Gênero Textual Entrevista
Gênero Textual Entrevista
Gênero Textual Entrevista
Conceito
Características
Estrutura
Suporte
Características da entrevista
Textos informativos e/ou opinativos
Presença do entrevistador e do entrevistado
Linguagem dialógica e oral
Marca do discurso direto e da subjetividade
Mescla da linguagem formal e informal
Estrutura da entrevista
Para produzir uma entrevista esteja atento à sua estrutura:
A entrevista pode ser um texto que será utilizado para dar consistência a um outro
trabalho, ou mesmo, para conhecer melhor o trabalho de outra pessoa.
Seja qual for o tema escolhido, por exemplo, o novo livro do escritor, fica claro que ele
deverá comparecer à entrevista.
Além disso, pesquise, analise e estude sobre o tema. No caso das entrevistas
semiestruturada e não estruturadas, conhecer bem o tema ajudará na elaboração de
outras perguntas a partir das respostas do entrevistado.
Por exemplo:
Se necessário, faça uma introdução (que pode ser curta), mas que informe o leitor do
que será discutido.
Nesse caso, apresente o assunto, bem como o perfil do entrevistado e sua experiência
profissional.
A parte final é tão importante quanto a inicial. Afinal, não adianta ter as ideias e
apresentá-las de maneira informal, ou seja, um texto que não abrigue coerência e
coesão.
Exemplos de entrevista
Segue abaixo a entrevista (escrita e em vídeo) entre o jornalista Júlio Lerner e a
escritora Clarice Lispector. A entrevista foi veiculada no programa “Panorama”, da TV
Cultura, no dia 1 de fevereiro de 1977, ano da morte de Clarice.
É um nome latino, não é? Eu perguntei a meu pai desde quando havia Lispector na
Ucrânia. Ele disse que há gerações e gerações anteriores. Eu suponho que o nome foi
rolando, rolando, rolando, perdendo algumas sílabas e foi formando outra coisa que
parece “Lis” e “peito”, em latim. É um nome que quando escrevi meu primeiro livro,
Sérgio Milliet (eu era completamente desconhecida, é claro) diz assim: “Essa escritora
de nome desagradável, certamente um pseudônimo…”. Não era, era meu nome
mesmo.
Representações de firmas, coisas assim. Quando ele, na verdade, dava era para
coisas do espírito.
Eu soube ultimamente, para minha enorme surpresa, que minha mãe escrevia. Não
publicava, mas escrevia. Eu tenho uma irmã, Elisa Lispector, que escreve romances. E
tenho outra irmã, chamada Tânia Kaufman, que escreve livros técnicos.
Não, eu soube há poucos meses. Soube através de uma tia: “Sabe que sua mãe fazia
um diário e escrevia poesias?” Eu fiquei boba…
6. Nas raras entrevistas que você tem concedido surge, quase que
necessariamente, a pergunta de como você começou a escrever e quando?
Antes de sete anos eu já fabulava, já inventava histórias, por exemplo, inventei uma
história que não acabava nunca. Quando comecei a ler comecei a escrever também.
Pequenas histórias.
Apenas escrever.
8. Você poderia nos dar uma ideia do que era a produção da adolescente
Clarice Lispector?
Bem, escrevi várias coisas antes de publicar meu primeiro livro. Eu escrevia para
revistas — contos, jornais. Eu ia com uma timidez enorme, mas uma timidez ousada.
Eu sou tímida e ousada ao mesmo tempo. Chegava lá nas revistas e dizia: “Eu tenho
um conto, você não quer publicar?” Aí me lembro que uma vez foi o Raimundo
Magalhães Jr. que olhou, leu um pedaço, olhou para mim e disse: “Você copiou isso de
quem?” Eu disse: “De ninguém, é meu”. Ele disse: Você traduziu?” Eu disse: “Não”.
Ele disse: “Então eu vou publicar”. Era sim, era meu trabalho.
Eu nunca assumi.
Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e
faço questão de continuar sendo amadora. Profissional é aquele que tem uma
obrigação consigo mesmo de escrever. Ou então com o outro, em relação ao outro.
Agora eu faço questão de não ser uma profissional para manter minha liberdade.
Para facilitar o trabalho posterior de transcrição, faça a gravação (voz e/ou vídeo) da
entrevista.
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