10 Questoes Humanas

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FILOSOFIA � 10 QUESTÕES

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E AÍ,
PROALUNO(A)?
Ansioso(a) com a prova do ENEM chegando? Então,
respira fundo, segura esse frio na barriga e vem
conferir este conteúdo especial que preparamos
para você nessa Reta Final: 100 questões dos
temas mais cobrados na prova do ENEM!

NESTE PDF VOCÊ ENCONTRARÁ:


• 10 questões selecionadas por nossa coordenação pedagógica;
• Resolução em texto e comentários com gabarito para cada questão.

PARTIU ARRASAR NA PROVA? :)


A ideia é que você simule a prova do enem, controlando o tempo
e intensificando a sua revisão por cada área de conhecimento.
FILOSOFIA � 10 QUESTÕES

• QUESTÃO 1 •
O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros
personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele
gostaria de recorrer para definir o que é um sofista.
Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa
longa exposição ou empregar o método interrogativo?
Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse
mesmo; com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.)

É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar
A a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos argumentos.
B a dialética, que une numa síntese final as teses dos contendores.
C o empirismo, que acredita ser possível chegar ao saber por meio dos sentidos.
D o apriorismo, que funda a eficácia da razão humana na prova de existência de Deus.
E o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possibilidade do saber humano.

Gabarito: A
A maiêutica é a última etapa do chamado método socrático, que era uma metodologia inventada
pelo filosófico que dá nome à técnica para que seus interlocutores, através da investigação própria,
percebessem que são ignorantes em relação a determinado assunto e buscassem dentro de si
próprios a verdade sobre determinado assunto.

• QUESTÃO 2 •
Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus
erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar
aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas. A França
deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-
Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma
potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e
em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação. Há uma barbárie
europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas.
Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo
sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais.
(Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)

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FILOSOFIA � 10 QUESTÕES

No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve


A reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras culturas.
B um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história.
C argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais.
D uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história.
E uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa.

Gabarito: D
O filósofo francês Edgard Morin, a partir de uma perspectiva decolonial, procura demonstrar a
forma com a qual as narrativas filosóficas construídas desde a França e o Ocidente não era universais
como se pretendiam. Se assim o fossem, os valores da Revolução Francesa seriam estendidos às
colônias dominadas em África, por exemplo.

• QUESTÃO 3 •
Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas próprias coisas, é claro
que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de
inventar ou formar uma única ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos.
Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse
formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que
um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons.
(John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)

De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se


A da reminiscência de ideias originalmente transcendentes.
B da combinação de ideias metafísicas e empíricas.
C de categorias a priori existentes na mente humana.
D da experiência com os objetos reais e empíricos.
E de uma relação dialética do espírito humano com o mundo.

Gabarito: D
John Locke, um dos principais nomes do Empirismo Britânico, afirmara que todo conhecimento
advém da experiência. Esta ideia está sintetizada em sua teoria da “tábula rasa” (ou folha em
branco).

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• QUESTÃO 4 •
Tradição de pensamento ético fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam e John Stuart Mill, o
utilitarismo almeja muito simplesmente o bem comum, procurando eficiência: servirá aos propósitos
morais a decisão que diminuir o sofrimento ou aumentar a felicidade geral da sociedade. No caso
da situação dos povos nativos brasileiros, já se destinou às reservas indígenas uma extensão de
terra equivalente a 13% do território nacional, quase o dobro do espaço destinado à agricultura,
de 7%. Mas a mortalidade infantil entre a população indígena é o dobro da média nacional e, em
algumas etnias, 90% dos integrantes dependem de cestas básicas para sobreviver. Este é um ponto
em que o cômputo utilitarista de prejuízos e benefícios viria a calhar: a felicidade dos índios não é
proporcional à extensão de terra que lhes é dado ocupar.
(Veja, 25.10.2013. Adaptado.)

A aplicação sugerida da ética utilitarista para a população indígena brasileira é baseada em


A uma ética de fundamentos universalistas que deprecia fatores conjunturais e históricos.
B critérios pragmáticos fundamentados em uma relação entre custos e benefícios.
C princípios de natureza teológica que reconhecem o direito inalienável do respeito à vida humana.
D uma análise dialética das condições econômicas geradoras de desigualdades sociais.
E critérios antropológicos que enfatizam o respeito absoluto às diferenças de natureza étnica.

Gabarito: B
No texto da questão, observamos que a matéria jornalística problematiza uma suposta equação
que envolve os termos “felicidade” e “terra”. Se elas estivessem diretamente ligadas, quanto mais
terras uma população possuísse, mais feliz era seria. No entanto, a partir de uma perspectiva
utilitarista, vemos que a felicidade dos povos indígenas não está associada, necessariamente, à
questão da terra, e sim ao acesso (ou não) de recursos alimentícios para a reprodução da vida.

• QUESTÃO 5 •
Em 4 de julho de 2012, foi detectada uma nova partícula, que pode ser o bóson de Higgs. Trata-
se de uma partícula elementar proposta pelo físico teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria
do modelo padrão, segundo a qual o bóson de Higgs seria a partícula elementar responsável pela
origem da massa de todas as outras partículas elementares.
(Jean Júnio M. Pimenta et al. “O bóson de Higgs”.
In: Revista brasileira de ensino de física, vol. 35, no 2, 2013. Adaptado.)

O que se descreve no texto possui relação com o conceito de arqué, desenvolvido pelos primeiros
pensadores pré-socráticos da Jônia. A arqué diz respeito

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A à retórica utilizada pelos sofistas para convencimento dos cidadãos na pólis.


B a uma explicação da origem do cosmos fundamentada em pressupostos mitológicos.
C à investigação sobre a constituição do cosmos por meio de um princípio fundamental da natureza.
D ao desenvolvimento da lógica formal como habilidade de raciocínio.
E à justificação ética das ações na busca pelo entendimento sobre o bem.

Gabarito: C
A questão central que movia os filósofos pré socráticos era a “arqué”, ou seja, um suposto elemento
primordial que explicaria a ordem no cosmos. Da mesma forma, interpretado a partir da Física,
o bóson de Higgs poderia ser considerado como detentor desta “arqué” assim como os gregos
pensavam.

• QUESTÃO 6 •
A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se
a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se
diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência
dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um
saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os
mais sábios ou virtuosos.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2010.)

De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia respeito


A ao entendimento de que o verdadeiro conhecimento baseava-se no exercício da retórica.
B à desvalorização da pluralidade de opiniões e de posicionamentos político-ideológicos.
C ao prevalecimento das técnicas discursivas nas decisões da Assembleia acerca dos rumos das
cidades-Estado.
D ao predomínio de líderes pouco sábios e com poucas virtudes na composição da Assembleia.
E à defesa de formas tirânicas de exercício do poder desenvolvida pela retórica convincente.

Gabarito: C
Sócrates era um crítico ferrenho da utilização instrumental da oratória e da retórica por parte
dos sofistas. Além disso, o filósofo grego considerava que os sofistas, ao dominarem tais técnicas,
relativizavam a verdade, interferindo diretamente na qualidade da política na Grécia Antiga.

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• QUESTÃO 7 •
A China é a segunda maior economia do mundo. Quer garantir a hegemonia no seu quintal,
como fizeram os Estados Unidos no Caribe depois da guerra civil. As Filipinas temem por um atol
de rochas desabitado que disputam com a China. O Japão está de plantão por umas ilhotas de
pedra e vento, que a China diz que lhe pertencem. Mesmo o Vietnã desconfia mais da China do que
dos Estados Unidos. As autoridades de Hanói gostam de lembrar que o gigante americano invadiu
o México uma vez. O gigante chinês invadiu o Vietnã dezessete.
(André Petry. O Século do Pacífico. Veja, 24.04.2013. Adaptado.)

