Analise
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Analise
João Rafael
2023
1 Introdução
O objetivo desse material não é de ensinar análise ou cálculo (esse ainda vai existir, tenham calma). O
objetivo é fazer sentido de ideias de comparar grandezas, olhar para extremos e monovariantes de forma
esperta com o fim de concluir fatos importantes ou até mesmo problemas completos. Aprender a ter as
ideias intuitivas que envolvam análise é o principal fim desse artigo.
Adiante veremos maneiras de aplicar essas ideias em problemas olı́mpicos de maneira mais natural
possı́vel.
2 Definições e notações
Como um grande matemático me disse, ”cálculo é corolário de análise”. Dessa maneira, usaremos
extensivamente linguagens e notações de cálculo, como as de limite.
Se a1 , a2 , . . . é uma sequência de reais, dizemos que a sequência é limitada inferiormente se existe
C1 ∈ R tal que an ≥ C1 , para todo n, e dizemos que a sequência é limitada superiormente se existe
C2 ∈ R tal que an ≤ C2 , para todo n.
Dizemos, ainda, que a sequência é limitada se for limitada superiormente e inferiormente ao mesmo
tempo. Chamamos C1 de um ponto inferior e C2 um ponto superior.
Seja a1 , a2 , . . . uma sequência de reais. Se ela for limitada superiormente, chamamos de M =
sup(ak )k≥1 o supremo da sequência (ele existe pelo axioma do supremo) se M é um ponto superior
e M ≤ C2 , para todo C2 ponto superior. Definimos analogamente m = inf(ak )k≥1 como o ı́nfimo da
sequência, caso seja limitada inferiormente.
Três notações que usaremos muito serão as de Big-O, Big-theta, Big-omega e Little-O, denotadas por
O, Θ, Ω e o, respectivamente.
Sendo f e g são funções que tomam valores reais, dizemos que:
• f (x) = O(g(x)) se:
f (x)
lim sup <∞
x→∞ g(x)
ou, em outras palavras, se existem constantes C e x0 , com C > 0, tais que f (x) ≤ Cg(x), para
todo x ≥ x0 .
• f (x) = Ω(g(x)) se g(x) = O(f (x)).
• f (x) = Θ(g(x)) se existem C1 , C2 constantes positivas tais que:
f (x) f (x)
C1 ≤ lim inf e lim sup ≤ C2 ,
x→∞ g(x) x→∞ g(x)
1
isto é, se existem x0 , C1 , C2 com C1 g(x) ≤ f (x) ≤ C2 g(x), para todo x ≥ x0 .
• f (x) = o(g(x)) se:
f (x)
lim = 0.
x→∞ g(x)
Além disso, dizemos que uma sequência an diverge se limn→∞ an = ±∞.
Se S ⊆ Z>0 , denotamos por S≤n o maior subconjunto de S com elementos menores ou iguais que n.
Dados A e B conjuntos de inteiros positivos, dizemos que dB (A) é a densidade de A sobre B se
|A≤n ∩ B≤n |
dB (A) = lim .
n→∞ |B≤n |
então
lim g(x) = L.
x→c
Teorema 2. (Teorema do valor intermediário) Sejam a < b reais e f : [a, b] → R uma função contı́nua,
então para todo c entre f (a) e f (b) existe um xc tal que
f (xc ) = c.
Teorema 3. (Teorema do valor médio) Sejam a < b reais e f : [a, b] → R um função contı́nua e derivável
em (a, b). Então existe c ∈ (a, b) tal que
f (a) − f (b)
f ′ (c) = .
a−b
Teorema 4. (Regra de L’Hopital) Sejam f, g funções deriváveis numa união de intervalos I com g ′ (x) ̸=
0, para todo x ∈ I. Se a pertence ao fecho de I e
ou
lim f (x) = lim g(x) = ±∞
x→a x→a
′
f (x)
e limx→a g ′ (x) existe, então
f (x) f ′ (x)
lim = lim ′ .
x→a g(x) x→a g (x)
2
Teorema 5. (Bolzano-Weierstrass) Se (an ) é uma sequência de reais limitada então tem uma sub-
sequência convergente, i.e, existe uma sequência estritamente crescente de inteiros (bn ) e um real c tal
que
lim abn = c.
n→∞
Fato 1. Se um real não negativo a é tal que que para todo b positivo temos a ≤ b então a = 0.
Fato 2. Se duas funções f, g são deriváveis num intervalo I são tais que
f (a) = g(a)
|an+1 − an | ≥ ϵ,
mx P (x) Q(x) nx x!
lim = lim = lim = lim = lim x = 0.
x→∞ P (x) x→∞ Q(x) x→∞ nx x→∞ x! x→∞ x
Fato 5. Se P é um polinômio de coeficientes reais tal que existam a, b reais com P (a) < 0 e P (b) > 0,
então P tem alguma raı́z real.
