Tese KANEKO Marques O PROCESSO DE RE CONSTRUCAO DA PRATICA PEDAGÓGICA EM FORMAÇÃO INICIAL
Tese KANEKO Marques O PROCESSO DE RE CONSTRUCAO DA PRATICA PEDAGÓGICA EM FORMAÇÃO INICIAL
Tese KANEKO Marques O PROCESSO DE RE CONSTRUCAO DA PRATICA PEDAGÓGICA EM FORMAÇÃO INICIAL
CDU - 811.111:371.13
BANCA EXAMINADORA
TITULARES
SUPLENTES
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Teresa e Shigeru, pelo amor, pela vida, pelo constante incentivo aos
meus estudos e por terem me ensinado o valor do trabalho e da educação.
À minha irmã, Emília, por todos os momentos de cumplicidade e pelo carinho fraternal.
Ao meu marido, Rodrigo, por seu amor e apoio, pelos inúmeros conselhos e pela imensa
compreensão e extrema paciência.
À Profa. Dra. Maria Helena Vieira Abrahão, pelos ensinamentos e experiências que
permitiram a (re)construção de meus conhecimentos sobre a formação de professores de
línguas.
Aos professores doutores Douglas Altamiro Consolo e Marta Lúcia Cabrera Kfouri
Kaneoya, pela leitura criteriosa na qualificação e pelas valiosas sugestões para o
aprimoramento desta tese.
Aos professores doutores José Carlos Paes de Almeida Filho e Nelson Viana, que
aceitaram compor a banca examinadora, pelos conhecimentos construídos e pelas
sugestões feitas para o aperfeiçoamento deste estudo.
À Profa. Dra. Vanice Maria Oliveira Sargentini, pelo auxílio e pela orientação nas
leituras em Análise do Discurso.
As amigas Larissa Marise e Gisele Frighetto, por serem minhas grandes confidentes e
companheiras em diversos momentos da minha vida.
iv
Aos amigos Kleber, Ana Cristina, Fátima, Cláudia, Guilherme e Stefanie, pelos bons
momentos de descontração e de desenvolvimento profissional e acadêmico.
À minha sogra, Maria da Graça, pelas inúmeras vezes em que me acolheu em sua casa e
em que foi ao Ibilce para entregar ou pegar documentos e textos.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................1
Objetivos.................................................................................................................. 9
Justificativa............................................................................................................ 11
Antecedentes da Pesquisa...................................................................................... 16
Organização do Trabalho....................................................................................... 19
Professores........................................................................................................... 117
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................183
APÊNDICES .............................................................................................................205
ANEXOS ...................................................................................................................214
(2001), Gimenez (2005), Bailey (2006), Crookes (2009), Golombek (2009) e Vieira-
QUADRO 11. Objetivos Gerais das Disciplinas de Prática de Ensino 1 (2008) ........... 92
QUADRO 13: Objetivos Gerais das Disciplinas de Prática de Ensino 2 (2009) ........... 97
................................................................................................................................... 102
Curso.......................................................................................................................... 112
................................................................................................................................... 187
x
LISTA DE ABREVIATURAS
AP - Aluno-Professor
PF - Professor-Formador
PQ - Pesquisadora
PE - Prática de Ensino
MC - Minicurso
LE - Língua Estrangeira
LI - Língua Inglesa
LM - Língua Materna
xi
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
2
Zeichner (2008, p.539) como aquela que envolve “o reconhecimento de que os professores
devem exercer, juntamente com outras pessoas, um papel ativo na formulação dos
fornecer subsídios para análises de problemáticas frente aos diversos contextos histórico-
apontada por Gimenez (2005), tem sido adotada como aquela que viabiliza a articulação de
aprendizagem de línguas, uma vez que a prática reflexiva pode oferecer subsídios ao
que tanto em cursos de formação inicial quanto em educação continuada, uma postura
acerca do conceito de professor reflexivo deram início a uma intensa busca por uma
superficialmente permite uma interpretação ingênua, fazendo com que a pesquisa sobre a
complexidade das problemáticas encontradas nas realidades escolares. Tal fato tende a
teoriza por meio de recursos como a observação, análise e avaliação de seu trabalho, tendo
(1998), Celani (2000), Vieira-Abrahão (2001), Claus (2005), Arantes (2006), Batista
1
De acordo com Kumaravadivelu (2003, p. 33), a condição pós-método “significa uma busca por uma
alternativa para o método ao invés de um método alternativo” na qual o professor tem a autonomia e
capacidade de se envolver na produção de conhecimento acerca de seu contexto de ensino.
4
associados.
Para tanto, é preciso que os currículos de tais cursos ofereçam o devido tempo e espaço
acerca do ensino fundamentados na prática, com base em concepções teóricas que sejam
pelos alunos-professores ainda em processo inicial de formação profissional, para que eles
compreendam, por meio da reflexão, que contextos distintos têm suas racionalidades
discutido por Tudor (op.cit.) e Birch (2009). Ao tomar consciência das diversidades
presentes em cada contexto de ensino por meio da prática reflexiva, o professor tende a
sua prática pedagógica com um olhar detalhista, que dificilmente seria realizado por
2
Compreendemos diversidade como as especificidades contextuais referentes ao planejamento e organização
curricular/escolar, assim como as necessidades do corpo docente/discente. Já as adversidades são vistas
como questões problemáticas e obstáculos presentes no cotidiano escolar.
5
produtor de conhecimento sobre sua prática e não somente ser consumidor de teorias
geradas por um pesquisador externo, não familiarizado com o contexto de ensino em que
sistematização teórica deve ser articulada com o fazer e todo fazer articulado com a
reflexão”.
um processo (re)criador, deixando de ser uma disciplina para a transferência e/ou aplicação
de teorias, uma vez que é o eixo articulador da teoria-prática (PICONEZ, 2002). Assim, a
formação inicial docente envolveria uma dimensão reflexiva, atuante entre os aspectos
dissociação dos saberes teóricos e práticos ainda é reincidente, o que deixa de oferecer
para compreender seu papel enquanto futuro educador num dado contexto educacional. Já
comprometimento com a relação coerente entre teoria e prática por meio da reflexão, é
necessário também construir outras competências mais específicas para o trabalho docente.
principal instrumento para o ensino de línguas, como apontado por Vieira-Abrahão (1999)
e Claus (2005). Além desse conhecimento, outra competência deve ser igualmente
Espera-se ainda que tais conhecimentos sejam atrelados a uma competência teórica,
definida por Almeida Filho (1997a, p.17) como “conhecimentos teóricos formalizados,
dessas competências, por meio da competência aplicada prevê-se que o docente seja capaz
de ensinar de maneira crítica, agindo segundo uma competência teórica. Dessa maneira, o
alvo, dos saberes da experiência e da prática, bem como de conhecimento teórico que o
capacite a explicar sua prática pedagógica e a refletir criticamente sobre ela, buscando
desenvolver maneiras que a tornem mais eficiente num dado contexto de ensino e
Dessa forma, as disciplinas de Língua Inglesa ministradas em tal contexto tinham como
3
Mais detalhes acerca da organização curricular do curso na seção 1.3. O contexto de pesquisa.
7
Foi possível afirmar que, por intermédio das análises de planos de ensino, em suas
documentos oficiais para os cursos de formação de docentes. Por meio dos resultados
obtidos, indicou-se que o diário poderia ter atuado de forma significativa para que alunos-
professores de LE, pois poderiam estimular a prática reflexiva sobre as teorias de ensino e
processo formativo, num âmbito teórico e descritivo, isto é, os dados analisados foram
pautados num nível discursivo, uma vez que se basearam nos relatos de alunos-professores
Por outro lado, o presente estudo teve como principal objetivo investigar a prática na
pedagógicas, que significados poderiam ser atribuídos a tais ações e quais as justificativas
quarto e quinto (penúltimo e último) anos do curso, período de oferta das disciplinas de
Prática de Ensino, com vistas a observar como se dava o processo de (re) construção da
mestrado. As aulas por eles ministradas nos estágios das disciplinas de Prática de Ensino
foram observadas, para buscar elementos que pudessem contribuir para a compreensão dos
fatores constituintes das tomadas de decisão em sala de aula frente às variáveis encontradas
Objetivos
acerca do ensino e aprendizagem de línguas, um dos objetivos principais deste estudo foi
intuito de compreender como eles avaliam suas ações pedagógicas, que significados podem
ser atribuídos a tais ações e quais as justificativas para as tomadas de decisão e resolução
Dessa maneira, para observar como se deu esse processo dinâmico de (re) construção
e 2?
3.1) Que significados podem ser atribuídos aos seus procedimentos e ações em sala de
aula?
3.2) Que justificativas são apresentadas pelos alunos-professores para tais ações?
Tendo em mente essas questões, este estudo se norteou pela tese 4 de que habilidades
contemporâneo de ensino de LEs. Para tanto, nos pautamos em leituras de cunho teórico,
investigada.
4
Consideramos relevante ressaltar que nossa compreensão de tese orientadora se distancia da concepção de
hipótese em pesquisas experimentais, testadas por meio da utilização de categorias preexistentes pelo
pesquisador antes de sua entrada e coleta de dados no campo de investigação (LARSEN-FREEMAN; LONG,
1991; ERICKSON, 1991).
11
Justificativa
como as de Magalhães (1998), Celani (2000), Vieira-Abrahão (2001, 2006a, 2007) e Gil
(2005) já haviam indicado alguns dos problemas em cursos de formação inicial, tais como
a visão dissociada entre teoria e prática, que acarretaria a falta de oportunidades para se
alvo.
Para que haja uma integração coerente entre teoria e prática, além do estímulo ao
necessário que essa formação forneça os recursos e ferramentas 5 para que os professores
docente.
Básica, nos quais se inserem as Licenciaturas em Letras, tais cursos seriam responsáveis
atuação.
5
Nossa compreensão de instrumento e/ou ferramenta empregada aqui é vista como subsídio, e difere da visão
tecnicista que prescreve o uso de técnicas a serem implementadas na prática docente.
12
Conforme aponta Claus (2005, p.4), é preciso que sejam realizadas mais pesquisas
nesse âmbito, que tragam novos olhares para a questão da formação de professores de LE,
pois se espera que com cursos engajados na construção de uma postura crítico-reflexiva,
as críticas em relação aos cursos de Letras “sejam amenizadas e que esse novo olhar
precariedade de cursos de formação inicial, que em muitos casos, formam professores que
2007). Dessa maneira, tendem a contribuir para a perpetuação da baixa expectativa quanto
a qual, de forma geral, ainda se encontra distante de uma situação desejável, devido a
(ALMEIDA FILHO, 2006). O autor ainda ressalta outras questões problemáticas como a
De acordo com o referido autor (op. cit, p.12-13), o professor profissional é aquele
específicos e prioriza “os princípios ético-morais que impregnam sua ação laboral”. Dentre
profissionalismo docente:
Constrói-se, também, pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor,
confere à atividade docente no seu cotidiano a partir de seus valores, de seu
modo de situar-se no mundo, de sua história de vida, de suas representações, de
seus saberes, de suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida ser
professor.
inicial passem a conceber seu papel como educadores, preocupados não somente com o
processo de ensino e aprendizagem de sua sala de aula de LE, mas envolvidos com as
Sabe-se que a prática pedagógica do professor profissional é aquela norteada por uma
abordagem ou filosofia de trabalho, ou seja, por seu ideário sobre o que é o ensino e como
p.11). É importante que tal abordagem ainda seja permeada pela prática efetivamente
Estudos de Hiebert et. al. (2007) argumentam que cursos de formação que têm como
relacionados ao trabalho docente, podem vir a oferecer melhor preparação para a prática
profissional, devido à importância dada ao conceito de autonomia, uma vez que os futuros
professores podem ser estimulados a continuar aprendendo sobre sua prática e a partir dela,
14
professor passa a tomar a sala de aula não só em sua totalidade, devido aos aspectos
suas ações pedagógicas, que significados podem ser atribuídos a tais ações e quais as
início do curso.
disciplinas referentes à Prática de Ensino em outras instituições formadoras, uma vez que
professores de línguas.
16
Antecedentes da Pesquisa
O interesse pelo contexto desta pesquisa é advindo de minha experiência como aluna,
período de 2004 a 2006. A motivação para esta pesquisa será apresentada segundo
(VILAÇA, 2010).
uma universidade pública paulista. Um dos critérios de avaliação dessa disciplina era
realizar uma pesquisa de campo e apresentá-la sob a forma de artigo científico. Na ocasião,
decidi realizar uma investigação no curso de Letras em que havia me formado, procurando
analisar a opinião dos alunos sobre o curso, com o objetivo de buscar quais eram os
cursos de mestrado, devido à falta de um trabalho de conclusão de curso. Além disso, eles
Em 2004, foram feitas algumas alterações na estrutura curricular do curso para atender
6
Para Josso (2004, p.130) a abordagem autobiográfica faz “parte do processo de formação; ela dá sentido,
ajuda-nos a descobrir a origem daquilo que somos hoje. É uma experiência formadora que tem lugar na
continuidade do questionamento sobre nós mesmos e de nossas relações com o meio”, sendo norteado por
acontecimentos, situações, vivências e reações. Telles (2002a, p.18) considera que a pesquisa narrativa
fornece “o contexto necessário para que os professores se tornem, ao mesmo tempo, agenciadores de suas
reflexões e autores de suas próprias representações, em um processo no qual eles são convidados a reverem e
organizarem suas experiências pedagógicas e de vida”.
17
de língua inglesa, de forma gradual e concomitante. Assim, segundo tal proposta, por meio
lecionava e, ao fim do semestre, pude constatar que havia obtido resultados significativos
pesquisa de mestrado com tais diários, aplicando-os pela segunda vez na mesma disciplina
na forma dialogada. Em 2007, ao fim da investigação, foi possível notar que os diários
Dessa forma, frente a essa limitação, decidi continuar pesquisando sobre tal contexto
compreender como eles avaliavam suas ações pedagógicas, que significados poderiam ser
Dessa maneira, esperava que esta pesquisa pudesse ampliar não somente meus
horizontes em relação a esse grupo de alunos-professores, que percorreu toda a nova grade
Organização do Trabalho
Este estudo está organizado em três capítulos, além desta introdução. O primeiro
descrições dos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas de Prática de Ensino. Além disso,
Kumaravadivelu (2006, 2005, 2003), Tudor (2001), entre outros. Posteriormente, tratamos
Golombek (2009), Graves (2009), Crookes (2009), Gebhard (2009), Vieira (2009),
Pimenta (2009), Bailey (2006), Fávero (2002), Kenski (2002), dentre outros.
que visa responder a primeira pergunta de pesquisa, sobre como é tratada a formação
como principal objetivo responder a segunda questão norteadora desta investigação, sobre
como os alunos-professores avaliam suas ações pedagógicas, que significados podem ser
problemas.
CAPÍTULO I
METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
22
coleta de dados e os procedimentos tomados para a análise e discussão dos dados, para
sejam descritos. Por fim, serão apontadas algumas dificuldades encontradas que vieram a
desenvolvida pode ser caracterizada como qualitativa, de base etnográfica, visto que está
De acordo com Erickson (1991, p.338), a investigação qualitativa pode ser vista como
questionários e notas de campo. De acordo com a autora (op.cit.), tais instrumentos são
análise das ações de professores e alunos em sala de aula”, ou seja, voltada para o sentido
Com base nesse referencial, pode-se, portanto, caracterizar este estudo como
qualitativo, de base etnográfica, uma vez que abordaremos a formação inicial, focalizando
quinto anos de um curso de Letras em 2008 e 2009, nas disciplinas de Prática de Ensino
organizados nos quadros seguintes, de acordo com seus propósitos e fases de realização:
24
PRIMEIRA FASE
AS AULAS DE PE PROPÓSITOS
Planos de ensino das disciplinas de Estágio Levantamento dos objetivos e do referencial
Supervisionado e Orientação para a Prática teórico da disciplina.
Profissional em Língua inglesa 1 e 2
Observação de aulas durante o semestre 7 Descrição do processo de desenvolvimento
INSTRUMENTOS
7
Em se tratando de um curso noturno, grande parte dos alunos-professores concilia trabalho e estudo, o que
inviabiliza a realização dos estágios fora do horário reservado para as aulas na universidade. Devido a este
fato, na primeira parte do semestre, as aulas de PE são ministradas na universidade; já na segunda metade do
semestre, os alunos são dispensados para a realização dos estágios.
25
SEGUNDA FASE
AS PRÁTICAS DE ENSINO PROPÓSITOS
(REDE PÚBLICA)
Observação de aulas e acompanhamento de Estudo das atividades propostas,
alunos-professores nas escolas da rede autoavaliação de desempenho e reflexão
pública. sobre a prática pedagógica de alunos-
professores.
Relatórios de observação e regência dos Análise da reflexão sobre a prática de ensino
alunos-professores. observada e realizada.
Anotações de questões relevantes com
Notas de campo.
INSTRUMENTOS
O período de coleta foi dividido em duas fases e os dados fornecidos por cada
primeira fase de realização da pesquisa era responder à primeira pergunta deste estudo, que
tomadas como dados primários, os quais foram triangulados com os planos de ensino da
obtidas por meio de entrevista (gravada em áudio), e com as visões sobre a disciplina e a
26
complementares.
visionamento referentes a tais aulas, e os relatórios de estágio, tendo como dados primários
Tais instrumentos foram utilizados neste estudo, uma vez que, por meio deles, foi
tomou-se por base os seguintes critérios: a produção escrita dos alunos; a produção oral
27
dos mesmos durante as interações em sala de aula e os anos de instrução formal para
língua inglesa e distintas experiências no ensino da língua-alvo e/ou língua materna, suas
mestrado, pois buscamos envolver o mesmo grupo de alunos-professores, para que fosse
regência em duplas. Assim, nos dois semestres de coleta de dados, os alunos se parearam
de forma distinta, o que fez com que o número inicialmente previsto de participantes
sofresse algumas alterações 8 . Dessa maneira, foram analisados os dados de quatro duplas
habilitação para língua inglesa, com duração de cinco anos, oferecido no período noturno
por uma universidade pública localizada no interior paulista. O referido curso de Letras
vem há mais de dez anos formando professores de língua portuguesa, literaturas brasileira
8
Mais informações sobre as alterações nas duplas de alunos-professores participantes da pesquisa, na seção
1.10. As Dificuldades Encontradas.
28
Ensino.
Em 2004, o contexto desta investigação teve alterações relevantes no que diz respeito à
9
Disponível na página da universidade. Acesso em 16 de julho de 2009.
10
Disponível na página da universidade. Acesso em 19 de agosto de 2006.
