Apostila - Técnicas para Fabricação de Panetones, Chocotones e Colomba Pascal
Apostila - Técnicas para Fabricação de Panetones, Chocotones e Colomba Pascal
Apostila - Técnicas para Fabricação de Panetones, Chocotones e Colomba Pascal
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Técnicas para Fabricação de Panetones, Chocotones e Colomba Pascal
SENAI-SP, 2018
1ª Edição
Trabalho elaborado pela Escola SENAI “Horácio Augusto da Silveira” – CFP 1.05 do Departamento
Regional do SENAI-SP para o curso de Técnicas para fabricação de panetones, chocotones e colomba
pascal – SEBRAE, a partir da apostila de Produtos Sazonais Natalinos e Páscoa.
Coordenação:
Eny da Graça Paiva Centini
Elaboração:
Alessandra Pagiato Loureiro
Ficha catalográfica
CDU
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Sumário
SEGURANÇA NO TRABALHO........................................................................................................19
BALANCEAMENTO ....................................................................................................................... 25
FORMULAÇÕES
Colomba pascal ........................................................................................................................... 27
Panetone salgado ........................................................................................................................ 29
Chocotone integral ...................................................................................................................... 31
Panetone com frutas ................................................................................................................... 33
Trufas ........................................................................................................................................... 35
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Boas Práticas de Fabricação
na Manipulação de Alimentos
INTRODUÇÃO
O consumidor tem procurado, cada vez mais, produtos práticos de serem utilizados,
disponíveis em porções reduzidas, com maior prazo de validade e, principalmente,
saudáveis.
A procura por pratos prontos ou por produtos que facilitem o preparo das refeições do
dia a dia é cada vez maior devido à vida moderna, uma vez que as pessoas não têm
muito tempo disponível para o preparo de refeições. Entretanto, apesar da praticidade,
o consumidor não abre mão da qualidade e da segurança dos alimentos.
Contaminação
Tipos de perigos
O perigo pode ser físico, químico e biológico, incluindo-se neste último tipo a
contaminação microbiológica.
- Físico
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A contaminação física é representada por objetos estranhos, visíveis, que podem
causar qualquer tipo de dano ao consumidor, como metais, vidros, pedras, madeiras,
plásticos, cabelos, pelos de rato e ossos.
- Químico
- Biológico / Microbiológico
A contaminação biológica pode ser visível ou invisível a olho nu, quando visível pode
ser observada em alimentos infestados com parasitas.
Machucar-se
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Adoecer
Morrer
Veículos de contaminação
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Figura 1: Contaminação de alimentos pelo manipulador
Fonte: EVANGELISTA (1992)
Contaminação Cruzada
As BPF devem ser aplicadas por toda pessoa física ou jurídica que possua
estabelecimento onde sejam realizadas atividades de produção, industrialização,
fracionamento, armazenamento e transporte de alimentos.
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HIGIENE PESSOAL E COMPORTAMENTO DO MANIPULADOR
O banho deve ser tomado com água limpa, preferencialmente de chuveiro. O uso do
sabonete é importante para retirada completa dos detritos e deve ser retirado
cuidadosamente durante o enxágüe final do corpo. Após o banho, o corpo deve ser
secado com uma toalha limpa em toda sua extensão.
As mãos entram em contato direto com uma grande variedade de objetos e superfícies
e, por isso, estão constantemente contaminadas. Por este motivo, devem ser sempre
lavadas ao chegar da rua, ao sair do banheiro, depois de manipular objetos que
possam causar contaminações, antes de manusear alimentos e antes das refeições.
As unhas devem ser mantidas curtas e limpas, pois abrigam sujeira e microrganismos
que podem causar contaminações graves.
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Após recolher o lixo ou outros resíduos;
Esfregar entre os dedos, a palma e o dorso das mãos até a altura dos
cotovelos;
Aplicar uma solução antisséptica, que pode ser álcool gel, ou outros produtos
aprovados pelo Ministério da Saúde para esta finalidade.
A higiene corporal é importante para a saúde e também para a proteção dos alimentos.
