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Objetivo: relacionar queixas apresentadas pelos pacientes classificados pelo Sistema de Triagem
de Manchester em um pronto-socorro com o desfecho final (alta/óbito/transferência). Métodos:
estudo de coorte prospectivo, realizado com 509 pacientes que deram entrada no pronto-socorro
e que nele permaneceram por mais de 24 horas após a admissão, sendo acompanhados até o
desfecho final. Os dados foram digitados e analisados com estatística descritiva e analítica em um
pacote estatístico. Resultados: entre os pacientes, 59,3% eram do sexo masculino, com idade
média de 59,1 anos. As queixas principais eram de mal-estar no adulto (130–22,5%), dispneia
em adulto (81–14,0%), dor abdominal em adulto (58–10,0%), alterações de comportamento
(34–5,9%), sendo que, desses, 87% recebeu alta. Foram encontrados mais óbitos nos pacientes
classificados nas cores mais graves, sendo 42,8% classificados como vermelho, 17,0% laranja
e 8,9% como amarelo. Entre os pacientes classificados como verde, 9,6% evoluiu para óbito.
Conclusão: nas diversas cores do Sistema de Triagem Manchester, o óbito prevaleceu nos pacientes
que apresentaram a queixa de mal-estar no adulto, dispneia, sofreram trauma craniano, trauma
maior, diarreia e vômito. Quanto maior a prioridade clínica maior a prevalência de óbito.
1
Apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), Brasil, processo nº APQ-01153-12 e APQ-02677-12.
2
Doutoranda, Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. Professor Assistente, Departamento de
Enfermagem, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG, Brasil.
3
Aluna do curso de graduação em Enfermagem, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG, Brasil. Bolsista da
Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), Brasil.
4
Especialista, Enfermeira, Hospital Nossa Senhora da Saúde, Diamantina, MG, Brasil.
5
PhD, Professor Associado, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.
6
PhD, Professor Titular, Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Correspondência:
Helisamara Mota Guedes
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Copyright © 2015 Revista Latino-Americana de Enfermagem
Campus JK. Departamento de Enfermagem
Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da Licença
Rodovia MGT 367, Km 583, nº 5000
Creative Commons Atribuição-Não Comercial (CC BY-NC).
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588 Rev. Latino-Am. Enfermagem jul.-ago. 2015;23(4):587-94.
Manchester (STM), como instrumento norteador para no PS da Santa Casa de Caridade de Diamantina, MG,
a triagem de pacientes em serviços de atendimento que é uma das principais instituições de saúde da Região
à urgência. O enfermeiro identifica a queixa principal do Vale do Jequitinhonha, sendo referência para a região
orientado por discriminadores apresentados na forma de em média e alta complexidade, atendendo a sede, seus
perguntas. O STM é um processo dinâmico onde estão distritos e mais de 35 municípios do Vale do Jequitinhonha.
incluídos os níveis de prioridade, cor a ser atribuída Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética
e a previsão de tempo de espera para o atendimento em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais
médico. Possui 52 diferentes fluxogramas e uma escala (UFMG), sob Protocolo CAAE - 0430.0.203.000-11.
de risco que, dependendo dos sinais e sintomas, A população estudada foi composta por todos os
classifica os pacientes em: vermelho (atendimento pacientes que deram entrada no PS de Diamantina e
emergente), laranja (atendimento muito urgente), permaneceram internados por mais de 24 horas.
amarelo (atendimento urgente), verde (atendimento Para o cálculo amostral, utilizou-se um grau de
pouco urgente) e azul (atendimento não urgente) em confiança de 95%, erro máximo permitido de 5% e
um tempo que varia entre 0 e 240 minutos(4-5). uma proporção de interesse de 47%, chegando a uma
A partir do STM não se prevê a formulação de amostra de 370 pacientes. Foram acrescidos 20% a
diagnóstico médico, mas, sim, que contemple uma esse valor, totalizando 444 pessoas como mínimo para a
avaliação com critérios de gravidade do paciente de composição da amostra.
forma objetiva e sistematizada, na qual a queixa principal Foram incluídos no estudo os pacientes que
seja priorizada(6). A enfermagem tem se inserido nesse apresentavam fichas de atendimentos nas quais
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A coleta de dados foi realizada em 4 meses classificados na cor laranja estão descritas na Tabela 2.
