Mondin Mestrado
Mondin Mestrado
Mondin Mestrado
MARCOS MONDIN
DISSERTAçAO DE MËSTRADO
SAO PAULO
2005
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
rNSTtruro DE GEoclÊruclns
MARCOS MONDIN
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
lo. o.\g
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COMISSÃO -IUI-CADORA
Nome inatura
SÃO PAULO
2005
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEDALUS-Acervo-IGC
3090001 7049
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MARCOS MONDIN i e¡aLrorecA t,
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DISSERTAçAO DE MESTRADO
SAO PAULO
2005
Aos meus pa¡s
Sebastiano e lster Mondin
4.1. Processo de recargâ .............6
4.2. Tipos de recarga..,... .............7
4.3. Falores que ¡nfluenc¡am a recarga............ ... ... ....8
4.4. Recârga em aqu¡feros livres e rasos..... ,........., 10
4.5. Métodos de est¡mat¡va de recarga........ . ......... 10
5. MATERTATS E MÉTODOS.... ............14
5.1. Perfureção e ¡nstalação dos poços. ........14
5.2. Amostragem de Solo............. ..,..,.. 19
5.3. Anál¡ses Granulométricas ........21
5.4. Leventamento Topográfico .. ...... . . 23
Ao Prof. Dr. Ricardo César Aoki Hirata pela orientaçäo, discussões e apoio
fundamentáis pãra a elaboraÇão deste trabalho.
Ao Parque Ecológico do Tietê através do seu d¡retor Wagner Bemardo por permitir
a utilizaçäo das dependências do parque e, aos func¡onários Osmar Lu¡z Costa e Rodolfo
Ruiz Garcia.
Agradeço ao Luís FeÍâr¡ pela ajuda nas etapas de campo e pelo tempo
d¡spensado para discussões e ajuda para anal¡sê est¿tística dos dados-
Aos amigos Douglas (Ridiculo), Eneas (GLS) e Rogério (Karla Perez) pela
amizade ao longo de todos estes anos,
ll
LISTA DE FIGURAS
Figura 25: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas hidÉulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de janeiro de 2003.......- ........-. . 42
Figura 26: somatória mensâl dâs diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e l0m
para o mês de janeiro de 2003......... ............43
Figu'õ_ 27i Somâtória mensal das diferenças diár¡as das cârgas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de fevereiro de 2003
l
F¡gura 28: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas h¡drául¡cas dos poços de 6 e 1Om
para o mês de fevereiro de 2003
Figura 29: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de marÇo de 2003............
Figura 30: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas hidrául¡cas dos poços de 6 e 1Om
para o mês de março de 2003 45
Figura 3l: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas h¡drául¡cas dos poços de 3 e 6m
para o mês de abr¡l de 2003-.-..... ................46
Figura 32: Somâtória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de abril de 2003 .......46
Figura 33: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas hidráulicas dos poços de 3eOm
para o mês de maio de 2003 .......47
F¡gura 34: Somatória mensal das d¡ferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o môs de mâ¡o de 2003........................
F¡gura 35: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráuf¡cas dos poços de 3 e 6m
para o mês de junho de 2003.... '''''''''''''''''''''48
F¡gura 36: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas hidráulicas dos poÇos de 6 e 10m
para o mês de iunho de 2003........... ...................................,...48
F¡gura 37: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas h¡dráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de julho de 2003. ................................ .49
Figura 38: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de julho de 2003.-....-..... .......,..-.49
Figura 39: Somatór¡a mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de outubro de 2003.................... ............................5()
Figura 40: Somatóría mensal das diferenças diárias das cargas h¡dráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de outubro de 2003 5l
F¡gura 41: Somatória mensal das d¡ferenças diárias das cargas hidráulícas dos poços de 3 e 6m
para ô mês de novembro de 2003............... .............................51
Figura 42: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidrául¡cas dos poços de 6 e 'l0m
para o mês de outubro de 2003.........,.......... ...,.....-..................52
Figura 43: Somatória mensâl das dÍferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de dezemb¡o de 2003.. .............52
Figura 44: Somatória mensal dâs diferenças d¡ár¡as das cargas h¡drául¡cas dos poços de 6 e 10m
parâ o rlìês de dezembro de 2003 ...........53
Figura 45: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas h¡drául¡cas dos poÇos de 3 e 6m
para o mês de janeiro de 2004........ ............53
F¡gura 46: Somatória mensal das diferenças diár¡as das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de ¡aneiro de 2004 54
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Figura 47: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o
comportamento do fluxo da água subterrânea. Dados do d¡a 19112102......................................,....55
Figura 48: Perf,l com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o
comportamento do fluxo da água subterrânea. Dados do dia 19112102......................................,....56
F¡gura 49: Perfil com l¡nhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ¡lustrando o
comportamento do fluxo da água subterrânea. Dados do dia 2Ol04lO3. ..57
Figura 50: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o
comportâmento do fluxo da água subterrâneâ. Dados do d¡a 2O1O41O3........................-..................58
Figura 51: Dados de precipitação diárias e cargas h¡dráulicas méd¡as dos poços de monitoramento
na profundidâde de 3m. As bârras representam os valores de prec¡p¡tâção e os pontos os dê carga
hidráulica. 61
Figura 52: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 3m durante a estação chuvosa...,.............,...62
Figura 53: lsolinhas de desv¡o padrão dos poços de 3m durante a estaçáo seca. Näo há formação
de isol¡nhas mostrando compodamento homogêneo dos poços.......................................-.,.,..........63
Figura 54: lsol¡nhas de desv¡o padrão dos poços de 6m durante a estação chuvosa.....................63
Figura 55: lsol¡nhas de desv¡o padrão dos poços de 6m durante a eslação seca. Não há formação
de isolinhas mostrando comportamento homogêneo dos poços.............. ............64
F¡gura 56: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 10m dufante a estâÇão chuvosa...................64
Figura 57: lsolinhas de desv¡o padräo dos poços de 10m durante a estação seca. Não há
formação de isolinhas mostrando compoftamento homogêneo dos poços......................................65
F¡gura 58: Grupos de poços com comportamentos semelhantes durante evento de precipitação na
estação seca....... ,........-,-66
F¡gura 59: Grupos de poços com compoúamentos sêmelhântês durante evento de prec¡p¡tação na
estação chuvosa. -............66
F¡gura 60: Perf¡s esquemáticos de fatores que infìuenciam a recâr94.............................................69
F¡gura ô1 : A área dos poços utilizados nos cálculos dos fatores de contraste F. e Fk....................70
Figura 62: Mapa topográfico relativo a boca dos poços
Figura 63: Matriz de relação entre o contraste de topografia (m) e a recârga (mm) frente às
precipitações (mm) para todas as estaçöes climáticas,......-..,.,..,........... ..............73
Figura 64: Mairiz de relação entre o contraste de topografia (m) e a recarga (mm) frente às
precipitações (mm) pârâ a prime¡râ estação chuvosa (dezl1z a marl03).........................................74
Figura 65: Matriz de relâçáo enhe o contraste de topogralia (m) e a recarga (mm) frente às
precipitações (mm) para a estaÇão seca (abrl03 a seU03).........,........ ...........-.....74
Fígura 66: Malriz de relação entre o contraste de topografìa (m) e a recarga (mm) frente às
prec¡pitaçöes (mm) para a segunda estaçáo chuvosa (ouVO3 a janl04).. .............75
Figura 67: Mapa de isoespessura da zona não saturada na estação chuvosa..-.....--.....................76
Figura 68: Mapa de isoespessura da zona não saturada na estaçãô seca.....................................77
Figura 69: VariâÇão dos niveis d'água (P-4)............... ...........78
Fígum 70ì Variação dos niveis d'água (P-26)............. ...........78
F¡gura 71: Matriz de relação entre a espessura da zona não saturada (m) e a recarga (mm) frente
às precipitações (mm) para todas as estações climáticas.,........,.. ......................79
Figura 72: Matrz de relação entre a espessura da zona não sturada (m) e a recarga (mm) frente
às precipitações (mm) para a primeira estação chuvosa (dezl02 a mar/03).....................................79
Figura 73: Matriz de relação ente a espessura da zona náo saturada (m) e a recarga (mm) frente
às precipltaçÕes (mm) para a segunda estação chuvosa (ouv03 ajan/04).,...................................-80
Figura 74: l\rlatriz de relação entre a espessura da zona não saturada (m) e a recarga (mm) frente
às precipitaçóes (mm) para a estaçáo seca (abrl03 a seV03)..
F¡gura 75: Valores (em mm) de precipitação individual dos poços no dia 15112103........................81
F¡gura 76: Valores (em mm) de precipitação individual dos poços no dia 17112103........................82
Figura 77: Valores (em mm) de prec¡pitação ¡ndñidual dos poços no día 21h21O3........................82
Figura 78: Valores (em mm) de prec¡pitação ind¡vidual dos poços no dia 2A12103...........-.-,,.,..,-,.83
Figura 79: Valores (em mm) de prec¡pitação individual dos poÇos no diã 23112103
F¡gura 80: Valores (em rnm) de prec¡pitação ¡nd¡vidual dos poços no d¡a 09/0'l/03.-,.......,.......,..-..84
Figura 81: Valores (em mm) de precipitação ¡nd¡vidual dos poços no d¡a 16/01/03........................84
Figura 82: Comportamento dos poços frente as prec¡pitâçöes ¡ndividua¡s sobre os mesmos.-....-,85
Figurâ 83: Matriz de relação entre a ¡nfluência da cobertura vegetal e a recarga (mm) frente às
prec¡p¡tações (mm) para todas as estações climáticas....................... .................66
Figura 84: Matriz de relação entre a ¡nfluênc¡a da cobertura vegetal e a recarga (mm) frente às
precipitações (mm) para a primeira estação chuvosa (dezlÙz a mar/03)........................,............,...87
F¡gura 85: Matriz de relação entre a inlluência da cobertura vegetal e a recarga (mm) frente às
precipitaÇões (mm) para a estação seca (abr/03 a set/03).................. ................87
Figura 86: Matriz de relação entre a influênc¡a da cobertuta vegetal e a recarga (mm) frente às
precipitações (mm) para a segunda estação chuvosa (ouv03 a ¡an/04).. ..........................88
Figura 87: Mapa com setores de condutiv¡dade h¡dráulica próximos para profunddade de 3m
(unidade em m/s)......... ...90
Figurd 88: Mapa com setores de condutividade hidráulica próx¡mos para profunddade de 6m
(un¡dade em m/s).... ...90
F¡gura 89: Mapa com setores de condutividade h¡dráulica próximos para profundidade de 10m
(unidade em m/s).............. ... .. ,..91
Figura 101: Divisão realizada para o cálculo das vazöes (Q) de enbada e saída tanto horizontal
quanto vertical do aqüífero............... ..........,.99
Figura 102: Representação das vazões h¡potél¡cas entre dois poços........,.................................100
Figura 103: Representação das seçöes rea¡s ut¡lizadas para o cáfculo da vazão entre dois
.101
Figurã 104: Ilustração da extrapolação das curvas de rebaixâmento do aqûífero para o cálculo por
meio das variações episódicas e mensa¡s...-....... 103
Figura 105: Gráfico de correlação entre a soma das prec¡pitações ocorridas durante um episódio
de elevação do nÍvel d'água e a recarga (até'14 dias)........ -.-.............................'105
\,1I
LISTA DE TABELAS
Tabela 3: Água disponfvel na zona não saturada em função do tipo de solo (em mm)..................30
Tabela 4: Correlação estatíst¡ca entre as cargas hidráulicas médias nas profundidades de 3,6 e
Tabela 6: Correlação estalística entre as cargas hidráulicas mál¡as nas profundidades de 3,6 e
lom e a soma das precipitações de até sete d¡âs antes da med¡da das cargas, para estação seca.