Para ter uma boa higiene corporal devem-se observar os seguintes itens:
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Todos os adornos como joias, bijuterias, amuletos, relógios e acessórios que
possam cair ou se desprender, provocando acidentes durante o processamento
dos alimentos, devem ser retirados e guardados em local apropriado;
Não devem ser utilizadas luvas quando estas implicarem em risco de acidentes
de trabalho como manuseio de fogões, fritadeiras, cilindros, masseiras e outros
equipamentos semelhantes;
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Uso incorreto da máscara descartável pode contribuir seriamente para a
contaminação. O calor e a umidade da respiração tornam a máscara um
ambiente favorável para proliferação de microrganismos. Além disso, o
desconforto, causado pelo uso prolongado, induz o manipulador a levar a mão
até ao rosto para retirar ou ajeitar a máscara.
- Limpeza
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Os passos a serem seguidos na operação de limpeza são:
Enxágue inicial com água morna (40 a 45ºC) para remoção de alguma sujeira
não aderida;
Enxágue final com água morna (40 a 45ºC) ou quente (80ºC) para eliminação
completa da solução detergente.
A avaliação da operação de limpeza pode ser feita através da simples observação de:
Ausência de odores.
- Desinfecção
Uma solução clorada com poder sanificante pode ser preparada da seguinte
maneira:
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– 10ml (1 colher de sopa rasa) de água sanitária para uso geral a 2,0 – 2,5% em 1 litro
de água ou 20ml (2 colheres de sopa rasas) de hipoclorito de sódio a 1,0 % em 1 litro
de água;
Qualidade da água
A água utilizada, tanto no preparo como na limpeza dos utensílios e superfícies que
entram em contato com os alimentos, deve ser potável. Sua qualidade deve ser
controlada, independente das rotinas de manipulação dos alimentos.
Lixo
O controle de insetos, roedores, pássaros e outros animais devem ser feitos por
profissionais credenciados de firmas especializadas, devidamente licenciadas e
registradas. Devem-se dotar algumas medidas para evitar os fatores que propiciam a
proliferação das pragas:
Eliminar os possíveis pontos de entrada das pragas, tais como portas e janelas
mal vedadas, ralos sem proteção;
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Evitar resíduos de alimentos, água estagnada, materiais e equipamentos fora
de uso acumulados em cantos e pisos, nas áreas internas e externas ao
estabelecimento.
Evitar a contaminação dos alimentos por contato direto ou indireto com material
contaminado. O preparo dos alimentos crus, por exemplo, não deve ser feito na
mesma área de manipulação de alimentos cozidos. Caso isto não seja possível,
planejar as operações de modo que todos os utensílios e superfícies utilizados
durante o preparo dos alimentos crus sejam devidamente limpos e sanificados
antes da manipulação dos alimentos cozidos;
Armazenamento
Importante para garantir a qualidade dos produtos. Os seguintes pontos devem ser
observados no armazenamento de matérias-primas, ingredientes, embalagens e dos
produtos finais:
Os cortes de carne e demais matérias-primas perecíveis devem ser
armazenados sob refrigeração, em câmaras frias dotadas de termômetros,
observando-se os critérios de temperatura.
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As matérias-primas não perecíveis, como os temperos desidratados, devem
ficar armazenadas em local fresco e arejado, à temperatura ambiente,
adequadamente identificadas e protegidas contra contaminação. Não devem
ser guardados juntamente com produtos de limpeza, químicos de higiene ou
com material de embalagem;
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SEGURANÇA NO TRABALHO
Segurança no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem
como proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe
multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes
profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da
empresa constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem
como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo
a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador.
A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de
Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, outras leis
complementares, como portarias e decretos e também as convenções Internacionais
da Organização Internacional do Trabalho, ratificadas pelo Brasil.
NORMA REGULAMENTADORA 6 - NR 6
Certificado de Aprovação – CA
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recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada
atividade.
Nas empresas desobrigadas de constituir CIPA, cabe ao designado, mediante
orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI adequado à
proteção do trabalhador.
Cabe ao empregador:
Cabe ao empregado:
Tipos de EPI’s:
Existem EPI’s que oferecem proteção para partes específicas do corpo como por
exemplo o capacete, usado para proteção da cabeça, óculos para proteção dos olhos
e ainda aqueles que oferecem segurança para todo o corpo de acordo com a
necessidade de cada área de atuação.
