Karatê 241007 193857

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Origem do Karatê

Considerado uma das principais artes marciais


japonesas, a origem do karatê acontece no
século XV no pequeno reino de Ryukyu, grupo
de ilhas localizado atualmente no sul do Japão
e que formam a atual Província de Okinawa,
combinando influências chinesas e japonesas.
O então reino independente tinha conexões
culturais e comerciais com a China. Por isso,
muitas delegações chinesas viajavam para
Okinawa e, como parte do intercâmbio cultural
entre as duas nações, muitos mestres de artes
marciais chineses chegaram em Ryukyu e
influenciaram as artes marciais locais.

No Século XVII, o clã do sul do Japão


conquistou Okinawa e, por conta da situação
política do país na época, eles optaram por
não se impor propriamente sobre Okinawa,
mas utilizá-la como uma rota para a China. Um
mito bastante famoso é que os samurais
japoneses, quando conquistaram Okinawa,
não permitiam o uso de armas e, por conta
disso, o karatê surgiu como uma maneira de
enfrentar os samurais sem armas, mas isto é
só um mito. Havia algumas
restrições, mas elas não eram tão estritas
como se conta. Além disso, o domínio japonês
em Okinawa não era direto, então os samurais
não costumavam estar presentes na ilha.
Houve algumas rebeliões, mas não contra os
samurais - explica Yiftach

Esta foi a situação até meados do século XIX,


quando o Japão decidiu se reabrir para o
Ocidente, na época que ficou conhecida como
Era Meiji. Com fortes sentimentos
nacionalistas, o Japão anexou Okinawa e os
habitantes locais se dividiam entre ele a China.
Em 1894, o Japão venceu a Guerra Sino-
Japonesa e os grupos pró-Japão se
fortaleceram, intensificando o nacionalismo
japonês na província. Na época, a arte marcial
era comumente conhecida só como Te -
“mãos” em tradução literal, que também
simbolizava a ideia de técnica -, mas também
era encontrada a forma Kara-te (Mãos
Chinesas). Por conta da tensão entre os dois
países na época, o nome se tornou impróprio e
a grafia foi substituída por um homófono que
significa “Mãos Vazias”, forma como se
espalharia por todo o arquipélago.
Nas primeiras décadas do Século XX, muitos
mestres de Okinawa começaram a ir para as
principais ilhas do Japão para disseminar o
karatê e fazê-lo ser incluído no Botoku Kai,
organização que reconhecia as artes marciais
de origem japonesa. Nos anos 30, o karatê se
juntou a estilos como o judô e o jiu-jitsu e foi
reconhecido oficialmente como arte originária
do país - conta o mestre.
Durante sua expansão, o karatê se
desenvolveria em diferentes estilos. A
Federação Brasileira de Karatê (FBK)
reconhece cinco deles: Goju-Ryu, Shotokan,
Wado-Ryu, Shito-Ryu e Shorin-Ryu. Já a
Federação Mundial de Karatê (WKF)
desconsidera o Shorin-Ryu e reconhece
apenas os outros quatro oficialmente.
Entretanto, dezenas de subestilos e variações
podem ser encontrados ao redor do mundo
hoje em dia.

Quando o karatê se chamava apenas Te,


estava concentrado em três cidades de
Okinawa: Naha, Shuri e Tomari. Existiam o
Naha-Te, o Shuri-Te e o Tomari-Te, já que cada
lugar tinha seus próprios mestres. Havia um
intercâmbio entre os diferentes dojôs, mas
cada um tinha suas próprias técnicas de
acordo com os estilos trazidos da China e o
físico e personalidade de cada mestre - explica
Yiftach, que completa:

Quando chegou ao Japão, a ideia era


disseminá-lo. Algumas técnicas foram
abandonadas porque não eram muito
comerciais. Além disso, os mestres
começaram a ensinar karatê nas
universidades, tendo que adaptar as aulas
para grupos maiores. Como os alunos só
tinham três, quatro anos para aprender na
universidade, eles enfatizaram os chutes,
socos e sparring, deixando para trás técnicas
de corpo-a-corpo como estrangulamentos,
chaves e quedas. Isto também foi uma forma
de diferenciar o karatê dos outros estilos
japoneses, como o judô e o jiu-jitsu.
Pai do Karatê Moderno, Gichin Funakoshi teve
papel fundamental na disseminação do
esporte pelo Japão — Foto: Reprodução