Fato 6. Se P é um polinômio de coeficientes reais e grau ı́mpar, então P tem raı́z real.
Fato 7. Se xn , yn são sequências de inteiros e (an ) e (bn ) são sequências de reais com
e
xn + an = yn + bn ,
|aα + b − m| < ϵ.
Fato 9. Sejam m e n inteiros positivos. Então existem exatamente ⌊m1/n ⌋ potências n-ésimas menores
3
ou iguais que m.
Fato 10. Se k > 1 é um real, então
X 1
nk
n≥1
diverge e
X 1 1
< .
p2k 2
k≥1
1 π2
P
Fato 12. n≥1 n2 = 6 .
Fato 13. Se um conjunto A de inteiros positivos tem densidade sobre Z>0 positiva então ele tem infinitos
elementos.
Fato 14. Se um conjunto A de inteiros positivos tem densidade sobre Z>0 igual a 0, então existem
intervalos arbitrariamente grandes de inteiros sem nenhum elemento de A.
Solução. Como A é limitado, o conjunto tem supremo e ı́nfimo. Sejam s e i esses, respectivamente.
Como (a − a)2 = 0 está em A, temos que (a − 0)2 = a2 está em A, para todo a ∈ A. Isso nos dá
diretamente que
s ≥ (s − i)2 .
Isto se dá pelo fato de que existem subsequências (an ) e (bn ) contidas em A tais que limn→∞ an = s
e limn→∞ bn = i, donde limn→∞ (an −bn )2 = (s−i)2 , que não pode superar s já que (an −bn )2 ∈ A.
Porém, analisando a inequação s ≥ (s − i)2 , temos que seu delta será
−1
∆ = (2i + 1)2 − 4i2 = 4i + 1 ≥ 0 =⇒ i ≥ .
4
O conjunto A = [ −1 1
4 , 4 ] satisfaz o enunciado e as condições, e portanto o menor real num conjunto
−1
enquadrado é o .■
4
Problema 2. Ordene o conjunto das potências perfeitas em uma sequência crescente (an ). Mostre
que existem infinitos n tais que 2023 | an+1 − an .
4
Solução. Mostraremos que existem infinitos quadrados perfeitos consecutivos nessa sequência
que deixam o mesmo resto por 2023. Primeiramente, veja que para isso devemos ter k 2 e (k + 1)2
de modo que 2023 | (k + 1)2 − k 2 = 2k + 1, donde k ≡ 1011 (mod 2023). Assim, mostraremos que
existem infinitos n para os quais não existe nenhuma potência perfeita entre (2023n + 1011)2 e
√
(2023n + 1012)2 . Suponha que existem apenas finitos. Veja que até N temos exatamente ⌊ N ⌋
quadrados perfeitos e no máximo
X √
k
X √
k
SN = ⌊ N⌋ = ⌊ N⌋
k≥3 3≤k≤⌊log2 N ⌋
X √
k
√
3
√ √
⌊ N ⌋ ≤ log2 N N = o( N ) =⇒ SN = o( N ).
3≤k≤⌊log2 N ⌋
Pela nossa suposição, como existem apenas finitos n satisfazendo a condição que queremos, existe
um certo n0 tal que, para todo n > n0 , existe uma potência perfeita entre (2023n + 1011)2 e
(2023n+1012)2 . Porém, como nenhuma nenhuma dessas potências é um quadrado perfeito, então
até (2023n + 2012)2 deverı́amos ter no mı́nimo n − n0 potências perfeitas tirando os quadrados
perfeitos. Assim, sendo (2023n + 1012)2 = qn :
√
n − n0 ≤ #(pot. perfeitas exceto quadrados até qn ) ≤ Sqn = o( qn )
√
=⇒ n − n0 = o( qn ),
√
que é um absurdo, já que qn = 2023n + 1012 cresce linearmente, assim como n − n0 .
Assim, nossa suposição de que existem apenas finitos n é falsa e segue o problema. ■
Suponha que A(α) contenha todos os inteiros positivos exceto os que deixam um certo resto r por n.
Ache todos os possı́veis valores de α.
Solução. Seja r o resto que não aparece. Pela condição do enunciado, sabemos que, para todo
k ≥ 1, ⌊α(k + n − 1)⌋ − ⌊αk⌋ = n. Assim, deduzimos que
n n
⌊αk⌋ = k · + Ck = k · + O(1),
n−1 n−1
onde Ck é uma constante que depende apenas do resto que k deixa por n − 1.