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sanduíche, moinho para farinha de rosca, serra fita, fatiador de bife, amaciador de bife,
moedor de carne, fatiador de frios e ralador de frios.
Abaixo seguem alguns exemplos:
Grades de Proteção:
• Impedir que o usuário possa inserir mãos ou dedos.
• A proteção móvel deve cessar imediatamente os movimentos da máquina em
caso de mínima abertura da grade.
A NR-12 exige que a operação da máquina seja segura, ou seja, não tenha risco para
o operador. Para isso a empresa, além de adequado ou substituir os equipamentos,
deve descrever os itens abaixo:
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Segue um exemplo para o equipamento Batedeira:
Batedeira
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1.4.2 Manter o botão de emergência acionado até que se restabeleça a condição
segura de operação;
1.4.3 O desacionamento do botão de emergência deve ser feito de forma intencional
e manualmente.
Observação:
O botão de emergência deve ser de fácil acesso e visualização pelo operador em seu
posto de trabalho e demais pessoas que estejam no local; O acesso ao botão de
emergência não deve ser obstruído.
Para que a segurança no trabalho seja garantida, tanto ao colocar produtos no forno
quanto ao retirar, o manipulador de alimentos deverá calçar as luvas nas duas mãos.
Esse procedimento garante a integridade física da pessoa evitando riscos de
queimaduras.
Cuidados necessários ao manusear o forno:
Nunca pegar assadeiras sem as luvas, mesmo que esteja frias;
Nunca pegar as assadeiras quentes com a luva dobrada;
Usar sempre calçado totalmente fechado;
Nunca brincar próximo ao forno, nem distrair a pessoa que manuseia o forno;
Antes de retirar assadeiras do forno com produtos assados, providencie um
carrinho ou mesa de apoio;
Se ao retirar assadeiras quentes do forno houver mais pessoas no ambiente de
trabalho, avise-as onde estão sendo colocadas as superfícies quentes;
No caso de pessoa que trabalha como forneiro, este deverá usar avental
térmico e óculos de segurança.
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BALANCEAMENTO
O sucesso de um empreendimento depende muito do controle de custos de seus
produtos. Para tornar o controle de custos possível, é preciso saber entre outras
coisas:
Quanto se usa de cada ingrediente.
Como variar a quantidade produzida e poder garantir a mesma qualidade.
Como calcular uma encomenda.
O balanceamento permite a padronização e o controle através de alguns passos:
INGREDIENTE % PESO
Farinha 61,5% 1230g
Sal 1,2% 24g
Fermento 1,8% 36g
Água 35,5% 710g
Total 100% 2000g
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Qual vai ser o rendimento da receita?
1º - Multiplicar o número de peças que se deseja obter pelo peso de cada peça crua.
O resultado é o total de massa.
2º - Multiplicar o total de massa pela porcentagem do ingrediente.
3º - Dividir o resultado por 100.
4º - O resultado final é o peso do ingrediente.
5º - Prosseguir com os cálculos para saber os outros pesos.
6º - Somar o peso de todos os ingredientes e conferir com o total de massa obtido
anteriormente.
7º - Aumentar ou diminuir o peso da farinha se necessário, para executar a
encomenda.
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Colomba pascal
Ingredientes % Peso Método
Farinha de trigo 29,3 Pesar todos os ingredientes.
Fermento natural 5,9 Fazer esponja:
Fermento bio.seco 1,4 Farinha............33%...
Doce de leite em Água................60%...
11,7
barra Fermento........total....
Nozes triturada 8,8 Ferm. Natural..total...
Açúcar refinado 5,9 Cortar o doce de leite e
Margarina 7 congelar.
Gemas 10,2 Aguardar dobrar de volume.
Leite em pó 1,4 Preparar a massa.
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Máquinas, equipamentos e utensílios.
Controle de processo
Tempo Temperatura Peso Rendimento
(minutos) (°C) (g) (unidade)
TM - Massa- Peça crua –
TC - Teto- Peça assada -
TD - Lastro -
TF - Vertical - Quantidade de assadeiras -
TA -
Legenda TM = Tempo de mistura TD = Tempo de descanso TA= Tempo de assamento
TC = Tempo de cilindragem TF = Tempo de fermentação
ANOTAÇÕES
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Panetone salgado
Ingredientes % Peso Método
Massa Recheio
Farinha de trigo 32,8 Picar em cubos os queijos e o
Fermento biológico peito de peru.