29
Além da inclusão da prática como componente curricular que deveria ser contemplada
ao longo do processo formativo dos professores, houve aumento da carga horária reservada
pública e realizar a prática de ensino que se subdividia em duas partes: regência na rede
Para tanto, o curso investigado incentiva a pesquisa realizada por alunos de graduação por
meio de iniciação científica apoiada por agências de fomento e pela universidade. Além
curso. Tais trabalhos têm como objetivo estimular os alunos-professores a refletirem sobre
30
questões pertinentes a sua futura prática profissional, além de oferecer oportunidades para
que eles possam se preparar para dar continuidade aos estudos em nível de pós-graduação,
inglesa. De acordo com a grade curricular anterior, descrita por Abreu-e-Lima e Margonari
(2002), os primeiros anos do curso enfatizavam aspectos básicos de língua e cultura, para
movidos pelo objetivo de levar os futuros professores a novas reflexões que pudessem
conteúdos, para que houvesse uma inter-relação dessas competências, visando à construção
Assim, as disciplinas da área de língua inglesa na nova grade curricular têm o intuito
curso. Por meio de conteúdos sobre a profissão docente e sobre o processo de ensino e
conscientes de suas funções como educadores. Ainda de acordo com Emidio (op.cit, p.58),
Donadio (2007, p.33), que igualmente descreveu tal contexto em sua investigação de
Com base nesses estudos, podemos afirmar que todas as disciplinas 11 do curso da área
Além disso, no período de coleta de dados desta pesquisa (2008 a 2009), a área de
11
Ementas e objetivos das disciplinas, transcritos de Donadio (2007, p.88-97), estão listadas no anexo 9, p.
234. As informações sobre as disciplinas referentes à Prática de Ensino se encontram nos anexos 1 e 2, p. 214
e p. 219.
32
oportunidades para a participação como professores e/ou monitores nos seguintes projetos
parceria com uma empresa, ensino de inglês para crianças da rede pública e ensino de
em Língua Inglesa 1
Língua Inglesa 1 é oferecida aos alunos do 8º período do curso de Letras e tem oito
créditos no total, sendo um teórico, um prático e seis créditos reservados para a realização
dos estágios. As aulas eram distribuídas em duas aulas semanais, com aproximadamente 4
gravação de aulas, a partir das aulas previstas na disciplina, feitas no segundo semestre de
2008:
33
É importante ressaltar que o primeiro dia de aula não foi observado para que o
trocados com o professor responsável pela disciplina. Na realidade, esse contato inicial
então responsável pela disciplina, não teve seu contrato renovado pela instituição. Dessa
forma, foi necessário entrar em contato novamente com outro professor 14 que lecionaria a
Quanto às três aulas subsequentes, optou-se por não gravá-las para que os alunos-
12
A partir dessa data, as aulas passaram a ser ministradas apenas às sextas-feiras, pois os alunos que
trabalham durante o dia teriam a oportunidade de realizar os estágios na terça-feira.
13
A partir desse dia, as aulas passaram a ser ministradas quinzenalmente às sextas-feiras.
14
Ressaltamos que se trata do professor responsável pelas disciplinas em 2008 e 2009.
34
alunos frente a tais questões. Optou-se pela inclusão da reação dos aprendizes nas notas de
campo devido ao fato de que em se tratando de uma sala de aula, alunos e professores
constroem uma dinâmica particular sob a influência das ações do professor e das reações
Com base nas notas de campo da pesquisadora, os tópicos e temas discutidos nas dez
aloud e reading for meaning) e sobre as relações e diferenças entre estruturas e funções
comunicativas no ensino e aprendizagem de línguas, com base nos textos enviados aos
orientações gerais sobre os estágios (roteiro para o diário de estágio, para reflexão sobre a
prática docente, para entrevista com o professor e para questionário dos alunos). Assinatura
15
Os contratos de pesquisa visam atender aos princípios éticos no desenvolvimento da pesquisa, fornecendo
à pesquisadora, consentimento formal e dando aos participantes a liberdade para desistir da participação,
como defendido por Celani (2005). Ver contratos de pesquisa nos apêndices 1 e 2, p.205 e p.206.
16
Ver questionário completo no apêndice 4, p.208.
17
Ver roteiro para observação de aulas no apêndice 3, p.207.
35
formador que envolvia uma breve visão de métodos, técnicas e abordagens de ensino como
comunicativa.
(2008).
substituições) e estágio remunerado (questão levantada por um dos alunos sobre o lugar
18
Ver texto utilizado para as discussões em sala de aula no anexo 8, p.231.
36
10) Fechamento dos relatos das experiências nos estágios, orientações para a entrega
dos relatórios finais e para a elaboração dos minicursos para o semestre seguinte e
Nas aulas iniciais, em que as instruções para a realização dos estágios foram dadas, o
observação e/ou regência, observando as aulas dos professores da rede nos meses de
setembro a dezembro, sendo obrigatório reger uma aula pelo menos. O restante deveria ser
negociado com o professor da escola, sendo que o estagiário deveria explorar ao máximo
essa experiência com o cotidiano escolar, ou seja, auxiliando o professor, atuando como
Quanto ao componente prático inserido na disciplina, além dos estágios na rede pública
uma discussão sobre técnicas, métodos e abordagens durante as aulas iniciais da disciplina
especificidades do contexto de escola pública, foram incluídos por meio dos relatos de
experiências dos alunos, feitos sob a forma de diários quinzenais reflexivos, enviados ao
estágio era composto pelos dados da escola, do professor e dos alunos, assim como por
19
Ambiente virtual de aprendizagem utilizado pela universidade.
37
para as aulas que não estavam previstas no plano de ensino, como, por exemplo, a proposta
de análise de material didático foi substituída pela análise das propostas curriculares para o
pesquisadora ao longo da análise dos dados referentes às aulas e aos planos de ensino.
em Língua Inglesa 2
Língua Inglesa 2 foi oferecida aos alunos do 9º período do curso de Letras, no primeiro
semestre de 2009, tendo quatro créditos no total, sendo um teórico, um prático e dois
relacionadas à prática de ensino e a reação dos alunos frente a tais questões. Tal recurso foi
utilizado para que apenas os acontecimentos relevantes para esta investigação fossem
20
Ver roteiro para observação de aulas no apêndice 3, p.207.
38
Pelo cronograma apresentado, dos doze encontros previstos para o semestre, foram
Com base nos registros das aulas observadas nas notas de campo, no primeiro dia de
aula foi feita uma apresentação do plano de ensino para o esclarecimento dos objetivos
gerais, dos critérios de avaliação e do cronograma da disciplina. Além disso, foram dadas
inglesa, que poderia ser oferecido para a comunidade universitária e/ou externa, isto é,
21
A aula 1 não pode ser gravada, devido ao mau funcionamento da filmadora da pesquisadora. As aulas 2 e 3
foram gravadas em áudio na ausência do equipamento de vídeo.
22
APs-Alunos-professores.
39
semestre e explicou as atividades a serem feitas pelos APs na disciplina, sendo elas:
de aula);
dupla de alunos para que eles fizessem um levantamento bibliográfico para apresentar um
conduzissem as discussões em sala de aula. As apresentações seriam feitas nas duas aulas
8) Correção e feedback;
minicursos que iriam propor. Ao fim das escolhas de temas e duplas, PF iniciou uma
1) Parents usually correct young children when they make grammatical errors.
3) The earlier a second language is introduced in school programs, the greater the
discussões sobre “ensino de língua inglesa para crianças”, as APs encarregadas de conduzir
culturais no ensino de língua inglesa. No seminário sobre o “ensino comunicativo por meio
apresentado em contextos da rede pública. Uma das APs que apresentaram tal tema fazia
aprendizagem”, houve uma discussão sobre a questão da compreensão dos diferentes tipos
consciência de quais são seus estilos e estratégias. No tópico sobre “avaliação do aluno,
exemplos de implementação na aula de LE. Por meio do tema “ensino de língua inglesa
tipos de feedback.
estágio e roteiro de elaboração de relatório final, pediu que os APs presentes relatassem
42
como estava sendo a experiência de seus respectivos minicursos e em seguida, eles foram
dispensados.
universidade que visava ao ensino e aprendizagem de língua inglesa por meio de tarefas
Outra aluna (AP 4) informou que seu envolvimento com o estágio naquele semestre
estava sendo uma oportunidade para seu próprio desenvolvimento linguístico na língua-
alvo e descreveu sua participação nas aulas do minicurso com sua parceira, AP 1, que
dos relatos dos APs, o professor-formador repetiu as orientações dadas nos primeiros dias
de aula sobre a elaboração dos relatórios finais de estágio, que deveriam ser compostos
do semestre e entregues via e-mail. Além dos diários, os relatórios deveriam conter uma
desenvolvido nas aulas, a avaliação dos APs sobre as aulas dadas e reflexões gerais sobre
seguinte, pois tal dia ficaria reservado à entrega dos relatórios finais de estágio.
43
intuito do questionário foi verificar quais eram suas concepções sobre ensino e
disciplina e suas opiniões sobre o curso de Letras. Para tanto, as perguntas foram
motivação pelo curso de Letras e o percurso profissional dos futuros professores serão
24
Ver questionário completo no apêndice 4, p.208.
44
Nota-se que os anos de estudo em língua inglesa variavam de dois a oito anos e os
particulares, sendo que apenas um aluno teve contato formal com a língua inglesa somente
na escola pública.
e/ou monitores, sendo que sete deles atuavam no ensino de língua inglesa em contextos
fundamental e médio. Esse perfil de alunos que concilia trabalho e estudo é recorrente pelo
Outro fator relevante sobre o percurso profissional desses oito alunos-professores com
experiência prévia de ensino é que sete deles atuavam ou já haviam atuado em projetos de
extensão universitária, como professores e/ou monitores em língua inglesa e/ou materna.
desenvolvido.
1.7. O Professor-Formador
Ensino no curso de Letras investigado desde 2002. Sua área de atuação e principais linhas
formação de professores no curso em estudo será brevemente discutida, uma vez que tais
25
Ver roteiro da entrevista no apêndice 5, p.210.
47
1 A Prática de Ensino deve levar a uma aprendizagem também, não só, é uma
2 aprendizagem prática, mas é que tem uma reflexão sobre ensino (...). (Os alunos)
3 sejam envolvidos em uma atividade que tenha uma perspectiva reflexiva sobre o
4 processo de ensino e aprendizagem de línguas.
(Excerto 1. Entrevista com PF).
de ensino e aprendizagem.
1 Eu acho que em primeiro lugar, eu acho que essa competência teórica, eu acho
2 que tem que ter sim, mas eu acho que uma das habilidades, é saber a língua, não
3 como um nativo, mas ter um nível pelo menos intermediário, eu acho que a
4 competência linguística é primordial, porque é ela que dá a segurança pra, pro
5 professor. É a base, é o conteúdo, então (...) eu acho que se eu tivesse que fazer
6 um ranking, eu colocaria a competência linguístico-comunicativa andando junto
7 ali com a competência teórica. (...) Eu acho que nossos alunos têm condições, Eu
8 acho que ele tem que usar de todas as técnicas, porque eu acho que é adequar um
9 pouco ao perfil do aluno, ao perfil da sala. O Prabhu dizia que o professor tem
10 que adequar, não é isso? Também à situação, porque geralmente os métodos vêm
11 de cima pra baixo e (...) acho que pede um pouquinho de bom senso do
12 professores.
(Excerto 2. Entrevista com PF).
Destacamos que os alunos dos minicursos oferecidos pelos APs assinaram um termo de
Para as descrições e análises das aulas ministradas pelos APs, nos minicursos do primeiro
semestre de 2009, foram utilizadas as gravações em vídeo das aulas e das sessões de
pelos APs. Uma cópia da aula gravada era entregue aos alunos-professores, à qual
deveriam assistir juntos e trazer questões para serem discutidas com a pesquisadora. Após
cada aula observada e gravada, eram feitas as sessões com os APs, de forma que as
26
Ver termo de participação ao fim deste estudo, no apêndice 8, p.213.
27
Ver roteiro de observação de aulas de APs, no apêndice 7, p.212.
49
reflexões sobre sua prática pedagógica pudessem ser realizadas continuamente, ao longo
dos minicursos.
têm como objetivo principal levantar questionamentos sobre as próprias ações pedagógicas
e propiciar a conscientização dos participantes sobre tais ações, por meio da observação de
aulas gravadas em vídeo, feitas por professores e/ou alunos. Salientamos que, por conta de
conscientização do professor sobre suas ações em sala de aula. Essas discussões e reflexões
trabalho docente, como defendem Vieira (2009), Vieira-Abrahão (2007) e Bailey (2006).
28
Ressaltamos que o conceito de supervisão pedagógica será aprofundado na seção 2.2 A Prática de Ensino
na Formação Inicial de Professores, no capítulo seguinte, reservado à apresentação e discussão do aporte
teórico utilizado nesta pesquisa.
50
Nesta seção, cada um dos documentos que compõem o roteiro para elaboração dos
escola, organização e reflexão das aulas do professor da rede pública, bem como aquelas a
No Roteiro para Reflexão sobre a Prática Docente, tem-se uma descrição detalhada de
ser norteador para a elaboração dos diários quinzenais reflexivos, feitos individualmente e
29
Ver documentos completos nos anexos 3, 4, 5, e 6, nas páginas 226, 227, 228 e 229, respectivamente.
51
profissional, bem como sua metodologia de ensino, no Roteiro para Entrevista com o
Professor. O uso desse roteiro para a entrevista com o professor-supervisor na escola foi
facultativo, assim como o Roteiro para Questionário dos Alunos, que buscava acessar
nos relatórios finais de estágio dos alunos-professores, entregues ao término das disciplinas
Assim, muitos licenciandos optaram por utilizar tais roteiros como orientadores de suas
Devido a esse pareamento para a realização dos estágios, seriam incluídos os dados de
não enviando seu respectivo relatório final de estágio. Além disso, foram feitas três sessões
de oferecimento dos minicursos. Essa dupla não compareceu a uma dessas sessões,
Dessa forma, em função dessas ocorrências, optamos por não incluí-los nas análises e
informações sobre tais participantes. Assim, os dados discutidos neste trabalho se referem
Outra questão pertinente é sobre a inclusão dos APs 6, 7, 8 e 9, que mesmo não tendo
curso e avaliação escrita, uma vez que tais instrumentos e procedimentos faziam parte das
professores durante os estágios de observação e regência nas escolas da rede pública pela
escola, tanto com a entrada dos estagiários em sua sala de aula quanto com a presença da
distintas e a reger apenas uma aula juntos. Tal postura pode ser advinda de uma visão
Conforme constatado por Telles (2002b) e André (2001), essa atitude é comum entre
professores que tem suas salas de aula investigadas por pesquisadores externos, que
coletam dados sobre sua prática pedagógica, criticando seu trabalho sem retornar à escola e
pesquisador em relação aos participantes de sua investigação, assim como é seu dever
cumprir suas obrigações éticas que devem incluir “a firme disposição de criar uma
30
Essa dupla de alunos-professores optou por continuar realizando o estágio nesse contexto, por conta de
questões envolvendo a localização da escola e sua disponibilidade para as observações e regências, que era
compatível com o horário das aulas de língua inglesa nesta escola.
54
Ainda no que concerne à segunda fase de coleta de dados, o plano inicial de observação
e gravação de quatro aulas regidas pelos alunos-professores, nas regências na rede pública,
captação de som e à infraestrutura. Em uma das escolas, não havia tomadas elétricas e
interruptores nas salas de aula para a filmadora, pois tanto a iluminação quanto a
passariam a ser gravadas em áudio. No entanto, devido à dimensão da sala, ruídos externos
e agitação dos alunos, a qualidade das gravações não foi satisfatória, dificultando a
transcrição das aulas. Assim, as aulas observadas e/ou regidas pelos alunos-professores
utilizadas para complementar a análise dessa experiência nas escolas públicas, nos
de ensino e aprendizagem.
CAPÍTULO II
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
57
e discussão de dados, sendo subdividida em três temas gerais que permeiam o estudo: a
professores.
uma das estratégias didáticas” (p.3). Logo, é possível notar que dimensões reflexivas
uma vez que tais documentos pressupõem etapas de reflexão, análise e avaliação, conforme
sob olhares distintos, incluindo desde uma concepção simplista que considera reflexão
contextos educacionais.
58
do professor como profissional que dá sentido e significado ao seu fazer num dado
contexto histórico”.
racionalidade técnica não abre espaços para discussões sobre saberes docentes que
2003).
rigorosamente aplicadas como instrumento de apropriação para uso prático. Inserida nesse
Já numa perspectiva pragmática na formação docente, a reflexão prática tem por foco a
compreensão de fatos como uma “tentativa de encontrar soluções para a prática na prática”
(LIBERALI, 2008, p.34), ou seja, considera as ações pedagógicas norteadas a partir das
(ALONSO; GIMENEZ, 2006). Dessa maneira, segundo Liberali (2008, p.38) “assumir
uma postura crítica implica ver a identidade dos agentes como intelectuais dentro da
instituição e da comunidade, com funções sociais concretas”. Ghedin (2002) concorda com
Dentre tais posturas, frente aos conceitos de reflexão, optamos pela compreensão mais
ampla defendida por Zeichner (2008; 2003), Valadares (2002) e Sacristán (2002), uma vez
Zeichner e Liston (1996). Ainda de acordo com os referidos autores (op.cit.), o professor
reflexivo é aquele capaz de examinar sua prática, de reconhecer os valores que agrega ao
profissional.