A persistência histórica dos conflitos geopolíticos descritos na reportagem pode ser filosoficamente
compreendida pela teoria
A iluminista, que preconiza a possibilidade de um estado de emancipação racional da humanidade.
B maquiavélica, que postula o encontro da virtude com a fortuna como princípios básicos da
geopolítica.
C política de Rousseau, para quem a submissão à vontade geral é condição para experiências de
liberdade.
D teológica de Santo Agostinho, que considera que o processo de iluminação divina afasta os
homens do pecado.
E política de Hobbes, que conceitua a competição e a desconfiança como condições básicas da
natureza humana.

Gabarito: E
A questão faz uma associação direta entre o estado anárquico do Sistema Internacional e a teoria do
estado de natureza em Hobbes, onde este último irá afirmar que na ausência de um poder regulador
para mediar o conflito entre os indivíduos, a guerra de todos contra todos, a miséria e a insegurança
jurídica irá reinar.

• QUESTÃO 8 •
Regulamentação publicada nesta segunda-feira, no Diário Oficial do Município do Rio,
determina que as crianças e adolescentes apreendidos nas chamadas cracolândias fiquem
internados para tratamento médico, mesmo contra a vontade deles ou dos familiares. Os jovens,
segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social (Smas), só receberão alta quando estiverem
livres do vício. A “internação compulsória” vale somente para aqueles que, na avaliação de um
especialista, estiverem com dependência química. Ainda de acordo com a resolução, todas as
crianças e adolescentes que forem acolhidos à noite, “independente de estarem ou não sob a
influência do uso de drogas”, não poderão sair do abrigo até o dia seguinte.
(www.estadao.com.br, 30.05.2012. Adaptado.)

As justificativas apresentadas neste texto para legitimar a “internação compulsória” de usuários


de drogas são norteadas por:

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A princípios filosóficos baseados no livre-arbítrio e na autonomia individual.


B valores de natureza religiosa fundamentados na preservação da vida.
C valores éticos associados ao direito absoluto à liberdade da pessoa humana.
D realização prévia de consultas públicas sobre a internação obrigatória.
E critérios médicos relacionados à distinção entre saúde e patologia.

Gabarito: E
O delicado tema da internação compulsória parte do pressuposto de que aqueles que estão em
condição de extrema vulnerabilidade, como os que padecem nas chamadas Cracolândias Brasil a
fora, não possuem mais domínio sobre seu próprio corpo e perderam sua autonomia individual.
Assim, para que possam sair desta condição de perda de autonomia, precisam ser internados a
força, para conquistarem justamente aquilo que perderam a partir do uso das drogas.

• QUESTÃO 9 •
A sabedoria do amo consiste no emprego que ele faz dos seus escravos; ele é senhor, não
tanto porque possui escravos, mas porque deles se serve. Esta sabedoria do amo nada tem, aliás,
de muito grande ou de muito elevado; ela se reduz a saber mandar o que o escravo deve saber
fazer. Também todos que a ela se podem furtar deixam os seus cuidados a um mordomo, e vão se
entregar à política ou à filosofia.
(Aristóteles. A política, s/d. Adaptado.)

O filósofo Aristóteles dirigiu, na cidade grega de Atenas, entre 331 e 323 a.C., uma escola de
filosofia chamada de Liceu. No excerto, Aristóteles considera que a escravidão
A é um empecilho ao florescimento da filosofia e da política democrática nas cidades da Grécia.
B permite ao cidadão afastar-se de obrigações econômicas e dedicar-se às atividades próprias
dos homens livres.
C facilita a expansão militar das cidades gregas à medida que liberta os cidadãos dos trabalhos
domésticos.
D é responsável pela decadência da cultura grega, pois os senhores preocupavam-se somente em
dominar os escravos.
E promove a união dos cidadãos das diversas pólis gregas no sentido de garantir o controle dos
escravos.

Gabarito: B
Tanto Platão quanto Aristóteles, filhos da aristocracia ateniense, não problematizaram a escravidão
em seus escritos, uma vez que a consideravam natural. Assim, na perspectiva aristotélica, fazia-se
necessário que a elite filosófica tivesse escravos para que ela pudesse se dedicar à intelectualidade.

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• QUESTÃO 10 •
Convicção é a crença de estar na posse da verdade absoluta. Essa crença pressupõe que há
verdades absolutas, que foram encontrados métodos perfeitos para chegar a elas e que todo aquele
que tem convicções se serve desses métodos perfeitos. Esses três pressupostos demonstram que
o homem das convicções está na idade da inocência, e é uma criança, por adulto que seja quanto
ao mais. Mas milênios viveram nesses pressupostos infantis, e deles jorraram as mais poderosas
fontes de força da humanidade. Se, entretanto, todos aqueles que faziam uma ideia tão alta de
sua convicção houvessem dedicado apenas metade de sua força para investigar por que caminho
haviam chegado a ela: que aspecto pacífico teria a história da humanidade!
(Nietzsche. Obras incompletas, 1991. Adaptado.)

Nesse excerto, Nietzsche


A defende o inatismo metafísico contra as teses empiristas sobre o conhecimento.
B valoriza a posse da verdade absoluta como meio para a realização da paz.
C defende a fé religiosa como alicerce para o pensamento crítico.
D identifica a maturidade intelectual com a capacidade de conhecer a verdade absoluta.
E valoriza uma postura crítica de autorreflexão, em oposição ao dogmatismo.

Gabarito: E
A partir de sua filosofia ácida e crítica, Nietzsche afirma que a liberdade só pode ser encontrada
através de um autoexame consciente das práticas humanas. E é exatamente esta reflexão profunda
que tirará o indivíduo da condição de rebanho e o levará à condição de nobre.

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Ansioso(a) com a prova do ENEM chegando? Então,
respira fundo, segura esse frio na barriga e vem
conferir este conteúdo especial que preparamos
para você nessa Reta Final: 100 questões que têm
super chances de cair na sua prova esse ano!

NESTE PDF VOCÊ ENCONTRARÁ:


• 10 questões selecionadas por nossa coordenação pedagógica;
• Resolução em texto e comentários com gabarito para cada questão.

PARTIU ARRASAR NA PROVA? :)


A ideia é que você simule a prova do enem, controlando o tempo
e intensificando a sua revisão por cada área de conhecimento.
GEOGRAFIA � 10 QUESTÕES

• QUESTÃO 1 •
Dentre os vários fatores que afetam o clima de determinada região estão a maritimidade e a
continentalidade. Esses fatores estão associados à distância dessa região aos mares e oceanos.
Do ponto de vista da física, os efeitos da maritimidade e da continentalidade estão relacionados
ao alto calor específico da água quando comparado com o do solo terrestre. Dessa forma, esses
fatores afetam a amplitude térmica e a umidade da atmosfera de certo território.

As propriedades físicas da água e os fatores climáticos citados fazem com que


A áreas banhadas por oceanos enfrentem invernos mais moderados, enquanto que, em áreas
distantes de oceanos, essa estação é mais bem percebida.
B ocorra uma maior amplitude térmica diária em regiões litorâneas do que a verificada em regiões
desérticas, devido ao efeito da maritimidade.
C áreas sob maior influência da continentalidade tendam a apresentar mais umidade, caso não
haja interferência de outros fatores climáticos.
D poucas nuvens se formem em áreas costeiras porque a água absorve e perde calor rapidamente,
o que explica o baixo índice pluviométrico dessas regiões.
E regiões sob grande efeito da continentalidade tendam a apresentar altos índices pluviométricos,
devido à grande quantidade de vapor de água na atmosfera.

Gabarito: A
Maritimidade e continentalidade são fatores do clima. As áreas litorâneas sofrem influência da
maritimidade, e por isso apresentam menor amplitude térmica (variação de temperatura). Isso
ocorre em função da maior presença de umidade local.
Já em regiões interioranas, ocorre influência da continentalidade, ocasionando maior variação de
temperatura diária e anual, devido a menor concentração de umidade local.