Os coefic¡entes em negrito representam correlaçöes com sþnificância estatística de
5./,........... _.... _....................
Tabela 7: Valores de condutividade hidráulica horizontal para os poços das três profundidades
(m/s), através de s/ug-¿esf com interpretação segundo Hvorslev, (1951)
..................89
Tabela 10; Cálculo de correlação entre as precipitações oconidas até 7 d¡as antes das medidas de
nível d'ág ua......... ...........103
uma boa rede de mon¡toramento, assoc¡ado a med¡ções de níve¡s pelo menos diários em
époces com chuva, e semanal, nas êstiagens, em ambas as esieçöes.
ABSTRACT
The recharge ¡s a dynamic process and has a great influence on the l¡neation of
streemtubes ¡n shallow and unconf¡ned aquifers. This project aims at evaluating the
recharge controling mechanisms and establish¡ng the best method for its estimat¡on,
among potentiometric level variation techniques, water balance and darcyan approaches
The study was carried out on an experimental f¡eld locâted at the T¡etê Ecological Park
(parque Ecológico do Tietê), East zone of the city of são Peulo, on an alluvial quatemary
area, associated to Tietê River sed¡mentat¡on. ln a 480m2 area' 81 wells in three d¡fferenl
depths (3,6 and 10 meters) were drilled, with daily and weekly potent¡ometric level
mon¡toring. Rainfall events were measured on a da¡ly bas¡s, through a pluviometer
2, OBJETIVOS
Este projeto estudou com elevado detãlhe uma pequena área no Parque Ecológico
do Tietê objetivando principalmente:
3.1. Localizaçäo
A área de estudo está situada no Centro de Lazer Engenheiro Goulart-Parque
Ecológico do Tietê (PET - EG), município de Såo Paulo, na divisa com Guarulhos (Figura
1). O PET - EG dista 35km do centro da capital e o acesso é facilitado pela rodovia Ayrton
Senna. Foi apresentado em 1976 o projeto de construçåo do parque, com a finalidade de
preseruar as várzeas do rio Tietê e combater, juntamente com outras obras (banagens,
retificaçåo do rio, desassoreamento), as enchentes na Regiåo Metropolitana da Grande
São Paulo.
Com uma área total de 12,5 milhöes de metros quadrados, o PET-EG ê
administrado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) da Secretária
Estadual de Recursos Hídricos, desde a sua fundaçåo em 1982.
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Direçâo do Flúxo da Agua Subterrânea
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Tabela 1: Métodos de quantificaçåo de recarga d¡vididos de acordo com a fonte
ou zona.
hidrológícas ou zonas Métodos
Balanço hídrico - canal
Permeâmetro
Fluxo de base
Águas Superfìciais
Traçador de calor
I raçaoores rsoloprcos
Modelos numéricos
Lisímetros
Plano de fluxo nulo
Lei de Darcy
Zona Não Saturada Traçadores aplicados
Traçadores históricos
TraÇadores ambientais
MOdelos numencos
Variação do nível d'água
Lei de Darcy
Zona Saturada Datação da água subterrånea
Traçador ambiental
Modelo numérico
Cada uma das fontes h¡drológicas ou zonas apresentam relações distintas com a
recarga. A recarga relac¡onada com os corpos d'água superficiais depende da classe de
conexão entre o corpo de água superf¡cial e o s¡stema de fluxo da água subterrânea.
Regiões úmidas são geralmente caracter¡zadas pelo ganho de água dos corpos
superficiais por causa da descarga da água subterrânea nos canais e lagos. Em
contraste, regiöes áridas, pela perda de água dos canais para o aquífero. Então os corpos
superficiais formam freqüentemente nestas regióes áreas de recarga localizada. As
técnicas de estimativa de recarga usando dados de água superficial avaliam em ganho ou
perda de água pelos corpos superficiais.
Os métodos de zona não saturada para estimativa de recarga são ma¡s aplicados
em regiões áridas e semi-áridas, onde a zona não saturada é normalmente mais espessa.
Estes métodos geram estimativas do potencial de recarga baseado nas taxas de
drenagem aba¡xo då zona de ra¡zes, entretanto, em alguns casos, a drenagem é desviada
lateralmente e não atinge o nível d'água. Em adiçåo, taxas de drenagem em zona näo
saturada espessa nem sempre refletem em taxas de recarga pois mu¡tas vezes não
atingem o nível d'água.
Enquânto os métodos da zona näo saturada geram est¡mat¡vas pontuais de
recarga, as da zona saturada promovem estimat¡vas de áreas maiores. As técnicas da
zona saturada mostram evidências da recarga reâl (atingem o nível d'água), enquanto as
de água superfìcial e de zona nåo saturada provêem estimativas de drenagem ou recarga
potencial.
Além das diferençâs apresentadas pelas técnicas quanto a fonte hidrológica ou
zona, elas podem diferir também na variação da taxa de recarga que estimam e nas
escalas espacÌal e temporal que representam (SCANLON et al.,2OO2).
Algumas técnicas têm definido restrições às taxas de recarga que elas podem
estimar. Por exemplo, a aplicação de traçadores em supedície e utilização de traçadores
históricos na zona não saturada requer uma taxa mín¡ma de recarga para transportar os
traçadores através da zona de raízes. Em ad¡çåo, traçadores histórìcos na zona saturadâ,
como tH/3He, necessitam de uma taxa de recarga de aproximadamente 3Omm/ano para
confinar o 3He (SCA¡¡LOru et al.,2oo2).
As áreas superficiais (escala espacial) representadas pela estimativa da recarga
var¡am de acordo com a técn¡ca ut¡l¡zada (Figura 3). Em geral, os métodos baseados em
dados de zona náo saturada geram estimativas pontuais ou representam áreas pequenas,
enquanto técnicas de águas superfic¡ais e algumas de zona saturada representam áreas
ma¡ores.
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Figura 3: Escala de espaço adequada para as técn¡cas de est¡mativa de recarga (SCANLON et a/.,
2002).
Quanto a escala temporal, as taxas de recarga apresentadas são variáveis (Figura
4)- Algumas técnicas de água superf¡cial resultam em estimativas de recarga de curto
período de tempo (escala de evento) e estimat¡vas em escala de tempo maiores são
obtidas pela soma dos eventos ¡ndividuais. Métodos de zona näo saturada, como
lisímetros, plano de fluxo nulo e traçadores aplicados; e de zona saturada, variaçäo do
nível d'água, promovem est¡mativas de recarga também em escala de tempo menores. As
técnicas de modelo numérico podem produzir recargas em escala de tempo maiores.
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Figura 4; Escala de tempo adequada para as técnicas de estimat¡va de recarga (SCANLON ef a/.,
2002\.
O objetivo do estudo de recarga entra como parte fundamental na determinação
da técnica mais apropriada para quant¡ficação da recarga pois determina as escalas
espacial e temporal requeridas. As fontes e os mecanismos de recargâ ûambém podem
definir o método a ser utilizado.
A acurácia e a confiabilidade da recarga influenc¡a na escolha da técnica. Os
métodos de zona saturada geralmente geram estimativas de recarga real enquanto os de
água superficial e de zona não satu¡ada estimam o potenc¡al de recarga.
Por causa das ¡ncertezas associadas a cada técnica de est¡mat¡va de recarga, o
uso de duas ou mais é recomendado para construçåo do cenário de Íecårga (SCANLON
et al., 2OO2). Em alguns casos, as d¡ferentes técnicas compÍementam-se e refinam o
modelo conceitual de recarga.
O processo de estimativa de recarga é interativo e envolve refinamento contínuo
das taxas de recarga por me¡o de dados ad¡ciona¡s coletados.
5. MATERIAIS E MÉTODOS
l4
inserido o pré-filtro, desta vez até a proûlnddade de 5m. A benþnita foi mais uma vez
adicionada através dos sacos de PVC até atingir a profundidade de 3m. Finalmente, foi
descido um outro revestimento idêntico ao anterior com comprimenb de 3,5m. O furo foi
preenchirJo com pr6filtro até 3m de profr.rndidade e selado com bentonita do tipo
Compactolit@ até a superfície. Os revestimentos fonam então cortados pafa que suas
bocas ficassem com elevaçåo levemente superior à da superffcie do teneno. O
acabamento foifeito com ooncreto e cåmaras de calçada. A Figura 10 apresenta o perfil
construtivo esquemático destes poços e a Figura 11 mostra um ænjunto recém-instalado.
l5
Figura 6: Trados ocos empregados na perfuração.
t6
Figura 8: Bentonita em pó acondicionada em saoos de PVC.
t7
I pré-filtro
I seçäo filtrante
I selo de bentonita
Figura 10: Perfilconstrutivo esquemático dos novos poços insialados na área de estudo.
l9
Figura l3: Ponteira efema do tubo amostrador.
2l
A preparação das amostras para o início das anál¡ses (p¡petagem e peneiramento)
foi realizada em duas etapas. A primeira etapa, consistiu em deixar a amostra em torno de
4h para secagem completa. A segunda etapa foi à desagregação a seco, feita com uso de
um martelo de borracha,
Com um quarteador tipo Jones, a amostra foi reduzida da a aproximadamente 609
(massa máxima recomendada para nåo saturar a dispersão aquosa em 1000m1, nem
sobrecarregar as peneiras),
Na seqüência, adicionou-se à amostra uma massa de pirofosfato de sódio,
equ¡vâlente a 4o/o do peso estimado de partículas síltico-argilosas. Este sal age como
antifloculante, evitando que a argila fique agregada sob a forma de partículas maiores, o
que alteraria o resultado final de distribuiçáo granulométr¡ca.
Em segu¡da, adiciona-se água destilada em quânt¡dade suficiente para cobrir a
amostra, juntamente com o pirofosfato de sódio (cerca de 200m1). A d¡spe¡são aquosa
assim obtida é entäo colocada num béquer, onde a agitação mecânica é feita com o uso
de um misturador de polpa a hélice (marca Fisatom, modelo 710).
O material disperso foi colocado em uma proveta de '1000m1, destinada à
realização do ensaio de decantação. Caso ainda houvesse mater¡al aglomerado, o
mesmo foi destorroado em almofariz de porcelana, com o auxílio de um pistilo de
borracha. O material foi considerado completamente desagregado, quando a água
adicionada ao material destorroado mantinha-se limpa.