60
Além disso, conforme argumenta Valadares (2002, p.192), para imprimir um caráter
empecilhos às ações inovadoras, ou seja, uma compreensão mais ampla do contexto social
professores de línguas, otimizando seu desempenho em sala de aula, visto que a prática
dos objetivos de seu trabalho, assim como na geração de conhecimentos sobre o ensino e
linguísticas, socioculturais e políticas dos contextos de ensino, uma vez que para fazer com
método de ensino que consiga incluir plenamente tais particularidades acerca dos contextos
de ensino e aprendizagem.
professores como práticos e de pesquisadores como teóricos, visto que tem a pretensão de
Kumaravadivelu (2003), as teorias da prática devem ser geradas a partir da prática, para
que sejam efetivamente aplicáveis aos contextos de ensino, ou seja, cabe ao professor
profissional contínuo (RICHARDS; FARRELL, 2005), para que, dessa forma, seja
formação inicial, para que esses futuros professores tenham subsídios para atender às
pedagógica seja priorizado ainda na formação inicial para que os professores possam
(re)construção, para atingir os objetivos de seu ensino, atender às necessidades dos alunos
e responder às exigências de seu contexto educacional. Uma vez que tais aspectos sejam
pedagógicas, além de teorizar a partir de sua própria prática, conduzindo suas próprias
Nas visões sobre formação reflexiva propostas por Zeichner (2008, 2001), Zeichner e
forma crítica, possibilita que professores analisem, avaliem e iniciem mudanças nos
(TUDOR, 2001).
das particularidades contextuais, assumindo que não há um método de ensino que possa
educacionais, assim como defende Prahbu (1990). Zeichner e Liston (1996) sustentam que
professores reflexivos são capazes de examinar sua própria prática, reconhecendo valores
Gil, (2005), Gimenez (2005), Arantes (2006), Vieira-Abrahão (2006a, 2007), Kfouri-
64
Kaneoya (2008), Sturm (2008), e Hibarino (2009) tem apontado que os professores não
estão sendo eficientemente preparados para atuar frente à diversidade e complexidade dos
profissional dissociada das realidades escolares fazem com que os professores não
espaços para reflexão sobre sua prática pedagógica e pela falta de oportunidades de
organização curricular de tais cursos, o que nos leva a reiterar a importância da formação
reflexiva, uma vez que ela permite o aperfeiçoamento da prática docente por meio da
Concordando com tais asserções, Amaral, Moreira e Ribeiro (1996, p.99) afirmam que
como espaço de referência da prática e não apenas a sala de aula, as boas relações entre a
No entanto, como já discutido por Burns e Richards (2009), Pimenta (2009), Zeichner
Não obstante, conforme apontam Alonso e Gimenez (2006, p.45), ainda é reincidente
Prática de Ensino ocupa um lugar privilegiado, uma vez que é vista como um dos
principais cenários para a observação, análise, reflexão, avaliação e ação acerca dos
processos de ensinar e aprender línguas. Além disso, torna-se o espaço para que os
professores possam refletir sobre sua própria prática, tomando-a como norteadora para a
66
sobre a realidade das situações de trabalho nas escolas e nas salas de aula, favorecer o
Sob essa perspectiva, Pimenta (2009) e Kulcsar (2002) defendem que o estágio deve
deixar de ser mero cumprimento de uma tarefa burocrática, para que sua função dinâmica e
papéis da Prática de Ensino na formação de professores, para que eles possam observar e
sejam cobertas nessa disciplina e que todos os problemas encontrados na rede pública
atendidos na Prática de Ensino e Estágio Supervisionado, uma vez que é papel de todas as
prática docente.
elaboração de diários advindos de tal experiência. Tais atividades têm por objetivo oferecer
profissional contínuo.
importantes aspectos do ensino pela experiência em sala de aula e da reflexão sobre essa
estágio como oportunidade para que alunos-professores possam aprender sobre o trabalho
Hibarino (2009) acrescenta que tal experiência pode favorecer a construção da própria
prática pedagógica desses alunos-estagiários, uma vez que a relação da teoria à prática
seria influenciada por uma série de fatores, incluindo a visão de mundo do professor, as
exigências de seu contexto e seus recursos disponíveis. Bailey (2006) também reconhece a
autora (op.cit.) ainda apresenta uma organização alternativa para a Prática de Ensino, sem a
autoras, como Jordão (2005), Cristóvão (2005), Vieira-Abrahão, (2007), Pimenta (2009) e
Mello (2010). Por meio dessa parceria, o ambiente escolar não seria somente o espaço para
com eles (novas) concepções teóricas voltadas para o ensino e aprendizagem de línguas.
Esse professor ainda teria como funções, discutir sobre o planejamento de ensino e os
professores. Entretanto, Bailey (2006) apresenta alguns dilemas, afirmando que tal relação
não teve uma preparação formal para supervisionar alunos-estagiários. Tal fato pode
acarretar problemas em etapas que envolvem o planejamento das aulas ou feedback das
aulas ministradas pelos futuros professores. Para a autora (op.cit.), além de experiência, é
conteúdo do curso de formação, como proposto por Bailey (2006). Ainda acerca do papel
reflexivo e colaborativo.
71
formação de professores de línguas estrangeiras, uma vez que geralmente essa supervisão é
Amaral, Moreira e Ribeiro (1996, p.91), como aquele responsável por promover estratégias
futuro professor por meio de procedimentos de reflexão e experimentação, e que por meio
autor define o modelo não-diretivo como aquele em que o supervisor tenta demonstrar sua
compreensão sobre as ações pedagógicas tomadas pelo professor, deixando-o livre para
(...) trabalhar com apenas um modelo pode ser apropriado, mas também
limitador. Se professores iniciantes estão tentando descobrir “o que” ensinar, ele
(um supervisor) utiliza uma abordagem diretiva. Se eles querem saber “como”
ensinar, ele usa uma abordagem alternativa. Se eles querem saber “por que” eles
ensinam, ele utiliza uma abordagem não-diretiva 31 . (op.cit. p. 162).
entendemos que cada contexto educacional tem suas particularidades, como defende
Kumaravadivelu (2006, 2005, 2003). Inserida nessa mesma concepção, consideramos que
a abordagem criativa seja uma das formas para melhor atender as diferentes necessidades e
31
No original: “(...) working with only one model can be appropriate, but it can also be limiting. (…) If new
teachers are trying to find out “what” to teach, he uses a directive approach. If they want to know “how” to
teach, he uses an alternative approach. If they want to know “why” they teach, he uses a non-directive
approach”.
73
orientada por uma visão crítica de pedagogia. Para a autora (op.cit, p.200-201), por meio
dessa visão, seria possível tornar “a acção pedagógica mais consciente, deliberada e
Essa seria uma das formas pelas quais, os futuros professores poderiam ser
tornarem também pesquisadores de sua própria prática pedagógica, com habilidades para
escolares reais.
Sob a mesma perspectiva, Pimenta (2009, p.17) concorda com essa relevância da
pedagógica escolar deve ser o ponto de partida e de chegada da formação inicial, para que
pedagógica e docente escolar como objeto de análise”. Entretanto, por falta de excelência,
alguns cursos de formação inicial acabam não atendendo a essas exigências, fazendo com
a preparação necessária para lidar com obstáculos que encontrão nas realidades escolares,
Segundo Jesus (2004, p.82), por não terem os instrumentos primordiais para propor
docente composto por indicadores como sintomas indicativos de estresse, baixo empenho
aula, podendo afetar não somente sua interação com os alunos, mas também sua relação
com outros professores, coordenadores e diretores nas escolas. Ainda de acordo com o
Além disso, de acordo com Zeichner (2003, p.45), a falta de atenção para o contexto
social do ensino e a prática reflexiva, tomada como ação individual isolada na formação de
professores, faz com que o docente considere seus problemas como “exclusivamente seus,
críticas das situações escolares com as quais convive, preocupando-se somente com suas
falhas individuais.
Essa problemática pode ter origem em modelos de formação de professores nos quais
vistos como forma de aperfeiçoamento profissional, uma vez que instigam a busca pela
professor e como ele se articula na experiência escolar vivenciada por futuros professores,
num processo de reflexão sobre seu próprio trabalho, viabilizando seu desenvolvimento
Sob essa visão, o conhecimento é tomado como processo e a sala de aula como um
professores na contemporaneidade, tal concepção ainda é vigente, uma vez que estudos
Kumaravadivelu (2006, 2005, 2003, 2001), Jorge (2001), dentre outros, apontam para a
educacionais particulares.
característica idiossincrática como importante fator a ser discutido, uma vez que
permite afirmar que cada futuro professor constrói sua própria rede de conhecimentos
sentido para eles, em seus contextos de ensino e aprendizagem. Dada essa característica
autora (op.cit.), é necessário que tais cursos ofereçam as devidas oportunidades para que os
alunos-professores possam depreender sentidos daquilo que já sabem frente ao que estão
professores.
Farrell (2009) igualmente ressalta a importância dada aos valores e concepções dos
professores em formação, pois, para o autor, servem de lentes pelas quais tais alunos-
professores veem seu ensino e seu papel como educadores. Concordamos que os valores
tendem a influenciar a maneira pela qual eles desenvolvem seus saberes teóricos e
78
caráter de idiossincrasia.
teorias informais do professor (ALMEIDA FILHO, 2004), isto é, os saberes implícitos que
o docente traz de sua experiência de vida para a prática pedagógica. Para Feiman-Nemser
inicial ou contínua. Ainda de acordo com a autora (op.cit.), assim como qualquer aprendiz,
crenças, intuições e valores pessoais dos alunos-professores atuam como filtros pelos quais
diferentemente daqueles que ingressam nos cursos de Letras sem experiência docente,
esses alunos-professores também possuem o que Pimenta (2009) caracteriza como saberes
da experiência. A autora (op.cit.) discorre sobre essa questão, ao afirmar que, antes do
ingresso em cursos de formação, os futuros professores já têm saberes sobre o que é ser
professor e o que caracteriza um bom professor. Tais saberes são compostos pelos
79
conhecimentos construídos pelos professores em seu cotidiano docente por meio da prática
profissão docente, não provenientes dos cursos de formação, pois são saberes práticos que
têm origem na prática cotidiana, formados por “outros saberes, retraduzidos, polidos e
Seja tomado como saberes construídos por meio da prática pedagógica e experiência
docente, pelo contato com teorias relevantes sobre o ensino e aprendizagem, pela interação
consideramos que o conhecimento prévio trazido pelos futuros professores pode repercutir
componente essencial para que tanto futuros professores quanto aqueles em exercício
32
Neste estudo, reconhecemos saberes e conhecimentos como termos intercambiáveis.
80
línguas. Além disso, a autora (op.cit.) aponta que esses cursos ainda contextualizem a
articulação entre ensino e pesquisa seja feita na formação inicial, é necessário ponderar
sobre as condições de trabalho docente, para que os professores possam dar continuidade à
p.60) argumenta que o professor deve ter, além de uma disposição pessoal para se engajar
na produção de conhecimento,
aprendizagem em seu contexto de atuação profissional, é preciso ponderar sobre suas reais
(1998) sustentam que ao término dos cursos de formação pré-serviço, nos primeiros anos
medida em que o professor adquire mais tempo na atividade profissional, sua prática
atuação docente.
Para Sturm (2008, p.341), uma vez que o conhecimento é tomado como processo, a
construção, pois “não há espaço para o acabado, para o pronto e para o perfeito”. Ainda
sob essa perspectiva dinâmica acerca do conhecimento, Alves e Garcia (2002) defendem
que o conhecimento deve ser visto como uma busca permanente, devido ao fato de ele
82
estar em constante construção. Para Almeida Filho (1997b, p.30), a própria palavra
imaginar que alguém pode estar formado num sentido absoluto ou acabado”.
Segundo Golombek (2009), a riqueza de termos pode ser vista como busca da
ensino e aprendizagem de língua estrangeira ou segunda língua. Além disso, Borg (2003,
apud GOLOMBEK, 2009) afirma que um estudo detalhado de cada termo demonstraria
prática pedagógica e pela reflexão ao longo da carreira docente. Consideramos que ele é
processo de ensino e aprendizagem de línguas. Além disso, defendemos que por meio da
profissional contínuo.
84
Mesmo que tal conhecimento seja norteado pela prática, pelas experiências anteriores
sobre ensino e aprendizagem, e/ou pelo contato com as realidades de diferentes contextos
Concordamos com Crookes (2009), que a produção de conhecimentos por parte dos
conhecimentos práticos, uma vez que tais conhecimentos estariam sempre em interação e
autônomo, que poderia ser viabilizado por meio da teorização sobre sua própria prática,
deve emergir da prática pedagógica cotidiana do professor. Para tanto, é preciso que ele
autônomo.
processo seja ainda norteado pela noção de metarreflexão, discutida por Amaral, Moreira e
Ribeiro (1996, p.98) como forma de levar o professor a “desenvolver novos raciocínios,
forma, compreendemos que o professor, por meio da prática reflexiva, poderia desenvolver
sobre ensino e aprendizagem deve ser realizada pelos professores, argumentando que eles
Uma vez norteados por tais concepções, o conhecimento poderá deixar de ser visto como
aplicam em suas salas de aula, como uma regra matemática sem exceções.
docente, sendo que tais problemas se situam em contextos nos quais eles se constroem. Por
formação inicial, para que, dessa forma, os futuros professores possam se tornar aptos a
86
agir de maneira autônoma em suas salas de aula, pesquisando sobre sua prática e seu
contexto educacional.
formação inicial, por meio das experiências vivenciadas nos contextos educacionais,
sobre suas atividades docentes. Para a autora (op.cit, p.28), tais cursos podem não somente
formação de professores também está presente nas asserções de André (2001), que ressalta
problemas e a buscar caminhos em sua prática docente em seu contexto escolar. A autora
(op.cit.) ainda salienta que é papel dos cursos de formação inicial desenvolver essas
capazes de tomar decisões sustentadas sobre o que (e como) fazer, considerando as mais
aula, seria possível romper com a visão acadêmica dissociadora que relega os professores
atuantes nos contextos educacionais das escolas a um segundo plano na produção e difusão
A concepção de professor como pesquisador de sua própria prática pode ser tomada
como valorização do conhecimento local, conforme aponta Birch (2009, p.134), que
em um ambiente escolar para o estudo e melhoria do cenário educacional, uma vez que tais
acordo com a referida autora (op.cit.), o professor deve ser capaz de olhar para sua própria
sala de aula como um lugar em que seu conhecimento teórico-prático sobre ensino e
Além disso, conforme argumenta Vieira-Abrahão (2010a), é por meio da reflexão que
professores podem propor adequações de suas ações para o ensino, de acordo com as
que atendam a tais necessidades. Segundo Borg (2003 apud VIEIRA-ABRAHÃO, 2010b),
uma vez que tais fatores podem limitar ou não as ações de professores. Como já constatado
por Zeichner (2001) e Jesus (2004), questões como as condições de trabalho do professor,
seu salário, salas numerosas, falta de material didático, além do status de sua profissão na
fatores contextuais que, mesmo exteriores à sala de aula, exercem influência na prática
suas salas de aula. Da mesma maneira, Tudor (2001) discute o papel do contexto
professores, assim como seu status na sociedade e seu poder de decisão na instituição em
que atua, são considerados componentes dos aspectos pragmáticos; já as atitudes, crenças e
expectativas dos participantes do contexto educacional integram o que o autor aponta como
aspectos mentais.
CAPÍTULO III
pública de ensino, as aulas por eles ministradas nos minicursos, os relatórios finais de
seus significados, as discussões serão voltadas para a terceira pergunta de pesquisa, que
toma como base a prática pedagógica realizada pelos futuros professores para compreender
justificativas atribuídas a tais ações. Tais discussões serão norteadas pelas observações de
estágio.
91
profissional contínuo.
Essa preocupação se reflete nas propostas presentes nos novos planos de ensino das
questão, realizadas em 2004. Esses planos foram analisados e comparados com suas
versões anteriores, tendo como principal objetivo discutir seus pressupostos teórico-
duas versões 33 .
semiestruturados.
Os itens em destaque nos quadros seguintes se referem aos pontos convergentes e/ou
divergentes nas diferentes versões, anterior a 2004 e atual, dos planos de ensino. Dessa
33
As versões completas dos planos de ensino das disciplinas encontram-se nos anexos 1 e 2, p.214 e 219.
92
inalteradas. Tais itens preveem que o aluno-professor seja engajado num processo de
reflexão sobre a situação de ensino nos contextos educacionais em que atuou durante o
No item B do plano de ensino em sua versão mais recente, procura-se fazer com que os
observação, regência e análise das práticas pedagógicas, por eles observadas e ministradas.
como componente curricular, que deve se dar desde o início do processo formativo.
conceitos subjacentes nas propostas de atividades, como pode ser visto no quadro a seguir:
94
Com relação aos itens 1 e B dos planos de ensino anterior e posterior às reformulações
teórico frente ao uso de materiais didáticos, incluindo etapas semelhantes, como seleção,
análise e avaliação. Porém, observa-se que, no plano de ensino anterior, tem-se uma das
Tal fato permite-nos afirmar que, previamente, procurava-se criar condições para que o
atender a maior parte das necessidades de seus alunos. Já na nova versão do plano de
ensino, podemos inferir que, além de selecionar e analisar materiais didáticos, o futuro
95
professor é estimulado a adaptar e elaborar seus próprios materiais para melhor atender às
necessidades contextuais dos ambientes escolares em que atuará, o que condiz com o
reger suas aulas. Nesse formato, era papel do licenciando apoiar o professor responsável
pela turma, além de se ocupar do registro e tomada de notas sobre as situações de ensino.
D.
Além dessa, outra alteração que merece atenção diz respeito à inclusão de discussões
é, além de poder realizar os estágios nas escolas de ensino fundamental e médio na rede
pública, foram incluídas as escolas particulares. A inclusão desses novos contextos pode
ser vista, positivamente, uma vez que tais contextos são outras possibilidades reais de
Entretanto, essa ampliação também pode ser negativa, por privar os licenciandos desse
contato com a realidade de ensino na rede pública, pois, para muitos, o estágio é a única
oportunidade de vivenciar o ensino na rede estadual e/ou municipal, o que pode fazer com
que eles saiam dos cursos de licenciatura com uma visão restrita em relação aos ambientes
educacionais, uma vez que atuariam apenas em “contextos ideais”, supostamente com
estes contextos sejam “ideais”. Na rede privada, professores tendem a lidar com salas tão
numerosas quanto em escolas públicas, pois tais instituições preveem mais ganhos
financeiros, ou seja, quanto maior o número de alunos, maior o lucro da escola. Outra
institutos de idiomas e, por vezes, eles podem ter um nível de proficiência superior ao dos
indisciplina.
ensino e aprendizagem de LE e para a realização dos estágios seria aquele em que, não
todos os alunos e um número reduzido de aprendizes por sala, mas também um grupo
97
de sua própria prática e engajados em seu desenvolvimento profissional. Além disso, seria
desejável que tal contexto contasse com uma organização e um planejamento curricular
Orientação para a Prática Profissional em Língua Inglesa 2, tem-se como objetivos gerais
as seguintes considerações:
devem ter ao fim da disciplina os “subsídios suficientes para que possam refletir e
professores de línguas é o que a maioria dos cursos de Letras tem procurado atingir e vem
“contato direto com a realidade de ensino, percorram todos os passos do professor que
assume a classe” na escola em que atuarão. Tais objetivos permitem-nos afirmar que estão
condizentes com aqueles reservados aos estágios apresentados por Gebhard (2009) e
Observamos que por meio das atividades propostas nos itens C e D procura-se
Gimenez (2005, p.338), que argumenta que o formando deve ser capaz de “compreender
como proposto por Pimenta (2009), Hiebert et al (2007), Almeida Filho (2006) e Jorge
(2001).
Nota-se que foram instituídos espaços curriculares para fomentar discussões acerca dos
em sala de aula, conforme proposto no item C. Esse tipo de atividade condiz com a visão
didático a ser desenvolvido nos estágios durante as aulas de Prática de Ensino nos cursos
de formação inicial.
formato dos planos de ensino das disciplinas de Estágio Supervisionado e Orientação para
reflexiva de professores, uma vez que são regidos por compreensões amplas acerca do
e temas 34 , ao longo das aulas observadas e gravadas em vídeo, durante o segundo semestre
de 2008.