Dessa maneira
n
αk − {αk} = ⌊αk⌋ = k · + O(1)
n−1
5
n O(1) + {αk} n O(1)
=⇒ α = + = + .
n−1 k n−1 k
Tomando k → ∞:
n O(1) n
α = lim α = lim + = ,
k→∞ k→∞ n−1 k n−1
n
pois O(1) é limitado. Assim, o único valor para α é n−1 , que é fácil checar que funciona. ■
Problema 4. Sejam p, q > 1 inteiros positivos primos entre si. Mostre que existe um inteiro positivo
n tal que o resto de pn na divisão por q n é maior que 102023 .
Solução. Para esse problema, provaremos um lema muito útil que pode, inclusive, ser usado em
outros problemas deste artigo.
Lema: Seja c ̸= 0, x ∈ Q>1 e (mn ) uma sequência de inteiros. Se
lim cxn − mn = 0,
n→∞
então x é inteiro.
n
Prova: Escreva x = pq , com (p, q) = 1. Seja ϵ < 1
p+q e n0 tal que, para n ≥ n0 , c p
q − mn < ϵ.
Então, multiplicando por p e por q, valem
Somando as duas equações usando o fato de que cpxn = cqxn+1 e desigualdade triangular, con-
cluı́mos que
|pmn − qmn+1 | < ϵ(p + q) < 1.
Como os termos da diferença são inteiros, concluı́mos que pmn = qmn+1 , para n ≥ n0
k
p p
=⇒ mn+1 = mn · =⇒ mn0 +k = m n0 .
q q
Porém, como (mn ) só tem inteiros, temos que q k | mn0 para todo k ≥ 1.
Veja que mn0 ̸= 0 pois senão terı́amos mn = 0 para n ≥ n0 , o que implicaria que limn→∞ cxn = 0,
que é falso já que c ̸= 0 e x > 1. Assim, devemos ter que q = 1, e portanto x é inteiro, como
querı́amos demonstrar. □
Com o lema provado, voltemos ao problema. Primeiramente, veja que se p < q, então pn é o
próprio resto na divisão por q n , e como p > 1, esse valor cresce arbitrariamente, como queremos
provar. Então, suponha que p > q. Fazendo a divisão euclidiana, para cada n existem kn e rn ,
com 0 ≤ rn < q n tais que
n
n n p rn
p = kn q + rn =⇒ − kn = n .
q q
6
rn
Caso (rn ) seja limitada superiormente, temos que limn→∞ qn = 0, e logo
n
p p
lim − kn = 0 =⇒ ∈ Z,
n→∞ q q
que é um absurdo já que (p, q) = 1 e q > 1. Então (rn ) é ilimitada superiormente, como querı́amos
demonstrar. ■
5 Problemas
Problema 1. Seja P (x) um polinômio de coeficientes reais. Prove que existem inteiros n e k tais que k
tem n digitos e mais de P (n) divisores positivos.
Problema 2. Considere o polinômio de segundo grau P (x) = 4x2 + 12x − 3015. Defina a sequência de
P (x) Pn (x)
polinômios P1 (x) = 2016 e Pn+1 (x) = 2016 para n ≥ 1.
a) Prove que existe um número real r tal que Pn (r) < 0 para todo inteiro positivo n.
b) Determine a quantidade de inteiros m tais que Pn (m) < 0 para infinitos valores de n.
Problema 3. Seja f (x) = x2 + 2007x + 1. Prove que, para todo inteiro positivo n, a equação
f (f (. . . (f (x)) . . . )) = 0 tem pelo menos uma solução real.
| {z }
n vezes
Problema 4. Encontre todas as funções sobrejetoras f : R>0 → R>0 tais que:
Problema 7. Determine todas as sequências (x1 , x2 , . . . , x2011 ) de inteiros positivos tais que para todo
inteiro positivo n existe um a tal que:
7
Sejam a e b reais com 0 < a < b < 1. Definimos as sequências an e bn por a0 = a, b0 = b, e an = f (an−1 )
e bn = f (bn−1 ) para n > 0. Mostre que existe um inteiro positivo n tal que:
Problema 9. a) Prove que dadas constantes a, b com 1 < a < 2 < b, não existe partição do conjunto
dos inteiros positivos em dois subconjuntor A0 , A1 tal que: se j ∈ {0, 1} e m, n pertencem a Aj , então
n/m < a ou n/m > b.
b) Determine todos os pares de reais (a, b) com 1 < a < 2 < b para os quais vale a seguinte propriedade:
existe uma partição do conjunto dos inteiros positivos em três subconjuntos A0 , A1 , A2 tal que se j ∈
{0, 1, 2} e m, n pertencem a Aj , então n/m < a ou n/m > b.
