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02 - Workflow Digital Chairside em Prótese Parcial

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Câmpus de Araçatuba

JULES VIEIRA DA SILVA

WORKFLOW DIGITAL CHAIRSIDE EM PRÓTESE PARCIAL


FIXA: RELATO DE CASO

Araçatuba

2023
JULES VIEIRA DA SILVA

WORKFLOW DIGITAL CHAIRSIDE EM PRÓTESE PARCIAL


FIXA: RELATO DE CASO

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia


de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, como parte
dos requisitos para a obtenção do título de
Bacharel em Odontologia.

Orientador: Prof. Dr. José Vitor Quinelli Mazaro

Araçatuba

2023
3

SILVA, J.V. Workflow Digital Chairside Em Prótese Parcial Fixa: Relato De Caso
2023. 31 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de
Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2023.

RESUMO

Com o avanço da tecnologia da odontologia restauradora, tornou-se possível novas


possibilidades de produção de restaurações. Através do uso do fluxo de trabalho
digital chaiside é possível a produção de uma peça para reabilitação em poucas
horas. Uma das principais vantagens do workflow digital chairside é o aspecto de
economia de tempo, capacidade de fornecer aos pacientes uma experiência mais
interativa, visual e confortável, oferecendo também aos dentistas a capacidade de
obter restaurações mais exatas e precisas. Este trabalho visa descrever dois casos
de substituição de coroa unitária através do fluxo digital chairside. No primeiro caso
descreve-se a reposição do elemento 25 por conta de fratura da cúspide palatina,
restaurado com um pino de fibra de quartzo seguido da confecção de coroa
cerâmica de dissilicato de lítio monolítico e no segundo caso a reposição de uma
coroa metálica do elemento 36, que o paciente apresentava queixa estética e
infiltração na margem distal, que então foi planejado uma coroa endocrown em
silicato de lítio reforçado com zircônia, evidenciando a eficiência e eficácia do fluxo
de trabalho digital chairside.

Palavras–chave: Desenho Assistido por Computador, Prótese Parcial Fixa, Fluxo de


trabalho digital.
4

SILVA, J. V. Digital Chairside Workflow in Fixed Partial Prosthesis: Case Report


2023. 31 f. Completion of Course Work (Graduation) – Faculty of Dentistry, Paulista
State University, Araçatuba, 2023.

ABSTRACT

With the advancement of technology in restorative dentistry, new possibilities for


producing restorations have become possible. Through the use of the chaiside digital
workflow it is possible to produce a piece for rehabilitation in a few hours. One of the
main advantages of the chairside digital workflow is the time-saving aspect, the ability
to provide patients with a more interactive, visual and comfortable experience, while
also offering dentists the ability to achieve more accurate and precise restorations.
This work aims to describe two cases of single crown replacement through the
chairside digital flow. In the first case, the replacement of element 25 due to a
fracture of the palatal cusp is described, restored with a quartz fiber pin, followed by
the making of a ceramic crown of monolithic lithium disilicate and, in the second
case, the replacement of a metallic crown of the element 25. 36, that the patient had
an aesthetic complaint and infiltration at the distal margin, that an endocrown crown
in lithium silicate reinforced with zirconia was then planned, evidencing the efficiency
and effectiveness of the chairside digital workflow.

Keywords: Computer-Aided Design, Fixed Partial Denture, Digital Workflow.


5

LISTA DE ILUSTRAÇÕES
(Lista de

Figura 1 – Bloco IPS Empress CAD 12

Figura 2 – Bloco IPS e.max CAD 13

Figura 3 – Bloco Tetric CAD 14

Figura 4 – Bloco Cerasmart 14

Figura 5 – Bloco IPS e.max ZirCAD 15

Figura 6 – Vista oclusal do dente 25 a receber coroa 16

Figura 7– Vista vestibular do dente 25 a receber coroa 17

Figura 8 – Vista oclusal do preparo do dente 25 18

Figura 9 – Vista Vestibular do preparo do dente 25 18

Figura 10 – Escaneamento do dente a receber coroa do dente 25 19

Figura 11 – Vista oclusal do dente 25 com coroa instalada 20

Figura 12 –Vista vestibular da prova da coroa do dente 25 20

Figura 13 – Vista oclusal do ajuste oclusal do dente 25 21


6

Figura 14 – Vista vestibular da coroa instalada no dente 25 22

Figura 15 – Vista Vestibular e oclusal do dente 36 23

Figura 16 – Vista Oclusal do dente 36 após a remoção da coroa 24

Figura 17 – Vista oclusal do dente 36 após remoção de tecido carioso 24

Figura 18 – Dente 36 após o reposicionamento da margem cervical 25

Figura 19 – Coroa de silicato de lítio reforçado com zircônia do dente 36 26

Figura 20 – Prova da coroa no dente 36 27

Figura 21 – Vista oclusal do dente 36 após ajuste oclusal e maquiagem 27


7

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAD/CAM Desenho assistido por computador / Manufatura Assistida por