34
Os tópicos e temas apresentados no quadro 15 diferem do conteúdo listado nas páginas 34-35, da seção
1.4. A Disciplina de Estágio Supervisionado e Orientação para a Prática Profissional em Língua Inglesa 1,
devido à exclusão da aula reservada à formação das duplas para o estágio, entrega de documentos,
orientações gerais sobre os estágios, assinatura dos contratos de pesquisa e aplicação de questionários
semiestruturados.
101
métodos, técnicas e atividades de ensino e aprendizagem de línguas, como pode ser visto
técnicas de ensino que poderiam fazer com que os alunos se envolvessem no processo de
aprendizagem como conteúdo almejado para o semestre. Além disso, esperavam discutir os
transpor tais obstáculos, de modo a aperfeiçoar seu desempenho como professor de língua
curso têm a última chance de ser pelo menos discutidos”, conforme aponta Kenski, (2002,
p.40). Entretanto, argumentamos que, é desejável que a análise e a reflexão, voltadas para a
que quando os futuros professores se depararem com tais questões problemáticas, eles
Proposta Curricular foi de extrema relevância para as observações e regências dos alunos-
miniaulas, nas aulas ministradas nas escolas da rede pública. AP 2 e AP 7, por exemplo,
Nos encontros seguintes, em uma das aulas da disciplina, os APs demonstraram aos
e discutiram alguns resultados dessa implementação, como pode ser visto no excerto
seguinte:
1 AP 2: Essa foi a nossa aula. Os alunos fizeram cartazes (...) e foi bem legal,
2 deu muito certo porque além de tudo, o pessoal discutiu e teve todo um
3 processo de criatividade.
4 AP 12: Em quantas aulas vocês fizeram essa atividade na escola?
5 AP 2: Tudo, a discussão, a elaboração do slogan, o cartaz e a votação, acho
6 que foram umas 3 ou 4 aulas.
7 PF: Pessoal, alguém mais quer fazer mais uma pergunta para eles? (...) Eu
8 acho que a ideia é que vocês consigam fazer alguma coisa, consigam dar
9 uma boa aula sem você ter que comprar nada, acho que é só você ter boa
10 vontade e ter um material desse preparado (...).
(Excerto 1. Aula de Prática de Ensino 1. 17/10/2008).
afirmando que
35
Ver questionário completo no anexo 7, p.230.
105
pública, para que eles possam ter contato com as realidades e práticas escolares vigentes
em tais contextos. Além disso, ele aponta essa vivência como oportunidade para que os
Sabe-se que, além desse objetivo, a Prática de Ensino em cursos de formação inicial
procura prover oportunidades para que os futuros professores possam adquirir experiências
para aprender a tomar suas próprias decisões informadas por meio de observação
Profissional em Língua Inglesa 2, observamos que foram realizados cinco encontros entre
alunos das aulas para a realização de suas propostas de minicursos. Nesses encontros, o
106
1 Na verdade, eu acabei não fazendo muito isso aqui, (...) a gente não fez isso
2 em sala de aula por questão do, da parte teórica e eles não leram nada. Eu
3 vou ver se consigo ler agora, nós ficamos até o texto 3.
(Excerto 4. Entrevista com PF).
Para aquele semestre, PF decidiu designar um tema para cada dupla de alunos para que
língua inglesa para crianças; ensino comunicativo por meio de materiais temáticos; cultura
na sala de aula de LEs; uso de filmes em sala de aula de LEs; estilos e estratégias de
línguas. Alguns desses temas eram considerados “revisão”, uma vez que já tinham sido
línguas estavam previstos nas disciplinas de PE, conforme consta nos planos de ensino 36 .
36
Ver plano de ensino completo das disciplinas de Estágio Supervisionado e Orientação para a Prática
Profissional em Língua Inglesa 1 e 2 no anexo 2, p.219.
107
37
Ver temas, em destaque, nas ementas e nos objetivos de disciplinas obrigatórias, eletivas e optativas em
língua inglesa no anexo 9, p.234.
108
aprendizagem de LEs.
em sala de aula, o que delegou responsabilidade por sua aprendizagem e a de seus pares.
aprendido por meio dela, como pode ser visto no excerto a seguir:
constatações e questionamentos:
a) Aprendizagem com os pares: um dos APs relatou ter aprendido sobre ensino de
inglês instrumental com sua parceira, uma vez que ela estava envolvida com pesquisa
1 AP 6: A aula que vem é a última aula que a gente vai dar pra eles. A gente, a
2 AP 2 em especial, porque é ela que trabalha com essa questão das
3 estratégias mesmo, porque ela é que entende muito disso. Eu não entendo
4 tanto.
5 PF: E você acabou entendendo trabalhando com ela?
6 AP 6: Sim, com certeza, nem preciso dizer
(Excerto 3. Aula de Prática de Ensino 2. 19/06/2009).
109
implementar, na prática, o material didático para ensino de inglês instrumental com foco
Segundo a AP:
1 AP 2: Eu acho que foi uma oportunidade boa pra mim que eu testei alguma
2 coisa do meu material. E na minha iniciação, eu fiz um material de inglês
3 instrumental. Daí, eu usei praticamente meu material quase inteiro (...)
(Excerto 4. Aula de Prática de Ensino 2. 19/06/2009).
comunicativa em uma disciplina 39 e que com a experiência dos minicursos pode visualizar
a eficiência era advinda das estratégias e técnicas envolvidas ou das diferenças individuais
dos aprendizes (motivação, interesse, aptidão etc.), como pode ser visto no trecho seguinte:
38
De acordo com as informações fornecidas por AP 2 via correio eletrônico, os objetivos de sua pesquisa de
iniciação eram: “elaborar um material de apoio a professores e alunos de cursos da área da aviação, em si,
que envolve a elaboração de uma parte mais teórica de introdução e reconhecimento de modelos e
estratégias cognitivas de leitura, assim como a elaboração de atividades com foco no vocabulário. Ao
desenvolver um material mais teórico do que prático, nossa preocupação estava tanto em conscientizar o
aprendiz de certas teorias e estratégias para melhorar suas habilidades na LE, quanto em auxiliar o
professor para instruir seus alunos, provendo informações essenciais e construindo sentidos com eles”.
39
AP4 se refere ao conteúdo abordado na disciplina (obrigatória) de Linguística Aplicada e Metodologia de
Ensino de Língua Inglesa, conforme consta na ementa e objetivos da disciplina no anexo 9, p.234.
110
2000).
Outra aluna levantou dúvidas com relação ao uso exclusivo do “método” comunicativo,
40
PF se refere ao ensino de língua inglesa por meio de materiais temáticos com o uso de tarefas
comunicativas.
111
O questionamento feito pela aluna sobre o uso de apenas uma abordagem e suas
1 Eu acho que ele tem que usar de todas as técnicas. Porque eu acho que é
2 adequar um pouco ao perfil do aluno, ao perfil da sala (...). É o que o
3 Prabhu dizia. Ele dizia que o professor tem que adequar, não é isso?
4 Também à situação, porque geralmente os métodos vêm de cima pra baixo e
5 a gente tem que, acho que pede um pouquinho de bom senso dos professores.
(Excerto 5. Entrevista com PF).
Podemos apontar que essas reflexões feitas por AP 1 e AP 7, assim como as levantadas
longo do curso, não se tornem redundantes. Isso pode ser verificado no excerto seguinte:
112
acerca do processo de ensino e aprendizagem de línguas poderiam ter sido mais explorados
línguas na rede pública, pois consideram que o curso vem preparando profissionais para
privilegiada.
Uma das maneiras pela qual seria possível aprofundar as discussões sobre aspectos
pedagógico e profissional, como defendem Kulcsar (2002) e Pimenta (2009). Essa também
Essa visão de parceria entre universidade e escola para a Prática de Ensino, já vem
sendo discutida por Jordão (2005), Cristóvão (2005), Bailey (2006), Vieira-Abrahão
adversidades locais (BIRCH, 2009). Nessa relação, ambos aprenderiam por meio de
Concordamos que essa proposta seria ideal para relacionar a formação inicial à
toma grande parte de seu tempo, privando-os de desenvolver suas investigações. Além
disso, a baixa remuneração dos professores da rede pública exige que muitos se ocupem de
uma carga horária semanal excessiva e por vezes, em escolas distintas, associados às
Constatamos que as atividades propostas nos planos de ensino atendem a grande parte
Prática de Ensino estão inseridos nas principais concepções sobre formação reflexiva de
professores na contemporaneidade.
Observamos que, nas disciplinas de PE, além dessas atividades, foram feitas reflexões
PE, mas em todas disciplinas, desde os estágios iniciais do curso de formação, devido à sua
repensar a estruturação das disciplinas referentes à Prática de Ensino e Estágio para que as
discussões e reflexões sobre os contextos escolares e suas práticas educacionais possam ser
reflexão. Ressaltamos ainda que essa é uma preocupação do formador, responsável pelas
subsequentes.
vez que essa participação ativa tem se mostrado de extrema relevância para a formação
Os dados coletados nas observações de aulas da rede pública, nas aulas ministradas
pelos APs e nas sessões de visionamento referentes a tais aulas permitem-nos levantar a
asserção de que os futuros professores participantes são capazes de (re)construir sua prática
processo formativo. Destacamos que esse processo envolveu, além do conteúdo trabalhado
científica e de sua prática profissional docente, desde o início do curso de formação inicial.
professores da rede pública, regência de quatro aulas nas turmas dos mesmos professores,
118
regidas.
No entanto, tomando como base a nova estruturação curricular, para a realização dos
estágios no segundo semestre de 2008, de acordo com as instruções dadas pelo professor-
deveriam observar as aulas de professores na rede pública durante o semestre, reger pelo
considerados para análise apenas os relatórios finais, para evitar a redundância de dados.
três escolas distintas. Os dados referentes a cada dupla de APs serão detalhados na próxima
subseção.
41
Assim como para as observações das aulas de Estágio Supervisionado e Orientação para a Prática
Profissional em Língua Inglesa na universidade, foi elaborado um roteiro de observação de estágio para
nortear as análises de aspectos relevantes nas situações reais de ensino. Ver roteiro no apêndice 6, p. 211.
119
professores e aproximadamente 900 alunos, sendo uma das poucas na cidade que oferece o
professora efetiva, suas turmas foram atribuídas a uma temporária, que permaneceu até o
De acordo com uma das APs, a professora efetiva de inglês da escola era:
alunos se faz pertinente, uma vez que todo material didático e seu respectivo método de
Como uma das APs menciona em seu relatório, a experiência do estágio poderia ter
sido mais profícua, caso a professora efetiva tivesse permanecido na escola até o fim de
1 Acho que teríamos aprendido muito com ela, no entanto ela tirou licença. De
2 maneira geral, eu acho que a postura rígida dela, não era suportada pela
3 escola, que é muito leniente com os alunos.
(Excerto 2. Relatório final de AP 4. 2º sem/2008).
uma oportunidade de aprender por meio da vivência no cotidiano escolar e pela observação
de aulas de um professor mais experiente, conforme proposto por Gebhard (2009) e Bailey
(2006).
A professora temporária, que assumiu as turmas de língua inglesa da escola até o fim
do período letivo, descrita pelas alunas era recém-formada em uma instituição privada da
1 É difícil entender seu perfil, pois todas as aulas que eu assisti foram
2 praticamente de tradução de texto através de um vocabulário previamente
3 dado pela professora. Acho que a professora nem possui uma concepção de
4 ensino, visto que nem ela tem conhecimento da língua. Entretanto, tomando
5 como base as suas aulas, percebo que ela vê a língua como um objeto que
6 deve ser codificado pura e simplesmente. As informações que são veiculadas
7 através desta língua não importam para a professora, pois os temas dos
8 textos são raramente explorados.
(Excerto 1. Relatório final de AP 1. 2º sem/2008).
De acordo com Batista (2007) e Celani (2010), com a precariedade de alguns cursos de
formação de professores de línguas, tais profissionais não sabem como agir frente às
121
questionar suas ações pedagógicas nem para buscar soluções para os problemas que
encontram nas situações de ensino. Essa é também a visão de uma das alunas-professoras:
numa atitude positiva, informou que havia se formado recentemente e que aquela era sua
primeira experiência de ensino. Além disso, ela também esclareceu que sua preferência era
lecionar língua portuguesa e que seus conhecimentos em língua inglesa eram deficientes,
deixando claro que estaria aberta a sugestões e intervenções dos estagiários em suas aulas,
como forma de ajudá-la a aprender a dar aulas e aperfeiçoar seu conhecimento na língua-
alvo.
A partir desse contato, percebemos que houve inversão de papéis: a dupla de alunas-
estagiárias passou a ser vista como o “par mais experiente”, uma vez que, durante as aulas,
elas atuavam não somente como monitoras dos alunos, acompanhando-os na realização de
mencionadas por Bailey (2006) e Amaral, Moreira e Ribeiro (1996), estavam também
de aprender mais sobre a língua com as estagiárias que, com ela, observaram a realidade
Os excertos dos relatórios das alunas-professoras nos permitem afirmar que ambas
as visões de Birch (2009), Jonhson (2009) e Golombek (2009). Para as alunas, é necessário
123
público com o qual teve contato, ao discutir o problema da falta de professores e o perfil
dos alunos. A aluna-professora afirma que essa experiência a instigou, fazendo com que se
e aprendizagem. Essa postura pode ser advinda de seu próprio perfil, mencionado nos
professora afirma ter optado pelo curso de formação, pois tinha a necessidade de
aprimoramento profissional, uma vez que já atuava como professora de língua inglesa.
Suas expectativas com relação à disciplina de Prática de Ensino eram discutir diversas
contexto tem suas particularidades, mas sendo similares ou não, esses problemas podem
4 respondeu que havia escolhido o curso de Letras, pois sua predileção era trabalhar com a
acreditava que uma semana de observações seria o suficiente para ver o caos do ensino
das APs podem ser justificadas por suas diferentes motivações e interesses acadêmicos e
profissionais.
análises das práticas pedagógicas dos professores com os quais tiveram contato. De acordo
sendo grande parte das atividades norteadas por uma concepção de língua como objeto a
ser decodificado, além da pouca exploração dos tópicos e temas contidos nos textos
em Língua Inglesa 1.
texto em sala de aula, apontado no relatório final de estágio de AP 1, pode ser advinda de
língua inglesa por meio de tarefas comunicativas em materiais temáticos. Além dessas
instituições formadoras, que acabam formando profissionais despreparados para lidar com
1 Interação com os estagiários: muito boa, uma vez que sempre procurou
2 ajuda e esteve aberta a críticas e sugestões. Talvez tenha faltado uma
3 reflexão sobre sua prática, como foi proposta, para que pudesse melhorar
4 suas aulas.
(Excerto 2. Relatório final de AP 2. 2º sem/2008).
para tal postura, como a ausência de uma reflexão sobre a prática e pouco conhecimento da
língua-alvo. Um dos motivos para essa visão pode ter decorrido do fato de que os APs
muito de suas aulas e auxiliando a docente, sendo esta postura, uma iniciativa que partiu
contexto escolar.
Apenas AP 2 comentou em seu relatório final quais foram suas percepções sobre a
acreditando que sua aprendizagem sobre esse contexto particular de ensino poderia ter sido
indicaram algumas questões tratadas não somente na disciplina de PE, mas em todo o
observado nas ementas e objetivos de disciplinas de língua inglesa (conforme anexo 9),
aprendizagem de línguas.
início de carreira.
estágios, por conta da falta de um professor responsável pelo ensino de língua inglesa na
escola onde faziam as observações e regências. Como a professora efetiva saiu no início do
semestre, a escola demorou a conseguir uma professora temporária. Tal professora ficaria
apenas um mês com as turmas, ou seja, terminaria o terceiro bimestre. Depois disso, as
APs não puderam realizar o estágio na escola por quatro semanas consecutivas, entre os
coordenação enviava para a sala de aula um professor em horário livre. Assim, professores
substitutos nas aulas de Inglês. A professora de História, por exemplo, ficou responsável
pela sala em um dos dias em que os AP 2 e 7 haviam preparado uma aula sobre
passou um texto deixado pela última professora de Inglês, que consistia em um parágrafo a
128
Quando não havia nenhum professor disponível, a coordenadora pedagógica pedia que
algumas ocasiões, os APs acabaram aceitando, mas como essa prática passou a se tornar
rotineira, eles não mais o fizeram, pois não queriam assumir tamanha responsabilidade.
Houve uma ocasião na qual a pesquisadora se dirigiu até a escola para acompanhar
estagiários assumissem todas as aulas da escola para que os alunos não ficassem sem aulas.
suprida por meio da parceria entre a universidade e a escola, desde que, planejada e
turmas das aulas, checando a possibilidade de estagiários assumirem algumas dessas aulas,
contando com a presença de um professor efetivo em sala de aula, mesmo não sendo da
entre universidade e escola, pois resolver o problema da falta de professores não faz parte
129
de seus objetivos. De acordo com Jordão (2005), Cristóvão (2005), Bailey (2006), Vieira-
Abrahão, (2007), Pimenta (2009) e Mello (2010), nessa parceria, a escola seria o espaço
estagiários.
Já os APs 5 e 6 realizaram o estágio em uma escola técnica estadual que oferece cursos
também oferece o ensino de espanhol desde 2006 aos alunos do ensino médio, e seu corpo
Certamente, esse contexto de ensino parece ser o ideal, comprovando que mesmo com
seriedade e comprometimento com os alunos, o que causou surpresa em um dos APs, como
favorável ao ensino e aprendizagem, fazendo com que tal processo se torne mais eficiente
no contexto escolar em que realizaram o estágio. Esses fatores são apontados por Liberali
(2008), Kumaravadivelu (2006) e Tudor (2001) como primordiais para a melhoria das
condições de trabalho e valorização docente e das situações escolares, uma vez que tais
Com relação ao foco de ensino de língua inglesa das professoras com as quais tiveram
Essa visão das professoras quanto à priorização do ensino das habilidades escritas em
língua inglesa vai ao encontro do que defende Moita Lopes (1996), mas contraria parte da
das quatro habilidades linguísticas em língua inglesa. Concepções distintas sobre o ensino
apontadas como uma tensão ou dilema, pois podem ser positivas, desencadeando
(BAILEY, 2006).
afirmaram:
Ambos concordaram que a vivência na escola foi enriquecedora para sua formação
profissional. AP 6 ainda reflete sobre questões que poderiam tornar o ensino de língua
inglesa eficiente e motivador para os alunos, ao propor as prováveis origens de alguns dos
problemas presentes nas escolas da rede pública, descritos por seus pares durante as aulas
1 (...) a realidade que notei na escola que assisti ao estágio acredito que a
2 postura da escola, a conversa entre direção e professores, além de um plano
3 pedagógico bem preparado e com metas a serem seguidas podem ser um
4 bom caminho para se alcançar a disciplina e o respeito dos alunos.