Quem exerce um papel importante neste


processo é o fundador do estilo Shotokan,
Gichin Funakoshi, que é hoje reconhecido
como Pai do Karatê Moderno. A partir de suas
aulas estruturadas com o uso de técnicas de
longa distância, jovens praticantes começaram
a treinar para se enfrentar em competições, o
que se tornou o foco principal deste estilo.
Outros estilos se mantiveram mais
relacionados com o karatê tradicional, focados
na defesa pessoal – tanto de civis quanto das
forças policiais de Okinawa, que utilizavam as
técnicas para capturar e neutralizar criminosos
com o mínimo de dano possível.
FONTE:https://www.google.com/amp/s/
ge.globo.com/google/amp/eu-atleta/
treinos/noticia/karate-conheca-historia-
regras-e-golpes-da-arte-marcial-de-cobra-
kai.ghtml
Regras do caratê (karate)
Regras do caratê (karate)
Há várias regras que devem ser seguidas no
caratê, tanto durante o treino, para os
praticantes, quanto nas competições, para os
atletas. No tatame, os alunos devem seguir
as seguintes orientações:

Ÿ mantenha a higiene pessoal e do seu


quimono;

Ÿ não é permitido usar o quimono como


vestimenta de passeio, ele deve ser usado
somente em treinos e competições de caratê;

Ÿ entre sempre no local de treino com pés e


mãos limpos e unhas bem cortadas;

Ÿ não use anéis, brincos, pulseiras, relógios ou


qualquer acessório que possa causar
ferimentos em você e no seus companheiros
de treino;

Ÿ não ande pelo tatame sem estar


completamente vestido;
Ÿ ao entrar e sair da área de treino faça sempre
a saudação em pé ao local.

Regras do caratê (karate) nos Jogos


Olímpicos

Nas competições olímpicas, também existem


regras para o
bom desenvolvimento da luta. Na categoria de
kumite (combate), as lutas têm a duração
máxima de três minutos ou oito pontos. Em
caso de empate, vence quem aplicou o
primeiro golpe.

Confira o esquema de pontuação do caratê:

Ÿ Yuko (1 ponto): Acertar um soco no rosto ou


no tronco do oponente.

Ÿ Waza-ari (2 pontos): Acertar um chute no


tronco do oponente.

Ÿ Ippon (3 pontos): Acertar um chute na cabeça


do oponente, ou acertar um soco subsequente
a uma rasteira ou outro golpe.

Já na competição de kata, são os juízes que


definem quem fez a melhor apresentação.

Objetivos do caratê (karate)

O caratê, enquanto filosofia,


pretende desenvolver o corpo e a
mente dos lutadores e levá-los a um estado de
equilíbrio. Agora, enquanto luta, ganha o
lutador que fizer mais pontos até o fim do
tempo regulamentar. Também é possível haver
vencedor antes de acabar o tempo, basta que
um lutador abra oito pontos de vantagem
sobre o outro.

Pontuação no caratê (karate)


Existem três maneiras de o carateca pontuar:

Ÿ atacar o oponente primeiro;

Ÿ esperar o ataque do adversário e antecipar a


sua tarefa ofensiva com um golpe;

Ÿ defender o golpe e contra-atacar.

Estilos de caratê (karate)

Os praticantes de caratê desenvolveram vários


estilos de luta; podemos citar como exemplos:

Ÿ shotokan;

Ÿ goju-ryu;

Ÿ shito-ryu;

Ÿ wado-ryu;

Ainda há outros modelos de prática do caratê,


eles se diferenciam principalmente devido ao
estilo de luta e à filosofia empregada nas
aulas. Além dessas categorias, o caratê
também tem duas modalidades de
competição: o kata e o kumite.