Computador

3D Tridimensional
8

SUMÁRIO

1 Introdução 9

1.1 Materiais Restauradores Para Fresagem Em Protocolo CAD/CAM 10


Chairside Para Prótese Fixa

1.1.1 Cerâmicas adesivas 11

1.1.1.1 Cerâmicas feldspáticas e reforçadas por leucita 11

1.1.1.2 Dissilicato de lítio e silicato de lítio reforçado por zircônia 12

1.1.1.3 Resina composta 13

1.1.1.4 Bloco usinável de resina composta 13

1.1.1.5 Cerâmica híbrida 14

1.1.1.6 Zircônia 15

2 Relato de caso clínico 16

2.1 Caso clinico 1 16

2.2 Caso clinico 2 22

Discussão 27

Conclusão 29

Referências 30
9

1 INTRODUÇÃO

Com o avanço das tecnologias da odontologia restauradora, novas


possibilidades de modos de reabilitação foram possíveis1. Associado com a maior
demanda estética dos pacientes nas últimas décadas, tornou-se notório o sistema
chairside2. Nesse sistema, associado a tecnologia CAD/CAM (Desenho Assistido por
Computador/ Manufatura Assistida por Computador), é possível a produção da peça
para reabilitação com previsibilidade tanto estica quando funcional. A partir de uma
cópia digital da boca do paciente, que é adquirida através de moldagem digital ou
escâner laboratorial, é possível, através de um software de pré-visualização,
produzir um ensaio estético e funcional com maior diálogo com o paciente, e por
conseguinte maior compromisso com a terapêutica proposta3.

Reabilitações estéticas requerem técnica adequada para o sucesso do


tratamento. Quando se trata de reabilitações extensas, é possível valer-se do
conceito de estética por composição, que significa que é possível trabalhar conceitos
de estética craniofacial com maior liberdade de criação. Porém, quando o objetivo do
tratamento é a reposição de elemento unitário, conceitos de estética por mimetismo,
se faz necessário, já que a capacidade de mimetizar as características do dente
homônimo é de extrema importância para o resultado estético final7,8.

O scanner intraoral digital possui um papel de grande relevância no processo


reabilitador estético. Além de melhorar a experiência do paciente e reduzir o tempo
de cadeira, também reduz o estresse, simplifica o fluxo de trabalho e melhora a
comunicação do dentista com o laboratório3,4.

As vantagens das impressões digitais usando um scanner intraoral incluem


ser eficaz para pacientes com fortes reflexos de vômito e ser possível sobrescrever
apenas uma região anatômica, onde a impressão não é clara5.

A partir da aquisição da imagem digital, através de um software, é possível


definir as margens, selecionar o eixo de inserção, a extensão e pressão dos contatos
oclusais, a espessura protética, espessura interna para o cimento, além da relação
10

com as estruturas adjacentes e obter uma peça fresada em um curto espaço de


tempo3,4,6.

As cerâmicas podem ser classificadas de acordo com a sua forma de


processamento: aplicáveis, injetadas e fresadas. Dentre os métodos de produção de
restaurações cerâmicas, sem dúvida as peças fresadas têm maior destaque quando
se trata de odontologia de alta performance. Uma das formas mais notórias do uso
de restaurações fresadas, por sua versatilidade, precisão e curto período de tempo
de entrega da prótese, é o sistema chairside, utilizando CAD/CAM9,10,11.

A produção de uma restauração através do sistema chairside é caracterizada


pelo uso de um scanner intraoral e de uma fresadora para a obtenção de uma
restauração em uma única consulta. Esse protocolo, em que o profissional, em seu
próprio consultório, faz a aquisição da imagem digital, executa o planejamento digital
(fase CAD), a produção da restauração cerâmica (fase CAM) e posterior cimentação
em uma única sessão é o protocolo mais otimizado na produção de restaurações,
quando se trata de odontologia estética atualmente7.