5 Considerei surpreendente a organização com que a escola trabalha e
6 desenvolve seus projetos e essa foi sem dúvida uma conclusão a qual cheguei
7 quando me perguntava os fatores que fazem uma aula ter sucesso. Embora
8 todos os pontos apresentados sejam externos, eles influenciam muito na
9 postura do professor dentro da sala e na percepção do aluno em relação ao
10 meio que ele estuda, gerando assim um ambiente favorável ao ensino. (...)
11 acredito que seja possível tornar as aulas mais dinâmicas e atrativas, ainda
12 que seus objetivos não sejam alterados, para os alunos, fazendo-os criar um
13 interesse pela disciplina, pelo inglês, que vá além da aula, um interesse que o
14 faça ir além, buscar mais.
(Excerto 6. Relatório final de AP 6. 2º sem/2008).
colegas em outras escolas. Suas especulações sobre a influência de fatores externos à sala
alterar o cenário de ensino de língua inglesa na rede pública, tendo em vista uma educação
adequada, número reduzido de alunos por sala e menor carga horária de trabalho.
133
Por fim, os APs 3 e 8 realizaram o estágio na sexta série em uma escola localizada em
Letras, mas sua área de atuação era o ensino de língua portuguesa e, como a escola não
1 (...) Vemos que ela não tem um bom conhecimento da língua, preza pelo
2 conteúdo escrito e não o oral. Se autodenominou uma "professora das
3 observações", ou seja, das frases certas e das regras gramaticais e da cópia
4 da lousa. No primeiro dia do estágio (...), a professora inicia a aula dando
5 um aviso sobre os dicionários que ela supostamente conseguiu para uso dos
6 alunos. Todos os alunos ficam contentes com a notícia. Entretanto, a
7 professora já assegura seu papel de disciplinadora, alertando os alunos que
8 os dicionários são da escola e devem ser bem cuidados, senão o aluno terá
9 que comprar outro. Nota-se que a professora sempre tem uma punição para
10 os alunos.
(Excerto 1. Relatório final de AP 8. 2º sem/2008).
A falta de conhecimento específico em língua inglesa pode ser uma das causas para a
alunos-estagiários. Outro fator que pode vir a influenciar seu desempenho didático-
pedagógico seria decorrente do fato de que sua especialidade e preferência de ensino seja a
língua portuguesa.
134
acompanhamento dos estagiários, ela informou que os alunos eram indisciplinados, o que
condizente com a posição de Jesus (2004), ao afirmar que em muitos casos, professores
momentos em que foram autorizados a reger uma aula, a professora se opôs à realização da
1 Preparamos uma atividade com alguns cards e uma música para os alunos.
2 Na chegada na sala de aula, a professora diz que não poderemos aplicar a
3 atividade inteira, pois os alunos foram muito mal na prova e ela terá que
4 fazer uma recuperação com metade da sala (...) Algo que atrapalhou muito
5 foi que a professora, enquanto estávamos passando a música, ficava
6 chamando os alunos para "olhar" o caderno e dar nota, então dispersava
7 muito a atenção dos alunos (...)e as broncas que ela dava nas crianças (...)
8 atrapalharam demais nossa atividade (...) fiquei muito desestimulada e
9 decepcionada, pois penso que a aula foi um fiasco.
(Excerto 2. Relatório final de AP 8. 2º sem/2008).
aula, foram impedidos de monitorar os alunos, como pode ser visto no trecho seguinte:
descrição parece ser a postura real e cotidiana da professora. A indisciplina dos alunos não
aprendizagem de língua inglesa, o que atrelada à falta de uma relação de afetividade com
os alunos podem ter influenciado o comportamento dos mesmos, visto que a professora
os aprendizes, o que não ocorria nas relações da professora descrita pelos estagiários.
estágio, demonstrava a falta de motivação para o ensino de língua inglesa, uma vez que sua
predileção era o ensino de língua portuguesa. Segundo Jesus (2004), esse é um dos
abandono da profissão. Tal colocação pode nos auxiliar na compreensão das ações da
Além dessas questões, podemos afirmar que as condições gerais de trabalho docente no
relevância do profissionalismo docente pautada em uma sólida formação, que preza pela
Esses fatores, aliados à própria organização política do sistema escolar, podem fazer
com que professores atuem sem a motivação e/ou interesse necessários para o
comprometimento com suas ações e decisões pedagógicas, uma vez que, muitas vezes, a
eles é imposto que atuem em outras áreas, lecionando disciplinas diferentes de seu campo
de formação, ou, como no caso da professora observada pelos APs 3 e 8, lecionando uma
atribuição de aulas no sistema escolar, foram aspectos discutidos durante as aulas de PE,
escolas e as visões sobre o ensino e aprendizagem de língua inglesa, presentes nas salas de
Esses aspectos foram discutidos nas referidas disciplinas nos momentos em que os
estágio de observação e regência, como pode ser visto na seção 1.4. A Disciplina de
possibilidade de ensino das quatro habilidades linguísticas foram igualmente discutidas nas
aprendizagem de línguas, o que pode ter viabilizado a classificação das aulas observadas
em gramática e tradução.
relação à Proposta Curricular do Estado de São Paulo, discutida nas aulas de PE, que
vivenciada nas escolas, das reflexões decorrentes de tal vivência, assim como da
docente.
43
LEFFA, V. O Ensino de Línguas Estrangeiras no Contexto Nacional. Contexturas: Ensino Crítico de
Língua Inglesa. São José do Rio Preto, vol.4, p.13-24, 1998/1999.
44
Texto elaborado pelo professor-formador no anexo 8, p.231.
139
proponentes de cada minicurso, devido ao fato de que eles possuem diferentes experiências
Iniciando pelos futuros professores que ofereceram o minicurso, intitulado Inglês para
formal em língua inglesa em escola de idiomas, e tinha experiência de ensino, tendo atuado
inglesa, tendo atuado como professor em projeto de extensão universitária (Inglês para
Segundo o plano inicial de proposta de minicurso (doravante MC), o intuito dos APs
era abrir inscrições para a comunidade universitária, isto é, alunos de graduação, pós-
conhecimento na língua-alvo.
esclarecendo dúvidas dos alunos com relação ao MC. O objetivo do curso era preparar os
141
alunos para concursos públicos com ênfase nas habilidades escritas por meio do uso de
Nas aulas subsequentes, os APs fizeram a correção do texto entregue aos alunos na
alta, pelos alunos. Com o intuito de abordar aspectos gramaticais, os APs entregaram listas
atividades propostas eram feitas individualmente e a correção era realizada pelos APs na
lousa.
entregaram aos participantes do MC, uma atividade para leitura e compreensão de textos,
que seria utilizada como avaliação para diagnosticar e detectar o nível de proficiência
linguística dos alunos. A correção da avaliação foi feita em sala de aula por AP 3, pois AP
De maneira geral, foi possível observar que as atividades propostas nas primeiras aulas
modelo tradicional que concebe a língua como objeto e, dessa forma, as estruturas
gramaticais eram apresentadas de forma explícita (NASSAJI; FOTOS, 2004), como pode
ser visto nos seguintes trechos da aula, em que os APs fazem correção de atividades com
foco em gramática:
142
1 AP 5: Uma das coisas que eu acho que a aula é...ficou muito parada, é (...)
2 um dos pontos negativos, que eu penso, de todo momento a gente parado lá,
3 praticamente, só falando (...).
4 PQ 45 : E o que vocês acham disso?
5 AP 5: Eu acho que pelo tema e pela variedade dos alunos, eu acho difícil a
6 gente trabalhar de outras formas, mas eu acho que seria positivo tentar
7 mudar alguma coisa.
8 PQ: O que vocês mudariam?
9 AP 3: Ah, não sei.
10 AP 5: Eu acho que tem que ter a leitura, mas eu acho que a gente tem que
11 tentar fazer essa leitura um pouco mais dinâmica. Não sei, acho que podia
12 trabalhar a leitura, mas podia tentar trabalhar de modo diferente. Não
13 pensei em uma atividade, mas talvez passar alguma atividade que eles
14 tivessem que trabalhar em dupla ou em trio pra eles trabalharem a leitura
15 entre eles, ali, um ajudando o outro (...) que eu acho que ficaria mais
16 dinâmico pra eles...
17 AP 3: Ah, sim, aí melhora.
18 AP 5: Eles iam se conhecer um pouco melhor, que eu acho que eles estão
19 bastante tímidos ainda e ia ajudar na dinâmica da aula.
(Excerto 1. Visionamento 1).
É interessante apontar que os APs avaliaram que havia algo de “errado” com sua aula,
comentando que ela estava “parada” e precisava ser mais “dinâmica”. A proposta de
professor, além de estimular a interação dos alunos em sala de aula. Nas aulas
“parada”.
45
PQ-pesquisadora.
143
O conhecimento acessado para as percepções dos APs sobre a aula dada pode ser
advindo de suas experiências prévias como alunos e de seus saberes intuitivos sobre como
ensinar e aprender línguas, pautados por sua competência implícita (ALMEIDA FILHO,
1993). Notamos que suas percepções acerca da aula dada eram descritivas e
menciona:
aquilo que acreditam ser mais eficiente para o ensino de línguas e aquilo que efetivamente
especulou formas que poderiam ser utilizadas para o desenvolvimento de vocabulário dos
alunos por meio de outras atividades, não envolvendo apenas a tradução de palavras.
utilizando recursos como a contextualização por filmes, podem ter origem em suas
para Crianças de Escolas Públicas, que vem sendo desenvolvido na instituição desde
como professores e/ou monitores, sendo responsáveis por etapas de planejamento, análise e
para crianças.
em duplas e/ou grupos, variando os gêneros textuais trabalhados em sala de aula, como
1 (...) trouxemos aos alunos uma folha de questões com duas tirinhas de Kalvin
2 and Hobbies, que nós preparamos para essa aula. Basicamente, o que
3 desejávamos com essa atividade era que os alunos observassem as imagens
4 e, a partir delas, fizessem a leitura dos balões, cujas falas estavam em inglês,
5 pois em conjunto imagem e fala (escrita) era mais fácil compreender o texto.
6 Queríamos, pois, que os alunos utilizassem seus conhecimentos prévios e o
7 contexto para poder responder nossas questões.
(Excerto 1. Relatório final de AP 3. 1º sem/2009).
leitura com layout, dicas tipográficas, conhecimento prévio, predição, skimming, scanning,
Para as aulas seguintes, as atividades propostas eram feitas em duplas e/ou trios para a
atividade os alunos deveriam analisar as respostas dadas por outro grupo, fazendo uso de
primeiras aulas:
Para os APs, as atividades feitas em duplas atribuíram maior autonomia e confiança aos
alunos, que passaram a participar ativamente das aulas. Eles criticaram seu desempenho
nas primeiras aulas, acreditando que a aula centrada nos alunos, segundo as palavras de AP
5 “parece ter trazido mais resultado”. No início de seu MC, a prática pedagógica desses
Em relatos feitos pelos APs nas aulas da disciplina de Prática de Ensino, eles
comentaram que no início do minicurso, diante da heterogeneidade dos alunos, eles ainda
não sabiam ao certo como proceder e que, por conta dessa dificuldade, acabaram centrando
implementar o minicurso e comentou sobre a reflexão feita com base nas aulas dadas:
1 Pude também ver o quanto é difícil nós (auto)refletirmos sobre nossa prática
2 de docente. É muito mais fácil observar e dizer que o outro errou em tal e tal
3 ponto, do que visualizarmos sozinhos os pontos em que erramos. Apesar de
4 difícil, esse deve ser um exercício que devemos fazer sempre, pois ele nos
5 ajuda a melhorar nossa conduta e trabalho enquanto professor.
(Excerto 2. Relatório final de AP 3. 1º sem/2009).
própria prática como uma atividade difícil, porém necessária para seu crescimento
profissional que pode propiciar a “melhor conduta e trabalho” como professor, conforme
levantado por Arantes (2006). O aluno-professor aponta a reflexão sobre suas ações em
sala de aula como uma forma de (re)construção de sua própria prática, tendo em vista o seu
estudo formal em língua inglesa em escolas de idiomas e por meio de aulas particulares, e
AP 6 estudou inglês por cinco anos em uma escola de idiomas e possuía experiência no
médio.
O minicurso proposto pelos APs foi oferecido a alunos do ensino médio da rede
textos em língua inglesa para provas de vestibular, por intermédio das estratégias de
leitura. Dessa forma, segundo o plano de ensino presente no relatório de AP 2, o curso teria
como objetivos:
foram feitas via e-mail. No entanto, os APs não receberam inscrições de muitas dessas
escolas, pois a maioria das inscrições iniciais era de alunos de uma mesma instituição.
No primeiro dia de aula, os APs fizeram uma breve apresentação dos objetivos do
nível de proficiência dos alunos inscritos. Após a avaliação, foi feito um intervalo em que
estratégias de leitura como layout, dicas tipográficas, conhecimento prévio, cognatos etc.
Durante a correção, os APs perguntaram o que os alunos haviam entendido dos textos,
alunos, confirmando ou não as respostas dadas pelos mesmos. Após as correções, os APs
informaram aos alunos que estariam abertos a sugestões e críticas para a melhoria do
minicurso oferecido.
Na aula seguinte, os APs fizeram uma breve apresentação das estratégias, utilizando
uma projeção em datashow sobre cognatos e falsos cognatos com uso de figuras, frases e
textos. Após essa apresentação, foi feita a leitura e compreensão de textos da prova do ano
de 2009 de uma universidade de interesse para ingresso dos alunos. Os aprendizes fizeram
leitura silenciosa e, assim que eles terminaram a leitura individual, os APs perguntaram o
que eles haviam entendido do texto, explorando o título, cognatos, dentre outras
estratégias, como pode ser visto nas instruções dadas no excerto a seguir:
149
lendo-o em voz alta, e os estimularam a tentar responder as questões sem traduzi-lo palavra
por palavra. Pelos registros das observações em vídeo e das notas de campo, podemos
afirmar que as aulas desses APs atendiam aos propósitos de ensino de inglês instrumental
com foco em leitura e compreensão de textos, uma vez que cada estratégia foi apresentada
por meio de um texto e a cada nova atividade as estratégias já vistas eram retomadas,
WATERS, 1987).
do que havia sido trabalhado na semana anterior, com perguntas objetivas. Nessa aula, a
atribuíram essa mudança no comportamento dos alunos que passaram a ser mais
participativos, a esses fatores. De acordo com Tudor (2001), fatores pragmáticos devem
No caso das especulações acerca dos motivos para maior participação dos alunos, os
APs mencionam o uso de datashow. Gebhard (1990a) aponta que mudanças, dentre elas a
interações com os próprios alunos. Por meio desse trecho de interação com os alunos-
sala, à utilização de recursos visuais atrelado ao tipo de prova presente nessa aula.
de trechos de textos durante uma das aulas tomando-se por base os objetivos do MC
tradução e alteraram essa prática durante a aula, como pode ser visto nos excertos
seguintes.
1 AP 6: (...) Aí, tem o pôster “Room Rules”. A gente sabe o que que é Room?
2 Todo mundo sabe o que que é Room? Significa quarto. E rules? Regras, tá?
3 Então, regras do quarto. Aí, tem a primeira linha ali “authorized personnel
4 only beyond this point”. Então, apenas pessoas autorizadas depois, além
5 desse ponto.
(Excerto 2. Aula 03/06/2009).
151
comentando o seguinte:
aula, reflete e altera sua prática frente a tais questões, conforme discutido por Schön
ação de traduzir textos em um curso com foco em compreensão de textos, presente nos
comentários dos APs, atrelada a reflexão-na-ação, permitiu que eles (re)construíssem sua
aprendizagem do MC.
1 PQ: o que vocês acharam dessa experiência de ter montado, planejado esse
2 minicurso, preparado o material, o que isso acrescentou para a formação de
3 vocês?
4 AP 2: Achei que foi legal, ter responsabilidade não só da aula, mas dos
5 alunos, mas também pelo fato da gente ter que fazer esse material. Isso me
6 mostrou mais ainda o que é a responsabilidade de um professor,
7 principalmente o da escola pública (...). Sei lá, o receio de errar, eu tenho
8 esse receio mesmo, né? De atender sempre as expectativas dos alunos e às
9 vezes a gente não consegue. (...) Esse estágio também serviu pro meu
10 trabalho de iniciação, eu pude testar um pouco os exercícios.
11 PQ: Isso estava previsto na sua iniciação? Preparar o material e testar?
12 AP 2: Tava previsto, mas não pra eu fazer e sim uma outra pessoa que ia
13 fazer pra mim, porque o meu material vai se juntar com o material do AP e
14 ele vai complementar ainda e uma pessoa vai testar. E aí, a resposta pra isso
15 a gente só ia ter no ano que vem. E o bom é que aqui a gente já fez uma
16 prévia.
17 PQ: Você vai aproveitar esses dados para a sua iniciação?
18 AP 2: Não sei ainda, porque eu ainda não sei como fazer isso, entendeu?
19 PQ: Talvez você possa aproveitar alguma coisa das aulas gravadas em
20 vídeo, a reação dos alunos, a apresentação, né?
21 AP 2: É, não sei.
22 PQ: E você, AP 6, o que você leva dessa experiência?
23 AP 6: Acho que me deu uma visão mais abrangente no que diz respeito a,
24 como direcionar uma disciplina, da onde você vai partir para onde você quer
25 chegar, sabe? Acho que quando você acaba assumindo uma turma é meio
26 que pré-designado pra você, o que você vai fazer independente da escola que
27 você vá. Você vai ter o material, você vai ter um plano escolar já pronto ali
28 pra você e você vai seguir aquilo. A gente não tinha nada disso, a gente
29 queria dar um curso voltado pra vestibular e pronto, não tinha nada.
(Excerto 4. Visionamento 3).
docentes de línguas se faz importante por uma série de razões, dentre elas, a oportunidade
sob a inteira responsabilidade do professor, algo que dificilmente seria possível em alguns
46
Conforme consta no plano de ensino da disciplina no anexo 2, p. 219.
153
textos em língua inglesa para a área de aviação, fornecendo dados sobre a implementação
estratégias de leitura pode ter sido um fator positivo para o seu desenvolvimento
profissional e reflexivo, tendo em vista sua relação direta com os objetivos do MC. Não
LE.
Segundo Bowers (1987 apud WALLACE, 1991), uma das etapas de realização de
alunos-professores a indagar sobre o que aprenderam com tal experiência. Dessa forma,
1 AP 6: (...) esse momento que a gente tem pra conversar, acho que ele é um
2 momento de reflexão, mais do que quando a gente tá vendo a aula. Acho que
3 quando a gente tá vendo o vídeo, eu não sei a AP 2, mas eu penso mais em
4 mim, é inevitável você acaba só se olhando (...) então eu acho que quando a
5 gente tá aqui conversando é diferente, a gente acaba refletindo sobre a
6 prática que a gente realmente desenvolve.
