaçöes:

F" = f(C¡¡-C¡;-1) + (C¡¡- C¡,¡1) + (C¡;- Crr) + (C¡;-ç,-1r¡ (g)

F* = f(lnk¡¡- lnl!,j_r) + (lnk¡j- lntçj*1) + (tnk¡j- tnki_i,ù + (ln(;- tnk¡-1) (9)


onde:
C¡¡: cota do poço a ser calculado o fator de contraste;
Ci,¡*r. C¡¡r, C¡-1; e C¡*1,¡: cota dos poços vizinhos;
lnk¡¡: logaritmo neperiano da condutividade hidráulica do poço a ser calculado o fator de

contraste;
lnki,il, lnlçj*1, lnl(-r;, Inlçrr¡: logaritmo neperiano da condutividade hidráulica dos poços
vizinhos.
PERFIL ESOUEMATICO FATOR EFEITO

Vegetaçäo pode gerar uma


lntercêptração e recarga heterogånea
através da interceptaçåo ou
evapotranspiraçåo consumir ågua do aquífero
através das raizes e libera-la
pela evapotranspiração.

^l ii,
¡ñ"1 Depressöes e
O empoçâmenlo de água nas
depressöes cêntimétricas
pode gerar recargas
elevaçÕes centimétrica localizadas.

do tenenos

Prcclpltag¡o
¡ Áreas com condutiv¡dade
I hidráulica maior Possuem
Heterogeneidade da fluxo de água maior do que
áreas com condutividade
condutividade hidráulica h¡dráulica menor podendo
gerar diferenças de carga
da zona saturada do h¡dråulica.

aqulfero

Prælpltnçåo
Heterogeneidade da
¡¡
¡ permeabilidadê dâ Diferenças de carga
hidráulica geradas Pelo
zona não sâturada ou fluxo na zona nåo saturada

diferençâ na espessurâ

dâ mesma.

Figura 60: Perfis esquemáticos de fatores que ¡nfluenciam a recarga.

De acordo com os cálculos de contraste os poços que apresentaram poços


v¡zinhos que perm¡tissem calcular o fator de cont¡raste foram os que se encontlam na área
hachurada da Figura 61. Desta forma, os valores de F" e Fr de cada poço fomece uma
medida do contraste entre a sua cota e sua condutividade hidráulica e a cota e
condutividade hidráulica dos poços vizinhos. Portanto os fatores de contraste dos poços
mostram o quanto o poço se assemelha ou difere dos seus vizinhos nos parâmetros

69
analisados. Com base nisto, pode-se observar se estas d¡ferenças ou semelhanças
influenciam na recarga.
Os mesmos poços utilizados nos cálculos dos fatores de contraste F. e Fr, foram
usados para calcular a espessura da zona não saturada. Apenas para avaliação da
cobertura vegetal foram utilizados todos os poços, pois esta se encontra pr¡ncipalmente
nos poços da extrem¡dade da área.

G"'-'''
a
P-1 P-2 P-3 P4 P-5

c'j' c-¡,¡ C¡,¡*¡


P4. ?.
P-6 P-7, P-9 P-t 0

trt,
P-lt P-12 P-1 3 P-14

a
P-16 P-17 P-18 P-19 P-20

a a a
P-21 P-22 P-23 P-24 P-25

P-26 P-28 P-30

F¡gura 6l: A área dos poços utilizados nos cálculos dos fatores de contraste Fc e Fk. .

Confecção das Matizes


Foram confeccionadas matrizes de 3 linhas por 3 colunas. Cada linha da matriz
representa um intervalo com valores de contraste de topografia, ou de condutividade
hidráulica, ou da zona näo saturada ou da cobertura vegetal, definindo os poços que
fazem parte de cada uma das linhas dependendo do parâmetro analisado. As colunas
representam intervalos com valores de precipitaçáo referente aos períodos de elevaSo
dos níveis potenc¡ométr¡cos. Cada setor da matriz representa o valor médio da recarga
dos poços que o compôe.
As recargas foram calculadas util¡zando-se os dias em que houve elevaçáo dos
níveis potenciométrico de cada poço em todas as campanhas realizadas. As análises de
influência na reGlrga entre os paråmetros topografia, condut¡vidade hidráulica, espessurEt
da zona nåo saturada e cobertura vegêtal em função das precipitaçöes foi Íeal¡zada de
duas maneiras:
Þ confecção das matrizes para todo o período estudado (dezl12 a janlc,4):
Þ confecção das matrizes para primeira estaçåo chuvosa (dezlo2 a mar/03), para
estaçåo seca (abr/03 a seV03) ê para segunda estaÉo chuvosa (ouv03 a jan/04).
Os resultados das matrizes seråo discutidos dentro dos itens a seguir referentes a
cada mecanismo controfador da recarga.

6.3.1. lnfluência da topograf¡a e da esp€ssura da zona não saturada

Topognlia
A análise da influência da topograf¡a fo¡ observada através da confecção de um
mapa topográf¡co baseado nas cotas relativa$ dos poços de monitoramento (Figura 62).
De acordo com as relaçðes observadas na F¡gura 60, no poço P16 ocorre a formação de
uma depressåo cent¡métricâ que poderia gerar uma recarga loc€rl¡zada em tal poço. No
entanto, quando se observa o comportamento do poço P16 em relação aos poços
vizinhos nota-se que este aprêsenta carga hidráulica sempre igual ou menor enquanto se
esperaria obseruar uma carga hidraulica maior devido a concentração de água neste
ponto. Nos demais poços, nåo foi observada nenhumâ relaçåo entre as cotas topográficas
e as cargas hidráulicãs.
s's

x.ì
\-J
P18

Figurâ 62: Mãpa topográf¡co a partiÍdas cotas das bocas dos poços.

Malrizes de rclação da topograf¡a com a recarga frente as prcc¡pitaçöes


As F¡guras 63, 64, 65 e 66 representam as matrizes de relação entre a topografia e
a recarga frente as precip¡taçoes.
Observa-se na matriz referente a todas as campanhas, independente da estâção,
que os setores com valorés de contraste de topografia negat¡vos (poços com cota monor
do que os poços vizinhos) apresentaram os maiores valores de recarga e estes
aumentam conforme o aumento das precipitaçóes. os poços com valores de contraste
intermediário apresentiaram as menores recargas, a exceçåo do setor 2x3 (linha versus
coluna - da esquerdâ para direita) que apresentou valor maior do qu€ o gx3.
Quando as matrizes são analisadas de acordo com as estaçöes, nota-se que no
primeiro e segundo período chuvoso (dez\O2 a mar/03 e ouVO3 a jan/U) os setores com
valores de contrastes menores apresentamm as maiores rec¿lrgas e os setores
intermediários os menores valores. os setores com os maiores valores de contraste
apresentam recargas maiores do que os setores intermediários. Durante a estaçåo seca
(abr/03 a seu03), os setores com maiores valores de contraste apresentaram as maiores
recâÍgas. Os valores de recarga nesta estação nåo apresentaram uma relação lógica,
pois eventos de maior precipitação apresentaram recargas ¡nferíores a alguns eventos de
menor precipitação.

Prec¡pitaÇões

8,40 24,26 49,80

107
g
o
o_
o
(,
(¡,
7,10 22.29 40,00
g

7.65 22,97 29,80

Figura 63: Matriz de relação entre o contraste de topografìâ (m) e a recarga (mnl/período)
frente às precipitaçöes (mm/período) para todas as estações climáticas.

73
2.98 10,35 25,20

E -o toz

a .t-7 9,90
g 20,40
g

o 0,091

2,53 11,58 21.36

Figura 64: Metriz de relação entre o contraste de topograf¡a (m) e a recarga (mm/dia) frente às
precip¡taçöes (mm/dia) para a primeira estação chuvosa (dez|O2 a matt}g).

2,10 1,60 1,35

1,60 2,67 2,90


6g

2,88 2.72 2,16

Figura 65: Matriz de relaçåo entre o contraste de topograf¡a (m) e a recarua (mm/dia) frente às
precipitações (mm/dia) para a estaçåo seca (abr/03 a seU03).
Prec¡p¡tações

2,30 9,12 25,50

-0,107

è
o
c)
2,07 7,44 25,80

o
o 1

2,32 7,68 24,84

F¡gura 66: Matriz de relação enlre o contrâste de topograf¡a (m) e a recarga (mm/dia) frente às
precipiteções (mm/dia) para a segunda estação chuvosa (oul03 a janl04).

As matrizes mostraram que quanto maior a chuva maior a recarga, no entanto, não
é o contraste de topografia que contKrla a recarga.

Espessøra da zona näo satuÊda


Para análise da espessura da zona não saturada (EZNS) confeccionaram-se dois
mapas de isoespessura (Figuras 67 e 68), um para a estaÉo chuvosa (dia com os
maiores níveis d'água) e outro para estação seca (dia com os menores níveis d'água). Na
estação chuvosa a EZNS varia de 1,91m, para zona de mãior espessura (próxima ao p-
5), à 1,31m para zona de menor espessura (próximo ao P-26). Durante a estração seca a
EZNS varia de 2,60 à 1,99m. Em ambas as estações a EZNS tende a acompanhar a
topografia, ou seja, os poços de ma¡or cota têm maior espessura de zona não saturada
enquanto os de menor cota têm menor espessura de zona não saturada.

75
Figura 67: Mapa de isoespessura da zona não saturada ne estaçåo chuvosâ
(dez|O2 a mar/03 e ouU03 a janlO4).
F¡gura 68: Mapa de isoespessula da zona não saturada na estaçåo seca
(abr/03 a jul/03).

Quando se obseryam as Figuras 69 e 70, que representam um poço com maior


EZNS e outro com menor espessura, ambos respondem às precip¡taçöes no mesmo
período de tempo, tanto na estação chuvosa como na seca. Tal fato mostra que as
diferenças da EZNS não refletem diretamente nas variaçöes dos níveis d,água dos poços.
5 0,35 5 o,3s

.8
EÉ ^ o,¡ !^ 0,3

! : 0,25

Í€ 0.,
Þ8 or¡ $g oru
;'3. 0.1 i .&- o,

gu ni ,fl e o,o5

I s4as

F¡gura 69: Variação das cargas hidráulicas (P-4). Figura 70: Variação das cargas hidráulicas (P-26)

Matrizes de retação da espessura da zona não satunda com a recatga frente as


precipitações
A matr¡z de rela@o entre espessura da zona nåo saturada (EZNS) e a recarga
frente às precip¡tações, para todas as campanhas (Figura 71), sem dìstinçåo da estação,
mostra que quanto maior a espessuÍa da zona näo saturada ma¡or é a recarga e est¿l
aumenta com o aumento das precipitações.
Quando se analisa as matr¡zes de acordo com as estaçóes climáticas, nota-se que
durante a pr¡me¡ra estaçåo chuvosa (Figura 72), para precipitaçöes de até 70,26mm, a
EZNS apresenta relaçáo com recarga semelhante aos resuftados observados para
a
todas as estaçöes juntas. Para precipitaçöes super¡ores a 70,26mm, esta passa a
apresentar uma relação inversa, ou seja, quanto menor a EZNS maior a recarga. Já na
segunda estaçåo chuvosa (Figura 73), os setores com valores intermed¡ários de EZNS é
que apresentaram as maiores recargas. Durante a estaçåo seca (Figura 74) os setores de
menor EZNS apresentaram as maiores recargas (exceÉo do setor 1x3)
ø7

5,85 21,66 27 ,20

g1

7 ,54 22.93 37,44

lll

7,92 23,20 48,60

2B4t t | |

Figura 7l: Matriz de reraçäo entre a espessura da zona näo saturada (m) e a recarga
(mrn/período) frente às precipitaçöes (mm/período) para todas as eslações crimát¡cas.

Precipitações

/0.3
57

2,O4 3,40 23,2

Þ
Er
o

2,63 8,,f6 21,6


o

11

t!
2,87 27,9 19,2

Figura 72: Matriz de relação entre a espessura da zona não satureda (m) e a recaça (mm/dia)
frente às precipitações (mm/dia) para a primeira estação chuvosa (dezl\2 a me O3l.
2.10 8,13 32,40

2,30 8,65 27 ,40

lr.t

2,17 5,90 20,57

2561 I I I

Figura 73: Matriz de relação entre a espessura da zona não saturada (m) e a recarga (mm/d¡a)
frente às prec¡pilaçöes (mm/dia) para a segunda estação chuvosa (ouVO3 a janl04)

precipitaøes

5.2
e6

2,66 3,00 0

12

2.29 2,47 2.40

¡ll

1.50 2,OO 1,95

Figura 74: Matriz de relação entre a espessura da zona näo saturada (m) e a recarga (mm/dia)
frente às precipitaçöes (mm/dia) para a estação sece (abr/03 a seU03).
6.3.2. lnfluênc¡a das árvores e das precipitações sobre os poços

Para anál¡se da Influência das árvores e da prec¡pitaçåo localizada na área dos


poços foram ¡nstialados coletores de água da chuva sobre cada um dos poços e medidas
chuvas epsódicas em dezembro de 2003 e janeiro de 20O4.
Nota-se nas F¡guras 75 a 81, que as árvores presentes na área criam um padrão
heterogêneo de precipitação sobre os poços. A árvore entre os poços P-3 e P-8 e a
árvore entre os poços P-18 e P-19, que possuem as copas bem fechadas d¡m¡nuem a
precipitaçåo sobre estes poços através da interceptação das águas. Tais árvores afetam
também a precipitação dos poços ao redor, dependendo da ¡ncl¡nação da precip¡taçåo,
confo¡me ocorre com os poços P-2, P-7 e P-9. No caso da árvore com a copa sobre o
poço P-30 e das árvores que formam uma copa sobre os poços P-1, P-6, P-11, P-16, P-
21 e P-26 ocorre dois padröes d¡stinto de ¡nfluência das árvores. Para o P-6, a copa da
árvore, concentra precip¡tação sobre ele pelo escoamento da água através da copa, tal
fenômeno também pode ocorrer para os poços P-1, P-16 e P-30. Para os demais poços
sob estas copas há uma diminuiçâo da precipitação pela ¡nterceptação.

o,i

P19

¿ P20

3,16

3,42
P2A P25
Looãndd oi"

2ia 2,12

Figura 75: Valores (em mmidia) de prec¡p¡tação individual dos poços no dia 15h21O3.