Ÿ O kata é uma apresentação solo de


movimentos
decorados, inclusive o kata dos atletas está
diretamente relacionado à escola de caratê de
que eles fazem parte.

Ÿ O kumite é a “arte do combate”, ou seja, são


as lutas de caratê propriamente ditas.

FONTE:https://brasilescola.uol.com.br/
educacao-fisica/carate.htm

Golpes de Karatê

– Ataque com as mãos (te-waza)


Ÿ Seiken Tiudan Zuki: Soco no Estômago

Ÿ Seiken Jôdan Zuki: Soco no Rosto

Ÿ Seiken Guedan Zuki: Soco Baixo


Ÿ Seiken Ago Uti: Soco no Queixo

Ÿ Seiken Mawashi Uti: Soco Contorno


Ÿ Uraken Shômen Uti: Soco invertido Frontal

Ÿ Uraken Shita Uti: Soco invertido no Estômago

Ÿ Hiji Uti: Cotovelada no Rosto

Ÿ Hiji Uti – Oroshi: Cotovelada para Frente

Ÿ Hiji Otoshi – Uti: Cotovelada de Cima para


Baixo

Ÿ Shuto Sakotsu – Uti: Cotovelada na Clavícula

Ÿ Shuto Yoku Uti: Cotovelada na Frente

Ÿ Shuto Uti – Uti: Gancho no Pescoço

Ÿ Shotei Uti – Komi: Ataque Palma da Mão

– Defesa com as mãos (uke – waza)

Ÿ Jodan Uke: Defesa Superior para Soco

Ÿ Tiudan Soto Uke: Defesa de Fora para Dentro


Ÿ Tiudan Uti Uke: Defesa de Dentro para Fora

Ÿ Guedan Barai: Defesa Inferior

Ÿ Tiudan Uti Uke Guedan Barai: Defesa Dupla


(cima e
baixo)

– Ataque com os Pés (Ashi – Waza)

Ÿ Mae Keague: Chute Elevado Perna Dura

Ÿ Uti Mawashi: Chute de Dentro para Fora

Ÿ Soto Mawashi: Chute de Fora para Dentro

Ÿ Kin Gueri: Chute Baixo (Ponto Vital)

Ÿ Hiza Gueri: Joelhada Frontal

Ÿ Mae Gueri: Chute Frontal

Ÿ Yoko Gueri: Chute Lateral

Ÿ Kansetsu Gueri: Chute Lateral Baixo

Ÿ Tiudan Mawashi Gueri: Chute Contorno Parte


Mediana

Ÿ Jodan Mawashi Gueri: Chute Contorno Parte


Superior
Ÿ Ushiro Gueri: Chute para Trás

Ÿ Tobi Mae Gueri: Chute Frontal Voador

Ÿ Tobi Yoko – Gueri: Chute Voador


Ÿ Tobi Mawashi Gueri: Chute Contorno Voador

Ÿ Tobi Hiza Gueri: Chute Joelhada Voadora

Ÿ Tobi Soto Mawashi: Chute de Fora para


Dentro Voador

Ÿ Tobi Uti Mawashi: Chute de Dentro para Fora


Voador

Ÿ Ushiro Mawashi: Chute Giratório para Trás

Ÿ Kaiten – Soto Mawashi: Chute Giratório de


Fora para Dentro

Ÿ Kaiten Uti Mawashi: Chute Giratório para


Fora

FONTES:https://
www.esportelandia.com.br/artes-marciais/
golpes-de-karate/
https://brasilescola.uol.com.br/educacao-
fisica/carate.htm
As Graduações no Karate Shotokan

As Faixas

Inicialmente no sistema Kano, também usado


no Shotokan, haviam só as faixas branca (para
iniciantes) e marrom (para intermediários)
precedendo a faixa preta (destinada aos
especialistas). Foi muito tempo depois que as
faixas verde e roxa foram incluídas para ajudar
a diferenciar melhor os
estágios de aprendizado dos iniciantes. Há
muito pouco tempo vem sendo usadas outras
faixas coloridas no Japão (amarela, laranja e
azul), principalmente para estimular as
crianças. Cada país, porém, criou um sistema
próprio de classificação dos iniciantes e adotou
diferentes cores para esses estágios.