7 PQ: E o que vocês levam dessa experiência? (...)
8 AP 6: Honestamente, eu acho que seria interessante, se, se futuramente fosse
9 trabalhado por um professor. Eu acho que seria interessante ter alguém
10 dentro da escola, por exemplo, que fosse não precisava ser toda aula, só de
11 vez em quando, de tempos em tempos e fosse e entrasse na aula (...). É uma
12 forma de atualização pro professor, sabe? Você acaba começando a tua
13 prática, como, sei lá, que nem a gente com 22, 23 anos e daqui 50 anos (...)
14 pode ser que eu esteja igual (...) que é o que acontece com a maior parte dos
15 professores, a gente sabe que o professor não é liberado pra fazer esse tipo
16 de coisa, muitos professores que tem a oportunidade de fazer isso, estão
17 numa escola e situação privilegiada (...).
(Excerto 5. Visionamento 3).
As inferências feitas por AP 6 se destacam pela maneira com que o futuro professor
atribui sentido ao processo reflexivo das sessões, sendo uma forma de desenvolvimento
profissional, uma vez que subsidia a reflexão sobre a prática realizada em sala de aula.
contínua nesse tipo de atividade formativa, devido a fatores externos, como a própria
organização escolar, uma vez que alguns contextos podem não favorecer esse espaço
Semelhantemente, AP 2 respondeu:
1 AP 2: (...) o que eu levo disso, é que realmente eu achei que isso faz a gente
2 crescer, né? Ficar observando o que a gente faz, tá refletindo sobre o nosso
3 jeito de, de se portar diante da sala e eu tento fazer isso comigo mesmo, eu sei
4 que é difícil, né? Porque eu tenho as minhas opiniões, sei lá, essa aula não foi
5 tão ruim ou essa aula foi péssima, eu sei que tem que mudar, mas aonde, não
6 sei com quem conversar, né? E eu acho que essa história de gravar as aulas
7 seria bom pra mim, né? Só que (...) tem escolas que gravam mas, é pra dizer
8 os erros do professor só (...) sei lá, um coordenador que viesse e falasse essas
9 coisas pra mim (...) o que eu tento fazer é pedir um feedback dos alunos
10 mesmo, sabe? Eu pergunto pra eles o que eles acham que poderia mudar
11 para melhorar, né?.
(Excerto 6. Visionamento 3.)
155
levantado por AP 2, que afirmou ter a necessidade de dividir suas dúvidas com relação à
sua própria prática para que com elas possa “crescer” profissionalmente. Segundo ela,
com a colaboração de um agente externo à sua sala de aula seria possível discutir ações e
asserções levantadas por Vieira (2009), Gebhard (2009; 1990b) e Bailey (2006). AP 2
principais questões sobre essa experiência docente, um dos APs comentou que:
outros e a sua própria, sendo esta uma forma de apontar e transpor seus obstáculos. Além
formação por meio da prática pedagógica (GIMENEZ, 2005). Assim, notamos que a aluna
estágios.
inglesa em escolas de idiomas e tinha experiência no ensino de inglês, tendo atuado como
responsável pelo envio de notícias sobre cursos, palestras, eventos, dentre outros
comunicados. As 20 vagas para o módulo básico são preenchidas por meio de sorteio; e
Inglaterra e História dos Estados Unidos. Os temas são escolhidos pelos professores do
projeto e as atividades, que tem essencialmente o foco no sentido, são desenvolvidas pelo
maior parte das respostas dos alunos para os questionamentos do professor eram em
proposta geral do projeto, no qual se insere o MC. Ressalte-se que AP 1 foi a professora
Nas primeiras aulas, os alunos (em duplas) deveriam completar uma árvore
atuaram como monitoras, circulando na sala de aula para tirar as dúvidas dos alunos.
Após a correção da atividade, AP 1 deu as instruções para a próxima tarefa, que envolvia
o que haviam compreendido, colocando cada um dos itens na lousa. Como extensão da
Na aula seguinte, foi feita uma retomada do tema discutido na aula anterior com a
proposta de uma atividade que deveria ser realizada em duplas. Para a atividade, os
alunos receberam cartões, contendo frases que deveriam ser colocadas na sequência
correta, de forma a dar sentido lógico ao mito de Prometheus, tema que estava sendo
Foi possível observar que as aulas tinham uma variedade de recursos didáticos e sua
estimulados pelas APs a perguntar e tirar dúvidas em inglês e as tarefas dos alunos
De acordo com Barbirato (2007), a tarefa deve ter como foco o sentido para a
comunicação de significados e para a criatividade dos alunos, que devem atuar como
Notamos nas discussões das APs que a definição de tarefa apresentada vai ao
encontro das concepções presentes na literatura, assim como há coerência entre o aspecto
teórico sobre tarefas e o discurso das APs, o que se repetia nas aulas observadas. Essas
visões estavam permeadas nas atividades desenvolvidas em sua prática pedagógica, como
1 AP 4: You guys are going to discuss what the perfect woman would be and
2 the girls will discuss about the perfect man. You have to imagine the perfect
3 man and you the perfect woman, ok?
4 AP 1: First I’d like you to think, what is the relation between Pandora and
5 the women today? Are they similar? Are they different? According to the
6 characteristics we discussed about Pandora. Discuss that in the groups, and
7 then you’ll imagine the perfect woman and you girls, the perfect man.
(Excerto 1. Aula 04/06/2009).
aprendizes pudessem resolver a tarefa e depois reportar suas respostas, como pode ser
1 Aluno 1: The perfect man would be strong and tall, caring, intelligent (…)
2 Aluno 2: The perfect woman would be careful and believe in true love, cook
3 very well, intelligent and the age is not important.
(Excerto 2. Aula 04/06/2009).
Valendo-se das definições de tarefa, podemos afirmar que, pelo trecho da atividade e
pela observação de toda a aula, há interação entre eles com o uso da língua-alvo, nas
instruções e nas produções dos alunos, assim como ocorre a produção de um resultado
161
pelas repostas reportadas pelos alunos, com foco no significado (e não na forma). Dessa
maneira, podemos inferir que dada a compreensão das alunas-professoras sobre o uso de
tarefas para o ensino e aprendizagem de línguas, suas ações pedagógicas em sala de aula
extensão.
no projeto, as APs compararam tal abordagem com sua visão sobre ensinar e aprender
pessoal, e ao afirmar: “eu gosto muito de sistematização”, ela conclui que não conseguiria
162
de ensino, afirmando que sua prática era pautada em suas intuições antes de ingressar no
curso de formação, mas que já apontavam para a formulação de uma filosofia própria de
trabalho, reiterando que naquela ocasião (antes do ingresso no curso de formação) ainda
não sabia explicar o “porquê”. Ela menciona que acreditava que seu papel como
línguas) e a competência aplicada permite que o professor saiba justificar suas ações
intuitivamente, eu já fazia isso antes, talvez só não soubesse porquê”. Ela ainda analisou
e gramatical) e explicitou que acreditava numa abordagem híbrida, com foco não somente
Inferimos que essas especulações tomaram como base suas experiências prévias
para uma abordagem híbrida de ensino e aprendizagem de línguas vai ao encontro do que
educacionais. A aluna-professora afirma ter constatado, por meio de sua prática em sala
163
de aula em contextos educacionais distintos que, o uso de uma abordagem pode não
por AP 1 sobre a relação entre o desenvolvimento da fluência dos alunos e sua acuidade
(2006), as tarefas podem acabar sendo trabalhadas com muita propriedade para
1 AP 4: (...) Não sei se eles vão, quanto tempo vai demorar pra eles terem uma
2 base boa de língua, sabe? Quando eles vão começar a falar inglês, essas
3 coisas (...)
4 AP 1: É, eu não sei também, digo isso meio que no achismo, mesmo porque a
5 gente tenta fazer pesquisa só que mal a gente consegue tá lá pra dar aula,
6 quanto mais pensar em fazer pesquisa, assim tá com gravador e fazendo
7 pesquisa com os alunos, mas essa questão do tempo, é uma dúvida mesmo,
8 mas um feeling assim que eu tenho é que se eles conseguem produzir
9 comunicativamente, né, usando da criatividade e não de estruturas prontas
10 (...) nesse nível, se um dia eles precisarem entrar num outro esquema, um
11 esquema estruturalista, vamos dizer assim, (...), vai ser muito mais rápido,
12 porque essa questão de começar a falar mesmo, espontaneamente, eu acho
13 muito complicado pros alunos de nível inicial, assim, o aluno de nível inicial
14 só consegue produzir o que é dado pra ele. Não sei, essa é uma intuição que
15 eu tenho.
(Excerto 3. Visionamento 1).
pesquisas e estudos mais detalhados que possam permitir asserções pautadas não somente
forma, seja possível melhor compreender o processo de ensinar e aprender língua inglesa,
conhecimento sobre a/na sala de aula, pelo professor, uma vez que atribui relevância à
164
(2001).
Quando indagada sobre sua opinião acerca das aulas no MC, AP 4 respondeu e foi
questionada por sua parceira AP 1, como pode ser constatado no trecho seguinte:
1 PQ: E vc, AP 4, que não conhecia as aulas e não fazia parte do projeto, o
2 que achou das aulas?
3 AP 4: Então, eu acho que deve causar bastante estranhamento pros alunos
4 porque eles não tem uma chamada, tipo, unidade 1: present, sei lá, deve
5 gerar um estranhamento bem grande ...
6 AP 1: Causou pra você?
7 AP 4: Não porque eu já sabia assim, né? Como eram as aulas, você
8 explicando...
9 AP 1: É, mas saber das aulas e assistir a aula é diferente, né?
10 AP 4: É, causou sim, porque é que nem você tava falando, tem bastante
11 interação entre os alunos, eles andam pra cá, andam pra lá, geralmente a
12 aula de língua não é assim, né?
13 AP 1: Mas, você já se acostumou também (com essa abordagem)?
14 AP 4: Mais ou menos. (...) mas é interessante porque, acho que é um pouco
15 ... eles (alunos) tão falando muito pouco ainda, né? Mas eles tão recebendo
16 muito insumo, toda hora que tão lá, que eles tão ouvindo ou lendo alguma
17 coisa que é em inglês, têm que se manifestar em inglês, eu acho que isso é
18 bem interessante.
(Excerto 4. Visionamento 1).
com sua parceira, questionando-a sobre suas impressões ao assistir e participar das
língua não é assim, né?”. Tal opinião pode ter sido construída por meio de sua
tradução ainda é recorrente. Ela ainda discute as diferenças entre o insumo (input) e a
produção dos alunos (output), ao afirmar que o curso propicia o contato constante com a
língua-alvo em interações e leituras em sala de aula, sendo essa uma prática positiva para
165
comenta que apesar desse contato com a LE ser positivo, os aprendizes ainda não
1 De forma geral, poucos alunos (...) estão preparados para esse método, pois
2 a vida escolar nos acostumou a receber o conhecimento do professor de
3 forma passiva e silenciosa. Já no método comunicativo, o aluno tem que
4 opinar e se arriscar, o professor age como um monitor, um intermediário da
5 comunicação.
(Excerto1. Relatório final de AP 1. 1º sem/2009).
Percebe-se que a aluna compara métodos mais tradicionais de ensino com a abordagem
insegurança:
específico acerca do tema. Isso pode ter sido o fator dessa insegurança no comentário e na
descrição de uma de suas ações em sala de aula. Ao término do MC, a mesma aluna retoma
Tal afirmação reforça a validade das experiências vividas em sala de aula e como os
2001), pois, por meio da discussão e da reflexão sobre a própria prática, AP 4 mudou seu
práticos construídos ao longo das ações pedagógicas em sala de aula, por meio da reflexão,
sendo este um processo contínuo que não depende apenas do conteúdo abordado no curso
professor e que seus valores pessoais e intuições atuam na (re)formulação de sua prática
oferecimento dos minicursos contribuíram para seu processo de formação inicial, uma vez
que fizeram com que eles pudessem relacionar aspectos teórico-práticos vistos ao longo do
sala de aula de línguas. Tal perspectiva é condizente com a proposta de se trabalhar com a
longo do curso de formação inicial, por meio do distanciamento e reflexão sobre sua
própria prática, ou seja, eles fazem uso do que Monteiro (2001) e Pimenta (2009) definem
168
professores para atuação em duplas propiciou a aprendizagem com seus pares mais
mais competente ao auxiliar sua parceira nas aulas e ao questioná-la nas sessões de
visionamento. A mesma relação ocorreu com outra dupla, em que AP 6 menciona o fato da
fundamentação teórica sobre o ensino de inglês para fins específicos ter sido melhor
realizada por sua parceira, AP 2, visto que a futura professora estava envolvida com
Reforçamos que uma das asserções desenvolvida ao longo desta pesquisa é a de que
as escolhas pedagógicas dos APs são formados na complexidade das interações desses
futuros professores com seu contexto particular de ensino e seus alunos, como argumenta
Golombek (2009). Notamos também, por meio das sessões de visionamento, que o
ações pedagógicas.
As avaliações dos APs sobre suas ações pedagógicas, os significados atribuídos a tais
nas aulas iniciais, na primeira sessão de visionamento, houve discussão sobre a avaliação
Nota-se nesse trecho que os APs discutem sobre as ações tomadas para a correção da
avaliação aplicada aos alunos que, inicialmente, tinha o objetivo de prover informações
tomadas ou para aquelas que desejariam ter tomado. AP 5 descreveu o procedimento que
gostaria de ter seguido, utilizando a prova como diagnóstico e pós-teste para avaliar a
avaliativo como meio para analisar questões linguísticas dos alunos, sendo seus resultados
feedback dado ao aluno após uma avaliação. Para AP 3, um número referente à nota do
aprendiz na avaliação não forneceria informações suficientes sobre seu desempenho, pois
ele acreditava ser necessário trabalhar com a correção da prova em sala de aula, para que o
aprendiz pudesse avaliar seu conhecimento sobre a língua, identificando seus erros e
acertos.
os resultados de uma avaliação, dentre eles: dialogar com o aluno, propor uma discussão
Dessa forma, por meio dessas discussões sobre as ações tomadas na atividade de
avaliação, notamos nas justificativas fornecidas por cada AP que eles tinham visões
diferentes sobre a avaliação e ambos apresentaram seus argumentos de acordo com que
Tomando como base os significados atribuídos para suas ações em sala de aula,
para seu parceiro AP 5, além desse significado, a avaliação teria também o papel de atuar
como ferramenta avaliativa a ser aplicada no início do curso, para informar o nível de
alunos havia sido alterado pelo conteúdo trabalhado, isto é, uma visão somativa de
Atrelada a essa visão, podemos inferir que AP 5 procurou coletar dados sobre os níveis
de proficiência dos alunos por meio do referido instrumento avaliativo, o que, de certa
cargo em um banco. Por meio dessa experiência, o aluno compreende melhor o que é
ensino de gramática por meio de contextos de uso da língua, sem priorizar o foco na forma,
tendo como foco principal o texto, e a gramática como item secundário. Tal proposta
Tomando como base seus valores pessoais e intuições, podemos inferir que a intenção
das atividades propostas nas primeiras aulas foi uma reação e/ou hipótese levantada pelos
1 (...) como alguns alunos tinham pouco conhecimento, queríamos estar perto
2 para ajudá-los e tirar quaisquer dúvidas que viessem a ter, pois talvez se eles
3 não conseguissem responder sozinhos, eles pudessem se sentir um pouco
4 desmotivados.
(Excerto 1. Relatório final de AP 5. 1º sem/2009).
Essa intenção apresentada por AP 5 pode ser compreendida como justificativa para as
atividades individuais e centradas no professor, recorrentes nas primeiras aulas dos APs em
seu minicurso. Ter a oportunidade de assistir suas aulas e refletir sobre elas contribuiu para
que os APs percebessem o que estavam fazendo e, a partir disso, (re) construir sua prática
em sala de aula.
A afirmação feita a seguir por um dos APs, em seu relatório, ressalta a importância da
professores.
1 Cabe ressaltar que um grande auxílio para a realização dessa reflexão foi a
2 participação da PQ nas atividades de estágio, pois a mesma discutiu
3 conosco, ao longo do minicurso, como as aulas estavam sendo ministradas
4 (...).
(Excerto 2. Relatório final de AP 5. 1º sem/2009).
Ressaltamos que, a princípio, esse não era o objetivo primordial das sessões. No
professores comentaram sobre a atividade aplicada no primeiro dia de aula de seu MC,
o seguinte comentário:
1 Entendo que foi importante para nós, como professores, visualizarmos bem o
2 grupo com o qual estamos trabalhando no que concerne ao nível de
3 conhecimento que eles apresentam do conteúdo a ser trabalhado. Isso nos
4 permitiu traçar um ponto de partida para nossas aulas, de forma a atingir as
5 expectativas dos alunos e os propósitos do minicurso. Como saberíamos se
6 os alunos estavam prontos para terem como conteúdo as estratégias de
7 leitura? Nós não sabíamos nem se eles eram aptos a ler os textos em língua
8 inglesa de maneira satisfatória. Foi nesse ponto que o teste inicial nos
9 ajudou a ficar despreocupados quanto à dificuldade das provas de vestibular
10 viessem apresentar no momento da leitura.
(Excerto 2. Relatório final de AP 6. 1º sem/2009).
as necessidades dos aprendizes, sendo esta uma etapa prevista e primordial em cursos de
na literatura sobre o ensino de inglês para fins específicos, e se faz presente em sua prática
pedagógica, o que nos permite afirmar que há articulação coerente entre as concepções
teóricas e práticas na ação desses futuros professores. Essa compreensão pode ser advinda
técnicas pautadas na tradução de trechos de textos, como pode ser visto no excerto de aula
a seguir:
1 AP 6: Bom, pessoal. Olhando lá, o título do nosso texto “Why are people
2 taller today than yesterday”. O que que dá pra entender só a partir do título?
3 (...) Que pergunta é essa?
4 Aluno 1: Por que as pessoas de hoje em dia são maiores que antigamente?
5 AP 6: Por que as pessoas hoje em dia são mais altas que antigamente, tá?
6 Vocês conseguiram chegar nessa conclusão a respeito do título?
(Excerto 1. Aula 27/05/2009).
1 AP 6: (...) quando a gente faz a correção dos exercícios (...) a gente tava
2 fazendo a leitura do texto e meio que uma tradução junto, tipo, eu já queria
3 tirar isso, porque quando eles tiverem, é, como nosso curso é pra vestibular e
4 é específico, não vai ter ninguém traduzindo pra eles lá na hora, então a
5 gente tem que focar no texto, só no que aquelas perguntas pedem, eu
6 acho.(...) Por um lado, vai mais rápido pra um aluno que tem um nível,
7 digamos assim, “avançado”, não precisa ficar voltando no texto toda hora.