As fases laboratoriais, para realização do tratamento, são as que mais


demandam tempo e custo. Por conta disso, o uso de novas tecnologias
odontológicas tem se mostrado promissor, por conta do custo dos equipamentos, do
tamanho das máquinas e a praticidade de uso, que tornam esse método aceitável,
mesmo em pequena escala11.

Portanto, o objetivo deste trabalho é mostrar, através de um relato de caso


clínico, um protocolo de trabalho de alta performance para a confecção das
restaurações cerâmicas.

1.1 MATERIAIS RESTAURADORES PARA FRESAGEM EM


PROTOCOLO CAD/CAM CHAIRSIDE PARA PRÓTESE FIXA

A fabricação de restaurações pelo sistema chairside, geralmente, envolve a


fresagem de um material, pré-sinterizado ou sinterizado, usando uma fresadora, ou
seja, é um processo de fabricação subtrativa11.
11

Atualmente, os principais sistemas chairside utilizam um “fluxo de trabalho


totalmente digital”, que é capaz de produzir diferentes restaurações protéticas, como
inlays/onlays, laminados cerâmicos, endocrowns, pônticos, e abutments de
implantes10.

Na tecnologia chairside, o uso de materiais monolíticos é prevalente. Esses


materiais permitem que as restaurações tenham espessuras mínimas e evitam
complicações clássicas dos sistemas “bi-camada”, ou seja, evitam o lascamento da
cerâmica de revestimento10,11.

Os materiais para CAD/CAM para produção de restaurações no protocolo


chairside podem ser classificados de acordo com a sua composição. A classificação
pode categorizada em: 1. cerâmicas adesivas, compreendendo as cerâmicas
feldispáticas, as reforçadas com leucita, as de dissilicato de lítio e as de silicato de
lítio reforçado com zircônia; 2. resina composta, compreendendo os compostos de
Bis-GMA; 3. as cerâmicas híbridas, compreendendo as nanocerâmicas e rede
cerâmica infiltrada com polímero; 4. as cerâmicas policristalinas, compreendendo a
zircônia; e 5.as compostas por Polimetilmetacrilato10,11.

1.1.1 Cerâmicas adesivas

1.1.1.1 Cerâmicas feldspáticas e reforçadas por leucita


As cerâmicas feldspáticas e reforçadas por leucita apresentam uma
predominância da fase vítrea, sendo as reforçadas com leucita possuem
melhores propriedades mecânicas. Essas características possibilitam
materiais cerâmicos mais translúcidos e estéticos. Estes materiais estão
disponíveis como blocos monocromáticos ou como blocos policromáticos que
possibilitam bom resultado estético por ser capaz de mimetizar os tecidos
dentários. Esses materiais são indicados para produção de restaurações
inlay e onlay, laminados cerâmicos e coroas totais.
12

Figura 1 – Bloco IPS Empress CAD.

(Fonte:Ivoclar)

1.1.1.2 Dissilicato de lítio e silicato de lítio reforçado por zircônia:


As vitrocerâmicas, com alta capacidade de resistência, representaram um
avanço no resultado estético de restaurações de alta resistência. É
caracterizada por uma matriz de vidro que incorpora pequenos cristais.
No método CAD/CAM, o dissilicato de lítio é fornecido apenas na forma
parcialmente cristalizada (pré-sinterizada), ou seja, em um “estado macio”
que facilita a fresagem do bloco e reduz o desgaste das fresas. Após a
fresagem, a restauração é ser submetida a um ciclo de sinterização que
possibilita a cristalização completa e em dissilicato de lítio. Esses materiais
são indicações para produção de restaurações inlay e onlay, coroas totais e
parciais, laminados cerâmicos e restaurações híbridas implantossuportadas.
13

Figura 2 – Bloco IPS e.max CAD

(Fonte: Basiqdental)
1.1.1.3 Resina composta
As resinas compostas atuais são constituídas principalmente de uma matriz
orgânica, uma carga inorgânica e um silano como agente de união entre
ambas.