Um dos primeiros sistemas com outras cores


surgiu na Inglaterra, em 1927, elaborado por
Gunji Koizumi Sensei, que instituiu em Londres
as cores para diferenciar os Kyu. Essa ideia se
espalhou pelo mundo.

Faixas coloridas usadas pelos mudansha

As escolas de Karate que funcionavam dentro


das YMCA (ACM no Brasil) também criaram e
adotaram seu sistema. O sistema que parece
ter inspirado a classificação de cores mais
usada no Brasil, porém, foi o sistema
Kawaishi. Nesse sistema (criado pelo instrutor
de Judô e Karate Mikinosuke Kawaishi), as
cores usadas eram amarelo, laranja, verde,
roxo, marrom e, por fim, a preta. Ninguém
sabe ao certo, porém, porque os mestres
brasileiros inseriram a faixa vermelha,
destinada aos detentores de 9º e 10º Dan das
outras escolas, entre os Kyu do Shotokan do
Brasil. A hipótese que melhor explica a
sequência brasileira de cores vem das artes
plásticas: nessa área do conhecimento, é um
saber comum e banal que amarelo e vermelho
unidos dão origem ao laranja, e que verde e
roxo misturados dão origem ao marrom.
Provavelmente nossos predecessores
imaginaram que assim ficaria agradável ao
público, mas não
há explicação exata. Essas cores não tem a
ver com sistemas simbólicos orientais, então a
psicologia cromática ocidental das cores é a
hipótese principal.

Muitas discussões e opiniões sobre esses


sistemas de graduação de Karate vêm
povoando os fóruns e grupos de discussão de
Karate na internet, especialmente nas redes
sociais. O problema é que essas discussões
nunca são sobre o programa técnico dos
estágios de aprendizagem, que é o que
realmente importa e acaba se restringindo a
coisas vazias como a cor das faixas que
devem ser usadas ou que “meu mestre
mandou fazer assim”. Acabam como
discussões sem sentido iguais a conversas de
bar, sem embasamento em nenhum autor ou
programa de ensino oficial, acabando sempre
de forma improdutiva e vencidas ou
encerradas “no grito”. Quanto à definições
sobre programa técnico e sistema de
graduação no estilo Shotokan, via de regra,
deve-se observar as escolas japonesas de
Karate como a Japan Karate Association (JKA)
e a Japan Karate Shotorenmei (JKS), Karate
no Michi Federation (KWF), etc. Todas as
escolas utilizam o sistema Kyu-Dan
originalmente desenvolvido por Jigoro Kano
para a Dai Nippon Butokukai e aplicado a
todas as formas de Budo no início do século
XX. Atualmente as escolas utilizam formas
modificadas do sistema Kyu-Dan original,
como uma evolução natural do processo de
ensino-aprendizagem. Conforme as
necessidades foram aparecendo, ou outras
metodologias de ensino foram se mostrando
mais eficazes, o número de Kyu e os
programas técnicos foram alterados e
aperfeiçoados. Junto com isso em alguns
casos modificou-
se também as cores das faixas que
representavam os Kyu, o que causa em muitos
praticantes e instrutores brasileiros um
profundo calafrio na espinha.

A JKA Japão utiliza atualmente: faixa branca


para mukyu e de 10º a 9º kyu (crianças em
alguns dojo recebem a faixa amarela), 8º e 7º
faixa verde, de 6º a 4º kyu faixa roxa e de 3º a
1º marrom. No Shotokan todos os Dans usam
faixa preta, em outros estilos e outras artes
marciais japonesas (outros Budo) pode-se
usar kohaku obi (vermelha e branca) de 6º a 8º
Dan e akai obi (vermelha) para 9º e 10º Dan.