Toda a água do destorroamenlo foi colocada na mesma proveta, tomando o
cuidado para que o volume de água utilizado nâo ultrapasse a capacidade volumétrica do
recipiente (1000m1). Para cada proveta foram numerados e pesados previamente em
balança analítica (precisão mínima de hès dfgitos) cinco béqueres de 50m1, destinados à
cada uma das faixas granulométricas que foram coletadas (intervalos abertos
correspondentes às granulações menores que 62, 31,16, I e 4pm).
A primeira e a segunda pipetagens foram feitas com a p¡peta mergulhada 20cm na
dispersão, enquanto as três últimas foram realizadas a 1Ocm, para reduzir o tempo total
de ensaio (2h e 30min para temperatura ambiente de 21"C).
Recolheu-se a pr¡meira alíquota pipetada no primeiro béquer numerado e assim
por diante. Os béqueres, com âs respectivas alíquotas de pipetagem, foram colocados na
estufa a 60oC até que a água da dispersäo evaporasse completamente, deixando apenas
a amostra seca.
Concluída a as alíquotas devem foram resfriadas dentro de um
secagem,
dessecador de vidro. Pesaram-se novamente os béqueres de 50ml (agora com a
amostra), anotando-se seus respectivos pesos na ficha de controle do ensaio,
A amostra restante na proveta foi submetida à elutriação, lsto é, uma lavagem para
eliminação de finos (<62pm). Este processo foi feito em um elutriador de funis utilizando-
se água corrente em fluxo ascendente. Ao final da elutriação, a areia lavada foi filtrada a
vácuo.
A areia foi então seca em estufa e depois peneirada com o auxílio de um vibrador
de peneiras. Cada faixa granulométr¡ca foi pesada e armazenada em um saqu¡nho de
papel.
Os dados obtidos (pesos dos recipientes vazios e com amostras pipetadas, após a
seçagem, e peso de amostra em cada faixa grânulométrica de peneiramento) foram
anal¡sados em seus parâmetros estatísticos (diåmetro médio, desvio padräo, assimetria e
curtose) no Laboratório de Sed¡mentologia do lGc-USP.
23
Para alguns eventos esporádicos de chuva, nos meses de dezembro 2003 e
janeiro de 2004, loram instalados coletores individuais sobre cada um dos poços para
calcular e verificar a interceptação das árvores e sua influência sobre a recarga. Nos dias
15, 17, 21, 22, 23 de dezembro 2003 e 09 e 16 de janeiro de 2OO4, foram colocados
coletores de chuva (potes de plástico circulares com raio de 1Ocm) sobre cada um dos
poços e por meio destes, medida a heterogene¡dade de precipitação sobre os mesmos
devido à presença das árvores existentes na área de estudo (Anexo 2 - Tabelas A2-2 a
A2-8).
Dados de temperatura mínima, média e máxima diárias foram adquiridos de três
estações meteorológ¡cas. As estaçöes meteorológicas utilizadas foram a do Aeroporto
lnternacional de Guarulhos, da estação do IGC - USP na Agua Funda e da estação do
Laboratór¡o de Cl¡matologia e Biogeografia no campus da USP. Os dados de lemperatura
média mensal das três estações são apresentados no Anexo 2.
24
Pelo método de Hvorslev determina-se o valor de To através do gráfìco entre h/ho e o
tempo. A condutividade hidráulica pode ser obtida pela Equação abaixo (HVORSLEV'
195'l apud FEITER, 1994):
^ !: (t.\
r'xlnl
l/'
lnl I
(1)
2t,"7'-0
onde.
K = condutividade hidráulica [L/t];
r = raio do revestimento [Ll;
R = raio do furo [L];
Le = compdmento da seção filtrante [L];
Nos poços de 3 e 6m, foram fe¡tos ensaios pelo método de extraçâo de água
através de uma mangueira com válvula de pé acoplada e med¡da a recuperação dos
níveis d'água, ao passo que se util¡zaram corpos de prova (tarugos fe¡tos de tubos de
PVC fechados nas pontas e preench¡dos com areia) para os poços de '10m, com diâmetro
de 2". O aumento do nível de água causado pelo tarugo foi medido com transdutores de
pressão, que mon¡toraram a recuperação do nível ao longo do tempo.
Util¡zaram-se quatro transdutores de pressäo, da marca /n-Slfu, modelo Minitroll
(30psi, ou 21m de coluna d'água de pressão máxima, com precisäo de 5%) Eles foram
programados previamente para as mediçöes e depois imersos a 2m abaixo do NA, após o
que eram introduzidos os corpos de prova. Med¡am-se, portanto, tanto a ascensão da
coluna d'água quanto sua descensão, quando o corpo era retirado.
Com auxflio do software Aqu¡fer Test for Windows, v 2.52, da Wateloo
Hydrogeologic, lnc., através do método de Hvorslev, foram determinadas as
condutividades hidrául¡cas.
25
a¿ (1989), SHARMA (1989), SOPHOCLEOUS ef a/. (1990), ARAGUAS et al. (1994),
LEXOWef af (1998) eCASTILLOef a/. (1999).
Muito embora os traçadores sejam mais utilizados em zonas áridas e semi-áridas
(ATHAVALÊ ef a/., 1980; SHARMA ef a/., 1985), eles têm apresentado boas respostas em
climas úmidos (ARAGUÁS et at.,1994).
Os traçadores mais utilizados para estudos de água do solo säo o cloreto,
brometo, nitrato, deutério e trítio pois são inertes (näo reativos), não sendo adsorvido pela
maioria dos solos e não estão sujeitos a transformaçöes químicas ou biológicas
(BUTTERS ef a/. 1989). Tais caracteristicas os tornam bons traçadores, tanto para o
estudo de água no solo como em águas subterrâneas.
No Parque Ecológico do Tietê, em uma área de 2x2m loi injetado sobre a
superfície do terreno 20L de solução contendo 2000mgil tanto de cloreto de potássio
(KCl) como de brometo de sódio (NaBr). Após 24h iniciou-se a coleta de solo a cada 24h
em perfis de 1m, sendo amostrados de 10 em 1Ocm durante 29 dias.
A extração dos Íons do solo foi realizada através da mistura do solo seco com
água destilada na proporçåo 'l:2 (1009 de solo e 2009 de água). Esta mistura foi agitada
por 10min e deixada em repouso por 24h para a decantaçäo do material em suspensåo.
Após esta etapa a parte líquida foi filtrada (0,45¡r) (metodolog¡a adaptada de WOOD ef a/.,
1997) e seguiu-se a para análise química. As análises quimicas dos íons foram realizadas
através do processo de cromatografia iônica no aparelho DIONEX 2010i e as
condutividades elétricas através de condutivímetro portátil (WfW - LF 330).
satisfazer os requisitos exigidos para sua precisa qualificação (LERNER, 1990). Existem
diversos métodos para quantificar a reca[ga, no entanto, para a escolha do melhor ou dos
melhores métodos a serem util¡zadas ex¡stem alguns fatores que devem ser levados em
consideraçäo como: as escalas espacial e temporal, a área estudada e a precisão exigida
no contexto do projeto (SCALON et al., 2002). Deve-se levar em cons¡deraçäo também o
resultado produzido para cada método utilizado. Por exemplo, dados de águas
superficiais e zona näo saturada proporcionam est¡mâtivas do potencial de recarga, já
dados da zona saturada permitem estimativas da recarga real. As ¡ncertezas associadas a
cada método corrobora para a necessidade de aplicação de mais de um método distinto
26
para aumentar a confiabilidade das estimativas obtidas (SCALON ef a/., 2002; LERNER,
1990 e 2002).
Para este projeto foram selecionados os seguintes métodos:
P = prec¡pitação (L)
Qoff = fluxos superfic¡ais ou subterrâneos para fora da área de estudo (L)
Precip¡tação
Ev apotran sp i raç ão re a I
A relação entre ET real e ET potencial foi descrita por Thornthwaite (1948 apud
FEITOSA & MANOEL FILHO, 1997) e mostra que a evapotranspiração real (ETR) pode
ser estimada a partir da d¡ferença entre precipitação (P) e evapotranspiração potencial
(ETP) do seguinte modo:
onde:
ETpotenclal = evapotranspiração potencial;
Fc = fator de correção em função da latitude e mês do ano (Tabela 2)
T = temperatura média do ar ("C)
e I é dado pela Êquação 4 ãbaixo:
r = É(å),". (4)
oC.
onde T e ti = temperaturas do mês analisado em
Variação do armazenamento
Para os cálculos foi usado um valor de 200 mm, com espessura média de solo de
0,6 m, perfazendo 120 mm de armazenamento.
A lei de Darcy é usada para calcular o fluxo de água através de uma seÉo do
aquífero livrê ou confinado,
Q=qA=K¡A (6)
onde:
q = fluxo (UT)
K = condutividade hidráulica (L/T)
i = gradiente hidráulico (-dh/dx)
sendo,
h = carga hidráulica (L)
x = distância horizontal (L)
Q = vazåo (L3fl-)
A = área da seção do aquífero (L2)
qA = RM (7)
onde:
R = taxa de recarga (L.rf)
M = área da superfície que contribui para a recarga (L')
A seçáo do aquífero usada deve estar alinhada com uma l¡nha equipotencial. O
método é fácil de usar quando existem dados sobre o gradiente hidráulico e condutividade
hidráulica, porém tem um alto grau de ¡ncerteza devido à grande var¡abilidade desta
última (SCANLON eú a/., 2002).
Para a aplicação da est¡mativa darcyniana com base em dados de campo,
normalmente assumem-se condi@es de estado estacionário, assim sâo somente
necessários dados de carga hidráulica e condutividade hidráulica para aplicar a Equação
(5). A escala de tempo para apl¡cação da estimativa darcyniana pode variar entre
episódica, para eventos de precip¡tação com variação de cargas, até centenas de anos
(LERNER, 1990, SCANLON et. al.,2OO2). LERNER (1990) menciona que fluxos vert¡cais
causados por camadas de condutiv¡dade hidráulica menor inviabilizam a avaliaçåo de
recarga pela estimat¡va darcyniana em períodos inferiores a um ano, devido a altera$es
no fluxo causadas pelo armazenamento de água. O tamanho ideal da área de estudo
var¡a entre alguns quilômetros quadrados a milhares de quilômetros quadrados
(SCANLON et a|.2002), entretanto estudos em áreas menores såo comuns.
