Guia de Emergencia Cardiologia
Guia de Emergencia Cardiologia
Guia de Emergencia Cardiologia
Editores:
Luana da Costa Prado
Victoria Veríssimo Santos
Isabela Mota Sales
ORGANIZADORA
Larissa Paixão Batista
Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal
EDITORES
Luana da Costa Prado
Universidade de Rio Verde
SUMÁRIO 04
SUMÁRIO
SUMÁRIO 05
1. Infarto Agudo do Miocárdio Tessaro VS, Segundo ACMM, Santos AR, Barbosa ACT,
Fernandes CCS, Filho JCB, de Morais LT, Silva TZ,
Dantas, E.L, Caixeta, AV
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) é uma patologia decorrente de isquemia Miocardite autoimune.
e injúria aguda do miocárdio Uso recreativo de drogas e fatores
Está relacionada a fatores de riscos como: Tabagismo, Hipertensão psicossociais.
Arterial, Diabetes Mellitus, Dislipidemia, Distúrbios de Trombose coronária.
hipercoagulabilidade, uso de cocaína e história familiar de IAM Vasoespasmo coronário.
Dentre as principais causas de isquemia miocárdica estão: Ruptura de Falha ventricular esquerda.
placas de aterosclerose, Embolia e Trombose, Vaso espasmos e Defeito do septo ventricular.
Dissecção de Coronárias Ruptura do músculo papilar.
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) resulta da obstrução das artérias Pseudoaneurisma.
coronárias, sendo a aterosclerose o agente primordial dessa
obstrução,responsável pela formação de placas lipídicas, chamadas de
ateromas, com a posterior restrição do fluxo sanguíneo ou rompimento de
placas instáveis, levando a formação de trombos. Avaliação Diagnóstica
A Fisiopatologia segue com isquemia, que consiste na privação de
nutrientes e oxigênio para o músculo cardíaco, com evolução para O diagnóstico do IAM depende de
necrose da musculatura. Isso desencadeia a liberação de marcadores ECGs sequenciais, biomarcadores
cardíacos e uma resposta inflamatória cardíacos em série e angiografia
coronária.
O ECG, teste mais prioritário, revela
elevação do segmento ST ≥ 1mm em
Quadro Clínico/Sinais e Sintomas 2 ou mais derivações contíguas para
STEMI, o que revela a área
danificada.
O sintoma mais comum apresentado é a dor (angina pectoris) na região
Biomarcadores como CK-MB,
retroesternal do tórax, de localização difusa.
troponinas e mioglobina são
A dor tipicamente é descrita como uma sensação de pressão,
liberadas na corrente sanguínea e
queimação ou pontada, que irradia principalmente para o ombro,
confirmam a necrose miocárdica.
mandíbula, epigástrio ou braço.
Angiografia coronária realizada com
Outros sintomas incluem dispneia, náuseas, fadiga, ansiedade, cefaléia,
urgência é para pacientes com
sudorese fria, desconforto abdominal e dormência nas mãos.
STEMI ou complicações, enquanto
Nem todos os indivíduos, como diabéticos, vão apresentar dor torácica,
para pacientes com NSTEMI sem
devendo-se estar atento a sinais de neuropatia sensitiva e autonômica.
complicações ela é realizada nas
primeiras 24-48 horas de
hospitalização.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Utilização de oxigênio para saturação baixa O prognóstico dependerá do tempo entre o início dos
Em pacientes hemodinamicamente estáveis, iniciar sintomas até a admissão na UTI e ocorrência de
profilaxia com AAS, clopidogrel ou ticagrelor, nitratos, choque cardiogênico durante a hospitalização, além
enoxaparina e betabloqueadores (alvo: FC de 60 bpm). de fatores sociais e ambientais.
Morfina para dor intensa e como vasodilatador Os pacientes enfrentam um risco significativo de
Anticoagulantes e antiplaquetários para prevenir novos eventos cardiovasculares e aumento da
coágulos. mortalidade.
Terapia de reperfusão com trombolíticos para supra de A presença de doença multiarterial e isquemia
ST ou bloqueio de ramo; angioplastia ou t-PA em casos residual aumentam o risco contínuo para o miocárdio.
de reinfarto. Idade avançada, tabagismo, fibrilação atrial,
insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e
menor índice de massa corporal estão ligados a um
pior prognóstico.