8l
105

05

i0 I5 2iO 3t22 230

F¡gura 76: Valores (em mm/dia) de prec¡p¡tação ¡nd¡v¡dual dos poços no dia 17112103.

F¡gura 77: Valores (em mnvdiâ) de precipitação individual dos poços no dia 21h2103.
Figura 78: Valores (em mm/d¡a) de precip¡taçåo individual dos poços no dia 22h2/Og

"l'

t: )
3,3

21t:t 224 2,21

Figura 79: Valores (em mm/dia) de precipitação individual dos poços no die 23h2l\g
¿

P'6
logord¡ 30

a-".)î
Figura 80: Valores (em mm/dia) de precipitação individual dos poços no dia 09/01/03

1¡.3

P10

Pt4

11,2

Pl9
95 t,13
I

Pzs
':o
fsgordå 12,1
llt
,,-
l,,cpdr,cù",."É5 ,,. \
\J / P'¡ \
230

Figura 81: Valores (em mrn/d¡a) de precipitação individuat dos poços no d¡a 16i01/03.
Apesar deste padräo heterogêneo de precipitaçåo sobre os poços observados na
área, quando se avalia sua influência na resposta do aquífero, ou seja, na variaçåo
potenciométrica dos poços, parece näo haver uma relaçåo direta.
Na Figura 82 encontram-se seis poços (P-3, P-6, P-14, P-16,P-2O e P-23) com
características distintas em relaçåo às árvores e às precipitaçöes. Os poços P-14 e P-2O
localizam-se em área aberta (sem influência da copa das árvores), P-3 e o P-23 o
encontram-se sob a copa fechada de árvores, o que diminui a precipitaçåo sobre os
mesmos, e os poços P-6 e P-16 eståo localizados sob a copa formada por um conjunto de
três árvores. Para o poço P-6, há uma concentraçåo de chuva e para o P-16 ocore uma
diminuiçåo da precipitapo.

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8888888888

st,æ c,,m ^
ct,6 ^
25
E s7.æ E
cr,æ ú lzo c,,æ 6
ct.75I ãtu e7.75
=
c,,m ! n,to l,
t-n. i å'o ú.û ì.
cr,6 97,6
Xo
ø,so I
970 o
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g.s oB
é4É+€ÉÈÌqE3-3ëEqs tgEìE99i q ESgeÉÉs
ÈÐHHHHÈÈHHÈÈÈÈÐÈ ÈÐÈÈÈÈÈÈ È ÈËHÈÈBÈ

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E.
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eqåóËi

ÈÈÈÈÈÈÈBÈÈ ËËÈÈÈÈ

Figura 82: Comportamento dos poços (cargas hidráulicas) frente às precipitaçöes individuais sobre
os mesmos.

A Figura 82 representa a relaçåo entre as chuvas individuais sobre estes poços e


a var¡açåo dos níveis potenciométricos. Não é observada uma relaçåo direta entre a
intensidade de precipitaçåo sobre um poço e a variaçåo do nível potenciométrico. Por
exemplo, quando se compara o poço P-6, que apresenta uma maior concentraçåo de

85
chuva, com o P-3, que sofre interceptaçåo, ambos apresentam uma resposta semelhante
frente as precipitaçoes. O mesmo ocone quando se comparam os poços p-14, p-16 e p-
20. No caso do poço P-23, entre os dias 08 e 09/01/04, apesar de sofrer uma precipitação
menor do gue os dema¡s poços, apresentou a maior variaçåo potenciométrica.
As árvores presentes na área criam um padrão heterogêneo de precip¡tação sobre
os poços, no entanto estas d¡ferenças de precipitação nåo refletem diretamente na
variação dos níveis potenciométricos dos poços.

Matrizes de ßlaçäo da ¡nfluênc¡a da cobeúurc Wetal na recarya ftente as precipitaçöes


Para análíse da influência da cobertura vegetal na recarga foram atribuídos valores
para os poços de acordo com a proximidade da copa das árvores. Os poços que se
encontram sob a copa das árvores receberam o valor 1, os que estão próximo as copas 2
e os que eståo em área aberta 3. Desta maneira, os poços da área foram divididos em 3
grupos e a partir destes fo¡ realizada a análise por meio de matrizes.
De acordo com o observado nas matrizes (Figuras 83, 84, BS e 86), não foi
encontrada uma relaÉo lógica na influência da cobertura vegetal na recarga. Os poços
que encontram-se sob a copa das árvores, aprosentam, na maioria dos setores, valores
de recarga superiores aos dos poços que estão em área aberta.

Preci0¡tações

8,04 23,31 32,74

E
g
€ 8,03 22,20 40,40

7 ,76 22,46 35,00

Figura 83: Matriz de relação entre a influência da coberture vegetãl e a recarga (mm/período)
Í'ente às precipitações (mm/peíodo) para todas es eslações climáticas.


2.62 9,17 21,09

E
Ë 3,13 8,60 21 .60

2,39 10,80 20,70

Figura 8¡l: Matriz de relação entre a ¡nfluênciâ da cobertura vegetel e a recarga (mm/d¡a)
frente às precipitaçöes (mm/dia) para a primeira estação chuvosa (dezl,Z a ma OS\.

2,10 2,26 2,64

Ë 2,20 .73
1 2,16
o

2,25 2,43 1,84

F¡gura 85: Matriz de relação entre a ¡nfluência da cobertura vegetal e a recerga (mm/d¡a)
frente às precipitaçöes (mm/dia) para a estação seca (abr/03 e seu03).
Precip¡taçóes

2,43 8,67 25,80

E1
(¡)

t(u 2,17 8,32 25.20


o
o
o

c2
E

2,17 8,16 25,10

F¡gura 86: Matriz de relaçåo entre a influência da cobertura vegetal e a recargâ (mm/d¡a)
frente às precipitações (mm/dia) para a segunde estação chuvosa (ouUO3 a jan/04).

6.3.3. lnfluência da condutividade hidrául¡ca

Os dados de condutividade hidráulica obtidos através dos ensaios de


permeabilidade estão apresentados na Tabela 7 abaixo:
Tabela 7: Valores de condutividade h¡dráulica
horizontel para os poços das três profundidades (m/s),
alravés de s/ug-fesf com interpretação segundo
Hvorslev 11951
Poço K (3m) K (6m) K (Iom)
P0l 1. l8E-7 4.79FÁ 1.028-9
P02 2.3F4 |.98-'l l 988-7
P03 7 .A2F-A r,ltE{ 5.28-8
P04 L48E-7 2.OsF.-'l '7.2T8-'l
P05 2.05E-g 't
2684 3.06E-E
P06 3.068-7 1.7684 9 098-8
P07 t.75E-8 2 77F.-7 8.36E-8
rr08 2.91Ê;7 l. t lE-6 6.63E-8
P09 2.9tF-'l 2.72E4 7.3 8E-8
P10 I.49E-8 5.98E-7 1.658jl
Pl1 6.228-7 2.5484 L628-7
Pl2 .08Eó 2.62E.7 3.ltE-',7
Pt3 368-7 6784 1.368-7
Pl4 368-7 6.248:'t 2 55F.-7
Pl6 .288-7 5.86E-7 ¿,)zL-
Pt7 438-6 +,lotl- 5.07F-7
Pl8 43lj4 I tE6 3.26F-'1
P19 3 8E-7 9.45E-7 6.668-8
P20 2.278-7 ),'7F'S 7 .2.F-8
P2l '1 .148-7
.6384 2.82F-8
P22 L9E-7 .658-6 t.528-7
P23 t.26E:1 .88E6 5.33E-8
P24 3.128-7 t_ð-() 3.488:7
P25 l.Jól: -õ 89E-7 I538-8
P26 2 248-l 9.518-'l 8.998-7
P28 3.53E-6 t.o2E4 t.5lE-7
P30 3.06E-7 I 56E-5 4.89E-8

Para análise da influència da condutividade hidráulica foram confeccionados 3


mapas, para as profundidades de 3, 6 e 10m, com setores de valores semelhantes,
div¡didas pelas ordens de grandeza de 'lO{, jO 7 e 1Oam/s (Figuras g7, BB e g9). Nota-se
nestas figuras que para profundidade de 3m, há uma maior quantidade de poços com
condutiv¡dade na ordem de 10-7m/s circundando os poços da porção central que
apresentam condutividade na ordem de l06m/s. A profund¡dade de 6m apresenta maior
condutividade hidráulica (1osm/s) que as dema¡s profundidades enquanto a profundidade
de 10m apresenta uma ba¡xa condutividade (10sm/s).

89
Figura 87: Mapa com setores de condutividades hictráulicas próximas pare profundidade
de 3m (unidade em m/s).

tv /
t//// 6.218-t

./
".ooi.,

[lrrul
lr.,-??t-
lt I 3.øsE-f

F¡gura 88: Mapa com setores de condutiv¡dades h¡drául¡cas próx¡mas para profundidade de 6m
(unidade em m/s).
F¡gura 89: Mapa com setores de condutividades h¡drául¡cas próximas para profundidade
de 1üm (unidade em m/s).

Estas diferenças de condutiv¡dade das três profundidades regem o sistema de


fluxo na área de estudo. Os poços P-1 , P-2, P-3, P-4 e P-5 apresentam as maiores cargas
hidráulicas formando um padrão de linhas potenciométricas mais homogèneo. A parte
central, que apresenta as maiores condutividades hidráulicas, cercada pelos poços de
menor condutividade, cria através de diferenças de fluxo um sistema de fluxo 'pulmão,, no
qual há uma elevaÉo potenciométrica da parte central em relação aos poços ao redor e
posterior rebaixamento em linhas potenciométricas fechadas ao redor destes poços,
formando pulsos de água que se espalham pela superfície potenc¡ométrica conforme
pode ser observado nas Figuras 90 a 95. lsto se deve ao fato da menor condutividade dos
poços ao redor, que toma o fluxo da água mais lento.

9l
/ P13

"-\

W-
F¡gura 90: Mape potenciométrico do dia 21lÙ7l1g (unldade em m)

P1

-(-

S'
Figura 9l: Mapa potenciométrico do dia 30/10/03 (unidade em m)
M
Figura 92: Mapa polenc¡ométrico do dia 18/12103 (un¡dade em m)

Figura 93: Mapa potenciométrico do dia 131011O4 (unidade em m).


F¡gura 94: Mapa potenciométrico do dia 17101104 (unidade em m)

21s 22o øf,73 225 23o


Figura 95: potenc¡ométrico do dia 21101104 (unidade em m).
Matrizes de rclação da condutividade hidtáulica com a recatga frente as precipitações
Analisando a matriz de todos os meses (Figura g6), independente da estação,
observa-se que os setores onde se encontram os poços com condutividade hidráulica
menor do que os poços ao redor (menores valores de contraste) apresentam as malores
Íecargas, enquanto os setores com os poços de maior condutividade hidrál¡ca mostram
valores de rec€lrga menor.
Quando se analisa as matrizes de acordo com as estaçóes climáticas, nota-se que
durante as estações chuvosas (F¡guras 97 e 98) a relação do contraste de condutiv¡dade
hidráulica com a recarga segue o mesmo padrão apresentado na matriz envolvendo todas
as estações. Já na estaçåo seca (Figura 99), os setores com os contrastes das
extremidades da matriz apresentiaram as maiores recargas e sua relação com as
prec¡pitações nåo mostram uma distribu¡ção lógica.

Precipitaçöes

8,25 25,54 76,80

! ,z,oat
.63
o
lJ
p
¿
7,99 23,53 36,60

3 -o szs

()o

7.23 22.11 28,56

F¡gura 96: Matriz de releção entre o contraste de condutividade hidráuliöe (m/s) e a recarga
(mm/período) frente às precipitações (mrn/período) para todas as estações climáticas.

95
3,64 9,60 31,20

ë
E -/Õrr

'5
2,39 11 .17 21,90

2,5'l 10.80 19,92

F¡gura 97: Matr¡z de relação entre o conlraste de condutiv¡dade hidráulica (m/s) e a recarga
(mm/d¡a) frente às precipitações (mm/dia) para a primeira estação chuvosa (dezlÙ2 amarlDS).

2,40 I,t6 27,60


g
'E
E -/z Þrr
631

5
2.20 8,82 25,35

o
2,24 7,10 24,72

ij.473 r ¡ r r

F¡gura 98: Matriz de relâçäo entre o contraste de condutividade hidráulica (m/s) e a recarga
(mm/dia) frente às prec¡pitaçöes (mm/dia) para a segunda elação chuvosa (ouU03 a janl04).
Precipitações

2,40 1,60 1,20


!s

Ë -/ orl

p
2,17 2,80 2.55

* -o szs

(-)

2,46 2.40 2,16

F¡gura 99: Matriz de relação entre o contraste de condutividade hidráulica (m/s) e a recerga
(mm/dia) frente às precipitações (mm/dia) para a estação seca (abr/03 a sev03).