Problema 10. Existe alguma potência de 2 que comece (pela esquerda) com 7?
Problema 11. Ache todas as funções f : R>0 → R>0 tais que para todo x real positivo, existe um único
y real positivo tal que:
xf (y) + yf (x) ≤ 2.
i. Para cada inteiro positivo n, temos que f (n) < f (n + 1) < f (n) + 2020;
ii. Para cada inteiro positivo n, temos que f (S(n)) = S(f (n)), onde S(k) é a soma dos dı́gitos de k
na base 10.
8
Problema 19. Sejam a, b > 1 inteiros positivos tal que para todo inteiro positivo n, temos
bn − 1 | an − 1.
A(r) = {⌊nr⌋ | n = 1, 2, 3, . . . }.
β
Seja α um irracional maior que 2 e β um real tal que A(β) ⊂ A(α). Mostre que α é um inteiro.
Problema 25. Um inteiro positivo n é livre de quadrados se não existe inteiro positivo k > 1 tal que
k 2 | n. Ordene os inteiros livres de quadrados em ordem crescente na sequência a1 , a2 , . . . . Mostre que
existem infinitos n tais que an+1 − an = 2022.
Problema 26. Seja C > 1 um real e (an ) uma sequência de reais positivos tal que:
i. a1 = 1, a2 = 2;
ii. Para todo par de inteiros positivos (m, n), vale que amn = am an ;
iii. Para todo par de inteiros positivos (m, n), vale que am+n ≤ C(am + an ).
9
quadriláteros harmônicos.
Problema 31. Um polinômio não constante P de coeficientes reais não negativos é dito cheiroso se
existe uma função f : R> 0 → R>0 tal que
6 Dicas
Problema 1. Mostre que n = p1 p2 . . . pk funciona, onde (pj ) é a sequência dos primos e k é um inteiro
suficientemente grande. Use que pi+1 < 2pi , para i ≥ 1.
Problema 2. Para o item a), procure um ponto fixo da função e cheque que ele é negativo. Para o item
b), complete quadrado para chegar num produto telescópico. Para concluir, use que existem infinitos n
e tome um limite de n → ∞ para achar uma condição de tamanho necessária e suficiente para que um
m funcione.
Problema 3. Cheque que f n (0) > 0 e ache um real r negativo esperto tal que f n (r) < 0. Então,
conclua com o teorema do valor intermediário usando que todo polinômio é contı́nuo.
1
Problema 4. Suponha que f (x) ̸= x, para certo x. Tome a sequência an = f n (x) , e argumente que a
sequência se estende para n negativo pela sobrejetividade. Conclua achando alguém na imagem de de f
que é negativo, chegando num absurdo.
Problema 5. Chame um polinômio P de bom se todas as suas raı́zes são inteiras. Prove que se
degP ≥ 3, então existem finitos k inteiros tais que P + k é bom e veja o que ocorre se um polinômio bom
tem grau maior que 2 e uma raiz não nula. Com isso, separe em casos para o grau sendo 1, 2 ou maior
que 2.
Problema 6. Tome n = 10k − 1 com k muito grande e olhe para tamanho.
Problema 7. Divida pelo maior xni e olhe para tamanho, usando o fato de que são inteiros para concluir
igualdades a partir de desigualdades tomando n → ∞.
Problema 8. Suponha por absurdo que o enunciado é falso. Olhe para an − bn e cheque que essa
diferença fica maior que 1/2.
Problema 9. No item a), veja que se x é de um conjunto, então (ax, bx) são todos do outro conjunto.
Então tome x e x + 1 grandes de conjuntos distintos (por que eles existem?) e encontre um absurdo.
Para o item b), use a mesma ideia do item a) de que se x é de um conjunto, então (ax, bx) estão em
outro conjunto. Porém, tome interseção desses conjuntos com x e x + 1 grandes de conjuntos diferentes
e conclua uma condição de tamanho de a e b.
10
Problema 10. Existe. Veja que 2n = 10⌊log10 2⌋ · 10{log10 2} e então basta que log10 7 < {log10 2} <
log10 8. Use o Fato 8!
Problema 11. Esse daı́ caiu na IMO 2022. Só brinca com tamanho. Faça o de sempre e uma hora você
vai saber quando brincar com o tamanho das coisas.
Problema 12. Quase igual ao problema 4.
Problema 13. Se c ≤ 1, qualquer função decrescente funciona. Se c > 1, faça x → x + f (x) uma
quantidade suficiente de vezes para chegar num absurdo por tamanho.