Complicações:
Disfunção ventricular crônica.
Angina instável.
Doença arterial coronariana progressiva
Morte súbita cardíaca.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
A terapêutica se baseia, em primeira instância, na Prognóstico ruim :
identificação do perfil hemodinâmico do paciente, de acordo Gravidade da condição, comorbidades, resposta ao
com a presença ou ausência de congestão (seco x úmido) e tratamento, fatores sociais.
a adequação da perfusão (quente x frio), gerando as Pior prognóstico associado a:
seguintes classificações: Terapia vasopressora, idade avançada, demência,
A (quente e seco) - estão compensados e estáveis; histórico de IC, níveis altos de creatinina.
B (quente e úmido) - necessitam de medidas gerais, Complicações com risco de vida:
diuréticos e vasodilatadores; Insuficiência respiratória, infarto do miocárdio,
L (frio e seco) - necessitam de prova de volume e, se choque cardiogênico ,edema pulmonar agudo,
necessário, inotrópicos; arritmias, causa mecânica aguda, emergência
C (frio e úmido) - necessitam de diuréticos, inotrópicos e hipertensiva, embolia pulmonar, AVC, comorbidade
vasodilatadores; descompensada..
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Para tratar taquicardia ventricular sustentada O prognóstico da TVS depende de uma série de variáveis,
(TVS), primeiro, considera-se cardioversão elétrica. como cardiopatia estrutural subjacente.
Se não for possível ou falhar, usa-se amiodarona TVS monomórfica em coração normal apresenta bom
intravenosa. prognóstico, sem progressivo agravo e morte súbita.
Beta-bloqueadores, especialmente propranolol, TVS monomórfica com cardiopatia e TVS polimórfica há
têm sido eficazes. maior risco de impacto hemodinâmico e morte súbita.
Propafenona e quinidina devem ser evitados Pode se converter em fibrilação ventricular
devido ao risco de TE. Altas chances de complicações como a insuficiência
Ablação por cateter é uma opção quando cardíaca, colapso hemodinâmico, parada
fármacos falham, deve-se considerar o risco- cardiorrespiratória e morte.
benefício.
Intervenções cirúrgicas, como bloqueio simpático,
são consideradas em casos graves, com
simpatectomia bilateral mostrando benefícios
significativos.
Prognóstico/Complicações
Os pacientes com alguma doença respiratória crônica subjacente, como asma, estão mais sujeitos à recorrência da
insuficiência respiratória e requerem um acompanhamento maior da afecção clínica causadora, uma vez que a insuficiência
respiratória tenha sido corrigida.
Hipoxemia grave, podendo resultar em lesão cerebral, danos aos órgãos vitais e até mesmo, falência múltipla de órgãos;
Acidose respiratória: baixos níveis de oxigênio e altos níveis de dióxido de carbono na circulação causam confusão e
sonolência;
Complicações neurológicas e danos cerebral, resultando em sintomas como confusão, dificuldade de concentração, delírio e,
em casos graves, coma;
Cianose, Disfunção cardiovascular, fibrose pulmonar, apatia, fadiga, falta de concentração e tempo de reação retardado,
cefaléia (particularmente matinal) e distúrbios do sono.
Danos aos órgãos devido à privação de oxigênio e à resposta inflamatória sistêmica, podendo evoluir para uma insuficiência
múltipla dos órgãos;
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR 09
5. Taquiarritmias Supraventriculares Fernandes CCS, Silva GML, Moura GG, Castro AVPS,
Goncalves JKP, Racoski GL, Paz VP, Soldatelli, Ferreira,
PHR, Lima, RM, Gomes, NQ
TAQUIARRITMIAS SUPRAVENTRICULARES 10
Prado LC, Alvares AB, de Melo ABA, Santos NS,
Carneiro ARS, Soldatelli J, Glória GHSA 6. Bradicardia Sinusal com Sintomas
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
Degeneração idiopática
Hipotireoidismo
Cardiopatia isquémica
Condições cardíacas estruturais
Enfermidades infiltrativas
Doença arterial coronariana
Enfermidades autoimunes
Miocardite
Pós cirurgia cardíaca
Distrofia miotônica
Enfermedades infecciosas e hereditárias
Hiperatividade vagal
Alterações iônicas (hiperpotasemia)
Trastornos metabólicos: hipotermia, hipotiroidismo, anorexia nervosa
Transtornos neurológicos: hipertensão intracraniana, tumores do sistema nervoso
central
Apneia obstrutiva do sono
A bradicardia é definida como os batimentos cardíacos abaixo de 60bpm
A corrente de marca-passo dos miócitos do nó sinusal, tem papel fundamental
para geração e regulação autônoma do ritmo e frequência
Quando assintomática, é associada a um bom estado físico
Quando apresenta sintomas, é associada à disfunção do nó sinusal
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Oxigenação: Administrar oxigênio suplementar se Quando rapidamente identificado pelo profissional
houver hipoxemia. médico, o prognóstico é positivo.