consecutivos, entre maio e setembro de 2012. Todos os Observa-se que 17,4% dos fluxogramas da
pacientes que deram entrada no PS e permaneceram por cor laranja está relacionado à dor. Os principais
mais de 24 horas internados foram incluídos, totalizando discriminadores que fundamentaram a escolha desses
uma amostra de 509 pacientes. Não houve perda, tendo fluxogramas foram: saturação de O2 muito baixa (32-
em vista que a coleta de dados aconteceu durante todos 20,6%), mecanismo de trauma significativo (24-15,1%),
os dias da semana, incluindo os finais de semana. déficit neurológico agudo (28-17,7%), dor intensa (17-
Os dados foram coletados da ficha manual de 10,9%), dor precordial (9-5,8%) e alteração súbita
(alta, transferência e óbito) do Sistema de Gestão dispneia como a principal queixa desse grupo.
submetidos a uma análise estatística descritiva, apresentaram como queixas aquelas descritas na Tabela 3.
através do Statistical Package for Social Sciences A dor esteve presente em 27,8% das queixas dos
(SPSS), versão 17.0. Os pacientes foram categorizados pacientes classificados como amarelo. Fundamentaram
em desfecho alta/transferência e óbito. Para o grupo a escolha os principais discriminadores: dor moderada
de cores do STM versus desfecho foi utilizado o teste (94-35,2%), déficit neurológico novo (59-22,0%),
de qui-quadrado. O nível de significância adotado foi saturação O2 baixa (41-15,4%), início súbito (22-8,2%)
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Tabela 1 – Queixas apresentadas pelos pacientes classificados na cor vermelha pelo STM, segundo desfecho clínico.
Diamantina, MG, Brasil, 2012
Alta/transferência Óbito Frequência
Fluxograma
n % n % n %
Mal-estar no adulto 3 14,3 2 9,5 5 23,8
Convulsões 3 14,3 0 0,0 3 14,3
Alteração de comportamento 1 4,8 1 4,8 2 9,5
Diabetes 2 9,5 0 0,0 2 9,5
Dispneia em adulto 0 0,0 2 9,5 2 9,5
Trauma craniano 0 0,0 2 9,5 2 9,5
Trauma maior 2 9,5 0 0,0 2 9,5
Cefaleia 0 0,0 1 4,8 1 4,8
Dor abdominal em adulto 0 0,0 1 4,8 1 4,8
Trauma toracoabdominal 1 4,8 0 0,0 1 4,8
Total 12 57,2 9 42,9 21 100
Tabela 2 – Queixas apresentadas pelos pacientes classificados na cor laranja pelo STM, segundo desfecho clínico.
Diamantina, MG, Brasil, 2012
Alta/transferência Óbito Frequência
Fluxograma
n % n % n %
Dispneia em adulto 28 18,0 5 3,2 33 21,3
Mal-estar no adulto 21 13,5 9 5,8 30 19,3
Trauma craniano 3 2,0 17 11,0 20 12,9
Dor torácica 6 4,0 5 3,2 11 7,1
Alteração de comportamento 7 4,5 3 2,0 10 6,5
Trauma maior 2 1,3 8 5,1 10 6,5
Dor abdominal em adulto 5 3,2 4 2,6 9 5,8
Hemorragia digestiva 3 2,0 4 2,6 7 4,5
Problemas de extremidade 4 2,6 2 1,3 6 4,0
Diarreia e vômito 1 0,6 3 2,0 4 2,6
Dor lombar 1 0,6 3 2,0 4 2,6
Convulsões 2 1,3 0 0,0 2 1,3
Trauma toracoabdominal 0 0,0 2 1,3 2 1,3
Cefaleia 0 0,0 2 1,3 2 1,3
Diabetes 1 0,6 0 0,0 1 0,6
Asma 1 0,6 0 0,0 1 0,6
Dor cervical 0 0,0 1 0,6 1 0,6
Problemas urinários 1 0,6 0 0,0 1 0,6
Quedas 0 0,0 1 0,6 1 0,6
Total 86 55,4 69 44,6 155 100
Tabela 3 – Queixas apresentadas pelos pacientes classificados na cor amarela pelo STM, segundo desfecho clínico.
Diamantina, MG, Brasil, 2012
Alta/transferência Óbito Frequência
Fluxograma
n % n % n %
Mal-estar no adulto 63 23,7 10 3,7 73 27,4
Dispneia em adulto 40 15,0 3 1,1 43 16,1
Dor abdominal em adulto 36 13,5 4 1,5 40 15,0
Alteração de comportamento 18 6,7 4 1,5 22 8,3
Dor torácica 15 5,6 1 0,4 16 6,0
Dor lombar 11 4,1 0 0,0 11 4,1
Problemas de extremidade 11 4,1 0 0,0 11 4,1
(continua...)