6.4. Apl¡caçåo dos traçadores brometo e cloreto na zona não saturåda


Em uma área de 2y2m loi aplicada uma solução contendo 2000m9/L tanto de
cloreto quanto de brometo. Após 24h iniciou-se a coleta de solo em perfis com
profund¡dade de 1m de profundidade amostrandGse a cada 10cm. Os resultados podem
ser observados na F¡gura 100.
Nota-se que houve uma grande diluição das concentraçöes de brometo e cloreto
iniciais. Tal fato pode ser explicado pela a diluição oconida devido as águas meteóricas,
pois durante a realização do experimento houve uma precipitação total de 153,5mm. lsto
é evidenciado pela diminuição das concentraçóes na profund¡dade de 10cm com o
deconer do experimento.
Concentação (mgrL)
10m3040
0

î20 c'æ

!
;40 ;40
$oo !eo
Eao E¡o
¡
ep
10o Þ 100
c À
1N 1m

0 0

Gì 20 Em
;40 ;40
$æ l--ciBr $æ Ecl
Eæ l. Eæ 1.",1
, t
91m Þ
c
roo
À
1m 1m

Figura 100: Perfis com as concentrações dos traçadores cloreto e brometo na zona näo saturada.

Os dados mostram que nåo foi possível a detecção do pulso descendente pois
este atravessou o perfil amostrado em menos de 24h, conforme pode ser observado pelo
ruído na profundidade de 60cm (Cl 3,0m9/L e Br 1,6m9/L) no primeiro dia de amostragem.

6.5. Avaliação e quant¡f¡cação da recarga


Para avaliaçao e quantificaçäo da recarga foram utilizados três métodos: balanço
hídrico, variaçåo potenciométrica e aproxima$es darcynianas.

6.5.1. Aproximaçöes darcynianas

O método de aproximaçöes darcynianas tradicional (descrito no item 5.9) é


normalmente utilizado quando se conhecem as entradas de água do aquifero e as
diferenças de carga såo geradas exclusivamente pela água de recarga. Como está sendo
realizado um estudo localizado de recarga procurou-se analisar as variações da mesma
apenas na área de estudo pelo balanço de massa de água do aquífero.
Para tanto a área foi dividida em blocos de 4x4m de superfície, conforme pode ser
observado na Figura 101, e isolada aâ¡ea central (hachurada).
Pelo balanço de massa foram calculadas as vazöes de entrada (Qe) e saída (Qs)
por cada uma das seçöes laterais representadas na Figura 101 e também as vazôes
verticais através dos poços de 3 e 6m. Desta maneira ficam isoladas as entradas e saídas

98
da porção mais superficial do aquífero. Nota,se que não existem os poços p-15, p_27 e p_
29. Para os cálculos envolvendo estes poços foram calculadas as c¿¡rgas hidráulicas para
eles como sendo a média dos poços vizinhos. o mesmo cálculo foi utilizado quando
algum dos poços não apresentou medidas de carga hidráulica.

4,, o", o,.


p-z
P-l { J P.3 ..t P4 P-5

o,"e eo,,"
P{ P-7 P{ P-9 P-10

Q", S 9o,.,,
P-t I P-12 P-13 P-14

Qrrr"
ê eQ,","
p-16 P-17 P-18 P-l9 P-20

Qr,,ê e Q,,,

P-21 P-22 P-24 P-¿O

üo,,,, 0r." Jo,,,,


P-29 P-28 P-30

Figura 101: Divisão reelizada para o cálculo das vazões (Q) de entrada e sâída tanto hor¡zontal
quanto vert¡cal do aquífero.

Como exemplo, pode-se observar a Figura 102 onde as vazôes laterais e76
(Figura 101) seria o volume de água que entra ou sai pela seção BEHK e a vazão vertical
Q?7 seria o volume de água que passa pela seçåo HIKL,
P-7
R
|_.

ML i.l -yli
ll
I U

4m 4m
Figura 102: Representação das vazões hipotéticas entre
dois poços.

Nessa aproximaçåo cons¡dera-se que os níveis de água variam diariamente, mas


nåo variam ao longo de um mesmo dia. Portanto, conforme pode ser visto na Figura 103,
a vazâo real que passa pela seçåo lateral entre o poço 6 e 7 seria a seção E'B'K'H' onde
a base H'K'näo varia no tempo, pois representa a base dos poços. o segmento E'B,pode
variar, conforme variam os níveis d'água de ambos os poços, podendo aumentiar ou
diminuir a seçåo.
Foram calculados os déficits e excedentes de água na área hachurada (Figura
101) para todas as campanhas. Os dados foram divididos em estaçåo chuvosa 1, seca e
chuvosa 2. Os resultados obtidos estão representiados na Tabela I abaixo:

Tabela 8: Dados de recarga para as estaçöes seca e chuvosa.


Estacåo Chuvosa I Estacão Seca Estacåo Chuvosa 2
Dados fêcafga chuva fecaroa chuva fBcaroa chuva
sorna fmm/estacão) 19.18 440.30 -6.43 107.20 -6.37 +61.50
média (rffn/d) 0.19 4.59 -0.06 0.82 -0.14 5.02
média X dias lmm/estacãol 18.62 440.30 -7.67 107.20 -13.29 461.50

100

'l q ¡cn
ITS]ITUTO DE GEOCIÊNCIAS - USP
_ ¡l¡LtoT¡oA
A soma (mm/dia) representa o excedente ou déf¡cit hídrico total ocorrido na área
durante a estaçåo enquanto a média (mm/d) representa o excedente ou déficit, ocorr¡dos
diariamente. Nota-se que para estaÉo chuvosa 1 ocorre um excedente hídrico na área.
Durante a estação seca e chuvosa 2 houve um déficit hÍdrico do aquífero. Estes dados
representam a recarga vert¡cal provinda da superfície.

I
I
L ir 4---a
t'l
,¡l
/l

tl
t'I
t'I
al I
I
I i-
r-l-l
'iilt
[J

4m 4m
Figura 103: Representaçäo das seções reais utilizadas para o
cálculo da vazåo entre dois poços.

Foram quantif¡cadas as recargas mensais e os resultiados podem ser observados


na Tabela L
Tabela 9: Resultados de recerga mensal
Recarga(mm/mêsl Recarqalmm/dia)
dezl02 2.18 0.07
¡an/03 6.24 o.20
fev/03 12.O3 043
mer/03 0.00 0.00
abrrO3 o.14 0.01
mâi/03 0.00 0.00
iunro3 000 0.00
iul/o3 0.00 0.00
aoo/03 0.00 0.00
seuo3 0.00 0.00
ouU03 0.00 0.00
nov/o3 0.00 0.00
dezlo3 0.00 0.00
ianr04 0.00 0.00

Nota-se que o mês de fevereiro apresentou o maior valor de recarga, apesar de


apresentar um valor total de precipitação infer¡or aos meses de dezembro de 2OO2
(158mm) e janelro de 2003 (244mm). O mês de abril apesarda baixa prec¡p¡tação (29mm)
apresentou recarga. Os meses de novembro e dezembro de 2003 e janeiro de 2OO4
apesar do volume total de precip¡tação serem muito altos (superiores a Bomm/mês) nåo
apresentaram recatga.
O totãl de recärgã gerådo pela somatória das recargas mensais foi de 20,59mm
(dezlo2 a jan/04).

6.5.2. Variação do nível potenciométrico

Através do método da variação do nível potenciométrico foi realizada ê


quantificação da recarga além da análise de correlaçåo entre as recargas diárias e as
precipitaçöes. O valor de Sy adotado foi de 0,12 (obtido por JOHNSON, 1967 apud
HEALY & COOK,2002) po¡s representa o mater¡al geológico da área.

Conelação entrc rccatgas diárias e prccipitação


Para análise das correla@es foram utilizadas recargas diárias e o tratamento dos
dados foi div¡dido em estaçäo chuvosa 1 (dezJÙ2 a mar/03), seca (abr/03 a seV03) e
chuvosa 2 (ouv03 a janl}4).
Os resultados das corelaçöes para as três estaçöes estáo representados na
Tabela 10 abaixo:
Tabela l0: Cálculo de correlação entre as precipitações oconidas até 7 dias antes das medidas de
níveld'água.
Estacðes P{) P-1 P-2 P3 P4 P-5 P6 P-7
Chuvosa'1 o,2. 0,10 -0,11 0,08
0,43 0,19 0,16 0,09
Recarqa
seca 0,04 0,03
0,04 0,13 0,14 0,06 o,20 -o,o2
Recarga
:huvosa 2 0,34 4,25 -0,18 -0,17 -o,o2 0,05
0,96 -0,21
Recaroa

Observa-se que para as estaçöes chuvosa 1 e 2 a prec¡pitaçåo do dia da medida


da carga hidráulica apresenta correlaçåo com a recarga, mostrando a rápida resposta do
aquífero frente aos eventos de recarga. Durante a estaçåo seca nåo é observada
correlaçåo com as chuvas. lsto ocone provavelmente porque durante esta estaçåo a
maioria das chuvas nåo gera recarga o que mascara as correlações, ou seja, ocorem
prec¡p¡taçöes mas nåo há recarga portanto näo há correlaçåo. Apesar disto alguns
períodos da estaçåo seca apresentam recarga conforme será mostrado mais adiante
neste item.

Quantificação da reca rga


O calculo da recarga por este método foi realizado de duas formas: levando-se em
conta variaÉes de níveis d'água causados para cada evento de forte precipitaçåo, e
variaçöes mensais, ou seja, diferença do nívelfreático observado entre o começo e o fim
do mês pela extrapolaçåo da curva de rebaixamento padråo do aquífero (Figura 104).

rl

25,0 97,6 ?
E 97,58 g
20,0
E
3i'22
g
o
¡G 15,0 97,52 .d
()l
(E
.Ë 10,0
97,5 p
CL
97,48 T,
'õ 97,46 s
5,0
E 97,44 Ë
o-
0,0 97,42 0
oooårrJN)l\)N)o)
r5\¡OO)Or(Ol\)('l0oi
<
ctctcioooooooo
{ \f \¡ \¡ \t \| \¡ \¡ { \¡ \¡
ôo-cictooooooo
(t (, ü) G) O) û) (¡) (¡) O) G) (¡)

Figura 104: llustraçäo da extrapolação das curvas de rebaixamento do aquífero


para o cálculo por meio das variações episódicas e mensais.

103
A diferença nos resultados fica evidente nas Tabelas 11 e 12. Se for levado em
conta cada episódio de subida de nível, a recarga é bem superior. lsso se dá
principalmente pela descarga que ocorre após cada elevação, que só é contabilizada
quando o cálculo é feito em períodos que as incluam. Ou seja, a rec¿lrga obtida pela
somatória das elevações episódicas sempre apresentará valores maiores do que aquelas
feitas em períodos maiores. No entanto, quando a descarga ocorre de maneira rápida os
efeitos da recarga podem ser mascarados como ocorre nos cálculos mensais. por
exemplo, nos cálculos mensais os meses de abril, maio e junho nåo apresentaram
recarga. No entanto, avaliando-se os eventos de chuvas episódicas (Tabela ll), nestes
meses ocorrem recargas, ou seja as chuvas geram acréscimos de água ao aquífero
(recarga) mas esta não mantém os níveis elevados por muito tempo pois a pequena
intensidade de prec¡pitaçöes e a alta descarga abaixam os níveis d'água.

Tabela 1l: Cálculo mensal

104
Quando se analisa a recarga dos eventos episódicos com soma das a
precipitaçöes ocorridas no período de elevação dos níveis d'água observa-se correlação
s¡gn¡ficativa (0,80), conforme pode ser visto na Figura l04.

90,0
þ' eo,o
g 70,0
oo,o
f;
Ê s0,0
€ 40,0
$ ao,o
.g
(r' 200
E 1o.o
o-
0,0
10,0 20,0 30,0
Recarga (mm/êventol

Figura 105: Gráfico de conelação entre a soma das precipitações ocorridas


durante um episódio de elevação do nível d'água e a recarga (eté 1l dias).
Tal fato reforça que eventos ep¡sódicos geram recargas em ambas as estações
mesmo quando esta náo é observada nas análises mensais_
Muito embora a recarga seja resultado da somatór¡â de todos mecanismos, até o
momento, não foi possível isolar como cada um deles controlam a recarga. No entanto, foi
constatiada a grande influência da chuva na variaçåo dos níveis potenciométricos do
aquífero (conforme mostÍam os resultados estatíst¡cos de correlação (0,80) entre os dois
fatores), o que permite ahavés da Equação da Figura 105 est¡mar a recarga para a ârea
util¡zando-se apenas os dados de pluviometria,

6.5.3. Balanço Hídrico

Os cálculos de recarga por este método foram realizados de acordo com a


Equação 2 e os resultados são apresentados na Tabela 13.

*o significado
de cåda lemo de tabela 13 é def¡nido no item 5.9

Nota-se que para alguns meses das estações chuvosas, apesar dos volumes
totais de precipitação serem muito elevados, estes nåo geram recarga devido aos altos
valores de evapotransp¡raçåo real. Durante os meses de estação seca o volume de
precipitações é sempre ¡nferior a evapotranspiração real, sendo esta totalmente
evapotranspirada. Além d¡sso parte do armazenamento de água do solo gerado na
estação chuvosa e evapotranspirado durante a estação seca.
Por este método, apenas os meses de dezembro (2OO2 e 2003) e janeiro (2003 e
2004) apresentaram recargas.