8 Só que pros outros alunos quando a gente faz a resposta e depois a gente
9 volta no texto, só volta no texto no momento da resposta, eu acho que ajuda
10 ele a achar a resposta.
(Excerto 1. Visionamento 1).
voltado para o uso de estratégias para compreensão de textos. AP 6 ainda esclareceu que
essa prática não auxiliaria os aprendizes em contextos reais de avaliação para o ingresso
níveis de proficiência.
visionamento, AP 4 comentou sobre sua falta de segurança para lidar com a sala de aula, o
1 AP 1: É, mas você sente essa falta de segurança porque você não montou o
2 material. Por exemplo, pra mim, eu montei esse material, eu sei o porquê que
3 eu coloquei aquela atividade lá, é a terceira vez que eu estou aplicando ele, e
4 isso fez com que eu, da primeira vez eu identificasse os erros e melhorasse.
5 Essa é a terceira versão, então eu sei aonde já teve problema antes, então é
6 por isso que eu estou meio “por dentro dos problemas”, inclusive as
7 perguntas dos alunos (...) acho que é uma questão de experiência também.
(Excerto 1. Visionamento 1).
177
apontando seu papel na análise e elaboração de material didático. Para tanto, percebe-se
questões problemáticas.
Língua Inglesa: Teoria e Prática com Projetos, que prevê o estudo e análise de teorias de
contam com uma disciplina eletiva, intitulada Avaliação e Produção de Material Didático
em Língua Inglesa que visa, dentre outros tópicos, a elaboração de materiais didáticos por
aqueles advindos das experiências prévias de ensino no projeto de extensão, fazem com
1 AP 4: Essa aula não foi tão proveitosa para mim, pois não conheço o
2 material e a mitologia grega tão bem quanto se tivesse preparado o material.
3 Assim, fiquei mais ouvindo as interações entre os alunos, a parte sobre o
4 significado dos mitos na atualidade foi bem interessante, aprendi com isso.
(Excerto 3. Relatório final de AP 4. 1º sem/2009).
47
Ver lista de disciplinas, ementas e objetivos no anexo 9, p.234.
178
pedagógica, ao mencionar que havia tido participação menor na referida aula. Ainda no
Observamos em parte da aula a que se refere AP 1, coerência entre o que ela concebia
como figura de um bom professor de língua e o que ela demonstrava por meio de suas
1 AP 1: For our next task, we have student A on this page and student B on this
2 other page. What you are going to do (…) (agrupa os alunos em duplas). You
3 have different pictures, these four people here (aponta para os alunos) have
4 picture A, the four people here (aponta para alunos) have picture B. I will put
5 you in groups (…) Well, what you are going to do, you are going to describe
6 the picture to each other (…) so what can you talk about? What is there in
7 the picture? What colors are predominant in it? You can talk about the
8 clothes of the woman because both pictures have a woman (Pandora) (…).
9 (AP faz a correção) Let’s see guys, so let’s describe the picture together?
10 What is there in the picture? (...) (checa as respostas dos alunos) If you have
11 to describe the personality of this woman, shes’s….curious, right? (…)
12 Alunos: surprised?
13 AP 1: Surprised maybe? What is she looking at? Well, guys we won’t have
14 time today, but our next chapter is about these pictures. They are both
15 representations of Pandora’s myth. Do you know Pandora’s myth? Have you
16 heard about Pandora’s myth?
(Excerto 1. Aula 19/05/2009).
Outro aspecto que demonstrou a relação entre as ações pedagógicas e o que a aluna
comunicam com o objetivo de obter informações que não possuem”. Assim sendo, a
O quadro seguinte tem como objetivo sumarizar as ações pedagógicas dos APs,
de aula.
180
distintos de reflexão. Quando pautadas por conhecimentos informais construídos por meio
181
Sabe-se que esse tipo de reflexão, essencialmente embasado pela prática, é insuficiente
para lidar com as diversidades e adversidades das realidades escolares, assim como a
reflexão técnica, norteada pelo uso de estratégias e aplicação de teorias prescritas por
KUMARAVADIVELU, 2006).
justificativas para tais ações, consideramos que os significados das ações pedagógicas
feitas” é tomado como aspecto característico das sessões de visionamento, que ainda
aula. Dessa maneira, constatamos que os APs participantes desta pesquisa resgataram seus
de iniciação científica.
que se desenvolvia a prática, aos objetivos e necessidades dos alunos e aos propósitos dos
cursos por eles ministrados. Por vezes, os futuros docentes se pautaram em sua filosofia de
ensino e aprendizagem, norteada por suas intuições e valores pessoais. Mesmo quando os
professores e o que realmente eram em sala de aula, foi por meio de suas análises de ações
pedagógicas que eles parecem ter atingido certo nível de conscientização, que lhes
sala de aula.
Muitas decisões foram tomadas pelos APs durante ou após as aulas, por meio das
sessões de visionamento ou apenas assistindo às suas aulas, o que contribuiu para que eles
CONSIDERAÇÕES FINAIS
184
Esta pesquisa teve como principal objetivo analisar como os conhecimentos teórico-
compreender como eles avaliavam suas ações pedagógicas, que significados poderiam ser
pedagógica, descrita nesta pesquisa, seja pautado por uma noção do que denominamos
Isto pode ser evidenciado nas análises das práticas de AP 3 e AP 5, que se viram
Grande parte dos APs participantes da pesquisa tinha alguma experiência prévia de
aulas e em seus discursos. Isso lhes permitiu, também, observar em sua prática, aspectos
que “funcionavam” ou não em sala de aula e (re)construir sua prática por meio de tentativa
e erro.
línguas.
presente nas definições, ações pedagógicas e justificativas para tais ações, apresentadas por
AP 1 e AP 2.
ao perceberem tal procedimento, passaram a não traduzir trechos de textos para que os
objetivos da aula, do curso e dos alunos fossem condizentes com as atividades propostas.
186
refletir sobre a própria prática. Além disso, os questionamentos desses APs frente às
profissional contínuo.
como pré e pós-teste com o intuito de verificar o desempenho do aprendiz por meio de sua
sala de aula para corroborar ou refutar suas hipóteses e intuições sobre o processo de
profissional.
Dessa maneira, por meio dos resultados obtidos, podemos apontar que essas questões
Reflexão Contínua
Reflexão Contínua
que nos permite retomar a tese orientadora desta pesquisa, de que habilidades e
docente.
com as quais tiveram contato. Foi possível constatar que, em seus encaminhamentos,
muitos deles compreendem que não é apenas papel do professor imbuir-se de um desejo de
professores e/ou monitores. Especulamos que essa característica pode ser advinda do
intuitivos sobre como ensinar e aprender línguas, trazidos pelos alunos-professores, tendem
contextuais estejam alinhadas para que professores ainda em processo de formação possam
Encaminhamentos e Limitações
que parte da carga horária da disciplina de Prática de Ensino seja cedida para que os alunos
que trabalham durante o dia possam se dedicar às atividades previstas para o estágio.
educacionais.
Esses encontros poderiam ser otimizados com reflexões sobre as realidades dos
no ambiente virtual de aprendizagem, utilizado pela universidade. Essa prática seria uma
liberação do horário das aulas de PE para que os alunos possam realizar os estágios. Além
disso, durante o desenvolvimento dos estágios, aqueles APs que pudessem, poderiam
orientação/supervisão individuais.
participação nas discussões em sala de aula. Essa falta de comprometimento pode ter
ocorrido devido ao fato de que parte dessas discussões pode ter sido feita, anteriormente,
envolvimento dos futuros professores nas aulas de PE seria propor que parte das leituras da
191
Essas discussões poderiam ser norteadas por textos de interesse voltados para uma
compreensão mais ampla das práticas escolares em contextos públicos, por exemplo,
aqueles que tratam das fontes de estresse na carreira docente ou práticas docentes bem
complementadas por aquelas emergentes das observações dos alunos, para maior
linguística por meio do estudo de tópicos voltados para a formação docente, seria
àqueles abordados pelas disciplinas de PE, para que as discussões sejam pertinentes e
para estimular processos reflexivos dos APs sobre as aulas por eles ministradas, sendo sua
possam refletir sobre sua prática pedagógica, tomando-a como um lugar de (re)construção
professores sobre suas ações pedagógicas, normalmente, ocorriam quando eles assistiam a
formas para solucionar problemas da prática pedagógica, eles acessavam todas as formas
pós-observação de aulas, pois contribuíram para que os APs se questionassem sobre o que
aprenderam com tal experiência, de acordo com Bowers (1987 apud WALLACE, 1991). O
objetivo principal das sessões era levantar questionamentos e justificativas sobre as ações
pedagógicas por meio da observação de aulas gravadas em vídeo feitas pelos alunos-
professores, o que pode ter caracterizado tais sessões como formas de supervisão criativa
(GEBHARD, 1990b). Destacamos que essa etapa acabou se tornando uma consequência
do uso de tal instrumento, uma vez que essa intervenção não havia sido preestabelecida.
como proposto por Mello (2010), Vieira-Abrahão (2007), Jordão (2005), Cristóvão (2005)
e Paiva (2005). Esse modelo se faz relevante não somente para o contexto de formação de
professores investigado, mas para muitas outras instituições formadoras, pois tal parceria
seria uma maneira de estabelecer uma rede de colaboração entre os saberes produzidos nas
universidades e aqueles construídos nos cotidianos escolares, que ainda necessitam de mais
línguas não são vistos apenas nas disciplinas de Prática de Ensino. Hiebert et. al. (2007) já
193
aprender, por meio de conteúdos sobre a prática docente, tendem a potencializar sua
investigado tem como principal intuito, melhor preparar seus futuros professores para lidar
Uma das limitações da pesquisa se refere justamente, a essa organização, pois dadas
conforme defendem Celani (2005), Telles (2002b) e André (2001). Esperamos também que
esta investigação possa contribuir para uma análise do processo formativo desenvolvido no
curso, ao oferecer uma visão externa sobre a importância das atividades realizadas nas
Muitos cursos de formação inicial têm como objetivos promover reflexões e suscitar
nos mais diversos contextos educacionais. Sustentamos que o ato de atingir tais
de si e do mundo.
194
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
195
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relação com a prática do professor de línguas. Linguagem e Ensino. Pelotas, v. 5. n. 2, p.
91-116, 2002b.
Apêndices
Por meio deste instrumento particular, de um lado Sandra Mari Kaneko-Marques, portadora do RG
28.739.560-1 SSP/SP, doravante, PESQUISADORA e de outro lado,
_________________________________________, portador(a) do RG
_________________________________, doravante, PROFESSOR (A), tem entre si por justo e combinado o
presente contrato de participação no desenvolvimento de pesquisa em nível de doutorado em Estudos
Linguísticos, na área de concentração em Linguística Aplicada, junto ao Programa de Pós-Graduação em
Estudos Linguísticos da Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, campus de São José do Rio Preto,
orientado pela Profa. Dra. Maria Helena Vieira-Abrahão, e intitulada “O Processo de (Re) Construção da
Prática Pedagógica de Professores de Língua Inglesa em Formação Inicial”, mediante as cláusulas e
condições seguintes:
E por estarem em pleno acordo, assinam as partes, o presente instrumento, feito em duas vias, de igual
teor e efeito.
_______________________________________
PESQUISADORA: Sandra Mari Kaneko-Marques
_______________________________________
PROFESSOR (A): ___________________________________
206
Por meio deste instrumento particular, de um lado Sandra Mari Kaneko-Marques, portadora do RG
28.739.560-1 SSP/SP, doravante, PESQUISADORA e de outro lado,
_________________________________________, portador(a) do RG
_________________________________, doravante, ALUNO (A)- PROFESSOR (A), tem entre si por
justo e combinado o presente contrato de participação no desenvolvimento de pesquisa em nível de
doutorado em Estudos Linguísticos, na área de concentração em Linguística Aplicada, junto ao
Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Estadual “Júlio de Mesquita
Filho”, campus de São José do Rio Preto, orientado pela Profa. Dra. Maria Helena Vieira-Abrahão, e
intitulada “O Processo de (Re) Construção da Prática Pedagógica de Professores de Língua Inglesa em
Formação Inicial”, mediante as cláusulas e condições seguintes:
II) À PESQUISADORA será permitido o registro das aulas por meio de equipamento áudio-
visual, filmadora, durante o período citado no inciso I.
III) Cabe ao ALUNO (A)- PROFESSOR (A), participar como colaborador (a) da pesquisa ao
responder a questionários, conceder entrevista, gravada em áudio, bem como participar da
proposta de implementação de sessões de visionamento.
IV) Os registros das aulas, entrevista e sessões de visionamento poderão ser transcritos e
explorados pela PESQUISADORA. As transcrições das aulas e entrevista poderão ser
posteriormente utilizadas em publicações e/ou encontros de natureza científico-acadêmicas,
bem como na tese de doutorado a ser desenvolvida pela mesma.
VII) Durante o período de desenvolvimento da pesquisa, que tem término previsto para março
de 2011, todos os registros áudio-visuais permanecerão sob responsabilidade da
PESQUISADORA. Na ocasião de conclusão do curso de doutorado, após a defesa de tese,
a PESQUISADORA compromete-se a devolver todos os registros para o (a) ALUNO (A)-
PROFESSOR (A), que por sua vez, poderá utiliza-los como desejar.
VIII) Ao ALUNO (A)- PROFESSOR (A) será facultado o direito de desistir da participação da
pesquisa, retirando seu consentimento a qualquer momento, independente da fase de
realização desta pesquisa.
E por estarem em pleno acordo, assinam as partes, o presente instrumento, feito em duas vias, de
igual teor e efeito.
_________________________________ ___________________________
PESQUISADORA: Sandra Mari Kaneko-Marques ALUNO (A)- PROFESSOR (A)
207
d) Quais questões sobre a prática de ensino foram tratadas na aula? Como foram
abordadas tais questões?
Alunos
f) A produção dos alunos nas atividades tem por foco as reflexões sobre o processo de
ensino e aprendizagem ou a prática pedagógica?
Este questionário tem como objetivo obter dados para minha pesquisa sobre formação de professores de
língua inglesa que vem sendo desenvolvida no curso de Letras desta universidade. Sua resposta será
muito importante. Sua identidade permanecerá em sigilo. Agradeço, desde já, a sua colaboração.
(opcional) Nome ___________________________________________________ Idade __________
Ano de Ingresso no Curso de Letras: ____________________
2) Atualmente, você frequenta cursos de idiomas? Em caso afirmativo, quais? Em que nível?
3) Quais recursos você utiliza/tem utilizado fora da sala de aula para aprimorar seus
conhecimentos em língua inglesa?
4) Quais conhecimentos e habilidades você considera importantes para uma aprendizagem eficiente
de língua inglesa? Justifique sua resposta.
8) Você já atua/atuou como professor (a)? Assinale o tipo de instituição e Indique quais as
disciplinas você leciona/lecionou?
( ) Escola pública de ensino fundamental e médio. _________________________________
( ) Escola particular de ensino fundamental e médio. _______________________________
( ) Escola de idiomas. ________________________________________________________
( ) Aulas particulares. ________________________________________________________
( ) Cursinho. ________________________________________________________________
( ) Projetos de Extensão Universitária. ____________________________________________
10) Caso já tenha lecionado, descreva brevemente sua experiência de ensino de língua inglesa e/ou
portuguesa (contexto específico- escola de idiomas, rede municipal, estadual; material didático
utilizado; abordagem e metodologia; público-alvo; aspectos positivos e negativos dessa
experiência).
11) Você considera que o curso está lhe oferecendo preparação adequada para a vida profissional?
Por favor, justifique.
12) O que você aprendeu nas disciplinas de língua inglesa na universidade até o presente pode
auxiliá-lo no ensino de língua inglesa? Como?
13) Quais conhecimentos e habilidades você considera importantes para um professor de língua
inglesa? Justifique sua resposta.
2) Como você avalia a formação de professores de LI nesta instituição? Você acredita que o
aluno-professor está sendo bem preparado para as diversidades dos contextos
educacionais?
3) Além da disciplina que atualmente leciona você ministra outras disciplinas da nova grade
curricular da área de língua inglesa? Quais?
4) De maneira geral, como você avalia o conteúdo e os objetivos das disciplinas nos anos
iniciais do curso de formação desta instituição?
5) Você teve dificuldades de adequação das atividades propostas na disciplina aos objetivos
gerais do plano de ensino na nova estrutura curricular do curso? Quais foram?
6) Você incluiu na disciplina que leciona os referenciais teóricos propostos pelas novas leis de
diretrizes e bases para os cursos de formação de professores? De que forma?
9) Você considera que o curso está oferecendo a preparação adequada para a atuação
profissional de (futuros) professores de língua inglesa? Explique.
10) Você considera importante que os alunos-professores sejam envolvidos em atividades (em
sala de aula) que tenham uma perspectiva reflexiva sobre os processos de ensino e
aprendizagem de línguas? Como essas atividades são desenvolvidas?
1) Objetivo da Atividade
5) Comentários
212
1) Objetivo da Atividade
a) Gramática
b) Vocabulário
c) Leitura e Compreensão de Texto
d) Outro:
2) Descrição das Atividades Propostas
Inglesa 1 e 2?
3.1) Que significados podem ser atribuídos aos seus procedimentos e ações em sala de
aula?
3.2) Que justificativas são apresentadas pelos alunos-professores para tais ações?
213
Concordo em participar deste estudo e a mim será facultado o direito de desistir da participação,
retirando meu consentimento a qualquer momento, independentemente da fase de sua realização.
Declaro estar ciente de que os instrumentos e procedimentos a serem utilizados neste estudo
envolvem observação e gravação em vídeo das aulas pela pesquisadora.
Afirmo estar ciente de que todas as informações obtidas por meio de tais instrumentos e
procedimentos serão divulgadas de forma anônima, apenas para os propósitos desta investigação.
__________________________________________
Aluno-Participante
214
Anexos
Tópicos/Duração
Fundamentos Teóricos:
1. O papel da Prática de Ensino e Estágio Supervisionado de Língua Inglesa nos cursos de licenciatura.
Elaboração do cronograma do curso e apresentação dos roteiros (de observação, entrevista com o
professor e caracterização da escola). Duração: 04 horas.
2.Breve histórico sobre o ensino de Língua Inglesa em contexto escolar brasileiro, focalizando algumas
mudanças estruturais referentes ao planejamento curricular e às abordagens de ensino. Duração : 04
horas
3.Diferentes tipos de aprendizado de Língua Estrangeira.- A Teoria do Monitor de Krashen - Existiria o
monitor do monitor? Duração:04 horas.
4.Os métodos de ensino de Língua estrangeira (gramática e tradução, audio-lingual, sugestopédia,
resposta física total, comunicativo)e o trabalho docente. Duração: 06 horas.