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Tabela 3 - continuação
Alta/transferência Óbito Frequência
Fluxograma
n % n % n %
Diarreia e vômito 7 2,6 1 0,4 8 3,0
Convulsões 7 2,6 0 0,0 7 2,6
Trauma craniano 6 2,2 0 0,0 6 2,2
Diabetes 5 1,9 0 0,0 5 1,9
Quedas 4 1,5 0 0,0 4 1,5
Dor cervical 3 1,1 0 0,0 3 1,1
Feridas 2 0,8 1 0,4 3 1,1
Cefaleia 2 0,8 0 0,0 2 0,8
Corpo estranho 2 0,8 0 0,0 2 0,8
Problemas em olhos 2 0,8 0 0,0 2 0,8
Dor de garganta 1 0,4 0 0,0 1 0,4
Dor testicular 1 0,4 0 0,0 1 0,4
Erupção cutânea 1 0,4 0 0,0 1 0,4
Mordeduras e picadas 1 0,4 0 0,0 1 0,4
Problemas urinários 1 0,4 0 0,0 1 0,4
Overdose e envenenamento 1 0,4 0 0,0 1 0,4
Sangramento vaginal 1 0,4 0 0,0 1 0,4
Trauma toracoabdominal 1 0,4 0 0,0 1 0,4
Total 242 91,0 24 9,0 266 100
Tabela 4 – Principais queixas apresentadas pelos pacientes classificados na cor verde pelo STM, segundo desfecho
clínico. Diamantina, MG, Brasil, 2012
Alta/transferência Óbito Frequência
Fluxograma
n % n % n %
Mal-estar no adulto 16 25,8 5 8,1 21 33,9
Problemas de extremidade 9 14,5 0 0 9 14,5
Dor abdominal em adulto 8 12,9 0 0 8 12,9
Diarreia e vômito 4 6,5 1 1,6 5 8,1
Dispneia em adulto 3 4,9 0 0 3 4,9
Feridas 3 4,9 0 0 3 4,9
Dor torácica 2 3,2 0 0 2 3,2
Problemas urinários 2 3,2 0 0 2 3,2
Quedas 2 3,2 0 0 2 3,2
Cefaleia 1 1,6 0 0 1 1,6
Trauma craniano 1 1,6 0 0 1 1,6
Mordeduras e picadas 1 1,6 0 0 1 1,6
Dor cervical 1 1,6 0 0 1 1,6
Dor lombar 1 1,6 0 0 1 1,6
Erupção cutânea 1 1,6 0 0 1 1,6
Problemas em face 1 1,6 0 0 1 1,6
Total 56 90,3 6 9,7 62 100
Tabela 5 - Distribuição dos desfechos clínicos entre os grupos de classificação de risco. Diamantina, MG, 2012
Alta/transferência Óbito Total
Grupos da classificação Valor de p*
n % n % N %
Vermelha 12 2,4 9 1,8 21 4,1 <0,001
Laranja 131 25,7 27 5,3 158 31,0
Amarela 243 47,7 24 4,7 267 52,5
Verde/azul† 57 11,2 6 1,2 63 12,4
Todos os pacientes 443 87,0 66 13,0 509 100
*p calculado através do teste qui-quadrado, significativo se p≤0,05.
†A cor azul foi agrupada com a cor verde por só ter uma pessoa que recebeu alta.
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592 Rev. Latino-Am. Enfermagem jul.-ago. 2015;23(4):587-94.
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pelo enfermeiro ter sido inadequada, configurando um de mal-estar no adulto e dor são as mais frequentes
erro humano. O óbito esteve relacionado ao mal-estar entre os pacientes que procuram os serviços de urgência,
no adulto (8,1%), diarreia e vômitos (1,6%). e tanto a avaliação acurada da dor como uma maior
Em um estudo nacional, 55,6% dos atendimentos discriminação da queixa de mal-estar continuam sendo
realizados em um PS eram de pacientes em situação problemas na prática em serviços de urgência.
clínica de menor gravidade e que foram classificados Observou-se que quanto maior a prioridade clínica
como verde e azul(7). A prevalência de pessoas que do paciente maior a taxa de óbitos. Os óbitos estiveram
procuram o PS apresentando queixas de baixa prioridade presentes em 45,8% na cor vermelha, 16,4% na cor
clínica também foi descrita em estudos nacionais e laranja, 8,6% amarelo e 9,2% verde. Esses pacientes
internacionais .
