Manual de Vulvovaginites Na Gestação 2

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Vulvovaginites na Gestação

Como identificar e prevenir?

M A N U A L D E S A Ú D E
FICHA CATALOGRÁFICA
AUTORES
Lorenna de Souza Ribeiro
ACADÊMICA DO CURSO DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE CEUMA, SÃO LUÍS, MA.

Maria Eduarda Mendes Gomes


ACADÊMICA DO CURSO DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE CEUMA, SÃO LUÍS, MA.

Maria Eduarda Couto de Melo dos Santos


ACADÊMICA DO CURSO DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE CEUMA, SÃO LUÍS, MA.

Monique Santos do Carmo


DOUTORADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
(2015-2018)COM ÊNFASE EM MICROBIOLOGIA
PELA UFMA.

Ronildson Lima Luz


DOUTORADO EM AGROECOLOGIA (2014 - 2018)
SUMÁRIO
Apresentação..........................................................................................4

O que são vulvovaginites?....................................................................5

Tipos de vulvovaginites........................................................................6

Fatores de risco.....................................................................................7

Sinais e sintomas..................................................................................8

Diagnósticos..........................................................................................9

Tratamento e cuidados......................................................................10

Referências Bibliográficas..................................................................11
APRESENTAÇÃO
Esta cartilha informativa constitui um projeto educativo
contendo um trabalho de revisão de literatura, elaborado
por estudantes do curso de Medicina da Universidade
CEUMA, o qual visa o desenvolvimento de habilidades
estudantis na área de iniciação científica.

Nesta edição vamos falar sobre as vulvovaginites, que


constituem queixas frequentes de pré-natal. Podem ser
definidas como o quadro de inflamação ou infecção da
vagina e que, ao se agravar pode apresentar possíveis
riscos e complicações na gestação, resultando em
consequências à saúde maternal e fetal.

Esse material tem como objetivo esclarecer as causas,


manifestações clínicas, exames diagnósticos,
mecanismos de prevenção e tratamento, instruindo as
gestantes e profissionais de saúde a cerca dessa
temática, buscando conscientizar sobre os possíveis
riscos à saúde da mãe e do bebê.

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O QUE SÃO VULVOVAGINITES?
As vulvovaginites são caracterizadas pela infecção ou inflamação do
canal vaginal e, quando não diagnosticadas com antecedência ou se
não recebem o tratamento adequado, podem estar diretamente
associadas a complicações na gravidez como parto prematuro,
rompimento prematuro de membranas, baixo peso ao nascer, aborto,
morte neonatal, inflamação das membranas fetais, além do aumento
do risco da transmissão do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV)
e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).

Os processos infecciosos por vulvovaginites estão entre os


distúrbios de saúde pública que mais acometem as mulheres, devido
à fácil transmissão e as consequências negativas que tais
enfermidades trazem para a saúde feminina.

Os principais agentes etiológicos que podem provocar tais processos


inflamatórios/infecciosos são fungos, bactérias e triconomas
(protozoários). Dentre os tipos de vulvovaginites mais comuns na
gestação, destacam-se a vaginose bacteriana, a candidíase e a
tricomoníase.

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TIPOS DE VULVOVAGINITES

CANDIDÍASE
A candidíase vulvovaginal é caracterizada pela infecção da vulva e da vagina
pelas inúmeras espécies do fungo Candida, a maioria dos casos são devidos à
Candida albicans. Não deve ser considerada uma doença sexualmente
transmissível (DST).

VAGINOSE BACTERIANA
A vaginose bacteriana é evidenciada por um desequilíbrio da flora vaginal
normal evidenciado pela redução acentuada de lactobacilos (principal
ferramenta fisiológica de defesa e proteção do trato genital feminino), com
consequente aumento do pH e crescimento do número de bactérias. É
considerada a infecção vaginal de maior frequência.

TRICOMONÍASE
A tricomoníase é uma infecção causada pelo protozoário Trichonoma vaginalis,
sendo considerada a principal vaginite sexualmente transmissível, tendo como
sua principal forma de transmissão a sexual.

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FATORES DE RISCO
Gravidez (devido as alterações hormonais);

Hábitos de higiene íntima e vestuários inadequados, como roupas


muito apertadas (que diminuem a ventilação e aumentam a
umidade e o calor na região);

Alergias a produtos como espuma de banho e cremes;

Uso prolongado de medicamentos como antibióticos e esteróides


(que levam ao desequilíbrio da flora bacteriana da vagina);

Uso de ducha vaginal (muda o ph e danifica a mucosa vaginal);

Maior número de parceiros sexuais;

Uso de dispositivo intrataurino (DIU);

Tabagismo.

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SINAIS E SINTOMAS
Os sinais e sintomas costumam ser inespecíficos e muitas infecções genitais
podem ser assintomáticas. Entretanto, é importante ter atenção a algumas
manifestações clínicas que podem caracterizar quadros de vulvovaginites
infecciosas. Portanto, gestantes que apresentarem tais ocorrências devem
buscar acompanhamento médico.