5.Os conteúdos de Língua Estrangeira e os Temas Transversais.Análise dos PCNs do MEC para o
ensino de LE no terceiro e quarto ciclo do ensino fundamental.Duração: 04 horas
7- Propostas de miniaulas sobre o método comunicativo. Duração: 08 horas
215
Prática:
1.Orientação e supervisão de alunos em atividade de seleção e/ ou confecção de materiais didáticos;
planos de aula e relatório final de estágio.Duração:12 horas.
2.Aplicação de questionário ou entrevista semiestruturada com o professor. Duração: 02 horas.
3. Atividades de observação de aulas. Duração: 8 horas.
4.Atividades de regência. Duração: 08 horas.
Objetivos Específicos
Por meio do estudo de fundamentos teóricos, levar o aluno à observação, à análise da prática
pedagógica de um professor em exercício e ao planejamento e regëncia de aulas como estagiário,
propiciando, assim, formação de qualidade ao futuro professor de Língua Inglesa;
Estratégias de Ensino
- Aulas expositivas dialogadas;debates a partir de leituras e experiências; estágios supervisionados.
Atividades dos Alunos
Participação oral nos debates e nas aulas expositivas
dialogadas; leitura e fichamento de textos.
Participação nas atividades práticas (preparação e/ou seleção de materiais e micro-aulas; observação e
regência de aulas em escolas da rede pública; relatório final de estágio.
KRASHEN, S. Principles and practice in second language acquisition. Oxford:Pergamon Press, 1982.
MARGONARI, D.M. A Situação Atual do Ensino de Inglês nas Escolas Públicas de 1º e 2º graus de
Araraquara, SP. Monografia. São Paulo: FCL/UNESP Araraquara: Mimeo, 1997.
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MOITA LOPES, L.P Oficina de Linguística Aplicada: A natureza social e educacional dos processos
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PAIVA. V.L.M.O (org.) Ensino de Língua Inglesa: Reflexões e Experiências. 2ª ed. Campinas, SP:
Pontes; Minas Gerais:
Departamento de Letras Anglo Germânicas/ UFMG, 1998.
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WIDDOWSON, H.G. O ensino de línguas para a comunicação. Campinas:Pontes, 1991.
217
-Diagnóstico sobre a situação atual do ensino de Inglês nas escolas públicas: as reformas
governamentais, problemas e possíveis soluções. (4h)
-As Propostas Curriculares de Língua Inglesa de 1o. e 2o. graus da CENP. Apresentações de
seminários. (4h)
-Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira e os Temas Transversais. Apresentações
de seminários. (8h)
-Tendências atuais no ensino-aprendizagem de línguas: o ensino de Língua Inglesa na Educação
Infantil. (8h)
-Motivação e ensino de inglês para adolescentes (4h)
-Ensino de gramática (4h)
-Avaliação geral da disciplina (4h)
Estágios:
-Orientação e supervisão dos alunos em atividades de seleção e/ou confecção de materiais didáticos,
redação de planos de ensino e relatório final de estágio. (26h)
-Atividades de regência. (30h)
-Discussão e avaliação dos estágios. (4h)
Objetivos Específicos
-Fornecer ao aluno licenciando fundamentação teórica básica, de modo a propiciar a estruturação de
seu futuro trabalho como professor de Língua Inglesa no Ensino Fundamental e Médio.
-Revisar os conceitos de abordagem, método e técnica.
-Revisar as diferentes abordagens e metodologias do ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras,
articulando-as ao desenvolvimento do ensino-aprendizagem de Língua Inglesa no Brasil.
-Apresentar o percurso do ensino de Inglês no Brasil a partir da análise dos diferentes períodos
históricos e de alguns manuais didáticos.
-Levar o aluno a tomar contato com linhas teóricas contemporâneas sobre metodologias e processos de
ensino-aprendizagem de Língua Inglesa, de forma que desenvolva consciência crítica sobre as várias
dimensões dessas teorias face às diferentes realidades educacionais em que irá atuar.
-Fornecer ao aluno subsídios para que ele possa refletir e desenvolver consciência crítica sobre a
situação atual do ensino de Língua Inglesa no Brasil, com foco especial para o contexto da escola
pública (Ensino Fundamental e Médio).
-Levar o aluno a desenvolver a capacidade de realizar micro análises, teoricamente embasadas,
focalizando aspectos práticos do ensino-aprendizagem de Língua Inglesa, como a avaliação de livros
didáticos.
-Orientar os alunos na elaboração de um minicurso a ser desenvolvido com um grupo de estudantes.
-Orientar os alunos na confecção de planos de ensino e de aulas que contemplem propostas
significativas de ensino para esse minicurso; na seleção e/ou elaboração de materiais didáticos e na
redação do relatório final de estágio.
Estratégias de Ensino
-Conversa inicial com o objetivo de detectar o conhecimento prévio do grupo sobre conceitos já
ministrados, bem como suas experiências e impressões como aprendizes de língua estrangeira.
-Abordagem dos tópicos do conteúdo programático por meio de aulas expositivas dialogadas.
-Leitura dos textos que constam da bibliografia básica, bem como discussões dos mesmos em sala de
aula. Os alunos serão conduzidos ao debate do texto base que, por sua vez, será enriquecido pelos
textos complementares.
-Ilustração de abordagens e uso de diferentes metodologias de ensino-aprendizagem de Língua Inglesa
(material em vídeo).
-Orientação para elaboração de um roteiro de análise de livros didáticos para guiar o estudo a ser
realizado pelos alunos.
-Orientação dos alunos para a exposição dos resultados das análises realizadas.
-Apresentação de seminários sobre tópicos do conteúdo abordados.
-Orientação dos alunos para elaboração dos planos de ensino e do relatório final de estágio.
-Acompanhamento da aprendizagem dos estudantes por meio dos instrumentos de avaliação.
Atividades dos Alunos
-Responder às perguntas da entrevista, detalhando estudo/conhecimento prévio sobre o processo de
ensino-aprendizagem da Língua Inglesa, expectativas/motivações e objetivos com relação à disciplina.
-Leitura dos textos indicados e participação nas discussões em sala de aula.
-Elaboração de um seminário sobre tópicos do conteúdo da disciplina e apresentação dos resultados das
leituras e investigações realizadas em sala de aula.
-Elaboração de um minicurso a ser desenvolvido com um grupo de alunos.
221
-Confecção de planos de ensino e de aulas que contemplem propostas significativas de ensino para esse
minicurso e, como estagiário, regê-lo em uma escola da rede oficial.
-Seleção e/ou elaboração de materiais didáticos.
-Observação, registro, análise e avaliação das situações vivenciadas durante o estágio.
-Redação do relatório final de estágio.
Recursos a serem utilizados
A disciplina contará, básica e primordialmente, com a participação da professora do Departamento de
Metodologia de Ensino desta Universidade e também com professores de outras instituições e/ou
profissionais que poderão ser, eventualmente, convidados para palestras aos alunos sobre tópico
relevante.
Os recursos materiais a serem utilizados serão textos e livros (mencionados no item Bibliografia),
material suplementar de apoio preparado pela docente responsável pela disciplina, livros didáticos,
revistas e periódicos disponíveis na Biblioteca Comunitária ou trazidos pela docente.
Como recursos materiais auxiliares, a professora utilizará lousa, giz, aparelho retroprojetor e
transparências, textos fotocopiados, computador, projetor de slides, CD player e CDs, aparelho de
DVD e filme, fantoches e dedoches.
Procedimentos de Avaliação do aprendizado dos alunos
(provas, trabalhos individuais ou em grupo, participação, trabalhos extra-classe, seminários, relatórios,
exercícios, etc..)
A avaliação consistirá em processo contínuo, de forma que os itens de ensino serão retomados e
aprofundados ao longo do programa, dando oportunidade de revisão a alunos que já tenham aprendido
e nova chance de aprendizagem aos que apresentem dificuldade de assimilação do conteúdo ensinado.
A nota final compreenderá as seguintes atividades:
-Participação em sala de aula e aproveitamento das leituras indicadas por meio da contribuição em
debates (2 pontos)
-Elaboração de análise, teoricamente embasada, focalizando abordagens, metodologias e aspectos
práticos do ensino-aprendizagem de Língua Inglesa em um livro didático selecionado. (3 pontos)
-Apresentação de seminário, em que os alunos refletirão criticamente e aprofundarão os assuntos
abordados em sala de aula (5 pontos).
-Atividades de regência (10 pontos)
-Relatório final de estágio (10 pontos)
A nota final será o somatório de todas as avaliações, dividido por três.
Bibliografia
Publicação (Procure usar normas ABNT. a menos da formatação)
ALMEIDA FILHO, J C. P. (Org.) A abordagem orientadora da ação do professor. In: Parâmetros atuais
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223
Objetivos Específicos
-Fornecer ao aluno licenciando fundamentação teórica básica, de modo a propiciar a estruturação de
seu futuro trabalho como professor de Língua Inglesa nas séries do Ensino Fundamental e Médio.
-Levar o aluno a tomar contato com linhas teóricas contemporâneas sobre metodologias e processos de
ensino-aprendizagem de Língua Inglesa, de forma que desenvolva consciência crítica sobre as várias
dimensões dessas teorias face às diferentes realidades educacionais em que irá atuar.
-Fornecer ao aluno subsídios para que ele possa refletir e desenvolver consciência crítica sobre a
situação atual do ensino de Língua Inglesa no Brasil, com foco especial para o contexto da escola
pública (Ensino Fundamental e Médio).
-Orientar os alunos na elaboração de um minicurso a ser desenvolvido com um grupo de estudantes.
-Orientar os alunos na confecção de planos de ensino e de aulas que contemplem propostas
significativas de ensino para esse minicurso; na seleção e/ou elaboração de materiais didáticos e na
redação do relatório final de estágio.
Estratégias de Ensino
-Abordagem dos tópicos do conteúdo programático por meio de aulas expositivas dialogadas.
-Leituras dos textos que constam da bibliografia básica, bem como discussões dos mesmos em sala de
aula. Os alunos serão conduzidos ao debate do texto base que, por sua vez, será enriquecido pelos
textos complementares.
-Apresentação de seminários sobre tópicos do conteúdo abordados.
-Apresentação de miniaulas, em que os alunos discutirão, refletirão e avaliarão as experiências com o
ensino-aprendizagem de Inglês durante os minicursos, com os demais colegas da classe.
-Orientação dos alunos para elaboração de planos de ensino e do relatório final de estágio.
-Acompanhamento da aprendizagem dos estudantes por meio dos instrumentos de avaliação.
Atividades dos Alunos
-Leitura dos textos indicados e participação nas discussões em sala de aula.
-Elaboração de um seminário sobre tópicos do conteúdo da disciplina e apresentação dos resultados das
leituras e investigações realizadas em sala de aula.
-Apresentação de uma miniaula, demonstrando e avaliando algumas atividades desenvolvidas durante o
minicurso proposto.
Durante os estágios:
-Elaboração de aulas a serem desenvolvidas com um grupo de alunos.
-Confecção de planos de ensino e de aulas que contemplem propostas significativas de ensino e, como
estagiário, regê-las em uma escola da rede oficial.
-Seleção e/ou elaboração de materiais didáticos.
-Observação, registro, análise e avaliação das situações vivenciadas durante o estágio.
-Redação do relatório final de estágio.
Recursos a serem utilizados
A disciplina contará, básica e primordialmente, com a participação da professora do Departamento de
Metodologia de Ensino desta Universidade e também com professores de outras instituições e/ou
profissionais que poderão ser, eventualmente, convidados para palestras aos alunos sobre tópico
relevante.
Os recursos materiais a serem utilizados serão textos e livros (mencionados no item Bibliografia),
material suplementar de apoio preparado pela docente responsável pela disciplina, livros didáticos,
revistas e periódicos disponíveis na Biblioteca Comunitária ou trazidos pela docente.
Como recursos materiais auxiliares, a professora utilizará lousa, giz, aparelho retroprojetor e
transparências, textos fotocopiados, computador, projetor de slides, CD player e CDs.
Procedimentos de Avaliação do aprendizado dos alunos
(provas, trabalhos individuais ou em grupo, participação, trabalhos extra-classe, seminários, relatórios,
exercícios, etc..)
A avaliação consistirá em processo contínuo, de forma que os itens de ensino serão retomados e
aprofundados ao longo do programa, dando oportunidade de revisão a alunos que já tenham aprendido
e nova chance de aprendizagem aos que apresentem dificuldade de assimilação do conteúdo ensinado.
A nota final compreenderá as seguintes atividades:
-Participação em aula e aproveitamento das leituras indicadas por meio da contribuição em debates (2
pontos)
-Apresentação de seminário, em que os alunos refletirão criticamente e aprofundarão os assuntos
abordados em sala de aula (4 pontos).
225
6) Avaliação final - esta parte terá dois itens: a) avaliação da aula do colega e b)
reflexão final sobre toda a experiência vivenciada (pontos positivos, negativos e
sugestões).
Obs. A) Mantenha um diário de campo, ou seja, ao voltar da escola, reflita sobre aquele
dia e registre-o num caderno; B) fazer quinzenalmente, uma reflexão sobre a
experiência de estágio via Moodle; e C) Ao final do estágio, tem-se apenas que
compilar esses dados para a elaboração do Relatório Final.
227
1- Objetivos da aula:
2- Razões para o sucesso ou insucesso em atingir os objetivos:
3- Materiais usados na aula:
4- A avaliação de sua eficiência é: (alta); (média); (baixa).
5- Técnicas usadas na aula:
6- A avaliação de sua eficiência é: (alta); (média); (baixa).
7- Organização da interação:
8- Aspectos fortes da aula:
9- Aspectos fracos da aula:
10- Comportamentos dos alunos que refletiram aprendizagem:
11- Comportamentos dos alunos que refletiram dificuldades:
12- Ações adequadas do professor:
13- Ações inadequadas do professor:
14- Crenças do professor sobre a natureza da linguagem:
15- Crenças do professor sobre a natureza do ensino e aprendizagem:
16- Ações alternativas para futuros planejamentos e execuções de aulas:
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1- Nome: Idade:
2- Em quais escolas leciona atualmente?
3- Leciona Português também?
4- Em quais níveis de ensino leciona?
5- Quais os períodos em que leciona?
6- Há quantos anos está dando aula?
7- Você tem nível superior? Onde cursou?
8- Você tem habilitação para lecionar Inglês?
9- Fez um curso de línguas particular? Por quanto tempo?
10- Por que você optou por fazer faculdade de Letras?
11- Você acha que a fundamentação teórica e pedagógica que recebeu na faculdade foi
suficiente para elaborar suas aulas?
12- Quando você se formou, era sua primeira intenção dar aulas de Inglês?
13- Se não era sua intenção dar aulas de Inglês, você acha que mesmo assim está se saindo
bem? Você gosta do que faz? Gostaria de mudar de profissão?
14- Você acha importante ser professor?
15- Você tem algum tempo reservado para o estudo da disciplina que ministra?
16- Costuma ler trabalhos a respeito do ensino de Língua Inglesa?
17- Você participa de encontros de professores, palestras, seminários; enfim, procura se
especializar de alguma forma? Considera isso importante?
18- E com relação ao ensino de inglês, você acha importante ensina-lo? Por quê?
19- Quais são seus objetivos em relação ao ensino-aprendizagem de Inglês no Ensino
Fundamental? E no Ensino Médio?
20- Você faz o planejamento do curso? Você define os objetivos de cada aula?
21- Como você define/estabelece os conteúdos do curso?
22- Você acha que seus alunos estão motivados para aprender Inglês?
23- O que você acha do desempenho dos seus alunos em sala de aula até o momento?
24- Fale sobre alguma atividade que você desenvolve ou desenvolveu com seus alunos na
qual obteve bons resultados.
25- Como os outros professores da escola veem o ensino de Inglês e o trabalho que você
desenvolve?
26- O fato de inglês ser considerado atividade tem alguma influência na sua prática
pedagógica?
27- Quais instrumentos de avaliação você utiliza?
28- Você adota algum livro didático? Qual? Você o considera um bom material didático?
29- Você conhece a Proposta Curricular de Língua Inglesa? Já aplicou alguma atividade?
Como foram os resultados?
30- Conhece os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira e os Temas
Transversais? Como teve acesso a eles? De um modo geral, como os avalia?
31- O que você pensa sobre a proposta de trabalho com os Temas Transversais inseridos no
ensino de Língua Inglesa? Você já aplicou alguma atividade incluindo os temas?
32- Qual sua opinião sobre a escola de um modo geral?
33- Para finalizar, que tipo de apoio gostaria de receber dos estagiários no seu trabalho? No
que você acha que poderíamos contribuir para suas aulas?
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10. Quais sugestões você daria para tornar suas aulas de Inglês mais interessantes?
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Texto elaborado pelo professor-formador e utilizado em sala de aula para as discussões sobre abordagens,
metodologias, métodos e estratégias de ensino e aprendizagem de línguas.
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233
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OBRIGATÓRIAS
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Transcritos de Donadio (2007, p.88-97).
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Objetivos: Proporcionar ambiente e oportunidade de uso da língua inglesa, com foco primordial no processo
de produção e avaliação do texto escrito: a) correspondências eletrônicas, resumos, abstracts e relatórios ;b)
fábulas e contos de fada – como recurso para o desenvolvimento de projetos para serem utilizados com
alunos dos ensinos fundamental e médio.
ELETIVA
Objetivos: Ao final do curso o aluno deverá ser capaz de: a) reconhecer a teoria subjacente às ideias
veiculadas em materiais didáticos, b) elaborar instrumentos de análise de necessidades (needs and wants), c)
selecionar atividades que possam ser alteradas e adequadas às necessidades do público-alvo, d) apresentar
oralmente e por escrito sugestões elaboradas durante o curso utilizando a língua-alvo, e) elaborar material
didático utilizando jogos, vídeo, música e/ou diferentes mídias, como material de apoio pedagógico, f) avaliar
a produção dos colegas e sua própria produção de acordo com critérios estabelecidos pelo grupo, g) criar
atividades para as diferentes habilidades orais e escritas.
OPTATIVAS
Culturas de LI e Ensino
Ementa: Estudo comparativo das características culturais de países de LI e do Brasil.
Objetivos: Propiciar aos alunos do Curso de Letras, com opção pela Língua Inglesa, conhecimento
necessário para a compreensão de como se configura a Culturas de LI e que tipo de relação existe com o
ensino da língua inglesa, comparando-a com a cultura de nosso país. Ao final do semestre, composto de 15
semanas, o aluno deverá estar apto a: a) atingir um nível de compreensão sobre os tópicos abordados no
curso; b) saber avaliar criticamente distintos contextos sócio-culturais de uso das línguas inglesa e portuguesa
c) saber aplicar esses conceitos ao contexto educacional em que estarão envolvidos.