Na JKS Japão também se usa a sequência de


faixas coloridas semelhante a da JKA Japão,
exceto em alguns Dojo especializados no
ensino de crianças como o Kaishi Kids de
Tokyo. Nesse Dojo é usado faixa branca para
mukyu, amarela para 10º kyu, laranja para 9º,
azul para 8º, verde 7º, roxa de 6º a 4º kyu e
marrom de 3º a 1º. Há livros, DVDs e fotos
com essas informações publicadas, divulgando
os programas atualizados da JKA e da JKS, só
que não foram publicados no Brasil por que
aqui tudo parou na década de 1970.
Comparação entre sistemas de graduação
Kyu-Dan

O sistema original de graduações Kyu-Dan foi


desenvolvido, como mencionamos no início,
por Jigoro Kano que era o chefe da Dai Nippon
Butokukai, não por que os outros Budo
copiaram o Judo, o Judo fazia parte do mesmo
sistema. Originalmente as graduações no
Japão consistiam de
mukyu (sem classe, faixa branca), faixa
marrom (classe de intermediários) e faixa preta
(de 1º a 5º Dan). Depois foram introduzidos os
graus antigos (kodansha – de 6º a 10º Dan
para diferenciar os mestres antigos dos mais
jovens que estavam recebendo graduações de
faixa preta (yudansha). Isso ocorreu no final da
década de 1960 e houve resistência da JKA
em adotar os novos 5 Dan. Esse tipo de fato
histórico está bem registrado em livros como
“Kodokan Judo” de Jigoro Kano e “Moving
Zen” de Randal Hassel. Os estágios
intermediários de Kyu para diferenciar melhor
os faixas coloridas foram sendo inseridos aos
poucos. Primeiro a faixa roxa (às vezes azul),
e mais tarde a verde. Outras cores são
recentes no sistema japonês (sistema Kano).
Uma última curiosidade sobre esse sistema é
que na faixa das mulheres era costurada uma
fita branca no centro da faixa, de ponta à ponta
(detalharemos a seguir). Hoje em dia alguns
dojo estão usando essas faixas horizontais
para diferenciar Kyu dentro da mesma cor de
faixa. Esse sistema Kyu-Dan japonês (sistema
Kano) é composto atualmente de 10 Kyu e 10
Dan.
Outra coisa a esclarecer é o uso das faixas
dos mais altos graus. No sistema Kawaishi até
onde se sabe, cada faixa representava um Kyu
e a preta todos os Dan. Recentemente
professores europeus começaram a usar as
faixas kohaku e vermelha para kodansha do
estilo Shotokan, o que é repudiado pelas
escolas japonesas.

No Brasil o sistema adotado pelo Shotokan


pode ser chamado de Uriu-Tanaka, pois foi
desenvolvido por esses
dois mestres oriundos da Universidade de
Takushoku e alunos de Masatoshi Nakayama
que se radicaram no Rio de Janeiro. Os dois
criaram um sistema de 6 Kyu com cores
populares no Brasil, sendo essas: mukyu (faixa
branca), 6º kyu (amarela), 5º (vermelha), 4º
(laranja), 3º (verde), 2º (roxa) e 1º kyu
(marrom). As graduações Dan sempre
seguiram as diretrizes japonesas e se usou
apenas a faixa preta. Faixa kohaku e faixa
vermelha e preta (que não existe no Karate)
deveriam ser banidas do Shotokan. De resto,
as escolas tradicionais como a JKA, JKS e
organizações como a ITKF sempre
autorizaram e apoiaram o sistema Uriu-Tanaka
no Brasil, pois cada país tem autonomia para
adotar o sistema simbólico que for mais
adequado à cultura local. Vale a pena lembrar
que no Japão a faixa vermelha é a mais
avançada, concedida para o 9º e 10º Dan, e no
Shotokan do Brasil foi reduzida a uma mera
faixa de 5º Kyu. Essa “desvalorização” também
ocorreu com o modelo esportivo, já que a
World Karate Federation adotou oficialmente a
partir do ano de 2004 não apenas os
protetores, mas também as faixas azul e
vermelha para competidores (excluindo o uso
das faixas normais de graduação Kyu-Dan).