106
6.6 Modelo conceitual de rccarga
O modelo conceitual proposto para explicar o fenômeno de recarga do aquífero
pefas observaçöes realizadas no presente estudo é composto por várias etapas. Antes do
evento de precipitação a água do aquífero raso está ocupando os poros saturados
referindo-se à água de residência. Nesta regiâo durante os períodos de intensa
precipitação meteórica e alto potencial de recarga, a água percola pela zona não sâturada
por meio da matriz de poros do sedimento. Quando cessa os eventos de precipitação, os
níveis d'água aba¡xam rap¡damente, voltando ao estado in¡cial.
Devido as duas estações observadas com diferentes regimes de precipitação, o
comportamento do aquífero é dist¡nto em cada um destes períodos. Durante a estação
chuvosa os níveis respondem de acordo com o modelo conce¡tual geral explicado
anteriormente, ou seja, rápida subida dos níveis d'água devido a frente de molhamento da
matriz de poros do sedimento gerada pelos fortes eventos de precipitaçäo. Na estação
seca, nem sempre os nÍveis d'água respondem às precipitações pois mu¡tas delas são de
pequena intensidade e a água que percola através da zona nåo saturada náo é suficiente
para vencer a evapotranspiraSo e a capacidade de campo ating¡ndo assim o aquífero. As
frentes de molhamento através dâ matriz de poros nåo atingem o aquífero, a não ser em
eventos específicos de maior precipitaçäo que ocorrem nesta estação. Quando cessa o
evento de precipitação, os níveis d'água abaixam rapidamente devido à descarga natural
do aquífero.

6.7 Comparação dos métodos de est¡mativa de recarga


O método do balanço hídrico, apesar de fornecer valores mensais, deve ser
aplicado para períodos longos, de no mínimo um ano e para áreas maiores (milhares de
m2), normalmente bacias e micro-bacias (LERNER, 1990). Os períodos maiores de
observação devem ser utilizados principalmente por causa do balanço de um¡dade do
solo, Caso as precipítações sejam de pequena intensidade e distribuídas ao longo do ano,
dificilmente registraÉ recarga. Portanto apresentará melhores resultados quando aplicado
em climas úmidos com estaçöes chuvosas de alta ¡ntensidade de precipitações (DE
VRIES & SIMMERS, 20O2). Para área de estudo, quando comparado com os demais
métodos utilizados, registrou os maiores valores de rec€Íga (Tabela '14).

t07
Tabela l¡t: Recaruas mensais calculadas segundo os trés métodos, e precipitaçöes,
em mm/mês, para o período de dezembro 2002 a jsneiro de 2004.
.:i:tir VSlt0C¡odO....f .'::r:
flt.esÈó:r Þ!!14.çe:. .
l:: .E9flûr9BY3:': úe¿í¡itaì¡¡eét
.Hl¡lÉini.. llfiii;l :Ð;iaÀ;t ¡âllÁal¡;' ¡ì;;¡;¡À¡ìl
dezl02 9.8 2.O1 154 2
¡en/O3 139 I 54,0 6.24 243.9
fev/o3 0.0 31 .2 12 03 101 8
mâr/03 0.0 13.2 0 93.6
abr/O3 0_0 o14 28,8
mai/03 0,0 0.0 0 32
iun/03 0.0 00 o 14.2
iuU03 0.0 8.4 0 25.6
âoo/03 oo 7.8
sevo3 0.0 406
or¡l/O3 00 127 .1
nov/o3 0.0 4.4 o 81 ,5
dezlO2 34.6 31.2 0 175.1
ianlO4 109.0 684 0 213
Total 293.3 214.4 20.45 1353.2

Este método apresentou as maiores incertezas pois os dados de temperaturas


foram medidos em estaçöes meteorológicas fora da área de estudo, e interpoladas para
mesma. Tal fato, associado aos cálculos semi-empíricos utilizados neste método pode
gerar erros significativos na determinaçâo da evapotranspiraçåo real (SAMPER
CALVETE, 1998). O que difere este dos demais métodos utilizados é que não real¡za
medidas diretas do aquÍfero.
As estimativas darcynianas, conforme utilizada neste poeto, por me¡o do balanço
de massa de água do aquífero registrou os menores valoÍes de recarga. Durante os
meses da estação chuvosa 1(dezJl2, jan/03 e fev/03) regístrou eventos de recarga. De
acordo com a metodologia utilizada, foi calculado o balanço de massa diária para os dias
em que houve med¡da do nível d'água. No período da estaçâo chuvosa 1 foram medidos
os níveis d'água diariamente, o que possibilitou com as somatórias mensais do balanço
de água do aquÍfero registrar os eventos de recarga. Durante a estaÉo chuvosa 2 (de
ouU03 a janlO4) a maioria das med¡das dos níveis d'água foi realizada em períodos de 3 a
5 dias. Tal fato interferiu nos cálculos do balanço de massa de água já que para alguns
dias em que possa ter ocorrido acréscimo de água ao aquífero nåo foi registrado, o que
na somatória mensal resultou em não ocorrência de recarga. A estimativa darcyniana
conforme utilizada neste projeto, necessitaria de medidas diárias dos poços de
monitoramento durante todo o período de estudo.

108
O método de variação do nível potenciométrico apresentou-se como o ma¡s
sensível dos três analisados para registrar os eventos de recarga. Esta técnica permitiu
registrar recargas nas duas estações chuvosas e na esta$o seca. O método apresentou
resultados mais significativos dev¡do aos menores erros associados aos cálculos da
recarga e as boas respostas do aquífero raso frente aos eventos de precipitaçäo. HEALY
& COOK (2002) já haviam indicado o melhor desempenho deste método em áreas de
hidrogeologia similar ao PET.

7. CONCLUSÕES

A dinåmica de recarga em aquíferos livres e rasos apresenta grande influência nos


traçados de fluxo da água subterrånea. No entanto, a compreensão dos paråmetros
(condut¡vidade hidráulica, topografia, espessura da zona não saturada, etc) que controlam
este efeito é muito complexo pois estes podem estar contribu¡ndo igualmente e/ou em
tempos dist¡ntos d¡ficultando a observação das suas influências indiv¡dualmente. lsto pode
ser evidenciado nas relaSes da recarga com topografia, espessura da zona nåo
saturada, condutividade hidráulica e cobertura vegetal observadas por meio das matrizes
de correlaçáo. Não possível evidenciar com clareza a influência de depressões
centimétricas na variação dos níveis d'água e as diferenças centimétricas a métricås de
espessura de zona nåo saturada não refletiram as diferenças de fluxo que poder¡am
ocorrer nesta zona. A condutividade hidráulica foi o único parâmetro que apresentou uma
influência observável já que esta controla o fluxo do aquífero sendo este sensível as
variaçöes deste paråmetro.
O aquífero da área de estudo apresenta ráp¡das respostas frente aos eventos de
precipitação tornando-o bastante dinâmico quanto aos eventos de recarga. O
comportamento do aquífero é diferenciado dentro de c€da uma das estações observadas
(chuvosa e seca). Durante o período chuvoso, a correlação entre as cargas hidÍául¡cas e
as precipita@es, predominando o fluxo descendente. No período de seca, predomina o
fluxo ascendente entre as profundidades de 3 e 6m e não há correlaçåo das cargas
hidráulicas frente às precipitaçoes. Devido a esta dinåmica, o método de variaSo do nível
potenciométrico apresenta-se como uma boa técnica para estimativa de recarga para este
tipo de aquífero. No entanto, deve-se tomar cuidado com os períodos utilizados para
realizaçåo dos cálculos e também na extrapolaçáo dos resultados, pois os eventos
episódicos podem ser subestimados na avaliação mensal. O método de balanço hídrico,

t09
apesar de identificar os períodos de recarga, assim como o método de variação do nível
potenciométrico, apresentou os maiores valores de recarga.
O método de estimativa darcyniana apresentou os menores valores de recarga.
Este mostrou resultados significativos nos períodos em que houve um mon¡toramento
diário do aquífero, já que os resultados mensais foram realizados pela somatória do
balanço de massa de água do aquífero. Durante a segunda estaçåo chuvosa, devido a
medições mais espaçadas (a cada 3 dias) não registrou recarga do aquífero neste
período.
O método da variação do nível potenciométrico apresentou-se como o mais
sensível para registrar recarga. Tal método é o mais aconselhável para estimativa de
recarga em aquíferos rasos, quando há a possibilidade de implantação de uma boa rede
de monitoramento em loca¡s com níveis d'água representativo e também um programa de
monitoramento variando de semanal, para os períodos onde não ocorrem precipitações, a
diáfios após eventos de intensa precipitação em ambas as estações.

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ANEXO - 1:

MAnATopocRÁrtco Ë DE LocAltznçÁo ons ÁRvoRes e oos


POÇOS
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Cerca

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AR8 ARg

Figura A1-l: Levantamento topográfico da área.


ANEXO.2:

DADos ¡vrereoRolócrcos
Tabela A2-1: Dados med¡dos na área do PET
Fevereirô dê 2OO3
Dia
1 35
1.O
tìo
o.o
5 0,0
tt o.o
7 0,0
a o
c o
10 o
1t 0,0
12 oo
6.1
2Ê1
3.3
0,0
o.o
1A 3R1
3.4
20 0,7
21 19.6
0,0
o
24 0.
25 o.o
,Ã 0,0
0,0
:a o.o
Iolâl 101,8
medidos na área do PET.
Aoosto ale
D¡a o lmm)
1 0.0
0.0
0.0
4 0.1
5 0,1
6 0.0
7 6.2
I o.2
I 0.6
l0

0,0
0,0
0.3
0.6
19 0,0
20 0.1
21 o.0
22 0 I
23 fì tì
24 1.
25
26 o
27 o
2,2
0,1
0.0
0.3
)tal 17.
medidos na área do PET
Novembro de 2003
Dia PrecrD¡tâc

2 1

3
4 n:{
5 0.0
8.3
o,2
a 0,0
I o
10
11 o.(l
I 0.0
I 1.8
25.1
0.0
0,0
17 112
18
19
20 7
21
0.0
23 0.0
24 0.0
4,8
26 0,0
4
28 6,6
29 13
30 0,0
total g1
na area 00 Ph I
Tabela A2-2: Dados de prec¡pitação sobre os poços medjdos com

Tabela A2-3: precipitaçáo sobre os poços medidos com


P9d9s de
no dia 17/1212003
Tabela A2-4: Dados de precipitaçáo sobre os poços medidos com

Tabela A2-5: Dados de prec¡p¡taçáo sobre os poços medidos com


Tabela A2'6: Dados de precìpìtaçáo sobre os poços medidos com
individuais no dia 2311212oo3.

ïabela A2-7: Dados de precipitaçáo sobro os poços med¡dos com os


individua¡s no dia 09/01
Tabela A2-8: Dados de precipitaçåo sobre os poços medidos com os

Tabela A2-9: Dados de temperatura média mensat das três estaçÕes meteorológicas
ANEXO.3:

DADos DE cARcAs ¡loRÁuucns DE ToDAs AS cAMPANHAS PARA


os Poços runs rnÊs PFoFUNDIDADES
ANEXO .4:

DEscRrçoEs mncRoscóplcns, nruÁusEs GRANULoUÉrRlces e


PERFIS ceolÓclcos
Figura A4-l: Descrição da litologia observada nos pontos P1 , P2 e P3.

Poco 6
Profundidade (m) Desongþ Geolfu¡ce
o-o3 ) aronoso siltoso de colõracâo clara
0.3 - 2.40 lo a-rd¡iõso com mãtfiãóroânica, coloræåo preta
2.40 - lástificado)
-4 lreia fina a média com oouco silte e ar0ila
4, -560 r¡ãiãomssa¡om orânulos e seixos
5.0 -7.20 la conpacta
7.20 - 8.20 ffi
¡lllt-ðtlu ¡reia fina
860-960 ¡raia módia nonlpndo arnila

Figura A4-2: Descrição da litologia observada nos pontos P4, P5 e P6.


Poco 7
Protundilade (m) Descriçåo Geológica
It - tt lo com matória oroãica d€ coloræäo prela
tlõtl- 14 ñio aroiloso siltoso com mâtória ofoânica. cor orota
t¿t5-1 rrããE-ceconsolidadacoloracãoocre
t.90 - z.oJ r ¡iltosa consolidada marron escura
'to r¡eia mâda com Douco d6 mica
1 ttl - ¿ 30 mia nrossa com orånulos e eeixos
4.30 - 10 e de colorâcão ¡rcrn:zenlaoa
5.to - 5.55 Eäfa côm Douco do scixos
5.55 - r¡aia ñna a mócÍa com oouca íúca
630- ¡rei¡aEltæa com oouca aroila
6.40 - 7.30 ¡reia fina a média com oouco de silte
40 rr€iãEftæa¿e cotor¡cåo amarolada-acinzontada mais consol¡dada !e ÞeCo

Figura A4-3: Descrição da litologia observada nos pontos P7, PB e P9.

cinza com areia e sille

12

Figura 444: Descrição da litologia observada nos pontos P10, P11 eP12.
Poco 14
Profr¡ndid¡dc lml Dcecri¡åo Gcobqþa
n-n ;olo s¡lte arenoso lareia fina)
0. r0 - 2.05 ;olo ar(xþso com matêna oroänrca (þ c( 5Ir€
4- t fina com stlte colorecão efîefÍo]rlzet
3. -Á, 'eta nna a orossa com mator oorcenÈ¡oem oe arera orossa
4 95 ¡roia llna a s€¡xo com maior porcentagem de areia qrossa
4.95-60 la conpacta contendo aloumas porcões de areia

Poco 15
Profr¡ndid¡ds lm) flcscri¡åo Geolóqþ¡
-utt Ðlo com mu¡ta mâleria oroänica. mal selecionado com Douco de seixos. colcacão marron
1.45 rolo aro¡loso com matériâ oroånica de colorâcão ffetâ
1.45 - 2.15 ;olo aroiloso de coloracão preta plaslifcado
I th - rfeta frna com pouco de stlte
3 ¡reia fna a orossa com seixos e maior oorcentaoem de areia orossa
4 ¿h-Fi naterial arqilo siltoso. seco cor cinza escuro
tifl-fi rål stltoso arqtloso cor c¡ni¿a daro
67 -7 95 ¡rg¡a fina com oxoross¡vâs ouantidadss de silte e rnsnos de eroila cor amardada
/ 95-¿t4 ¡reia fina com silte

Figura A4{: Descriçåo da litologia observada nos pontos P13, P14 e P15.