Monitoramento: Monitorar o paciente O período de sobrevivência é de até 5 anos em 70% dos
continuamente (ECG, oximetria de pulso). casos quando a bradicardia sinusal está associada à
Atropina: Administrar 0,5 mg intravenosa (IV) a cada síndrome do nódulo sinusal.
3-5 minutos até uma dose máxima de 3 mg. 13% da necessidade do implante de marcapasso é
Caso Atropina não seja eficaz: causado pela bradicardia sintomática durante a fibrilação
Dopamina: Infusão contínua de 2-20 mcg/kg/min, atrial
titulando conforme resposta. Diminuição do nível de consciência
Epinefrina: Infusão contínua de 2-10 mcg/min, Hipotensão
ajustando conforme necessário. Alterações do Estado Mental
Marcapasso Transcutâneo: Considerar em caso de Angina
falha do tratamento medicamentoso e sintomas Sinais de insuficiência cardíaca
persistentes. Choque.
Marcapasso Transvenoso: Pode ser necessário se a
bradicardia persistir e houver instabilidade
hemodinâmica.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico e depende de A taxa de mortalidade para pacientes com
localização, extensão, gravidade e estado geral do paciente dissecção de aorta tipo A é de 1% por hora
A substituição de aorta é uma das abordagens cirúrgicas, na após as primeiras 48 horas sem tratamento.
qual a porção afetada é removida e substituída por um enxerto A dissecção de aorta tipo A é mais letal, com
sintético mortalidade de 35%. O tipo B é geralmente
Há também o reparo endovascular, com a colocação de um gerenciado clinicamente, com mortalidade de
stent para reforçar a parede do vaso e restaurar o fluxo 15%.
sanguíneo A dissecção de aorta aguda pode causar
O tratamento clínico: controle medicamentoso da PA (beta- hipotensão, derrame pericárdico,
bloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio) e tamponamento, hematoma periaórtico,
monitoramento em UTI isquemia e lesão cerebral.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
O tratamento baseia-se na anticoagulação e na EP não tratada tem mortalidade até 30%
decisão, na estratificação de risco. Mortalidade varia com extensão do trombo e
Os pacientes de alto risco são inicialmente tratados comorbidades.
com fibrinolíticos. A emblectomia percutânea ou Recorrência mais provável nas primeiras 2 semanas
cirúrgica estão indicadas para os que não apresentam Pleurisia, insuficiência respiratória e pneumonia após 1-2
melhora clínica ao fibrinolítico ou na vigência de semanas.
contraindicação (como cirurgia recente). Risco aumentado de AVC.
Os de baixo risco são medicados com heparina e/ou Doença tromboembólica crônica e hipertensão pulmonar
anticoagulante oral. tromboembólica crônica são complicações tardias.
A duração do tratamento é de três meses para Pacientes hemodinamicamente instáveis ou chocados
quadros reversíveis, ou por anos nos casos idiopáticos Piora da oxigenação, insuficiência respiratória,
ou recorrentes. hipotensão, dor e/ou febre;
Risco aumentado de eventos cardiovasculares e
fibrilação atrial;
A probabilidade de complicações e morte por EP pode
depender diferencialmente da presença ou ausência de
fatores de risco provocadores no momento do
diagnóstico.
Prognóstico/Complicações
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Pacientes Instáveis = Atropina EV. Dose = 1 mg EV, até Foi constatado que os locais mais afetados por BAVT
dose de 5 mg. Se falha, adotar MP transcutâneo ou são o feixe ramificante e suas porções iniciais.
transvenoso (preferencial). O BAVT associa-se a diversas cardiopatias, tal como
BAV e hipotensão arterial = Dopamina IV. Dose = a Doença de Chagas.