Problema 14. Esse problema tem uma solução simples, sem ideias de análise. Porém, eu achei uma
solução bem maneira dele. Prove que existe esse número de modo que o número comece com 2022 já de
cara. Para isso, use a base indutiva colocando vários 0’s no meio do número no passo indutivo.
Problema 15. Como você pode usar a condição P (x) > 0 para x > 0?
Problema 16. Quantos primos existem até 20?
Problema 17. Limite os termos por tamanho. A cota an ≥ 2an−1 é simples. Prove que an > 2an−1
não pode acontecer muito.
Problema 18. Mostre que f (1) = 1 e f (10n ) = 10n , para n suficientemente grande.
Problema 19. Esse é difı́cil. Uma ideia é usar o fator de que vale para todo n junto ao lema do exemplo 4.
p
Problema 20. Esse é mais difı́cil ainda... A dica é supor que tal n não existe e portanto (an − 1)(bn − 1)
é sempre inteiro. Então, abra o binômio de Newton generalizado (tem mais sobre isso no material de
funções geratrizes) e olhe para tamanho para chegar num absurdo.
Problema 21. Adivinha só? Mais difı́cil ainda. Esse problema é uma união de vários refinamentos
pra cotar tamanho. Crie uma sequência auxiliar dos quadrados e tente cotar a distância dessa sequência
com uma recorrência esperta. Refine essa cota o suficiente para concluir que essa sequência auxiliar é,
de fato, a recorrência e conclua.
Problema 22. Tome d = deg(P ) e tome Q um polinômio tal que Q(i) = qi , para i = 0, 1, 2, . . . , d.
Prove que esse polinômio satisfaz Q(n) = qn , para todo n.
Problema 23. Olhe para a soma dos inversos dos números que são escritos da forma do enunciado. Prove
que essa soma diverge mais lentamente que a soma harmônica, chegando num absurdo por tamanho,
já que se apenas finitos números não pudessem ser escritos dessa forma, então as somas cresceriam na
mesma velocidade.
β
Problema 24. Use o Fato 8 várias vezes. Primeiro para provar que α é racional e depois que é inteiro,
tudo isso usando o Fato 8.
Problema 25. Prove que a densidade dos números livres de quadrados é maior que 1/2 e faça PCP
infinito.
Problema 26. Use o segundo fato diversas vezes para cotar an por cima. A moral principal é cotar as
coisas com isso e concluir. Não é fácil, mas é essa a moral.
Problema 27. Ache uma condição necessária e suficiente para que um número seja fibonático que
envolva apenas uma relação congruência. Prove que a densidade dos números com essa condição é menor
que 1 e portanto existem infinitos não fibonáticos.
Problema 28. Use o fato de que os livres de quadrado tem densidade menor que 1/2 e olhe para a
quantidade de soluções de p2 | n2 + 1.
Problema 29. Observe que f (cn) = f (n) se c é livre de quadrados e (n, c) = 1. Com isso, usando a
11
densidade dos livres de quadrados, mostre que, dadas duas p.a’s (an ) e (bn ), existem infinitos n para os
quais an e bn são livres de quadrados. Use, Bézout para concluir usando o lema anterior.
Problema 30. Prove que tal conjunto existe com todos os pontos no cı́rculo unitário. Para isso, projete
os pontos do cı́rculo unitário a partir a partir de (0, 1) na reta real. Então basta achar um conjunto de n
pontos na reta real formando ao menos n2 quádruplas harmônicas. Prove que o conjunto {0, 1, 2, . . . , n}
funciona para n suficientemente grande.
Problema 31. Prove que P é linear. Então, prove que f é bijetora, contı́nua, monótona e que seu
ı́nfimo é 0. Depois de manipular suficientemente, você vai chegar na equação de Cauchy exponencial um
pouco diferente. Esse problema é bem difı́cil.
Problema 32. Veja que se P (s) é inteiro, então P (ns) é inteiro, onde n é inteiro. Se degP = n, tome
uma combinação linear de P (0), P (x), . . . , P (nx) resultando em an xn , onde an é o coeficiente lı́der de
P . Então prove que P (s) é inteiro se, e somente se, s é uma raiz n-ésima. Conclua a partir disso.
Problema 33. Prove que existe tal constante para todo inteiro positivo n. Para isso, prove que
S(n) ≥ 2n e faça indução. Se tudo correr certo, uma hora você vai achar o quão pequeno você precisa
que o c seja, e então conclua.
7 Referências
• Análise Real - Vol.1 - Elon Lages Lima
• Wikipédia (kkkkkkkk)
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