1,9
fresco Picar o tomate seco, a azeitona e
Azeite 4,9 o cheiro verde.
Gemas 3,3 Reservar em refrigeração.
Açúcar refinado 2,6 Massa
Gordura vegetal 1,3 Pesar todos os ingredientes.
Sal 0,6 Fazer esponja:
Melhorador 0,5 Farinha......40%......
Alecrim 0,03 Água..........60%......
Curry 0,03 Fermento...total.......
Caldo galinha 0,1 Aguardar dobrar de volume.
Ovos 3,3 Preparar a massa.
Água 17 Colocar o recheio após ponto de
Recheio véu.
Queijo provolone 7,2 Dividir, bolear e descansar.
Queijo ½ cura 6,6 Bolear novamente e colocar em
Peito de peru 12,28 forminhas.
Tomate seco 3,3 Deixar crescer.
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Máquinas, equipamentos e utensílios.
Controle de processo
Tempo Temperatura Peso Rendimento
(minutos) (°C) (g) (unidade)
TM - Massa- Peça crua -
TC - Teto- Peça assada -
TD - Lastro -
TF - Vertical - Quantidade de assadeiras -
TA -
Legenda TM = Tempo de mistura TD = Tempo de descanso TA= Tempo de assamento
TC = Tempo de cilindragem TF = Tempo de fermentação
ANOTAÇÕES
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Chocotone integral
Ingredientes % Peso Método
Farinha de trigo 24,8 Pesar todos os ingredientes.
Farinha integral 8 Misturar as farinhas.
Fermento natural 6,4 Fazer esponja:
Fermento bio.seco 0,6 Farinha............30%...
Açúcar mascavo 7,3 Água................40%...
Granola 9 Fermento........total....
31
Máquinas, equipamentos e utensílios.
Controle de processo
Tempo Temperatura Peso Rendimento
(minutos) (°C) (g) (unidade)
TM - Massa- Peça crua -
TC - Teto- Peça assada -
TD - Lastro -
TF - Vertical - Quantidade de assadeiras -
TA -
Legenda TM = Tempo de mistura TD = Tempo de descanso TA= Tempo de assamento
TC = Tempo de cilindragem TF = Tempo de fermentação
ANOTAÇÕES
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Panetone com frutas
Ingredientes % Peso (g) Método
Farinha de trigo 39,4 Pesar todos os ingredientes.
Sal 0,4 Fazer poolish:
Açúcar refinado 8,7 Farinha............40%...
Fermento biológico 3,0 Água................60%...
fresco Fermento........total....
Gemas 6,3 Aguardar dobrar de volume.
Margarina 3,9 Lavar e congelar as frutas e as passas.
Melhorador 0,4 Fazer um creme com sal, açúcar,
Água 15,8 margarina, gemas, essência e
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Máquinas, equipamentos e utensílios.
Controle de processo
Tempo Temperatura Peso Rendimento (unidade)
(minutos) (°C) (g)
TM - Massa- Peça crua -
TC - Teto- Peça assada -
TD - Lastro -
TF - Vertical - Quantidade de assadeiras -
TA -
Legenda TM = Tempo de mistura TD = Tempo de descanso TA= Tempo de assamento
TC = Tempo de cilindragem TF = Tempo de fermentação
ANOTAÇÕES
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Trufado
Trufa negra
Ingredientes % Peso (g) Método
Chocolate ao leite 42,9 Derreter os chocolates.
Chocolate ½ 21,5 Misturar o creme de leite e o mel e aquecer.
amargo Misturar tudo até a massa ficar brilhante e
Creme de leite UHT 32 homogênea.
Mel 3,6 Reservar.
Total 100
Trufa branca
Ingredientes % Peso (g) Método
Chocolate branco 60 Tirar as raspas da laranja.
Creme de leite UHT 40 Derreter o chocolate.
Raspas de laranja a/g Misturar o creme de leite e as raspas e
Total 100 aquecer.
Misturar tudo até a massa ficar brilhante e
homogênea.
Reservar.
ANOTAÇÕES
As trufas devem ser inseridas no panetone após 24h do seu assamento.
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