5mcg/kg/min, até dose de 20cmg/kg/min. O BAVT congênito diagnosticado tardiamente tende
BAV e falência cardíaca = Dobutamina IV. Dose = 2- a um bom prognóstico após implante de marcapasso
5mcg/kg/min, até dose de 20mcg/kg/min. definitivo.
Pacientes Estáveis = reverter fator desencadeador. Pacientes com BAVT estão sujeitos a redução da
Monitorização contínua deve ser estabelecida com as perfusão devido à bradicardia sintomática e redução
pás do MP transcutâneo, caso haja necessidade de do débito cardíaco.
controlar sintomas. Quedas são comuns em síncopes, e náuseas em
Causas não reversíveis = MP permanente de dupla pacientes graves podem levar à aspiração.
câmara. Em caso de BAV com IC grave, opta-se por Marca-passo mal posicionado pode causar
dispositivos de ressincronização cardíaca. perfuração cardíaca imediata e insuficiência cardíaca
posterior.
TAMPONAMENTO CARDÍACO 16
Santos VV, Nascimento LMLO, Junior MAO; Vieira JR,
Gama JLPR, de Souza BM, Sousa ACBS, Mendes AF 12. Choque Cardiogênico
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
Choque cardiogênico (CC) é a perda da capacidade do coração de Choque Hipovolêmico
bombear uma quantidade mínima necessária de fluxo sanguíneo Choque Obstrutivo
para a manutenção da vida. Choque Distributivo
Ocorre devido a uma redução na função do miocárdio, resultando Insuficiência Cardíaca
em diminuição do débito cardíaco, hipoperfusão de órgãos-alvo e descompensada
hipóxia. Disfunção ventricular
O CC pode ser associado ao infarto agudo do miocárdio (IAM) Tromboembolismo pulmonar
envolvendo um dano isquêmico ao músculo cardíaco, como
consequência a diminuição da capacidade contrátil do coração.
Oclusão de artéria coronária leva à perda de massa muscular
cardíaca; Avaliação Diagnóstica
Ciclos viciosos resultam em choque;
Hipotensão causada pela perda de massa muscular pode levar à O diagnóstico do choque cardiogênico
hipoperfusão miocárdica; é baseado nas suas manifestações
Baixo débito tecidual aumenta a hipóxia, acidose e dano celular; clínicas e em aspectos hemodinâmicos
Favorece arritmias cardíacas, prejudicando o desempenho cardíaco característicos, sendo geralmente
e podendo levar à morte. relacionado ao IAM;
Obtém-se os aspectos hemodinâmicos
pelo cateterismo da artéria pulmonar:
PAS < 90mmHg ou 30 mmHg abaixo da
Quadro Clínico/Sinais e Sintomas basal, PCP > 18mmHg, índice cardíaco
(IC) < 2,2 L/min/m2;
Os sintomas mais comuns são hipotensão, estado mental alterado, Exames laboratoriais, como hemograma,
oligúria e pele pegajosa e fria. função renal, glicemia, gasometria com
Dentre os principais sinais de choque cardiogênico, estão a lactato, coagulograma, CKMB e
distensão da veia jugular, cianose, pressão de pulso baixa troponina, e os de imagem avaliam as
acompanhada de taquicardia, bem como sons cardíacos diminuídos repercussões sistêmicas do choque;
e, no caso de sobrecarga de fluidos, edema periférico. Outros exames complementares:
O choque está presente na detecção de hipotensão persistente (PA eletrocardiograma, radiografia de tórax,
sistólica 80 a 90 mm Hg ou PA média 30 mm Hg inferior à basal) ecocardiograma e
com redução grave do índice cardíaco e hipoperfusão. cineangiocoronariografia.
Tratamento/Administração
DSuporte hemodinâmico: Administração de fluidos intravenosos para aumentar o volume sanguíneo. Uso de vasopressores
para aumentar a pressão arterial.
Agentes inotrópicos: Dobutamina ou milrinona para aumentar a contratilidade cardíaca.
Revascularização: Intervenção coronariana percutânea (ICP) ou cirurgia de revascularização do miocárdio para restaurar o
fluxo sanguíneo coronariano.