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• QUESTÃO 2 •
Com o fim da Guerra Fria, os EUA formalizaram sua posição hegemônica. Sem concorrência e se
expandindo para as antigas áreas de predomínio socialista, o capitalismo conheceu uma nova fase
de expansão: tornou-se mundializado, globalizado. O processo de globalização criou uma nova
divisão internacional do trabalho, baseado numa redistribuição pelo mundo de fábricas, bancos e
empresas de comércio, serviços e mídias.
Loriza L. de Almeida e Maria da Graça M. Magnoni (orgs.).
Ciências humanas: filosofia, geografia, história e sociologia, 2016. Adaptado.

Dentre as consequências do processo de globalização, é correto citar


A o nascimento do governo universal e democrático.
B a pacificação das relações internacionais.
C o enfraquecimento dos estados-nações.
D a abolição da exploração social do trabalho.
E o nivelamento econômico dos países.

Gabarito: C
O enfraquecimento dos Estados nacionais está diretamente relacionado à extensão da atuação
das empresas transnacionais a nível global. A difusão da globalização e do neoliberalismo ocasiona
a redução da participação do Estado na economia (Estado-mínimo), aumentando a capacidade de
atuação dessas empresas nas decisões nacionais.

• QUESTÃO 3 •
Examine a tira Armandinho, do cartunista Alexandre Beck.

A situação enfrentada pelo personagem faz alusão


A ao uso indiscriminado de agrotóxicos no processo tradicional de produção agrícola.
B ao precário monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos nos EUA e na União
Europeia.
C ao protecionismo dos países centrais em relação aos produtos cultivados nos países periféricos.

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D aos limites técnicos da agricultura familiar na produção de alimentos in natura.


E ao descumprimento das normas de cultivo orgânico propostas pela Revolução Verde.

Gabarito: A
O uso do termo “veneno” no último quadrinho remete a utilização bastante comum dos agrotóxicos
nas áreas de plantio destinadas ao mercado, difundidos a partir da “Revolução Verde”, na segunda
metade do século XX. Esta é uma realidade em muitos países do mundo. Mas, especialmente
no Brasil, a liberação do uso dessas substâncias, nos últimos anos, tem ocorrido de maneira
indiscriminada.

• QUESTÃO 4 •
Imagine que você entrou numa loja de eletrodomésticos e em instantes um vendedor lhe
oferece uma geladeira exatamente como a que você pesquisou na internet pouco tempo antes.
Ou uma empresa que aumentou a previsão de demanda de um determinado produto com base em
dados estatísticos coletados em tempo real, elevando sua participação de mercado. Essas situações
são possíveis com um fenômeno que vem ganhando cada vez mais força no mundo dos negócios:
o big data. Com um volume cada vez maior de dados disponibilizados na internet, as empresas de
tecnologia desenvolveram sistemas capazes de capturar esses dados e analisá-los.
(www.folha.com.br. Adaptado.)

A operação de sistemas inteligentes, como o apresentado pelo excerto, é possibilitada pelo


desenvolvimento de redes técnicas que modificam as relações sociais e o modo de vida das pessoas.
O meio geográfico correspondente a essa condição é chamado
A meio comercial-informacional.
B meio informacional.
C meio técnico-científico.
D meio técnico-científico-informacional.
E meio técnico-comercial-informacional.

Gabarito: D
O meio técnico-científico-informacional caracteriza a condição atual do meio geográfico, e é o
resultado dos avanços ocorridos com a 3ª Revolução Industrial, com destaque ao desenvolvimento
dos meios de comunicação e transporte. A revolução “TCI” é, antes de tudo, uma revolução
tecnológica, que impõe novos padrões de consumo e de organização da atividade produtiva
industrial no mundo.

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• QUESTÃO 5 •

A figura ilustra a alteração na distribuição das __________ como resultado de três décadas de
desmatamento em certo setor da Floresta Amazônica. O “deslocamento” desse tipo de precipitação
é um efeito das variações horizontais da rugosidade da superfície, que promovem a concentração
da pluviosidade nas bordas das áreas desmatadas. Essa mudança na circulação atmosférica pode
ter como consequência __________ na região.
(Jaya Khanna et al. “Regional dry-season climate changes due to three decades of Amazonian deforestation”.
Nature Climate Change, março de 2017. Adaptado.)

As lacunas do texto devem ser preenchidas por


A chuvas convectivas – a manutenção dos serviços ecológicos.
B chuvas frontais – a diminuição da evapotranspiração.
C chuvas convectivas – a redução da produtividade agrícola.
D chuvas orográficas – o empobrecimento do solo.
E chuvas frontais – o aumento na frequência de incêndios.

Gabarito: C
As chuvas convectivas ocorrem devido ao aquecimento da superfície e a evaporação de massas
líquidas. Na primeira figura, observamos que a chuva é alimentada, em grande parte, pela
evapotranspiração da floresta. Com a retirada da cobertura vegetal e a redução da umidade, há
alteração na circulação atmosférica e nos índices pluviométricos, afetando o clima e o solo.

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• QUESTÃO 6 •
Até fins da década de 1980, a industrialização brasileira estava baseada em uma política de
importações sustentada por tarifas aduaneiras elevadas, controles discricionários, entre outros.
Essa política viabilizou um parque industrial relativamente amplo e diversificado, mas acomodado
ao protecionismo exagerado. Em 1990, o governo anunciou medidas que alteravam profundamente
a condução da política de comércio exterior do país. Simultaneamente a uma flexibilização do
regime cambial, foi deslanchado um programa de liberalização das importações. A nova política de
importação buscava promover uma reestruturação produtiva.
(Honorio Kume et al. “A política brasileira de importação no período 1987-1998”. In: Carlos Henrique Corseuil e
Honorio Kume (coords.). A abertura comercial brasileira nos anos 1990, 2003. Adaptado.)

O programa de liberalização das importações adotado no Brasil a partir da década de 1990 teve
como consequências
A a falência de indústrias nacionais e o aumento do desemprego estrutural.
B a queda da qualidade dos produtos importados e o aumento da geração de lixo eletrônico.
C o crescimento da variedade dos produtos disponíveis e o superávit da balança comercial.
D o aumento dos preços dos produtos nacionais e a ampliação da oferta de mercadorias
falsificadas.
E o acirramento da concorrência entre empresas e a interrupção de acordos comerciais com
blocos econômicos.

Gabarito: A
Com a abertura econômica imposta pelo contexto neoliberal dos anos 1990, a indústria nacional foi
diretamente afetada, ocasionando o início do processo de desindustrialização no país. A exposição
de uma indústria adaptada historicamente a práticas protecionistas trouxe uma realidade
assustadora de baixa capacidade de competição e dificuldade de adaptação a um novo cenário,
levando várias empresas à falência e muitos trabalhadores, submetidos à difusão da automação,
ao desemprego.

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• QUESTÃO 7 •

A questão colocada em debate pela charge é


A o desenvolvimento que não pode ser alcançado com a presença de áreas verdes.
B a falta de materiais de proteção individual para as pessoas próximas às caçambas.
C o caráter efêmero das construções civis que um dia serão destruídas.
D a situação precária dos trabalhadores ligados ao transporte de carga no Brasil.
E o descarte irregular de lixo e os impactos ambientais e sociais implicados.

Gabarito: E
A questão traz uma relação entre o desenvolvimento da construção civil e o descarte inadequado
do lixo, elevando a poluição de rios e os impactos ambientais gerados ao ambiente natural. Ocorre,
então, a problematização do paradigma expresso entre o desenvolvimentismo, na representação
da atividade secundária, e o ambientalismo, na destinação imprópria dos resíduos.