1.1.1.4 Bloco usinável de resina composta


Os blocos usináveis de resina composta são pré-polimerizados. São
projetados, fresados e polimerizados extraoralmente, o que evita a contração
de polimerização e monômeros lixiviáveis e, por consequência, adquirem
propriedades mecânicas melhores. Segundo alguns autores, este material,
se cimentado adesivamente, teria uma boa resistência mecânica mesmo em
pequenas espessuras, contrabalançada por uma limitada resistência à
abrasão. Os blocos de resina composta também costumam ser encontrados
comercialmente enriquecidos, como, enriquecidos por sílica amorfa e
partículas de bário de cerâmica vítrea. Esse material é indicado para
produção de inlays, onlays, laminados cerâmicos e coroas totais.
14

Figura 3 – Bloco Tetric CAD

(Fonte:Ivoclar)

1.1.1.5 Cerâmica híbrida


A cerâmica híbrida é uma nova categoria de materiais CAD/CAM para uso
em consultório que unem a baixa fragilidade e maior resistência à fratura
típica das resinas compostas com as características estéticas dos materiais
cerâmicos.
As cerâmicas híbridas têm se mostrado mais fáceis de serem fresadas e não
possuem a necessidade de passarem por ciclos térmicos adicionais. Além
disso, apresentam alta resistência à flexão e podem ser utilizadas em
espessuras finas. Este material é utilizado comumente para produção de
coroas totais, inlay e onlay, laminados cerâmicos e coroa sobre implante.

Figura 4 – Bloco Cerasmart

(Fonte: Suryadental)
15

1.1.1.6 Zircônia
A zircônia é uma cerâmica policristalina que possui adequadas
características estéticas e é caracterizada, principalmente, por suas
propriedades mecânicas excepcionais as outras cerâmicas disponíveis
atualmente. Possui boa biocompatibilidade e sofre menor desgaste que o
dente antagonista. Outra característica exclusiva da zircônia é a
tenacificação, ou seja, a zircônia tem a possibilidade de bloquear ou pelo
menos retardar a progressão de microfissuras e fraturas do material. Esse
material é indicado principalmente para coroas totais e pônticos.

Figura 5 – Bloco IPS e.max ZirCAD

(Fonte: Henryschein)
16

2 RELATO DE CASO CLÍNICO

2.1 Caso clínico 1

Paciente E.M., 42 anos, sexo feminino, apresentando fratura da cúspide


palatina do dente 25, procurou tratamento odontológico para reposição do elemento
fraturado.

Figura 6 – Vista oclusal do dente 25 a receber coroa

Fonte: Autora, 2023


17

Figura 7- Vista vestibular do dente 25 a receber coroa

Fonte: Autora, 2023

O dente 25 apresentava tratamento endodôntico satisfatório e devido à


extensa destruição coronária o planejamento do caso foi a execução de pino de fibra
de quartzo para reconstrução da porção coronária seguido da confecção de coroa
cerâmica de dissilicato de lítio monolítico pela filosofia chairside atendendo a
urgência da paciente devido à viagem marcada.

Inicialmente foi desobturado dois terços do canal palatino para instalação de


pino de fibra de quartzo (Macro-lock Illusion Post-RTD) diâmetro 3, seguindo as
brocas de desobturação do próprio sistema de pino. O pino foi cimentado com
cimento autoadesivo (u200-3M) após desbridamento radicular com álcool 70%.

A porção coronária foi reconstruída com resina composta (Empress Direct-


Ivoclar) após condicionamento ácido total e aplicação de adesivo no remanescente
coronário. O preparo para coroa total foi realizado com broca 2135F (KG) mantendo
o término cervical regular e nítido a nível gengival e espaço oclusal para cerâmica de
2mm. Imediatamente após a regularização e acabamento do preparo protético foi
inserido o fio retrator #000 (Ultradent) para evidenciação da margem do preparo.
18

Figura 8 – Vista oclusal do preparo do dente 25

Fonte: Autora, 2023

Figura 9 – Vista Vestibular do preparo do dente 25

Fonte: Autora, 2023


19

O scaneamento foi realizado com o scaner Primescan (Dentsply Sirona)


utilizando o software CEREC SW 5.0 (Dentsply Sirona) para aquisição das imagens,
design e fabricação da restauração cerâmica. Inicialmente foi selecionado a opção
de scaneamento “cópia biogenerica" e bloco e.max CAD (Ivoclar Vivadent).