Suporte mecânico: Dispositivos de assistência ventricular ou ECMO para fornecer suporte circulatório temporário em casos
graves.
Prognóstico/Complicações
A magnitude do disfunção hemodinâmica tem grande impacto do prognóstico a curto prazo. Nos pacientes com infarto do
miocárdio associado ao choque, há aumento da sobrevida de longo prazo a partir do emprego da revascularização na
condição aguda.
A mortalidade em ambiente hospitalar supera 50% e essa, em seis anos, é de aproximadamente 67%.
O choque cardiogênico se mostra como uma das principais complicações do IAM em pacientes que chegam vivos em
ambientes hospitalares.
As complicações de CC são relacionadas a descompensação de mecanismos compensatórios do organismo devido a
disfunção orgânica afetada.
CHOQUE CARDIOGÊNICO 17
13. Síndrome Coronariana Aguda Seixas GA, Nascimento AKM, Mendes AF, Alves L,
Morais MF, Arruda ACV, Filho WCS, Toscan L, Vieira
MM, Correia, N.
sem supradesnivelamento do
segmento ST
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
A síndrome coronária sem supradesnivelamento (SCA) do segmento ST Miocardite
geralmente ocorre devido à desestabilização de uma placa Cardiomiopatia induzida por
aterosclerótica, envolvendo erosão ou ruptura e consequente estresse (ECM)
desenvolvimento de trombo oclusivo ou suboclusivo. Espasmo coronariano
A limitação do fluxo pode ocorrer também a partir de outros mecanismos, Anemia grave
como vasoespasmo, embolia ou dissecção coronariana. Entre as SCA Embolia pulmonar
sem supradesnivelamento do segmento ST, tem-se a angina instável (AI)
e o infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento de ST (IAMCS-
ST).
A fisiopatologia envolve diversos mecanismos como a ruptura de placa,
ativação plaquetária, vasoconstrição, inflamação local, disfunção
endotelial e formação de coágulos.
A soma dos mecanismos citados resulta na suboclusão e diminuição de
fluxo sanguíneo ao miocárdico e suas possíveis complicações.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Durante a fase de avaliação inicial, para qualquer Pacientes que tiveram agravamento nas últimas 48
paciente com risco significativo de SCA, deve ser horas, com dor prolongada em repouso, piora no exame
ofertado oxigênio conforme necessário (a fim de físico, apresentando novos sintomas como edema
manter a saturação acima de 90%), obtido acesso pulmonar, piora no surgimento no sopro de regurgitação
intravenoso, conectado monitor cardíaco e mitral, hipotensão, bradicardia ou taquicardia, com
administrado aspirina e nitrato, salvo se houver eletrocardiograma indecifrável do segmento ST,
contraindicações. alteração dinâmica do segmento ST, representa piora do
Morfina pode ser utilizada em caso de dor torácica quadro clínico levando a um alto risco de morte ou
refratária, mas não deve ser uma opção de rotina infarto
para todos os casos. Complicações:
Taxa de mortalidade elevada;
Insuficiência cardíaca;
Aneurisma ou ruptura do miocárdio;
Instabilidade hemodinâmica com choque cardiogênico;
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Terapia anticoagulante para evitar a progressão da Varia de acordo com a evolução do tratamento.
trombose, monitorando regularmente o tempo de Alta taxa de sobrevivência em pacientes jovens.
protrombina (INR). Altas chances de complicações durante o pós-
Em um caso grave de trombose valvar, a terapia operatório, como: fatores pró-trombóticos e
trombolítica é considerada para dissolver o trombo. insuficiência renal, elevam a taxa de mortalidade dos
Intervenção cirúrgica também é considerada para a pacientes.
remoção do trombo ou substituição da prótese. A TPV pode induzir obstrução e insuficiência cardíaca
Pacientes com trombose da prótese valvar congestiva, embolização de coágulo formado,
necessitam de uma equipe multidisciplinar, incluindo estenose grave, lesão e regurgitação valvar.
cardiologistas, hematologistas e cirurgiões cardíacos O funcionamento inadequado da prótese pode
para garantir um manejo adequado. acarretar mortes intra-hospitalares.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
O tratamento varia conforme a suspeita A longo prazo, há boa recuperação; porém, 30% dos
etiológica e pela quantidade anormal de fluido no pacientes apresentam limitações físicas.
pericárdio. Muitos pacientes podem se tornar dependentes de
Para o alívio da dor e para evitar futuros glicocorticoides.
problemas cardiovasculares, recomenda-se a Quando há associação com envolvimento do miocárdio,
retirada de líquido por meio de drenagem. 90% das funções do ventrículo esquerdo se normalizam.