• QUESTÃO 8 •
A vigilância alienada é praticada pelas companhias de tecnologias dos Estados Unidos
(Microsoft, Google, Facebook, Amazon, Apple, entre outras), sem que a maioria de seus usuários
saiba ou tenha conhecimento. Para essas companhias, o fato de o usuário ou cliente assinar o termo
de aceitação de uso de um software tem sido considerado suficiente, como permissão consentida,
para que essas companhias possam utilizar informações sem autorização explícita ou formal.
(Hindenburgo Pires. “Indústrias globais de vigilância em massa”.
In: Floriano J. G. Oliveira et al. (orgs.). Geografia urbana, 2014. Adaptado.)

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As informações geradas pelos consumidores, quando espacializadas, permitem estabelecer


padrões que interessam, particularmente, às grandes empresas. A “vigilância alienada” abordada
pelo excerto, bem como o emprego do geomarketing, contribui para
A alimentar bancos de dados que colaboram com a reprodução do capital.
B orientar políticas públicas para diminuir a concentração desigual de renda.
C coibir práticas abusivas na veiculação de propagandas enganosas.
D fiscalizar as formas de uso de produtos que possam invalidar garantias.
E estabelecer áreas prioritárias para a distribuição de bens de caráter humanitário.

Gabarito: A
O uso do big data contribui para a identificação de um perfil detalhado do consumidor a partir de suas
interações em redes sociais e na internet. Esse banco de dados criado a partir das características dos
usuários permite as empresas a desenvolverem campanhas específicas voltadas ao atendimento
dos desejos daquele público específico.

• QUESTÃO 9 •
Em meados da década de 1970, as condições externas que haviam sustentado o sucesso
econômico do regime militar sofreram alterações profundas.
(Tania Regina de Luca. Indústria e trabalho na história do Brasil, 2001.)

As condições externas que embasaram o sucesso econômico do regime militar e as alterações que
sofreram em meados da década de 1970 podem ser exemplificadas, respectivamente
A pelos investimentos oriundos dos países do Leste europeu e pelo aumento gradual dos preços
em dólar das mercadorias importadas.
B pela ampla disponibilidade de capitais para empréstimos a juros baixos e pelo aumento súbito
do custo de importação do petróleo.
C pelos esforços norte-americanos de ampliar sua intervenção econômica na América Latina e
pela redução acelerada da dívida externa brasileira.
D pela ampliação da capacidade industrial dos demais países latino-americanos e pelo crescimento
das taxas internacionais de juros.
E pela exportação de tecnologia brasileira de informática e pela recessão econômica enfrentada
pelas principais potências do Ocidente.

Gabarito: B
O período entre 1968 e 1973, conhecido na história como o “milagre econômico” brasileiro, foi
marcado, dentre outros aspectos, pela política de arrocho salarial, para a contenção da inflação,
e pela vasta oferta de crédito a juros baixos, como forma de incentivar o consumo. O crédito
era garantido através da obtenção de empréstimos externos. Contudo, o “primeiro choque do

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petróleo”, ocorrido em 1973, elevou o preço deste recurso, encarecendo o custo de produção
de praticamente toda a atividade industrial. O processo inviabilizou a manutenção do modelo
utilizado no milagre, aumentando exponencialmente a dívida externa do país.

• QUESTÃO 10 •

Examinando a imagem e considerando as características dos meios de transporte rodoviário,


ferroviário e hidroviário, é correto afirmar que
A a escolha dos meios de transporte de cargas restringe-se à relação entre a capacidade e o custo
do deslocamento.
B a otimização do custo-benefício no transporte de cargas relaciona-se diretamente à escolha
exclusiva de um tipo de modal.
C a falta de flexibilidade no transporte de cargas traduz a dependência nacional por técnicas
estrangeiras.
D a multimodalidade no transporte de cargas mantém relação com o custo final da tonelada por
quilômetro percorrido.
E a escolha dos modais para o transporte de cargas obedece a determinações políticas para o
estabelecimento das rotas.

Gabarito: D
A figura expressa a multimodalidade a partir da junção do transporte rodoviário e dos modais
ferroviário ou aquaviário. Multimodalidade, ou intermodalidade, representam a junção de dois ou
mais modais (meios de transporte) distintos.
A multimodalidade possibilita a redução dos custos do transporte de carga, permitindo a utilização
de um modal apropriado à distância e ao contexto local, e a redução do tempo de deslocamento da
carga, gerando ganhos de produtividade.

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HISTÓRIA � 10 QUESTÕES

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Ansioso(a) com a prova do ENEM chegando? Então,
respira fundo, segura esse frio na barriga e vem
conferir este conteúdo especial que preparamos
para você nessa Reta Final: 100 questões dos
temas mais cobrados na prova do ENEM!

NESTE PDF VOCÊ ENCONTRARÁ:


• 10 questões selecionadas por nossa coordenação pedagógica;
• Resolução em texto e comentários com gabarito para cada questão.

PARTIU ARRASAR NA PROVA? :)


A ideia é que você simule a prova do enem, controlando o tempo
e intensificando a sua revisão por cada área de conhecimento.
HISTÓRIA � 10 QUESTÕES

• QUESTÃO 1 •
A cada canto um grande conselheiro, (...)
Que nos quer governar cabana, e vinha, Estupendas usuras nos mercados,
Não sabem governar sua cozinha, Todos, os que não furtam, muito pobres,
E podem governar o mundo inteiro. E eis aqui a Cidade da Bahia.
(Gregório de Matos. “Descreve o que era realmente naquelle tempo a cidade da Bahia
de mais enredada por menos confusa”. In: Obra poética (org. James Amado), 1990.)

O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII,


A representa, de maneira satírica, os governantes e a desonestidade na Bahia colonial.
B critica a colonização portuguesa e defende, de forma nativista, a independência brasileira.
C tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de moradia na capital baiana.
D revela a identidade brasileira, preocupação constante do modernismo literário.
E valoriza os aspectos formais da construção poética parnasiana e aproveita para criticar o
governo.

Gabarito: A
O poema em análise faz uma crítica contundente aos governantes e aos mercadores que praticam a
usura, acusando-os de abusarem do poder e dos privilégios que possuem como representantes diretos
da metrópole colonial. Este poema pode ser interpretado como uma manifestação do nativismo, um
sentimento que precede e anuncia a defesa pela independência das colônias em relação à metrópole.

• QUESTÃO 2 •
A Igreja foi responsável direta por mais uma transformação, formidável e silenciosa, nos
últimos séculos do Império: a vulgarização da cultura clássica. Essa façanha fundamental da Igreja
nascente indica seu verdadeiro lugar e função na passagem para o Feudalismo. A condição de
existência da civilização da Antiguidade em meio aos séculos caóticos da Idade Média foi o caráter
de resistência da Igreja. Ela foi a ponte entre duas épocas.
(Perry Anderson. Passagens da Antiguidade ao Feudalismo, 2016. Adaptado.)

O excerto permite afirmar corretamente que a Igreja cristã


A tornou-se uma instituição do Império Romano e sobreviveu à sua derrocada quando da invasão
dos bárbaros germânicos.
B limitou suas atividades à esfera cultural e evitou participar das lutas políticas durante o
Feudalismo.
C manteve-se fiel aos ensinamentos bíblicos e proibiu representações de imagens religiosas na
Idade Média.
D reconheceu a importância da liberdade religiosa na Europa Ocidental e combateu a teocracia
imperial.

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HISTÓRIA � 10 QUESTÕES

E combateu o universo religioso do Feudalismo e propagou, em meio aos povos sem escrita, o
paganismo greco-romano.

Gabarito: A
O texto evidencia que, durante a transição da Antiguidade para a Idade Média, a Igreja Católica foi
uma das poucas instituições que serviram como uma “ponte” entre esses dois períodos históricos.
Originada no seio do Império Romano, a Igreja não apenas sobreviveu ao caos decorrente da queda
do império, mas também se estabeleceu como a instituição mais influente durante o Feudalismo,
desempenhando um papel central na organização social, política e cultural da época.