Poco 17
Proltrndidade lml Descricåo Gcotósi<¡a
tt-1l)U Ð10 orqân¡co mal selecionado (aroila a seixo) de coloracão amanonzada. não consolidado
.30 Ðlo aroilogo com matéfra oroän¡ca de coloracão ofeta
l| -? Ll ¡reia fina com pouco de silte
4D -2 50 îatenal aroiloso siltoso com areia fna
rfl-:{f;fl ¡ nna com Douco de slt€
tU-4{lll ¡reta meoa a oross¿t com serxos
400-/5tì ¡rorla comoactia ctnza escura oradando Dara uma ro¡lâ gltosâ cinza clara
/ 5{t - }t ¿t) ¡reia fina siltosa
840-960 tfeta meoa com Da;fante âroilâ_ oouco silte e ârere nne

Figura 44.6: Descrição da litologia observada nos pontos P16, P17 e Pl8.
Poco 19
Protundidade lml fÞscriçäo Geolós¡ca
) arenoso srltoso de coloracão cl¿fe
0.50 - 1.55 J aro¡loso mal selec¡onadocom Íìatéria oroånica de coloracäo oreta
I 55-265 ¡olo argiloso plastificado
2.65 - 3.35 â fina com pouca arq¡la
reta nne e médre
a ttl ¡rera orossa com oränulos sêixos
5lt5-t ) la coñDectâ dê colorecão ezulâde com oôuco s¡lte

Poco 21
Profundidade Descriçåo Geológica
tolo mal selecionado (roila a seixogl com matéria oroânica. coloracão manon
u.3c - u.95 ¡olo arotloso com metène oroåilca c( ) Pretra
12(l-135 ìa com oouco de sille
15 ls¡ltoso aroiloso com oråos de areia média
¡ fina com arotla
o I ofose com trætfflê Õrånltlô e sirG c lrm nouco rle arrila e s
(|-ti / illle âforloso comoeclo com oouco de mrce
roila giltosâ com Douca areia llna
t?-ta la coÍpacta com pouco cle srne
¡ nna

Figura A4-7: Descrição da litologia observada nos pontos P19, P20 eP21.

subordinadas de aroila. silte e areia fna

Poco 23
Proftndldado fm) De¡crlqäo Geoló¡lca
0-0.4 nlo arenoso s¡ltoso de colorecão clâre
0.1 - 1.50 iolo aroiloso mel s€l€cionado com matária orqån¡ca de coloracão Dr6te
1,50 - 2.5 ¡roila Dláslica com matória oroånica de coloracåo oreta
-:t I rreia fine com aroila
3.7 -4.4 ¡reia nna a se¡xo (maior porcenlaoem de ere¡e qr06sa)
¡1.8 - 5 ilo¡la corDacla
15 - 6.0 ¡roila siltoso comoacta

Figura A4{: Descrição da litologia observada nos pontos P22, P23 e P24.
ñna com aroila com oouco de are¡a média na

com oouco de s¡lte na base

com areia fina mal selecionado

a seixo (ma¡ff Dorceîtaoem de areie oro€sa e

Figura A4-9: Descrição da litologia observada nos pontos P25, P26 e P27.

Poco 28
Profi.rndil¡de lmì Dascricåo Gaolóoic¡
I :.t5 iolo com areia fina com matéria oroån¡ca mal selecaonar
0.35 - 0 95 iolo aroiloso com matéria oroån¡ca de coloracão Dreta
iolo eroiloso mal selecionado forânulosì
rreia fina com aroila de coloracåo marron
I drossâ â sê¡xo fdedomtnâ ârete drossã
49- ¡rq¡la com Dorco s¡lte do coloracão cinza

Poco 29
Protundidado lm) Descriçåo Geológica
U-ft:{5 ;olo arenoso lare¡a fina). mal selec¡onado (arqila a qrãnulo)
0.35 - 1.4 ;olo aroiloso mal selecionado (ar€la oross¿
1.4 -2.5 ¡olo aroiloso olastificado de coloracão oreta
I fine com erc äo marÏon
lrâ¡â ('rôssâ â s6iroß
5.2 - 5.55 ¡roila comoacta de coloracão qnza

Poco 30
Protundidade lml Doscricåo Goolóolce
o-o45 ) arenoso (areia f¡na) mal s( I A afeta oross¿
0.45 - 1.35 ìolo aro¡loso mal selecaonado lor com matária oroânica de coloracåo oreta
1.35 - 2.4 ;olo aroiloso olastificado com matér¡a oroånica de coloração pr€
l frne com Íotle e sllte de c¡lor¿rcão mafTon escuro
2 rreia média e (rosse lmaior oorcentaoem de areia média)
ìrera oross¿r lDredomtnanteì com areta fina a mê(¡a
4tl- ¿5 rrera orossa com oranutos e serxos
h75-5tt5 Talerial aro¡lo siltoso

Figura A4-10: Descrição da litologia observada nos pontos P28,P29 e P30.


P01 P06 Pl1 P16 P21 P26

ESCALA
1:1fl)

Areia f¡na a seixoa (maþr porcenlagem de areia glossa e grårulos)


Solo arenoso argiloso de coloraçåo clara. apresenta granodecrescérrcia da base para o lopo.

Argila sillosa podendo conter þntes centimétriceB de areia fina


Solo arg¡loso €iltoso com firltêria orgårica coloraçåo preta. a grossa, possui coloração cinza a azulada.

Arera f¡na a grosss podendo conler sille e argila em grandes por-


Argila siltosa podendo conter areia lina coloraçåo marrom. cen(agem (atè 50 [).

Areb firìe a média conlendo silte e argih de coloraçåo marrom Arg¡la conpacta da coloraçåo azulada.

Figura A4-11: Seçäo vertical segundo o segmento A - A'da figura 16 (do texto).
P03 P08 P18 P23 P28

ESCALA
l:100

[-l er"¡" t¡* a seixos (nraior porcenlagem de areb grossa e grânulos)


aøesenla granodectescência da base para o lopo.
Solo arenoso arylo.eo de colofaçåo clara. | |

Arglla sillosa podendo conter lenles centhnêtricas de arele fina


Solo argiloso s¡llco com maléria orgånica coloraçäo preta a grossa, possui coloragåo c¡nza a azuþda.

Areh l¡na a grossa podendo conler sille e argila em grandes por-


Argla sitosa podendo conter areia lina cobraçäo manom. c€ntagens (alé 50%).

Areb lìna a médb conlendo sille e argih de colorafo marrom AÍgila compacta de colomçåo azulada.

Figura A4-12: Seção vertical segundo o segmento B - B'da figura 16 (do texto).
ESCALA
1:100

Areia fina a serxos (rnior porcentagpm de areia græsa e grânulos)


Solo arenoso argiloso de coloração cbra. apresenta gramdecæscència da base para o topo.

fugila sittosa podendo ænter þnles centmétricas de areia fina


Solo argrloso siltoso com nntÉria orgårica coloraçåo prela. a grossa, possui coløaçåo cinza a azuhda.

Areia fina a grossa podendo conter silte e argila em grandes por-


Açila siltosa podendo conter areia fina cobraçåo marrom. centaçns (até 50%)

Areia fina a média contendo site e argrb de coloraçåo marrom Argila compacta de coloração azubda

Figura A4-13: Seção vertical segundo o segmento C - C'da figura 16 (do texto).
P01 P02 P03 P04 P05

ESCALA
l:loo

fiìs a seixos (maior poroenlagem de are¡a qrossú e grãnulo6)


Are¡a
Solo arenm ergilm de æbm@o clam. apmsonla gmnodocfesoència da baÊô pare o topo.

Arglþ sillosã podendo conler lonles ænlimótricas do aroia fiæ


Soþ argiloso E¡lloso com rmlórb orgânica cdoração prola e grñ, posü¡ cok raçåo cinza a azubda.

conler silto o arsikr em smndes por-


Argla sllos pûlendo criler aæia lina col,omção mnom
| î*[J*""dæn idcndo

o,"n flna a mêd&¡ contondo E¡lto o arg[a do oÕtoração


lroirr mrrom.
d€ øbreção aurada
I I "omp€cte

Figura A4-142 Seção vert¡cal segundo o segmento D - D' da figura 16 (do texto).
ESCALA
l:1æ

Aleia fha a seixos (rnaior porcentagÊm de areia grossa e glänulos)


Solo arenoso argloso de coloraçåo clara, aprcscnta granodccresaência da base para o topo.

Argla sillosa podendo conter lentes centimilricas de areia fna


Solo arglloco slltoso com rratérle orgânlca coloraçåo pretâ. a grossa, possui coloraçåo cirua a azubda.

Areh fina a grossa @endo corler slte e argila em grandes por-


Argila Eiltoså podondo contor eroia fne coloração marrom. cenlagerF (ate 5096).

or," o* a mód¡a contendo sltc c argila dc coloração marrom. ornr" de cororaçåo azubda
I I "ompacra

Figura A4-15: Seção vertical segundo o segmento E - E'da figura 16 (do texto).
Pat Þ2t P28

Ârub ftr r ro!¡o (mlor polanrgan dt ¡dt grou c Stn¡00)


Solo rßrEo s{¡úo do cohn@ cùn. ags¡nt¡ giaubcnaoênoh dr bcæ pore o@.

A¡gl¡ ¡lo¡ pod¡nb corùr hil¡¡ ocnümffia¡ d. .lrb fm


3oþ a¡glco rtpro oom mlålaorgÊdca ælca$o pælr. r ltors, po¡ûr¡cdocÉo drE r såû.
fu a gmlr podfido oonbr db
Âreh e rryla cm çanùt por-
Arlll ¡nG. pd¡ndo conlr æh llm ooþnçb mrun. ocahgrtr(úSt}

O"r* ÊÍtaÕ conþnû rlþotrylbdtaoh!ûb mriant. *rrnp¡cb rþcotolaçtoær¡bdr.


! I
Figu¡a Aá-10: Seçåo ìrertical segundo o segmento F -F'da figuna 16 (do te¡do).
P0l P07 P13 Pt9 P26

ESCALA
1:lü)

n nrei" fnaa seixos (nnior porcÊntagem de areia grossa e grånulos)


anresenla granodecrescência da base para otopo.
Solo ar6no6o argloso d€ coloraçåo clara. I I
ÆgIa 6iilo6a podendo conter þnte6 centimêtricas de areb fina
Solo argiloso silto€o com matÉria orgânica coloraçäo preta a gro6sa, possui coloraçåo cirua a azubda.

fueb fina a grosså podendo corler slte e arg¡la em grandes por-


Argila siltosa @endo cor¡ter areia fìna coloração nnnom. cenlagprs (até 5096).

o,"* nna a média contendo $lte e argth de cotoraçåo marrom. o,nn..ompacta de cororaçäo azurada.
I I
Figura A4-172 Seção vert¡cal segundo o segmento G - G' da figura 16 (do texto).
ESCALA
11100

Areia lna a seixos (rnior porcentaçm de ateia grossa e grânulos)


Solo areno6o argioso de coloragào chra. apresênta granodecrescência da bas€ para o topo

Argia sillosa podendo conter þntes centimètricas de arera fina


Solo argiloso siltoso com rrtéria orgånica coloraçäo preta. a gfossa, possui colonçäo cinza a azuhda.

Areh lina a grossa poderdo coder slte e arg¡la em grandes por


Argila siltosa podendo conter areia fna coloração nnnom. cenlagens (até 50%).

o*n tlna a média contendo slte e argih de coloraçäo rnarrom. orn*.ompacra de cotoraçäo azubda
I I
Figura A4-18: Seção vertical segundo o segmento H - H'da figura 16 (do texto).
ANEXO. S:

ARTIGO SUBMETIDO A REVISTA ABRH EM ABRIL DE 2OO4


MECANISMOS DE CONTROLE DA hi{-táulicas. -z\ quantificação da infiltraçâo foi tarnbém
RECARGA EM AQÜÍFEROS reâùzâdâ âtravós de seis in6ltrômctro,. Nnto,r_r"
q.,"
SEDIMENTARES LIVRES. ESTUDO NA durânte a estação chuvosâ (dezemlrro â m¿rço) 'as
BACIA HIDROGR{,FICA DO ALTO TIETÊ, prccipitaçùcs dc um dja antes d¿s mcclidas dc níveis
djáp.u¿
sÃo pAULo (BRASTL) sào âs quc mais inOuem na carga hiciráulica,
grupos específicos de poços âpresentârem^p..or"d" relâções
disti¡tas com a precipitaçâo e iarga hidráulica pot
Marcos Mondiu, Rícardo Hirata, Alexandrø V,
influência das áfforcs (i1ìterceptâçâo . ãr^porrarr.prt"çåj
Suhogusoff e- Luíz C. R. M. Ferrari
 recarga potencial é de cerca de 4ó% d;s precÞitâ;o;
Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental _
que ocorrem na área c 60yo desta recarga poteircial se
Ittstituto d.e Geociê cías, Ihiversíd.atle de São pq.ulo. colrstitui na rccârga re¿l ou efetjva.
Rua do Logo, 562 NCiclade Uniters¡tória CEp 0550;g_
900 Sao paulo (Sp), Brasil. E-mails;
ntrzeka(ã)bol,com.br, rhirats(õuso.br,
,
!3 * +:9!rrt!r!illptr t *õãi. o, n. b r INTRODUçÃO