Além da simbologia das cores que tem


impacto maior ou menor em cada cultura local,
há outra razão para a forma como o número
de Kyu foi aumentando ao longo do tempo. No
Japão a razão principal está certamente na
ideia de que “tudo tem o seu lugar”, como nos
ensina a antropóloga americana Ruth Benedict
em seu célebre “O Crisântemo e a Espada”.
Ou seja, foi uma forma de reforçar a
hierarquia, deixando bem claras as posições
de cada membro da
comunidade de praticantes. No ocidente,
apesar desse item também ter seus efeitos, no
passado e ainda mais no tempo presente, o
maior número de faixas funciona como
recompensa extrínseca. Essas recompensas
são usadas pelos instrutores como forma de
estímulo aos estudantes. Com a crescente
americanização da cultura nipônica esse efeito
se vê presente também nas crianças
japonesas.
Apesar dos vários tópicos importantes a se
pensar, dentre eles programa técnico,
habilidades motoras e estratégias que se quer
ensinar em cada estágio, o crescimento moral
dos alunos e a mercantilização da prática, se
perde tempo discutindo outras coisas quase
irrelevantes. Há uma grande discussão em que
os instrutores estão mais preocupados com a
cor da faixa do que com o conteúdo
programático de cada Kyu, ou seja,
preocupam-se com aparências e não com o
que aplicar de programa técnico e qual
metodologia de ensino utilizar. Na maioria dos
casos nem sabem exatamente o que ensinar e
cobrar em cada faixa e nem mesmo o porquê
das cobranças. É como se ficassem se
debatendo na escolha do título correto de uma
redação que nem foi escrita (ou que está bem
mal escrita). Há muito ainda o que se avançar
em termos de qualificação técnica e
acadêmica e melhor estruturação do ensino,
das qualificações e das competições do Karate
brasileiro. Evolução demanda mais estudo e
mais qualificação, aspectos precários da
atualidade.
Listras e Fitas nas faixas

As faixas com uma linha branca bem no meio


que alguns estilos usam servem para
diferenciar um Kyu pro outro.
Originalmente, no Judô, as faixas dos homens
eram da cor cheia e a das mulheres era da
mesma cor, porém com a fita no meio, pois
elas eram menos exigidas em exames de
graduação, nos treinamentos e por um tempo
não puderam competir. Isso foi uma herança
da mentalidade higienista do início do século
XX. Com a revolução feminista muitas coisas
mudaram e uma das coisas a ser
abandonadas no Judô foi a fita no meio da
faixa, pois passou a ser vista como uma forma
de evidenciar que a mulher era inferior ao
homem na arte marcial. Recentemente, com
os sistemas incluindo cada vez mais Kyu e a
escala de cores das fábricas restritas, vem se
usando ou a fita no meio ou faixas com duas
cores para a diferenciação das classes.

Outros utilizam fitas para marcar o seu Dan na


faixa, mas isso tecnicamente não existe no
Karate Shotokan.

Graduações ofertadas

Sim, existem no Karate as graduações


ofertadas, que são graduações dadas para
alguém por mérito, falecimento ou outro
motivo.
Abaixo estão as graduações ofertadas
conhecidas:

1 – Meiyo-Dan (名誉段)

Um faixa preta honorário, um título que é


oferecido à pessoa que contribui para a
divulgação do Karate, em sua maioria não são
praticantes de karate, neste caso sua
graduação não permite examinar ou lecionar;
2 – Suisen-Dan (推薦段)

Grau por antiguidade do praticante, em que ele


treina regularmente, mas não possuindo nível
técnico para receber uma faixa preta, mas
recebe a faixa preta como reconhecimento ao
seu empenho.

3 – Jitsuryoku-Dan (実力段)

Quando um karateca é aprovado oficialmente


para a faixa preta, se dá o nome de Jitsuryoku-
Dan (実力段). Nas escolas tradicionais apenas
um Jitsuryoku Yudansha (有段者)/Kodansha (高段
者) pode examinar alunos para novos graus
Kyu e Dan, ser instrutor pago para dar aulas e
árbitro em competições oficiais.

FONTE:https://shinjigenkan.com.br/as-
graduacoes-no-karate-shotokan/

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