A parte mais custosa é a constru@o de poços de monitoramento para a obtençäo
dos valores de carga hidráulica. É necessário conhecer a estråt¡graf¡a e a hidrogeologia
locais, anáfise que pode ser feita durante a própria perfuraçåo. lmplantação de poços em
camadas separadas por aqü¡tardes pode levar a intePretações enôneas.
f
G'
C C'
P3
N
P2
B B'
05m
-
A A'
P6
G D E H'
ESCALA
l:100
nroø rina a mÊdia ænlando s¡lto a argila de æbraçåo marrom. nrerr" do æro{sçåo dursda
I I -.pacra
34
De acordo com as descriçöes e
perfis litológicos, análises granulométricas,
aspectos topográficos e paråmetros hidráulicos, o objeto de estudo é um aquífero livre e
raso localizado numa planície aluvionar de baixo gradiente topográfico (0,02mlm) e
pequena espessura da zona nåo saturads (= 2m). A zona nåo saturada é constituÍda de
duas camadas sedimentares dist¡ntas. A primêira (amarelo escuro na Figura 17) é
formada por um solo arenoso - argiloso de coloração clara a amanonzada, mal
selecionado apresentrando desde argila até are¡a grossa e grânulos (pontos P7, P9, P13,
P27, P28, P29 e P30) contendo por v€zês matéria orgån¡ca. Esta camada tem espessura
em tomo de 0,5 m, diminuindo em direçåo ao ponto P3 e nåo aparece nos pontos P1 eP7
(seçöesB-B'eG-G).Asegundacamada(cinzaclaro)éformadaporumsoloargiloso
siltoso com matéria orgånica e coloração preta. Na parte superior desta camada ocofrem
sedimentos mal selecionados (argila a grånulos) gradando para um sed¡mento arg¡loso na
base. Nos pontos P3, P5, P19, P23, P24, P29 e P30 encontra-se uma argila plást¡ca. Estâ
camada é mais espessa na parte superior da área (seção C - C') ficando menos sspessa
na parte inferior (seçåo A - A). A zona saturada ¡n¡cia-se a part¡r da camada 3 (manom),
uma areía fina a média com argila e silte de coloraçåo manom claro a escuro. Esta
camada é mais espessa nos pontos P7, P13, P14, P17, P1A, P21, P26, P27 e P28 com
aproximadamente 2m. Nos pontos P7, P17 e P21 ocone intercalação de uma camada
contendo uma argila siltosa com are¡a fina de coloraçåo marrom. A camada 3 muda
gradacionalmente para a
camada 4 (amarelo claro), onde passa a ocofrer
predom¡nantemente uma areia grossa com bastante grânulo e se¡xo. A camada 4
apresenta uma diminuição da espessura em direçåo aos poços P17 , P21 e P26 (seções F
-F'eH-H').
A qu¡nta camada (verde) é formada por uma argilâ s¡ltosa compacta de coloração c¡nza a
azulada, aparecendo por vezes lentes cent¡métricas dê uma areia fina a grossa. Esta
camada tem espessura méd¡a de 2m, aumentando do ponto P5 ao P21 (seção H- H'). A
camada 6 (vermelha) apresenta uma areia que varia de fina a grossa, podendo conter
silte e arg¡la em grandes quantidades (até 50%). Esta camada tem uma espessura média
de 1 ,25m podendo ficar mais €spessa como observado nos pontos P7, P11 , P15 e P17 .
Na camada 7 ocone uma argila compactia de coloração azulada. As camadas 5 e 7
podem ser consideradas uma única camada sendo que a camada 6 seria uma lente
métrica de areia que ocone ¡ntercalada (F¡gura 17).
As variaçðes horizonta¡s e vert¡cais das litologias observadas na zona saturada
propiciam ao aquifero uma heterogeneidade da condutividade hidráulica. Na profundidade
de 3m, as condutividades hidráulicas variam de 1,08E-06 a 2,05E-9m/s, sendo que 560/o
encontram-se na ordem de grandeza de E-07m/s. A profundidade de 6m apresenta uma
condutividade maior do que a profundidade de 3m, com 63% das condutividades na
ordem de E-06m/s (variando de 1,56E-5 a 1,9E-07). A profundidade de 10m apresentou
condutividades variando de 8,99E-07 a 1,02E-09m/s.
Prccipitaç&s
O total de precipitaçåo meteórica no período de dezembro de 2OO2 a ianeiro de
2OO4foi de 1353mm sendo a média mensal de 97mm. A distribuiçao das precipita@es
mensais ea¡agtenza duas estaçöes distintas: uma estaçåo chuvosa e uma seca. A
estaçåo chuvosa é canacterizada por valores mensais totais de precipitaçåo acima de
Bgmm (deztO2 a mar/03 e ouU03 aianl}4) e uma média mensal de 149mm enquanto a
estaçäo seca apresenta valores abaixo de 41mm (abr/03 a seU03) e média mensal inferior
a27mm, conforme observado na Figura 18.
Ë ËË Ë Ë Ë
36
6.2. Var¡ação temporal das cargas hidráulicas
6.2.1 Relação entr€ as cargas h¡dráulicas médias nas profundidades de 3,6 e 10m
lnicialmente foram realizados testes de correlaçâo l¡near entre as cargas
hidráulicas médias diárias para cada uma das campanhas de mediçóes de nível d'água
dos poços de mon¡toramento nas três profundidades amostradas (3,6 e 10m). Os
resultados das conelações entre as cargas médias nas 3 profundidades podem ser
observados na Tabela 4 e nas Figuras 19,20 e 21.
98,æ
s8,10
98,00
97,90
E nr,*
Ê
97,70
97,00
97,50
97,40
s7,40 97,60 97,70 97,80 97,SO 98,æ
h (3ml
Figura 19: Dados de carga hidráulica média dos poços de 3m versus as dos poços de 6m.
h(3m)xh(10m)
98,2()
98,10
s8,00
a
97,90
IE sz,so
E
97,70
97,60
97.50
97,80
h (3ml
Figura 20: Dados de carga hidráulica média dos poços de 3m versus as dos poços de 10m.
38
h (6m) X h (f 0m)
94,20
98,10
98,m
97,90
E
I e7,8o
C
s7.70
97,8t)
97,50
s7,40
s7,40 97,80
h (6ml
Figura 2l: Dados de carga hidráulica média dos poços de 6m versus as dos poços de 10m.
39
N q) N @ + N |9 qJ J (O J J J A J (,¡
N O) A N (,I J N O J J
Q e e !O
+
ì> +Q
r E r ñ Q Q +Q Q
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g ò e N 0o N { N
Q ì e e ò :! r ò a a ro =
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= si Nsi À:> è N O
i 5
i ñ:
NNNõòòt¡ooooo ò N N Q Q ò è t ò ò a a è ¡! i{ à a
l¡ooooooooc'¡ooooor¡oòòeaèì*òNNXèòt e à Q
sßs (¡)(, ooooo oo @o oo o)(¡) (,g) ('(DC¡ggÕgg.gg 5Ã
Ternpo (dlas)
Figura 22: Dados de carga hidráulica média dos poços nas profundidades de 3, 6 e 10m.
Foi realizada uma análise do fluxo da água subterrânea com base nos dados de
carga hidráulica obtidos nas profundidades de 3, 6 e 10m, para todos os poços. Para
tanto, foram calculadas as diferenças entre as cargas hidráulicas diárias de 3 e 6m e de 6
e 10m para cada poço em todos os meses. A somatória mensal das diferenças de carga
hidráulica de cada poço indica a predominância de fluxo ascendente (valores
negativos/vermelho nas figuras) ou descendente (valores positivos/azul nas figuras) para
cada um dos poços em cada mês.
De acordo com as Figuras 23 a 30, nota-se que no primeiro período da estaçåo
chuvosa (dezlo2 a mar/03) há uma predominåncia do fluxo descendente entre as
profundidades de 3 e 6m. Os poços P-12, P-14, P-23 e P-26 apresentam fluxo
ascendente na maioria dos meses desta estaçåo. Entre as profundidades de 6 e 10m a
presença de fluxo descendente ocorre na maior parte dos poços, a exceçåo de janeiro de
2003.
Figura 23: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de dezembro de 2002.
4t
Figura 24: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de dezembro de 2002.
Figura 25: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de janeiro de 2003.
42
Figura 26: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de janeiro de 2003.
Figura 27: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de fevereiro de 2003.
43
Figura 28: Somatóda mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de fevereiro de 2003.
Figura 29: Somatóda mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de março de 2003.
Figura 30: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de março de 2003.
45
Figura 31: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de abrilde 2003.
Figura 32: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de abrilde 2003.
Figura 33: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de maio de 2003.
Figura 34: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de maio de 2003.
Figura 35: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de junho de 2003.
Figura 36: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de junho de 2003.
Figura 37: Somatóda mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de julho de 2003.
Figura 3E: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de julho de 2003.
49
No perlodo da segunda estaçåo clruvosa (ouU03 a jan/ü) há um equilíbrio Entne o
Figura 39: Somatóda mensaldas diferenças diárlas das caryas hidráullcas dos poços de 3 e 6m
pane o mês de outubtp de 2003.
50
Figura 40: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de outubro de 2003.
Figura 4l: Somatóda mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de novembro de 2003.
5t
Figura 42: Somatóda mensal das diferenças diáñas das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de outubro de 2003.
Figura 43: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de dezembro de 2003.
52
Figura ¡14: Somatória mensal das diferenças diárias das capas hidráulicas dos poços de ô e 10m
para o mês de dezembro de 2003.
Figura ¡15: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 3 e 6m
para o mês de janeiro de 2004.
53
Figura 46: Somatória mensal das diferenças diárias das cargas hidráulicas dos poços de 6 e 10m
para o mês de janeiro de 2004.
54
T P-6 P-11 P-16 P-21 P-26
qs.^¡
gs.
nu
gs.
98,11 ¡
9s.
98.12
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gs.
\tr
gs.
98,11 =_ 98,11
ss,r3 :1
,r,.,.] 98,10 98,1't : -
s8,12 '
s8,12-- s8,10 - |
98.10
Figura 47: perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o comportamento do fluxo da água
subterrânea. Dados do dia 19112102.
P-21 P-22 P-23 P-24 P-25
^a^Õ4
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j 98,12 98,13
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r, 97.9
98 02
Figura 48: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o comportamento
do fluxo da água subterrånea. Dados do dia 19112102.
P-1 PJ P-11 P-16 P-2'l P-26
-bs ñ JO
qþ'
97,80 97,79 97,80 97,79 s7,78 97,78 ' ,
fz,ao -: ! \
s7,7s 97,78 97,80
I
ii
l
I
I
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1
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')e
Figura 49: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o comportamento do fluxo da água
subterrånea. Dados do dia 20lO4lO3.
P-21 P-22 P-23 P-24 P-25
l
^frn&
q" qÞ' qs 97,80 l
97,78 97,86i ]
gZ,gO 97,80
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I
97,78 ,: 97,80 l
o-þ
97,77 @- 97,84 I o.* 97,79: : 97,79 i 97'80 l-:
-
Figura 50: Perfil com linhas equipotenciais (azul claro) e linhas de fluxo (azul escuro) ilustrando o comportamento do fluxo
da água subterrânea. Dados do dia 20104103.
6.2.2Variação das cargas hídráulicas versus as precipitações
Realizaram-se testes de conelaçåo linear entre as cargas hidraúlicas médias
diárias para cada uma das campanhas de mediçöes de nível d'água nas três
profundidades amostradas (3, 6 e 10m) e a soma das precip¡tações (PrecpD, prec2D,
Precp3D...) que ocorrem de um até sete dias antes da mediçáo das cargas médias. para
os meses da estaÉo chuvosa, a soma das precipitaçoes de 2,3,4, S,6 e 7 dias antes
das medidas dos níveis d'água apresentaram conelações significativas com as cargas
hidráulicas médias medidas nas três profundidades (3, 6 e l0m) para cada campanha
(Tabela 5).