" "läFAX
Ter: (5511) 3091_480413091_48b. "
611Ð .ng|_
4207.
O inlenso bombcamento de mais de 9 mil poços
n¡bularcs n¡ Bacia do Alto Tiel¿ (Slr). qu",.,t^lr"-
rrr^i*
dr'8 mt¡s dc água cxrraida.lo. aquífcàs quc ¿ cornlìòc
Abstracr. Thc qrranrification of groundwarcr rccharge (HÍ^r1. et a/., 2002), tern provocaclo a ,eå,rção de ^.su^
rs a
kc! clcrncrl to dclcrrnine rbe susr¡irralrlc cxplor..rtioìt capacidacle ptodutiva, com sétios tnpactos
sociais e
an.l
to understâûd dre conceptuâl moclel of the g¡oundwâter econômicos- Â quardficâção dâ recârgâ de um aquífero
éo
circulation.Ir was observed tl-r"t tte rapia "t"charge
in
parámctro. fundarnental
lrara dcrerrniira, a sua cnploraçâo
shaùow and unconûnctl aguif,,t.' causc. i_p;;^;; sustentável, assim como conceber meios de previnçeå
e
variarions in rhc ,rdvccriv,. flux arrcl thc disp"rsrvc rcmcdi¿çàñ Llc irnprclos c.rus,rdos pur tonlanrirrantc".
rììovcrncnrç ol' â co,rlâmtnanl plumc. ,\
shallow (unsaruratcd zonc (ì m of ihicknc,s;Iroltiorr of rhc A avaliação dos mecanismos conf¡oladores tlc rec¡¡r,a
and
urrconfited aqrufer (water level em aqüífcros livres e rasos (<3 m de zona tão saturada),
3rn), in São paulo
Scdimentary Basin, ìocalizccl ir = thc p. São paulo murro comum cm plallícies âluviorìâres, é particularmeûtc
munìcipali¡. was sel¡cred fol rhis srudy. 67 wcll., ünPortâ1Ìte quâûdo se constata que várias cidades
3 rn brasileiras forarn consln_rídas sobrc esses reselvâtóûos
decp, wcrc installed jn ¡he arca. wi¡h uppro*,^^,"ty:SOO
m". 1n order to r[vcstfgalc the influcncc of i¡1fi]t¡atio:r subtcrrâ eos. .l\ rápida dinâmica de ìnEltração nestes
ovc¡ â.qiúfcros provoca urÌì¿ recargâ quc, qu.rnclo analisada
hydrauhc head. The quanti6cation of the infilration em
was det¿lhc, é complcr:r c dc balra pr"r,rsibilidâdc rcmpor¿i
also analysed through six lisimetets. It w^s concLrded c
that, cspâcial.
during the humid scason (Decembet to U^rch;, rtr" rccarg¿ ncstes trpos de tcrrcno alte¡a tanrbim o
precipitatrons movimento ^ advectivo de plumâs contâmi[â¡rtes
of one clay befo¡e the rvâtel level devi<]o ao
ûeâsutcments âre the ooes thât lnost influence ûovo pâdrão que se estabelece nos tubos de flu-xo
the fy'atnier
hydraulic head although in specific wells lhcse c Ililar¡,20(12), dificulando â i,lrrrprct¿çâo de programas
paråmcters
Denave otherwtse Jue to tre¡:s (interccprion dc ¡¡onrtorâmcnto da quaLdadc das âguas subtcrränÃs.
aùd
cvæotranpirâtjor) locatcd in the arca. Th! potential Uma porçào de urrr aqilfcru ìivrc e raso, na Bacia
rechatge cortesponds to 4óok of tt-r" pr".ipit^tìor, ^ -
_ Sedinrcnrar dc S¿o lraulo, localizada no p;rguc [cologrco
about 60% of úis porcnfìal l¡ccomes in efø.tli,"
,".t ^rJ do'1ietê (?ET), Município dc São paulo, fåi sclecion"ada
"rg". pâla o eshrdo da contaminâçâo getada pot umâ fossâ
Àesu¡¿o. À quanrificaçåo da re.arga dc unt aqüífero scptlcâ eÍsterìte na área. Vârrier & llirata (2002)
é um
clcrnento châ\c para dcfurìr a sua exp)olaçâo ousrcntâvel coflstâtâfaml
c
Pa¡a melhor compteendet o ,rrãd"lo conceituâl de
circuìaçâo das águas subterrâneas. -l'ern-se -
,r"rllr."do q.,"
rápida recarga cm aqüferos livres e tasos (nivel
9i"id:, alterações tcmporal e espacial nâs cargâs
hidráulicas dos poços dc momtorarnento. t\lém àas
a,ag.,; < 3^
tr) causa mudanças importârtcs no fluxo advectivã
c nos vâriações sâzonâ1s ûos riveis da superficie fteltnca,

moialmcnros dc dispcrsâo dc plrrmas cont¿minatrfc,. esperadas devido à alternâncìa de petíodos áe
Uln¿
porçao dc um aqüifcro livrc e raso, na Bacia estiagem (abril a outuljto) e de chuvâs
Scdrmcnrar dc 1.teze-l>ro a
parquc Ec6l[g1ç6 do Tictè.
.Pâ']lo. localizada no
matço), obseryaiarn-se variaçôes cm intervalos de
:1o
,\lunr(rpro dc Sáo Paulo, fi¡r sclccion¿da para csrc csrudo. ternpo de aptoxirnâdâmcntc umâ selnânâ. Deûtro
Nessa área, de aproxirnadamente 25ì0 dcsl¿_ v¿¡iabiìidade tcmpor.a¡ clas (¿rBâs. nora
- m2, forarn sc
instalados 67 poços com 3 m a" pr"zu"aiara" tarnbém um padrão complexo da distlbuìção espacial
ol¡servar a fur^
iofluência da infiltração ,obr" o. das tnesrnas.
"^igu*
I.umpolt¿rnento crrático dos polucntcs
cm funçáo do 2002), Esse âquífero âptesenrâ balxo gradiente hirl¡áulico
,cmpo. /\lg1rûq poços âprcsetìtârâm grandc
dimrrruiçào rnlulo cornurn ¿ zonas dc pìânjctcs.
e posteflofmeqte ûovo nas coûceûtfâcões de
ûilrato c dc clorcto rrum^umento
curto pedodo dc tcrnpo (um
rnðs). Uma cxplicação para o faio s.ria a possiú idade
MATERI.AIS E METODOS
Ltc fccafgas tntcnsâs nos mcseo dc chuva modifica¡cm
o traçado dos tul¡os de flt¡_xo de água subterrârrca. Coleta de dados

Esse compottamcoto extrcmâmeûte dioâmico da Realizatam se 30 carnpanhas, no período d,e 'I9gg


drsttibLúção das cargas hidráulicas observadas evidencia 2001, obtendo-se um torâl de 817 medidas cle oível rl,água^
quc programa de moûitorâmento tesse tipo de que forâm tornadâs através de urn medtdor elétrìco. i)s
-qualquet
aqiífeto deve ser precedido pot uma formulação ba.stantc dados meteorológrcos utilizados fotarn obtidos junto ao
dctalhada cle seu ¡nodeìo conccitt¡¿l de circulaião de água lnsriru¡o A"rronúmico
subterrânea. Patticularmente, o modo comá ocotrc- a
c Gcofisico da USp (lAC.¡ na
eslaçào mercorológir:a 3, lotalizada na iigua lìunda,
recatgâ ûa área dcve ser bem ¿vâliado. I)essa forma, próxima à áte¿ dc estudo. Iroram iclentificadai 1g árvores
âtlavés desse trabalho, procurou-se estabelece¡ como as
:?T_ q"tt.
pàra inrerferir nas precipitaçõcs e nâs cargâs
vanabdidades da recarga e da condutividade lu<ìráuhca hidráulicas, através da hterceptâçâo das chuvas e "da
r,elacionam-sc ,ro flì.rxo de água subtcrrânea uo plì,Ì,, absorção da água infiltrada pelas taízes. para cada uma
c<¡ocebendo assirn um rnodelo conceiîual rr.ra.rqp,rrolrdo dcssas árvorcs, foi medido o diâmetro aproxìmado da
cssâs vâtiâções. copa
e âtribuído um vâlor nuñérico de aco¡ào com o tarnarilìo
da árvo¡e_ e de sua copa. Mediram-se, para câd¿ poço, o
.ÁREADE ESTUDO núrne¡o de áryores num r¿io de 3,5 À qu" po*"rrt rru
exerccrialn ìnfluê¡cia e a clistâlcia d...e poço ité. a âwote
de potre mais próxima.
O estudo foi Íealizado nas dependências clo CentÌo
de l-azcr Engeuheiro Goulart parqìre Ecológico do Tietê
- Ttatamento dos dados
que sc srhrâ ûâ zonâ leste clo À,Iunicípio.le São p^ulo.
Ä
área é dc aproxirnadamente 2500 m2, onde se encoltrâm
instalados 67 poços de morìitorâmento com cercâ dc
3m O tral,¡mcnto dos dados tcvc por objcrivo cslu<l¡r.as
cle profundidade figr¡ra 1). e,rrrclaç<)cs cntrc ¡s <ondurivid¿dcs Jrr.l¡,iulicas Llo lqiiífcro
e âs câigâs hrdráuhcas mcdidas cr¡ cada poço. Foi tcsrada
tâmbém â existêucia de relâções cntre as iatgas hidráulicas
e as prccrpirações ocotidâs nâ área, em diai próximos ao
da medição dessas cargas. Ålérn dessas variiveis, fo¡am
calculados f¿tores de contraste de cota e de condutivi<lacle
hid¡áulica, a fim de enteûder como variações bem
localiz¿das dcs-ses fatorcs poderiarn iotctferir r,*. a"rgoa
hidráulicas medidas.

l)elemitação dotfatoru .le co frarle

* coço oa nrou'rom*a"rol
laNou€sÉpÍco Lucialmente, p¿ra câdâ um dos poços de monitora-
rnenro da ârcâ, procuror¡-se clcrc¡mina¡ os poços corn
.16 i vizinhos mais próximos de âcoÍdo com a metodologlâ
.l
abai-xo:
Figura 7: Localização dos poços nâ árca dc estudo.
- Foram selecionâdos 3 raios de rnfluência, corn 2,5 m;
A áLrca ê. constituída de sedirnentos quater[ários j,0 m e 3,5 m; divididos em 3 sero¡es de 1200;
¿luviona¡es associ¿dos ao rio 'lictô, com urna cspessura
de
20rn indicados por sondagets SpT. Esses sedimentos são - Pa¡a cada um dos taios e pata cada poço, defeÍtrxnou_
cornpostos por lcntes de arg a c siltc intcrcâlâdos com se o ¡úme¡o de poços uzinhos, coosiderando palâ o
camâdâs de âfei^
11¡^ a r¡édia não corsolidâdâ. Estas cálculo dos fâfores de contrÂsfe âpenâs os poços cor¡
câmadas de areiâ apâtcceûì a partrr <ios 2 rn, constjtuinclo âo me¡ros urn vizirho em câd¿ setor.
¿sstm uûr aquífero livrc e r¿so de porosidade primáda,
Pata cada poço com vizinhos suficientes, seguntlo o
heretogêneo corn condutiradade hidrarilica vadando de critério acima, foram c¿lculados os fatores clc ántrastc
1x10? até 7x10.5 m/s (Varoier, 2001 e Varnie¡ & Flirata,
topogránco) liç, e dois contrâstes de condutividade carnpo. Os dados obhdos foram cortelacionados com âs
hrdr'âuüca. l;¡ c F¡2. scgundo ¿s cquâçòcs:
precþitações oco¡r.idas ¿té cinco dias antes das câûpâohâs.

Infülrômenos

_.
O eqùipamento cmpregado para a qualtificação de
- K_K* Q)
infiltracào foi o inFdtrómetro. quc consisrc cm um rubo de
^ K* PVC de Lliâmct¡o inrclno dc cc¡ca de 102 rnm c 4 mm dc
esPessurâ, com compdmcrto de 300 mm, dcntro do
qual
fica inse¡ida amostra dc soÌo indefornada do pE.I'. Em
iua
K.- K2. exhcmìdâde inferìor, situa-se umâ talnpa afr.urilada (cap)
-''" (3),
recepforâ dâ água que atravessa o perfil de.olo c o fà"iá
K2*
anrost¡¿do¡, corrccl¿do ao IVC
nas quais
¡ror urrra rnanguctra dc,
bor¡¿cha. cm tÌirccào a^ qual dc"rina sc a âgua inidrra,la.
{
âmostr¿ é âindâ susteùiadâ por lrês hastes metálicâs
Lc, @igura 2).
C* = i:L (4),

ir, (.Ð

K2*=e nv
(6),
<llde, Ct é a cota módia dos poços vizinhos. K*e
K2* são
as con<ludvrd¿des hidraulic¿s rneclias dos poços Figura 2; I'1ÍìItuômetuo,
vtzinlÌus,
scndo C, c Id, respectivâmcnte, os valores da cota
c da
conclutirndade hidráulica de cada poço qzinho
e rìv, o O infilt¡ômet¡o é posicionado cle¡tro dc urn l\¡C
núrnero de vizinhos em questão. m^tof que se cncontrâ c¡avado no solo. com diâmetro
inle¡no dc I20 mm e comprimcnro em rorno dc 500 mm.
Dessa forma, os valorcs de R;, Fr< e Fxz de cad¿ A finalidade dcssc p(occdjmcnto consiotc cm resguardar o
poço forneccrn uma rnedida do conttaste entrc suâ cota e instrìrmeûto de forma a se poder letrrálo pur^ ,ã f"r"r r.
sua corrdutir.idade hidráulica e a cot^ e conduhvidade tredrções dcsejadas, O PVC rnaior, ou cxterr.ìo, é colocado
hid¡áuhca módias de seus vìzinhos, para ^ cada raio cle na cavidadc ao nível da regrão gramada e o iûfiltrôrnctlo é
influôncia, Poltârto, os fâtorcs dc coûtrâste dos poços suspenso uns poucos mìlímetros por brita a Frm de que sc
lnost¡aln o quaùto o poço se assemelh¿ ou difere dos co)oque cm tolno dos dois trbos um anel de plásticá para
seus
vizrnhos nesses pâÍânìctlos analisados. Affavés desscs
cvitâr a eûtradâ de água na f¡esta criada. lìoi utilizado um
fa¡ores.lc cojÌtrâstcs è possívcJ obst.rwar sc cslas difercnca,, conjunto dc seis inûIt¡ôrnetros contendo sedrmcntos da
ou semelhanças influelciam nas catgas hicltáulicas. área de estudo.