(7,12-13)
apresentaram queixas como mal-estar no adulto, dispneia,
Os pacientes triados nas categorias de menor trauma craniano, trauma maior, diarreia e vômito.
gravidade apresentaram alta prevalência da queixa Com os dados deste estudo é possível que, no nível
referente a problemas em extremidades (14,5%). terciário, possam ser otimizados recursos humanos
Confirma essa afirmativa o estudo realizado com e materiais para atender com eficácia as queixas dos
pacientes de baixa gravidade(14). Os autores encontraram pacientes que mais levam à morte, com o intuito de
que 77,1% das queixas dos pacientes se referiam a oferecer atendimento de qualidade e com sobrevida.
problemas de extremidades. Desses, 69,6% foi devido O estudo também permitiu conhecer as queixas das
à fratura. pessoas que procuram por atendimento no PS. Os níveis
Dos atendimentos de pacientes, com menor de atenção à saúde podem ser organizados a partir
gravidade, 80% pode ser atendido por um médico clínico do grau de gravidade das queixas, de forma a melhor
da rede, uma vez que um, em cada 15 pacientes de atender a demanda que compete a cada nível. Sugere-
baixa gravidade, é encaminhado do médico clínico para se que outros estudos possam demonstrar estratégias
um PS, por necessidade de recursos tecnológicos(14). Os práticas resolutivas para as queixas listadas nesta
autores concluíram que pacientes apresentando baixa pesquisa.
urgência podem ser tratados de forma eficiente e segura
por médicos clínicos que atendem na rede de saúde da Referências
atenção básica.
Neste estudo, foi encontrada diferença significativa 1. Oliveira GN, Vancini-Campanharo CR, Okuno MFP,
entre o STM e o desfecho clínico (p<0,001). Foi possivel Batista REA. Nursing care based on risk assessment
observar que pacientes classificados em categorias and classification: agreement between nurses and the
de maior gravidade morreram mais do que as demais institutional protocol. Rev. Latino-Am. Enfermagem.
categorias. Estudos mostraram que a morte está 2013;21(2):500-6.
associada às categorias de urgência do STM(5,12) e que o 2. Nascimento ERP, Hilsendeger BR, Neth C, Belaver
risco de morte em pacientes de alta prioridade (vermelha GM, Bertoncello KC. Acolhimento com classificação de
e laranja) foi 5,58 vezes maior do que o risco de morte risco: avaliação dos profissionais de enfermagem de um
para a baixa prioridade (amarela, verde e azul) .(5)
serviço de emergência. Re Eletrôn Enferm. [Internet].
Um fator limitador do estudo foi a seleção de uma 2011 [acesso 15 julho 2014];13(4):597-603. Disponível
amostra de pacientes que permaneceram internados por em: http://www.fen.ufg.br/fen_revista/v13/n4/pdf/
mais de 24 horas no serviço de urgência. Isso pode ter v13n4a02.pdf
influenciado os dados, já que pacientes muito graves 3. Soler W, Gómez MM, Bragulat E, Álvarez A. El triaje:
podem ter ido a óbito dentro das 24 horas, assim como herramienta fundamental en urgencias y emergencias.
pacientes menos graves que receberam alta. An Sist Sanit Navar. 2010;33(supl.1):55-68.
4. Pinto Júnior D, Salgado PO, Chianca TCM.
Conclusão Predictive validity of the Manchester Triage System:
evaluation of outcomes of patients admitted to an
No presente estudo encontrou-se que a maioria dos emergency department. Rev. Latino-Am. Enfermagem.
pacientes era do sexo masculino (59,3%), com média de 2012;20(6):1041-7.
idade de 59,1 anos, apresentando queixa de mal-estar 5. Santos AP, Freitas P, Martins HMG. Manchester triage
no adulto (22,5%) e dor (22,8%). A experiência e os system version II and resource utilisation in emergency
dados do presente estudo têm mostrado que as queixas department. Emerg Med J. 2014;31(2):148-52.
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594 Rev. Latino-Am. Enfermagem jul.-ago. 2015;23(4):587-94.
Recebido: 16.6.2014
Aceito: 1.2.2015
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