Tabela 5: Correlação estatística entre as cargas hidrául¡cas méd¡as nas profund¡dades de 3,6 e
1om e a somâ das precipitaçöes de até sete dias antes da medida das cargas, pare estação
chuvosa. Os coef¡cientes em negrilo representam correlaçöes com signif¡cância estatística de 5olo.
Hm 3 Op4
Hm 6 0,03 O,O2 0,03 0,03 0,06 0,08 0,10
Hm l0 0,03 O,O2 0,03 0,03 0,06 0,08 0,10
Portanto há uma clara distinção entre as duas estações observadas no que d¡z
respeito às relaçôes entre as cargas hidráulicas médias para cada campanha e as
precipitações ocorridas. Na estação chuvosa há uma pronunciada conela$o entre as
precipitaçöes e as cargas médias, pois em todo o período foram observadas correlações
s¡gnificativas. No entanto esta relaÉo é diferente em cada mês indicando que outros
fatores estão envolvidos nesta Íelação, como intensidade das precipitações (em períodos
de 24h), d¡skibuiçåo das precipitaçöes (número de dias chuvosos) e também
evapotranspiraçåo, já que nem toda a água da precipitação se torna recarga (MONDIN ef
al., 2004 - Anexo 5: artigo submetido à ABRH). Na estação seca parece não haver
relaÉo entre as precipitações e as cargas médias medidas, provavelmente porque as
intensidades das chuvas (maioria < Smm) e quantidade de dias chuvosos são menores e
mais espaçados entre s¡, fazendo com que a capacidade de campo näo seja atingida, nåo
gerando recargas significativas. No entanto, observa-se na Figura 51 que para
precipitações acima de 5mm durante essa estaçâo provoca uma pequena elevação das
cargas hidráulicas.
Os dados apresentados mostram a rápida resposta do aquífero frente aos eventos
de precip¡tação, sobretudo na estaçäo chuvosa quando as precípita@es diárias
geralmente säo acima de 1omm ou a soma da distribuição em d¡as próx¡mos superam
este valor.
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Ss 3
ÈÈ ÈH s s ã ã ãH s s F ã ii F sã Eã ãã ã ã ã F s F Ë8 ã e ã s HH Hs H Hs ã HH
ã F
Tempo (dlas)
Figura Si: Dados de precipitação diária e cargas hidráulicas médias dos poços de monitoramento na profundidade de 3m. As barras representam os
valores de precipitação e os pontos os de carga hidráulica.
6.2.3. Comportamento das cargas hidráulicas dos poços frente a diferentes
episódios de precipitação
O comportamento individual das cargas hidráulicas dos poços nas 3 profundidades
dentro de cada uma das estaÉes (chuvosa e seca) foi estudado por meio de mapas de
isovalores de desvio padrão das cargas hidráulicas (Figuras 52,53,54,55, 56 e 57).
As F¡guras 53, 55 e 57, que representam os desvios padräo dos poços durante a
estaÉo seca, mostram um comportamento homogêneo dos poços e independente da
profundidade. Quando comparado com a estaçäo chuvosa, os poços durante a estação
seca apresentam desvios padrão menores (em tomo de 0,10m).
Durante a estaçäo chuvosa os poços apresentam um comportamento heterogêneo
e dependente da profundidade (Figuras 52,54 e 56). Na profundidade de 3m, aparecem o
maior número de poços com comportamento dist¡ntos e com maiores valores de desvio
padrão. Os poços da profundidade de 6m apresentaram comportamento mais homogêneo
ass¡m como os poços de 10m, no entanto os valores de desvio padrão observados nos
poços de 10m foram maiores (no geral) do que os poços de 6m.
Os dados do comportamento individual das cargas hidráulicas dos poços nas 3
profundidades conoboraräm com os dados de cargas médias apresentädos no ¡tem 6.2.1.
F¡gura 52: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 3m durante a estação chuvosa
P2
^^ o.10
0,12
.P4
Figura 53: lsolinhas de desvio padrão dos poços de gm durante a estação seca. Não há formacão
de isolinhas mostrando comportamento homogêneo dos poços.
Figura 54: lsolinhas de desvio padräo dos poços de 6m durante a estação chuvosa
P2
-^ 0.00
0,10
.P4
' 0.10
P12 P9
0lo
. P13
010
P1/ p14
o,1o P18 'o,lo
P22
010
P23 tr20
P24
P2A P25
F¡gura 55: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 6m durante a estação secâ. Não há formação
de ¡sollnhãs mosttãndo comportamento homogêneo dos poços.
P2
o'14
P6
P8
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()
Pl3
0,13
?, P19
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P23
0,12
Figura 56: lsolinhas de desvio padräo dos poços de 10m durante a estaçäo chuvosa
P2
0.t0
P6
o,12
.P4
PA
P9
0,r0
P13
P18
P22 P19
0,10
Figura 57: lsolinhas de desvio padrão dos poços de 1Om durante a estação seca. Não há
fomaçäo de isolinhas mostrando comportamento homogêneo dos poços.
6.3. Mecanismos controladores de recarga e sua relação com a variação dos níveis
potenciométricos
Existem d¡versos fatores que podem controrar a recarga de um aquífero. De
acordo com a Figura 60, procurou-se observar as relaçöes teóricas entre os díversos
fatores contr"oladores de recarga e a variaçåo dos níveis potenciométricos da área de
estudo.
Estas relaçöes foram analisadas de forma direta, observando-se alguns eventos
de precipitação e comparando-os com os mecanismos controladores de recarga e
também por meio de matrizes. A análise das matrizes procurou relacionar os contrastes
de topografia, de condutividade hidráulica, a espessura da zona näo saturada e a
cobertura vegetal sobre os poços com as prec¡p¡tações e como esta relação influencia na
recarga.
o primeiro passo foi a determinação dos fatores de contrastes de topograf¡a e de
condutividade hidráulica além dos cálculos de espessura da zona nåo saturada e divisåo
dos poços de acordo com a influência da cobertura vegetal. posteriormente foram
montadas as matr¡zes para análise dos mecanismos de recarga frente as precipitações e
sua relaSo com a recårga.
Determinaçäo dos Fafolês de ContÊste
contraste;
lnki,il, lnlçj*1, lnl(-r;, Inlçrr¡: logaritmo neperiano da condutividade hidráulica dos poços
vizinhos.
PERFIL ESOUEMATICO FATOR EFEITO
^l ii,
¡ñ"1 Depressöes e
O empoçâmenlo de água nas
depressöes cêntimétricas
pode gerar recargas
elevaçÕes centimétrica localizadas.
do tenenos
Prcclpltag¡o
¡ Áreas com condutiv¡dade
I hidráulica maior Possuem
Heterogeneidade da fluxo de água maior do que
áreas com condutividade
condutividade hidráulica h¡dráulica menor podendo
gerar diferenças de carga
da zona saturada do h¡dråulica.
aqulfero
Prælpltnçåo
Heterogeneidade da
¡¡
¡ permeabilidadê dâ Diferenças de carga
hidráulica geradas Pelo
zona não sâturada ou fluxo na zona nåo saturada
diferençâ na espessurâ
dâ mesma.
69
analisados. Com base nisto, pode-se observar se estas d¡ferenças ou semelhanças
influenciam na recarga.
Os mesmos poços utilizados nos cálculos dos fatores de contraste F. e Fr, foram
usados para calcular a espessura da zona não saturada. Apenas para avaliação da
cobertura vegetal foram utilizados todos os poços, pois esta se encontra pr¡ncipalmente
nos poços da extrem¡dade da área.
G"'-'''
a
P-1 P-2 P-3 P4 P-5
trt,
P-lt P-12 P-1 3 P-14
a
P-16 P-17 P-18 P-19 P-20
a a a
P-21 P-22 P-23 P-24 P-25
F¡gura 6l: A área dos poços utilizados nos cálculos dos fatores de contraste Fc e Fk. .
Topognlia
A análise da influência da topograf¡a fo¡ observada através da confecção de um
mapa topográf¡co baseado nas cotas relativa$ dos poços de monitoramento (Figura 62).
De acordo com as relaçðes observadas na F¡gura 60, no poço P16 ocorre a formação de
uma depressåo cent¡métricâ que poderia gerar uma recarga loc€rl¡zada em tal poço. No
entanto, quando se observa o comportamento do poço P16 em relação aos poços
vizinhos nota-se que este aprêsenta carga hidráulica sempre igual ou menor enquanto se
esperaria obseruar uma carga hidraulica maior devido a concentração de água neste
ponto. Nos demais poços, nåo foi observada nenhumâ relaçåo entre as cotas topográficas
e as cargas hidráulicãs.
s's
x.ì
\-J
P18
Figurâ 62: Mãpa topográf¡co a partiÍdas cotas das bocas dos poços.
Prec¡pitaÇões
107
g
o
o_
o
(,
(¡,
7,10 22.29 40,00
g
Figura 63: Matriz de relação entre o contraste de topografìâ (m) e a recarga (mnl/período)
frente às precipitaçöes (mm/período) para todas as estações climáticas.
73
2.98 10,35 25,20
E -o toz
a .t-7 9,90
g 20,40
g
o 0,091
Figura 64: Metriz de relação entre o contraste de topograf¡a (m) e a recarga (mm/dia) frente às
precip¡taçöes (mm/dia) para a primeira estação chuvosa (dez|O2 a matt}g).
Figura 65: Matriz de relaçåo entre o contraste de topograf¡a (m) e a recarua (mm/dia) frente às
precipitações (mm/dia) para a estaçåo seca (abr/03 a seU03).
Prec¡p¡tações
-0,107
è
o
c)
2,07 7,44 25,80
o
o 1
F¡gura 66: Matriz de relação enlre o contrâste de topograf¡a (m) e a recarga (mm/dia) frente às
precipiteções (mm/dia) para a segunda estação chuvosa (oul03 a janl04).
As matrizes mostraram que quanto maior a chuva maior a recarga, no entanto, não
é o contraste de topografia que contKrla a recarga.
75
Figura 67: Mapa de isoespessura da zona não saturada ne estaçåo chuvosâ
(dez|O2 a mar/03 e ouU03 a janlO4).
F¡gura 68: Mapa de isoespessula da zona não saturada na estaçåo seca
(abr/03 a jul/03).
.8
EÉ ^ o,¡ !^ 0,3
! : 0,25
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gu ni ,fl e o,o5
I s4as
F¡gura 69: Variação das cargas hidráulicas (P-4). Figura 70: Variação das cargas hidráulicas (P-26)
g1
lll
2B4t t | |
Figura 7l: Matriz de reraçäo entre a espessura da zona näo saturada (m) e a recarga
(mrn/período) frente às precipitaçöes (mm/período) para todas as eslações crimát¡cas.
Precipitações
/0.3
57
Þ
Er
o
11
t!
2,87 27,9 19,2
Figura 72: Matriz de relação entre a espessura da zona não satureda (m) e a recaça (mm/dia)
frente às precipitações (mm/dia) para a primeira estação chuvosa (dezl\2 a me O3l.