.1\s rnedrções, realizadas dia¡jamente dùrante quât¡o


An¿ili¡e ufaí¡tiø meses, cotrespondiam à quantificação dc água drenada ao
Ìongo dos 30 cm cle solo e à pesagern dos itûltrômetros,
-4. partir dos daclos coletados em câûìpo,
sem os trâscos, pala o acornpanharnento da vadação de
l]rocurolr sc ârn¿zcrÌamcnto de agua nos poros das
estal¡elecer correlaçõcs estâiísticâs e[tre cot^, cargâ amoslras.
hidráuLca, condutividade hidráulica e fatorcs de contrastî, l)Locurou sc corrclacioûat, r¡etlla¡ c coml¡tnacòcs csl¡rrs-
olrscrv¡ndo sc a influó:reia .la vcgcta,,ào. r\ carga )ridraulica r'ic¡s. os dados ol¡ridos dc rnfiltraçào e uar^çâo d" -,rsra
rncdia foi com dados meteotológ,icos de precipitaçào com o objetivo
calculada para c¿da umr das caáanhas ,_ìc
de construir um rnoclelo de esdmadva clc recarga.
RESULTADOS Calculou-se a irrfiltraçâo módia dos mfiltrômetros do
Parque (IM-LP) pât^ c^(f^ dia dc medição, resrânclo-se â
cottelação ertre estâs médìas e as precipitações pR012
Infilt¡ômetros -a
(parâ_â cstâção chuvosa) e pR2345
þata estação seca).
CcrtiFrcada a cortelaçâo e1.ìt¡e esses parâmetros mecliante
o
Cone/a1:ão ntn iøfkração de tada inf//rôuctro e pecþitação progrâmâ Sfâtistica, ajustaram se, pelo prograna Grapher,
cÌìrvâs dos dados PI{012 ¿¿r¡z¡ 1Ntr_p e 1rIUi45 uø¡,t¡ li/fi,p.
Àrrâvés clo ptograrna Statistica (Statsofr, lnc. 1993), Basea[do-se nesses ajustes, concluiu-se que existem duâs
procurou sc cortelacionar a ilfilttaçâo de cada inhltrômetrã leis.empírìcas qùe relâciorâ1n precipitaçåes e infrltraçõcs
cm cada médias, de acot<lo com as equações abaixo:
_di¿
de rnedida e as preciprtaçòes oco¡ndas no
lnesmo dia @R0), no dia auteiiot (pR1) e assim - Estação seca
sucessivâmentc até cioco dias antes da rnedição (pR2, pR3,
P1(4, PR5) c.rambém âs precipirâções ;"t"gi"aoi
por exemplo), correspondcndo à inflr¡êncra da e{Otz:Ì,
rMLP(rnL) =l,fgPR2345(mm) - 0,93 A)
ìo-a dá
detenninadas ptccipirações frentc às infìlttações. Èstação chuvosa

Ao longo do pc odo dc ro,lo o cxpclmcnlo. /pelâs


pr:ecipitaçôes PRO, PRl e PR2 cxerciaÀ i,rfluêocia
lobre e*
¿s IMLPQnL) = 4,78pR01.2(nm) - 20,76 (s)
ilfrJtrações medid¿s, em todos os infiltrôrnetros. scln
disrinçào. As prccrpiraçòes pR3, pR4 c pR5, Conela¡ão ettre teÍcnção c
|ftci?ilaûo
âpâfenternelÌte. Âão rn¡erfenam na in6ltração.'fodavra,
quârìdo se i¡teg1a â precipitâçâo de vá¡ios dias, perc.be_""
B¿seando-se na dìferença de ma¡sas máxim¿ e mírimâ
que a soû1â das precrpitações de até cinco dìai a¡tes da de câdâ jnfilttômetÌo, o que confere a variaçâo
mcdição (PR12, PR.123, PR1234 e pR12345) são corrclâ cle
ârmâzcfla1ncûto, foi possívcl âvcrigùâr qur: há um pa<lrâo
cionadt. às inñJtraçöcs. Lrn tcrnlos ¡cai., isso siFrifrca quc
1>ata. cada cstâção, qualÌdo se corfelâciolâr¡ rctençâo e
a chuva dclonga-se ,rté três dias p"ta s" tr"ûsiotm^t crn precipitação, clifelndo daqueÌe obse¡vado para a infiltraçâo
infilttação efrcaz nos infiltrômetrosão parque ì1cológico fios
Tietô, identificados pela abreviação Lp.
do
_scgurtes ¿spcctos: nl estàção chuvosâ, apenâs ¿s
precipitações de um dia ante¡ior e do rnesmo dia inìuem na
r-elerlção, e, rÌâ est¿ção secâ, somente a precipitação de 2
. lìr¡borâ €ssâs observações lenham si<ìo efetuâdas pârâ
lodo o período de vigôncia clo esrudo é aincla váliclo o ?äro dias antes rcprcsentarn papel importante. Âs precipitaçõcs
de_-que a preciprtação demora cercâ de três clias câractefisticas podem ser considetadas qu. pur^
infdtrar, o padrão de inFrltração não cotresponde ao
para
-mesmosc
o câso dê infiltração, sendo que "a -"r-",
correlações entie eìsas
rìâs estaçõcs seca e úmida, o que confele a esse mecarÌismo ptecipitâções, para cada estaçâo, e variações de massâ dos
um aspecto de sazonalidadc, in6ltrômet¡os, corrobotâm â extstênciâ tle dois padrões.
Dessa forma, esperâ-se que a evapotranspiraçÂo c o
Na estação ú¡ida, os l.csultados são semelhârtes aos escoâmento superhcial se compoÍtem sernelhântcmelìte ao
da avaliação pârâ todo o ano, dcvido â unra menor que foi visto Iras respostâs qu¿nto à irfiltraçâo e à retcnção.
disponibilidade de água no solo nâ estação secâ. Nestâ
estâçâo, âs precipirações pl{0 e pR1 dejxarn de ser
e a inhltraçâo pâtece ser dominada por pR2 e Relação entte 06 mecanismos controladores da
11:.P-"rr:"r-". recâ¡ga
PR-5.,O fato.de PRO e pR1 perderer¡ â irnpoitância
na
estação secâ é um resultado csp.ra.lo porque ìomo
chove
meûos nessâ época, as precipitações qtre ocotteûr próximas
Na área de estudo Ðo pET, parece h¿ver uma clara
ao clia da medição podem nâo se tomar inÊìtraçâo uura rcl¿çàu cntrc a ptecipitacio, a lofografi¡ c a condutivirlaJc
vez
que mais dìEcilmentc se alcânça â câpacidade de campo. ludráulica do aqLufcro corr a carga hirlrátrlica mcdida nos
As
fr(crpltâçoes mârs rcpresentâlivâ dc cada csraçiio ftrranr 1>oços de rnorìi¡oramento. Obserou-se talnbéln â
PIl0l2, para a úrnida, e pR2345, para a scca, influência d¿s á¡vo¡es restas relações. Foram calculaclos os
Rclacion¿ndo-se a in6lttação de cada inhltrôrnctro coehclentes de correlação pata diversas cornbinações desses
com
as pfecrpltações câ!âcterísticas de cada estaçâo (lìigutas parâmetros e considerâdos como sigd6ca¡rtes aq.,cles
3e "m
que sc poderia rejcitar a lúpótese de correlaçâo riulâ efltre
4)_.foì possivel oìrse¡s¡¡ nu" h^ p"lá ,ncn"o* ,l.rrs
rnllltr¡rmct¡os pare cada csraçao qtre d..rt.,rrr, do conjunto, os parâmettos com 57o dc probaltilidade de erro (Grcen c
o quc não irnpede cìe vincr¡ìa¡ o coû1portâmcûto de todos Margcrison, 1978).
os LP basicarnentc ern dois padrðes, urn para cada
uma das
estâções.
Ptdpilação uturl rarga hìdni in fenômeno de tecarga na área clc estudo, pois é t:az,oltvel
pensâr qùc em ur¡a á¡ea hcterogênea de ocupação (árvores
I)urantc ¿ estâçâo secâ pâfece tìão havet tclação entre e gramado) e de câractcrístjcâs hidráuhcøs clo aquífero e rlo
precipitação de até 5 di¿s ânres (<pR5) das medidas de solo, câdâ poço posslla uma telação distinta corn a
catga ludráuhca dos poços de morxto!âmcnto e os valotcs precþitação,
médios de carga hidráulica (I'abela 1).

Tabcla 2: Corrclação cnrre a carga média e as precipitaçõcs


de até cinco diâs antcs da mcdida para a cstação chuvosa
Tâbc¡a l: Correlação cnare a c¿rga média c as precipiraçõcs (PRO até PRs, ondc 0 é a precipitação do diâ da mcdida de
dc âtó cinco diâs ântes da mcdiJa (pR0 äré pRi, onã" d é carga hidráulica). Apcnas o coeficicnte cm negrito rcprc-
prccipitação do dia da mcdida dc carga h¡dráuticâ) pâra a^ senta uma correlação com significância cstâtistica de Sy'
eetação seca (Número dc dados = 650). (Númcro dc dâdos =137).

No entârto, a carga lúdráulica média vari¡ mês ¿ mês


nâ estâção seca (Figura 5) e isso mostfâ que âlgumas
precipitaçoes ocotridas nestâ estâção deve- gcrur reãtg^r.
Iss') nào c obscrvÂdo na I'ahcla l, uma vcz quc a rnaioria Cárgá l l.dr¿u'a Vód a. ÞJe..D râçro do oia ane. o, (pR.)
côrelação f 066
das precipitações dur¡ntc ¿ estação secâ poàern simples- =

rne¡ìte rìão gefâ¡ ¡ccârgâs signifrcativas, provâvelmeûte 30


porque â câpâcldâde de campo rão é âlcânçâdâ, frente às
25
chuvâs.
20

1,80

E 160
- 1,40 5

,[ r,zo
'Ë 1,00
E 0,80 0.9 11 1.3 1.5

{ o,oo Carga Hidráulica Média


I o.4o
o 0,20 Figura 6: Correlação cnt¡e â câ¡ga módia, em meüos, c a
0,00 prccipitação de um dia antcs da mcdida, em milímctros.
E I ëEEð F SÉae
3õsEEgÈåelbsåå1È
-='=
q q'E

Corrsiderando-se a loc';itzaçã,o dos poços, a cobertlrrâ


vegetâl c as cârâc1eísúcâs do solo, surgem gnrpos de poços
Figura 5: Variação da cargâ hidráùlica média (m) ao longo com compottâmenlos semelhârtes ftentc às precipitações,
das campanhas realizadas nos mcses em dcstìquc. corno ilustrâ a Ftgota 7. árvores são ânalisadâs quânto â
As precrpitações que ocortem tÌo diâ âûtctiot à ^s
sua capacidade de interceptaçäo/cvapotrânspiração c âs
câracteísticâs do solo, quanto à facilidade de inElttação (a
medição de cargas hidráulìcas jnfluencram o valor r¡ódio
área "D" possui solo argiloso e âs demâis, solo siltoso). Na
das cargas nâ estâção clÌuvosâ, como podc ser ollsetvâdo
área "A", onde existem 0,02 ânotcsfm2, os poços rc0ctem
rasrcoûelâçôcs ertre precrpitâção e carga hidráulica (l.abela
2). Não forrm encont!¿das relações sjgnìficâlivâs oìrtre as
irfluência das ptccipitações que oco¡rem no diâ e âté crnco
cargas médias e as precipitações nos demais dias.
dias antes da medição <le nível (PR0:J2j45). Os poços
localizados î árc^ "7)", reflercm o efeito das precipitações
Mas mesmo ncsse câso, o gráfico de catga mé.dn aerurc ocoridas de três a cirÌco dìâs âûtes da medição (pR345),
precipiraçào do dia ao¡c¡ior (Figura 61 e basiantc clispcrso, quc se deve à maio¡ conceltração de áwores (0,08"
sugeflndo que outros ¡tecanìsmos âtlrârn sobrc as câroâs árvores/n2) restâ áreâ cujas copas sâo bern fechadas
além da pteciprtação, ou scja, a ptecipitação de um dia an'tes Âprcsentândo uml grande capacidade de ilterceptação. Nâ
tla nrcdida influi robrc ¿ Lârg,l mcdia. mâs nâo â govcrn¡. á'ter "C", onde se tcm 0,1 âr,otcs/ m2, a jnfluência da
ptecipitação nâs c^rgâs hid¡áulicas ocorre depois de dois
relaçðes obse¡,/âdâs 'I'abela 2 são um padrão
ta dias (PR2). Os poços da á¡ea "D,, não exibc¡r nfluôncir dc
médio^s cnado pel¿ superposição de diversos pìdrões
prccipitâções ocorddâs em cinco dras dâs medidâs.
disti¡tos e rndìviduais dos poços, pois quando o efeito das
precipitações sobre as catgas hidtáulicas de ca<ìa poço é
No caso dcssa área, essa não-influência^ntes
das precipitações
foi relacionada ao solo que é mais argdoso, já qlue istø âtea
estudâdo sepz!âdâmeûte, levândo-se eÛr consideração a
não possui árvorcs. Este solo argloso rctâtda o processo de
presença das árvores, observa-se a complexidade clo
inûltração, formando uma área alagada após a chuva. para
os demais poços, nào foi obseryada nenhìma relação clara
corn o solo nem com âs árvores âo ¡edoi.