Figura 10 – Escaneamento do dente a receber coroa do dente 25

Fonte: Autora, 2023

Após aquisição das imagens superior, inferior e oclusão, os modelos virtuais


foram gerados para então delimitação do término cervical no software. Dessa forma,
na próxima etapa foi gerado o desenho da coroa que foi personalizada com as
ferramentas de edição do software CEREC SW 5.0. Para fresagem da coroa de
dissilicato de lítio o desenho foi exportado para o software Inlab CAM na qual foi
fresado um bloco e.max CAD MT BL3 (Ivoclar Vivadent).
20

Figura 11 – Prova da coroa do dente 25

Fonte: Autora, 2023

Figura 12 – Vista vestibular da prova da coroa do dente 25

Fonte: Autora, 2023


21

Após fresagem da coroa, os ajustes foram executados direto em boca, visto


que essa fase se deu em apenas 90 minutos após início do procedimento.
Procedeu-se a maquiagem da coroa monolítica de dissilicato de lítio (e.max-Ivoclar)
para então cimentação seguindo os protocolos de cimentação adesiva de cerâmicas
vítreas. Todo processo, foi finalizado 4h após o início da sessão clínica mostrando a
efetividade da filosofia chairside.

Figura 13 – Vista oclusal do ajuste oclusal do dente 25

Fonte: Autora, 2023


22

Figura 14 – Vista vestibular da coroa instalada no dente 25

Fonte: Autora, 2023


23

2.2 Caso clinico 2

Paciente J.C., 45 anos, apresentava coroa metálica no elemento 36 e queixa


quanto a estética. No exame clínico notou-se infiltração na margem distal e na
avaliação radiografia o tratamento endodôntico se apresentava satisfatório.

Figura 15 – Vista Vestibular e oclusal do dente 36

Fonte: Autora, 2023


24

Foi então planejado uma coroa endocrown em silicato de lítio reforçado com
zircônia (Celtra Duo-Dentsply Sirona) devido à coroa clínica curta. A coroa metálica
foi então removida e o tecido carioso removido com brocas carbide para então
selamento da caixa coronária.

Figura 16 – Vista Oclusal do dente 36 após a remoção da coroa

Fonte: Autora, 2023

Figura 17 – Vista oclusal do dente 36 após remoção de tecido carioso

Fonte: Autora, 2023


25

Após a remoção do tecido cariado a margem distal apresentou-se


subgengival na qual foi planejado o reposicionamento coronário da margem cervical.
Para tal, o tecido dentinário foi condicionado com adesivo autocondicionante
(Clearfil-Kuraray) e a regularização da câmara pulpar bem como o reposicionamento
da margem foi realizado com resina flow com alta carga inorgânica (Tetric Bulk Fill
N-flow-Ivoclar). Realizou-se o acabamento do preparo para endocrown e inserção do
fio retrator #000 (Ultradent) com hemostático para scaneamento do preparo.

Figura 18 – Dente 36 após o reposicionamento da margem cervical

Fonte: Autora, 2023

O scaneamento foi realizado com o scaner Primescan (DentsplySirona)


utilizando o software CEREC SW 5.0 (DentsplySirona) para aquisição das imagens,
design e fabricação da restauração cerâmica. Inicialmente foi selecionado a opção
de scaneamento “cópia biogenerica “e bloco Celtra Duo (DentsplySirona).

Após aquisição das imagens superior, inferior e oclusão, os modelos virtuais


foram gerados para então delimitação do término cervical no software. Dessa forma,
na próxima etapa foi gerado o desenho da coroa que foi personalizada com as
ferramentas de edição do software CEREC SW 5.0. Procedeu-se para a fase de
26

fresagem dentro do software CEREC SW 5.0 na primescan. A fresagem da coroa foi


realizada em 13 minutos.

Figura 19 – Coroa de silicato de lítio reforçado com zircônia do dente 36

Fonte: Autora, 2023

Após fresagem da coroa, os ajustes foram executados direto em boca.


Procedeu-se a maquiagem da coroa monolítica de silicato de lítio reforçado com
zircônia (Dentsply Sirona) para então cimentação seguindo os protocolos de
cimentação adesiva de cerâmicas vítreas. Todo processo, foi finalizado 3h e 30min
após o início da sessão clínica mostrando a efetividade da filosofia chairside.
27

Figura 20 – Prova da coroa no dente 36

Fonte: Autora, 2023

Figura 21 – Vista oclusal do dente 36 após ajuste oclusal e maquiagem

Fonte: Autora, 2023


28

DISCUSSÃO

A introdução da tecnologia CAD/CAM na odontologia transformou


significativamente a forma como os procedimentos odontológicos são realizados.
Tradicionalmente restaurações, como coroas, facetas e pônticos, exigiam várias
consultas e o envolvimento de laboratórios de prótese dentária. No entanto, com o
advento do fluxo de trabalho digital chairside, essas restaurações podem ser
fabricadas e instaladas em uma única consulta.