Uso de técnicas para a drenagem de líquido A pericardite aguda, quando associada a derrame
pericárdico incluem: pericardiocentese pericárdico, em grande parte dos casos, pode levar ao
(introdução de uma agulha para drenar o líquido tamponamento cardíaco
ao redor do coração, aliviando a pressão no As principais complicações da pericardite aguda são:
órgão) e pericardiectomia (a principal forma de Tamponamento cardíaco, causado pela compressão do
tratamento consiste na abertura do pericárdio coração devido ao derrame pericárdico grande;
para retirar o acúmulo de fluido). Constrição pericárdica, resultando em tecido cicatricial ao
redor do coração e redução da capacidade de contração;
Insuficiência cardíaca devido à compressão;
Embolia pulmonar devido à formação de trombos;
Colapso circulatório pela perda da capacidade de
bombear sangue.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Não medicamentoso: Manobra de Valsalva Convencional Manobra vagal é eficaz em casos leves e
(MVC) ou Manobra Valsalva modificada (MVM); ablação por cateter em graves ou
Adenosina (1º:6 mg, 2º:12 mg, 3º:12 mg), se não disponível recorrentes, sendo considerado o spray nasal
usar: BRA não dihidropiridínicos (verapamil e diltiazem) e os de etripamil;
betabloqueadores (endovenosos ex: metoprolol e Terapias farmacológicas podem ser
propranolol); indicadas, mas betabloqueadores e
Estabilidade na TV: duas opções: cardioversão eletiva ou bloqueadores de canais de cálcio podem
uso de antiarrítmicos endovenosos. Amiodarona, causar hipotensão e síncope.
procainamida, ou Sotalol. Os dois últimos não devem ser TVSP: palpitações, fraqueza, desorientação,
utilizados na presença de QT longo. Lidocaína apresenta-se falta de ar e dor torácica;
como um fármaco de segunda linha. Fibrilação e flutter atrial paroxística: formação
de coágulos sanguíneos em átrios e
aceleração da frequência cardíaca, reduzindo
potência.
ARRITMIAS PAROXÍSTICAS 22
Veiga DPT, Saraiva JPM, Mesquita
MLB, Pereira GA, Assis IA, Vilete AD,
Glória GHSA, Garcia DLV
18. Estenose Aórtica Sintomática
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
A esclerose da válvula aórtica pode ser caracterizada como o Os seguintes diagnósticos compartilham
espessamento da válvula aórtica. com a estenose aórtica alguns sintomas,
Existem três causas primárias de estenose aórtica valvular: tais como: angina, dispneia aos esforços,
◦ Anormalidade na válvula de origem congênita, frequentemente síncope ou pré-síncope. Recomenda-se a
com calcificação sobreposta (unicúspide ou bicúspide). realização de teste esforço cardiopulmonar
◦ Calcificação originada de patologia na válvula trilaminar. para identificar a origem dos sintomas, bem
◦ Doença valvar reumática. como o ecocardiograma para confirmação
Redução da área de abertura valvar aórtica, aumentando a pós- diagnóstica de estenose aórtica.
carga cardíaca em relação à dificuldade da ejeção ventricular; cardiomiopatias;
Essa alteração acarreta uma sobrecarga de pressão no doença arterial coronariana;
ventrículo esquerdo, estimulando uma hipertrofia concêntrica anemia;
compensatória para manter o débito cardíaco; câncer;
Com a evolução, o mecanismo compensatório se torna ineficaz, esclerose aórtica;
ocasionando aumento secundário da cavidade do VE, fração de doença subvalvar;
ejeção reduzida e diminuição do débito cardíaco; doença supravalvar.