2.10 8,13 32,40
lr.t
2561 I I I
Figura 73: Matriz de relação entre a espessura da zona não saturada (m) e a recarga (mm/d¡a)
frente às prec¡pilaçöes (mm/dia) para a segunda estação chuvosa (ouVO3 a janl04)
precipitaøes
5.2
e6
2,66 3,00 0
12
¡ll
Figura 74: Matriz de relação entre a espessura da zona näo saturada (m) e a recarga (mm/dia)
frente às precipitaçöes (mm/dia) para a estação sece (abr/03 a seU03).
6.3.2. lnfluênc¡a das árvores e das precipitações sobre os poços
o,i
P19
¿ P20
3,16
3,42
P2A P25
Looãndd oi"
2ia 2,12
Figura 75: Valores (em mmidia) de prec¡p¡tação individual dos poços no dia 15h21O3.
8l
105
05
F¡gura 76: Valores (em mm/dia) de prec¡p¡tação ¡nd¡v¡dual dos poços no dia 17112103.
F¡gura 77: Valores (em mnvdiâ) de precipitação individual dos poços no dia 21h2103.
Figura 78: Valores (em mm/d¡a) de precip¡taçåo individual dos poços no dia 22h2/Og
"l'
t: )
3,3
Figura 79: Valores (em mm/dia) de precipitação individual dos poços no die 23h2l\g
¿
P'6
logord¡ 30
a-".)î
Figura 80: Valores (em mm/dia) de precipitação individual dos poços no dia 09/01/03
1¡.3
P10
Pt4
11,2
Pl9
95 t,13
I
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fsgordå 12,1
llt
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l,,cpdr,cù",."É5 ,,. \
\J / P'¡ \
230
Figura 81: Valores (em mrn/d¡a) de precipitação individuat dos poços no d¡a 16i01/03.
Apesar deste padräo heterogêneo de precipitaçåo sobre os poços observados na
área, quando se avalia sua influência na resposta do aquífero, ou seja, na variaçåo
potenciométrica dos poços, parece näo haver uma relaçåo direta.
Na Figura 82 encontram-se seis poços (P-3, P-6, P-14, P-16,P-2O e P-23) com
características distintas em relaçåo às árvores e às precipitaçöes. Os poços P-14 e P-2O
localizam-se em área aberta (sem influência da copa das árvores), P-3 e o P-23 o
encontram-se sob a copa fechada de árvores, o que diminui a precipitaçåo sobre os
mesmos, e os poços P-6 e P-16 eståo localizados sob a copa formada por um conjunto de
três árvores. Para o poço P-6, há uma concentraçåo de chuva e para o P-16 ocore uma
diminuiçåo da precipitapo.
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Figura 82: Comportamento dos poços (cargas hidráulicas) frente às precipitaçöes individuais sobre
os mesmos.
85
chuva, com o P-3, que sofre interceptaçåo, ambos apresentam uma resposta semelhante
frente as precipitaçoes. O mesmo ocone quando se comparam os poços p-14, p-16 e p-
20. No caso do poço P-23, entre os dias 08 e 09/01/04, apesar de sofrer uma precipitação
menor do gue os dema¡s poços, apresentou a maior variaçåo potenciométrica.
As árvores presentes na área criam um padrão heterogêneo de precip¡tação sobre
os poços, no entanto estas d¡ferenças de precipitação nåo refletem diretamente na
variação dos níveis potenciométricos dos poços.
Preci0¡tações
E
g
€ 8,03 22,20 40,40
Figura 83: Matriz de relação entre a influência da coberture vegetãl e a recarga (mm/período)
Í'ente às precipitações (mm/peíodo) para todas es eslações climáticas.
8ó
2.62 9,17 21,09
E
Ë 3,13 8,60 21 .60
Figura 8¡l: Matriz de relação entre a ¡nfluênciâ da cobertura vegetel e a recarga (mm/d¡a)
frente às precipitaçöes (mm/dia) para a primeira estação chuvosa (dezl,Z a ma OS\.
Ë 2,20 .73
1 2,16
o
'õ
F¡gura 85: Matriz de relação entre a ¡nfluência da cobertura vegetal e a recerga (mm/d¡a)
frente às precipitaçöes (mm/dia) para a estação seca (abr/03 e seu03).
Precip¡taçóes
E1
(¡)
F¡gura 86: Matriz de relaçåo entre a influência da cobertura vegetal e a recargâ (mm/d¡a)
frente às precipitações (mm/dia) para a segunde estação chuvosa (ouUO3 a jan/04).
89
Figura 87: Mapa com setores de condutividades hictráulicas próximas pare profundidade
de 3m (unidade em m/s).
tv /
t//// 6.218-t
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lr.,-??t-
lt I 3.øsE-f
F¡gura 88: Mapa com setores de condutiv¡dades h¡drául¡cas próx¡mas para profundidade de 6m
(unidade em m/s).
F¡gura 89: Mapa com setores de condutividades h¡drául¡cas próximas para profundidade
de 1üm (unidade em m/s).
9l
/ P13
"-\
W-
F¡gura 90: Mape potenciométrico do dia 21lÙ7l1g (unldade em m)
P1
-(-
S'
Figura 9l: Mapa potenciométrico do dia 30/10/03 (unidade em m)
M
Figura 92: Mapa polenc¡ométrico do dia 18/12103 (un¡dade em m)
Precipitaçöes
! ,z,oat
.63
o
lJ
p
¿
7,99 23,53 36,60
3 -o szs
()o
F¡gura 96: Matriz de releção entre o contraste de condutividade hidráuliöe (m/s) e a recarga
(mm/período) frente às precipitações (mrn/período) para todas as estações climáticas.
95
3,64 9,60 31,20
ë
E -/Õrr
'5
2,39 11 .17 21,90
F¡gura 97: Matr¡z de relação entre o conlraste de condutiv¡dade hidráulica (m/s) e a recarga
(mm/d¡a) frente às precipitações (mm/dia) para a primeira estação chuvosa (dezlÙ2 amarlDS).
5
2.20 8,82 25,35
o
2,24 7,10 24,72
ij.473 r ¡ r r
F¡gura 98: Matriz de relâçäo entre o contraste de condutividade hidráulica (m/s) e a recarga
(mm/dia) frente às prec¡pitaçöes (mm/dia) para a segunda elação chuvosa (ouU03 a janl04).
Precipitações
Ë -/ orl
p
2,17 2,80 2.55
* -o szs
(-)
F¡gura 99: Matriz de relação entre o contraste de condutividade hidráulica (m/s) e a recerga
(mm/dia) frente às precipitações (mm/dia) para a estação seca (abr/03 a sev03).
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Figura 100: Perfis com as concentrações dos traçadores cloreto e brometo na zona näo saturada.
Os dados mostram que nåo foi possível a detecção do pulso descendente pois
este atravessou o perfil amostrado em menos de 24h, conforme pode ser observado pelo
ruído na profundidade de 60cm (Cl 3,0m9/L e Br 1,6m9/L) no primeiro dia de amostragem.
98
da porção mais superficial do aquífero. Nota,se que não existem os poços p-15, p_27 e p_
29. Para os cálculos envolvendo estes poços foram calculadas as c¿¡rgas hidráulicas para
eles como sendo a média dos poços vizinhos. o mesmo cálculo foi utilizado quando
algum dos poços não apresentou medidas de carga hidráulica.
o,"e eo,,"
P{ P-7 P{ P-9 P-10
Q", S 9o,.,,
P-t I P-12 P-13 P-14
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p-16 P-17 P-18 P-l9 P-20
Qr,,ê e Q,,,
Figura 101: Divisão reelizada para o cálculo das vazões (Q) de entrada e sâída tanto hor¡zontal
quanto vert¡cal do aquífero.
Como exemplo, pode-se observar a Figura 102 onde as vazôes laterais e76
(Figura 101) seria o volume de água que entra ou sai pela seção BEHK e a vazão vertical
Q?7 seria o volume de água que passa pela seçåo HIKL,
P-7
R
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4m 4m
Figura 102: Representação das vazões hipotéticas entre
dois poços.
100
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ITS]ITUTO DE GEOCIÊNCIAS - USP
_ ¡l¡LtoT¡oA
A soma (mm/dia) representa o excedente ou déf¡cit hídrico total ocorrido na área
durante a estaçåo enquanto a média (mm/d) representa o excedente ou déficit, ocorr¡dos
diariamente. Nota-se que para estaÉo chuvosa 1 ocorre um excedente hídrico na área.
Durante a estação seca e chuvosa 2 houve um déficit hÍdrico do aquífero. Estes dados
representam a recarga vert¡cal provinda da superfície.
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I
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4m 4m
Figura 103: Representaçäo das seções reais utilizadas para o
cálculo da vazåo entre dois poços.
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0,0 97,42 0
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r5\¡OO)Or(Ol\)('l0oi
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{ \f \¡ \¡ \t \| \¡ \¡ { \¡ \¡
ôo-cictooooooo
(t (, ü) G) O) û) (¡) (¡) O) G) (¡)
103
A diferença nos resultados fica evidente nas Tabelas 11 e 12. Se for levado em
conta cada episódio de subida de nível, a recarga é bem superior. lsso se dá
principalmente pela descarga que ocorre após cada elevação, que só é contabilizada
quando o cálculo é feito em períodos que as incluam. Ou seja, a rec¿lrga obtida pela
somatória das elevações episódicas sempre apresentará valores maiores do que aquelas
feitas em períodos maiores. No entanto, quando a descarga ocorre de maneira rápida os
efeitos da recarga podem ser mascarados como ocorre nos cálculos mensais. por
exemplo, nos cálculos mensais os meses de abril, maio e junho nåo apresentaram
recarga. No entanto, avaliando-se os eventos de chuvas episódicas (Tabela ll), nestes
meses ocorrem recargas, ou seja as chuvas geram acréscimos de água ao aquífero
(recarga) mas esta não mantém os níveis elevados por muito tempo pois a pequena
intensidade de prec¡pitaçöes e a alta descarga abaixam os níveis d'água.
104
Quando se analisa a recarga dos eventos episódicos com soma das a
precipitaçöes ocorridas no período de elevação dos níveis d'água observa-se correlação
s¡gn¡ficativa (0,80), conforme pode ser visto na Figura l04.
90,0
þ' eo,o
g 70,0
oo,o
f;
Ê s0,0
€ 40,0
$ ao,o
.g
(r' 200
E 1o.o
o-
0,0
10,0 20,0 30,0
Recarga (mm/êventol
*o significado
de cåda lemo de tabela 13 é def¡nido no item 5.9
Nota-se que para alguns meses das estações chuvosas, apesar dos volumes
totais de precipitação serem muito elevados, estes nåo geram recarga devido aos altos
valores de evapotransp¡raçåo real. Durante os meses de estação seca o volume de
precipitações é sempre ¡nferior a evapotranspiração real, sendo esta totalmente
evapotranspirada. Além d¡sso parte do armazenamento de água do solo gerado na
estação chuvosa e evapotranspirado durante a estação seca.
Por este método, apenas os meses de dezembro (2OO2 e 2003) e janeiro (2003 e
2004) apresentaram recargas.