Uma das principais vantagens do workflow digital chairside é o aspecto de


economia de tempo e o total controle do dentista no processo restaurador. Ao
eliminar a necessidade de múltiplas consultas e envolvimento do laboratório de
prótese dentária, o dentista pode fornecer aos pacientes restaurações produzidas e
instaladas no mesmo dia. Isso não apenas reduz o tempo de cadeira para o
paciente, mas também permite que o dentista seja mais eficiente em sua prática
clínica. Com a capacidade de criar restaurações digitalmente, o dentista pode
economizar um tempo valioso ao pular o processo tradicional de moldagem, que
muitas vezes pode ser demorado e desconfortável para os pacientes14.

Além disso, o fluxo de trabalho digital chairside oferece aos dentistas a


capacidade de obter restaurações mais exatas e precisas A tecnologia CAD/CAM
permite a digitalização 3D dos dentes do paciente, criando um modelo digital que
pode ser manipulado e modificado conforme necessário. Este modelo digital é então
usado para fabricar a restauração com alta precisão, levando a restaurações com
melhores resultados clínicos. O fluxo de trabalho digital chairside também permite
que os dentistas façam ajustes no projeto da restauração na tela do computador,
através do software, garantindo estética e funcionalidade para a peça protética
produzida15.

Outra vantagem do fluxo de trabalho digital chairside é a capacidade de


fornecer aos pacientes uma experiência mais interativa e visual. Com a tecnologia
CAD/CAM, os pacientes podem ver seu modelo digital na tela do computador,
permitindo visualizar a restauração proposta e, caso necessário, readequá-la ao
29

padrão estético desejado pelo paciente. Isso não apenas melhora a compreensão do
paciente, mas também aumenta sua confiança e satisfação com o resultado final13.

No entanto, como qualquer avanço tecnológico, o fluxo de trabalho digital


chairside também tem suas desvantagens. Uma das principais limitações é o
investimento financeiro inicial necessário14.

Implementar a tecnologia CAD/CAM e comprar o equipamento necessário


pode ser caro para consultórios odontológicos, especialmente para consultórios
menores ou em áreas economicamente vulneráveis. Além disso, manutenção
regular, atualizações de software e custos de treinamento podem aumentar o valor
do investimento necessário14.

Outra desvantagem é a curva de aprendizado associada à tecnologia


CAD/CAM. Dentistas e equipes odontológicas precisam ser treinados para o uso do
software e operação do equipamento. Isso pode exigir tempo e recursos adicionais
dedicados apenas ao treinamento. Além disso, a necessidade de sempre estar
atualizado com os avanços de softwares pode consumir muito tempo13.

Outra limitação é a incapacidade de mimetizar com precisão a cor e


tonalidade da dentição natural. Embora a tecnologia CAD/CAM ofereça uma ampla
gama de opções de cores, ela pode não ser capaz de combinar perfeitamente com a
dentição natural em todos os casos. Às vezes, isso pode resultar em restaurações
que não combinam esteticamente com os dentes circundantes, principalmente
quando é feita a reabilitação de apenas um fragmento ou elemento unitário13,14.

Além disso, o workflow digital chairside pode não ser adequado para todos os
tipos de restaurações dentárias. Casos complexos ou aqueles que requerem
restaurações de várias unidades ainda podem exigir o envolvimento de laboratórios
dentários, pois a tecnologia pode não ser capaz de produzir restaurações altamente
complexas ou extensas em consultório. Além disso, certos materiais, como zircônia,
podem exigir diferentes técnicas de fabricação que não estão disponíveis com o
workflow digital chairside12.
30

Conclusão

Em conclusão, o fluxo de trabalho digital em consultório transformou


significativamente o campo da odontologia ao introduzir a tecnologia CAD/CAM para
procedimentos odontológicos em tempo real em consultório. Essa tecnologia oferece
várias vantagens, incluindo economia de tempo, precisão, participação do paciente e
controle sobre o processo restaurador. No entanto, também possui limitações,
incluindo investimento financeiro inicial, curva de aprendizado, limitações na
correspondência de cores e aplicabilidade em certos casos complexos. Os dentistas
devem avaliar cuidadosamente essas vantagens e desvantagens para tomar
decisões informadas sobre a incorporação do fluxo de trabalho digital em sua
prática. No geral, essa tecnologia revolucionou a forma como a odontologia é
praticada, proporcionando aos dentistas e pacientes inúmeros benefícios e avanços
no atendimento odontológico.
31

REFERÊNCIAS

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