O comprometimento da função ventricular prejudica o
suprimento sanguíneo do organismo e, principalmente em área
valvar menor que 1,5 cm², gera manifestações sintomáticas.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Em casos graves o tratamento é feito por meio de A partir do início dos sintomas a sobrevida cai para 2 a 3
cirurgia, realizando uma abertura no peito, conhecida anos, a substituição valvar imediata é indicada para
como esternotomia, para implementar uma prótese melhorar a sobrevida e aliviar os sintomas.
que irá desempenhar as funções da válvula. No Cerca de 50% dos óbitos de EA sintomática grave
entanto, configura-se como um procedimento ocorrem de maneira súbita.
invasivo, por isso ela é contraindicada em 30% dos O teste de esforço associado à área valvar é essencial
casos. para ter prognósticos precisos.
Com o avanço da Medicina surgiu o TAVI, Implante Pode ocorrer a manifestação de taquiarritmias
valvular aórtico percutâneo, procedimento ventriculares malignas, fibrilação atrial, cardiomegalia,
minimamente invasivo que faz o implante da prótese edema pulmonar e hemorragias.
por meio da inserção de um cateter na região do Após a cirurgia, há riscos de tromboembolismo,
coração para ajustar a válvula nova. infecção, sangramento pelo uso de anticoagulantes e
deterioração da valva aórtica.
Prognóstico/Complicações
A maioria das fatalidades ocorre nos 3 ou 4 primeiros meses. Arritmia ventricular persistente, insuficiência cardíaca, baixa
função ventricular e isquemia recorrente indicam risco elevado.
O desempenho cardíaco após a recuperação depende amplamente da proporção de miocárdio operante que sobrevive ao
episódio agudo. Lesão aguda contribui para cicatrizes de infartos prévios. Quando >50% da massa do VE é lesionada, a
sobrevida prolongada é incomum.
A síndrome pós-infarto do miocárdio é desencadeada por uma reação autoimune ao material dos miócitos necróticos.
Desenvolve se em alguns pacientes pós-infarto agudo do miocárdio, dias, semanas ou meses da ocorrência do infarto.
Nos casos graves, pode ser necessário o uso intenso de corticoides juntos aos ANEs por um curto período.
Caracteriza se por febre, pericardite com atrito, derrame pericárdico, pleurisia, derrame pleural, infiltrado pulmonar e dor
articular
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Assintomáticos: observação clínica rigorosa sem Aumento da prevalência de arritmias atriais e
necessidade de terapia medicamentosa; ventriculares, principalmente fibrilação atrial.
Sintomáticos: o tratamento inicial é feito com Aumento dos sintomas limitantes e do risco
betabloqueadores, preferencialmente betabloqueadores de AVE por trombos
não vasodilatadores, ex.: succinato de metoprolol, na dose Se a fração de ejeção < 50%, aumento do
inicial de 25mg por dia, via oral; risco de insuficiência cardíaca avançada.
Contraindicação aos betabloqueadores: bloqueador dos Arritmias ventriculares
canais de cálcio não diidropiridínico, ex.: verapamil, na Morte súbita
dose inicial de 120 ou 180 mg/dia, via oral; Dor no peito
Casos refratários: terapia de redução septal por meio de Sintomas progressivos de Insuficiência
ablação septal com álcool ou miectomia cirúrgica. Cardíaca
Morte por Insuficiência Cardíaca
Arritmias atriais
Acidente vascular cerebral embólico
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Podem haver infecções. Elas estão
associadas a uma taxa de mortalidade maior.
- Avaliação imediata da causa da disfunção Geralmente o dispositivo é substituído, ou
- Ajustes no dispositivo pode ser necessário a retirada do aparelho,
- Tratamento de complicações clínicas em casos graves.
Casos de hemorragia são comuns durante a
- Substituição do aparelho em casos graves recuperação operatória.
Anticoagulantes reduzem o risco de trombos,
- Indicações para intervenção mas ainda se pode desenvolver trombose de
- Natureza da disfunção bomba, acidente vascular cerebral e outros
- Sintomas do paciente eventos tromboembólicos.
- Resultados de exames de diagnóstico Insuficiência cardíaca direita, por uma
sobrecarga do lado direito do coração.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Tratamento convencional: Indica-se suporte clínico e terapia A etiologia é importante no aspecto prognóstico.
realizada com diuréticos, vasodilatadores, Na miocardite linfocítica aguda existe melhora
betabloqueadores e antagonistas de aldosterona. espontânea e sem sequelas quando a função
Cardiomiopatia com presença de choque cardiogênico: ventricular é preservada.