106
6.6 Modelo conceitual de rccarga
O modelo conceitual proposto para explicar o fenômeno de recarga do aquífero
pefas observaçöes realizadas no presente estudo é composto por várias etapas. Antes do
evento de precipitação a água do aquífero raso está ocupando os poros saturados
referindo-se à água de residência. Nesta regiâo durante os períodos de intensa
precipitação meteórica e alto potencial de recarga, a água percola pela zona não sâturada
por meio da matriz de poros do sedimento. Quando cessa os eventos de precipitação, os
níveis d'água aba¡xam rap¡damente, voltando ao estado in¡cial.
Devido as duas estações observadas com diferentes regimes de precipitação, o
comportamento do aquífero é dist¡nto em cada um destes períodos. Durante a estação
chuvosa os níveis respondem de acordo com o modelo conce¡tual geral explicado
anteriormente, ou seja, rápida subida dos níveis d'água devido a frente de molhamento da
matriz de poros do sedimento gerada pelos fortes eventos de precipitaçäo. Na estação
seca, nem sempre os nÍveis d'água respondem às precipitações pois mu¡tas delas são de
pequena intensidade e a água que percola através da zona nåo saturada náo é suficiente
para vencer a evapotranspiraSo e a capacidade de campo ating¡ndo assim o aquífero. As
frentes de molhamento através dâ matriz de poros nåo atingem o aquífero, a não ser em
eventos específicos de maior precipitaçäo que ocorrem nesta estação. Quando cessa o
evento de precipitação, os níveis d'água abaixam rapidamente devido à descarga natural
do aquífero.
t07
Tabela l¡t: Recaruas mensais calculadas segundo os trés métodos, e precipitaçöes,
em mm/mês, para o período de dezembro 2002 a jsneiro de 2004.
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flt.esÈó:r Þ!!14.çe:. .
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.Hl¡lÉini.. llfiii;l :Ð;iaÀ;t ¡âllÁal¡;' ¡ì;;¡;¡À¡ìl
dezl02 9.8 2.O1 154 2
¡en/O3 139 I 54,0 6.24 243.9
fev/o3 0.0 31 .2 12 03 101 8
mâr/03 0.0 13.2 0 93.6
abr/O3 0_0 o14 28,8
mai/03 0,0 0.0 0 32
iun/03 0.0 00 o 14.2
iuU03 0.0 8.4 0 25.6
âoo/03 oo 7.8
sevo3 0.0 406
or¡l/O3 00 127 .1
nov/o3 0.0 4.4 o 81 ,5
dezlO2 34.6 31.2 0 175.1
ianlO4 109.0 684 0 213
Total 293.3 214.4 20.45 1353.2
108
O método de variação do nível potenciométrico apresentou-se como o ma¡s
sensível dos três analisados para registrar os eventos de recarga. Esta técnica permitiu
registrar recargas nas duas estações chuvosas e na esta$o seca. O método apresentou
resultados mais significativos dev¡do aos menores erros associados aos cálculos da
recarga e as boas respostas do aquífero raso frente aos eventos de precipitaçäo. HEALY
& COOK (2002) já haviam indicado o melhor desempenho deste método em áreas de
hidrogeologia similar ao PET.
7. CONCLUSÕES
t09
apesar de identificar os períodos de recarga, assim como o método de variação do nível
potenciométrico, apresentou os maiores valores de recarga.
O método de estimativa darcyniana apresentou os menores valores de recarga.
Este mostrou resultados significativos nos períodos em que houve um mon¡toramento
diário do aquífero, já que os resultados mensais foram realizados pela somatória do
balanço de massa de água do aquífero. Durante a segunda estaçåo chuvosa, devido a
medições mais espaçadas (a cada 3 dias) não registrou recarga do aquífero neste
período.
O método da variação do nível potenciométrico apresentou-se como o mais
sensível para registrar recarga. Tal método é o mais aconselhável para estimativa de
recarga em aquíferos rasos, quando há a possibilidade de implantação de uma boa rede
de monitoramento em loca¡s com níveis d'água representativo e também um programa de
monitoramento variando de semanal, para os períodos onde não ocorrem precipitações, a
diáfios após eventos de intensa precipitação em ambas as estações.
110
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L
DADos ¡vrereoRolócrcos
Tabela A2-1: Dados med¡dos na área do PET
Fevereirô dê 2OO3
Dia
1 35
1.O
tìo
o.o
5 0,0
tt o.o
7 0,0
a o
c o
10 o
1t 0,0
12 oo
6.1
2Ê1
3.3
0,0
o.o
1A 3R1
3.4
20 0,7
21 19.6
0,0
o
24 0.
25 o.o
,Ã 0,0
0,0
:a o.o
Iolâl 101,8
medidos na área do PET.
Aoosto ale
D¡a o lmm)
1 0.0
0.0
0.0
4 0.1
5 0,1
6 0.0
7 6.2
I o.2
I 0.6
l0
0,0
0,0
0.3
0.6
19 0,0
20 0.1
21 o.0
22 0 I
23 fì tì
24 1.
25
26 o
27 o
2,2
0,1
0.0
0.3
)tal 17.
medidos na área do PET
Novembro de 2003
Dia PrecrD¡tâc
2 1
3
4 n:{
5 0.0
8.3
o,2
a 0,0
I o
10
11 o.(l
I 0.0
I 1.8
25.1
0.0
0,0
17 112
18
19
20 7
21
0.0
23 0.0
24 0.0
4,8
26 0,0
4
28 6,6
29 13
30 0,0
total g1
na area 00 Ph I
Tabela A2-2: Dados de prec¡pitação sobre os poços medjdos com
Tabela A2-9: Dados de temperatura média mensat das três estaçÕes meteorológicas
ANEXO.3:
Poco 6
Profundidade (m) Desongþ Geolfu¡ce
o-o3 ) aronoso siltoso de colõracâo clara
0.3 - 2.40 lo a-rd¡iõso com mãtfiãóroânica, coloræåo preta
2.40 - lástificado)
-4 lreia fina a média com oouco silte e ar0ila
4, -560 r¡ãiãomssa¡om orânulos e seixos
5.0 -7.20 la conpacta
7.20 - 8.20 ffi
¡lllt-ðtlu ¡reia fina
860-960 ¡raia módia nonlpndo arnila
12
Figura 444: Descrição da litologia observada nos pontos P10, P11 eP12.
Poco 14
Profr¡ndid¡dc lml Dcecri¡åo Gcobqþa
n-n ;olo s¡lte arenoso lareia fina)
0. r0 - 2.05 ;olo ar(xþso com matêna oroänrca (þ c( 5Ir€
4- t fina com stlte colorecão efîefÍo]rlzet
3. -Á, 'eta nna a orossa com mator oorcenÈ¡oem oe arera orossa
4 95 ¡roia llna a s€¡xo com maior porcentagem de areia qrossa
4.95-60 la conpacta contendo aloumas porcões de areia
Poco 15
Profr¡ndid¡ds lm) flcscri¡åo Geolóqþ¡
-utt Ðlo com mu¡ta mâleria oroänica. mal selecionado com Douco de seixos. colcacão marron
1.45 rolo aro¡loso com matériâ oroånica de colorâcão ffetâ
1.45 - 2.15 ;olo aroiloso de coloracão preta plaslifcado
I th - rfeta frna com pouco de stlte
3 ¡reia fna a orossa com seixos e maior oorcentaoem de areia orossa
4 ¿h-Fi naterial arqilo siltoso. seco cor cinza escuro
tifl-fi rål stltoso arqtloso cor c¡ni¿a daro
67 -7 95 ¡rg¡a fina com oxoross¡vâs ouantidadss de silte e rnsnos de eroila cor amardada
/ 95-¿t4 ¡reia fina com silte
Figura A4{: Descriçåo da litologia observada nos pontos P13, P14 e P15.
Poco 17
Proltrndidade lml Descricåo Gcotósi<¡a
tt-1l)U Ð10 orqân¡co mal selecionado (aroila a seixo) de coloracão amanonzada. não consolidado
.30 Ðlo aroilogo com matéfra oroän¡ca de coloracão ofeta
l| -? Ll ¡reia fina com pouco de silte
4D -2 50 îatenal aroiloso siltoso com areia fna
rfl-:{f;fl ¡ nna com Douco de slt€
tU-4{lll ¡reta meoa a oross¿t com serxos
400-/5tì ¡rorla comoactia ctnza escura oradando Dara uma ro¡lâ gltosâ cinza clara
/ 5{t - }t ¿t) ¡reia fina siltosa
840-960 tfeta meoa com Da;fante âroilâ_ oouco silte e ârere nne
Figura 44.6: Descrição da litologia observada nos pontos P16, P17 e Pl8.
Poco 19
Protundidade lml fÞscriçäo Geolós¡ca
) arenoso srltoso de coloracão cl¿fe
0.50 - 1.55 J aro¡loso mal selec¡onadocom Íìatéria oroånica de coloracäo oreta
I 55-265 ¡olo argiloso plastificado
2.65 - 3.35 â fina com pouca arq¡la
reta nne e médre
a ttl ¡rera orossa com oränulos sêixos
5lt5-t ) la coñDectâ dê colorecão ezulâde com oôuco s¡lte
Poco 21
Profundidade Descriçåo Geológica
tolo mal selecionado (roila a seixogl com matéria oroânica. coloracão manon
u.3c - u.95 ¡olo arotloso com metène oroåilca c( ) Pretra
12(l-135 ìa com oouco de sille
15 ls¡ltoso aroiloso com oråos de areia média
¡ fina com arotla
o I ofose com trætfflê Õrånltlô e sirG c lrm nouco rle arrila e s
(|-ti / illle âforloso comoeclo com oouco de mrce
roila giltosâ com Douca areia llna
t?-ta la coÍpacta com pouco cle srne
¡ nna
Figura A4-7: Descrição da litologia observada nos pontos P19, P20 eP21.
Poco 23
Proftndldado fm) De¡crlqäo Geoló¡lca
0-0.4 nlo arenoso s¡ltoso de colorecão clâre
0.1 - 1.50 iolo aroiloso mel s€l€cionado com matária orqån¡ca de coloracão Dr6te
1,50 - 2.5 ¡roila Dláslica com matória oroånica de coloracåo oreta
-:t I rreia fine com aroila
3.7 -4.4 ¡reia nna a se¡xo (maior porcenlaoem de ere¡e qr06sa)
¡1.8 - 5 ilo¡la corDacla
15 - 6.0 ¡roila siltoso comoacta
Figura A4{: Descrição da litologia observada nos pontos P22, P23 e P24.
ñna com aroila com oouco de are¡a média na
Figura A4-9: Descrição da litologia observada nos pontos P25, P26 e P27.