• QUESTÃO 3 •
Examine duas pinturas produzidas na Caverna de Altamira, Espanha, durante o Período Paleolítico
Superior.

Tais pinturas rupestres podem ser consideradas como


A manifestação do primitivismo de povos incapazes de representações realistas.
B expressão artística infantilizada e insuficiente para fornecer qualquer indício sobre a vida na
Pré-História.
C comprovação do pragmatismo de povos primitivos, despreocupados de sua alimentação.
D representação, em linguagem visual, dos vínculos materiais de um povo com o seu ambiente.
E revelação da predominância do pensamento abstrato sobre o concreto nos povos pré-históricos.

Gabarito: D
As pinturas rupestres representavam uma forma pela qual as sociedades pré-históricas expressavam e
registravam eventos do seu dia a dia. Essas representações artísticas, frequentemente encontradas em
cavernas, ilustravam atividades cotidianas como a caça, que era uma prática essencial e constante durante
o Período Paleolítico, evidenciando a relação estreita entre o homem e a natureza nesse período.

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HISTÓRIA � 10 QUESTÕES

• QUESTÃO 4 •
Em meados do século o negócio dos metais não ocuparia senão o terço, ou bem menos, da
população. O grosso dessa gente compõe-se de mercadores de tenda aberta, oficiais dos mais
variados ofícios, boticários, prestamistas, estalajadeiros, taberneiros, advogados, médicos,
cirurgiões-barbeiros, burocratas, clérigos, mestres-escolas, tropeiros, soldados da milícia paga.
Sem falar nos escravos, cujo total, segundo os documentos da época, ascendia a mais de cem mil. A
necessidade de abastecer-se toda essa gente provocava a formação de grandes currais; a própria
lavoura ganhava alento novo.
(Sérgio Buarque de Holanda. “Metais e pedras preciosas”.
História geral da civilização brasileira, vol. 2, 1960. Adaptado.)

De acordo com o excerto, é correto concluir que a extração de metais preciosos em Minas Gerais
no século XVIII
A impediu o domínio do governo metropolitano nas áreas de extração e favoreceu a
independência colonial.
B bloqueou a possibilidade de ascensão social na colônia e forçou a alta dos preços dos
instrumentos de mineração.
C provocou um processo de urbanização e articulou a economia colonial em torno da mineração.
D extinguiu a economia colonial agroexportadora e incorporou a população litorânea
economicamente ativa.
E restringiu a divisão da sociedade em senhores e Escravos e limitou a diversidade cultural da colônia.

Gabarito: C
De acordo com o historiador Sérgio Buarque de Holanda, a atividade de extração de ouro nas
minas não empregava nem mesmo um terço da população que residia nessas regiões mineradoras.
Segundo suas pesquisas, a maioria dos habitantes coloniais dedicava-se a uma variedade de
ocupações, incluindo comerciantes, médicos, membros do clero e escravos. Essa diversidade
ocupacional exigiu que a Colônia desenvolvesse uma infraestrutura adequada, baseada na
urbanização das áreas e no fornecimento de alimentos para atender às necessidades da população
nas zonas de mineração.

• QUESTÃO 5 •
O comércio foi de fato o nervo da colonização do Antigo Regime, isto é, para incrementar as
atividades mercantis processava-se a ocupação, povoamento e valorização das novas áreas. E aqui
ressalta de novo o sentido da colonização da época Moderna; indo em curso na Europa a expansão
da economia de mercado, com a mercantilização crescente dos vários setores produtivos antes à
margem da circulação de mercadorias – a produção colonial era uma produção mercantil, ligada às
grandes linhas do tráfico internacional.
(Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808), 1981. Adaptado.)

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HISTÓRIA � 10 QUESTÕES

O mecanismo principal da colonização foi o comércio entre colônia e metrópole, fato que se
manifesta
A na ampliação do movimento de integração econômica europeia por meio do amplo acesso de
outras potências aos mercados coloniais.
B na ausência de preocupações capitalistas por parte dos colonos, que preferiam manter o
modelo feudal e a hegemonia dos senhores de terras.
C nas críticas das autoridades metropolitanas à persistência do escravismo, que impedia a
ampliação do mercado consumidor na colônia.
D no desinteresse metropolitano de ocupar as novas terras conquistadas, limitando-se à
exploração imediatista das riquezas encontradas.
E no condicionamento político, demográfico e econômico dos espaços coloniais, que deveriam
gerar lucros para as economias metropolitanas.

Gabarito: E
A Idade Moderna, compreendida entre os séculos XV e XVIII, foi um período caracterizado pela
transição do sistema feudal para o capitalismo emergente e pelo estabelecimento do Antigo Regime,
marcado pelo Absolutismo monárquico e pelo Mercantilismo. Os Estados Nacionais Modernos,
que surgiram no final da Idade Média e se destacaram nos Tempos Modernos, necessitavam de
amplos recursos financeiros para formar e equipar seus exércitos e marinhas, além de manter a
estrutura burocrática estatal. Nesse contexto, o Sistema Colonial foi implementado com o objetivo
de gerar lucros e recursos para a metrópole (aspecto econômico), assegurar a submissão política
da colônia à metrópole (aspecto político) e promover o povoamento das áreas coloniais (aspecto
demográfico). As demais alternativas estão incorretas: as autoridades metropolitanas não
condenavam a escravidão nas colônias; o modelo feudal não foi reproduzido na Colônia; e havia,
sim, interesse da metrópole em ocupar e explorar as novas terras conquistadas.

• QUESTÃO 6 •
– Então, todos os alemães dessa época são culpados?
– Esta pergunta surgiu depois da guerra e permanece até hoje. Nenhum povo é coletivamente
culpado. Os alemães contrários ao nazismo foram perseguidos, presos em campos de concentração,
forçados ao exílio. A Alemanha estava, como muitos outros países da Europa, impregnada de
antissemitismo, ainda que os antissemitas ativos, assassinos, fossem apenas uma minoria. Estima-
se hoje que cerca de 100 000 alemães participaram de forma ativa do genocídio. Mas o que dizer
dos outros, os que viram seus vizinhos judeus serem presos ou os que os levaram para os trens de
deportação?
(Annette Wieviorka. Auschwitz explicado à minha filha, 2000. Adaptado.)

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HISTÓRIA � 10 QUESTÕES

Ao tratar da atitude dos alemães frente à perseguição nazista aos judeus, o texto defende a ideia
de que
A os alemães comportaram-se de forma diversa perante o genocídio, mas muitos mostraram-se
tolerantes diante do que acontecia no país.
B esse tema continua presente no debate político alemão, pois inexistem fontes documentais
que comprovem a ocorrência do genocídio.
C esse tema foi bastante discutido no período do pós-guerra, mas é inadequado abordá-lo hoje,
pois acentua as divergências políticas no país.
D os alemães foram coletivamente responsáveis pelo genocídio judaico, pois a maioria da
população teve participação direta na ação.
E os alemães defendem hoje a participação de seus ancestrais no genocídio, pois consideram que
tal atitude foi uma estratégia de sobrevivência.

Gabarito: A
No contexto histórico do Terceiro Reich, entre 1933 e 1945, o regime nazista alemão conduziu um
holocausto antissemita, perpetrando um genocídio sistemático contra o povo judeu. O trecho em
questão reflete sobre a passividade e a tolerância de muitos cidadãos alemães que, ao verem seus
vizinhos judeus sendo presos, deportados, torturados e espancados, permaneceram inertes e não
tomaram nenhuma atitude para impedir tais atrocidades.