Uma outta re)ação surge com as árvoles quândo se


.
analisao desvio padrão dos nívers d,água lorrgo d^.
^o
campanhas. A I;rgura tl, na quâl foram descnhaãa" as
isoLnhas dc dcsvios padrão, rnostÍâ urn¡ árca honrogênca Tabela 4: Correlação entre Fc pâfír os râios 2,5;3,0 c 3,5 m, e
corn desvios padrão próximos a 0,20, com cxceção pró"xmo a-cârgâ hidráulica, Para Out/01, houve duas camparrhas.
(Númcro de dados = 483).
i:,P.ç? 63 Uma hipótese para esses deswios maiores þoço
62) podeda sct à influência de duas gtandes á*or". -""r."
" estar
de 40 l¡ananeir¿s que na época de estiagem pocleriâm Cotd iùdalc l¡idnfulia wnat carga ltìútialiø
consrrmìndo a água do aquífero refletindo na varìação clo
nívcl d'água neste poço.
Qualdo se analisam âs telações entre condutìvidade
hidrár'lica e
1þo¿rafa wxrn rarga lidnlttlira ,carga hidtáulica, a prìncípio não surgem
rcÌações significativas flabela 5), inclusive rra estação Jca,
quando a tecatga é lrelros ¿tuânte.
.A topogtafia é dada pelos desríveis dos poços dc
monit{rrâincrìro cm rclaçào ao poço B. ¡p¡cscntaûdo urna
varìaçâo máxìma de I,085 m.

Os dados apr'esentados na'l'abela 3 mosfram que existe


correlação erÌtre a topogrâfìâ e âs calgas mediáas. Essa
Tabela 5: Correlação ent¡c a condutividade hidráulica (Cond.
cortclaçâo t¡co¡re de modo que os poços dc cotâ I{idr.) e a carga hidráulica. para Orrt/0l, houvc duas
lop()gfâttcâ mâof âpfcseDrâm câfga marol., câmpânhas. (Númcro dc dados = 483).

Foi obserwada, cntâo, a relâçâo entfe a corduttvidade


labcla 3: Corrclação entre a cota topográlìca dos poço8 e a lúdráuìic¿ relirando-se os poços que estâvâm ¿ 1.5 m
carga hidráulica, aùbâs mcdidas em metros. Os valorcs r'Tahcl,r ril c cL.¡ois .r 2,0 rn ff.rbcla 7) dc urn¿ at r or.
apresenram corrclações com significância cstatlsricd dc 5yû lmpoltântc.
(Número de dados = 483). para Our,/01, houvc duas
campanhas.

-{ Tal¡ela 4 indrca nâo havcr relação entre os contrâstes 'Iabcla 6: Correlação cntrc a condutividadc
hidráulica (Cond.
dc topografia r âs cargâs lúdráulic¡s, o gue dcsrncorc a
Hidr.) e a carga hidráulica rcti¡ando-se as árvorcs a l,i m de
hipótcse de vales e picos topográfrcos locals influclciatem distância. Pa¡a Out/01, houve duas campanhas. Os
signrficativamentc ¿ rccargat já que lcnhum dos cocficicntes cm ncgrito rcprcscntam correlaçõcs com
coeficicûtes de cotrclação calculados tem srgmficância dc signific¡nciâ cslarisric^ ¿c So/o. (Númc.o dc dados: 2?0).

Ifsse fato rnostta que â topogrâfi¿ co¡rt¡ola â recârga,


rnâs n;o a¡râvês das deprcssòcs e clcvaçôcs ccrrtimórriãs
locÂrs, rsto e, nâo sio as difercnçrs de cscoamenro
supcrficiâl causâdâs por css¿s deprcssòcs. quc
¡odcrirm
lnduzrr a rÌârorcs rccargas pclo (.ml)oç¿mctìto dc água no Tabela 7: Correlação entrc a condutividadc hidráulica (Cond.
solo. ou clcvaçòss Iocais quc Hidr.) e a carga hidráulica rerirando-se as árvorcs a 2,ò m dc
¡r.,d..,ìarn atuaI n,r.'cargls disrância. Para Out/01, houve duas campanhás. Os
hidráulic,q
cocficicntescm negrito rcprcscnlam corrc_laçõcs com
significância estatística clc 5ozo. (Númcro dc daclos'= 220).
tabeÌas mostrâln quc os efeitos da proxinidade
. _Estas Este valo¡ é significativo eru vistâ dâ pequeûâ cspessutâ dâ
de árvo¡es (até 2 m) é ur'¡r dos fatores qûe mâscârâ âs zorta nâo saturada, dc ccrca dc 1,5 m, e gur o pruccsso dc
possíveis correlações eûtre coûdutividâde hiàtáuhca e carga tccarga ó rápido, como for obser¡¡ado pelos infdttômctros e
hidráulica, indicando a ìnfluência da cvaportanspiraçlo pelâs correlâções entre a catga hidtáulica e as precipitaçõcs.
dessas árvo¡es.

ß,uar¿a

Para o método do balanço híd¡ico, foi calculacla a Tabela 9: Cálcrrlo da recarga pcla vâriação do nível potc[_
cvapotfânspilâção pofenci^l âtÍavés da fó¡mula de pe[man ciom¿trico.
- Monteith flcnsen e/ a/,, 1989).,{ parrir da relação cnrre
precipitação e â ev,rpotrânspiiação real, obtìda pela relação
propostâ por f'hornthwarrc (1949 apul CPRM, 1997),
dcte¡minaram-se os valores da tecarga potencial (Iabela gj. CompârativâùetÌte, o nétodo da varraçâo do nívcì
Nesse cálculo, o escoâmenlo superficiai foi desconsidcrado
potencionétrico apreserìtou vâlores maìs compatíveis do
devido à área ser muito pÌana, não mostrando em campo que o método do balanço hídrico, lo qual parece que
hor¡ve um¿ suÞetestimação dos valores dc recarga. Isso era
evidêncìas dc escoâmento signifrcalvo, rnesmo cm dias
espetado, pois o m¿lodo dc balanço híclrico estima apelas
r¡uitro chuvosos.
o exccdeûtc hídrico que possâ se colìverter cllt recâ¡gâ.
Este método tfrlnbórn mostrâ que não houve r"au.gu iro
A rccatga, por este rnótodo ocolre nos períodos de período de abll a agosto de 2000, o que é cìcsmentido pclo
jaleiro, fevereiro e rnârço. No ano de 2000, r".^rgu ûÌéfodo da vârìâção do nível potenciométtico, pot meio do
¡eprcsentor¡, em média,58% das ptecipitaçôes ",t^
ocorddas. t¡ual obsetvou se que pârfe dcstas precipitaç<ts (2070) se
Observou,se tâmbém que nos rneses de
laneito e fevcreiro, convcrtern em tecalga,
onde as ptecipitaçôes foram acima de 300 mrn, cerca cle
71% das ptecipitaçöes sc convcttelar¡ em recarga.
Já no No entanto, ûtesrno ûo método da valaçâo do nívcl
ano de 2001, a tccatga potcncial é c,¡ média ?6% das
potenctométrico, os valores de recarga obtidos podern ter
precipitações.
baixa precisão visto que a vâriâção clos uívåis poten
cioùéttìcos ocolrern ern períodos crìrtos, neccssit¿ndo-se
de medições de níveis d'água semanais ou âté mcsmo
diárias para um ûrellìo¡ resultado.

CONCLUSÕES

No aquífero livre e raso clo Parque Ììcológicc¡ do Tetê,


os lcsult¿dos dos inlìllrê'mctros c das mediçãcs dc carga
hidráuhca correl¿cjorìâdâs com a" ¡rcciprraçöcs
comprova!âm â fáplda velocidâde do processo de rccarga.
Apesar dessc proccsso ser Iipido. o rcgirnc dc inlilrraç;o
âprescût¿ dife-rençâs durânte a estâção seca c chuvosâ.
Estâs diferenças estão âssociâdas princip¿lmcrte às
Tat¡ela 8: Cálculos da rccerga pclo mórodo do balanço quantidades e intcosldâdes das precipitaçòes, em cada
hidrico para o ano dc 2000 c 200t (os pcríodos de ourubro"a cstação, mâs tanrl¡ém dewido â oltlros rnecânismos que
dczcmbro não for¿m câlculadir6 por'faka dc dados). Ëp: coûrrolam a rccâtg¿) como a interct.ptaçio c
Evaltorranspi.ação Potcncial, p: precipitação, AS: Variação evapotranspiração pelas árvores. Estas têm grande
do ,{rmazename nto, ER: lJvapotranspiiaçãà Real.
nfluência na /atea, seja ta estação chuvosâ, quando criâm
um padtâo hcrerogónco dc recarga. scrâ nâ cstaçáo seca
quando seu corÌsumo dc água é mais sentido n,rs cârgas
O m¿todo da vadaçâo do lível potenciométdco hidtáulicas.
âpresentou valotes de recarga compatíveis às precipitações
ocortjdâs flabelâ 9). Nesses cálculos, foi á"*pr"rojn Quâ¡1to à quantifrcação dâ recârga, os métodos
vazão subterrânea por ser pouco siguifrcativa e ^
a
uúlizâdos apresentatam baix¿ prccisâo. O método do
porosidâde roral âdorada foi de 0,25. balanço hídrico não é aconselhável pata estimativa cla
recâlgâ em área tão pequena, t¡abaÌhando se coú dados
Por este método, os vâlores de recarga calculaclos mensais,Há evidente recâlgâ no aqiúfero que não é
representâm) cm médra, 27To das ptecipttações ocorridas.
dctectâdâ durâ1tte a estlâgem, bcrn coûro eveùtos cliários de
chuvâ, corno âtestâ tânto o método de variacão do nível
Iietê São Paulo, Brasil. Rcll,ì.tÍa Ágrø¡ Sr/bre1râncat, n. 1,6,p
lìor( nciomérrico c a ex¡cr.tència corn infrJrtomcllos. Já o 77-82.
merodo da vâriaçäo ní.r.cl porcnciornórri.o ,pr"""-n,ou
_do
vÀ¡ores mâ¡s compaivcrs, mâs mesmo ncste mérodo,
pâra
uma melhor precisão, seda lecessálio um monitoramånto
dos rúveis d'água com frequência diári¿ a semanal.

No.caso do aquífero livre e raso do parque lJcológrco


_
do 'Iictê, serìa necessário, du¡ântc â estâçào chuvosâ,-l¡m
rnoûitolamento dos. rúveis potenciomét;cos do. poço.
com frequência diária (ató 5 dias), e na cstação sccå, um
monrloramcnfo seman;l após chuvâs c ató m(.srno ¿
¡ntervalos de l5 dias

AGRÂDECIMENTOS

. Os autores gostariam de agradecer a F.\pESp


þroccsso .001444ó-0), pcto âuxiio ûûâncero pârâ
realização do pro,cto e coûcessâo de l¡olsa de inrciacã,,
cicnrilìca, c ao PIBIC cNpq pcì conccssãô dc bols¡ Jc
lrxclâçâo ciendficâ. .Agradccernos também ao ptof. Ricardo
Camatgo, clo Depârtâmeûto de Meteorologia do IAG _
USI'. pclo atr-xilio presrado qr¡anto 2o forirccirncnro dos
d.roos ñcfcofologtcos c aos frurcio¡rj r¡s do ì)ar.1uc
licológico do 'Iietê.

REF'ERÊNCIAS BIBLIOGR{FICAS

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Âgua Subrcrránca por \ttrâto r1o p¿r.Lluc [.c,rl,,gico,Jo
PR6 731012 vs.
l_16 731Pl = -19.10 + 5
PFIOlZ vs. t_LP2 PRO12 vs. l_LP3
l_LP2 = -3 3Og + 3.2928' l_LP3=.28.13+65s13. pR012
Coreleçáo: r = 0,63799 CorelãÇâoi r È 0.66670 Correlaçào: r : 0,74530

l_LP7= -1273+4 9587. PRol2


PR012 vs l-LP8
.
l-LP8= -28 m+ 5 5468 ÞR012
Co(elaçåoi r = 0.64520 Correleção r = 0.76714

PRO12

Figura 3:.Infiltração e'els¡,s PR0l2 para câda infiltrômetro na csrâção chuvosa


(irfilttação em ml, p0l2 ern mm). Rcgrcssão com
95% de significåncia.

t-KzJ4þvs. I Lp1. HK1J45 vs. I LP? PKZJ4Þ \¡s. I LP3


t_LE1 = -13 63 + 4:9715 PR2345
oofferâçåo. I = 0.75475
t_LP2 = -4 08A + 21101. PR2345 l_LP3 = -1 205 + 41593' PR2345
Corfelacão ¡"O8452? Corrclaçâo: r = O,7a/J77

8,.

PR2345 PR2345 PR2345


PR2345 vs I LP7 PtlZJ4S vs. I LPa
l_LP7 = -3.624 + 13037' PR2U5 l_LP8 = -2.764 + 1.5-152^ pRæ4S
Correlâçáor r - 0,81572 Conelâçäo: I - O.er2635

vcrsus PR2345 pata cada infiltrômc(ro na csrâção seca (intìlrração


cm ûì1, p2345 cm mm). Rcgrcssão com
;;t[liì;Ïl[î::l
,ril
E Área dÊ ¡nnuênc,a ds pRol?345
.Iô
EArea de nnuéños d¿ Pt?345

E]Á,"" ¡u nn,on"," o, pnz

@Á,"a sem intuen":" o" enorurls


315 a¡ poço oE r¡oNtrolqr¡ENro
i I taNouessÊPÍcos

F-igura 7:,Areas onde os poços aprcsentâm câractcrísricâs semclhantes frentc às p¡ccipitaçõcs.

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"9* Ë:
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a6 Foço DE MoNÙoRAMENro
1 ì TANouEs sÊÐcos

Figura 8: Campos de desvios-padrão dos níveis drágua.

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