Poco 28
Profi.rndil¡de lmì Dascricåo Gaolóoic¡
I :.t5 iolo com areia fina com matéria oroån¡ca mal selecaonar
0.35 - 0 95 iolo aroiloso com matéria oroån¡ca de coloracão Dreta
iolo eroiloso mal selecionado forânulosì
rreia fina com aroila de coloracåo marron
I drossâ â sê¡xo fdedomtnâ ârete drossã
49- ¡rq¡la com Dorco s¡lte do coloracão cinza
Poco 29
Protundidado lm) Descriçåo Geológica
U-ft:{5 ;olo arenoso lare¡a fina). mal selec¡onado (arqila a qrãnulo)
0.35 - 1.4 ;olo aroiloso mal selecionado (ar€la oross¿
1.4 -2.5 ¡olo aroiloso olastificado de coloracão oreta
I fine com erc äo marÏon
lrâ¡â ('rôssâ â s6iroß
5.2 - 5.55 ¡roila comoacta de coloracão qnza
Poco 30
Protundidade lml Doscricåo Goolóolce
o-o45 ) arenoso (areia f¡na) mal s( I A afeta oross¿
0.45 - 1.35 ìolo aro¡loso mal selecaonado lor com matária oroânica de coloracåo oreta
1.35 - 2.4 ;olo aroiloso olastificado com matér¡a oroånica de coloração pr€
l frne com Íotle e sllte de c¡lor¿rcão mafTon escuro
2 rreia média e (rosse lmaior oorcentaoem de areia média)
ìrera oross¿r lDredomtnanteì com areta fina a mê(¡a
4tl- ¿5 rrera orossa com oranutos e serxos
h75-5tt5 Talerial aro¡lo siltoso
ESCALA
1:1fl)
Areb firìe a média conlendo silte e argih de coloraçåo marrom Arg¡la conpacta da coloraçåo azulada.
Figura A4-11: Seçäo vertical segundo o segmento A - A'da figura 16 (do texto).
P03 P08 P18 P23 P28
ESCALA
l:100
Areb lìna a médb conlendo sille e argih de colorafo marrom AÍgila compacta de colomçåo azulada.
Figura A4-12: Seção vertical segundo o segmento B - B'da figura 16 (do texto).
ESCALA
1:100
Areia fina a média contendo site e argrb de coloraçåo marrom Argila compacta de coloração azubda
Figura A4-13: Seção vertical segundo o segmento C - C'da figura 16 (do texto).
P01 P02 P03 P04 P05
ESCALA
l:loo
Figura A4-142 Seção vert¡cal segundo o segmento D - D' da figura 16 (do texto).
ESCALA
l:1æ
or," o* a mód¡a contendo sltc c argila dc coloração marrom. ornr" de cororaçåo azubda
I I "ompacra
Figura A4-15: Seção vertical segundo o segmento E - E'da figura 16 (do texto).
Pat Þ2t P28
ESCALA
1:lü)
o,"* nna a média contendo $lte e argth de cotoraçåo marrom. o,nn..ompacta de cororaçäo azurada.
I I
Figura A4-172 Seção vert¡cal segundo o segmento G - G' da figura 16 (do texto).
ESCALA
11100
o*n tlna a média contendo slte e argih de coloraçäo rnarrom. orn*.ompacra de cotoraçäo azubda
I I
Figura A4-18: Seção vertical segundo o segmento H - H'da figura 16 (do texto).
ANEXO. S:
* coço oa nrou'rom*a"rol
laNou€sÉpÍco Lucialmente, p¿ra câdâ um dos poços de monitora-
rnenro da ârcâ, procuror¡-se clcrc¡mina¡ os poços corn
.16 i vizinhos mais próximos de âcoÍdo com a metodologlâ
.l
abai-xo:
Figura 7: Localização dos poços nâ árca dc estudo.
- Foram selecionâdos 3 raios de rnfluência, corn 2,5 m;
A áLrca ê. constituída de sedirnentos quater[ários j,0 m e 3,5 m; divididos em 3 sero¡es de 1200;
¿luviona¡es associ¿dos ao rio 'lictô, com urna cspessura
de
20rn indicados por sondagets SpT. Esses sedimentos são - Pa¡a cada um dos taios e pata cada poço, defeÍtrxnou_
cornpostos por lcntes de arg a c siltc intcrcâlâdos com se o ¡úme¡o de poços uzinhos, coosiderando palâ o
camâdâs de âfei^
11¡^ a r¡édia não corsolidâdâ. Estas cálculo dos fâfores de contrÂsfe âpenâs os poços cor¡
câmadas de areiâ apâtcceûì a partrr <ios 2 rn, constjtuinclo âo me¡ros urn vizirho em câd¿ setor.
¿sstm uûr aquífero livrc e r¿so de porosidade primáda,
Pata cada poço com vizinhos suficientes, seguntlo o
heretogêneo corn condutiradade hidrarilica vadando de critério acima, foram c¿lculados os fatores clc ántrastc
1x10? até 7x10.5 m/s (Varoier, 2001 e Varnie¡ & Flirata,
topogránco) liç, e dois contrâstes de condutividade carnpo. Os dados obhdos foram cortelacionados com âs
hrdr'âuüca. l;¡ c F¡2. scgundo ¿s cquâçòcs:
precþitações oco¡r.idas ¿té cinco dias antes das câûpâohâs.
Infülrômenos
_.
O eqùipamento cmpregado para a qualtificação de
- K_K* Q)
infiltracào foi o inFdtrómetro. quc consisrc cm um rubo de
^ K* PVC de Lliâmct¡o inrclno dc cc¡ca de 102 rnm c 4 mm dc
esPessurâ, com compdmcrto de 300 mm, dcntro do
qual
fica inse¡ida amostra dc soÌo indefornada do pE.I'. Em
iua
K.- K2. exhcmìdâde inferìor, situa-se umâ talnpa afr.urilada (cap)
-''" (3),
recepforâ dâ água que atravessa o perfil de.olo c o fà"iá
K2*
anrost¡¿do¡, corrccl¿do ao IVC
nas quais
¡ror urrra rnanguctra dc,
bor¡¿cha. cm tÌirccào a^ qual dc"rina sc a âgua inidrra,la.
{
âmostr¿ é âindâ susteùiadâ por lrês hastes metálicâs
Lc, @igura 2).
C* = i:L (4),
ir, (.Ð
K2*=e nv
(6),
<llde, Ct é a cota módia dos poços vizinhos. K*e
K2* são
as con<ludvrd¿des hidraulic¿s rneclias dos poços Figura 2; I'1ÍìItuômetuo,
vtzinlÌus,
scndo C, c Id, respectivâmcnte, os valores da cota
c da
conclutirndade hidráulica de cada poço qzinho
e rìv, o O infilt¡ômet¡o é posicionado cle¡tro dc urn l\¡C
núrnero de vizinhos em questão. m^tof que se cncontrâ c¡avado no solo. com diâmetro
inle¡no dc I20 mm e comprimcnro em rorno dc 500 mm.
Dessa forma, os valorcs de R;, Fr< e Fxz de cad¿ A finalidade dcssc p(occdjmcnto consiotc cm resguardar o
poço forneccrn uma rnedida do conttaste entrc suâ cota e instrìrmeûto de forma a se poder letrrálo pur^ ,ã f"r"r r.
sua corrdutir.idade hidráulica e a cot^ e conduhvidade tredrções dcsejadas, O PVC rnaior, ou cxterr.ìo, é colocado
hid¡áuhca módias de seus vìzinhos, para ^ cada raio cle na cavidadc ao nível da regrão gramada e o iûfiltrôrnctlo é
influôncia, Poltârto, os fâtorcs dc coûtrâste dos poços suspenso uns poucos mìlímetros por brita a Frm de que sc
lnost¡aln o quaùto o poço se assemelh¿ ou difere dos co)oque cm tolno dos dois trbos um anel de plásticá para
seus
vizrnhos nesses pâÍânìctlos analisados. Affavés desscs
cvitâr a eûtradâ de água na f¡esta criada. lìoi utilizado um
fa¡ores.lc cojÌtrâstcs è possívcJ obst.rwar sc cslas difercnca,, conjunto dc seis inûIt¡ôrnetros contendo sedrmcntos da
ou semelhanças influelciam nas catgas hicltáulicas. área de estudo.
1,80
.ß
E 160
- 1,40 5
,[ r,zo
'Ë 1,00
E 0,80 0.9 11 1.3 1.5
-{ Tal¡ela 4 indrca nâo havcr relação entre os contrâstes 'Iabcla 6: Correlação cntrc a condutividadc
hidráulica (Cond.
dc topografia r âs cargâs lúdráulic¡s, o gue dcsrncorc a
Hidr.) e a carga hidráulica rcti¡ando-se as árvorcs a l,i m de
hipótcse de vales e picos topográfrcos locals influclciatem distância. Pa¡a Out/01, houve duas campanhas. Os
signrficativamentc ¿ rccargat já que lcnhum dos cocficicntes cm ncgrito rcprcscntam correlaçõcs com
coeficicûtes de cotrclação calculados tem srgmficância dc signific¡nciâ cslarisric^ ¿c So/o. (Númc.o dc dados: 2?0).
ß,uar¿a
Para o método do balanço híd¡ico, foi calculacla a Tabela 9: Cálcrrlo da recarga pcla vâriação do nível potc[_
cvapotfânspilâção pofenci^l âtÍavés da fó¡mula de pe[man ciom¿trico.
- Monteith flcnsen e/ a/,, 1989).,{ parrir da relação cnrre
precipitação e â ev,rpotrânspiiação real, obtìda pela relação
propostâ por f'hornthwarrc (1949 apul CPRM, 1997),
dcte¡minaram-se os valores da tecarga potencial (Iabela gj. CompârativâùetÌte, o nétodo da varraçâo do nívcì
Nesse cálculo, o escoâmenlo superficiai foi desconsidcrado
potencionétrico apreserìtou vâlores maìs compatíveis do
devido à área ser muito pÌana, não mostrando em campo que o método do balanço hídrico, lo qual parece que
hor¡ve um¿ suÞetestimação dos valores dc recarga. Isso era
evidêncìas dc escoâmento signifrcalvo, rnesmo cm dias
espetado, pois o m¿lodo dc balanço híclrico estima apelas
r¡uitro chuvosos.
o exccdeûtc hídrico que possâ se colìverter cllt recâ¡gâ.
Este método tfrlnbórn mostrâ que não houve r"au.gu iro
A rccatga, por este rnótodo ocolre nos períodos de período de abll a agosto de 2000, o que é cìcsmentido pclo
jaleiro, fevereiro e rnârço. No ano de 2000, r".^rgu ûÌéfodo da vârìâção do nível potenciométtico, pot meio do
¡eprcsentor¡, em média,58% das ptecipitaçôes ",t^
ocorddas. t¡ual obsetvou se que pârfe dcstas precipitaç<ts (2070) se
Observou,se tâmbém que nos rneses de
laneito e fevcreiro, convcrtern em tecalga,
onde as ptecipitaçôes foram acima de 300 mrn, cerca cle
71% das ptecipitaçöes sc convcttelar¡ em recarga.
Já no No entanto, ûtesrno ûo método da valaçâo do nívcl
ano de 2001, a tccatga potcncial é c,¡ média ?6% das
potenctométrico, os valores de recarga obtidos podern ter
precipitações.
baixa precisão visto que a vâriâção clos uívåis poten
cioùéttìcos ocolrern ern períodos crìrtos, neccssit¿ndo-se
de medições de níveis d'água semanais ou âté mcsmo
diárias para um ûrellìo¡ resultado.
CONCLUSÕES
AGRÂDECIMENTOS
REF'ERÊNCIAS BIBLIOGR{FICAS
PRO12
8,.
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