• QUESTÃO 7 •
A classificação das raças em “superiores” e “inferiores”, recorrente desde o século XVII, ganha
uma falsa legitimidade baseada no mito iluminista do saber científico, coincidindo com a necessária
justificativa de que a dominação e a exploração da África, mais do que “naturais” e inevitáveis, eram
“necessárias” para desenvolver os “selvagens” africanos, de acordo com as normas e os valores da
civilização ocidental.
(Leila Leite Hernandez. A África na sala de aula: visita à história contemporânea, 2005.)

As teorias raciais utilizadas durante o processo de colonização da África no século XIX eram
A desdobramentos do pensamento ilustrado, que valorizava a liberdade e a igualdade social e de
natureza.
B manifestações ideológicas que buscavam justificar a exploração e o domínio europeus sobre o
continente africano.
C baseadas no pensamento lamarckista, que explicava a transmissão genética de características
fisiológicas e intelectuais adquiridas.
D validadas pela defesa darwinista do direito dos superiores se imporem aos demais seres vivos.
E sustentadas pelo pensamento antropológico, que tratava as diferenças culturais dos diversos
povos como positivas e necessárias.

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HISTÓRIA � 10 QUESTÕES

Gabarito: B
Embora a iniciativa europeia de dominar o continente africano no século XIX tivesse um interesse
fundamentalmente econômico, os europeus desenvolveram diversas teorias para justificar esse
domínio. Baseadas no darwinismo social e na ideia do “fardo do homem branco”, tais teorias
argumentavam que a “raça” branca era superior às “raças” negra e amarela. Por essa lógica, os
europeus acreditavam ter o dever moral de civilizar os povos considerados “inferiores”, utilizando
essa justificativa para legitimar a exploração e a colonização da África.

• QUESTÃO 8 •
[Na Mesopotâmia,] todos os bens produzidos pelos próprios palácios e templos não eram
suficientes para seu sustento. Assim, outros rendimentos eram buscados na exploração da
população das aldeias e das cidades. As formas de exploração eram principalmente duas: os
impostos e os trabalhos forçados.
(Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.)

Entre os trabalhos forçados a que o texto se refere, podemos mencionar a


A internação de doentes e loucos em áreas rurais, onde deviam cuidar das plantações de algodão,
cevada e sésamo.
B utilização de prisioneiros de guerra como artesãos ou pastores de grandes rebanhos de gado
bovino e caprino.
C escravidão definitiva dos filhos mais velhos das famílias de camponeses, o que caracterizava o
sistema econômico mesopotâmico como escravista.
D servidão por dívidas, que provocava a submissão total, pelo resto da vida, dos devedores aos
credores.
E obrigação de prestar serviços, devida por toda a população livre, nas obras realizadas pelo rei,
como templos ou muralhas.

Gabarito: E
Durante a Antiguidade, a região da Mesopotâmia foi habitada por diversos povos, que geralmente são
estudados de forma superficial através de características gerais. Esses povos são frequentemente
classificados dentro do “modo de produção asiático”, um sistema no qual predominavam as relações
de servidão coletiva. Nesse contexto, as comunidades camponesas eram obrigadas a pagar tributos
ao Estado, geralmente na forma de uma parcela significativa de sua produção agrícola e, em menor
escala, mediante a prestação de trabalho em obras públicas e projetos estatais.

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• QUESTÃO 9 •
Por muitíssimo tempo escreveu-se a história sem se preocupar com as mulheres. No século XII
assim como hoje, masculino e feminino não andam um sem o outro. As damas de Guînes e as damas
de Ardres tiveram todas por marido um ás da guerra, senhor de uma fortaleza que seu mais remoto
ancestral havia edificado.
(Georges Duby. Damas do século XII: a lembrança das ancestrais, 1997. Adaptado.)

O texto trata de relações desenvolvidas num meio social específico, durante a Idade Média
ocidental. Nele,
A as mulheres passavam a maior parte de seu tempo nas igrejas, o que incluía o trabalho de
orientação religiosa, e os homens atravessavam as noites em tabernas e restaurantes.
B os homens controlavam os espaços públicos, o que incluía as ações militares, e as mulheres,
confinadas ao espaço doméstico, eram associadas à maternidade e, ocasionalmente, à santidade.
C os homens responsabilizavam-se pelos assuntos culturais, o que incluía a instrução dos filhos, e
as mulheres dedicavam-se ao preparo das refeições cotidianas e, ocasionalmente, de banquetes.
D as mulheres eram obrigadas a pagar impostos, o que incluía o dízimo, e os homens, livres de
qualquer tributo, conseguiam acumular mais bens e, ocasionalmente, enriquecer.
E os homens dedicavam-se ao comércio, o que incluía deslocamentos para regiões afastadas de
casa, e as mulheres incumbiam-se do trabalho nas lavouras e, ocasionalmente, na forja de metais.

Gabarito: B
O texto do historiador francês Georges Duby aborda o papel atribuído às mulheres no contexto
da Europa medieval, destacando que elas eram geralmente vinculadas ao universo doméstico.
Nesse período, as mulheres eram associadas principalmente à maternidade e à santidade,
desempenhando funções centradas no cuidado da família e na manutenção dos valores religiosos
e morais da sociedade.

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HISTÓRIA � 10 QUESTÕES

• QUESTÃO 10 •
Em 1977, o Regime Militar, por meio da Agência Nacional de Comunicação, lançou uma
propaganda que ensinava a população a fazer um cata-vento verde-amarelo e convocava-a a sair
às ruas com esses brinquedos para comemorar a Semana da Pátria. Por meio de uma charge, o
cartunista Henfil ironizou essa iniciativa do governo, sublinhando um outro problema enfrentado
pelo país nessa época.

Considerando o contexto histórico no qual a charge se insere, é correto afirmar que o cartunista
chamava a atenção para
A a alienação social frente à falta de planejamento econômico.
B o gasto excessivo do governo no setor da energia eólica.
C a falta de investimento público no setor de transporte.
D os impactos ambientais em decorrência da mecanização.
E a abertura econômica do país ao capital estrangeiro.

Gabarito: E
Na década de 1970, durante a ditadura militar, o governo desenvolveu uma política de estímulo
ao nacionalismo que, somado à censura, tinha o objetivo de acobertar as ações repressivas
desenvolvidas; ao mesmo tempo a economia se caracterizava por um processo de internacionalização
e dependência, com o ingresso de empresas e capitais estrangeiros, moldando novos padrões de
consumo, de acordo com seus interesses.

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SOCIOLOGIA � 10 QUESTÕES

1
E AÍ,
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• Resolução em texto e comentários com gabarito para cada questão.

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e intensificando a sua revisão por cada área de conhecimento.
SOCIOLOGIA � 10 QUESTÕES

• QUESTÃO 1 •
A sociedade do espetáculo corresponde a uma fase específica da sociedade capitalista, quando há
uma interdependência entre o processo de acúmulo de capital e o processo de acúmulo de imagens. O
papel desempenhado pelo marketing, sua onipresença, ilustra perfeitamente bem o que Guy Debord
quis dizer: das relações interpessoais à política, passando pelas manifestações religiosas, tudo está
mercantilizado e envolvido por imagens. Assim como o conceito de “indústria cultural”, o conceito de
“sociedade do espetáculo” faz parte de uma postura crítica com relação à sociedade capitalista. São
conceitos que procuram apontar aquilo que se constitui em entraves para a emancipação humana.
(Cláudio N. P. Coelho. “Mídia e poder na sociedade do espetáculo”. https://revistacult.uol.com.br. Adaptado.)

Segundo o texto,
A a transformação da cultura em mercadoria é uma característica fundamental desse fenômeno
social.
B a padronização da estética pela sociedade do espetáculo restringe-se ao campo da publicidade.
C a hegemonia do espetáculo desempenha papel fundamental na formação da autonomia do
sujeito.
D o universo estético de produção das imagens não é determinado pela base material da
sociedade.
E o conceito de sociedade do espetáculo realiza uma reflexão contestadora sobre a indústria
cultural.