Candidíase Vaginose Bacteriana Tricomoníase


Coçeira;
Corrimento branco, granuloso, Corrimento vaginal bolhoso, Corrimento vaginal abundante
sem odor e com aspecto leitoso; acinzentado e com odor fétido, amarelo-esverdeado, bolhoso
Ardor ou dor ao urinar; mais acentuado depois do coito e com odor acre (de vinagre);
Dor nas relações sexuais; (sem preservativo) ou no Coceira, dor ao urinar e dores
Aumento do fluxo sanguíneo, período menstrual; pélvicas;
edema vulvar (inchaço por Dor nas relações sexuais (pouco
Irritação vulvar e inflamação.
retenção de líquido), fissuras e frequente);
maceração da vulva.

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MÉTODOS DIAGNÓSTICOS
pH vaginal – fita colorimétrica de pH com valores entre 3 e 7. As medidas
normais de pH vaginal costumam estar entre 3,8 e 4,5.

Teste de aminas – uma gota de hidróxido de potássio a 10%. Esse teste


baseia-se na presença de aminas originadas da flora anaeróbia vaginal.
Quando o pH é ácido estas aminas encontram-se em estado sólido e em pH
alcalino elas evaporam-se na secreção vaginal.

Citologia a fresco - em uma lâmina de vidro com conteúdo vaginal, aplicar-se


1 gota de soro fisiológico. Em outra lâmina com conteúdo vaginal, aplicar
uma gota de hidróxido de potássio a 10%. Observa-se ao microscópio no
aumento de 10x. Além da busca de elementos patogênicos, também é
importante pois avalia a concentração de células inflamatórias e de
lactobacilos, que modificam a flora vaginal.

Citologia corada pelo Gram – após a coleta da secreção vaginal, realiza-se um


esfregaço a seco, que pode secar à temperatura ambiente ou com auxílio de
um dispositivo utilizado para aquecer soluções chamado Bico de Bunsen. Em
seguida, aplica-se a coloração de Gram. Sua avaliação é baseada na
quantidade de lactobacilos e bactérias anaeróbias identificadas.

Cultura – só tem valor quando realizada em meios especificos (Sabouraud ou


Nickerson), sendo o método diagnóstico mais sensível. Porém, deve ser
reservada para os quadros onde haja sintomas sugestivos de candidíase,
quando o exame vaginal pela microscopia for negativo e em casos
recorrentes.

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TRATAMENTOS E CUIDADOS
O tratamento pode ser feito com:
Antibióticos orais (Clindamicina ou Metronidazol), por 7 dias ou
com a aplicação de antibióticos em pomada por cerca de 5 dias.

O tempo de tratamento deve ser respeitado de acordo com as indicações do


médico, mesmo que os sintomas desapareçam antes.
Nas gestações de alto risco para o parto, o uso do metronidazol merece
cautela, visto que pode aumentar este risco.

Cuidados Básicos pela gestante:


Alguns cuidados com a higiene íntima são importantes
para evitar o aparecimento das vulvovaginites, alguns
exemplos são: As medidas de prevenção são
mais eficazes, por isso é muito
importante a investigação e
Uso de roupas mais largas; observação durante as consultas
do pré-natal.
Dormir sem calcinha sem calcinha; BUSQUE ACOMPANHAMENTO MÉDICO!

Evitar produtos de higiene íntima que


contenham perfume;
Utilizar roupa íntima de algodão;
Higienizar após contato íntimo;
Lavar a região externa da vagina com
sabonete íntimo ou de glicerina;

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REFERÊNCIAS
BOATTO, Humberto Fabio et al. Correlação entre os resultados
laboratoriais e os sinais e sintomas clínicos das pacientes com candidíase
vulvovaginal e relevância dos parceiros sexuais na manutenção da infecção
em São Paulo, Brasil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.
29, n. 2, p. 80-84, 2007

BONFANTI, Gabriela; DE LIMA GONÇALVES, Thissiane. Prevalência de


Gardnerella vaginalis, Candida spp. e Trichomonas vaginalis em exames
citopatológicos de gestantes atendidas no Hospital Universitário de Santa
Maria-RS. Saúde (Santa Maria), v. 36, n. 1, p. 37-46, 2010.

CARDOSO, Rhanyele Moura; COSTA, Ana Carla Marques; COSTA, Annielson


Souza. Fatores de riscos e complicações associadas ás vulvovaginites em
gestantes. Revista Ciência & Saberes-UniFacema, v. 3, n. 2, p. 524-530,
2017.

FEBRASGO – Manual de Orientação Trato Genital Inferior. FEBRASGO


2010, disponível em: http://www.Febrasgo.org.br>

Giraldo PC, Amaral RL, Gonçalves AK, Eleutério Júnior J. Vulvovaginites na


gestação. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 95/
Comissão Nacional Especializada em Doenças Infecto-Contagiosas).

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