Suporte com fármacos vasoativos e, possivelmente, drogas Em casos de miocardite de células gigantes e a
vasopressoras. Se houver falha terapêutica e de reposição eosinofílica a evolução é mais severa.
de volume imediata, considera-se indicação de dispositivos Portadores de IC e FEVE inferior a 45% tem
mecânicos de assistência circulatória. mortalidade de 56% em 4 anos.
Casos especiais: Terapia imunossupressora consistindo em Em casos de miocardite fulminante o prognóstico
corticoides isolados ou associados à Azatioprina. é mais dramático em menos tempo, mas se
sobrevivem possuem melhor prognóstico do que
outras etiologias.
As possíveis complicações são:
Cardiomiopatia dilatada;
Falência cardíaca aguda;
Arritmia ventricular;
Instabilidade hemodinâmica;
Morte.
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Além da orientação dietética e do estilo de vida, o A principal complicação é a transformação de uma
tratamento inclui: placa de ateroma estável em uma instável, podendo
Antiagregantes plaquetários, hipoglicemiantes, gerar isquemia cardíaca ou evento cerebrovascular.
bloqueadores beta-adrenérgicos e IECA que vão Além disso, a disfunção ventricular esquerda e
reduzir a incidência de infarto e aumentam a distúrbios da condução cardíaca são desfechos
sobrevida; possíveis.
Nitratos, antagonistas dos canais de cálcio e Os pacientes que deverão ser submetidos a cirurgia de
trimetazidina reduzem os sintomas e de isquemia; revascularização miocárdica podem ainda apresentar
O tratamento cirúrgico é a revascularização as seguintes complicações: choque cardiogênico,
direta. arritmia ventricular, crise hipertensiva, infecção, sepse
e insuficiência renal aguda.
Prótese Valvar
Etiologia/Fisiopatologia Diagnóstico Diferencial
Disfunção estrutural da prótese: provoca estenose ou regurgitação através Para obstrução valvar:
da prótese. Incompatibilidade entre próteses
Próteses mecânicas: disfunção pela quebra da estrutura, oclusão, fratura do paciente;
ou insuficiência dos elementos móveis, perda de mobilidade dos folhetos Regurgitação valvar bioprotética;
ou variação do balão. Aumento do volume do acidente
Próteses biológicas: ocorre por calcificação/rompimento dos folhetos pela vascular cerebral;
fratura da separação da braçadeira do stent ou por deformações da Obstrução do trato de saída
prótese. ventricular esquerda.
Disfunção não estrutural da prótese: anormalidade não intrínseca à Para tromboembolismo ou trombose
prótese, por deiscência ou aprisionamento do oclusor por pannus, tecido valvar:
ou sutura. Espessamento da cúspide proteica;
Estenose não estrutural: ocorre devido a formação de pannus (obstrução Mobilidade prejudicada do folheto
parcial do orifício), endocardite infecciosa ou trombose aguda na prótese valvar, incluindo endocardite valvar
(causa mais comum de obstrução em próteses mecânicas). proteica (EVP).
Insuficiência patológica: causada por regurgitação central, mais comum em
próteses biológicas, e paraprotéticas (formação de fendas ao redor da
prótese).
Tratamento/Administração Prognóstico/Complicações
Intervenção transcateter: A ocorrência de sangramento é uma preocupação
Via Transfemoral: em que todo o procedimento de significativa em pacientes com próteses valvares,
implante é feito através da virilha. sendo um risco mais proeminente do que em
Os cateteres são inseridos por dentro do sistema arterial, indivíduos com biopróteses.
por meio da artéria femoral até o coração. Assim, a valva Em pacientes com próteses e condições
doente é dilatada por um balão e a prótese é implantada. associadas de risco, a gravidez possui um alto
Via Transapical: uma pequena incisão é feita no lado risco de complicações severas e até mortalidade
esquerdo do tórax, abaixo do mamilo. materna.
O sistema da valva com cateter é introduzido diretamente Devido ao acúmulo de tecido ou trombos, pode
no coração, liberando a prótese em cima da valva doente ocorrer obstrução do fluxo sanguíneo.
e aliviando a obstrução. Em decorrência do fechamento inadequado da
prótese valvar, pode haver regurgitações
recorrentes.
A infecção da prótese pode levar a danos ao
tecido cardíaco.
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