Gabarito: A
Guy Debord, como um pensador oriundo do marxismo, entende que a espetacularização é uma
forma de fetichizar as mercadorias no capitalismo, tornando até mesmo aqueles fenômenos/
objetos que geram repulsa em nas (como a violência, por exemplo) em um item de consumo (séries
sobre serial killers e programas sensacionalistas que exploram a brutalidade urbana, por exemplo).

• QUESTÃO 2 •
Não somente os tipos das canções de sucesso, os astros, as novelas ressurgem ciclicamente
como invariantes fixos, mas o conteúdo específico do espetáculo só varia na aparência. O fracasso
temporário do herói, que ele sabe suportar como bom esportista que é; a boa palmada que a
namorada recebe da mão forte do astro, são, como todos os detalhes, clichês prontos para serem
empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes cabe
no esquema. Desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado, e, ao
escutar a música ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos,
de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. O
número médio de palavras é algo em que não se pode mexer. Sua produção é administrada por
especialistas, e sua pequena diversidade permite reparti-las facilmente no escritório.
(Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. “A indústria cultural como mistificação das massas”.
In: Dialética do esclarecimento, 1947. Adaptado.)

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SOCIOLOGIA � 10 QUESTÕES

O tema abordado pelo texto refere-se


A ao conteúdo intelectualmente complexo das produções culturais de massa.
B à hegemonia da cultura americana nos meios de comunicação de massa.
C ao monopólio da informação e da cultura por ministérios estatais.
D ao aspecto positivo da democratização da cultura na sociedade de consumo.
E aos procedimentos de transformação da cultura em meio de entretenimento.

Gabarito: E
A Indústria Cultural, como assim definida por Adorno e Horkheimer, busca, através da padronização
dos objetos de consumo, alienar os indivíduos de sua realidade circundante.

• QUESTÃO 3 •
Os reality shows são hoje para a classe mais abastada e intelectualizada da sociedade o que as
novelas eram assim que se popularizaram como produto de cultura massificada: sinônimo de mau gosto.
Com uma maior aceitação das novelas na esfera dos críticos da mídia, o reality show segue agora como
gênero televisivo mundial, transmitido em horário nobre, e principal símbolo da perda de qualidade
do conteúdo televisivo na sociedade pós-moderna. Os reality shows personificam as novas formas de
identificação dos sujeitos nas sociedades pós-modernas. Programas como o BBB são movidos pelas
engrenagens de uma sociedade exibicionista e consumista, que se mantém vendendo ao mesmo tempo
a proposta de que cada um pode sair do anonimato e conquistar facilmente fama e dinheiro.
(Sávia Lorena B. C. de Sousa. O reality show como objeto de reflexão cultural. observatoriodaimprensa.com.br)

Sobre a relação entre os meios de comunicação de massa e o público consumidor, é correto afirmar que:
A a qualidade da programação da tv não é condicionada pelas demandas e desejos dos
consumidores culturais.
B o reality show é uma mercadoria cultural relacionada com processos emocionais de seu público.
C os critérios estéticos independem do nível de autonomia intelectual dos consumidores.
D no caso dos reality shows, a televisão estimula a capacidade de fruição estética do público
consumidor.
E os programadores priorizam aspectos formativos relegando o entretenimento a uma condição
secundária.

Gabarito: B
No Brasil, mais recentemente, o público tem premiado como vencedor dos reality shows aqueles
indivíduos que performam uma jornada do herói e que vieram de condições mais humildes como
forma de reparação histórica de suas condições de classe, raça e gênero.

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SOCIOLOGIA � 10 QUESTÕES

• QUESTÃO 4 •
Analise as charges.

As charges permitem que se faça uma abordagem ao mesmo tempo crítica e irônica dos meios de
comunicação de massa e da vida nas cidades no período atual. Dentre os assuntos que podem ser
diretamente associados aos problemas abordados pelas charges estão:
A o cumprimento pelos meios de comunicação de seu papel de noticiar o real cotidiano das
cidades e o fortalecimento da segurança pública em detrimento da privada.
B o papel da mídia na propagação da sensação de insegurança junto à população e o surgimento
de atividades, produtos e serviços vinculados à segurança privada.
C a influência restrita dos meios de comunicação sobre o cotidiano das cidades e a produção de
um novo urbanismo expresso na valorização dos espaços públicos.
D a influência passiva da mídia sobre o comportamento e a vida das pessoas nas cidades e a
regressão de produtos, serviços e atividades ligadas à segurança privada.
E a difusão de informações sensacionalistas pela mídia e a intensificação da convivência entre
pessoas na cidade.

Gabarito: B
A sensação de insegurança nas cidades é construída como alegoria por parte dos meios de
comunicação, uma vez que cidades brasileiras possuem taxas mais baixas de homicídio do que
grandes cidades norte-americanas, por exemplo, o que comprova a dicotomia entre discurso e
realidade quando falamos de segurança pública.

• QUESTÃO 5 •
Texto 1
Vinte e um anos, algumas apólices, um diploma, podes entrar no parlamento, na magistratura,
na imprensa, na lavoura, na indústria, no comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas carreiras
diante de ti. [...] Nenhum [ofício] me parece mais útil e cabido que o de medalhão. [...] Tu, meu filho,

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SOCIOLOGIA � 10 QUESTÕES

se me não engano, pareces dotado da perfeita inópia mental, conveniente ao uso deste nobre
ofício. [...] No entanto, podendo acontecer que, com a idade, venhas a ser afligido de algumas ideias
próprias, urge aparelhar fortemente o espírito. [...] Em todo caso, não transcendas nunca os limites
de uma invejável vulgaridade.
(Machado de Assis. Teoria do medalhão. www.dominiopublico.gov.br.)
Texto 2
De fato, existem medalhões em todos os domínios da vida social brasileira: na favela e no
Congresso; na arte e na política; na universidade e no futebol; entre policiais e ladrões.
São as pessoas que podem ser chamadas de “homens”, “cobras”, “figuras”, “personagens” etc.
[...] Medalhões são frequentemente figuras nacionais. [...] Ser o filho do Presidente, do Delegado,
do Diretor conta como cartão de visitas.
(Roberto da Matta. Carnavais, malandros e heróis, 1983.)

Tanto no texto do escritor Machado de Assis como no do antropólogo Roberto da Matta, a figura
do medalhão
A corresponde a um fenômeno cultural recente e desvinculado do clientelismo.
B tem sua existência fundamentada em ideais liberais e democráticos de cidadania.
C consiste em um tipo social exclusivamente pertencente às elites burguesas.
D apresenta sucesso social fundamentado na competência acadêmica e intelectual.
E ilustra o caráter fortemente hierarquizado e personalista da sociedade brasileira.

Gabarito: E
A confusão entre o que é público e o que é privado é caracterizado como patrimonialismo pela
Sociologia Brasileira, o que cria uma relação difusa na sociedade, favorecendo práticas de corrupção
e coronelismo que favorecem somente indivíduos particulares.

• QUESTÃO 6 •
Hoje, a melhor ciência informa que as etnias são variações cosméticas do núcleo genético
humano, incapazes sozinhas de determinar a superioridade de um indivíduo ou grupo sobre outros.
Segundo o médico Sérgio Pena, não somos todos iguais, somos igualmente diferentes. É uma beleza,
do ponto de vista da antropologia genética, esperar que, um dia, ela ajude a desvendar o enigma
clássico da condição humana que é a eterna desconfiança do outro, do diferente, do estrangeiro.
O DNA nada sabe desse sentimento. No seu coração genético, a espécie humana é tão mais forte e
sadia quanto mais variações apresenta.
(Fábio Altman. Unidos pelo futebol … e pelo DNA. Veja, 09.06.2010. Adaptado.)

