5 Atividade de Prática - MI e ADI-O

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5ª atividade de prática - MI e ADI-O

I) apresentar as classificações das normas constitucionais quanto a sua eficácia, segundo


ensinamento do prof. José Afonso da Silva.

De acordo com o professor José Afonso da Silva, as normas constitucionais são


classificadas em três categorias quanto à sua eficácia:

Normas de aplicabilidade imediata e eficácia plena: São aquelas que não necessitam de
regulamentação infraconstitucional, visto que desde o momento da promulgação da
Constituição, já estão aptas a produzir efeito. Exemplo: art. 48, CF.

Normas de aplicabilidade imediata e eficácia contida: São normas em que o legislador


constituinte possibilitou ao legislador infraconstitucional restringir seus efeitos. Assim, com a
promulgação da Constituição, elas surtem efeitos em sua plenitude, mas uma lei
infraconstitucional pode restringi-los. Exemplo: art. 5º, XIII, CF.

Normas de aplicabilidade imediata e eficácia limitada: Estas normas necessitam de


regulamentação infraconstitucional para que surtam efeito de maneira plena. Dividem-se em:
a) Normas de eficácia limitada de princípios institutivos: traçam parâmetros para que o
legislador infraconstitucional estabeleça a estrutura de órgãos, entidades ou institutos.
Exemplo: art. 33, CF.

b) Normas de eficácia limitada de princípios programáticos: são aquelas em que o legislador


constitucional traçou princípios e objetivos a serem alcançados com o objetivo de realizar os
fins sociais do Estado. Exemplo: art. 3º, CF.

II) relacionar o mandado de injunção e a ação direta de inconstitucionalidade por


omissão, apresentando as semelhanças e diferenças entre eles.

Tanto o mandado de injunção quanto a ação direta de inconstitucionalidade por omissão são
instrumentos jurídicos previstos na Constituição Federal brasileira para proteger direitos
fundamentais e garantir a efetividade das normas constitucionais.

Ambos os instrumentos visam suprir omissões legislativas que impedem o exercício de


direitos fundamentais previstos na Constituição. Além de em ambas as situações, o Supremo
Tribunal Federal (STF) pode criar normas temporárias para suprir a omissão legislativa até
que o Congresso Nacional regulamente a matéria.

Com relação as divergências, é necessário ressaltar que o mandado de injunção é uma ação
constitucional de caráter individual ou coletivo que visa garantir o exercício de um direito,
liberdade ou prerrogativa em decorrência da omissão do Poder Público em regulamentar
norma constitucional. Já a ação direta de inconstitucionalidade por omissão é uma ação de
controle concentrado de constitucionalidade proposta exclusivamente pelo Procurador-Geral
da República ou pelo Presidente da República, que visa declarar a inconstitucionalidade por
omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional.

Ademais, no mandado de injunção, qualquer pessoa física ou jurídica pode propor a ação. Na
ação direta de inconstitucionalidade por omissão, somente o Procurador-Geral da República e
o Presidente da República têm legitimidade para propor a ação.

III) descrever a evolução doutrinária e jurisprudencial em relação aos efeitos do


Mandado de Injunção, abordando também qual foi/quais foram a(s) teoria(s)
adotada(s) pela Lei 13.300/2016 acerca dos efeitos do julgamento do Mandado de
Injunção.

O Mandado de Injunção é um instrumento jurídico previsto na Constituição


Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso LXXI, que visa assegurar o
exercício de direitos, liberdades e prerrogativas constitucionais, quando a
falta de normatização regulamentadora pelo Poder Público torne inviável
o seu exercício. Ao longo do tempo, a doutrina e a jurisprudência
brasileira têm evoluído em relação aos efeitos do Mandado de Injunção.

Inicialmente, a doutrina majoritária entendia que o Mandado de Injunção


tinha efeitos meramente declaratórios, limitando-se a reconhecer a
omissão legislativa e a determinar ao Congresso Nacional que editasse a
norma faltante.

A Lei 13.300/2016 trouxe importantes alterações em relação aos efeitos


do Mandado de Injunção. De acordo com essa lei, ao julgar o Mandado de
Injunção, o STF poderá adotar uma das seguintes soluções:
reconhecimento da omissão legislativa e determinação ao Poder
competente para que adote as providências necessárias para saná-la; no
caso de omissão legislativa, o STF poderá determinar a aplicação imediata
do regime jurídico e das prerrogativas previstas na norma constitucional,
até que o Poder Legislativo edite a norma regulamentadora; combinando
os efeitos declaratório e substitutivo, o STF poderá reconhecer a omissão
e, ao mesmo tempo, determinar medidas concretas para assegurar o
exercício do direito fundamental violado.

Para melhor compreensão do tema, faz-se mister uma breve acepção acerca das
teorias existentes sobre os efeitos do mandado de injunção e seu desenvolvimento
no decorrer dos anos, tendo em vista que há divergência entre os doutrinadores e a
jurisprudência no que diz respeito aos efeitos do MI.

- Teoria não-concretista: Prevaleceu, majoritariamente, por muitos anos no âmbito


do Supremo Tribunal Federal, dispondo que ao Poder Judiciário caberia somente o
reconhecimento formal da inércia do legislador e, por oportuno a comunicação ao
órgão competente para a elaboração da norma regulamentadora necessária ao
exercício do direito constitucional inviabilizado.

Dessa forma, o Judiciário, mediante sentença, iria regular a omissão em caráter


geral, ou seja, além de viabilizar o exercício do direito pelo impetrante do MI,
também estenderia os efeitos a todos aqueles em idêntica situação (efeito erga
omnes);

IV - Teoria concretista intermediária: Formula-se na união da teoria não-concretista


com a teoria concretista individual, dito posto que, afirma que o dever do Poder
Judiciário, em um primeiro momento, é limitar-se a declarar a omissão ao órgão
responsável pela elaboração da norma regulamentadora, estabelecendo um prazo
para suprimento da lacuna.

Suprema Corte de Justiça, por muito tempo, foi a favor da aplicação da teoria não-
concretista, fato este que tornou o MI em um instrumento ineficaz, pois não
concedia ao impetrante o exercício do direito constitucional até então impossibilitado
pela falta de norma regulamentadora.

De acordo com o que se depreende dos dispositivos mencionados, se aplicando em


razão da pessoa ou órgão a quem competir elaborar a norma regulamentadora
necessária ao exercício do direito, liberdade ou prerrogativa constitucional
conferidos.

A Lei n. 13.300/2016 visa promover um entendimento entre as funções legislativa e


jurisdicional, possibilitando que diálogos institucionais tornem-se constantes, no
intuito de evitar a omissão legislativa visando a efetivar o direito subjetivo protegido
legalmente pelo jurisdicionado.

IV) apontar as fontes consultadas.

https://www.youtube.com/watch?v=hqpOKGS8I3w

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/distincoes-entre-a-acao-direta-de-
inconstitucionalidade-por-omissao-e-o-mandado-de-injuncao/163748936

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/qual-a-diferenca-entre-mandado-de-
injuncao-e-adi-por-omissao/111916682

https://www.redalyc.org/journal/934/93454289004/html/

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13300.htm
https://juridicocerto.com/p/advocacia-diniz5/artigos/a-atual-interpretacao-
do-supremo-tribunal-federal-sobre-o-efeitos-do-mandado-de-injuncao-e-o-
principio-da-separacao-de-poderes-3552

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/a-aplicabilidade-das-normas-
constitucionais-segundo-jose-afonso-da-silva/637198937

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/classificacao-das-normas-
constitucionais/693789090

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