Esta reportagem aborda o tema das diferenças entre as etnias humanas sob um ponto de vista
contrastante em relação a outras abordagens vigentes ao longo da história. Em termos éticos,
trata-se de uma abordagem promissora, pois

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SOCIOLOGIA � 10 QUESTÕES

A opõe-se às teorias antropológicas que criticaram o etnocentrismo ocidental em seu papel de


justificação ideológica do colonialismo.
B apresenta argumentos científicos que provam o caráter prejudicial da miscigenação para o
progresso da humanidade.
C fornece uma fundamentação científica para justificar estereótipos racistas presentes no
pensamento cotidiano e no senso comum.
D permite um questionamento radical dos ideais universalistas inspiradores de políticas de
preservação dos direitos humanos.
E estabelece uma ruptura com teorias eugenistas que defenderam a purificação racial como
meio de aperfeiçoamento da humanidade.

Gabarito: E
As teorias eugênicas do século XIX entendiam que haveria a existência de raças “mais puras” do
que outras, o que tem se comprovado cada vez mais incoerente com os últimos estudos no campo
da genética.

• QUESTÃO 7 •
“O homem que agride mulher é aquele que levanta todo dia e sai para trabalhar. Frequenta
grupos sociais corriqueiros, como reuniões de pais em escolas. Ele se veste e age de forma
socialmente aceita. Só que, ao chegar em casa, comporta-se de forma violenta para manter a
qualquer custo o posto de autoridade máxima”, declara a magistrada Teresa Cristina dos Santos.
A juíza afirma que a violência contra a mulher é a única forma democrática de violência. Vítimas
e agressores são encontrados em todos os segmentos da sociedade. Segundo pesquisadores da
Universidade Federal de Santa Catarina, a despeito de a maioria ter entre 25 e 30 anos e baixa
escolaridade, há agressores de todas as idades, condição financeira, nível de instrução e situação
profissional. De acordo com a juíza Teresa Cristina, o enfrentamento da violência contra a mulher
passa justamente por essa desmistificação de quem é o agressor. “Ao contrário dos crimes comuns,
a violência contra a mulher é uma questão cultural”.
(Adriana Nogueira. “Violência contra a mulher vem do homem comum e pode atingir qualquer uma”.
www.uol.com.br, 26.09.2017. Adaptado.)

A partir do texto, a violência contra a mulher na sociedade brasileira


A tem como causa principal a má distribuição de renda que afeta as classes populares.
B é um fenômeno associado ao autoritarismo de regimes políticos de exceção.
C é consequência direta de comportamentos impulsivos de natureza patológica.
D é um problema decisivamente associado ao significado cultural da masculinidade.
E tem origem inata, não sendo condicionada por fatores culturais ou sociais.

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SOCIOLOGIA � 10 QUESTÕES

Gabarito: D
A leitura atenta do texto leva-nos ao entendimento de que a agressão do homem contra a mulher
em nossa sociedade está ligada a aspectos culturais da masculinidade e menos a questões de tipo
patológica ou inatas.

• QUESTÃO 8 •
Texto 1
O professor não se aproveitará da audiência cativa dos estudantes para promover os seus
próprios interesses, opiniões ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias.
Ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos,
de forma justa – isto é com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias,
opiniões e perspectivas concorrentes a respeito. O professor respeitará o direito dos pais a que
seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.
www.programaescolasempartido.org. Adaptado.
Texto 2
Ciências sempre incluem controvérsias, mesmo física e química. Se não ensinamos isso
também, ensinamos errado. E o mesmo vale para história e sociologia – o professor precisa ensinar
Karl Marx, mas também Adam Smith e Émile Durkheim. Mas o conhecimento que precisa ser
passado é essencialmente científico – o que não inclui o criacionismo, que é uma teoria religiosa.
Com todo respeito, mas família é família, e sociedade é sociedade: a família pode ter crenças de
preconceito homofóbico ou contra a mulher, por exemplo, e não se pode deixar que um jovem
nunca seja exposto a um ponto de vista diferente desses. Ele tem que ser exposto a outros valores.
Renato Janine Ribeiro. https://educacao.uol.com.br, 21.07.2016. Adaptado.

O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que


A ambos atribuem a mesma importância à fé religiosa e à ciência como fundamentos educativos.
B ambos defendem o relativismo no campo dos valores morais, valorizando a aceitação das diferenças.
C as duas abordagens valorizam a doutrinação ideológica do professor sobre o aluno no campo educativo.
D o texto 1 assume uma posição moralmente conservadora, enquanto o texto 2 defende uma
educação pluralista.
E o texto 1 é contrário a preconceitos morais, enquanto o texto 2 denuncia o cientificismo na educação.

Gabarito: D
A partir da leitura das fontes conseguimos chegar à resposta. No texto 1, vemos que a referência é
do projeto “Escola Sem Partido”, que tem buscado, nos últimos anos, criminalizar a prática docente
por todo o território através de uma sensação de paranoia e delírio coletivos. Já no texto 2, vemos
que a fonte é Renato Janine Ribeiro, filósofo e ex-ministro da Educação, que aborda a temática de
maneira mais técnica e sem alarmismos.

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SOCIOLOGIA � 10 QUESTÕES

• QUESTÃO 9 •
Observe a charge de Ziraldo, originalmente publicada em 1968.

O diálogo entre o elefante e as cobras, associado à decretação do Ato Institucional número 5,


sugere
A a alienação de parte expressiva da sociedade ante o cenário político e a difusão de notícias
falsas.
B a solidez das instituições políticas republicanas e a disseminação do medo por traidores dos
interesses nacionais.
C o contraste entre o esforço militar de corrigir os rumos do país e a desconfiança da sociedade
civil.
D o poder dos grupos sociais e políticos fortes e consolidados e a incerteza entre os setores
populares.
E o distanciamento entre a sociedade e o regime político e a dissolução das garantias e dos
direitos democráticos.

Gabarito: E
A partir da interpretação da charge, que aborda o AI-5 da Ditadura Militar, vemos que há uma
dissonância entre o que a realidade mostrava e o que os militares consideravam sobre os cidadãos,
classificando muitos deles como “comunistas” e “inimigos da Pátria”.

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SOCIOLOGIA � 10 QUESTÕES

• QUESTÃO 10 •
Segundo Franz Boas, as pessoas diferem porque suas culturas diferem. De fato, é assim que
deveríamos nos referir a elas: a cultura esquimó ou a cultura judaica, e não a raça esquimó ou a raça
judaica. Apesar de toda a ênfase que deu à cultura, Boas não era um relativista que acreditava que
todas as culturas eram equivalentes, nem um empirista que acreditava na tábula rasa. Ele considerava
a civilização europeia superior às culturas tribais, insistindo apenas em que todos os povos eram
capazes de atingi-la. Não negava que devia existir uma natureza humana universal ou que poderia
haver diferenças entre as pessoas de um mesmo grupo étnico. O que importava para ele era a ideia
de que todos os grupos étnicos são dotados das mesmas capacidades mentais básicas.
(Steven Pinker. Tábula rasa: a negação contemporânea da natureza humana, 2004. Adaptado.)

Considerando o texto, é correto afirmar que, de acordo com o antropologo Franz Boas,
A os critérios para comparação entre as culturas são inteiramente relativos.
B a vida em estado de natureza é superior à vida civilizada.
C as diferenças culturais podem ser avaliadas por critérios universalistas.
D as diferenças entre as culturas são biologicamente condicionadas.
E o progresso cultural é uma ilusão etnocêntrica europeia.

Gabarito: C
Ao compreender que não existiram diferenças evolutivas entre as culturas, Boas se aproxima de
uma interpretação universalista sobre as sociedades, pois as diferenças entre os indivíduos não
seria de grau, e não de natureza.

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